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CAPÍTULO 03 | ||
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CENA 01. SÃO JOÃO DA BARRA. ESTRADA.
EXT. NOITE.
Continuação do capítulo anterior. Alex levanta-se com
dificuldade e vê o corpo de Dionísio no chão. Ele se
apavora, corre para ajudar o pai, que está desacordado.
ALEX (segura Dionísio): - Pai! Acorda,
pai!
Alex vê o carro parado mais adiante.
ALEX (grita): - Ajuda aqui! Ajuda aqui,
por favor!
Osvaldo observa tudo pelo retrovisor. Apreensivo, ele
liga o carro novamente, pega a estrada e sai,
acelerando. Alex fica desesperado.
ALEX: - Filho da mãe! Pai! Acorda, pai!
DIONÍSIO (fraco): - Alex...
ALEX: - Pai, por favor! Aguenta firme,
eu vou conseguir ajuda pra você!
DIONÍSIO (fraco): - Eu amo você, Alex.
Eu amo você, meu filho.
Dionísio vai fechando os olhos devagar. Alex chora com o
pai nos braços.
ALEX (grito/eco): - Paaai!
CENA 02. DANCETERIA JOCKER. INT.
NOITE.
A música está a todo vapor. CAM vai buscar Fernanda que
entra na danceteria e se impressiona com o local, bonito
e badalado. PLANO GERAL. Ela e Diogo, que carrega um
drink em uma das mãos, caminham na mesma direção, entre
as pessoas, se esbarram.
DIOGO: - Opa!
FERNANDA: - Desculpa, desculpa! É que
está bem cheio aqui né.
DIOGO: - Tudo bem, eu sei que foi sem
querer.
FERNANDA: - Por sorte não virou a
bebida na sua roupa.
DIOGO: - É verdade, mas se tivesse
virado, também não teria problemas.
FERNANDA: - Claro que teria, imagina!
Você ia ficar com a camisa toda molhada no meio da
festa! Tudo por um descuido meu.
Ele toca o braço dela.
DIOGO: - Tudo bem, tá tranquilo.
Os dois trocam olhares intensos.
DIOGO: - Hoje a noite é de boas
energias, animação. Nada atrapalharia. Pode ficar
tranquila. Curte a festa!
Fernanda sorri, graciosa. Diogo também sorri. Carla se
aproxima de Diogo, encarando Fernanda.
CARLA: - Algum problema, por aqui?
Diogo disfarça, solta o braço de Fernanda, constrangida,
enquanto Carla encara a moça.
CENA 03. APTO FERNANDA E PAULA.
QUARTO. INT. NOITE.
ÂNGULO ALTO de Paula
deitada na cama. Tempo e ela se se levanta, entediada.
SAI do quarto.
CORTA:
CENA 04. APTO FERNANDA E PAULA. SALA.
INT. NOITE.
Debruçada sobre a janela da sala, Paula olha o movimento
de carro, de pessoas na avenida. Do seu ponto de vista
observa-se jovens alegres, mulheres bonitas indo pra
balada, rapazes rindo num barzinho no outro lado da rua.
Ela volta-se para dentro do apartamento e CAM
a acompanha até que senta no sofá. Fica pensativa por um
tempo, olha para a janela aberta, vê a noite linda.
Parece um pouco indecisa. Levanta-se do sofá e volta
para o QUARTO,
Onde liga a TV, pega um DVD entre diversos espalhados na
cômoda. Coloca no aparelho, e joga-se sobre a cama para
assistir o filme.
CENA 05. DANCETERIA JOCKER. INT.
NOITE.
Climão entre Carla, Diogo e Fernanda no meio da
danceteria.
CARLA: - Então, tá acontecendo alguma
coisa?
DIOGO: - Tá acontecendo nada não,
Carla.
CARLA (segura o rosto de Diogo/beija):
- Amor. Pode me chamar de amor. Afinal, sou sua
namorada, praticamente noiva.
E encara Fernanda, que devia o olhar.
DIOGO: - Tudo bem.
FERNANDA: - Bom, eu vou indo. Mais uma
vez, desculpa.
Fernanda se afasta.
CARLA: - Ela te pediu desculpas por
quê?
DIOGO: - Ela esbarrou em mim, quase
virou a bebida aqui do copo. Nada demais.
CARLA: - Hum. Bom, deixa pra lá. Eu vim
te buscar pra você brindar com a gente lá no camarote.
Vamos?
DIOGO: - Eu vou lá sim, Carla. Só
preciso resolver umas coisas ali com o Rick e já subo.
CARLA: - Não demora.
Diogo se afasta.
CARLA: - E pode me chamar de amor!
CORTA:
CENA 06. DANCETERIA JOCKER. PISTA DE
DANÇA. INT. NOITE.
Fernanda encontra Matheus e Roberta.
ROBERTA (abraça Fernanda): - Oba! Você
veio!
MATHEUS: - Ué? Cadê a Paula?!
FERNANDA: - Eu tentei tirar ela de
casa, mas ela não quis vir.
ROBERTA: - Paula sempre cabeça dura.
Qual foi o grilo dessa vez?
FERNANDA: - Sei lá. Talvez ela possa
estar chateada com uns lances do Gabriel.
ROBERTA: - Ele te procurou de novo?
FERNANDA: - Chegou a ir lá em casa
ontem. Maior auê.
MATHEUS: - O que ele tem de lindo, tem
de abusado, né?
FERNANDA: - Pois é.
MATHEUS: - Mas a noite hoje é de
alegria! Vamos curtir, dançar, aproveitar tudo!
FERNANDA: - Isso, vamos! Eu to mesmo
precisando me soltar um pouco, relaxar.
ROBERTA: - Isso aí amiga! Bora remexer
esse quadril!
Os três dançam. CAM mostra no balcão do
bar, Diogo observando Fernanda. De repente, Rick se
aproxima dele.
RICK: - E então, tá curtindo?
DIOGO: - Estou sim. (vira-se para Rick)
A casa está cheia.
RICK: - Isso aqui vai ser o maior
estouro da noite carioca. Pode apostar, meu amigo!
Os dois vibram, se cumprimentam.
CENA 07. CASA ELIANE. SALA. INT.
NOITE.
João está deitado no sofá, com a mão por dentro da
calça, assistindo um filme na TV. O áudio vindo do
aparelho emite gemidos, denotando pornografia. A porta
bate e João se assusta. PLANO
MÉDIO de Tito, que encara o pai, constrangido.
JOÃO (surpreso / envergonhado): - Ah, é
você Tito! Eu tive que dar uma olhadinha aqui. Sua mãe
dormiu mais cedo, não quis conversa comigo, sabe como é.
TITO: - Olha, você assiste o que
quiser. Só não aqui no meio da sala, por favor.
E sai imediatamente. João dá de ombros, deita-se no
sofá, volta a ver o filme.
CENA 08. CASA ELIANE. CORREDOR. INT. NOITE.
Tito caminha pelo corredor. Passa em frente ao quarto de
Eliane. A porta aberta a mostra deitada na cama,
dormindo. Tito vai para o seu QUARTO.
Ele ENTRA e tranca a porta.
Tito se aproxima da janela que dá para a pacata rua onde
mora. Olha para outra casa, de frente para a dele.
Observa a janela do lado de lá, fechada. Ele vira-se e
caminha em direção à cama, onde tira os sapatos e
deita-se com as mãos na cabeça.
MUSIC ON: (O amor é
ilusão – Rouge)
FLASHBACK,
Cenas do capítulo 02 em CORTES
DESCONTÍNUOS
BIA: - Quer conversar?
...
BIA: - O que é que tá pegando? Estou
te achando meio pra baixo mesmo.
TITO: - Nada não.
BIA: - Pode falar, Tito. Somos amigos,
não somos?
Ele fica calado, mas abre um sorriso
amarelo.
...
BIA: - Falando em contar, você nem
sabe da maior. Vou começar um estágio naquela agência de
publicidade que eu te falei, lembra? Aquela grandona lá
do centro, toda moderna!
...
BIA: - Nossa, anoiteceu e nem
percebemos!
TITO: - Verdade. Fazia tempo que eu
não passava o dia inteiro fora de casa assim, em boa
companhia.
...
TEMPO neles que ficam a se olhar. Bia
abraça Tito.
BIA: - Boa noite, Tito.
Tito, um pouco sem jeito, acena para
Bia e vai saindo no portão. Ele dobra para outro lado.
FIM DO
FLASHBACK e,
PLANO DETALHE de Tito,
que sorri feito bobo.
MUSIC OFF.
CORTA:
CENA 09. DANCETERIA JOQUER. INT.
NOITE.
Imagens gerais da pista da danceteria. Muitas pessoas
dançando, grande movimentação. No balcão da copa, Bruno
e Lisa conversam enquanto bebem um drink.
BRUNO: - Então você é modelo.
LISA: - Sou sim.
BRUNO: - Mas modelo como? De
fotografia, passarela?
LISA: - Os dois, mas faço mais
trabalhos de fotografia do que passarela. É mais meu
perfil, sabe?
BRUNO: - Sei sim.
Vini se aproxima deles, meio alcoolizado.
VINI (empolgado): - Cara! Que bom que
eu achei você! (empolga-se) Velho, fiquei com uma gata,
mas não é qualquer uma não! É A gata! Cara, a mulher
tinha um corpão...
Enquanto Vini fala, Bruno tenta despistá-lo, mas Vini
empolgado, nem percebe.
BRUNO (a Lisa): - Só um instantinho?
LISA: - À vontade
Bruno SAI puxando Vini pelo braço, sob os risos de Lisa.
VINI (sem entender): - O que foi cara?
BRUNO: - Fico muito feliz por você
conseguir pegar uma gostosa aqui, só que, tá vendo
aquela mina lá no balcão?
Ele aperta os olhos, meio bêbado.
VINI: - Tô. Bonitinha também.
BRUNO: - Pois então, eu estou tentando
levar um papo legal com ela e você chegou feito um
caminhão desgovernado, atropelando nosso assunto.
VINI (percebe): - Saquei. Você quer que
eu vaze, é isso?
BRUNO: - Se possível, me encontra lá na
porta no final da festa, valeu?
VINI: - Como o senhor quiser! Boa sorte
aí, parceiro! Vou dar mais uma volta aí, vai que eu
encontre outra deusa nesse paraíso?
BRUNO: - Vou estar torcendo por você,
acredite.
Vini sai. Lisa finaliza o drink que bebia. Bruno VOLTA
para o balcão.
BRUNO: - Desculpa aí o meu amigo. Ele é
meio eufórico assim mesmo.
LISA: - Não tem problema.
BRUNO: - E onde a gente tava mesmo? Ah,
lembrei, da sua vida de modelo né?
LISA: - É, mas eu queria mudar um
pouco.
BRUNO: - Como assim? Deixar de ser
modelo?
LISA: - Não, isso nunca! Ser modelo é o
grande sonho da minha vida. Eu queria mudar é o assunto.
É que eu sempre fico falando da minha vida de modelo e
isso já está ficando um pouco saturado. Eu quero saber
agora é de você.
BRUNO: - De mim? Ah, minha vida não tem
nada de interessante.
LISA: - Impossível um cara bonito,
inteligente, boa pinta como você não ter nada de
interessante para contar sobre a vida.
BRUNO (surpreso com o elogio): - É,
você me pegou. Bem, como eu posso começar?
LISA: - Deixa que eu começo então. Você
mora aonde? Com quem?
BRUNO: - Eu moro com a minha mãe e meu
avô, em Copacabana.
SOM ambiente aumenta, CAM
vai se afastando e não ouvimos mais o diálogo entre
eles.
CORTA:
CENA 10. DANCETERIA DO JOQUER.
CAMAROTE. INT. NOITE.
Pedro olha para a pista, como se procurasse alguém.
Carla se aproxima dele.
CARLA: - Procurando a Lisa, é?
PEDRO: - Eu? Não.
CARLA: - Não precisa mentir, Pedro. Eu
sei que vocês já ficaram outras vezes. Ou esqueceu que a
Lisa é minha melhor amiga? Vocês estão juntos né?
PEDRO: - Não exatamente. Como você
mesma disse, nós já ficamos algumas vezes, mas hoje
viemos como amigos mesmo.
CARLA: - Amigos, sei... (risos)
Diogo chega no local, cumprimenta Pedro. Carla se
aproxima, beija Diogo.
CARLA: - Acho que nunca vi você tão
feliz antes, amor!
DIOGO: - Nem eu, Carla! Finalmente
consegui abrir a danceteria, que era um sonho antigo, e
pelo visto, estreei com o pé direito.
Novo beijo entre eles.
CARLA: - Fico feliz por você. Agora que
conseguiu realizar o seu sonho, a gente pode começar a
ver os preparativos do nosso casamento.
DIOGO: - Claro, podemos sim.
CARLA: - Eu amo muito você, sabia? Você
é tudo para mim.
Ele sorri pra ela, que lhe dá um beijo caloroso. Pedro
se afasta.
CORTA:
CENA 11. DANCETERIA JOCKER. CAIXA.
INT. NOITE.
Rick observa toda movimentação do dinheiro. Algumas
pessoas pagam com dinheiro, outras com cartão. Rick olha
tudo, atentamente, com um olhar um tanto ambicioso.
CENA 12. RODOVIA. CARRO OSVALDO. INT.
NOITE.
Ele dirige em alta velocidade, quando seu telefone toca.
Ele atende, sem tirar os olhos do volante. Expressão
apreensiva.
OSVALDO (ao telefone): - Alô! (T) Sim,
querida, eu já estou voltando. (T) A reunião demorou e
depois fomos jantar. Mas já estou na estrada. (T) Sim,
está tudo bem, não tem nada errado não. (T) Sim, Regina,
está tudo bem, eu já falei! (T) Certo, logo mais eu to
em casa. Agora to na estrada, não posso falar não. (T)
Amo você. (desliga)
Osvaldo segue dirigindo, tenso.
CORTA:
CENA 13. SÃO JOÃO DA BARRA. RODOVIA.
EXT. NOITE.
Alex chora com o corpo de Dionísio nos braços.
ALEX: - Você foi o meu melhor amigo,
meu guia, meu exemplo, pai... (acaricia o rosto de
Dionísio) Você não merecia isso. (encara o céu) Por que,
Deus?! Por que ele?! Por que o meu pai?!
Alex chora. Um carro para no acostamento, próximo dele.
Três pessoas (dois homens e uma mulher) descem.
HOMEM 01: - Vocês
precisam de ajuda?
ALEX: - Um hospital, uma ambulância,
qualquer coisa... Meu pai foi atropelado aqui e o
motorista fugiu.
A mulher se aproxima do corpo de Dionísio, constata que
ele está morto.
MULHER: - Ele já está morto.
HOMEM 02: - Que
bandido o cara que fez isso!
HOMEM 01: - Vem com a
gente, tem um hospital mais adiante, também uma
delegacia de polícia.
Os dois homens e a mulher ajudam Alex, que está
completamente desolado.
CENA 14. CASA BRUNO. SALA. INT. NOITE.
Isaura está sentada no sofá, assistindo a um filme na
TV, quando percebe que alguém bateu à porta. Ela se
levante e atende. É Lauro.
ISAURA: - Lauro? O que você está
fazendo aqui?
LAURO: - Eu passei aqui na frente, vi
que tinha luz acesa.
ISAURA: - Sabe que não pode nem pensar
em por os pés aqui. Por favor, vá embora. (fechando a
porta)
LAURO (impedindo): - Isaura, espera!
Vamos conversar!
Isaura hesita, enquanto Lauro a olha.
CENA 15. DANCETERIA JOQUER. INT.
NOITE.
Numa mesinha ao lado da pista de dança, Fernanda,
Matheus e Roberta descansam, depois de tanto dançar.
MATHEUS: - Eu estou exausto! Nunca
dancei tanto em toda minha vida!
FERNANDA: - Nem eu!
ROBERTA: - Também né? Com um DJ bom
desses, não tem como ficar parado! É só música maneira!
MATHEUS: - Vou pegar um drink no
balcão.
ROBERTA: - Traz um pra mim?
MATHEUS: - Claro. Vai querer, Nanda?
FERNANDA: - Não, obrigada Matheus.
Matheus se afasta. Fernanda aos poucos vai escondendo o
sorriso, ficando com a aparência um pouco mais triste.
Roberta percebe.
ROBERTA: - O que foi Nanda?
FERNANDA: - Nada não. Acho que é o
cansaço.
ROBERTA: - Não precisa mentir pra mim
não. Tem mais coisa além de cansaço nesse seu rostinho
cabisbaixo aí.
FERNANDA: - É que/
ROBERTA: - Estava pensando na Paula.
FERNANDA: - Aham. Ela ficou sozinha lá
no AP, ela insistiu pra eu vir aqui, me divertir com
vocês. Eu vim porque também queria, mas eu senti que ela
não ficou bem, sabe? Ela estava triste... Eu queria
tanto estar lá com ela agora.
ROBERTA: - Então vai, boba!
FERNANDA: - Vocês não vão ficar
chateados mesmo? É que a festa agora perdeu a graça pra
mim.
ROBERTA: - Nanda, vai fundo amiga! Nem
esquenta! A gente tem muita festa pra curtir nessa vida!
Relaxa.
Fernanda levanta-se e abraça Roberta.
FERNANDA: - Obrigada por entender.
Obrigada mesmo.
ROBERTA: - Que isso, não precisa
agradecer não!. Agora vai lá!
Fernanda sai. Matheus chega com os drinks.
MATHEUS: - Mas aonde a Nanda está indo?
ROBERTA: - Foi embora.
MATHEUS: - Mas por quê? Ela passou mal?
ROBERTA: - Ela não, o coração.
MATHEUS: - Não entendi.
ROBERTA: - Ai bicha, esquece.
MATHEUS: - Ai Roberta! Não me chama
assim onde tem muita gente!
ROBETA: - E com esse som todo você acha
que alguém vai ouvir que eu chamei você de bicha, mona,
fofa, biba? Claro que não!
MATHEUS: - Sei lá. Eu tenho que manter
a postura.
ROBERTA: - Ih, meu amigo, depois da sua
performance a la Lady Gaga na pista de dança, vai ser
difícil alguém acreditar na sua postura! (risos)
MATHEUS: - Você acha que eu exagerei?
ROBERTA: - Tô brincando!
Os dois seguem conversando, observando as pessoas.
CORTA:
CENA 16. DANCETERIA JOCKER. INT.
NOITE.
Fernanda vai passando por entre as pessoas próximas do
balcão da copa. Passa por Bruno e Lisa, que continuam
conversando.
LISA: - Então você está na batalha?
BRUNO: - E confesso que não está sendo
fácil, mas desistir a gente não pode né?
LISA: - Nunca! Quando a gente acredita
numa coisa, num propósito, num ideal, deve lutar por ele
até o fim. Pelo menos eu acredito nisso.
BRUNO: - Eu também. Sigo esse mesmo
raciocínio. Por exemplo, meu ideal agora é conseguir ter
uma conversa um pouco mais a vontade com a mulher mais
linda dessa festa.
Lisa desvia o olhar, encabulada.
BRUNO: - Só preciso saber se ela também
compartilha desse meu propósito.
Ela sorri, ainda encabulada, mas gosta da investida de
Bruno.
LISA: - Eu acho que a moça compartilha
do seu propósito sim. Agora, tem algum lugar aqui para
uma conversa mais a vontade?
BRUNO: - Perto dos camarotes tem um
espaço lá. Vamos?
Bruno pega Lisa pela mão e os dois saem.
CENA 17. CASA BRUNO. SALA. INT. NOITE.
Lauro está sentado na sala. Sozinho. Olha em volta a
decoração. Levanta-se, vai até a estante. Observa os
porta-retratos. Olha uma foto de Isaura, outra foto de
Bruno. Isaura entra na sala, com a bandeja de café.
Lauro senta-se no sofá, serve-se.
LAURO: - Linda a sua casa. (prova o
café)
ISAURA: - Obrigada.
LAURO: - O café está uma delícia. Como
de costume, você continua mandando bem na cozinha.
ISAURA: - É um simples café.
LAURO: - Mas se pode perceber
perfeitamente o seu toque especial nele.
ISAURA: - Pode parar de falar essas
coisas, Lauro. Não to com tempo pra isso não.
LAURO: - Eu estava olhando as fotos.
Está grande o seu filho.
ISAURA: - Nosso filho.
LAURO: - É, nosso filho.
ISAURA: - Nem sei por que eu estou
falando isso. O Bruno é meu filho mesmo. Criei sozinha.
Eu e Deus!... E meu pai também, que sempre me ajudou em
tudo.
LAURO: - Você está sendo ingrata. Eu
também ajudei na criação do Bruno.
ISAURA: - Ah, ajudou sim! Ajudou muito!
Aparecia uma vez no ano e olhe lá!... Ele chorava quando
criança perguntando pelo pai, sabia? Na escola todas as
crianças tinham pai e mãe. Só o Bruno não sabia o que
era ter uma família completa.
LAURO: - Foi você que me afastou dele,
Isaura!
ISAURA: - Você é que se afastou de mim
quando eu mais precisei!
CLÍMAX. Silêncio por um instante.
Isaura tenta segurar a emoção.
ISAURA: - Pensou o quê? Que eu também
desejei ficar grávida? Você fugiu da responsabilidade!
Depois que eu falei que eu estava esperando um filho
seu, você começou a me visitar menos, a gente já não
fazia mais programas juntos. Eu sofri, Lauro. Eu sofri.
LAURO: - Eu também sofri, pombas! Pensa
que foi fácil pra mim saber que agora eu teria que
sustentar uma família? Eu mal conseguia me manter!
ISAURA: - Mas o mínimo de apoio você
poderia ter me dado, um mínimo de atenção. Até para o
seu filho.
Lauro termina de beber o café. Coloca a xícara na
bandeja, levanta-se do sofá. Isaura o acompanha.
LAURO: - As coisas foram como tinham
que ser.
ISAURA: - Elas poderiam ter sido melhor
e você sabe disso. A gente não precisava/
LAURO: - Eu já vou. Passei mesmo apenas
para ver você. Saber como estava.
Isaura vai até a porta. Abre. Lauro sai, se para do lado
de fora.
LAURO: - Eu ainda sonho com você,
sabia? MUSIC ON: (Só Louco - Dori Caymmi)
ISAURA: - Eu já não posso dizer o
mesmo.
LAURO: - Não faz bem negar o que os
seus olhos dizem com toda verdade o contrário.
Isaura fica sem reação. Lauro a encara por um tempo.
Sai, em seguida. Isaura fecha a porta. Fica pensativa,
balançada com as palavras de Lauro. Senta-se no sofá.
Bebe um pouco de café.
MUSIC OFF.
CENA 18. APTO PAULA E FERNANDA.
QUARTO. INT. NOITE.
Fernanda entra no quarto. Paula está acordada,
assistindo TV.
FERNANDA: - Acordada ainda?!
Fernanda vai tirando o calçado, a roupa, pega a camisola
no guarda-roupa.
PAULA: - Não consegui dormir. E aí,
como estava lá?
FERNANDA (indo para o banheiro): -
Estava muito bom.
Paula não demonstra alguma reação.
FERNANDA (OFF): - Muita gente! A
danceteria é maravilhosa! Grande, atendimento muito bom,
música boa. Você precisa conhecer. Roberta e Matheus
estavam lá, dançando muito!
Fernanda ENTRA no quarto. Deita-se na cama, ao lado de
Paula. Fernanda olha fundo nos olhos de Paula.
FERNANDA: - Eu tentei me divertir, mas
não conseguia tirar você do meu pensamento.
PAULA (entediada): - Eu atrapalhei sua
diversão, é isso?
FERNANDA: - Acontece que VOCÊ é a minha
verdadeira diversão. Não gosto de te ver assim, magoada,
pra baixo. Se você fica assim eu também fico.
PAULA (se ajeita na cama): - Eu sei que
esse meu jeito te incomoda um pouco.
FERNANDA: - Você não me incomoda em/
PAULA: - Eu sei que eu preciso mudar
esse meu jeito desconfiado, esquentado. Mas é que eu
faço isso porque gosto de você. Só queria que você
soubesse.
FERNANDA: - Eu sei. E é por você ser
assim, exatamente desse jeito, que eu gosto de você.
MUSIC ON: (Do
romantismo a Roma Antiga – Maurício Baia)
Tempo nelas sorrindo e trocando olhares profundos. Paula
acaricia o rosto de Fernanda, carinhosamente. As duas se
aproximam. CAM vai percorrendo os corpos das duas,
deitadas na cama e foca a TV, ao fundo a janela,
mostrando a noite.
MUSIC OFF.
CENA 19. DANCETERIA JOQUER. INT.
NOITE.
Roberta e Matheus dançam na pista. Roberta observa um
lindo rapaz (moreno, cabelo curto, alto, forte, blusa
polo, calça apertada jeans), sozinho, dançando. Ela o
encara e sensualiza na frente do amigo, mas com os olhos
no rapaz, que percebe.
ROBERTA: - Matheus, discretamente olha
só o gato que está dançando ali atrás de você.
Matheus começa a ‘performar’ com a cabeça, movimenta os
braços. Rodopia e volta-se a Roberta.
MATHEUS: - Aquele de lilás?
ROBERTA: - O próprio!
MATHEUS: - Deus grego!
ROBERTA: - Então eu vou até lá saber se
o deus não quer uma deusa pra ir pro Olimpo.
Eles riem, cúmplices. Roberta se aproxima do rapaz.
ROBERTA: - Essa danceteria é uma das
melhores que eu já frequentei. Você não acha?
HOMEM: - Sim. É muito boa.
ROBERTA: - Você é daqui do Rio?
HOMEM: - Não, de São Paulo.
ROBERTA: - Humm... Paulista. Eu já tive
uns paulistas na minha listinha, mas lindo assim como
você ainda não.
HOMEM: - Obrigado. Minha namorada
também acha.
ROBERTA (para de dançar): - Namorada?!
Nesse instante a namorada do rapaz chega junto (loira,
magra, cabelos longos, corpo sensual).
NAMORADA (encarando Roberta): - Algum
problema aqui amor? Será que nem dar um oi pra uma amiga
eu posso que já vem formiguinha rondando meu doce?
ROBERTA: - Calma aí, amiga, eu só
estava... Estava...
NAMORADA: - Dando em cima dele, que eu
sei!
ROBERTA: - É, mas não teve nada não.
NAMORADA (brava): - Como é que é?! Isso
é verdade, Fred?! (bate nele)
FRED: - Meu amor, eu não entendi nada!
Ela veio aqui e/
Matheus se aproxima.
MATHEUS (engrossa a voz): - Pow, amor!
Onde você estava? Eu procurei você a pista inteira!
ROBERTA (confusa): - Amor?!
Matheus faz sinais para Roberta entrar na farsa.
ROBERTA: - Ah, amor, eu estava indo
encontrar você, só que eu acabei me perdendo nesse mar
de gente e esbarrei no gostosão aqui/
NAMORADA: - Como é que é, garota?!
ROBERTA: - Quero dizer, eu esbarrei no
rapaz aqui, pensei que fosse um conhecido, mas não é,
foi isso só. Não foi? (encarando Fred)
NAMORADA (encarando o homem): - Foi
isso mesmo, Fred?! FRED: - Foi, foi isso sim.
MATHEUS: - Bem, já que está tudo
esclarecido, vamos embora, não é amor?
ROBERTA: - Mas já?
MATHEUS (briga): - Claro, amanhã nós
temos compromisso cedo! Vamos.
ROBERTA: - Vamos, então.
Matheus se afasta com Roberta.
ROBERTA: - Obrigada por me salvar,
Matheus. Pensei que a loirinha lá ia se avançar nos meus
cabelos!
MATHEUS: - Pois pensou muito bem! Ela
ia arrancar toda sua pele com as unhas. Aliás, unhas
belíssimas ela tinha. Você viu?
Os dois riem.
CORTA:
CENA 20. DANCETERIA JOCKER. ESPAÇO
RESERVADO. INT. NOITE.
Próximo da escada de acesso aos camarotes, Bruno e Lisa
trocam beijos numa área mais reservada.
LISA: - Pena que não dá pra você subir.
BRUNO: - É, eu não tenho a pulseira
vip. Sou um mero mortal.
LISA: - Ah, para, seu bobo!
Os dois se beijam. De repente, Vini se aproxima de
Bruno, apressado.
VINI: - Sujou, Bruno!
BRUNO: - Você de novo, cara?
VINI: - Lembra da gata que eu falei que
tava pegando? Ela tem namorado e o cara tá atrás de mim.
A gente precisa ir cara.
BRUNO: - Você não tá vendo que eu to
ocupado aqui, cara?!
VINI: - Por favor, irmão, me ajuda! Eu
não posso levar uma surra aqui na festa! O cara parece
lutador de MMA!
Lisa acha graça. Bruno olha para Lisa, um tanto
chateado.
LISA: - Vai lá. Seu amigo precisa de
você.
BRUNO: - Ah, se eu tivesse vindo
sozinho aqui. Tudo seria diferente.
LISA: - A gente se encontra por aí.
BRUNO: - Não vai me dá seu telefone?
LISA: - Pra você não me ligar no dia
seguinte? Obrigada. Se der sorte, a gente se esbarra
pela rua, ou aqui novamente.
BRUNO: - Espertinha.
VINI: - Vamos, cara, por favor!
BRUNO: - Cara, tu me paga, véi!
Bruno beija Lisa, Vini o puxa. Lisa sobe para o espaço
dos camarotes, dando risada.
CORTA:
CENA 21. DANCETERIA JOCKER. CAMAROTE.
INT. NOITE.
Lisa entra. Diogo, Carla, Rick e Pedro no local.
CARLA: - Nossa, Lisa, pensei que você
não fosse mais vir pra cá!
LISA: - É, demorei um pouco mais do que
eu pensava.
Pedro se aproxima dela.
PEDRO: - Demorou mesmo. Me deixou aqui
plantado a noite inteira.
LISA: - Ué, Pedro, você poderia ter
descido também, conhecido toda a danceteria, como eu
fiz.
PEDRO: - Toda a danceteria e mais
alguém não é? Esse batom borrado aí já explica muita
coisa.
Lisa passa a mão nos lábios.
LISA: - Desculpa, Pedro, mas o que eu fiz ou deixei de
fazer não te diz respeito. Estamos aqui como amigos,
esqueceu?
PEDRO: - Eu sei. Desculpa. Esquece.
LISA: - Vou esquecer mesmo. Não quero
me chatear com você. E ó, cuidado com a bebida. Amanhã
você tem book pra fazer na agência que eu sei.
PEDRO: - Regulando a minha vida, é?
(risos)
LISA: - Só um toque de amiga.
Do outro lado do camarote, Diogo, Carla e Rick
conversam.
DIOGO: - Você não desceu nem um momento
meu amor, pra dançar lá na pista.
CARLA: - Ah, muita gente... Na próxima
eu desço.
RICK: - Cara, a gente vai ganhar muito
dinheiro com a Joquer. Eu estou sentido isso. A gente
precisa fazer render e muito bem isso aqui.
DIOGO: - Tomara, Rick. Mas entreter as
pessoas com um serviço de qualidade, isso pra mim já é
gratificante.
CARLA: - Ah não, Diogo. Do que vale
investir pesado numa coisa e não ter nenhuma cifra de
retorno? Concordo com o Rick. Tem que ganhar dinheiro,
fazer render.
DIOGO: - Eu sei gente, mas cada um
pensa de um jeito.
CARLA: - Mas se você é um empresário,
um administrador, tem que pensar no lucro, sempre. Senão
não vale de nada o esforço. Eu quero fazer um brinde.
(ergue a taça) Ao sucesso de público e consequentemente,
financeiro da Joquer.
RICK (ergue a taça): - Vida longa!
Diogo também levanta a taça. Os três brindam. CAM mostra
a pista de dança, as pessoas se divertindo.
CENA 22. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO.
INT. NOITE.
Alex presta depoimento na polícia. Na sala, ele, o
delegado (homem gordo, careca e barbudo) e o escrivão
(magro, cabeçudo e barba feita). Enquanto Alex fala, o
escrivão registra o depoimento.
DELEGADO: - E você conseguiu ver o
rosto do motorista? Anotar a placa do carro?
ALEX: - Não consegui ver nada não,
delegado. Foi tudo muito rápido. Eu percebi de longe que
o carro vinha em alta velocidade e passando de uma pista
para a outra na rodovia. Mas nunca iria imaginar que/
(chora) Quando eu vi, o carro estava em cima de mim e do
meu pai. (segura emoção) Eu não consegui ver direito
quem era o motorista, mas era um homem. Disso eu tenho
certeza. Eu só consegui ver que o carro era do Rio de
Janeiro. Na hora eu só me preocupei em salvar o meu pai,
que infelizmente, morreu nos meus braços, delegado...
Meu pai, morreu nos meus braços.
Alex se mostra desolado.
DELEGADO: Lamento sua perda, meu jovem.
Faremos o possível pra que esse crime não fique impune.
CENA 23. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
MUSIC ON:
(Vida real –
Engenheiros do Hawaii)
TAKES do Rio de Janeiro ao amanhecer. Voo de asa-delta,
movimentação no trânsito, pessoas caminhando pelas ruas.
O dia a dia da cidade. Mostra a região da Urca.
CORTA:
CENA 24. CASA ARTHUR E NORMA. SALA.
INT. DIA.
Fernanda conversa com Norma, que termina uns bordados.
MUSIC FADE.
FERNANDA: - O lugar é um luxo só, mãe,
tem que ver.
NORMA: - Eu só imagino! Na minha época
não tinha coisa tão sofisticada assim.
FERNANDA: - Parece coisa de novela.
Dancei muito!
NORMA: - Que bom! Que bom que você se
divertiu.
O celular de Fernanda toca. Ela o pega na bolsa e
atende.
FERNANDA: - Alô. (T) Oi, fala Laisla.
(T) Sim, mas só mais tarde. (t) Claro, falei com o
Walter, eu chego aí no escritório só mais tarde. (T)
Isso... (T) sei... (T) Pode deixar na minha mesa que
depois eu olho esses papéis. (T) Obrigada. (T) Beijos.
(desliga)
NORMA: - Era do trabalho?
FERNANDA: - Era. Mas hoje eu entro mais
tarde. Tirei um tempo pra mim.
NORMA: - Falando em tempo, eu preciso
ver o feijão que coloquei no fogo!
FERNANDA: - Vou com você.
NORMA: - Isso! Assim você continua me
falando dessa danceteria aí, toda moderna!
Fernanda deixa o celular sobre a mesa de centro e
acompanha Norma até a cozinha.
CENA 25. CASA BRUNO. QUINTAL. EXT.
DIA.
Isaura está colocando umas roupas no varal. Solano está
na varanda, a observando. Ela termina de estender as
roupas e vai para a varanda.
ISAURA: - Nossa, nunca vi tanta roupa
nesse varal! Tomou seu café, papai?
SOLANO: - Tomei sim, minha filha.
ISAURA: - O Bruno que eu não vi chegar.
Nem sei se comeu. Tá lá, atirado na cama, num sono mais
pesado que uma montanha.
SOLANO: - Deve ter se divertido
bastante na festinha.
ISAURA: - Na balada, como eles dizem.
SOLANO: - Minha filha, me responda uma
coisa.
ISAURA: - Diga, papai.
SOLANO: - O que o Lauro veio fazer aqui
ontem?
Isaura fica surpresa com o questionamento de Solano, que
a encara, esperando uma resposta.
ISAURA: - O Lauro? Mas o Lauro não
esteve/
SOLANO: - Eu não acredito que, depois
de tanto tempo, você tá mentindo pra mim! Ele esteve
aqui sim, que eu vi o carro dele parado aí na frente e
ouvi vocês conversando na sala. O que ele queria?
ISAURA: - Nada de mais.
SOLANO: - Você sabe que eu não gosto
dele e ainda o recebe aqui em casa?
Isaura se cala.
SOLANO: - Depois de tudo o que ele te
fez, você aceita a presença desse homem aqui dentro da
nossa casa? Aliás, homem não, rato! Covarde. Porque
alguém que não honra os compromissos ou arca com as
próprias responsabilidades, não pode ser chamado de
homem.
LAURO: Ele só deu uma passada, pai.
SOLANO: Você ainda gosta dele, não
gosta?
Isaura não responde, só encara o pai com os olhos
marejados. Respira, pega mais uma bacia de roupas e vai
para o varal, pendurá-las. Solano balança a cabeça, com
pesar.
CENA 26. APTO OSVALDO E REGINA. SALA
DE JANTAR. INT. DIA.
Osvaldo toma café da manhã, sozinho. Mesa farta. Regina
entra no local, roupa de ginástica.
REGINA: - Nem vi você chegar ontem.
(beija Osvaldo)
OSVALDO: - E eu não vi você levantar
agora. Vai para a academia?
REGINA: - Hoje eu começo minhas aulas
de pilates. E olha só, Osvaldo, acho que você deveria
fazer algo desse tipo também. De madrugada você se mexeu
tanto na cama, roncou, resmungava umas coisas. Nossa,
estava tenso! Precisa relaxar.
OSVALDO: - É que o meu dia ontem foi
cansativo mesmo, por isso.
REGINA: - Vai pensando em algo. Vai ser
bom pra você. (olha o relógio) Bom, vou indo nessa.
Regina beija Osvaldo, pega sua bolsa e vai saindo.
OSVALDO: - E a Mariana? Já saiu também?
REGINA (volta): - Ela tinha um ensaio
fotográfico pra fazer numa agência de modelos. Estava
toda empolgada ontem.
OSVALDO: - Perfil ela tem.
REGINA: - Nossa filha é linda. Tem tudo
para arrasar nas passarelas e catálogos de moda de
luxo!. Bom, vou indo lá senão eu perco o horário.
Regina sai. Osvaldo continua tomando seu café. Ele pega
o jornal dobrado sobre a mesa.
PLANO DETALHE da
manchete: Homem é
atropelado em rodovia e motorista foge sem prestar
socorro, em São João da Barra.
Osvaldo fecha o jornal de súbito, joga no chão.
OSVALDO: Isso não podia ter acontecido.
CLOSE na expressão apreensiva dele.
CENA 27. AGÊNCIA DE MODELOS. ESTÚDIO.
IINT. DIA.
MUSIC ON: (Maracutaia
– Karol Conka)
Uma equipe cuida do ensaio fotográfico onde Mariana e
Pedro posam juntos, usando roupas de moda praia.
CORTES DESCONTÍNUOS
dos dois fazendo diversos closes, poses para o fotógrafo
que orienta-os o tempo todo.
CENA 28. MOTEL. QUARTO. INT. DIA.
MUSIC CONTINUED.
No quarto de motel, CAM abre plano para
a cama redonda, lençóis de seda vermelha. Um rapaz só de
cueca (25 anos, porte atlético, pele bronzeada) carrega
Regina (que veste apenas lingerie) nos braços e a deita
sobre a cama.
RAPAZ: - Qual foi a desculpa dessa vez?
REGINA: - Aula de pilates. (ri) Ele nem
vai desconfiar.
RAPAZ: - Se o seu marido um dia sonhar
que você sai com garotos de programa...
REGINA: - Osvaldo é louco por mim. Isso
nunca vai acontecer. Mas eu não posso demorar. Então
chega de papo e vem aqui vem... Gostoso! O rapaz deita sobre Regina, a beija com desejo. Regina vai se entregando, sentindo prazer.
CENA 29. SUPERMERCADO COMPRE AKI. INT.
DIA.
Grande movimentação no supermercado. Muitos clientes.
CAM vai buscar Paula, trabalhando no
caixa. A fila para atendimento está grande.
CORTA: CENA 30. SUPERMERCADO COMPRE AKI. EXT. DIA.
MUSIC FADE.
Paula está sentada num caixote, do lado de fora do
mercado. Ela pega seu celular e disca.
CORTA:
CENA 31. CASA ARTHUR E NORMA. SALA.
INT. DIA.
PLANO DETALHE do
celular de Fernanda chamando, em cima da mesinha de
centro. Abre PLANO GERAL quando Arthur entra na sala e
percebe o aparelho vibrando. Ele se aproxima, pega o
celular e identifica a chamada na tela “Paula Amor”.
Arthur se mostra um tanto irritado. Atende.
PAULA (OFF): - Oi amor, onde você está?
ARTHUR (irritado/grita): - Ela está
muito bem sem você, sua descarada! Para de encher o saco
dela, sua aberração! Deixa a Nanda em paz, está
ouvindo?! Deixa a minha filha em paz, sua sem vergonha!
Fernanda e Norma entram às pressas na sala.
NORMA: Que gritaria é essa, Arhur?
CORTA:
CENA 32. SUPERMERCADO COMPRE AKI. EXT.
DIA.
CLOSE em Paula, chocada com os dizeres
de Arthur ao telefone. Seus olhos lacrimejam.
CORTA: CENA 33. CASA ARTHUR E NORMA. SALA. INT. DIA.
Fernanda fica perplexa ao ver o pai com o seu telefone.
FERNANDA (grita): - O que você pensa
que tá fazendo?! CLOSE em Arthur, que se surpreende. |
||
CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO: |
||
CENA. CASA ARTHUR E NORMA. SALA.
INT. DIA.
Norma se choca, tenta
controlar Fernanda, que encara Arthur com seu celular na
mão.
FERNANDA: - Fala pai! O que você estava
fazendo com o meu telefone? Não vai me dizer que você
tava/
Ela avança no pai tirando o celular dele.
ARTHUR: - Tava, sim! Tava falando com
aquela depravada que te carregou pro mal mau caminho.
Estava dizendo pr’aquela sem vergonha deixar você em
paz!
Norma
põe a mão na boca, incrédula. ... |
||
SÁBADO, DIA 10 DE DEZEMBRO, CAPÍTULO INÉDITO DA NOVELA "ESCOLHAS DA VIDA" |
||
CENA . CASA DIOGO. QUARTO. INT. DIA.
Rick percebe um envelope
sobre a mesa do computador.
DIOGO (O.S): - A Carla é uma mulher
bonita, inteligente, sabe bem o que quer. Isso me chama
a atenção nela. Mas sabe esse lance de amor, aquele que
te deixa louco, eu ainda não senti isso por ela, sabe?
Eu sei que é até errado eu ficar com ela assim, sem
saber se amo de verdade. Mas eu também não sei como
dizer isso pra ela, e então eu vou levando.
Com o envelope em mãos, Rick lê o que está escrito.
RICK (reflete): - Clínica Bertolinni.
Diogo sai do closet. Rick mostra o
envelope.
RICK: - O que é isso cara? Você fez
exame nessa clínica aí?
DIOGO: - Ah, você viu o envelope. Não
foi bem um exame. ... |
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