| ||
CAPÍTULO 21 | ||
CENA 01. RUA. EXT. DIA. Continuação do capítulo anterior. Em meio ao trânsito, Paula e Carla, no carro, flagram o beijo de Diogo e Fernanda, que se afastam de imediato. FERNANDA: - Paula! DIOGO (surpreso): - Carla? PLANO GERAL mostra Rick observando tudo atento, do outro lado da rua. CORTA PARA o interior do carro, CARLA: - Não falei? Está aí a confirmação que você precisava. PAULA: - Eu não posso acreditar no que eu estou vendo. ABRE PLANO em Paula descendo do carro, enquanto Diogo se aproxima do veículo para falar com Carla. DIOGO: - O que você está fazendo aqui?! CARLA: - Será que agora você acredita nas coisas que eu digo? Eu falei que iria acabar com esse seu casinho sem importância! DIOGO: - Você é louca! Paula vai em direção a um táxi. Nanda vai atrás. FERNANDA: - Paula, eu posso explicar tudo! Paula volta-se para ela. PAULA: - Você vai explicar o quê, Fernanda? Vai inventar qual desculpa agora? Que o que eu acabei de ver aqui é uma ilusão de ótica? Que o Diogo estava te salvando de um afogamento, fazendo respiração boca a boca no meio do asfalto?! FERNANDA: - Paula, por favor/ PAULA (interrompe): - Por favor digo eu! Quanta humilhação, meu Deus! Como eu fui idiota! Eu fui cega, burra, besta! FERNANDA: - Não, Paula, não diga isso! PAULA: - Me fala, Fernanda, me fala o quanto vocês riram de mim neste tempo todo?! Me fala! Me conta quantas vezes vocês me chamaram de imbecil, quantas vezes vocês se divertiram com a minha cara, com a minha tolice em acreditar que o Diogo era só um amigo... (grita) Me fala, Fernanda! Me fala por quanto tempo vocês me traíram, rolaram na cama dos motéis, da casa dele ou até da nossa casa! FERNANDA: - Assim você me ofende! Para com isso! Paula acerta um tapa no rosto de Fernanda. As duas ficam a se encarar. PAULA: - Você está se sentindo ofendida? Tá se sentindo ofendida? VOCÊ? Se coloca no meu lugar. Será que você consegue fazer isso? Acho que não. É difícil pra você se colocar no lugar do outro. Você só pensa em você, no seu lado. Você é egoísta, Fernanda. Jogou o meu amor no lixo. FERNANDA: - Eu jamais faria isso com o seu amor. PAULA: - Não faria?! Mas fez!... Vagabunda! Paula sai apressada. Fernanda vai atrás dela. CAM busca Diogo e Carla, que observavam a cena. DIOGO: - Você não tinha o direito de fazer isso, Carla! CARLA (sai do carro): - Eu tenho todo o direito de fazer o que quiser, Diogo! E sabe por quê? Porque eu estou fazendo isso por amor! DIOGO: - Amor? Você está destruindo a vida das pessoas! A Fernanda e a Paula não têm nada a ver com o que aconteceu com a gente! Você não precisa envolver outras pessoas nas tuas loucuras! CARLA: - Quem se envolveu nisso foi ela! Eu só estou tirando do caminho essa gente que quer atrapalhar a minha felicidade, só isso! Eu também quero ser feliz, Diogo! E a minha felicidade é do seu lado! O que eu precisar fazer para ficar com você, eu farei! DIOGO: - Isso não é certo. Não tá certo! Eu não quero ficar com você, Carla! Entende isso de uma vez por todas! CARLA: - Você não sabe o que está dizendo, Diogo. Você ainda não entendeu que a mulher da sua vida está aqui na sua frente! Esquece a Fernanda! Aquela vadia nunca mais vai olhar na sua cara! (ri) Nem ela, nem Paula, ninguém! (agarra Diogo) Só eu! Eu sou a sua mulher, Diogo! Eu sou a sua mulher! Diogo solta-se de Carla, a empurra. Carla se apoia no carro para não cair. DIOGO: - Você é doente! Diogo sai. Carla chora, apoiada no carro. Outros carros param na rua, começam a buzinar. Rick se aproxima de Carla. RICK: - Vem, Carla, entra aí. CARLA (chora): - O Diogo brigou comigo, Rick. RICK: - Eu sei, eu vi tudo. Mas a gente conversa em outro lugar, agora estamos atrapalhando o trânsito. Vem, entra. Rick coloca Carla no banco do carona. Ele entra no lugar do motorista e conduz o veículo, desobstruindo a rua. CORTA: CENA 02. RUA. EXT. DIA. Pessoas caminham pelo calçadão. Paula no meio, andando desnorteada. Fernanda atrás, até que alcança. FERNANDA: - Espera! PAULA (solta-se): - Me solta! Eu não quero falar com você! FERNANDA: - Mas você vai me ouvir, sim! Eu fui até aquele restaurante para terminar tudo com o Diogo. PAULA: - Ah, você foi "terminar tudo com o Diogo"? Então você assume aqui para mim que realmente teve ou ainda tem algo com ele, não é? Porque aquele beijo nojento que eu vi não me pareceu dar um fim nessa história suja de vocês! FERNANDA: - O Diogo foi impulsivo ali na hora! Não era para ser assim! PAULA: - O Diogo foi impulsivo e você gostou bastante, pelo visto. Realmente, não era para ser assim, Fernanda... Nosso filho, poxa! FERNANDA: - Paula, eu quis deixar o Diogo para ficar com você, pela nossa família! PAULA: - Será que foi isso mesmo, Fernanda? Será que aquele beijo ali no meio da rua não foi para selar a linda união que vocês formaram? Até porque o filho que você está esperando aí é dele! FERNANDA: - Para! Não seja má assim! Esse filho é nosso! Você sabe muito bem disso! PAULA: - Eu já não sei de mais nada, Fernanda. Eu ando tão por fora da sua vida. Não me surpreenderia que você me excluísse até da formação da sua nova família. Talvez você quisesse mesmo voltar a ser como antes, com o Gabriel. Ser uma mulher, como seu pai mesmo disse, "normal". Mamãe, papai e filhinho. Seu sonho de menina, a família perfeita! Isso! A família perfeita! E nesse quadro lindo, não há espaço para duas mães. FERNANDA: - Paula, isso não é verdade! Eu amo você, Paula! Por favor, acredita em mim! Diogo as encontra, Paula o avista. PAULA: - Difícil a gente conseguir conversar, tendo essa sombra a nossa volta. Fernanda vira-se, enxerga Diogo. Paula segue ao encontro dele. Os dois se encaram. DIOGO: - Paula, eu/ PAULA (interrompe): - Você foi tão baixo, Diogo. Que jogo sujo. DIOGO: - O meu amor não é um jogo sujo, Paula. Eu amo a Nanda. PAULA: - Espero que vocês sejam muito, mas muito infelizes! É isso que vocês merecem! A infelicidade! Porque é isso que vocês estão causando em mim. Paula sai. Fernanda vai atrás dela, mas Diogo a detém. DIOGO: - Deixa, Nanda. Ela precisa esfriar a cabeça. FERNANDA (empurra Diogo): - Eu sabia que isso iria acontecer! Eu sabia! DIOGO: - Calma! FERNANDA: - Sai, Diogo! Me deixa sozinha. DIOGO: - Nanda, eu quero estar do seu lado. FERNANDA: - Mas eu quero ficar sozinha! Me deixa sozinha, Diogo, por favor! Diogo hesita um pouco, mas consente. Ele se afasta aos poucos. Fernanda senta-se no cordão da calçada, chora. CENA 03. CASA MILTON. JARDIM. EXT. DIA. Verônica e Gabriel, na piscina, surpresos com o flagra de Milton. GABRIEL: - Seu Milton, eu posso explicar! MILTON: - Eu acho que eu já sei o que significa um beijo na boca, garoto. Não preciso de explicações. VERÔNICA: - Milton, por favor, não seja indelicado com o Gabriel. MILTON: - Ele tem idade para ser seu filho, Verônica! VERÔNICA (cochicha): - Qual sua idade, Gabriel? GABRIEL: - Trinta e dois. VERÔNICA: - Meu Deus, eu tenho mais que o dobro da sua idade!... Por favor, me ajude a sair da piscina. GABRIEL: - Claro. Gabriel e Milton ajudam Verônica a sair da água. MILTON: - Eu não sei porquê do meu espanto agora. Certamente era com rapazes como esse que você se divertia na Itália. VERÔNICA: - Confesso que eles dão um gás na vida da gente. Mas o Gabriel é apenas um amigo. O que você viu aqui não vai mais se repetir. Não é mesmo, Gabriel? GABRIEL: - Sim, não irá mais acontecer! Foi só um lapso! Gabriel mergulha na piscina. Milton acha graça, enquanto Verônica tenta disfarçar o flagra. CENA 04. CASA ELIANE. QUINTAL. EXT. DIA. João e Eliane frente a frente, sob os olhares de Tito. JOÃO: - Você quer a separação? ELIANE: - Sim. Eu quero. Mais que a separação. Quero divórcio. JOÃO: - E de onde você tirou essa baboseira?! ELIANE: - Não é baboseira, João. Eu simplesmente cansei. Cansei dessa vida medíocre que eu levo, cansei de ficar me subjugando, cansei da sua companhia, da sua cara, da falta de sexo, da falta de amor... Cansei do excesso de faltas na minha vida! Os dois ficam a se encarar. Tempo. JOÃO: - Oh, Eliane, isso não é conversa pra gente ter agora. Depois que eu terminar o serviço, a gente fala sobre isso. E volta-se para os afazeres. ELIANE: - João, acho que depois desses quase 20 anos de casamento, eu nunca falei tão sério em toda a minha vida. Bom que o nosso filho está aqui, de prova, desta atitude tão libertadora que eu estou tomando. João não responde, fica mexendo na máquina de cortar grama. Tito não tira os olhos da mãe. Eliane se afasta, a caminho da casa. TITO: - Você não vai fazer nada, pai? JOÃO: - Sua mãe está cheia de bobagens na cabeça. Deixa ela esfriar. TITO: - Bobagem é deixar a vida escorrer pelas mãos. Tito levanta-se, sai caminhando pelo quintal em direção à frente da casa. João fica sozinho no pátio, pensativo, um tanto desconcertado. CENA 05. AGÊNCIA R3. SALA ILLANA. INT. DIA. Illana faz proposta para Mariana. ILLANA: - Então, Mari, já pensou em estrelar uma campanha fora do país? MARIANA: - Pensar eu já pensei, mas não sei direito se estou preparada. Eu comecei a pouco tempo aqui! ILLANA: - Você está ótima! Mais do que preparada. Não acha, Pedro? PEDRO: - É, está sim. ILLANA: - Surgiu uma vaga, uma grande oportunidade e eu pensei em você. É pegar ou largar. Aceita? MARIANA: - Mas é claro que eu aceito! ILLANA: - Eu sabia que você não iria me decepcionar, Mariana. Obrigada! MARIANA: - Eu que agradeço, Illana! Nossa... Eu, modelo internacional! Nem acredito! PEDRO: - É uma carreira glamourosa, mas difícil. Tem que ter foco e persistência. MARIANA: - Irei me dedicar ao máximo. Gente, minha mãe vai ficar mais feliz do que eu quando souber! Mariana vibra, sob os olhares de Illana e Pedro. CENA 06. MOTEL. QUARTO. INT. DIA. SOM AMBIENTE: (Eu não domino essa paixão – Alcione) PLANO DETALHE de um celular vibrando em cima do criado-mudo. No visor a chamada de Mariana. Abre PLANO e vemos na cama, Regina transando com um garoto de programa. FLASHBACK, CAPÍTULO 11 - CENA 13 Alex deita Regina na cama. Enquanto ele tira a calça, ela observa, atenta, cada detalhe do corpo do rapaz. Alex, só de cuecas, deita-se sobre Regina. Ele beija seu pescoço, ela geme de prazer. Alex beija seu colo, seu seio. Regina em êxtase. Alex encara Regina, enquanto vai tirando a calcinha dela, devagar. Regina é sexy, brinca com o corpo, com o olhar para Alex. Ele volta para cima dela, que o recebe, o abraçando. CAM mostra de cima, os corpos nus de Alex e Regina. Ele sobre ela, os dois transando. Regina entrelaça as pernas em Alex, agarra firmemente suas costas, sentindo prazer com ele. FIM DO FLASHBACK, Regina se mostra desconfortável, o rapaz percebe e para. RAPAZ: - O que foi, dona? REGINA: - Eu não quero mais. O rapaz sai de cima dela, que levanta da cama, vai até a bolsa, pega o dinheiro e entrega na mão do rapaz. REGINA: - Você pode se vestir e ir embora. Acabou. RAPAZ: - Assim? Mas eu nem/ REGINA (interrompe): - Por favor, vai embora! O rapaz sai da cama, se veste e sai. CLOSE em Regina, sentada aos pés da cama, pensativa. REGINA (pensa): - Regina... Não posso acreditar que você está sentindo falta daquele preto... Ah, Alex... Que saudade de você! CENA 07. CASA ARTHUR. SALA. INT. DIA. MUSIC OFF. A campainha TOCA. Tempo e Norma surge, abre a porta. Fernanda se joga nos braços da mãe, aos prantos. NORMA (aflita): - Fernanda! Filha, o que aconteceu? FERNANDA: - Foi horrível, mãe! NORMA: - Calma, meu amor, venha aqui! As duas sentam-se no sofá. Arthur, que vinha entrando na sala, para, se esconde para ouvir a conversa. NORMA: - O que foi que houve, Nanda?! FERNANDA: - A Paula descobriu tudo, mãe. NORMA: - Não pode ser! FERNANDA: - A Paula descobriu o meu caso com o Diogo e da pior forma possível. Ela viu a gente se beijando. NORMA: - Fernanda! Mas como isso foi acontecer? Você não ia colocar um ponto final na sua relação com esse rapaz?! FERNANDA: - Eu fui fazer isso, mas a gente acabou discutindo e eu fui pra rua. O Diogo foi atrás de mim, acabou me beijando. E neste instante, a Paula estava chegando e viu tudo. NORMA: - Meu Deus! Que tragédia, filha! Arthur, escondido, comemora. Sai, sem ser percebido. NORMA: - Mas como a Paula encontrou vocês? Você não disse nada pra ela! FERNANDA: - Não sei. Ela estava de carona no carro, com uma outra pessoa, não lembro muito bem. Naquela hora eu fiquei sem noção de tudo. A gente discutiu feio. NORMA: - Oh, minha filha, era para ter sido diferente. FERNANDA: - A Paula me chamou de vagabunda, mãe. Vagabunda! Fernanda chora. É acolhida por Norma, que consola a filha, tentando também não chorar. Corta. CENA 08. CASA ARTHUR. QUARTO ARTHUR E NORMA. INT. DIA. Arthur ao telefone. ARTHUR (tel.): - Isso mesmo, Gabriel! As duas brigaram feio pelo visto. (T) É! (T) A Fernanda não está mais com aquela ordinária da Paula! (T) Caminho livre para você, meu garoto! Arthur se mostra feliz. CENA 09. APTO FERNANDA E PAULA. QUARTO. INT. DIA. Paula, chorando, conversa com Roberta. PAULA: - Foi estranho, nojento, tudo! A Nanda, Roberta! A Nanda beijando outro cara na minha frente! ROBERTA: - Ai amiga, eu nem sei o que dizer... PAULA: - O Diogo se fez de amigo, mas na verdade estava tirando a Nanda de mim. E ela se deixou levar... (lembra) E ela me parecia tão a vontade nos braços dele, com o beijo dele. ROBERTA: - Eu estou chocada com tudo isso, Paula. Quando você me ligou, achei que fosse até um acidente. PAULA (enxuga lágrimas): - Não foi um acidente. Foi uma tragédia. Talvez até uma tragédia anunciada, só que eu não queria ver. Tantos sinais... A amizade repentina, os encontros que pareciam ser por acaso... Depois a foto, e agora o flagra. Mas eu não quis acreditar, não quis aceitar que a minha namorada, a mãe do meu filho, estava cada vez mais longe de mim. ROBERTA: - Sabe que eu sempre achei estranha essa amizade da Nanda com o Diogo. Desde a época em que o Matheus esteve internado. Eu cheguei a perguntar para ela se estava rolando algo entre eles. E ela negou. PAULA: - Claro que ela iria negar. Ela estava gostando dele também. ROBERTA: - O que você vai fazer agora? PAULA: - Não sei, Roberta. Ou sei. Acho que vou atrás da Olívia. Ela também ficou desconfiada quando eu comentei da aproximação da Nanda e do Diogo. Ela deve saber de alguma coisa. ROBERTA: - Você não acha melhor deixar a história como está? Você já descobriu o caso deles. Agora pensa lá na frente, não tem porque querer descobrir o que já passou. PAULA (decidida): - Não, Roberta. Eu quero ir atrás, sim. Eu quero saber desde quando eu estava sendo feita de idiota. Desde quando a Nanda estava brincando com os meus sentimentos. CENA 10. CASA ARTHUR. SALA. INT. DIA. Norma recepciona Matheus, o leva até Fernanda, que está entristecida, no sofá. NORMA: - Filha, seu amigo veio te ver. FERNANDA: - Matheus! Matheus se aproxima, abraça Fernanda. Norma se afasta, deixando os dois a sós na sala. MATHEUS: - Como a Roberta foi até o apartamento falar com a Paula, eu deduzi que você estivesse aqui na casa dos seus pais. FERNANDA: - Vocês estão sabendo então. MATHEUS: - Não com todos os detalhes, mas sim, estamos sabendo. FERNANDA: - Pior momento da minha vida, Matheus. MATHEUS: - Eu sei que nessas horas ninguém quer ouvir lição de moral. Mas fica difícil, hein, Nanda! FERNANDA: - Eu sei que eu errei. MATHEUS: - Errou e muito feio. A Paula é perdidamente apaixonada por você. Vocês vão ter um filho, construir uma família! Como é que você se deixou cair na lábia de um boy depois de tanto tempo?! FERNANDA: - Amo a Paula, Matheus. Mas eu me apaixonei por outra pessoa também! Fiquei confusa, poxa!... Ainda mais que o Diogo é o pai biológico desta criança. MATHEUS (surpreso): - Como assim? Você teve acesso à identidade do doador?! FERNANDA: - Eu insisti para saber quem era o doador. A moça da clínica não quis me dizer, mas eu insisti, consegui saber. E aí eu acho que isso acabou mexendo ainda mais comigo. MATHEUS: - Miga, sua louca! Eu não sei nem o que dizer pra você, Nanda. Eu achava, quero dizer, acho, você e a Paula um casal tão perfeito, tão lindo! E agora, o que vai ser de vocês? FERNANDA: - Eu não sei. Por enquanto eu preciso dar um tempo pra cabeça, acho até que sair do apartamento. MATHEUS: - Mas aí você vai pra onde?! FERNANDA: - Não sei. Aqui na minha mãe não posso ficar, porque tem meu pai. Acho que vou para um hotel, sei lá. MATHEUS: - Gastar dinheiro em hotel, tá louca? Fica lá em casa, o tempo que precisar. FERNANDA: - Sério, Matheus? MATHEUS: - Somos amigos, não somos? Eu quero é ajudar para que esta história se resolva da melhor maneira possível. FERNANDA: - Eu preciso passar no apartamento para pegar minhas coisas. Eu não trouxe nada pra cá. MATHEUS: - Eu te acompanho. FERNANDA: - Obrigada, Matheus. Obrigada mesmo por estar do meu lado. MATHEUS: - Eu estou do lado das duas, Nanda. Tanto seu quanto da Paula. Eu só quero a felicidade de vocês. Os dois se abraçam, fraternos. CENA 11. ESTÚDIO DE PILATES. INT. DIA. Regina chega para fazer aula. Tomás está sentado em uma cadeira, pensativo. REGINA: - Desculpa o atraso, Tomás. Esse trânsito está cruel. Vir da Barra pra cá demorou mais do que o normal. TOMÁS: - Fazendo o quê na Barra, Regina? Os dois trocam olhares, cúmplices. TOMÁS: - Pergunta boba a minha. Vamos para a nossa aula? REGINA: - Vamos. TOMÁS: - Antes, eu posso te perguntar outra coisa? REGINA: - Se não for outra dessas suas perguntas retóricas. TOMÁS: - Não é. REGINA: - Então vai, pergunta. TOMÁS: - O Osvaldo, por um acaso, já te chamou pelo nome de outra mulher? Assim, do nada? REGINA: - Nunca na minha vida! E ele nem é louco em me trair! TOMÁS: - Então quer dizer que quando isso acontece, é sinal de traição? REGINA: - Quando a traição é bem feita, ninguém vai errar o nome do marido ou da esposa. Só amadores fazem isso. Mas por que você está me perguntando isso? Errou o nome do Gustavo é? Chamou ele de quê? Ricardão? (risos) TOMÁS: - Não. Foi ele que errou meu nome. REGINA (surpresa): - Não! TOMÁS: - Matheus. Ele me chamou de Matheus. Fiquei com esse nome martelando na minha mente. REGINA: - O Gustavo? Mas é louco por você! Não deve ser nada demais. Porém, entretanto, todavia... Fica de olho aberto. Às vezes, esses certinhos são os que mais aprontam! Tomás concorda. REGINA: - Bora para o pilates? TOMÁS: - Claro, vamos lá. Os dois começam a aula. CENA 12. REVENDA DE AUTOMÓVEIS. INT. DIA. Lauro está em sua mesa, num amplo espaço da revenda. De seu lugar, ele observa uma reunião numa sala reservada da chefia. Entre os presentes, está Osvaldo e mais 3 homens. Lauro observa atento, vê o seu sócio apertar a mão de Osvaldo em cumprimento e acompanha-lo, junto dos outros homens, até à porta. OSVALDO: - Você não vai se arrepender. SÓCIO: - Tem certeza de que é tudo seguro? OSVALDO: - Confia em mim. Minha empresa tem a melhor consultoria de negócios do Rio de Janeiro. Você está em boas mãos. Lauro observa atento. Osvaldo vai embora, junto com os outros homens. Lauro se aproxima do sócio. LAURO: - Desculpa me meter, Siqueira, mas quem são esses caras? SIQUEIRA: - São consultores de negócio. Se interessaram pela revenda, veja só! Gostaram do espaço, acham que podemos crescer. Vamos ver quais são os planos. Eu, como sócio majoritário, tomei a liberdade de tratar isso com eles. Espero que você não se importe. Siqueira se retira. LAURO: - Não fui com a cara desse sujeito. Quando Lauro vai voltando para sua mesa, Isaura entra no local. LAURO: - Isaura? (vai de encontro a ela) O que está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa? ISAURA: - Oi, Lauro. A gente precisa conversar. Você tem um tempinho para mim? CLOSE na aflição de Isaura. CORTA: CENA 13. CAFETERIA. INT. DIA. Isaura e Lauro conversam em uma das mesas da cafeteria. LAURO: - Quer que eu vá conversar com o Bruno? ISAURA: - Sim. Eu sempre achei que o Bruno precisava da figura paterna ao lado. Meu pai praticamente foi essa figura durante toda a vida do nosso filho, mas desta vez... Desta vez meu pai não pode me ajudar, não pode ajudar o Bruno. LAURO: - Mas o que aconteceu? ISAURA: - O Bruno engravidou uma moça. Ele vai ser pai. LAURO: - O Bruno?! Então quer dizer que vamos ser avós! (vibra) Eu terei um neto! ISAURA: - Teria, se ele quisesse assumir a criança. Ainda não há motivos para comemorar. O Bruno está muito confuso com relação a isso. Inclusive a relação dele com essa moça não vai nada bem. Eu queria que você estivesse junto dele agora para falar sobre paternidade. CLOSE na surpresa de Lauro. ISAURA: - Estranho, não é? Justamente você falar sobre o papel de um pai na vida de um filho. Mas eu sei que você é a pessoa mais certa neste mundo para conversar com o Bruno agora. Neste momento que ele mais precisa. LAURO: - Eu fico sem palavras diante do seu pedido, Isaura. Sei que não deve ter sido fácil para você tomar essa decisão de vir me procurar e pedir isso. ISAURA: - E não foi mesmo. LAURO: - Mas eu quero que você saiba que para mim isso será ainda mais difícil. Não é uma reaproximação fácil, não. Não sei se um dia eu estarei pronto o suficiente para ter uma conversa de homem para homem com o meu filho. Mas saiba que eu estarei presente ao lado dele, independente de qualquer coisa. ISAURA: - Eu fico muito feliz de poder contar com você, Lauro. Os dois trocam olhares, esperançosos. CENA 14. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA MUSIC ON: (Vida real – Engenheiros do Hawaii) TAKES da cidade ao anoitecer. Mostra a cidade iluminada, os prédios, o trânsito nas avenidas. CENA 15. APTO FERNANDA E PAULA. SALA. INT. NOITE. Ambiente escuro. Tempo e a porta é aberta, alguém acende a luz. Fernanda e Matheus. FERNANDA: - Acho que ela não está. MATHEUS: - Aproveita então e pega logo suas coisas e a gente sai. Paula entra, vindo dos cômodos internos. FERNANDA: - Paula. PAULA: - Pensei que estivesse nos braços do seu amado Diogo. FERNANDA: - Não precisa me atacar. Eu não estou com cabeça pra isso. MATHEUS: - Isso mesmo, meninas, sem brigas. Paula, a Nanda só veio pegar umas roupas. Ela vai ficar um tempo lá em casa, até as coisas se acalmarem um pouco. PAULA: - Você não quer ser atacada, não é, Nanda? Isso deve ser cansaço, devido à força que você fez me apunhalando pelas costas por tanto tempo. FERNANDA: - Eu não quero brigar com você. O dia hoje foi difícil. PAULA: - Você teve um dia difícil? Imagina eu! Imagina eu, Nanda, que tive que ver a mulher que eu amo aos beijos com outro cara no meio da rua! Pensa! Eu descobri por outra pessoa que eles estavam tendo um caso bem debaixo do meu nariz e não tiveram a dignidade, a decência de me respeitar! Se o seu dia foi difícil, imagina o meu com tudo isso nas costas! Silêncio por um tempo. As duas se encarando. Matheus um tanto perdido no meio do clima pesado. PAULA: - Você prometeu que não ia me deixar. Que ia ficar comigo independente de qualquer coisa. FERNANDA: - Mas eu não quero te deixar! Eu fui lá naquele restaurante para dizer isso pro Diogo! Eu amo você, Paula! PAULA: - Ai, Nanda... É difícil de acreditar em alguma coisa que saia da sua boca. Eu sinto agora uma repulsa tão grande! MATHEUS: - Não fala assim, Paula! Vocês precisam se acertar! PAULA: - Pode ficar aí, pegar tudo o que você precisa. Eu não quero ficar pra ver isso. Paula sai. MATHEUS: - Eu não vou deixar ela sair assim, transtornada! Você organiza suas coisas aí, Nanda, depois me liga que eu te encontro. FERNANDA: - Tá certo. Matheus sai atrás de Paula. Fernanda fica pensativa, triste. CENA 16. CASA BIA. QUARTO BIA. INT. NOITE. Tito conversa com Bia, os dois deitados na cama dela, abraçados um no outro. BIA: - Então sua mãe vai mesmo se separar do João? TITO: - Foi o que ela disse pra ele. E sabe que eu nunca vi minha mãe tão séria assim?! BIA: - Nossa! Finalmente dona Eliane acordou pra vida. Desculpa, Tito, mas seu pai é um fardo na vida dela! TITO: - Eu sei que ele não foi o marido ideal, o companheiro certo para ela. BIA: - O que ele fez quando ela falou tudo isso, da separação? TITO: - Ele não fez nada. Acho que ele pensou que ela estava falando de cabeça quente. Mas ela estava falando sério e ele ficou quieto!. Ele não é capaz nem de fazer a mulher dele voltar atrás numa decisão como essa. BIA: - Triste. Um casamento ir para o ralo. TITO: - Na verdade, o casamento já está no ralo há muito tempo. Talvez agora seja a formalização disso tudo. Bia abraça Tito, que fica quieto, confortado pelo carinho da namorada. BIA: - Quando a gente se casar, isso não corre o risco de acontecer não né? TITO (brinca): - Você tá me pedindo em casamento? BIA: - Não foi isso que eu disse, bobo! TITO: - Até que não seria má ideia. BIA: - A gente tem tempo. TITO: - Você tem razão. E não precisa se preocupar que não corremos o mesmo risco dos meus pais. Eu não tenho dúvida do que sinto por você. BIA: - Mas não é fácil a vida a dois, o amor tem que ser persistente. TITO: - Persistência é meu sobrenome! Ele monta nela. Os dois rindo, trocam bitoca. TITO: - Eu quero muito você, hoje, todo dia, sempre! BIA: - Eu te amo. Ele sorri. Se olham por um tempo e se beijam com tesão. MUSIC ON: (O amor é ilusão – Rouge) O casal vai entrando no clima. CENA 17. CASA MILTON. QUARTO CARLA. INT. NOITE. Gabriel, empolgado, entra no quarto, encontra Carla sentada na cama, quieta, séria. MUSIC FADE. GABRIREL: - Livre! A Nanda está livre da Paula! Gabriel percebe Carla distante. GABRIEL: - Ei, Carla! Você ouviu o que eu disse? A Fernanda e a Paula estão separadas! É a minha chance! CARLA: - Eu já sei disso, Gabriel. GABRIEL: - Já sabe? Sabe e não me disse nada? CARLA: - Fui eu que provoquei essa separação. Eu falei para a Paula que a Fernanda e o Diogo estavam juntos, levei a Paula até o encontro dos dois e por sorte, a gente conseguiu ver eles se beijando no meio da rua. GABRIEL: - Minha Nossa, Carla! Acontece tudo isso e você nem pra avisar?! Poxa vida! CARLA: - E por que eu faria isso? Se você não moveu uma palha pra me ajudar ! GABRIEL: - Não to entendendo esse seu mau humor. Não era isso que você queria? CARLA: - Não surtiu muito efeito no Diogo. Ele continua me ignorando. GABRIEL: - Tá explicado. CARLA: - Eu preciso achar um jeito dele olhar para mim novamente. Eu não posso ter posto fora a chance de ter o Diogo novamente comigo. GABRIEL: - Deixa eu adivinhar. Ele brigou com você quando descobriu seu envolvimento nisso tudo? CARLA: - Bingo! GABRIEL: - Então, ele ainda deve estar envolvido pela Nanda. Mas, se a Nanda voltar comigo, ele vai ver que ela está em outra e aí vai desencanar. Vai ser a sua oportunidade! CARLA (impaciente): - Gabriel, olha bem pra mim e vê se eu tenho cara de ficar esperando você e a vadia da Fernanda voltarem? GABRIEL: - Ei, Carla! Não precisa falar assim! CARLA (levanta-se): - Eu tenho é que atrair o Diogo de volta pra mim, independente de vocês e qualquer pessoa! GABRIEL: - O que você vai fazer agora? CARLA: - Eu vou limpar o meu caminho, Gabriel. GABRIEL: - Vai numa mãe de santo? Num terreiro de macumba? (risos) CARLA: - Vai, fica rindo aí, debochando. Enquanto você ri, eu vou dando jeito na minha vida. Você vai ver só. Carla pega sua bolsa e sai. GABRIEL: - Ai, Carla... Você se ilude fácil! CENA 18. AGÊNCIA R3. EXT. NOITE. Mariana vai saindo da agência quando Alex chega. MARIANA: - Alex? O que você está fazendo aqui?! Você não é mais bem-vindo neste espaço! ALEX: - Mari, meu amor, por favor, me escuta! MARIANA: - Meu amor? Deixa de ser louco! Mentiroso, aproveitador! ALEX: - Para! Me escuta pelo menos uma vez na vida! Mariana o encara. ALEX: - A gente precisa conversar, Mari. MARIANA: - Eu não tenho nada para falar com você, Alex. ALEX: - Por favor! O que eu tenho para te falar é sério. CLOSE na expressão de Mariana encarando Alex. CENA 19. APTO FERNANDA E PAULA. QUARTO. INT. NOITE. Fernanda coloca algumas roupas numa bolsa, quando escuta barulho na sala. FERNANDA: - Matheus?! Estou aqui no quarto. Ela segue colocando roupas na bolsa, mas estranha que ninguém apareceu. Fecha a bolsa. FERNANDA:- Matheus? E sai logo em seguida carregando a bolsa. CORTA: CENA 20. SALA. INT. NOITE. Fernanda entra e se surpreende ao ver Carla no local. FERNANDA: - Você? CARLA: - A porta estava aberta, então eu fui entrando. (cínica) Bolsa grande... Vai viajar? FERNANDA: - O que você quer hein? Eu percebi que foi você que levou a Paula lá para frente do restaurante. O que você quer atrapalhando a minha vida?
CARLA:
- Olha só quem tá falando em atrapalhar a vida dos outros... Acorda,
Fernanda! Eu dei sorte mesmo de te encontrar aqui, porque agora a conversa é
entre nós duas, sua vagabunda! |
||
autor Édy Dutra colaboração Diogo de Castro elenco Rafaela Mandelli como Fernanda Andrea Horta como Paula Henri Castelli como Diogo Francisca Queiroz como Carla Caetano O’Maihlan como Rick Gabriela Durlo como Roberta Sidney Sampaio como Matheus Marcello Melo Jr como Bruno Aisha Jambo como Lisa Paulo Gorgulho como Arthur Sônia Braga como Norma Maria Ceiça como Isaura Milton Gonçalves como Solano Maurício Gonçalves como Lauro Eliete Cigarini como Eliane Léo Rosa como Gabriel Bernardo Mesquita como Tito Juliana Lohmamm como Bia Roberto Bomtempo como João Giuseppe Oristânio como Walter Cinara Leal como Laisla Felipe Folgosi como Danilo Fernanda Nobre como Ivete Eduardo Lago como Dr. Túlio Aline Borges como Olívia Cissa Guimarães como Verônica Jonas Bloch como Milton Gisele Fróes como Selma Odilon Wagner como Humberto Totia Meirelles como Tereza Zecarlos Machado como Cristóvão Zezé Motta como Helena João Gabriel Vasconcellos como Pedro Daniel Erthal como Vini Maria Maya como Illana José de Abreu como Osvaldo Malu Galli como Regina Luma Costa como Mariana Jonathan Haagensen como Alex Antônio Pitanga como Dionísio Guilherme Winter como Gustavo Pierre Baitelli como Tomás trilha sonora Amanhã ou Depois - Nenhum de Nós (Abertura) Eu não domino essa paixão – Alcione Vida real – engenheiros do Hawaii O amor é ilusão – Rouge produção Bruno Olsen Cristina Ravela Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência. REALIZAÇÃO Copyright © 2017 - WebTV www.redewtv.com Todos os direitos reservados Proibida a cópia ou a reprodução |
||
.aaa.
|
.aaa. | |
Navigation
Comentários: