ESCOLHAS DA VIDA - CAPÍTULO 06 - WebTV - Compartilhar leitura está em nosso DNA

O que Procura?

HOT 3!

ESCOLHAS DA VIDA - CAPÍTULO 06

Compartilhe:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1tvl5lmBLqRpxYwi086zg7adogKlDkbnppKaYag0-mhAuUI96hYCNsszIM73aBk4a5Ffz7Aqodm5u5eqk4zN7cydvX7AZGxJlfP1x6XH3csJgAvwvE0TPPvfsI67_ZKOsAkp5lmQ8cKU/s1600/escolhasdavida.jpg

CAPÍTULO 06
 
     

NOS CAPÍTULOS ANTERIORES DE ESCOLHAS DA VIDA:

     
 

CENA. ESTÚDIO FOTÓGRAFO. SALA EDU. INT. DIA.

MUSIC FADE.

Edu mostra as fotos de Lisa no computador, para ela e Carla.

CARLA: - Lisa, ficaram lindas as fotos!

LISA: - Você achou mesmo, Carla?

CARLA: - Claro, estão ótimas!

EDU: - Você tem um perfil fotogênico muito bom, Lisa. E isso é importantíssimo para uma modelo.

LISA: - Ai gente, obrigada! Eu fico tão feliz em saber que estou fazendo bem aquilo que eu gosto.

CARLA: - Olha essa foto aqui! Ficou linda!

EDU: - Eu gostei dessa aqui.

Os três seguem vendo as fotos.

CORTA:

CENA. SHOPPING CENTER. INT. DIA.

Carla e Lisa caminham pelo shopping meio às outras pessoas.

LISA: - Obrigada mesmo Carla, por me acompanhar hoje na sessão de fotos.

CARLA: - Não precisa agradecer não, querida. Você sabe que eu fui com você porque depois eu queria que você viesse comigo aqui pro shopping. Odeio fazer compras sozinha! (risos)

As duas olham umas vitrines.

CORTA:

CENA. SHOPPING CENTER. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. INT. DIA.

Lisa e Carla conversam numa mesa.

LISA: - Sei sim. E aí, você tinha comentado que conversou com o Diogo.

CARLA: - Você acredita que ele disse que quer mais tempo?

LISA: - Como assim?

CARLA: - Disse que quer mais tempo pra gente se curtir antes de casar.

LISA: - Ah, mas eu acho isso normal, Carla.

CARLA: - Normal?! Isso não é normal! Ele quer é voar as tranças por aí, badalar. O Diogo sabe que depois que tiver com a aliança na mão, não vai ser tão livre assim, casamento é compromisso. Mas ele que me aguarde.

LISA: - O que você está pensando em fazer?

CARLA: - Ele disse que acha que estamos indo rápido demais com a história de casamento. Pode até ser, mas tem uma coisa, da qual ele não vai conseguir escapar. E que nesses casos, o casamento é o melhor remédio.

LISA (tom): - Ih... Quando você começa com esses planos.

CARLA: - Eu não estou com plano nenhum.

LISA: - Tá sim que eu sei. Pode ir falando. Mais cedo ou mais tarde eu vou ficar sabendo mesmo. Fala aí, o que você está pensando?

CARLA: - Eu vou engravidar do Diogo.

Em Lisa, impactada com a notícia. CLOSE final em Carla, convicta da decisão.

 
     

 

     

     

 

     
 

CENA 01. SHOPPING CENTER. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. INT. DIA.

Continuação do capítulo anterior. Lisa se choca ao saber do plano de Carla.

LISA: - Você ficou louca?! Um filho, Carla?!

CARLA(convicta): - É, um filho.

LISA: - Mas foi-se o tempo em que filho segurava homem, amiga.

CARLA: - Não segura homem cafajeste, sem caráter. Felizmente sabemos que o Diogo não é desses e o conhecendo bem, assim que eu engravidar, ele vai ceder. E eu vou finalmente usufruir de tudo o que a família dele tem.

LISA: - Como assim? ‘Deixa eu’ ver se entendi. Então você vai engravidar por dinheiro, é isso, Carla?

CARLA: - Não, não é só isso. ‘Me expressei’ mal. Eu amo o Diogo. Mas eu não posso negar que casando com ele estarei dando uma guinada na minha vida. E eu tenho certeza que um filho vai unir a gente ainda mais. Talvez ele até pare com essas incertezas que tem quanto ao nosso relacionamento, porque eu, minha querida, não tenho dúvida nenhuma do que sinto pelo meu homem.

Carla se mostra esperançosa, confiante. Lisa um pouco surpresa.

CENA 02. IPANEMA. RUA. EXT. DIA.

Matheus e Roberta caminham pela rua. Roberta dando gargalhadas.

ROBERTA (comenta): - Eu só imagino a cena, Matheus! Você correndo de cuequinha pelo motel, fugindo do gatão masoquista! (gargalhada)

MATHEUS: - Você ri porque não foi com você. Foi trash o negócio, viu? Espero nunca mais passar por uma coisa dessas. Imagina eu, com a pele toda marcada das chicotadas?!

ROBERTA: - Eu te avisei!. Ei, olha lá a Nanda... (chama) Nanda!

Fernanda, que passava do outro lado da rua, atravessa para encontrar os amigos.

MATHEUS: - E aí, menina! Como está?

FERNANDA: - Tudo bem e vocês?

ROBERTA: - Tudo legal. Fazendo o que por aqui?

FERNANDA: - Comprei um vestido lindo pra Paula. Hoje à noite tenho uma festa do escritório e ela vai comigo.

MATHEUS: - Ai que legal!

ROBERTA: - A Paula de vestido? Pagaria qualquer coisa pra ver essa cena!

FERNANDA: - Ela nem sabe que eu comprei. Vai ser surpresa.

MATHEUS: - Você tem um gosto incrível pra se vestir, Nanda. Deve ter escolhido um vestido babadeiro pra Paula. (indireta) Ao contrário de umas e outras, que se pudesse, saía nua pela rua!

ROBERTA: - Isso é comigo, Matheus?

MATHEUS (ironiza): - Não!... Quem aqui veste shorts curtíssimos, blusas mega decotadas e jeans tão justos que mais parecem segunda pele?

ROBERTA: - Não tenho culpa se é disso que eles gostam!

Fernanda ri.

ROBERTA: - Ai Nanda, aproveita que está aqui com a gente. Vamos ali em casa fazer um lanche.

FERNANDA: - Não posso gente, tenho que dar mais umas voltas ainda.

MATHEUS: - Mas vamos marcar alguma coisa qualquer dia desses hein.

FERNANDA: - Vamos sim. Já estou com saudades de vocês. Agora vou indo lá, beijos!

Fernanda se despede de Matheus e Roberta, que também continuam seu passeio.

CENA 03. SUPERMERCADO COMPRE AKI. EXT. DIA.

Paula está saindo do mercado quando encontra Tito.

PAULA (surpresa): - Tito!

Os dois se abraçam.

PAULA: - Como você está?

TITO: - Estou bem.

PAULA: - Aconteceu alguma coisa?

TITO: - Não, não.

PAULA: - Então o que está fazendo aqui?

TITO: - Eu passei aqui pra ver você. Não posso? (riso)

PAULA: - Claro que pode!... Quando quiser!

TITO: - Na verdade, eu vim aqui porque eu queria conversar. Não é nada lá de casa não. É sobre mim mesmo.

PAULA: - Claro. Mas eu não posso demorar muito não, só tenho dez minutos de intervalo. Vamos ali no barzinho da esquina.

Os dois saem abraçados.

CORTA:

CENA 04. BARZINHO. EXT. DIA.

Tito e Paula estão sentados numa mesa na calçada, dois copos com suco de manga por ali.

PAULA: - E então?

TITO: - Eu acho que estou gostando de uma pessoa.

PAULA: - Tito! Que legal!

TITO: - É, é bom... Mas essa pessoa não sabe que eu gosto dela. E eu não sei como falar isso pra ela, entende?

PAULA: - Entendo. Você quer uma ajuda pra se declarar, é isso?

TITO (tímido) - Acho que sim...

PAULA (reflete): - Ah, como posso te ajudar. Pra essas coisas não tem receita, regras, nem nada. O jeito é você chegar pra pessoa e dizer o que você está sentindo.

TITO: - O problema é que essa pessoa é muito minha amiga, sabe? Tenho medo de estragar a amizade que a gente tem por causa desse meu sentimento bobo.

PAULA: - Ei, ninguém tem sentimento bobo não viu. Amor é amor e é lindo, meu irmão!... Se vocês são amigos mesmo, não vai ser o seu amor por ela que vai terminar com a amizade de vocês. Se ela não gostar de você como você gosta dela, ela vai entender o seu sentimento e vocês vão chegar numa solução pra isso juntos.

Tito fica pensativo.

PAULA: - É confuso, não é?

TITO: - Muito. Eu nunca senti isso antes.

PAULA: - É bem assim, Tito. O amor chega quando a gente menos espera e causa uma reviravolta em nossa cabeça. Mas você vai conseguir lidar com isso sim. É um rapaz legal, bonito. Eu duvido que essa pessoa não goste de você também!

Ele ri, satisfeito. Ela tira dinheiro da carteira e coloca na mesa.

PAULA: - Agora eu preciso ir. Espero ter te ajudado.

TITO: - Valeu mesmo. Foi bom pra mim também ter falado sobre isso com alguém.

PAULA: - Sempre que precisar, eu estarei aqui.

Paula abraça Tito.

PAULA: - Fica com Deus. Se cuida. (saindo)

Tito fica pensativo.

CENA 05. AGÊNCIA R3. ESTÚDIO. INT. DIA.

Pedro, Mariana e Alex conversam sentados em alguns puffs espalhados no estúdio fotográfico. Pedro trajando terno completo, para sessão de fotos.

MARIANA: - Então, Alex, você não é do Rio de Janeiro?

ALEX: - São João da Barra.

PEDRO: - Litoral é?

ALEX: - Aham, mais pro norte do Estado. Primeira vez que venho pro Rio de Janeiro. E logo de cara, já conheço Illana, a agência, vocês.

MARIANA: - Nossa, então tem muita coisa aqui do Rio pra você conhecer. Aqui é realmente uma cidade maravilhosa.

ALEX: - Confesso que eu vi pouca coisa, mas gostei. Tem um clima diferente.

PEDRO: - Tem clima para todos os gostos. Lugares para todos os tipos de pessoa. Você vai se achar em alguma coisa, em algum lugar e até em alguém, porque no Rio o mundo inteiro se encontra.

ALEX: - Me achar em alguém... Acho que já achei.

Alex troca olhares com Mariana, que sorri, disfarça. Pedro saca o clima.

PEDRO (levanta-se): - To vendo que estou sobrando aqui.

MARIANA: - Ih, tá nada, Pedro. Aqui é todo mundo amigo.

PEDRO: - Os olhares do seu amigo aí não tem nada de amigáveis... (risos)

Alex sorri. Mariana corresponde. O fotógrafo, um homem forte e com roupas despojadas, chega no estúdio, Alex e Mariana levantam-se e seguem para a porta.

MARIANA: - Bom ensaio, Pedro!

PEDRO: - Valeu!

Pedro conversa com o fotógrafo para acertar as fotos. Alex e Mariana vão saindo. Ele segura sua mão. CAM os segue por trás.

MUSIC ON: (“My Boo” – Usher feat Alicia Keys)

MARIANA: - O que foi?

Eles param, frente a frente. Alex surpreende Mariana e lhe rouba um beijo. TEMPO e se afastam.

MARIANA: - Louco! (risos)

ALEX: - Estou sim, louco por você. O que a gente vai fazer agora?

MARIANA: - Você tem mais alguma coisa pra fazer aqui na R3?

ALEX: - Não.

MARIANA: - Então vem comigo, que eu vou te apresentar um pouco do Rio.

Mariana pega Alex pela mão e sai com ele do estúdio.

MUSIC OFF.

CENA 06. SUPERMERCADO. INT. DIA.

Regina caminha por entre os corredores de um supermercado de grande porte, quando enxerga uma cliente (negra, cerca de 35 anos, magra, cabelos crespos black) examinando algumas frutas. Regina caminha devagar, disfarçando, mas sempre cuidando a moça, que segura uma laranja, examina, coloca de volta ao monte. Em seguida, pega maçãs, examina, escolhe algumas e, outras, coloca de volta ao monte.

A moça se afasta. Regina se aproxima do monte de laranjas e pega a fruta que a outra cliente deixou. Em seguida, faz o mesmo com as maçãs. Regina coloca dentro de um saco e joga no latão do lixo, com cara de nojo. Um funcionário do mercado (18 anos, magro, pele clara, cabelo escuro, curto) se aproxima.

FUNCIONÁRIO: - Algum problema, senhora?

REGINA: - Nada não. As frutas estavam podres. Eu apenas joguei fora.

O funcionário não entende. Regina se afasta e comenta enquanto caminha.

REGINA (pensa alto): - Quem ela pensa que é pra ficar escolhendo fruta no mercado? Sabe-se lá onde estava com aquela mão. Como se essa gente pudesse escolher alguma coisa na vida!

Regina segue fazendo suas compras.

CENA 07. SHOPPING. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. INT. DIA.

Carla e Lisa saem da mesa e seguem caminhando.

LISA: - Eu ainda acho loucura, Carla. Filho é coisa séria.

CARLA: - Ficar com o Diogo é a coisa mais séria desse mundo pra mim. E eu tenho certeza que ele não vai pensar em me deixar, estando grávida.

LISA: - Mas o Diogo te ama! Você tem dúvidas disso ainda?

CARLA: - Sinceramente? Tenho, Lisa. E sabe o que mais? Ontem olhando as fotos da inauguração da danceteria, eu vi uma foto que me deixou bem grilada.

LISA: - O que foi?

CARLA: - O Diogo, conversando bem próximo, com uma outra mulher.

LISA: - Como assim?!

CARLA: - Eu lembro que eu estava atrás dele para levá-lo pro camarote, quando flagrei ele e essa outra sonsa, bem próximos.

LISA (curiosa): - E aí?

CARLA: - Ele me disse que não era demais. Mas ontem, olhando as fotos, eu senti que tem alguma coisa aí.

LISA: - Imagina Carla que o Diogo iria fazer alguma coisa lá dentro da Jocker. E ele não é canalha a esse ponto.

CARLA (confusa): - É, eu sei. Quer dizer, não sei. Ah nunca se sabe né! Diogo pode ser um lorde, mas é homem e se aparece uma ‘piriguete’ se oferecendo, nunca se sabe!

LISA: - E você sabe ao menos quem é a moça?

CARLA: - Não sei, mas vou descobrir. E já vou dar um jeito de tirar do meu caminho. Ela e qualquer outra que ousar atrapalhar os meus planos. O Diogo é meu, Lisa. Só meu.

As duas seguem caminhando pelo shopping.

CENA 08. MUSEU DO AMANHÃ. EXT.DIA.

MUSIC ON: (“My Boo” – Usher feat Alicia Keys)

PLANO GERAL do Museu do Amanhã e toda sua beleza. Pessoas caminham pelo espaço, tirando fotos, conversando, curtindo o entardecer do Rio. CAM vai buscar Alex e Mariana entre os passantes, em clima de romance. Os dois trocam beijos carinhosos.

MARIANA: - Esse lugar é incrível, não é?

ALEX: - É muito lindo! E com você aqui, fica melhor ainda.

Os dois se beijam.

ALEX: - A gente estava vindo pra cá e eu estava pensando que, você foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, desde a minha chegada aqui.

MARIANA: - Sério? Nossa, eu nem sei o que dizer, Alex. A gente mal se conhece, mas admito que surgiu uma química, algo que eu não sei explicar direito. Eu estou gostando de ficar com você, da sua companhia. Do seu beijo.

ALEX: - Eu te digo o mesmo, Mari. Eu quero passar muito, mas muito tempo com você. Está sendo especial demais pra mim. De verdade.

Os dois se beijam, apaixonados, em meio as pessoas, que circulam pelo Museu.

CENA 09. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.

MUSIC CONTINUED.

TAKES rápidos do Rio de Janeiro já noite.

CENA 10. APTO FERNANDA E PAULA. QUARTO. INT. NOITE.

MUSIC OFF.

Fernanda mostra o vestido para Paula, que hesita em colocar a roupa.

PAULA: - Vestido, Nanda?!

FERNANDA: - O que é que tem, Paula?

PAULA: - Você sabe que eu não fico bem de vestido, é desconfortável.

FERNANDA: - Você fica linda de vestido, Paula! Deixa de ser boba.

Paula pega o vestido, fica olhando a peça.

FERNANDA: - Quando nós nos conhecemos, você estava de vestido, lembra?

PAULA: - Como é que eu poderia esquecer. Foi o dia mais incrível da minha vida.

FERNANDA: - Então! E você estava linda! Por favor, Paula, por mim? Eu comprei com tanto carinho pra você.

Ela pensa um pouco.

PAULA: - Tudo bem, eu coloco.

FERNANDA (comemora): - Ai, é por isso que eu amo você! Vai lá, coloca! Vai ficar linda!

PAULA: - Mas se eu não gostar, eu vou com outra roupa, ok?

FERNANDA: - Impossível. Você vai amar esse vestido.

Paula vai para o banheiro. Fernanda fica contente.

CENA 11. CLUBE ABC. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.

PANORÂMICA do salão muito bem decorado. Festa em andamento. Os funcionários do escritório se divertem dançando na pista, outros nas mesas, conversando com seus companheiros, amigos. Garçons transitam com bandejas. Walter conversa com Brian.

BRIAN: - E sua indicada, não vem?

WALTER: - Já deve estar chegando. Tenho certeza que você vai gostar dela, Brian. É uma profissional brilhante, além de uma moça linda.

Num outro ponto do salão, Laisla se aproxima de Danilo.

LAISLA: - Você veio sozinho, Danilo?

DANILO: - Vim sim.

LAISLA: - Pensei que você tivesse namorada.

DANILO: - Mas eu tenho. Acontece que eu sigo aquele ditado que diz, nunca se leva sanduíche para o banquete.

LAISLA: - Nossa, que profundo esse ditado, hein?

DANILO (olhando para a porta): - Olha lá, não é a Fernanda?

LAISLA (vira-se): - É ela mesma.

DANILO: - Eu estou vendo algo errado ou ela está de mãos dadas com aquela moça?

CAM vai buscar Fernanda que chega à porta do salão, de mãos dadas com Paula, que está linda no vestido. As duas chamam a atenção pela cena. Fernanda e Paula se aproximam de Walter e Brian.

FERNANDA: - Boa noite, Walter. Essa aqui é a minha namorada, Paula.

Na surpresa dos dois. Fernanda se mostra firme ao apresentar Paula como sua namorada. Os convidados na festa ficam olhando as duas. Pequenos comentários começam a surgir. Walter e Brian as cumprimentam.

WALTER: - Boa noite, Fernanda. Prazer, Paula.

PAULA: - O prazer é meu.

WALTER: - Fernanda, esse aqui é o Brian, o gerente daquela construtora inglesa, lembra?

FERNANDA: - Lembro sim, claro. Ele fala português?

WALTER: - Fala sim.

FERNANDA: - Prazer, Brian.

BRIAN: - Prazer, Fernanda.

FERNANDA: - A decoração está linda, Walter. Parabéns.

WALTER: - Obrigado. Bem, fiquem à vontade. Fernanda, depois conversamos.

FERNANDA: - Claro. Vamos Paula?

PAULA: - Aham.

Fernanda e Paula se afastam. Brian e Walter comentam.

WALTER: - Namorada?

BRIAN: - Estou chocado, Walter. Você não me disse que ela era gay.

WALTER: - Mas eu também não sabia disso! Estou tão surpreso quanto você.

Fernanda e Paula se aproximam de Laisla e Danilo.

FERNANDA: - Boa noite pessoal!

LAISLA: - Boa noite, Nanda.

DANILO: - Oi Nanda, tudo bom?

FERNANDA: - Tudo bem. Deixa eu apresentar pra vocês. Essa aqui é a minha namorada, Paula.

Paula fica um pouco sem jeito. Abre um sorriso amarelo.

DANILO: - Prazer Paula, Danilo.

PAULA: - Prazer.

Laisla apenas sorri.

DANILO: - Eu vou lá pegar uma bebida.

LAISLA: - Ah, a Regina chegou. Vou lá falar com ela. Já volto.

Laisla e Danilo se afastam. Paula e Fernanda sentam-se à mesa.

PAULA: - Acho que eles não simpatizaram muito comigo.

FERNANDA: - Bobagem. A Laisla é super minha amiga.

PAULA: - Mas você já tinha dito pra ela que namorava uma outra mulher?

FERNANDA: - Não. Mas isso não vai abalar nossa amizade.

Em Paula, que não está a vontade.

CENA 12. CASA ELIANE. QUARTO TITO. INT. NOITE.

Tito está debruçado em sua janela, olhando para rua, quando vê um carro estacionando em frente a casa de Bia. Ele fica atento. O carro buzina. Pouco tempo depois, Bia sai de casa, toda arrumada, bem vestida. Ela entra no carro. Parece animada. Tito se esforça para ver quem está no volante, percebe que é um homem, CAM não detalha.

TITO: - Quem é esse cara?!

O carro dá a partida e sai. Em Tito, intrigado.

CENA 13. DANCETERIA JOCKER. INT. NOITE.

Gabriel e Bia entram na danceteria, que está com bom movimento. Gabriel avista Rick, que vem cumprimentá-lo.

RICK: - Fala Gabriel! Tranqüilo?

GABRIEL: - Tudo ótimo, Rick. Essa aqui é a minha amiga, Bia.

RICK: - Como vai Bia? Espero que goste do ambiente.

BIA: - Eu já estou adorando. Nunca vi algo tão legal.

RICK (se gaba): - Padrão internacional, menina. Bem, tem um camarote pra vocês reservado.

BIA (cochicha para Gabriel): - Você reservou camarote? Mas não é caro não?

GABRIEL: - Relaxa. Não se preocupa com dinheiro, apenas em curtir a noite. (a Rick) Nós vamos lá sim. Obrigado.

RICK: - Fiquem a vontade e curtam a noite!

Gabriel leva Bia para área dos camarotes.

CENA 14. CLUBE ABC. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.

Fernanda e Paula conversam, sentadas à mesa. Paula agora está um pouco mais animada. Num outro ponto do salão, Laisla se aproxima de Danilo.

LAISLA: - Não acha que tá bebendo demais não?

DANILO: - Não acha que está se metendo demais na minha vida não? Eu to na boa, pode deixar.

LAISLA: - Sei.

Ela olha para a mesa de Fernanda e Paula. Danilo percebe.

DANILO: - Você sabia?

LAISLA: - Do que, da Nanda? Não. Ela nunca me disse nada.

DANILO: - Com essa agora, perdi as esperanças.

LAISLA: - Tava afim da Nanda, é?

DANILO: - Mais ou menos. Ela é bonita, tem ‘corpaço’. Pensei que tivesse chance.

LAISLA: - Aff. Homem é tudo igual mesmo.

DANILO: - Ela nunca deu em cima de você?

LAISLA: - Claro que não! Pelo menos eu nunca percebi alguma coisa. E mesmo se tivesse dado, eu teria cortado na hora. Não sou dessas coisas não.

CORTA PARA a mesa de Paula e Fernanda. Paula percebe que Brian e Walter conversam, mas sempre olhando para elas.

PAULA: - O seu chefe e o amigo dele não param de olhar pra gente.

FERNANDA: - É?

PAULA: - Você sabe de alguma coisa que eles possam estar falando?

FERNANDA: - Esse amigo do Walter veio lá da Inglaterra. É dono de uma construtora lá e o Walter me indicou para uma vaga lá nessa empresa.

PAULA: - É sério?! Nanda, isso é uma oportunidade ótima! Por que você não me disse antes?

FERNANDA: - Eu queria fazer uma surpresa. E o bom é que você vem comigo, Paula. Eles tem moradia, tudo lá!

PAULA: - Parece loucura. Não consigo acreditar!

FERNANDA: - O Walter disse que traria esse amigo na festa, pra gente se conhecer.

PAULA: - Tomara que dê tudo certo!

No outro ponto do salão, Walter conversa com Brian.

BRIAN: - Eu sei que você é um gestor moderno, que aceita as mais diversas culturas, crenças e opiniões, Walter. Mas, eu não consigo conviver num ambiente de trabalho desse tipo.

WALTER: - Brian, o que os meus funcionários fazem de suas vidas pessoais não me interessa. Vai me interessar a partir do momento que afetar o rendimento deles, o comprometimento deles no trabalho.

BRIAN: - Mas a mim interessa. Nossa cultura organizacional é de certo fundamentalista. Na minha empresa não há ninguém com esse tipo de conduta.

WALTER: - Homossexual?

BRIAN: - Sim.

WALTER: - Mas isso não quer dizer nada. A Nanda é uma excelente profissional, extremamente competente e acima de tudo, talentosa. Vou chama-la aqui para que possam conversar e aí você tira suas próprias conclusões.

BRIAN: - Não precisa chamar ela não.

WALTER: - Sim, eu vou chamar pra vocês conversarem.

BRIAN: - Eu não quero conversar com a funcionária em questão, Walter. Acredito que você tenha grandes talentos em seu quadro e certamente poderá me indicar outra pessoa.

WALTER (chocado): - Brian, não posso crer nessa sua atitude.

BRIAN: - Desculpe, meu amigo, mas eu não posso admitir no meu ambiente de trabalho, alguém com pudores tão fragilizados como essa sua funcionária.

WALTER: - A Fernanda é uma ótima pessoa. E a orientação sexual dela nunca interferiu em nada. E se alguma vez interferiu, foi pra melhorar, com certeza. Ela é a melhor funcionária que eu tenho no escritório. Melhor até que muito arquiteto formado.

BRIAN: - Pode ser. Mas eu não a quero no meu grupo de trabalho. Se você tiver outro funcionário para indicar, eu agradeceria. Afinal, a nossa parceria não será com uma mera troca de funcionários. Você vai receber por isso. E o valor não será pouco.

Em Walter, tentando digerir o discurso do outro.

CENA 15. DANCETERIA JOQUER. INT. NOITE.

MUSIC ON: (My Way – Calvin Harris)

Em CORTES DESCONTÍNUOS CAM mostra: pista de dança cheia, as pessoas dançando animadas, balcão do bar, os funcionários atendendo os clientes.

A música agora toca no ambiente. CAM vai buscar Rick observando o trabalho dos barman’s. Ele se aproxima do caixa, desconfiado, abre e pega uma quantia em dinheiro, sem ninguém perceber. Guarda o dinheiro no bolso e sai do balcão. Caminha por entre as pessoas, quando encontra Diogo.

RICK (disfarçando): - Diogo? Pensei que não viesse hoje!

DIOGO: - Eu também. Me deu uma dor de cabeça no começo da noite, mas depois passou e agora estou aqui, novo em folha.

RICK: - Que bom. E a Carla?

DIOGO: - Ficou em casa. Hoje teve um jantar na casa dela, com os pais.

RICK: - Mãe dela voltou é?

DIOGO: - Voltou sim. Mas já vai embora amanhã. Foi passagem rápida e de surpresa total.

RICK: - Família da Carla é rica, né?

DIOGO: - Nem tanto, mas tem uma boa condição de vida. A mãe dela mora na Itália, mas quem sustenta é o pai.

RICK: - Quem me dera uma família dessa, um pai desse, que me sustentasse na Europa! E eu só curtindo a vida.

DIOGO: - Deixa de história Rick e vamos trabalhar. Ou melhor, curtir, né?

RICK: - Ah, tá soltinho hoje, hein?

DIOGO: - Bobagem. Eu só quero é aproveitar a noite com tranquilidade.

RICK: - Saquei.

Rick e Diogo caminham por entre as pessoas.

CENA 16. DANCETERIA JOCKER. CAMAROTE. INT. NOITE.

Gabriel e Bia conversam.

GABRIEL: - Confesso que o Tomás me disse que você era bonita, mas não tanto.

BIA: - Assim você deixa com vergonha.

GABRIEL: - Desculpe. A intenção não era essa.

BIA: - O Tomás é muito legal. E um chefe muito atencioso. Me ajuda muito no trabalho, com as minhas dúvidas.

GABRIEL: - Eu ajudei muito ele no começo da agência.

BIA: - É mesmo? Você é publicitário?

GABRIEL: - Não, sou administrador. Minha família é dona de um grupo de investimentos, atuamos no mercado financeiro. Ajudei o Tomás com contatos, amigos empresários, essas coisas.

BIA: - Que legal.

GABRIEL: - E agora ele me ajudou, indicando você para uma boa companhia.

Bia sorri.

GABRIEL: - Quantos anos você tem?

BIA: - Dezoito.

GABRIEL: - Bela idade. E você também é muito bonita. Quer saber de uma coisa? Eu acho que nós vamos nos dar bem.

Gabriel e Bia trocam olhares.

CENA 17. CASA ELIANE. SALA. INT. NOITE.

João está assistindo TV, quando a campainha toca. Ele atende. CAM ENQUADRA Lauro, do lado de fora.

JOÃO: - Cobrança à essa hora, Lauro?

LAURO: - Preciso do dinheiro, no máximo até amanhã.

JOÃO: - Amanhã?

LAURO: - Amanhã é o prazo final, João.

JOÃO: - Poxa, não dá pra dar mais uns dias?

LAURO: - Não, João! Eu já estou ficando com a corda no pescoço lá na revenda! Eles querem saber do dinheiro!

JOÃO: - Lauro, eu vou pagar. Mas agora eu não tenho como, cara!

LAURO: - O problema é seu, se vira! Ou o dinheiro amanhã, ou o seu carro vai embora comigo.

JOÃO: - Não, olha só... Semana que vem.

LAURO: - o que?!

JOÃO: - Semana que vem...

Lauro retruca, João tenta convencê-lo.

JOÃO: - Semana que vem eu já vou ter parte do dinheiro pra te passar. É sério. Promessa minha.

LAURO (ironiza): - Muita palavra que você tem.

JOÃO: - Por favor, Lauro! Eu dependo do carro pra trabalhar poxa!

LAURO: - Está bem. Semana que vem é o último prazo. Segunda-feira eu venho aqui e pego todo o dinheiro.  Entendeu?

JOÃO: - Pode ficar tranqüilo. Semana que vem eu vou ter o dinheiro na sua mão.

Lauro vai embora. João fecha a porta, senta-se no sofá. Leva as mão na cabeça, um pouco angustiado, tentando se acalmar.

CENA 18. CLUBE ABC. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.

Fernanda se aproxima de Walter.

FERNANDA: - Então Walter, falou com o Brian?

WALTER: - Não, ainda não.

FERNANDA: - Eu estou tão ansiosa.

WALTER: - Que bom, Nanda. Quando eu falar com ele, te chamo pra participar da conversa.

FERNANDA: - Está bem.

Fernanda se afasta. Vai até um grupinho de mulheres que estão conversando. Paula já está no grupo.

LAISLA: - Aí eu morri malhando pra perder aqueles 5 quilos que eu ganhei nas férias. Tá louca? Eu passei dois meses só comendo porcaria.

PAULA: - Mas é bom se libertar às vezes dessas regras assim, de alimentação. É tão bom comer o que tem vontade.

LAISLA: - Mas as consequências são péssimas!

CONVIDADA 01: - Eu, quando engravidei do meu primeiro filho, só queria saber de comer porcaria. Engordei mais de vinte quilos.

LAISLA (estupefata): - Vinte quilos?!

PAULA: - Bastante.

Fernanda se aproxima, senta ao lado de Paula. Laisla sempre de olho.

CONVIDADA 01: - Fiz academia, dieta e depois uma lipo pra voltar ao corpo que eu tinha. Já do meu segundo filho, engordei apenas 8 quilos. E foram mais fáceis de eliminar.

CONVIDADA 02: - Eu, na gravidez me cuidei muito para não engordar. Quase neurótica.

LAISLA: - Vocês falando em gravidez, eu nem me vejo sendo mãe.

CONVIDADA 03: - Eu também não me vejo. Mas meu marido quer ter filhos.

CONVIDADA 02: - É uma sensação única você sentir o neném se mexendo na sua barriga.

LAISLA: - Mas filho dá trabalho.

CONVIDADA 01: - Como qualquer outra coisa na vida né. E você Nanda, não pensa em ser mãe?

Fernanda e Paula se olham, surpresas.

CONVIDADA 03: - Seu namorado será um homem de sorte. Vai ter uma mãe linda para o filho de vocês.

FERNANDA: - Você quis dizer minha namorada. Mas eu e a Paula ainda não pensamos nessa questão de filhos.

CONVIDADA 01 (estranha): - Namorada? Vocês duas são um casal?

PAULA: - Somos.

Clima. As convidadas trocam olhares, disfarçando. Paula percebe a maldade.

PAULA: - Nanda, vamos pegar uma bebida.

FERNANDA: - Vamos sim.

As duas saem.

CONVIDADA 01 (fofoca): - E ela não tem vergonha de dizer isso?

LAISLA: - Eu fiquei chocada quando vi as duas de mãos dadas.

CONVIDADA 02: - Dizem que hoje em dia é normal. Mas eu acho estranho ver duas mulheres assim, juntas.

CONVIDADA 03: - Eu já acho super normal. Tenho amigas que são casadas. E que até já tem filhos.

LAISLA: - Adotados?

CONVIDADA 03: - Sim. Mas conheço outras que fizeram fertilização in vitro. E são muito felizes gerando o filho. A sociedade hoje precisa ser mais aberta.

CONVIDADA 01: - Mas tem coisas que eu não ainda não me acostumei a ver. Como esse tipo de relação, por exemplo.

CORTA PARA a mesa das bebidas. Nanda e Paula chegam ali.

PAULA: - Nanda, você se importa da gente ir embora?

FERNANDA: - Mas, por que, Paula?

PAULA: - Não estou me sentindo bem aqui.

FERNANDA: - Ai, Paula, espera só mais um pouco. O Walter disse que vai me chamar pra falar com o Brian. Espera vai?

PAULA: - Tudo bem.

Nanda pega uma bebida e oferece a Paula, que aceita.

DANILO (grita/O.S): - Fernanda! Nanda!

Nanda e Paula se viram. CAM vai buscar Danilo entre as mesas, no meio do salão, copo de bebida em mãos. Todos prestam atenção na cena, um tanto surpresos.

DANILO: - Nanda!... Você me decepcionou.

Fernanda fica sem entender nada. Danilo dá um passo em falso, esbarra na mesa. Nitidamente embrigado.

DANILO (tom): - Eu fiquei com a cara no chão, garota. Você caiu no meu conceito viu. De colega de trabalho, de mulher, em todos os aspectos.

Walter se aproxima de Danilo.

WALTER: - Danilo, o que é isso? Você está bêbado!

DANILO: - Não! Eu estou ótimo, Walter. Ótimo! (ri)

WALTER:- Não, você não está! Não está falando coisa com coisa.

DANILO (à Walter): - Estou sim. Deixa eu falar. A Nanda me decepcionou e eu preciso falar sobre isso. (à todos) Eu aqui, cheio de amor pra dar, pensando que você gostava de homem! Mas não! Você gosta de mulher, que desperdício!

CLOSE-UP em Nanda, totalmente constrangida, começa a chorar. As pessoas comentam.

DANILO: - Minha admiradora secreta não passa de uma sapata! Poxa, Nanda! Eu querendo ficar com você há meses, me preparando pra te mandar um ‘lero’ aqui na droga dessa festa. E você me aparece com uma machorra? Quando na verdade eu sempre pensei que você gosta de pegar numa vara/

WALTER (bravo): - Danilo! Pare com isso agora!

DANILO: - Que nojo! Você é lésbica, Nanda!... Mas até que você não escolheu ruim não... Não, não escolheu. Sua namoradinha é até gostosinha. Se ela aceitar fazer a três/

Os comentários aumentam. Walter pega Danilo e o retira dali imediatamente.

PAULA: - Vem Nanda, vamos embora.

Paula pega Fernanda pelo braço e as duas saem do salão. Todos ficam olhando a cena, estupefatos.

CORTA:

CENA 19. CLUBE ABC. EXT. NOITE.

Paula e Fernanda saem do clube. Caminham pela rua à procura de um táxi. Fernanda enxuga as lágrimas. Laisla aparece ali apressada, vê as duas e vai atrás dela.

LAISLA (chama): - Nanda!

Paula e Fernanda param.

LAISLA: - Amiga, o que foi aquilo lá dentro?! Sinto muito.

E abraça Nanda.

FERNANDA: Eu não sei. Mas eu nunca sofri tanta humilhação em toda minha vida.

LAISLA: - Eu fiquei passada com Danilo.

PAULA: - Esse cara é um grande babaca, um idiota.

LAISLA: - Confesso que tava interessada nele, mas depois desse vexame, nunca mais!

FERNANDA: - Vamos, Paula, me tira daqui.

LAISLA: - Vocês não querem uma carona? Eu também vou indo. Depois desse episódio, a festa perdeu todo clima.

FERNANDA: - Obrigada, Laisla. Mas a gente paga um táxi mesmo.

PAULA: - Ali vem um. (faz sinal)

Fernanda se despede de Laisla. Paula entra no carro, Fernanda em seguida.

CENA 20. DANCETERIA JOCKER. INT. NOITE.

Em uma das mesinhas próximas à pista, Matheus está sentado, sozinho. Parece um pouco triste. Ele bebe um suco enquanto observa na pista Roberta aos beijos com um rapaz. Matheus faz cara enfadonha. Tempo e Roberta se aproxima dele.

ROBERTA: - Já podemos ir embora.

MATHEUS: - Até que enfim. Não aguentava mais ver vocês dois se agarrando, praticamente uma pornô em público.

ROBERTA: - Tá com inveja é?

MATHEUS: - Só um pouquinho.

ROBERTA: - Não se preocupa, meu bem. Qualquer hora você sai dessa seca aí.

MATHEUS: - Eu? Mas eu nem to na seca!

ROBERTA: - Aham, sei. Me engana que eu gosto, Matheus. Vem, vamos indo.

Os dois seguem conversando. Eles passam por Bruno e Lisa, que conversam numa outra mesinha.

LISA: - Muita coincidência eu encontrar você aqui de novo.

BRUNO: - Ou nem tanto. E se eu disser que vim só porque sabia da possibilidade de te encontrar. Você acredita?

Lisa sorri.

BRUNO: - Você é muito linda. Queria muito ficar com você de novo.

LISA: - Eu também.

Bruno se aproxima de Lisa, os dois se beijam.

CENA 21. CASA ARTHUR E NORMA. SALA. INT. NOITE.

Arthur está assistindo TV, quando Norma entra.

NORMA: - Acordado ainda?

ARTHUR: - Sem sono. E você?

NORMA: - Me deu sede. Acordei e não vi você na cama.

Ela vai para a cozinha. Arthur continua assistindo TV. Tempo e Norma retorna para a sala. Se aproxima de Arthur, acaricia seu ombro, faz cafuné.

NORMA: - Vem pra cama. Amanhã você olha essa sua TV.

ARTHUR: - Vai indo você. Eu subo daqui a pouco.

NORMA: - Tá tudo bem?

ARTHUR: - Tá sim. Só to um pouco sem sono mesmo. Vai indo lá que eu já vou.

Norma beija Arthur e sobe. Ele continua assistindo TV.

CENA 22. CASA ELIANE. QUARTO TITO. INT. NOITE.

Tito está deitado em sua cama, acordado, quando escuta barulho de carro. Ele vai para a janela. De seu ponto de vista, vê-se o carro em frente a casa de Bia. Tito observa atento. Bia desce do carro. Gabriel idem. Os dois conversam.

CENA 23. CASA BIA. EXT. NOITE.

Bia e Gabriel se despedem.

BIA: - Obrigada, Gabriel. Gostei muito.

GABRIEL: - Que bom, Bia. Eu também gostei. Você é uma ótima companhia.

Bia sorri. Da sua janela, Tito observa tudo, atento. E um tanto enciumado.

BIA: - Bom, eu vou entrar então. Tá tarde né?

GABRIEL: - E não é bom mesmo para uma moça linda como você ficar na rua numa hora dessas.

Bia se aproxima para beijar Gabriel no rosto, mas ele se vira. Os dois se beijam. Tito se entristece. Gabriel e Bia se beijam intensamente. Tempo e se afastam.

BIA: - Nossa. Não esperava isso.

GABRIEL: - Eu é que não esperava. No auge de sua inocência aparente, não sabia que beijava tão bem.

Gabriel beija Bia novamente, que corresponde. Tito fecha a janela bruscamente. O barulho assusta o casal.

GABRIEL: - Ouviu isso?

BIA: - Sim.

GABRIEL: - Não deve ser nada.

BIA: - Agora eu preciso entrar.

GABRIEL: - Tudo bem.

BIA: - Você me liga?

GABRIEL: - Claro.

Bia se afasta. Gabriel a observa. Bia acena para ele e entra em casa. Gabriel entra no carro, sorriso no rosto.

CENA 24. APTO LISA. INT. NOITE.

Lisa abre a porta do apartamento ao mesmo tempo em que se beija com Bruno. Os dois estão tomados de desejo. Os beijos são intensos, calorosos. Os dois caem sobre o sofá, riem da situação.

BRUNO: - Você me deixa louco, sabia?

LISA: - Aham. Vem cá, vem.

Lisa e Bruno vão se beijando casa à dentro.

CORTE DESCONTÍNUO. QUARTO LISA.

Eles caem sobre a cama. Os dois se beijam, calorosamente, ao mesmo tempo em que vão se despindo de suas roupas. Bruno sobre Lisa.

CENA 25. APTO FERNANDA E PAULA. QUARTO. INT. NOITE.

Fernanda sai do banheiro, escovando os cabelos. Paula está deitada na cama, chateada.

FERNANDA: - Vamos dormir, Paula. Esquecer o que aconteceu.

PAULA: - Impossível né, Nanda? O que aquele idiota falou está até agora martelando na minha cabeça. Meu sangue subiu/

FERNANDA: - O meu também, mas, já passou. Não vale a pena a gente ficar se chateando com isso agora.

PAULA: - Eu me preocupo com você. Como vai ser no seu serviço depois dessa cena toda na festa? O que vão pensar de você?

FERNANDA: - Deixem pensar o que quiserem. Eu só não vou admitir que me desrespeitem como o Danilo fez. E eu terei uma conversa muito séria com ele. Mas isso é lá no escritório. O que eu quero mesmo é deitar e relaxar. É tudo o que eu preciso agora.

Fernanda deita-se na cama, ao lado de Paula, que a abraça. Fernanda recosta sua cabeça sobre o peito de Paula, que a acolhe. CAM fecha nas duas.

CENA 26. RIO DE JANEIRO. EXT.

TAKES GERAIS do Rio ao amanhecer. Mostra um vôo de asa-delta, a Praia da Barra, Copacabana. A movimentação do trânsito, as pessoas nas ruas.

CENA 27. APTO LISA. QUARTO. INT. DIA.

ÂNGULO ALTO de Lisa deitada na cama, dormindo. Abre plano, mostra Bruno próximo da porta do quarto, se vestindo. CAM volta para Lisa, que dorme sem perceber nada. Ao fundo, aparece Bruno, que ao terminar de se vestir, vai embora.

CENA 28. CASA ELIANE. COZINHA. INT. DIA.

Eliane e João tomam café. Ele lendo jornal. Silêncio. Apenas o barulho de xícaras.

JOÃO (folheando jornal): - Tito não vem tomar café?

ELIANE: - Chamei, mas nem me ouviu. Vai ver ficou acordado até tarde, desenhando.

Mais um instante de silêncio.

ELIANE: - Quem é que esteve aqui ontem?

JOÃO: - Ninguém.

ELIANE: - Eu ouvi uma conversa.

JOÃO: - Anda ouvindo vozes agora? Já disse que não tinha ninguém.

ELIANE: - Eu apenas perguntei porque/

JOÃO: - Pois você anda perguntando coisas demais.

ELIANE: - Não precisa esconder de mim. Eu sei que o Lauro esteve aqui, cobrando você novamente.

JOÃO: - Se sabe porque fica perguntando, então?

ELIANE: - Eu só não quero que você minta pra mim. Só isso. Eu sou sua mulher e acho que mereço o mínimo de respeito.

JOÃO: - E eu não te respeito? Não?

ELIANE: - Não. Não me respeita, não me valoriza. É um poço de grosserias, patadas!

Silêncio.

JOÃO: - Desculpa.

Eliane se levanta, coloca sua xícara dentro da pia. Começa a retirar as coisas da mesa (pães, suco, etc.)

JOÃO: - Eu estou estressado com tudo isso. Essa cobrança, eu preciso encontrar trabalho pra pagar essa dívida, pra colocar comida dentro de casa. A situação tá difícil.

ELIANE: - Eu também to cansada disso tudo. Vamos parar por aqui.

Eliane sai da cozinha. João não entende.

Corta:

CENA 29. APTO LISA. QUARTO. INT. DIA.

Lisa aos poucos acorda, percebe que está sozinha na cama. Vê um bilhete no criado-mudo. Ela pega e lê. Ao terminar, abre um sorriso, feliz.

CENA 30. CASA DIOGO. QUARTO. INT. DIA.

Diogo está dormindo. A porta do quarto abre e Carla entra no local. Ela fecha a porta e se aproxima, vagarosamente, da cama dele. Tira os calçados e deita-se sobre ele. Diogo percebe.

CARLA: - Bom dia, meu amor!

DIOGO: - Que surpresa.

CARLA: - Não poderia deixar de vir né? Ontem à noite eu não te vi. Me fala, como tava lá Joquer ontem?

DIOGO: - Estava bom. A movimentação continua grande. O pessoal tá curtindo. Acho que ainda é a novidade. Até consolidar vai levar um tempo ainda.

CARLA: - Mais tempo do que o nosso casamento?

DIOGO: - Não, claro que não.

CARLA: - Então porque a gente não aproveita e/

DIOGO: - Carla, eu acabo de acordar, ainda estou meio desnorteado. Você espera eu levantar, tomar uma ducha, um café... Aí a gente conversa. Pode ser?

CARLA: - Tudo bem. Bom, eu te espero lá embaixo então.

Carla dá um selinho em Diogo e sai do quarto. Diogo fica pensativo.

CENA 31. CASA BRUNO. SALA. INT. DIA.

Solano lendo jornal, no sofá. Isaura entra, um tanto aflita.

ISAURA: - Taí, o senhor vive falando que é pra dar mais liberdade pra ele.

SOLANO: - O que foi, Isaura?

ISAURA: - O Bruno. Não dormiu em casa.

SOLANO: - Minha filha, ele já tem mais de vinte anos. Já sabe se cuidar.

ISAURA: - Não, papai! O mundo de hoje tá muito perigoso. Qualquer coisa é briga, confusão. Até morte!

SOLANO: - Ih...

ISAURA: - Só quer saber dessas baladas de gente rica aí. Ainda mais ele, sendo negro, não é riquinho... Ou é vítima ou é culpado de tudo de ruim que acontece nessas festas. Ai, pai, eu fico tão preocupada quando ele sai à noite.

SOLANO: - Deixa de pensar bobagem, Isaura. Você não pode trancar o garoto em casa. Ele precisa viver. Filho se cria pro mundo. Já ouviu falar disso?

ISAURA: - Mais de um milhão de vezes!... Mas vai dizer isso para uma mãe, pra vê se ela entende?. Mãe nenhuma quer que/

Bruno chega em casa.

ISAURA (alívio): - Bruno! Onde é que você estava, garoto?! Eu fiquei preocupada!

BRUNO: - Bom dia vovô.

SOLANO: - Bom dia, meu filho.

BRUNO: - Bom dia pra você também, mãe.

ISAURA: - Me responde, Bruno! Quer matar sua mãe do coração? Você nunca foi de dormir fora de casa sem avisar!

BRUNO: - Calma, dona Isaura! Não tá vendo aqui? Tá tudo bem com seu filho, to inteiro. Passei a noite em boas mãos.

Abre sorriso malicioso. Solano ri. Isaura dá tapinhas no filho.

ISAURA: - Folgado! Que história é essa hein?

BRUNO: - Ih mãe, desencana. Tá tudo bem. Só estou com um pouco de fome.

ISAURA: - Ué? Onde você dormiu não te deram café da manhã, é?

SOLANO: - Vai ver não deu tempo. (riso)

ISAURA: - Pai!

BRUNO: - Isso mesmo vô. (indo pra cozinha)

ISAURA: - O senhor incentiva, né? Essas maluquices dele!

SOLANO: - Deixa ele viver, curtir... Tá na fase.

ISAURA (saindo): - Aham, deixa, deixa...

Solano acha graça.

CENA 32. AGENCIA R3. INT. DIA.

Mariana e Pedro conversam no hall da agência.

PEDRO: - E onde terminou a noite dos pombinhos ontem?

MARIANA: - Em lugar nenhum. Alex me deixou num ponto de táxi e eu voltei pra casa. E ele foi pra casa dele.

PEDRO (insinua): - Nada de...?

MARIANA: - Não, Pedro! (risos)

Lisa chega, feliz. Se aproxima deles.

LISA: - Oi pessoal!

MARIANA: - Oi Lisa! Olha só! Pelo visto, alguém dormiu e muito bem hoje...

LISA: - Uma noite ótima com alguém especial, impossível não se sentir alegre.

Pedro não gosta do que ouve.

PEDRO: - Alguém especial, é?

LISA: - Sim. É tão bom. Você não acha?

PEDRO: - Deve ser. Licença.

E sai.

MARIANA: - Nossa, o que deu nele?

LISA: - Não dá bola, Mari. O Pedro ainda acha que temos algum compromisso. A gente já ficou outras vezes, mas nada sério. Só que ele não aceita, então...

MARIANA: - Ah, entendi. Lisa, até foi bom te ver aqui. Eu to querendo pegar umas dicas de fotos, uma preparação melhor para mim, sabe? Não quero chegar crua nos próximos compromissos. Você aceita ir até a minha casa e me ajudar?

LISA: - Claro, Mari! Será um prazer!

MARIANA: - Ai que ótimo! Se não for pedir muito, leva algum book seu para eu dar uma olhada, me inspirar e qualquer outro material que você acha importante.

LISA: - Tenho muita coisa para você. Levo sim.

Mariana anota o endereço num papel e entrega para Lisa.

MARIANA: - Sabe onde fica?

LISA: - Sei sim.

MARIANA: - Eu só vim aqui falar com a Illana e já estou voltando pra casa, mas já disseram que ela não está.

LISA: - Illana sempre correndo. Eu tenho umas fotos pra fazer, depois eu saio daqui, passo lá em casa, pego minhas coisas e te encontro. Combinado?

MARIANA: - Combinado!

Elas sorriem, felizes.

CENA 33. CASA ARTHUR E NORMA. SALA. INT. DIA.

Norma faz anotações em sua agenda. Arthur sentado no sofá, mexendo na caixa de ferramentas. Ele procura algo.

ARTHUR: - Você viu a minha chave de fenda, aquela pequeninha?

NORMA: - Não, não vi. Nem mexo nas suas coisas.

ARTHUR (procurando): - Eu não to achando.

NORMA: - Olha só, querido. Eu estou fechando a listinha aqui de convidados pro seu aniversário.

ARTHUR: - Lista? Pra quê?

NORMA: - Para me organizar melhor, Arthur. Assim eu sei quantas pessoas vem, o que comprar pra refeição, enfim, tudo.

ARTHUR: - E quem tá nessa lista? Eu conheço as pessoas pelo menos?

NORMA: - Deixa de ser bobo, claro que conhece. Nossos compadres, o Gilson e a Ângela, o Walter e a Ilda/

ARTHUR: - Vai mesmo convidar o Walter? Acho que não fica bem chamar o chefe da nossa filha pra vir.

NORMA: - É, tem razão. Mas ele deu a maior força quando ela entrou no escritório.

ARTHUR: - Então no aniversário dela, ela convida ele. Colocou o Gabriel na lista?

NORMA: - O Gabriel?!

ARTHUR: - Sim. Ele é meu amigo, oras.

NORMA: - Arthur, o Gabriel e a Nanda na mesma festa não vai dar certo!

ARTHUR: - Não vai por quê?

NORMA: - Não se faça de desentendido, Arthur. Você sabe muito bem por que!

ARTHUR: - Não, eu não sei. E eu quero o Gabriel aí na lista. Pode colocar. Eu mesmo faço questão de convidá-lo.

Norma hesita em colocar Gabriel na lista. Arthur volta a procurar a chave de fenda.

NORMA: - A Nanda não vai gostar.

ARTHUR: - Se ela não gostar, que vá embora depois. Eu também não sou obrigado a agüentar as companhias dela. Falando nisso, aquela/

NORMA: - Pode ficar tranqüilo. Eu vou falar pra Nanda que a amiga dela não precisa vir.

ARTHYUR: - Amiga, sei. (encontra a chave de fenda) Achei! (levanta-se) Então estamos combinados. O Gabriel e a Nanda vão se comportar. Pode ficar sossegada.

Arthur sai. Norma fica pensativa.

CENA 34. APTO ALEX. INT. DIA.

PLANO GERAL do ambiente, sem luxo, mas bem cuidado. O espaço não é grande, pouco mobiliado, mas organizado. A porta se abre e Illana adentra.

ILLANA: - Impossível ele ainda estar dormindo. Preciso matricular o Alex numa academia. Modelo magro não dá não. (grita) Alex! Acorda!

Illana vai indo para o interior do apto.

CORTA:

CENA 35. APTO ALEX. QUARTO. INT. DIA.

Illana abre a porta do quarto vê Alex dormindo de bruços, apenas de cueca. Ela entra vagarosamente, fica observar o rapaz. Aproxima-se dele, chega muito perto de seu rosto. Alex abre o olho e toma um susto.

ALEX (surpreso): - Illana?! (se cobre com lençol) Como você entrou aqui?

ILLANA: - Eu tenho a cópia da chave, meu querido. Esqueceu que quem viu isso aqui pra você foi eu? Então só pra você saber, eu tenho o controle de tudo por aqui.

ALEX (esfrega os olhos): - Que horas são?

ILLANA: - Hora de levantar, meu querido. Eu estava pensando em matricular você numa academia, pagar um personal pra cuidar do seu físico, mas você até que tem um bom porte. Já malhava antes?

ALEX: - Malhava carregando tijolo, virando cimento. Eu era pedreiro, esqueceu?

ILLANA: - Gente, uma academia natural todo o dia, que maravilha! Bom, vou deixar você se arrumar, e te espero lá na sala. Toma um café e a gente já sai porque tenho contratos para você, ok?

ALEX: - Tá certo. (levanta-se da cama)

Illana SAI. No corredor, ela para, pensa um pouco, VOLTA para o quarto.

ILLANA: - Alex?

ALEX: - Sim?

ILLANA: - O trabalho de modelo nem sempre vai te bancar muita coisa. Às vezes os cachês não são altos e você fica naquela insegurança sem saber se vai conseguir manter a vida confortável, sabe?

ALEX: - Eu nunca tive grandes luxos, Illana. Para mim, isso aqui já tá bom demais.

ILLANA: - Mas você pode ganhar mais, sabia? Muito mais.

ALEX: - Ah é? E como?

ILLANA: - Eu tenho uma proposta pra te fazer. É coisa séria, sigilosa, mas que rende bastante. Vai por mim.

Os dois ficam a se olhar. Illana astuta, enquanto Alex a observa, aguardando a proposta.

CENA 36. PRÉDIO OSVALDO. HALL. INT. DIA.

Lisa chega no hall do prédio de Osvaldo, fala com o porteiro.

LISA: - É no apartamento 801. Da Mariana.

PORTEIRO: - Você é?

LISA: - Lisa.

PORTEIRO: - Só um instante que eu vou avisar.

O porteiro interfona para o apto de Mariana.

PORTEIRO: - Dona Mariana, a senhorita Lisa está aqui. (T) Certo. (desliga) Pode subir, dona Lisa. O elevador é logo ali, no fim do corredor, à esquerda.

LISA: - Obrigada!

Lisa se afasta e segue a caminho do elevador. Na entrada do hall, Regina vai chegando. Ela veste roupa de ginástica.

PORTEIRO: - Olá, dona Regina!

REGINA (seca): - Oi, Sandoval.

Regina passa reto, sem dar muita conversa ao porteiro. Ela caminha apressada para pegar o elevador. A porta do elevador já está quase fechando quando Regina ENTRA e vê Lisa, carregando uma bolsa.

REGINA: - Você deve ser nova aqui. Empregados usam o elevador de serviço.

LISA (incrédula): - Oi?!

REGINA (irônica): - Oi! Você é surda? (tom) Os empregados usam o elevador de serviço e não o elevador social. Aqui no prédio é assim. Portanto, saia deste aqui e pegue o outro, menina.

Lisa fica perplexa diante de Regina.

CENA 37. APTO FERNANDA E PAULA. QUARTO. INT. DIA.

Paula acorda. Vê Fernanda olhando na janela. Fernanda vê crianças no parquinho até perceber que Paula acordou.

FERNANDA: - Bom dia.

PAULA: - Bom dia, meu amor. Tá vendo o que aí?

FERNANDA: - O parquinho aqui da frente. As crianças brincando, as babás acompanhando. Mas tem muitas mães também.

PAULA: - Esse parquinho é sempre uma festa. As crianças gostam.

FERNANDA: - É tão bom acordar com risada de criança. Traz paz.

Paula se levanta. Vai até a janela, abraça Fernanda por trás. As duas olham o parquinho.

FERNANDA: - Eu tava aqui, pensando sobre ontem.

PAULA: - E aí?

Fernanda vira-se de frente para Paula. As duas se olham profundamente.

PAULA: - O que foi Nanda? Fala, o que você pensou?

FERNANDA: - Eu quero ser mãe, Paula.

Na surpresa de Paula.

FERNANDA: - O que você acha da gente ter um filho?

CLOSE em Paula, pega de surpresa.

 
     
     
REALIZAÇÃO


Copyright
© 2017 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução
.aaa.
.aaa.
Compartilhe:

Comentários: