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CAPÍTULO 04 | ||
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CENA 01. CASA ARTHUR E NORMA. SALA.
INT. DIA.
Continuação do capítulo anterior. Norma se choca, tenta
controlar Fernanda, que encara Arthur com seu celular na
mão.
FERNANDA: - Fala pai! O que você estava
fazendo com o meu telefone? Não vai me dizer que você
tava/
Ela avança no pai tirando o celular dele.
ARTHUR: - Tava, sim! Tava falando com
aquela depravada que te carregou pro mal mau caminho.
Estava dizendo pr’aquela sem vergonha deixar você em
paz!
Norma põe a mão na boca, incrédula.
FERNANDA: - Você não podia ter feito
isso! (ao telefone) Alô? Alô!
NORMA: - Por que você fez isso,
Arthur?!
ARTHUR: - Alguém precisa fazer alguma
coisa nessa história!
FERNANDA: - Fazer o quê, pai?! Não há
nada pra fazer! A vida é minha e eu faço dela o que eu
bem entender! Você não tinha o direito de atender meu
telefone.
ARTHUR: - Eu sou o seu pai! E farei o
que for o melhor pra você!
FERNANDA: - Ah e você acha que isso que
você fez agora é o melhor pra mim?
NORMA (aflita): - Gente, por favor!
Vamos parar de discutir e conversar civilizadamente!
ARTHUR (ignora Norma): - É o melhor
sim, Nanda! O melhor que você faz é se afastar dessa
promíscua! Ela é doente e está fazendo você ficar doente
também, minha filha!
FERNANDA (abismada): - Olha o que você
está falando, pai! Homossexualidade não é doença! O
louco aqui é você em dizer essas coisas! Eu amo a Paula,
se você quer saber, tá?! Eu AMO a Paula!
ARTHUR: - Não! Eu não quero ouvir isso!
Você só pode estar fora de si!
Fernanda, irritada, pega sua bolsa no sofá e sai batendo
a porta com força. Norma vai atrás dela, mas para.
Arthur senta-se no sofá, exausto.
NORMA: - Viu o que você fez?!
ARTHUR: - Eu fiz o certo, Norma.
NORMA: - Você afastou ainda mais a sua
filha de você. Isso é o certo?!
Norma sai da sala. Arthur fica pensativo.
CENA 02. SUPERMERCADO COMPRE AKI. EXT.
DIA.
Paula está chorando. Ivete se aproxima.
IVETE: - Paula, o que aconteceu?!
PAULA: - Nada não, Ivete. Está tudo
bem.
IVETE: - Claro que não, você está
chorando.
PAULA: - Não foi nada, está tudo bem
mesmo. Obrigada.
IVETE: - Ai Paula, tem certeza?
PAULA: - Tenho sim, não precisa se
preocupar.
IVETE: - Eu tenho que ir no banco pagar
essa conta, vou aproveitar meu intervalo. Senão eu
ficava aqui com você!
PAULA: - Não, não. Pode ir fazer suas
coisas, eu vou ficar bem, pode deixar. Obrigada mesmo.
Ivete sai. Paula enxuga as lágrimas.
CENA 03.CASA ELIANE. COZINHA. INT.
DIA.
Eliane está cozinhando, quando João entra na cozinha com
algumas sacolas de compras e senta-se num banco.
ELIANE (mexendo uma panela): - Comprou
o que eu pedi?
JOÃO: - Eu comprei o que deu pra
comprar.
ELIANE: - Como assim?
JOÃO: - As coisas estão caras.
Eliane sai do fogão, vasculha as sacolas das compras.
Não gosta do que vê.
ELIANE: - Você não trouxe nem metade
daquilo que eu pedi!
JOÃO: - Falei que as coisas estão
caras, oras!
ELIANE: - E o dinheiro que eu te dei?
Com esse pouquinho que você comprou, com certeza sobrou
alguma coisa.
João fica calado, não responde.
ELIANE: - Me dá o dinheiro, João.
Agora!
JOÃO: - Não tem dinheiro.
ELIANE: - Que droga é essa de não ter
dinheiro?! O que eu te dei era suficiente para fazer as
compras e ainda sobrava! O que você fez com o dinheiro,
João?! Onde você anda gastando a porcaria do meu
dinheiro? Me fala!
JOÃO (saindo): - Eu vou pra rua pegar
serviço.
Eliane tenta se acalmar. Vira para a panela, volta a
mexer a comida. Se irrita, joga a colher na parede.
CENA 04. APTO MATHEUS. SALA. INT. DIA.
PLANO GERAL do
ambiente pequeno, moderno e com mobília básica. Matheus
senta-se no sofá verde-limão com seu notebook. De seu
ponto de vista, CAM foca na tela do computador onde
Matheus entra na sala de bate-papo sob o perfil fake
“gato malhado”. Tempo e um usuário cuja foto é um
abdômen sarado puxa assunto, abrindo uma janela
reservada.
MORENO25A: - Fala cara, afim de tc?
GATO MALHADO: - Claro.
MORENO25A: - De onde vc tc?
GATO MALHADO: - Rio e
vc?
MORENO25A: - Tbm. Barra da Tijuca e vc?
MATHEUS (empolgado): - Que tudo, da
barra! Mas eu não posso dizer onde eu moro. Já sei:
Tecla.
GATO MALHADO: - Lapa.
MORENO25A: - Bacana. Afim de que?
GATO MALHADO: -
Conhecer alguém, bater um papo, ver no que rola. E vc?
MORENO25A: - Idem.
Matheus bate palminhas, animado. Ele continua a
conversa, adorando o rapaz.
CENA 05. CASA DIOGO. QUARTO. INT. DIA.
PLANO GERAL do
ambiente espaçoso em tons de cinza com cama de casal,
cômoda, janela com cortina e closet aberto, onde Diogo
está, apenas de cueca, escolhendo a calça e a camisa que
vai colocar. Alguém bate na porta e põe a cabeça pra
dentro. É Rick.
RICK: Diogo?
Ele aparece com a roupa nas mãos.
DIOGO: - Fala Rick. Beleza?
RICK: - Tudo péssimo né, começar o dia
vendo você de cueca na minha frente é desanimador.
DIOGO (vestindo a calça): - Deixa de
bobagem, eu sei que tu gosta.
RICK: Qual é, cara! Ta me estranhando
rapá?
DIOGO: Brincadeira. E aí, arrasamos
ontem né?
RICK: - Total! Não tem pra ninguém. Já
saiu até nota no jornal de hoje. Muito em breve
estaremos entre as grandes casas noturnas do país!
DIOGO (veste a blusa): - É isso aí.
Agora é só administrar direitinho pra tudo ficar numa
boa.
RICK: - Verdade. Agora, posso fazer um
comentário, nada a ver com a danceteria.
DIOGO: - Claro, fala aí.
RICK: - A Carla tá marcando em cima de
você com essa história de casamento, não tá?
DIOGO: - Nem me fala, cara. Eu não sei
o que fazer!
RICK: - Eu sei. Cai fora!
DIOGO: - Também não é assim né.
RICK: - É assim sim, meu amigo! Poxa,
agora que você tem o paraíso das gatinhas na mão, pode
pegar qualquer mulher lá dentro, vai te prender?!
DIOGO: - Eu gosto da Carla.
RICK: - Não to certo disso, pelo teu
tom de voz.
DIOGO: - Só acho que ela está
apressando um pouco as coisas.
RICK: - Um pouco? Por ela você já
estava com uma coleira bem grande no pescoço e com GPS.
DIOGO: - Exagerado.
Diogo vai voltando pro closet. Rick percebe um envelope
sobre a mesa do computador.
DIOGO (O.S): - A Carla é uma mulher
bonita, inteligente, sabe bem o que quer. Isso me chama
a atenção nela. Mas sabe esse lance de amor, aquele que
te deixa louco, eu ainda não senti isso por ela, sabe?
Eu sei que é até errado eu ficar com ela assim, sem
saber se amo de verdade. Mas eu também não sei como
dizer isso pra ela, e então eu vou levando.
Com o envelope em mãos, Rick lê o que está escrito.
RICK (reflete): - Clínica Bertolinni.
Diogo sai do closet. Rick mostra o
envelope.
RICK: - O que é isso cara? Você fez
exame nessa clínica aí?
DIOGO: - Ah, você viu o envelope. Não
foi bem um exame.
RICK: - Essa não é a clínica que faz
esse negócio de inseminação artificial pra quem não pode
ter filho e tal? O que você foi fazer lá? Você é
estéril, Diogo?
DIOGO: - Não, não é isso.
RICK: - É o que, então?
DIOGO: - Tá. Você é meu amigo. Vou te
contar. Eu fiz uma doação pro banco de sêmen da clínica.
RICK: - A troco de quê?!
DIOGO: - Pensando pro futuro, meu caro.
RICK: - Não entendi.
DIOGO: - Eu não pretendo ter filhos
agora. Não fazem parte dos meus planos. Mas gostaria de
poder ajudar outros casais que desejam ter um filho e
não podem. Tenho um exemplo em casa, você sabe.
RICK: - Sei sim. Você sempre lembra que
foi adotado.
DIOGO: - E lembro com carinho. Meus
pais até tentaram inseminação mas não tiveram sucesso.
Então eu penso que, ajudando dessa forma, eu vou poder
proporcionar uma esperança para aquelas pessoas que
querem muito realizar o desejo de gerar um filho. Tantos
casais que se amam e que desejam construir uma família.
É uma forma de ajudar.
RICK: - Você tem um coração enorme, vai
ser canonizado logo logo pela igreja, mas olha só, você
é maluco, Diogo! Se a Carla descobre que você anda
doando o seu material genético por aí e não para ela,
você já sabe! (risos)
DIOGO: - E é por isso que ela não vai
saber, entendeu?
RICK: - Minha boca é um túmulo. Agora
vamos logo, que já estamos atrasados! Os fornecedores já
devem estar nos esperando.
DIOGO: - Vamos. Só deixa eu tirar isso
daqui.
Diogo pega o envelope, abre uma gaveta na mesa e coloca
o dentro. Eles saem.
CENA 06. ESCRITÓRIO DE ARQUITETURA
O&K. INT. DIA.
Fernanda entra apressada, um pouco nervosa. Laisla, em
sua mesa, observa tudo e vai atrás dela. Fernanda
senta-se em sua mesa, coloca as mãos sobre a cabeça,
tenta se acalmar.
LAISLA: - Entrou feito um furacão aqui!
O que aconteceu?
FERNANDA: - Nada não, tá tudo bem...
(pega uns documentos) São esses aqui os dados do
projeto?
LAISLA: - São sim.
FERNANDA: - Eu vou dar uma olhada e
logo mais te dou um retorno, tá?
LAISLA: - Nem esquenta, não tem tanta
urgência não.
FERNANDA (irritada/grossa): - Então por
que me ligou feito uma louca mais cedo?
LAISLA (chocada): - Nanda!
FERNANDA: - Ai. Me desculpa, Laisla.
Desculpa, eu não quis ser grossa com você.
LAISLA: - Tem certeza que está tudo
bem? Você parece que está com um vulcão na cabeça!
FERNANDA: - Na verdade não tá nada bem,
são umas coisas que/
Nesse instante, Walter sai de sua sala.
WALTER: - Atenção pessoal! Só um minuto
da atenção de vocês. É um comunicado rápido.
Os funcionários presentes na sala ficam atentos.
WALTER: - Graças ao projeto elaborado
pelo nosso escritório para a Companhia Guimarães, e que
nos valeu boas cifras, eu decidi por premiar a todos
nós.
LAISLA: - Como assim, Walter?
WALTER: - Eu aluguei o Clube ABC para
que nós pudéssemos fazer uma confraternização. O que
vocês acham?
Os funcionários comentam, vibram com a notícia.
DANILO: - E quando vai ser essa
festinha, Walter?
WALTER: - A festinha, senhor Danilo,
vai ser depois de amanhã. E estão todos convidados,
inclusive seus namorados, namoradas, noivos, esposas.
Todo mundo.
Os funcionários vibram.
DANILO: - Mandou bem, chefia!
LAISLA: - Ai que tudo! Estava mesmo
louca por uma festa!
WALTER: - Atenção, atenção! Agora todo
mundo de volta ao trabalho, porque a festa é só daqui a
dois dias! Vamos lá!
Os funcionários voltam para suas atividades. Laisla
volta para sua mesa. Walter se aproxima de Fernanda.
WALTER: - Passa depois na minha sala,
Nanda?
FERNANDA: - Claro.
Walter sai. Fernanda e Laisla trocam olhares.
CENA 07. MOTEL. QUARTO. INT. DIA.
Regina termina de arrumar o decote de sua blusa, em
frente ao espelho. No reflexo, mostra o garoto de
programa deitado na cama, de cueca. Regina o encara pelo
espelho.
REGINA: - Por isso que eu sempre
contrato você. Transar contigo é praticamente uma aula
de academia.
RAPAZ: - Confesso que você é uma das
minhas melhores clientes.
REGINA (caminha até ele): - Não venha
com esse papo furado, porque eu sei que você fala isso
para todas. Mas eu sei que eu sou a melhor. E sabe por
quê?
Regina pega a bolsa na cama abrindo-a, retira um pequeno
maço de dinheiro e coloca na cueca do rapaz.
REGINA (encara ele): - Porque eu pago
muito mais do que você cobra.
Ela vai até a mesa, pega a chave do carro, volta-se para
o rapaz que a encara. Regina sorri, maliciosa e sai. O
rapaz se apressa em pegar o maço de dinheiro e contar
nota por nota. Se impressiona com o valor e vibra.
CENA 08. RUA QUALQUER. EXT. DIA.
João vai andando de carro pela rua que é pouco
movimentada, esquisita. Algumas mulheres fazem ponto na
calçada. Ele para o carro. Uma das prostitutas (loira,
estatura mediana, vestido, salto alto, com cigarro na
mão) se aproxima.
JOÃO: - Quanto é?
PROSTITUTA: - Trinta.
João retira o dinheiro do bolso. Conta. Encara a mulher.
JOÃO: - Tem local.
PROSTITUTA: - Tem sim.
JOÃO: - Entra aí.
A mulher entra no carro e João sai.
CENA 09. SHOPPING CENTER. INT. DIA.
Enquanto olham umas vitrines, Carla e Lisa vão
conversando.
LISA: - Eu estou tão empolgada com esse
teste, Carla. Acho que dessa vez dá certo.
CARLA: - Que bom, Lisa. Fico feliz por
você. Eu quero muito que você seja uma modelo famosa,
poderosa!
LISA: - Só nas capas e colunas sociais!
CARLA: - Mas meu amor, ninguém vai sair
em tanta capa de revista e coluna social quanto eu,
quando casar com Diogo!
LISA: - E aí, você falou com ele?
CARLA: - Falei e ele disse que vai
agilizar tudo pro nosso casamento. Vai ser o evento do
ano, com certeza.
LISA: - Já vão casar esse ano?
CARLA: - Claro, minha querida! Se a
gente se ama tanto, não tem porquê ficar adiando. Por
falar em amor, casamento, casais... E você, como anda
esse coraçãozinho aí?
LISA: - Nem tive tempo de falar com
você na Jocker. Fiquei com um carinha lindo, Carla!
CARLA: - Ah, Lisa! Você ficou com outro
cara, tendo o Pedro inteirinho pra você?
LISA: - Carla, o Pedro foi lá como meu
amigo e ele sabia muito bem disso.
CARLA: - Ele é louco por você.
LISA: - Mas eu não estou com cabeça pra
ele agora. Não consigo tirar o carinha que eu fiquei
ontem da mente!
CARLA: - É mesmo?! Gente, que boy é
esse?! Ah não, pode me contar tudo!
Lisa e Carla seguem conversando fora do áudio, animadas.
CENA 10. SÃO JOÃO DA BARRA. CEMITÉRIO.
INT. DIA.
CAM abre plano geral do cemitério da
cidade. Apenas Alex e os coveiros no enterro do corpo de
Dionísio. Os funcionários terminam de tapar a cova e se
afastam. Alex fica sozinho de frente ao túmulo do pai.
Ele se ajoelha, carregando nas mãos uma rosa amarela.
ALEX (triste/rancoroso): - Eu juro, meu
pai... Eu juro que eu vou colocar na cadeia esse cara
que tirou a tua vida. Que tirou a minha também. Nada,
nada vai passar em branco. Eu juro pro senhor, pai. Eu
vou fazer valer a justiça.
Alex coloca a rosa sobre o túmulo, emocionado.
CENA 11. CASA DIONÍSIO. EXT. DIA.
A fachada denota uma casa simples, sem luxos. Alex sai
pela porta carregando apenas uma mochila. Ele passa a
chave na fechadura e vai caminhando pela rua, tristonho.
Uma vizinha se aproxima (60 anos, cabelos grisalhos,
baixa estatura, de óculos de grau, pele envelhecida).
VIZINHA: - Eu sinto muito pelo seu pai.
Ele era um homem muito querido aqui, por todos.
ALEX: - Obrigado.
VIZINHA: - Tá indo embora, meu filho?
ALEX: - Eu vou. Está na hora de começar
nova vida.
VIZINHA: - E vai pra onde?
ALEX: - Rio de Janeiro. Lá vai ser o
meu lugar, o meu recomeço.
Alex se despede da senhora e sai caminhando pela rua.
Andar firme, decidido.
CENA 12. ESCRITÓRIO DE ARQUITETURA
O&K. SALA WALTER. INT. DIA.
Fernanda bate à porta da sala de Walter e entra.
FERNANDA: - Oi Walter.
WALTER: - Oi Nanda, entra.
FERNANDA (sentando-se): - O que você
queria falar comigo?
WALTER: - Eu recebi um telefonema, de
um amigo meu, de Londres. Ele é diretor geral de uma
construtora conceituada, na Inglaterra. E ele queria
fazer uma experiência com o nosso escritório aqui, uma
troca na verdade.
FERNANDA: - Como assim?
WALTER: - Ele nos manda uns programas e
técnicas mais avançadas de trabalho, e em troca, um de
nossos funcionários vai trabalhar com ele nessa
construtora, numa espécie de intercâmbio. Se ele gostar,
a pessoa fica contratada pela empresa.
FERNANDA: - E você quer que eu te ajude
a escolher alguém aqui do escritório para ir pra lá, é
isso?
WALTER: - Deixa de ser boba, garota. Eu
já escolhi você para ir à Londres.
CLOSE na surpresa dela.
FERNANDA: - Não brinca, Walter! Você
não pode estar falando sério!
WALTER: - Você acha que eu ia brincar
com uma coisa dessas?! Fernanda, você é a melhor
funcionária aqui do escritório, a mais preparada.
FERNANDA: - Mas Walter, eu ainda nem me
formei!
WALTER: - Mas você tem talento e
competência de sobra, Nanda. Tenho muita experiência no
ramo e um olho clínico pra essas coisas. Você é a minha
indicada. Só preciso saber se vai aceitar ou não. Caso
não queira, eu escolho outra pessoa aqui. Mas saiba que
vai perder uma oportunidade e tanto.
FERNANDA: - Claro, eu aceito. Eu aceito
Walter! Muito obrigada!
WALTER: - Não precisa agradecer. Aliás,
na nossa festa, esse meu amigo, Brian vai estar
presente. Aí vocês podem conversar, se conhecer.
FERNANDA: - Com certeza.
WALTER: - Eu só te peço uma coisa. Não
comente nada com os seus colegas. Eu pretendo falar com
eles depois.
FERNANDA: - Tudo bem. Obrigada mais uma
vez, Walter!
WALTER: - Eu sei que fiz a escolha
certa.
CENA 13. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
TAKES rápidos do Rio de Janeiro. O
pôr-do-sol à beira mar, o trânsito nas ruas. A
movimentação já à noite.
CENA 14. AGÊNCIA DE MODELOS R3.
RECEPÇÃO. INT. NOITE.
Movimento intenso de pessoas no lugar. Há modelos
andando por toda parte, profissionais do ramo. Pedro e
Mariana chegam da rua, comendo pipoca, conversando.
MARIANA: - Essa dona da agência vem
mesmo? Já está noite e nem sinal dela aqui ainda.
PEDRO: - Não te preocupa que ela vem
sim. A Illana vive cheia de compromissos, mas se ela diz
que vem, é porque vem. E ela quer ver o quanto antes o
resultado das fotos, do seu teste.
MARIANA: - Tomara que ela goste, né?
PEDRO: - Você leva jeito, ela vai
gostar sim.
MARIANA: - Obrigada, Pedro! Você me
deixou super a vontade. Eu não tinha noção de que iria
ficar tão nervosa fazendo fotos de biquíni. (risos)
PEDRO: - Faz parte, mas depois
acostuma. Vai ver com o tempo.
Lisa chega e seu olhar cruza com o de Pedro.
Aproxima-se.
LISA: - Oi, boa noite! Illana já
chegou?
PEDRO: - Ainda não. Mas tá a caminho.
LISA: - Ufa. Pensei que estivesse me
atrasado. Ela mandou uma mensagem, pedindo pra falar
comigo mas não disse o que era, nem que horas. Acabei
perdendo a hora com a Carla no shopping e vim voando!
PEDRO: - Essa aqui é a Mariana. Se tudo
der certo, ela vai ser a nova contratada.
LISA: - Que ótimo! Vai dar certo sim!
Prazer, Mariana. Eu me chamo Lisa.
MARIANA: - Prazer, Lisa. Muito linda
você, viu?
LISA: - Ai, obrigada!
Elas se cumprimentam com beijos. Neste instante, Illana
(35 anos, pele morena, magra, cabelo preto e liso –
altura dos ombros -, fashion) entra no ambiente.
ILLANA: - Mas não tem um dia que isso
aqui não esteja calmo, sem esse alvoroço.
PEDRO (se aproxima): - Em dia de
abertura do casting é assim. Achei que já estivesse
acostumada.
ILLANA: - Eu estou acostumada,
acostumadíssima. Mas talvez aí esteja o problema. A
gente não pode se acomodar com nada na vida, meu
querido. (percebe Mariana) É ela?
PEDRO: - Sim.
Illana se aproxima, Pedro a acompanha. Lisa e Mariana
recebem Illana.
ILLANA: - Lisa, bom que veio.
LISA: - Vim o mais rápido que eu pude.
ILLANA: - Ótimo. Já converso com você.
Antes, eu quero falar com você, Mariana.
MARIANA: - E você já sabe o meu nome!
ILLANA: - Eu sei tudo o que acontece
aqui, querida. Quem entra, quem sai, quem faz fotos,
vídeos, até os nudes
nos provadores.
Eles riem.
ILLANA: - Eu sei que tem um material
impresso na minha mesa sobre o ensaio de vocês hoje. Mas
eu pedi para o fotógrafo mandar para o meu e-mail
também. Gostei muito.
MARIANA: - Sério?!
ILLANA: - Não, to brincando. (risos)
Claro que gostei, menina. Bem-vinda à R3. E se prepara.
Você me ganhou. Chegou com tudo. Logo logo tem campanha
boa pra você. Já vim pra cá pensando em várias
possibilidades.
Mariana se mostra feliz.
ILLANA: - Eu te ligo certinho pra você
vir aqui e acertarmos o contrato, as novas campanhas.
MARIANA: - Eu nem sei como agradecer,
Illana.
ILLANA (direta): - Não engorde, não
tenha filhos, nem fique de TPM porque a mulher incha. Se
você conseguir cumprir com essas dicas, já vai estar me
ajudando bastante, tá meu bem?
MARIANA: - Tá certo!
ILLANA (a Lisa): - E você, pra minha
sala. Temos negócios a tratar.
Illana sai, andando poderosa por entre as pessoas. Lisa
a segue.
PEDRO: - Ela gostou mesmo de você.
MARIANA: - Eu estou surpresa ainda!
Minha carreira de modelo começou com o pé direito!
PEDRO: - Bem-vinda então oficialmente!
Os dois se abraçam, contentes.
CORTA:
CENA 15. AGENCIA DE MODELOS R3. SALA
ILLANA. INT. NOITE.
Ela entra acompanhada por Lisa, que senta-se em uma das
poltronas do local. O ambiente tem decoração
sofisticada, com móveis de design moderno, quadros na
parede. Illana senta-se em sua mesa de vidro, cruza as
pernas, ficando há poucos centímetros de Lisa. A encara
por um instante. Tempo nelas se encarando.
ILLANA: - Pensou na minha proposta?
LISA: - Nada mudou na minha decisão,
Illana.
ILLANA: - Você tem certeza, Lisa? Eu
sei que você tá morando sozinha, num AP pequeno, se
apertando na grana para pagar tudo ali. A sorte é que a
tua imagem vende, você tem uma coisa diferente que
conquista. Pensa bem, isso pode ser um
up pra você. Pode te ajudar.
LISA (tensa): - Illana, desde que você
me chamou aqui para falar sobre isso, eu já tinha a
minha resposta. Eu sempre ouvi de amigos e conhecidos
que esse lance de book rosa é perigoso. E eu não quero
por a minha vida em risco por causa disso.
ILLANA: - Você sabe que eu jamais faria
isso com você, não sabe? A gente se conhece há um bom
tempo.
LISA: - Eu sei, mas ainda assim, minha
resposta é não. E se a gente puder parar de vez com esse
assunto, pra mim vai ser muito bom.
ILLANA: - Tudo bem.
Ela desce da mesa, caminha pela sala.
ILLANA (argumenta): - Eu vinha
pensando, dirigindo, vindo pra cá... Pensando em quantas
meninas bonitas, assim como você, aceitariam de imediato
essa proposta e começariam uma nova etapa na vida.
Conhecer gente bem sucedida, homens que podem bancar o
sonho de qualquer mulher/
LISA: - Nem todas tem esse tipo de
ambição. (gira na cadeira) Nem todas agiriam como você
agiu.
ILLANA: - Tem razão. Nem todas tem o
faro necessário. Isso você disse de forma certeira. Eu
tive. Ainda tenho. E olha onde estou, Lisa?! Uma
empresária bem sucedida, dona de uma das melhores
agências de modelo do país. E estou tentando te ajudar a
seguir o meu caminho. Mas eu respeito a sua posição. Não
vou insistir, não vou... Se você quiser, sabe que eu
tenho contatos. Mas como eu estava falando, eu vinha pra
cá pensando e, já calculando que você negaria/
LISA: - Eu sempre vou negar a
prostituição.
ILLANA: - Não vamos usar esses termos.
Pense que é uma troca de experiências. Bom, mas já que
você não quer, eu não vou te obrigar. E pensando nisso,
eu já fechei mais uma campanha para você. Campanha boa,
marca grande, grife pesada mesmo.
LISA (se empolga): - Sério, Illana?!
ILLANA (impaciente): - Mas vocês
tiraram o dia de hoje pra não acreditar em mim, hein? É
sério, parece que não me conhece.
LISA: - Ai, obrigada!
ILLANA: - Não é pra agora,
imediatamente. Ainda vamos decidir os moldes da
campanha, mas você já está praticamente certa como
garota-propaganda. Marca internacional, Lisa.
LISA: - Ai, meu sonho! Eu nem sei como
te agradecer!
ILLANA: - Eu não preciso repetir os
mesmos conselhos que eu dei para a mocinha lá fora, né?
Você trabalha comigo a bastante tempo, já sabe das
condições... E se for transar, camisinha.
LISA: - Pode deixar.
ILLANA: - Você continua pegando o
Pedro?
LISA (reprova): - Illana!
ILLANA: - Achei ele tão próximo da
Mariana. Apenas perguntei. Não precisa ficar assim,
espantada.
LISA: - Eu e o Pedro somos amigos e
nada mais.
ILLANA: - Sei. Pode ir, Lisa. Ah, tem
umas fotos ainda pra fazer, tá sabendo né?
LISA: - Sei sim, pode deixar. Não vou
decepcionar!
ILLANA: - Sei que não.
Lisa dá tchauzinho e sai da sala. Illana fica pensativa.
CENA 16. APTO MATHEUS. SALA. INT.
NOITE.
Matheus abre a porta do apto. ÂNGULO
ALTO de Roberta, do lado de fora.
ROBERTA: - Pra que tanta agitação no
telefone?! Eu vim o mais rápido que eu pude!
MATHEUS (puxa Roberta): - Ai entra,
amiga! (eufórico) Roberta! Eu tenho uma coisa pra te
falar! Eu não caibo em mim de tanta ansiedade!
ROBERTA: - Ai, fala logo biba! Tá me
deixando curiosa!
MATHEUS: - Eu conheci um cara lindo no
bate-papo hoje!
ROBERTA: - Como é que é?
MATHEUS: - Isso mesmo! Eu conheci um
cara lindo no bate-papo! Ai Roberta, ele é tudo de bom!
Você não tem noção!
ROBERTA: - Pelo visto quem não tem
noção aqui é você, né Matheus! De onde é esse cara, o
que ele faz da vida, como ele é? Você sabe que essas
coisas de internet tem que ter muito cuidado!
MATHEUS: - Ah, ele tem 25 anos, mora na
Barra da Tijuca, trabalha numa multinacional, tem olhos
verdes, cabelos castanhos e o corpo todo malhado.
Caindo no sofá, suspira.
ROBERTA (irônica): - Nossa, o homem
perfeito, né?
MATHEUS (tom): - Ih, tá falando assim
porque tá com inveja! Só porque eu estou encontrando
minha alma gêmea e você está encalhada aí.
ROBERTA: - Ei, espera aí! Eu não estou
encalhada não. Só estou dando um tempo. E outra, só
estou falando isso pra você se ligar, ir com calma...
Alma gêmea, fala sério!
MATHEUS: - Nós marcamos um encontro no
shopping amanhã.
ROBERTA: - Menos mal. No shopping já
tem mais movimento. Mas fala aí, qual o nome dele?
MATHEUS (pensa): - Ai, sabe que não
sei!
ROBERTA: - Como você não sabe, Matheus?
Não perguntou?
MATHEUS: - Não. Ele me tratou tão bem,
me disse coisas tão bonitas, que eu acabei nem
perguntando o nome. Mas ele disse que vai estar com uma
camisa branca e calça jeans, óculos escuro e/
ROBERTA: - Só espero que você não se
decepcione!
MATHEUS: - Eu não vou me decepcionar. É
ele, o Moreno 25 anos, o meu par!
Roberta senta-se no sofá, incrédula, vendo Matheus
suspirar por sua paquera.
CENA 17. CASA ELIANE.EXT. NOITE.
CAM abre mostrando a fachada da casa
onde Tito está sentado na escada da área que dá acesso a
porta. Bia vai passando na rua.
BIA: - Oi Tito!
TITO: - Oi Bia! Chegando do serviço?
BIA: - Hoje tive aula o dia inteiro,
mas metade era sobre o serviço lá da agência. Meio que
um curso, sabe?
TITO: - Sei. Você está gostando mesmo
né?
BIA: - Estou adorando! Fazendo o que eu
gosto. E você, como está?
TITO: - Tô bem.
BIA: - Tito, por que você não procura
um cursinho? Você era o mais inteligente da turma na
escola. Tenho certeza que vai se dar muito bem.
TITO: - Não tenho dinheiro. Situação
não está muito boa aqui em casa não. Eu estou é
procurando um serviço, pra ajudar com as despesas. E se
der, pagar um curso pra mim. Eu penso muito nisso.
BIA: - Sabe que, falando assim, você me
deu uma ideia.
TITO: - Como assim?
BIA: - Meu pai tem um amigo, que é
gerente numa empresa de comunicação visual. Outro dia eu
ouvi ele falando com meu pai que estava precisando de
gente pra trabalhar. Eu vou pedir pro meu pai falar com
ele pra ver se não consegue encaixar você na vaga.
TITO: - É sério? Você faria isso pra
mim?
BIA: - Claro! E comunicação visual tem
tudo a ver com você. Ou esqueceu que todo mundo na
classe adorava seus desenhos?
TITO: - Nem sei como agradecer você,
Bia.
BIA: - Me deve uma balada. Pode ser?
TITO: - Combinado.
BIA: - Bom, eu vou indo pra casa,
porque estou morta de fome. Beijo! (saindo)
TITO: - Boa noite!
Bia sai. Tito fica a observá-la, encantado.
CENA 18. APTO FERNANDA E PAULA. SALA.
INT. NOITE.
Fernanda chega da rua. Paula surge e imediatamente vai
de encontro a Fernanda. Se abraçam fortemente,
emocionadas.
FERNANDA: - Não liga pra nada o que
você ouviu! Pra nada!
PAULA: - Eu nunca me senti tão mal,
Nanda.
FERNANDA: - Meu pai fez uma burrada
enorme! Ele não sabe nada do que eu sinto por você, do
meu amor, do nosso amor!
Fernanda segura o rosto de Paula. PLANO DETALHE dos
rostos bem próximos, se olham profundamente.
FERNANDA: - Escuta bem o que eu vou te
dizer: nada, ninguém vai nos separar, entendeu? Ninguém.
Paula assente com a cabeça. As duas se abraçam,
confortando uma a outra.
CENA 19.CASA ARTHUR E NORMA. SALA.
INT. NOITE
Arthur serve dois copos de whisky na mesinha de centro.
Pega um copo para si e o outro oferece para Gabriel,
sentado no sofá.
GABRIEL: - Você fez isso mesmo, Arthur?
ARTHUR (sentando na poltrona): - Fiz
Gabriel, eu fiz. Eu perdi a cabeça quando vi a chamada
daquela pervertida no celular da Nanda. Quando eu ouvi a
voz dela então, eu explodi.
GABRIEL: - Sabe que fez a coisa mais
errada, não sabe? A Nanda não vai se aproximar tão cedo.
ARTHUR: - Eu sei disso, coloquei tudo a
perder. Mas foi por isso também que eu chamei você aqui.
Daqui a alguns dias é o meu aniversário. Com certeza a
Norma vai ligar pra Nanda, fazer a cabeça dela pra ela
vir. Pra não fazer a desfeita, ela vem, sozinha, e aí
vocês terão todo tempo do mundo pra se acertar.
GABRIEL: - Desculpa, Arthur, mas não é
tão simples assim. A Nanda tem personalidade forte, é
firme em suas decisões. Dificilmente ela vai ceder.
ARTHUR: - Então você não confia no seu
taco, garoto?
GABRIEL: - Confio! Claro que confio.
ARTHUR: - Eu também confio, Gabriel. E
eu sei que, com toda sua experiência galanteadora, você
vai conseguir ter a minha nos seus braços. Pode
acreditar.
Arthur se mostra confiante em sua estratégia. Gabriel
nem tanto, bebe um gole do wisky.
CENA 20. DANCETERIA JOCKER. INT.
NOITE.
Diogo e Rick vão desligando as luzes do lugar.
RICK: - Amanhã, casa cheia novamente.
DIOGO: - Se Deus quiser!
RICK: - Ele quer, meu amigo! Ele quer!
Rick se afasta. Diogo caminha para o balcão, vira-se
para a pista, pensativo.
FLASHBACK,
Cena 02 – Capítulo 02
CAM vai buscar Fernanda
que entra na danceteria e se impressiona com o local,
bonito e badalado. PLANO
GERAL. Ela e Diogo, que
carrega um drink em uma das mãos, caminham na mesma
direção, entre as pessoas, se esbarram.
DIOGO: - Opa!
FERNANDA: - Desculpa, desculpa! É que está bem cheio
aqui né.
DIOGO: - Tudo bem, eu sei que foi sem querer.
FERNANDA: - Por sorte não virou a bebida na sua
roupa.
DIOGO: - É verdade, mas se tivesse virado, também
não teria problemas.
FERNANDA: - Claro que teria, imagina! Você ia ficar
com a camisa toda molhada no meio da festa! Tudo por um
descuido meu.
Ele toca o braço dela.
DIOGO: - Tudo bem, tá tranquilo.
Os dois trocam olhares intensos.
DIOGO: - Hoje a noite é de boas energias, animação.
Nada atrapalharia. Pode ficar tranquila. Curte a festa!
Fernanda sorri, graciosa. Diogo também sorri.
FIM DO FLASHBACK,
RICK: - Ei! Diogo!
DIOGO (desperta): - Oi, Rick. Fala.
RICK: - Caraca, estava com a cabeça
aonde, cara?
DIOGO: - Lembrei de um lance que rolou
na inauguração. Sei lá, coisa minha.
RICK: - Ih, cheio dos mistérios. Vamos
nessa, cara. Já fechei tudo lá dentro.
DIOGO: - Vamos.
Diogo e Rick vão saindo. CAM foca no balcão da
danceteria, quando a luz se apaga totalmente.
CENA 21. APTO FERNANDA E PAULA. SALA.
INT. NOITE.
Fernanda e Paula jantam na mesinha redonda.
PAULA: - Gostou do macarrão?
FERNANDA: - Adorei! Está muito bom!
PAULA: - Fiz do jeito que você gosta,
com molho ao quatro queijos!
FERNANDA (lembra-se): - Ah, Paula! Eu
tenho uma novidade incrível pra te contar.
PAULA: - É mesmo? Do escritório?
FERNANDA: - Isso.
Fernanda faz mistério. Paula fica curiosa.
PAULA: - Fala Nanda, não me deixa
assim, curiosa!
FERNANDA: - Depois de amanhã, o Walter
vai dar uma festa no Clube ABC para todo o pessoal do
escritório. Pra comemorar um projeto que a gente fez pra
uma empresa.
PAULA: - É, que legal.
FERNANDA: - E ele disse que pode levar
acompanhante.
PAULA: - É mesmo?
FERNANDA: - Sim. E você vai comigo.
PAULA (na dúvida): - Ai Nanda, tem
certeza?
FERNANDA: - Claro. Eu quero você do meu
lado nessa festa.
PAULA (insegura): - Mas seus colegas,
seu chefe/
FERNANDA: - Paula, você é a minha
convidada, a minha namorada. E vai sim. Todo mundo tem
namorado, noiva, esposa. Eu tenho você. E você vai
comigo, pronto.
Fernanda continua o jantar. Paula fica pensativa.
CENA 22. CASA CARLA. QUARTO. INT.
NOITE.
Carla acessa o site da Jocker, olha o álbum de fotos da
festa de inauguração. Ela vai passando as fotos, um
tanto entediada, quando começam a surgir fotos suas e
dos amigos no camarote. Ela se anima.
CARLA (pensa alto): - Ficaram lindas!
Gente, esse fotógrafo é bom mesmo!
Carla segue passando as fotos. POV dela passando foto a
foto, quando aparece uma de Diogo conversando com
Fernanda. Carla pausa.
CARLA (desconfiada): - Essa daí...
Carla passa para a próxima foto, que mostra Diogo
tocando o braço de Fernanda e os dois sorrindo um para o
outro. Carla fica a encarar a foto, um tanto atônita com
a imagem. CAM foca na foto, na expressão feliz de Diogo
e Fernanda trocando olhares. CLOSE em Carla, semblante
frio.
CARLA: To sentindo que essa garota vai
me dá problemas. |
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