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Escolhas da Vida - Capítulo 12

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CAPÍTULO 12
 
     

     

 

     
 

CENA 01. CASA DIOGO. INT. NOITE.

Continuação do capítulo anterior. Carla e Diogo se beijam. Ele se afasta.

DIOGO: - Não, Carla. A gente não pode.

CARLA: - Não pode o quê, Diogo? Está com medo de quê? Nós passamos anos juntos, não tem problema nenhum. (se aproxima) No fundo, eu sei que você ainda me quer. Para com esse jogo bobo e se entrega.

Carla avança em Diogo, se beijam intensamente. Ele se deixa levar.

CORTA:

CENA 02. CASA DIOGO. QUARTO DIOGO. INT. NOITE.

Diogo e Carla caem na cama, aos beijos e amassos. Aos poucos, vão se despindo de suas roupas. Diogo beija Carla, enquanto as mãos dela deslizam sobre o corpo dele.

CENA 03. APTO LISA. INT. NOITE.

Lisa abre a porta do apto, recebe Bruno que já entra beijando-lhe.

BRUNO: - Oi, meu amor! Eu vim o mais rápido que eu pude.

LISA (fechando a porta): - Tudo bem. Eu iria esperar o tempo que fosse preciso.

BRUNO: - A danceteria está a todo vapor, o trabalho lá não para e (percebe Lisa) O que foi, Lisa? Tá estranha.

LISA: - Eu estou na verdade um tanto nervosa, ansiosa, angustiada.

BRUNO: - Mas amor, se é pela campanha nova que você vai fazer, fica tranquila. Você é experiente, sabe tirar de letra isso tudo. Tem uma carreira de modelo brilhante pela frente.

LISA: - Não é por causa da campanha, Bruno. É pela minha vida. Ou melhor, pela nossa vida.

BRUNO: - Como assim?

LISA: - Senta aqui. (indica o sofá, sentando)

Bruno senta ao lado de Lisa.

LISA: - Eu esperei alguns dias para te contar, porque eu precisava ter certeza disso.

BRUNO: - Certeza do quê, Lisa? Está me deixando preocupado!

LISA: - Certeza de que isso era mesmo real, de que realmente está acontecendo na minha vida e que vai sim trazer uma grande reviravolta. Para nós dois.

BRUNO: - Fala logo, Lisa! Por favor!

LISA: - Eu estou grávida.

Bruno fica sem reação.

LISA: - Estou esperando um filho seu.

BRUNO (levanta-se): - Como é? Você está grávida, é isso?

LISA: - Estou. Fiz um teste de farmácia logo quando eu desconfiei e agora chegou o resultado do exame de sangue. Poucas semanas, mas é positivo. Eu estou esperando um filho seu.

BRUNO: - Mas como você foi deixar isso acontecer, Lisa?

LISA: - Como é que é?

BRUNO: - Você não podia/

LISA (levanta-se): - Ei, Bruno! Não estou te entendo! Eu não fiz o filho sozinha!

BRUNO: - Você não tomava os remédios? Cuidava pra isso não acontecer?

LISA: - Sim, mas acabei me descuidando algumas vezes. Nós fomos para a cama sem camisinha, lembra?! Nós dois temos participação nisso tudo.

Bruno caminha de um lado a outro.

BRUNO: - Um filho... Cara... Um filho... Como eu vou dar conta de um filho, Lisa?

LISA: - Eu não sei, Bruno! Isso também está sendo novo para mim! Acabei de assinar o contrato para a campanha internacional, minha carreira começando a ganhar destaque...

BRUNO: - Que loucura. Ainda não estou acreditando. Lisa, a gente não pode ter essa criança.

Lisa encara Bruno.

BRUNO: - Eu não posso ser pai agora.

LISA: - Você quer que eu aborte, é isso?

BRUNO: - Eu não sei! Não sei o que pensar! A única certeza que eu tenho é que um filho agora, para nós dois, não cabe! É impossível!

LISA: - Mas ele está aqui, Bruno! Agora é tarde!

BRUNO: - Não, sempre tem uma solução. Sempre tem!

LISA: - Eu posso perder a minha carreira, tudo. Mas eu não vou abortar. É um risco para a minha vida!

BRUNO: - A gente pode encontrar alguma clínica que faça isso com segurança, tem tanta gente que consegue.

LISA: - Eu não acredito que você está me dizendo isso, Bruno! Eu não acredito!

BRUNO: - Eu não posso ter um filho, Lisa. E você também não.

LISA: - Mas eu dou um jeito, me viro. Eu estou disposta a fazer isso. Você não está?

Bruno se cala. Lisa o encara, esperando uma resposta.

BRUNO: - Eu vou dar um tempo pra você pensar. Eu também preciso pensar nisso. Não sei o que fazer.

LISA: - Bruno, eu jamais esperaria esta atitude de você.

BRUNO: - Você quer que eu concorde com uma situação que eu não escolhi, Lisa. Não é fácil para mim também assumir uma responsabilidade deste tamanho agora. Eu não posso.

Lisa senta-se no sofá, enxuga as lágrimas. Bruno vai se aproximando da porta do apto.

BRUNO: - Eu preciso pensar nisso tudo com calma. Eu venho amanhã pra gente conversar. Agora está tudo muito confuso na minha cabeça.

Ele sai. Lisa chora. Seca as lágrimas, pega o celular. Ela fica pensativa, mas em seguida disca um número e espera a chamada completar.

LISA (ao telefone): - Alô? (T) Oi mãe.

CENA 04. RUA. EXT. NOITE.

Bruno caminha pela calçada, um tanto transtornado. Seu telefone toca. Ele retira o aparelho do bolso. CAM detalha no visor, a chamada é de Isaura.

BRUNO (atende/seco): - Oi, mãe. (T/incrédulo): - Meu avô?!

Close na expressão de Bruno.

CENA 05. APTO FERNANDA E PAULA. INT. NOITE.

Os convidados já foram embora. Paula desliga parte das luzes da sala e senta-se ao lado de Fernanda que está no sofá, mexendo no notebook.

PAULA: - Amor, vai descansar.

FERNANDA: - Sabe que, apesar de toda a agitação, eu não estou com sono. Acho que deve ser a adrenalina de saber que serei mãe logo logo! (risos)

PAULA: - Certamente! (risos) Mas uma mamãe também precisa cuidar do seu sono. Vem dormir, vem.

FERNANDA: - Eu vou ficar aqui um pouco mais. Quem está cansada aqui é você.

PAULA: - Estou mesmo.

FERNANDA: - Então, amor. Pode ir pra cama. Logo eu já estou indo. Só estou aqui pegando as últimas das redes sociais... Tanta coisa!

PAULA: - Tem muita fofoca nisso aí.

FERNANDA: - Mas tem coisas interessantes também, dos jornalistas que eu sigo, os perfis dos arquitetos. Eu já estou terminando. Pode ir.

PAULA (levanta-se): - Tá certo. Mas não demora. Estou com saudades de dormir com você.

As duas se beijam, trocam olhares. Paula se afasta. Nanda dá um tempo para se certificar que está sozinha. Abre o campo de busca na rede social, digita. CAM detalha a tela onde ela digita DIOGO TROIANI. Tecla enter. Tempo e surge a foto de Diogo. Fernanda observa a foto, certo encantamento.

FLASHBACK. CENA 38. CAP 02. ENCONTRO FERNANDA E DIOGO.

Caminhando por entre as pessoas, Fernanda esbarra em Diogo, que carrega um drink em uma das mãos.

FERNANDA: - Desculpa! É que está bem cheio aqui.

DIOGO: - Tudo bem, foi sem querer.

FERNANDA: - Por sorte não virou na sua roupa.

DIOGO: - É verdade, mas se tivesse virado, não teria problemas não.

FERNANDA: - Claro que teria, imagina! Você ia ficar com a camisa toda molhada no meio da festa! Tudo por um descuido meu.

DIOGO (toca o braço de Fernanda): - Não se preocupa não.

Fernanda e Diogo trocam olhares ao tempo que ele toca nela. Mais pessoas vão chegando e flashes disparados.

DIOGO: - Hoje a noite é de boas energias, animação. Nada atrapalharia. Pode ficar tranquila.

Fernanda sorri, graciosa. Diogo também sorri.

FIM DO FLASHBACK

Fernanda volta a si, procura o celular e encontra do seu lado no sofá. Ela encara a tela do pc, com o perfil de Diogo na rede social. Fernanda desce o cursor até achar a parte de contato. Ela hesita.

CENA 06. CASA DIOGO. QUARTO. INT. NOITE.

Diogo e Carla na cama, envoltos no lençol. Ela deitada sobre o peito dele. Ambos cansados, um tanto sonolentos. Toca o telefone.

DIOGO: - Deve ser minha mãe.

CARLA: -Dona Tereza  não ainda não aprendeu que você não tem mais 12 anos, pra ficar ligando toda hora?

DIOGO: - Ela sabe que eu não tenho 12 anos. Se está ligando, deve ser algo importante. Deixa eu atender.

Carla se afasta, enquanto Diogo sai da cama e vai até a bancada, onde está o telefone. Carla se enrola no lençol, pega a lingerie e segue para o banheiro.

DIOGO (ao telefone): - Sim, sou eu... (T) Fernanda?

CORTA:

CENA 07. BANHEIRO INT. NOITE.

Carla fica em silêncio, para ouvir a conversa enquanto se veste.

DIOGO (off): - Ah, é você... (esboça sorriso/contente) A que devo essa ligação, a essa hora pelo menos?

CARLA: - Fernanda? Então esse é o nome da vagabunda!

Ela SAI do banheiro, apressada, de calcinha e sutiã.

DIOGO (ao telefone): - Claro, conheço sim. (T) Perfeito!

CARLA: - Você é um canalha, Diogo!

Diogo se surpreende com a reação de Carla.

DIOGO (ao telefone): - Fernanda, falamos outra hora. Eu preciso desligar. (desliga)

CARLA: - Fernanda... É esse o nome da vagabunda que fez você terminar comigo?!

DIOGO: - Carla, que loucura é essa?

CARLA: - E agora você fica inventando que não conhece a moça? Que recebeu ligação surpresa, não sabia quem era! Cínico! Deveria ter avisado pra essa vagabunda que você estava comigo aqui!

DIOGO: - Em primeiro lugar, eu nem sabia que você viria. Segundo, eu não tenho ninguém!

Carla se agarra em Diogo, com força.

CARLA: - Fala! Fala na minha cara que o que a gente fez agora a pouco não teve valor pra você! Fala!

DIOGO: - Para, Carla! Por favor!

CARLA (firme): - Fala, Diogo! Diz olhando nos meus olhos que você não sente mais nada por mim... Que isso que aconteceu aqui na sua cama foi só um ataque de tesão passageiro, que você só quis aliviar a tensão... Fala!

DIOGO: - Eu não vou dizer nada, já chega. Você não entende que não tem como a gente continuar. Não dá. O que aconteceu aqui, na verdade, não era nem pra ter acontecido. Foi um vacilo.

CARLA (decepcionada): - Um vacilo...

DIOGO: - Um vacilo meu, seu... Sem camisinha, ainda.

CARLA: - A gente já fez isso tantas vezes.

DIOGO: - Mas era diferente. Agora a gente não está mais ‘junto’. Eu  não quero que seja assim.

CARLA: - E você quer que seja como, Diogo?!

DIOGO: - Cada um no seu canto, Carla. Como deve ser.

Carla se entristece com os dizeres de Diogo. Ela segura as lágrimas.

DIOGO: - Acho melhor você/

CARLA: - Eu já sei. Eu já vou. Mas eu só quero que você saiba, Diogo, de uma coisa muito, mas muito verdadeira. A mulher da sua vida, sou eu. Sou eu! E você ainda vai reconhecer isso.

Carla pega seu vestido e sai. Diogo senta-se na cama, pensativo.

CENA 08. APTO ALEX. INT. NOITE.

Illana está sentada no sofá. Alex na mesa, fazendo um lanche.

ALEX: - Ela foi totalmente diferente da primeira vez, Illana. Parecia outra mulher.

ILLANA: - Eu disse que ela ia gostar.

ALEX: - Aliás, foi tudo diferente. Até eu me senti outro cara.

ILLANA: - Ih... Olha lá, hein, Alex! Não vai se envolver com cliente! Isso nunca dá boa coisa.

ALEX: - Eu sei bem o que eu estou fazendo.

ILLANA: - Assim espero.

Illana retira de sua bolsa uma pasta, entrega para Alex.

ILLANA: - O contrato da sua campanha. Moda praia. Lê tudinho e assina. Me entrega amanhã na agência.

ALEX: - Poxa! Que legal! Terei meu rostinho estampado nos outdoors pelas praias do Rio, é isso?

ILLANA: - Seu rostinho, seu corpinho, tudinho, tudinho. (risos) E isso vai alavancar também a sua cartela de clientes.

ALEX: - Tem certeza que eu preciso continuar com isso, Illana?

ILLANA: - Alex, esse apartamento aqui não é barato, eu não consigo dar conta de todo o investimento sozinha.

ALEX: - Vamos para um lugar mais em conta, então! Na zona norte, eu vi, tem uns apartamentos pra alugar e/

ILLANA: - Pelo amor de Deus, Alex! Zona norte?! Meu querido, você é um modelo que vai estar ascensão logo logo! É um homem com todo potencial pra crescer! Zona norte não é teu lugar não. Fica na zona sul que é mais negócio. Pra você e para mim.

A campainha toca.

ILLANA: - Esperando alguém?

ALEX: - Não.

Alex atende a porta. É Mariana.

ALEX: - Mari!

MARIANA: - Oi meu amor! (o beija) gostou da surpresa?

ALEX: - Adorei! Entra!

MARIANA (entrando): - Oi, Illana! Bem que eu vi que aquele carro na frente do prédio era muito parecido com o seu. Mas acho que bateram nele, viu? Tá amassadinho atrás.

ILLANA: - Pois é. Acabei me envolvendo numa barbeiragem. Faz parte. Amanhã ele vai pra oficina. Fica novinho em folha.

ALEX: - A Illana trouxe o contrato de uma campanha de moda praia pra eu fazer.

MARIANA: - Que maravilha, Alex!

ILLANA: - Até foi bom você chegar, Mari. Aproveita e lê o contrato com ele, faz esse moço assinar, porque eu preciso disso amanhã na minha mesa... (levanta-se) Vou deixar os pombinhos a sós.

ALEX: - Fica Illana, depois a gente chama uma pizza.

ILLANA: - E eu tenho cara de vela, Alex?

Mariana acha graça.

ILLANA: - Aproveitem. Beijos!

Illana sai.

ALEX (abraça Mariana): - Vamos aproveitar e muito sim!

Os dois se beijam.

MARIANA: - Calma aí, amor... (risos) Antes, eu preciso te dar uma notícia.

ALEX: - Fala aí.

MARIANA: - Amanhã, à noite, eu espero você para um jantar lá em casa. Para conhecer os meus pais.

Alex se surpreende.

MARIANA: - A gente já está tão entrosado, tão juntos. Acho que já podemos dar mais esse passo. Não acha?

ALEX (hesita): - Eu...

MARIANA: - Acha apressado demais? Ou está com medo? (risos) Juro pra você que meus pais não mordem!

ALEX: - Tudo bem, eu topo. Sem problemas. Bora lá enfrentar o sogrão!

MARIANA (abraça Alex): - Por isso que eu amo você!

Alex tenta disfarçar o desconforto.

MARIANA: - Antes de você pedir a pizza, vamos ler o contrato que a Illana deixou. Hoje eu posso chegar em casa um pouco mais tarde. Depois da pizza, a gente pode ver um filme, que tal?

ALEX: - Eu topo tudo o que você quiser, meu amor. Bora lá.

Mariana pega o contrato na mesa, senta-se ao lado de Alex no sofá. Os dois começam a ler o documento.

CENA 09. APTO OSVALDO. INT. NOITE.

Regina e Osvaldo jantam a sós.

OSVALDO: - E você já pensou no que vai fazer para o jantar de amanhã?

REGINA: - Sabe que ainda não! Não sei o que oferecer para esse rapaz.

OSVALDO: - Algo leve. Sabe que esses modelos são cheios de manias e restrições alimentares para manter o físico em dia.

REGINA: - Talvez faisão, uma salada. Acho que isso. Faisão e saladas.

OSVALDO: - Ela já tinha comentado com você que estava namorando?

REGINA: - Não! Mas eu já desconfiava. Muito tempo ao telefone, conversinhas misteriosas... Pensei que você talvez soubesse de algo, quando foi busca-la na agência. Não viu quem era? Vi numas fotos uns meninos loiros lindos!

OSVALDO: - Não vi nada não.

REGINA: - Já imaginei o casamento deles. A Mari linda, igual uma Barbie, uma boneca. E o noivo também, garboso, pele alva, cabelos dourados como o sol.

OSVALDO: - Você sabe que se ela te ouve falar isso, surta né? A menina a recém está namorando e você lá na frente, pensando no casamento.

REGINA: - Ah, delírios... Um pouco de fantasia faz bem, não é?

OSVALDO (toca a mão de Regina): - Falando em fantasia, hoje você bem que podia colocar aquela camisola de seda que eu te dei, né?

REGINA (despista): - Oh, querido... Hoje o pilates acabou comigo. Amanhã eu atendo o seu pedido. Amanhã, que será uma data especial para nós todos.

OSVALDO (insatisfeito): - Esse pilates anda roubando toda sua energia. Melhor você cancelar.

REGINA: - Está louco? É o pilates que me deixa de pé! O Tomás, meu professor, é um excelente profissional.

OSVALDO: - Então é bom dizer pra ele maneirar um pouco, poxa. Eu também quero minha esposa com energia para mim.

Os dois se beijam. Osvaldo sorri, gracioso. Regina retribui. Ele sai da mesa. Ela fica pensativa.

CENA 10. APTO PAULA E FERNANDA. QUARTO. INT. NOITE.

Fernanda deita-se ao lado de Paula, na cama. Se recosta, fica pensativa. Paula, um tanto sonolenta, se mexe.

PAULA: - Finalmente você veio me fazer companhia. Uma mulher grávida não pode ficar até tarde acordada assim.

FERNANDA: - Paula, eu não preciso de babá (risos) Está tudo bem.

PAULA: - Estava falando com quem no telefone?

FERNANDA (apreensiva): - Eu?

PAULA: - Sim, eu ouvi você falando com alguém.

FERNANDA: - Era a mamãe. Perguntando se estava tudo bem. Veja só, você e ela formam uma bela dupla. As duas em cima de mim.

PAULA: - Eu e sua mãe seremos as cuidadoras perfeitas.

FERNANDA: - Eu não preciso de cuidados excessivos não. Agora vamos dormir, amanhã é um novo dia.

PAULA: - Vamos mesmo. Amanhã eu tenho que estar cedo no mercado. Não posso me atrasar.

Paula logo volta a dormir. Fernanda acordada, pensativa.

CENA 11. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE.

Bruno entra. Solano na cama, dormindo. Isaura ao seu lado, um tanto aflita.

BRUNO: - Mãe.

ISAURA: - Ai, meu filho.

Os dois se abraçam. Bruno se aproxima de Solano.

BRUNO: - O que aconteceu?

ISAURA: - Eu não sei direito. Eu cheguei em casa e ele passou mal.

BRUNO: - Só isso? Mas meu avô sempre teve uma saúde de ferro.

Bruno acaricia o rosto de Solano.

BRUNO: - Vai ficar tudo bem, vô. (a Isaura) Como você trouxe ele pra cá? Chamou ambulância?

ISAURA (confessa): - Seu pai nos trouxe.

BRUNO (incrédulo): - O Lauro? Mas por que?!

ISAURA: - Eu estive com o seu pai hoje à noite. Aceitei um convite dele para jantar. A gente acabou se desentendendo, eu sai do restaurante. Mas ele me alcançou no caminho antes de eu pegar o táxi e me trouxe até em casa. Seu avô nos viu chegando juntos, acabamos discutindo e ele passou mal.

BRUNO: - Mãe! Você tem noção do que essa história sua e do meu pai está causando pra gente, ainda?! Não basta tudo o que ele já fez a gente passar?

ISAURA: - Eu pensei que ele tivesse mudado.

BRUNO: - O Lauro nunca vai mudar, mãe.

ISAURA: - Mas ele nunca deixará de ser seu pai. Não esqueça disso.

Neste instante, Gustavo (rapaz alto, porte atlético, pele morena, cabelo curto, escuro, 35 anos, trajando jaleco) entra na sala.

GUSTAVO: - Com licença, boa noite.

ISAURA: - Filho, esse é o doutor Gustavo. Foi ele quem nos recebeu aqui. Esse é meu filho, doutor.

BRUNO (cumprimenta Gustavo): - Bruno.

GUSTAVO (cumprimenta): - Prazer. Bem, eu tenho aqui os resultados dos exames do senhor Solano. Ele está bem, fora de risco.

ISAURA (aliviada): - Graças a Deus!

GUSTAVO: - Só vai precisar ficar aqui esta noite, em observação. Se não tiver nenhuma alteração nos batimentos cardíacos, amanhã mesmo pela manhã ele já vai pra casa.

BRUNO: - Melhor notícia do mundo, doutor. Muito obrigado pela atenção com o meu avô. Ele é tudo pra gente.

GUSTAVO: - Só estou fazendo meu trabalho, Bruno. Como regra do hospital, apenas um de vocês poderá ficar aqui no quarto com ele esta noite

ISAURA: - Eu fico. Vai pra casa, filho. Amanhã você tem trabalho também, precisa descansar.

BRUNO: - Tá certo.

GUSTAVO: - Se precisarem de qualquer coisa, só me chamar.

ISAURA: - Obrigada, doutor.

Gustavo sai.

ISAURA: - Que maravilha! Ele tá fora de perigo.

BRUNO: - Ele é forte. Amanhã vai estar em casa.

Isaura abraça Bruno, aliviada.

CENA 12. RESTAURANTE. INT. NOITE.

Verônica janta com Gabriel em um restaurante elitizado.

GABRIEL: - Você tem muito bom gosto, Verônica. Soube escolher o restaurante, a bela carta de vinhos, o prato principal... E claro, me chamou para jantar. Isso sim é ter bom gosto.

Verônica ri.

GABRIEL: - Fora que, hoje em dia, está cada vez mais comum esse lance de mulheres, digamos, mais maduras, passarem boa parte do seu tempo ao lado de rapazes mais jovens.

VERÔNICA: - Embora você seja uma gracinha de menino, não faz meu tipo, Gabriel. (risos) Não se preocupe. Ou melhor, não se empolgue, porque nós não sairemos daqui para um motel ou algum hotel no Leblon. (risos)

GABRIEL: - Ah não? Esse jantar todo, todo esse clima, é apenas pela minha ilustríssima companhia?

VERÔNICA: - A sua companhia está sendo maravilhosa. Eu gostei de você desde o dia em que nos esbarramos naquele outro restaurante. Eu estava com a minha filha, lembra?

GABRIEL: - Como eu iria esquecer? Você e sua filha parecem duas irmãs! Como é o nome dela mesmo?

VERÔNICA: - Carla!

GABRIEL: - Carla... Lindo nome.

VERÔNICA: - Pois como eu estava dizendo, eu fiquei com a sua imagem na cabeça, te estudando.

GABRIEL: - Me estudando? Você é algum tipo de agente secreta?

VERÔNICA: - Prefiro gastar meu tempo fazendo compras na Champs-Élysées do que investigando crimes, meu querido. (risos) Mas eu fiquei te estudando sim, porque te achei um homem muito interessante. E agora, falando com você, só confirmei as minhas expectativas. Bonito, inteligente, bem instruído, bem humorado. Rico!

GABRIEL: - Modéstia à parte, eu sou um bom partido, pena que nem sempre as mulheres valorizam. Elas preferem os pé rapados, cafajestes... (lamenta) Ou até mesmo outras mulheres.

VERÔNICA: - Como?

GABRIEL: - Nada não, Verônica. Prossiga.

VERÔNICA: - Indo direto ao ponto. Pensei em unir todas essas suas qualidades, tudo de bom que você tem, com tudo de bom que a minha filha tem.

GABRIEL: - Deixa eu ver se entendi: você está querendo/

VERÔNICA: - ...você como genro!

Gabriel se mostra surpreso.

VERÔNICA: - Você é o homem perfeito! Tudo o que a Carla precisa agora. Ela acabou de sair de um relacionamento. Está muito chateada. Ela precisa de alguém como você para dar um up! Tirar ela dessa fossa e fazê-la enxergar a vida novamente, de forma bela!

GABRIEL (pensativo): - Nada mal. Sua filha é uma mulher e tanto! Talvez até a Nanda fique com ciúmes e queira voltar comigo. Até porque, depois dela eu não apareci com mais ninguém... (vibra) Isso!

VERÔNICA: - Isso o quê?! Aceita?!

GABRIEL: - Claro que aceito! Será um prazer enorme entrar para o seio da sua família, Verônica!

VERÔNICA (empolgada): - Ai que luxo!

Gabriel chama o garçom, que se aproxima.

GABRIEL: - Mais uma champanhe. A ocasião merece um brinde!

Verônica vibra. Ela e Gabriel se mostram empolgados com o plano.

CENA 13. RIO DE JANEIRO. EXT

MUSIC ON: (Shiver Down My Spine - Claudia Leitte)

Imagens do Rio ao amanhecer. Mostra o sol nascendo, as pessoas tomando conta das ruas, na praia, o trânsito da cidade.

CENA 14. APTO LISA. INT. DIA.

MUSIC OFF. A campainha toca. Lisa se aproxima da porta. Sua expressão é abatida. Ela abre a porta. PLANO GERAL de Helena (negra, cabelos brancos, 60 anos, bem vestida) a encarar Lisa.

HELENA: - Coração de mãe não se engana. Eu sabia que você não estava bem.

Helena vai entrando, carregando uma mala. Lisa fecha a porta.

LISA: - Fez boa viagem?

HELENA: - Fiz. O ônibus até que era confortável.

As duas ficam frente a frente, se encaram por um instante. Helena abre os braços, acolhe Lisa, que chora no conforto da mãe.

CENA 15. CASA ARTHUR E NORMA. INT. DIA.

Norma organiza as compras da feira na cozinha, quando Arthur entra.

ARTHUR: - Acordou cedo!

NORMA: - Eu quis pegar as verduras fresquinhas na feira. Senão depois a gente não consegue pegar nada bom.

Arthur vai até a pia, pega um copo, serve água da torneira. Observa Norma organizando as coisas.

ARTHUR: - Chegou tarde ontem.

NORMA: - Não cheguei tão tarde não.

ARTHUR: - Você saiu cedo da tarde e voltou já eram quase dez da noite. Achei tarde.

NORMA: - Eu fui na festinha de recepção da Nanda. Ajudei a Paula a organizar tudo. Foi uma festa bonita. O apartamento delas é uma graça! Tudo tão organizado, tem um bom espaço. Elas moram muito bem.

ARTHUR: - Um belo conto de fadas. Uma vida de faz-de-contas.

NORMA: - Aí que você se engana! É uma vida tão linda, tão cheia de cumplicidade, de amor. E os amigos delas! Pessoas sensacionais. O Walter estava lá também. Perguntou por você.

ARTHUR: - É mesmo? E o que você respondeu?

NORMA: - Respondi que estava bem. Só isso.

ARTHUR: - Não precisava mentir.

NORMA: - Eu não menti. Disse a verdade. A não ser que você realmente não esteja bem na situação em que você está. Saiba que ainda dá tempo de mudar de lado e ficar junto da sua filha. Ela está tão feliz com a gravidez, Arthur!

ARTHUR: - Eu não vou apoiar a Nanda nessa besteira, Norma. Não insista! E sabe o que eu acho também? Que você deveria era ficar do meu lado nessa história! Eu sou o seu marido, poxa!

NORMA (chocada): - Você está pedindo para uma mãe renegar amor à sua filha?! Você só pode estar louco, Arthur!

ARTHUR: - Louca está a Nanda. E ela está conseguindo enlouquecer você também!

NORMA: - Eu me nego a discutir com você novamente. Chega, Hoje eu não quero brigar.

Arthur se aproxima de Norma, a pega pelo braço, com força.

NORMA (surpresa): - Você está me machucando!

ARTHUR: - Ou você larga a Nanda e toda essa história gravidez e família de bestas, ou eu largo você.

Norma se choca com os dizeres de Arthur. Os dois ficam a se olhar, firmes.

CENA 16. CASA CARLA. INT. DIA.

Carla entra na sala de jantar para tomar café quando se depara com Gabriel à mesa, junto de Verônica e Milton.

CARLA: - O que esse cara está fazendo aqui?

MILTON: - Você não conhece ele, filha? Sua mãe me disse que era seu amigo.

VERÔNICA: - Ela só não deve estar lembrada. Também né, naquele dia a gente saiu feito um furacão do restaurante. Esse é o Gabriel, filha. Lembrou?

Gabriel se levanta e entrega um pequeno buquê de margaridas para Carla, que o recebe incrédula.

GABRIEL: - Bom dia, Carla. Bom rever você.

Gabriel encara Carla, que se mostra surpresa com toda a situação.

CENA 17. MUSEU DO AMANHÃ. EXT. DIA.

Diogo caminha pelo entorno do museu, observando o mar. Algumas pessoas passam por ali. Ele para na beira do passeio, contempla a paisagem. Alguém se aproxima, ao seu lado.

FERNANDA (V.O.): - O Rio de Janeiro é, realmente, uma cidade maravilhosa.

Diogo se vira. CAM mostra Fernanda. Os dois sorriem.

DIOGO: - Você...!

FERNANDA: - Oi, Diogo.

DIOGO: - Prazer em rever você, Fernanda.

Closes alternados entre os dois.

 
     
     
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autor
Édy Dutra

colaboração
Diogo de Castro

elenco
Rafaela Mandelli como Fernanda
Andrea Horta como Paula
Henri Castelli como Diogo
Francisca Queiroz como Carla
Caetano O’Maihlan como Rick
Gabriela Durlo como Roberta
Sidney Sampaio como Matheus
Marcello Melo Jr como Bruno
Aisha Jambo como Lisa
Paulo Gorgulho como Arthur
Sônia Braga como Norma
Maria Ceiça como Isaura
Milton Gonçalves como Solano
Maurício Gonçalves como Lauro
Eliete Cigarini como Eliane
Léo Rosa como Gabriel
Bernardo Mesquita como Tito
Juliana Lohmamm como Bia
Roberto Bomtempo como João
Giuseppe Oristânio como Walter
Cinara Leal como Laisla
Felipe Folgosi como Danilo
Fernanda Nobre como Ivete
Eduardo Lago como Dr. Túlio
Aline Borges como Olívia
Cissa Guimarães como Verônica
Jonas Bloch como Milton
Gisele Fróes como Selma
Odilon Wagner como Humberto
Totia Meirelles como Tereza
Zecarlos Machado como Cristóvão
Zezé Motta como Helena
João Gabriel Vasconcellos como Pedro
Daniel Erthal como Vini
Maria Maya como Illana
José de Abreu como Osvaldo
Malu Galli como Regina
Luma Costa como Mariana
Jonathan Haagensen como Alex
Antônio Pitanga como Dionísio

trilha sonora
Amanhã ou Depois - Nenhum de Nós (Abertura)
Shiver Down My Spine - Claudia Leitte

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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