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CENA 1. CASA DOS RILEY. SALA. INT. NOITE. Câmera abre na janela da sala, onde podemos ver a luz da lua lá fora. Maureen vem da cozinha com uma bacia de pipoca e encontra Hannah, que está sentada no sofá, amarrando os sapatos. MAUREEN – (SE SENTA) Onde você vai? Esqueceu que a gente tinha combinado de assistir um filme? HANNAH – (SE LEVANTA) Eu... (CONFUSA) Eu vou na casa de uma amiga minha mas já volto, é rápido. Não se importa de assistir sozinha? MAUREEN – Lógico que não Hannah, vai lá. HANNAH – A propósito, que filme que você alugou? MAUREEN – (ASSUSTANDO-A) Pânico! HANNAH – (DÁ RISADA) Pfff.. Então me livrei de uma bomba, esse filme é patético. Uma menina gostosa sozinha em casa, recebe uma ligação e é esquartejada minutos depois. Típico, é assim em todos os filmes. MAUREEN – Eu gosto. É um clássico. HANNAH – Fique bem com seu “clássico”. Até mais irmãzinha. MAUREEN – Que horas a Catherine e o Dewey chegam da oficina de literatura mesmo? HANNAH – Devem estar chegando. Hannah atira um beijo para Maureen e sai de casa. Maureen suspira, pega uma pipoca e come. Ela se levanta e coloca uma fita de DVD no aparelho portátil. Maureen se senta no sofá, e, quando os créditos iniciais do filme começam, ela recebe uma ligação, no mesmo instante que o telefone de Casey Becker (Drew Barrymore), no filme, toca. É uma relação entre as cenas. Maureen atende ao mesmo tempo em que Casey Becker. MAUREEN – (TELEFONE) Alô? VOZ – (DISTORCIDA) Olá, quem está falando? MAUREEN – (ESTRANHA) Eu que pergunto. Quem está falando? VOZ – (DISTORCIDA) Não me reconhece mais? Maureen Prescott! MAUREEN – (RI) Como você sabe meu nome? VOZ – (DISTORCIDA) Como eu não poderia saber o nome da pessoa para quem estou olhando nesse momento! A voz dá uma risadinha e Maureen desliga o telefone, estranhando a ligação. Ela se levanta e olha pela janela, mas não vê nada. O telefone toca novamente e Maureen avança sobre ele. MAUREEN – (FICANDO TENSA) Quem é? VOZ – (DISTORCIDA) Pelo visto a perturbada da sua mãe não lhe deu modos. É feio desligar na cara dos outros, Maureen. MAUREEN – (NERVOSA) Fala logo quem é! É você Catherine? VOZ – (DISTORCIDA) Não! Eu não sou a Catherine. Eu sou o seu grande e velho amigo Palhaço! Esqueceu de mim? Estou te observando Maureen! MAUREEN – (NERVOSA) Cala a boca! Maureen desliga o telefone e o joga em cima do sofá. Nossa mocinha para por um instante e se dirige até a porta da casa. Com cuidado, Maureen abre a porta e não vê ninguém na varanda. Maureen fecha a porta com força e a tranca. O telefone toca novamente e Maureen leva um susto. Ela não atende. O telefone continua tocando e Maureen pega o aparelho que está no sofá. MAUREEN – (ATENDE) Chega de brincadeira, eu não vou passar por isso novamente! ASHLEY – (EM OFF) Maureen? O que houve? É a Ashley! MAUREEN – (RESPIRA ALIVIADA) Ah, Ashley, graças a Deus que é você. ASHLEY – (EM OFF) Aconteceu alguma coisa? MAUREEN – Nada, só um engraçadinho me passando trote. Coisa de criança. ASHLEY – Ah, bom, só liguei pra saber como você estava. Que bom que está bem. MAUREEN – Estou sim querida, obrigada por se preocupar comigo. Tem outra pessoa na linha Ashley, a gente se fala! ASHLEY – (EM OFF) Beijo Maureen! Maureen aperta um botão no telefone e põe no ouvido? MAUREEN – (TELEFONE) Alô? VOZ – (DISTORCIDA) A próxima vez que você desligar o telefone na minha cara eu vou arrancar as suas tripas, sua imbecil! MAUREEN – (COM MEDO) Para de fazer isso! Quem quer que seja, já brincou o suficiente, eu cansei disso! VOZ – (DISTORCIDA) Eu não estou pra brincadeiras Maureen. E você sabe que eu não estou. Eu matei sua amiga CeCe e não vou descansar até matar você. MAUREEN – (COMEÇA A CHORAR) Não! VOZ – (DISTORCIDA) Sabe qual é o seu problema? É que você é uma sobrevivente! Você é uma sobrevivente não é Maureen? Essa é a sua única habilidade. Sobreviver! Eu tenho uma pergunta pra você: qual a vantagem de sobreviver, se todos próximos de você estão mortos? MAUREEN – Quem é você? Me fala! VOZ – (DISTORCIDA) Feliz em voltar pra casa Maureen? Valeu a pena? MAUREEN – (PÕE A MÃO NO PEITO) Porque você fez isso com ela? Por que? VOZ – (DISTORCIDA) Amigos até contam, mas são os familiares que doem de verdade. Não está certo? MAUREEN – (ESTRANHA) O que quer dizer? VOZ – (DISTORCIDA) As pessoas com quem mais se importa. As pessoas do seu mesmo sangue. Todas elas vão morrer! MAUREEN – (ALTO) Você não vai fazer isso! VOZ – (DISTORCIDA) E você não poderá salvá-los. É como num filme de terror, como o Pânico. Bom filme não? (RI) Tudo que você pode fazer é assistir. A linha cai. Maureen ouve um barulho no andar de cima. MAUREEN – (ASSUSTADA) Christopher! Ela joga o telefone no chão e sobe a escadaria correndo, muito assustada. CENA 2. CASA DOS RILEY. QUARTO DE HÓSPEDES. INT. NOITE. Maureen entra afobada no quarto e vê o filho deitado em seu berço, dormindo tranquilamente. Maureen beija o menino, tranqüilizada, e escuta o telefone toca mais uma vez lá embaixo. Close na mocinha. CENA 3. CASA DOS RILEY. COZINHA. INT. NOITE. Maureen entra na cozinha com o telefone e o atende. Quando atende, retira um extenso facão de um balcão. MAUREEN – (TELEFONE) Fala logo o que você quer. VOZ – (DISTORCIDA) O seu sangue! MAUREEN – Você não vai fazer nada pra mim e nem contra o meu filho, que é o meu único amor. Eu te mato antes. VOZ – (DISTORCIDA) Vamos ver quem vai matar quem. As luzes da casa de apagam e Maureen dá um berro de horror, se jogando no chão, e deixando o facão rolar longe dali. Ela se agacha atrás do balcão, com o telefone no ouvido. VOZ – (DISTORCIDA) Nos filmes de terror, sempre existe uma pergunta não existe? Eu posso te matar agora ou dar a chance de você responder a pergunta que pode salvar a sua vida. MAUREEN – (COMEÇA A CHORAR) Eu não sei jogar esse jogo! VOZ – (DISTORCIDA) Ah, vamos lá Maureen... Vamos jogar vamos... Me responde... Quem foram as quatro primeiras pessoas que a sua mamãe assassinou no ano anterior? Hum? MAUREEN – (PENSATIVA) O que? Ah... Eu não sei! VOZ – (DISTORCIDA) Pensa Maureen! Pensa! Quatro pessoas. MAUREEN – (TREMENDO) Foram a Amanda, aí teve a Sarah e... deixa eu ver... (PENSA) O câmera da Catherine, Joel e o Frank, ex-detento. Foram esses, não foram? Faz-se um silêncio absoluto. Maureen se levanta com cautela e observa o local as escuras. Apenas um abajur está ligado na sala. Maureen caminha em passos lentos até o outro ambiente, morrendo de medo. CENA 4. CASA DOS RILEY. SALA. INT. NOITE. Maureen entra na sala segurando o telefone, assustada, liga a luz no interruptor. Ela se aproxima do abajur ligado e o desliga. Ela olha pros lados, procurando alguém, mas não vê nada. Se aproxima da janela, mas a rua está deserta. MAUREEN – Eu venci... (SORRI) Eu venci, eu dei a resposta correta! (PEGA O TELEFONE) Eu venci cara! Eu ganhei de você! VOZ – (DISTORCIDA) Resposta errada! Maureen dá dois passos para trás e é surpreendida por uma figura vestida de palhaço, que sei de dentro de um armário segurando uma faca. Maureen dá um grito e cai no chão ao tentar correr. O palhaço lança a faca contra ela, mas Maureen desvia, se levanta e sobe correndo a escada. O palhaço segura firme a faca e sobe a escada atrás de Maureen. CENA 5. CASA DOS RILEY. ESCADARIA. INT. NOITE. Maureen sobe a escada correndo, e é seguida pelo palhaço, que tenta avançar sobre ela segurando uma faca. Maureen vê um vaso em sua frente e o joga em direção do palhaço, fazendo com que ele seja atingindo e fique tonto por alguns instantes. Maureen chega no corredor. O palhaço se recupera e sobe. CENA 6. CASA DOS RILEY. QUARTO DE CATHERINE. INT. NOITE. Maureen empurra a porta do quarto e a tranca, sem ar, muito assustada. Ela se afasta da porta e vê que o computador da amiga está ligado em cima da cama. Fortes batidas na porta deixam Maureen ainda mais nervosa, e, em desespero, ela abre seu email e começa a digitar alguma coisa. Quando Maureen menos espera, o Palhaço arromba a porta e vai pra cima dela. Maureen segura o braço dele e trava uma luta com o palhaço pela posse da faca. O palhaço dá uma cabeçada em Maureen, que fica tonta e caminha para trás. O palhaço chuta a barriga da mocinha, que fica próxima a janela, se desequilibra e cai de lá de cima. CENA 7. CASA DOS RILEY. JARDIM. EXT. NOITE. O corpo de Maureen desaba do segundo andar pela janela do quarto e cai na grama, no meio do jardim. A câmera mostra a queda de diversos ângulos. Lá de cima, o palhaço observa da janela e some. A câmera foca nos pés de Maureen e some em travelling pelo seu corpo, mostrando o rosto da mocinha, e vemos que ela está desacordada. A imagem escurece. |
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2x03 - QUANDO UM ESTRANHO CHAMA |
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CENA 8. HOSPITAL DE CARIDADE DE ENDLESS TOWN. QUARTO. INT. NOITE. Maureen deitada em uma cama hospitalar, recebendo soro na veia, com o rosto com vários cortes da queda que sofreu. Dewey, Catherine e Adrian junto dela no quarto. MAUREEN – (COM DOR) Foi horrível Catherine. Ele brincou comigo como se eu fosse ma boneca. Se eu não tivesse corrido eu teria sido morta. Ele queria me matar. CATHERINE – Eu ainda não consigo acreditar que isso aconteceu. Eu e o Dewey nunca devíamos ter te deixado sozinha. DEWEY – Se existe algum culpado nessa história somos nós Maureen. MAUREEN – Não, vocês não tem culpa de nada. Ninguém de culpa de nada. CATHERINE – (COM RAIVA) Esse desgraçado entrou dentro da nossa casa Dewey! Estava lá o tempo todo! Cretino! MAUREEN – Adrian, ele ameaçou a minha família, ameaçou meu filho. Ele está disposto a recomeçar todo o banho de sangue ocorrido no passado. Você tem que fazer alguma coisa antes que seja tarde demais. ADRIAN – E eu vou fazer Maureen, fique tranqüila. Mandarei Lloyd ficar com uma viatura pelos arredores da casa de vocês e, se ele ver alguma coisa de estranho, tem ordem para atirar. Nada de ruim vai acontecer. MAUREEN – E o Christopher? Onde está meu filho? CATHERINE – Está com a Hannah, calma. Graças a Deus não sofreu nenhum arranhão. DEWEY – Nós também avisamos o Lucas, Maureen, e ele passará para buscar a criança mais tarde. MAUREEN – Eu temo tanto por eles, mas tanto. Perder o Lucas ou o Christopher pra mim será pior do que perder minha própria vida. E esse palhaço ou quem quer que seja está disposto a fazer tudo. Ele disse que eu sou uma sobrevivente, como nos filmes de terror, mas nós não estamos em Hollywood e eu vou ser assassinada. Todos nós vamos morrer. DEWEY – Não fala essas coisas Maureen. CATHERINE – Mas ela tem razão Dewey. Esse palhaço maluco torturou a Maureen do modo mais cruel possível e tocou na maior ferida dela, que é a família. Ele não hesitará em atentar contra todos nós. Querem saber a minha opinião? Devemos investigar o passado do seu pai Maureen. MAUREEN – Do meu pai? CATHERINE – Claro! Afinal, a foto dele estava junto do corpo da CeCe, e isso tem que ter alguma razão. É a partir daí que a investigação deve ser iniciada. ADRIAN – (OBSERVA) Boa percepção Catherine. Catherine sorri e se abraça em Dewey. Close em Adrian. CENA 9. ENDLESS TOWN. CENAS PANORÂMICAS. EXT. DIA. Sonoplastia: Better Off Dead – ZZ Ward. O sol vai nascendo em meio as árvores da floresta da cidade. Aos poucos, as pessoas vão começando suas atividades e o comércio local abre suas portas. As ruas vão se enchendo de carros e munícipes. CENA 10. CASA DOS RILEY. FRENTE. EXT. DIA. Câmera abre na lãmina de um cortador de grama e se afasta para mostrar Dewey passando pelo jardim da residência, com o aparelho. Um carro da polícia estaciona na frente da casa e Dewey desliga a máquina. Adrian salta do carro e se aproxima. ADRIAN – Dewey! Como vai? DEWEY – Tentando arrumar os estragos da noite passada. Ao que devo a honra da visita? ADRIAN – A Catherine está? Preciso falar com ela. DEWEY – Está na cozinha, fique a vontade. ADRIAN – Muito obrigado. Adrian atravessa o jardim e entra na casa. Dewey olha desconfiado. CENA 11. CASA DOS RILEY. COZINHA. INT. DIA. Catherine vestindo um avental, na pia da cozinha, segurando numa mão dois ovos e na outra um livro de receitas. CATHERINE – (OLHA NO LIVRO) Quebre os ovos e os jogue dentro da vasilha. Mexa tudo em seguida. Catherine larga o livro e vai fazendo o que estava na receita. Adrian bate na porta a entra na sozinha. Catherine se vira e limpa as mãos no pano de prato. CATHERINE – Adrian! E aí, tudo bem? ADRIAN – Podemos conversar por um minuto? CATHERINE – Sem problemas. Estou tentando fazer uma receita de bolo da minha mãe, mas sabe, acho que não está dando muito certo. ADRIAN – Eu queria te dizer que fiquei muito encantado com a sua perspicácia ontem no hospital. Você sabe captar muito as coisas. CATHERINE – Que nada cara, qualquer um saberia daquilo. ADRIAN – Qualquer um não tem o faro investigativo que você tem. CATHERINE – O que quer dizer com isso? ADRIAN – Que eu quero te fazer um convite muito especial. CATHERINE – Minha nossa, o que é? Vai casar ou fazer aniversário? ADRIAN – (RI) Não, nada disso. Eu quero saber se você aceita ser minha assistente investigativa na delegacia. CATHERINE – (SURPRESA) O que? ADRIAN – Isso mesmo que você ouviu. Eu quero você do meu lado me ajudando na investigação do assassinato da CeCe e do ataque da Maureen. Preciso muito de você. E aí, aceita? CATHERINE – Poxa Adrian, agora você me pagou de surpresa! (SEM GRAÇA) Tenho que falar com o Dewey... ADRIAN – Dewey? Você por um acaso depende de aprovação de marido para fazer o que quer? CATHERINE – É que... (RI) É difícil responder assim. ADRIAN – Difícil por que? É só dizer sim ou não. Catherine começa a rir de Adrian. CATHERINE – (ALTO) É claro que é um gigantesco sim! Estava brincando com você cara. (ANIMADA) Eu, investigadora! É o que eu sempre sonhei! ADRIAN – Não esperava que essa fosse ser sua reação. CATHERINE – Eu já estou cheia de idéias de como faremos nossa investigação Darling. Quando eu começo? ADRIAN – Amanhã mesmo. Alguma contestação? CATHERINE – Nenhuma! Estarei lá pontualmente. E obrigada pelo convite. ADRIAN – De nada. Vai ser um prazer. Close em Catherine, que suspira, muito feliz. CENA 12. CASA DOS RILEY. QUARTO DE HÓSPEDES. INT. DIA. Christopher dorme placidamente dentro de seu berço. Maureen está deitada em sua cama, chorando. Lucas aparece na porta e bate, chamando a atenção de Maureen. Lucas sorri para Maureen, que corre até ele e o abraça. MAUREEN – (SOLUÇA) Graças a Deus que você veio Lucas... Eu tô muito assustada! LUCAS – (ALISA O CABELO DELA) Fica calma, eu estou aqui Maureen. Nada de ruim vai acontecer. MAUREEN – (OLHA PRA LUCAS) Ele tentou me matar Lucas. Tentou matar o nosso filho! Eu temo tanto pela vida do Christopher. LUCAS – Eu vou proteger você e ele de qualquer mal. Nada e nem ninguém vai tocar nele. MAUREEN – (SORRI) Mas você não estava bravo comigo? LUCAS – Eu pensei muito Maureen, e percebi que tudo o que eu te falei ontem não passava de birra. E nós dois somos adultos. Eu tenho o dever de te entender. MAUREEN – (ABRAÇA) Ai meu amor, que bom que estamos juntos novamente. Preciso tanto de você! LUCAS – Agora você tá comigo. E comigo aquele palhaço não se mete. MAUREEN – Como você sabe que eu fui atacada por um palhaço? LUCAS – Dewey me contou. MAUREEN – Claro. (SUSPIRA) Lucas, pra provar que você vai passar uma borracha em cima da história do Henry, eu preciso que você faça uma coisa comigo. Pra mim e pro nosso filho. LUCAS – E o que é? Maureen encara Lucas. CENA 13. HOSPITAL DE CARIDADE DE ENDLESS TOWN. UTI. QUARTO. INT. DIA. Henry deitado na cama hospitalar, com diversos aparelhos presos em seu corpo. Ele está em coma profundo. Hannah sentada em uma poltrona ao lado dele, escrevendo num caderno. HANNAH – (FALANDO COM HENRY) O que achou, meu amor? Não ficou lindo? Hannah mostra para Henry, que continua desacordado, um desenho que fez no papel: um boneco, que é Henry, de mãos dadas e uma boneca, que seria Maureen. HANNAH – Somos eu e você. Juntos, como sempre fomos, mas falta o nosso filho, Christopher. O fruto do nosso amor! Hannah sorri e se aproxima da orelha de Henry. HANNAH – Consegue me ouvir Henry? Consegue ouvir a sua amada Maureen Prescott? Pois é quem eu sou. Maureen Prescott! Hannah alisa o rosto de Henry e se aproxima lentamente dos lábios dele, beijando-os. CATHERINE – (ALTO) Hannah! O que significa isso? Hannah leva um susto e vê Catherine na porta, olhando pra ela. HANNAH – Catherine? O que você tá fazendo aqui? CATHERINE – Eu é que pergunto! Então é esse o lugar secreto que você tanto vai? Você está visitando o Henry! E o pior, está se passando pela sua irmã! HANNAH – (SE LEVANTA) Não é nada disso do que você está pensando Catherine. Eu só estou brincando! CATHERINE – Pois o que eu acabei de presenciar não me pareceu brincadeira. Você estava abusando de uma pessoa em coma, que não pode nem se defender. Isso é terrível Hannah! HANNAH – (SE ENFURECE) E o que você tem a ver com isso Catherine? Não devia nem estar aqui! CATHERINE – A sua irmã está na cidade! E se ela resolve visitar o Henry e te vê aqui ,agindo assim? Imagina o que pode acontecer? HANNAH – (NERVOSA) Por favor Catherine, não conta nada pra Maureen! CATHERINE – Isso já depende de você. Pare de visitar o Henry, senão eu conto tudo pra Maureen. Faça sua escolha. Catherine encara Hannah e vai embora. Close em Hannah, preocupada. CENA 14. MANSÃO DOS ARMSTRONG. SALA DE ESTAR. INT. DIA. Viola oferece uma xícara de chá à Savannah, que está sentada junto dela no sofá. Savannah aceita e Viola também se senta. SAVANNAH – Obrigada querida. (BEBERICA) Está ótimo. VIOLA – Muito obrigada por ter vindo até aqui Savannah. Eu estou desesperada! Não sei mais o que fazer. SAVANNAH – Se é pra ajudar uma amiga, estou sempre ás ordens. Mas me conte, o que houve? VIOLA – É com a Madison. A minha filha ela anda... estranha. Mais do que sempre foi. SAVANNAH – Como assim? VIOLA – Você pode rir da minha cara se quiser, mas ela está conversando com uma pessoa que não existe. Uma pessoa invisível. SAVANNAH – (SURPRESA) Oh... Um amigo imaginário suponho. Crianças tem disso. VIOLA – Ate aí tudo bem, mas ela está totalmente mudada. Está agressiva, arredia, falando coisas que nunca falou. Tem algo de estranho ocorrendo a Madison e eu queria que você, como psicóloga, conversasse com ela. SAVANNAH – Sem problema nenhum. Vou me sentir útil em ajudar. VIOLA – (SORRI) Muito obrigada Savannah! Savannah sorri e as duas se dão as mãos, amigas. CENA 15. DELEGACIA DE ENDLESS TOWN. EXT. DIA. Plano geral da fachada da delegacia. CENA 16. DELEGACIA DE ENDLESS TOWN. SALA DE ADRIAN. INT. DIA. Adrian sentado em sua poltrona, assinando alguns papéis em cima da mesa. Ele os entrega para Lloyd. LLOYD – Vou tratar de encaminhá-los para corregedoria imediatamente. ADRIAN – A partir de amanhã Garret, nossa delegacia ficará mais bonita. Teremos uma mulher trabalhando com a gente. LLOYD – (ANIMADO) Mulher? Finalmente! E quem é? Catherine abre a porta e entra triunfante, se sentindo a dona do local. CATHERINE – Eu mesma querido. Catherine Riley. ADRIAN – (SE LEVANTA) Catherine, esqueceu que seu dia de trabalho começa amanhã? CATHERINE – Não esqueci não xerife, mas é que eu fiquei tão animada com a hipótese de ser sua assistente que acabei investigando algumas coisas. ADRIAN – E descobriu alguma coisa? Catherine balança a cabeça positivamente. CENA 17. HOSPITAL DE CARIDADE DE ENDLESS TOWN. UTI. CORREDOR. INT. DIA. Sonoplastia: The Blower’s Daughter – Damien Rice. Dois pares de mãos entrelaçados andam juntos pelo corredor da UTI do hospital. A câmera revela que tratam-se de Lucas e Maureen, esta com o filho pequeno no colo. Lucas olha para Maureen e sorri, que retribui. Eles se aproximam de uma sala e param por um instante. Lucas sinaliza positivamente com a cabeça e Maureen entra com Christopher, logo seguida do namorado. CENA 18. HOSPITAL DE CARIDADE DE ENDLESS TOWN. UTI. QUARTO. INT. NOITE. Os três entram no quarto de UTI e Maureen dá de cara com Hannah sentada ao lado da cama de Henry, este entubado, lendo um livro para ele. As duas se encaram. MAUREEN – Hannah? HANNAH – (SÉRIA) Irmã. MAUREEN – O que você está fazendo aqui? HANNAH – Eu... Eu soube que ele teve sinais de consciência. Resolvi fazer uma visita para ele. Fiz mal? MAUREEN – Não, mas eu não sabia que voce costumava vir aqui. HANNAH – (SEM GRAÇA) É... Maureen pega Christopher, que estava no colo de Lucas, e se aproxima da cama de Henry, emocionada. Lucas e Hannah se olham. Maureen enxuga algumas lágrimas e se vira para Hannah. MAUREEN – A quanto tempo você vem visitando o Henry? Close em Hannah, surpresa com a pergunta. CENA 19. MANSÃO DOS ARMSTRONG. QUARTO DE MADISON. INT. DIA. Savannah bate na porta do quarto, que se abre sozinha, mostrando que já estava aberta. SAVANNAH – Madison? Savannah entra no quarto e leva o maior susto em ver tudo bagunçado. As roupas de Madison pelo chão, as roupas de cama rasgadas, o espelho quebrado e a escrivaninha derrubada. Savannah olha em volta procurando Madison. SAVANNAH – (ALTO) Madison? Você está aí? Sou uma amiga da sua mãe. Só quero conversar. MADISON – Não quero conversar com você. Savannah leva um susto e vê Madison no fundo do quarto, com os cabelos bagunçados. MADISON – Só quero conversar com a Amanda. SAVANNAH – (COM MEDO) Querida, o que aconteceu por aqui? Hum? MADISON – Foi a Amanda. Eu disse que não queria brincar e... olha o que ela fez. Bagunçou tudo. SAVANNAH – Quem é Amanda, Madison? MADISON – Minha melhor amiga. Ela brinca comigo todos os dias. E ela está atrás de você. Savannah se vira, mas não vê ninguém. Ela olha para Madison. MADISON – Já se foi... SAVANNAH – (TENSA) Eu não sei o que está acontecendo aqui... Mas alguém tem que tomar uma providência. Madison dá um berro em direção a Savannah, que sai correndo e bate a porta, desesperada. CENA 20. DELEGACIA DE ENDLESS TOWN. SALA DE ADRIAN. INT. DIA. Adrian e Catherine reunidos com Maureen e Lucas na sala dele na delegacia. Todos com aspectos nervosos. MAUREEN – O que está acontecendo aqui? Você trabalha na polícia agora Catherine? Não sabia dessa novidade. CATHERINE – Positivo e operante. Eu chamei vocês aqui porque eu precisava contar uma coisa realmente importante. E que pode ter relação com o caso da CeCe. MAUREEN – Vocês descobriram quem a matou? ADRIAN – Não, não Maureen. Ainda não. O que a Catherine descobriu se relaciona ao seu pai. MAUREEN – O meu pai? Qual deles Catherine, por que eu tinha dois. CATHERINE – O Jimmy, que foi o homem que te criou. Ele não era quem você pensava que era Maureen. MAUREEN – Será que alguém pode ir direto ao ponto e explicar o que está acontecendo? CATHERINE – Como a foto de Jimmy foi deixada no corpo da CeCe, eu decidi fazer uma busca minuciosa sobre o passado dele e descobri coisas bastante reveladoras. Antes de se casar com a sua mãe, quando tinha 30 anos de idade, Jimmy Prescott foi preso acusado de estuprar a filha de uma vizinha de 7 anos de idade, e sua irmã, de 14. MAUREEN – (PASMA) O que? CATHERINE – O seu pai era um estuprador, Maureen. Close em Maureen. CENA 21. TRAILER DE CLIFF. INT. DIA. Ohana na pequena cozinha do trailer, lavando a louça na pia. Cliff entra carregando sua câmera e a coloca em cima da bancada. Ele beija a mulher. CLIFF – Tudo certo, meu bem? OHANA – Tudo... (PAUSA) Onde você estava esse tempo todo? CLIFF – Eu? Estava gravando spots por aí. Algum problema? Ohana desliga a torneira e seca as mãos. Ela tira do bolso um pequeno papel e entrega a Cliff. OHANA – Achei isso dentro do seu casaco ontem. É um papel de identificação de visitantes no sanatório da cidade. CLIFF – Você estava mexendo nas minhas coisas? OHANA – Eu fui guardar o casaco e caiu do bolso, vi sem querer. (PAUSA) Cliff, quem você está visitando no sanatório? CLIFF – (ARREDIO) Ninguém Ohana! Ninguém! OHANA – Então porque ir até lá? CLIFF – (SE IRRITA) Por nada! Esquece essa história, falou? Esquece! E não se mete! Mas que droga, odeio quando você revira onde não é chamada. Cliff encara e sai do trailer. Close em Ohana, desconfiada. CENA 22. CASA DOS RILEY. QUARTO DE HÓSPEDES. INT. DIA. Maureen coloca Christopher no berço e cobre o menino com uma coberta. Ela se dirige até a janela e observa lá fora, suspira fundo. Lucas entra no quarto. LUCAS – Maureen, parece que chegou uma coisa pra você, uma espécie de DVD. A Catherine mandou te chamar. Maureen olha para Lucas com sinal de estranhamento. CENA 23. CASA DOS RILEY. SALA. INT. DIA. Maureen e Lucas descem a escada. Dewey está sentado no sofá, enquanto Catherine coloca o DVD no aparelho. MAUREEN – (SE SENTA) Quem enviou o filme? CATHERINE – Remetente anônimo. Quem entregou foi um menino de rua, igual aquela vez da sua mãe, lembra? DEWEY – Oh meu Deus, espero que não seja nada importante. CATHERINE – (PEGA O CONTROLE) Vamos assistir. Catherine se junta a Maureen, Lucas e Dewey no sofá e dá play no vídeo. O vídeo começa com o P.V. de uma pessoa pela floresta da cidade, observando alguém que está de costas. A câmera recebe o zoom e vemos que a pessoa é CeCe, que mexe em seu celular. MAUREEN – É a CeCe! CeCe ouve barulhos de arbustos se mexendo e olha para todos os lados, nervosa. A pessoa se aproxima dela lentamente e mostra para câmera uma faca afiada. CATHERINE – (ARREGALA OS OLHOS) Oh não... No vídeo, CeCe vê uma sombra em sua frente e se vira, dando de cara com a pessoa. CeCe dá um berro e leva uma facada no ombro. Maureen põe a mão na boca e se agarra em Lucas, chocada. CeCe dá um chute em seu agressor e sai correndo. Quem está carregando a câmera corre atrás de CeCe, que sente muita dor e está perdendo muito sangue. CeCe cambaleia, resvala no barro e cai numa pequena ribanceira. A figura misteriosa a olha de lá de cima e desce a ribanceira em direção a garota. Pelo P.V, da pessoa, mostramos CeCe deitada de barriga pra cima, sangrando, chorando muito. A pessoa continua filmando a menina. CECE – (CHORA) Quem é você? Pra que fazer isso comigo? Pra que? A pessoa misteriosa mostra uma faca para CeCe, que chora ainda mais. CECE – Não... Por favor... Não! Quando a figura do vídeo vai esfaquear CeCe, a tela da TV onde o vídeo está sendo exibido é desligada por Lucas, que se levanta e tira o DVD do aparelho. LUCAS – Já chega! MAUREEN – Ele gravou a morte dela. (PASMA) Com que tipo de criatura estamos lidando? CENA 24. ENDLESS TOWN. FLORESTA ESTADUAL. EXT. NOITE. Anoitece em meio aos vales e altas árvores da floresta da cidade. CENA 25. SET DE GRAVAÇÕES. INT. NOITE. Beverly entra num set de gravação do que seria a sala de uma casa, mas com os móveis cobertos com uma coberta branca. Beverly tenta ligar a luz, mas o interruptor está quebrado. BEVERLY – Porcaria! (GRITA) Jeremy! Jeremy, você tá aí? Jeremy! Uma pessoa vestida de palhaço assassino sai dentre as sombras e assusta Beverly, que logo começa a rir da situação. BEVERLY – Jeremy! Quer me matar de susto? Estava procurando você em todo lugar. Tira logo essa fantasia, o dia de gravações já terminou. Vamos pra casa. Beverly se aproxima do palhaço assassino e pega em suas mãos. O palhaço fica imóvel, sem fazer nada. BEVERLY – Eu sei que você se envolveu muito interpretando esse personagem, eu também acabei mudando de papel com a morte da CeCe, mas agora é vida real. Vamos pra casa logo, cara! Beverly puxa a pessoa pelo braço, mas a pessoa não sai do lugar. Close em Beverly, que dá um sorrisinho malicioso. BEVERLY – Já entendi... Que tal a gente aproveitar que estamos juntos, aqui, no escuro, e fazer aquilo que a gente não faz a muito tempo, hum? (MORDE OS LÁBIOS) O palhaço agarra Beverly com força e a garota solta pequenas risadas, como se estivesse gostando. Beverly é colocada contra uma parede do cenário e o palhaço encosta seu corpo ao corpo de Beverly. BEVERLY – (SAFADA) Você sabe que esse jogo me excita, não excita Jeremy? Beverly pega a mão do palhaço e esfrega em seu corpo, chegando até a região da vagina. Beverly tira sua calcinha e aproxima a mão do palhaço contra seu órgão genital, fazendo com que ele coloque seu dedo lá dentro. Lentamente, a pessoa vestida de palhaço vai masturbando Beverly, deixando a menina louca de prazer, gemendo muito. BEVERLY – (COM OS OLHOS FECHADOS) Isso... Vai Jeremy... Me deixa louca, vai... Ai que delícia... A masturbação se torna mais intensa e Beverly começa a gemer com mais intensidade. BEVERLY – (COM MUITO PRAZER) Ah meu Deus Jeremy... Enfia vai... Mais fundo... Eu estou toda molhada! O palhaço então faz um movimento que machuca Beverly, que se assusta. BEVERLY – Mais devagar Jeremy! Eu sei que eu sou uma garota selvagem, mas assim você me machuca! PALHAÇO – (EM VOZ ROBÓTICA) E desse jeito, vadia? O palhaço retira uma faca da cintura e a enfia dentro da vagina de Beverly. Beverly dá um berro e se vê esvaecendo em sangue. O palhaço aproxima seu rosto do rosto de Beverly e fica vendo-a agonizar. Beverly vai desabando até o chão, mas antes de morrer agarra a máscara do psicopata e vê quem ele é. Mas a câmera não nos mostra. BEVERLY – (FRACA) Você... E Beverly cai no chão, com as pernas abertas e vagina sangrando. Sonoplastia: Bad Karma – Ida Maria. O palhaço começa a emitir sua risada maligna e recoloca sua máscara no rosto. Ele agarra os braços de Beverly e arrasta o corpo da menina até o centro da sala cenográfica, em cima de um tapete. Do P.V. do assassino, sua mão recoberta por uma luva de couro coloca em cima do corpo a foto de Jimmy Prescott. A imagem abre no corpo assassinado de Beverly e dá um close em seu rosto. A imagem escurece. |
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SÉRIE DE:
ESTRELANDO:
ELENCO RECORRENTE:
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL NESTE EPISÓDIO: Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou
situações da vida real terá sido mera coincidência. |
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