CENA 01. APTO MATHEUS. SALA. INT. DIA.
Continuação do capítulo anterior. Fernanda pressiona Diogo.
DIOGO:
- Eu já falei que posso explicar.
FERNANDA:
- E eu já respondi que não preciso das suas explicações, Diogo. Entra, vai.
Diogo ENTRA. Fernanda fecha a porta.
DIOGO:
- Eu nem sei como fui parar na casa da Carla.
FERNANDA:
- Na casa e na cama né.
DIOGO:
- Eu vou achar a linha disso tudo. Você sabe que eu não tenho mais nada com
ela.
FERNANDA:
- Diogo, nós não temos nada. Como eu já falei, você não me deve explicações.
DIOGO:
- Como assim, nós não temos nada? Nós temos um filho.
FERNANDA:
- Esse filho que eu espero, Diogo, não é seu. É meu e da Paula. Você, no
fundo, sabe disso. Nós tivemos uma atração sim, mas não passou disso.
DIOGO:
- Uma atração? Nanda, você está resumindo a nossa história como uma simples
atração?
Os
dois se encaram.
DIOGO:
- Eu me apaixonei por você! Aliás, eu ainda estou apaixonado por você!
Fernanda, eu te amo!
FERNANDA:
- Mas eu não sei se estou apaixonada por você... Não sei se te amo.
CLOSE na reação de Diogo, entristecido.
FERNANDA:
- Eu estive pensando muito na minha vida nos últimos dias. Eu não posso
lutar contra aquilo que eu sinto aqui dentro de mim.
DIOGO:
- E o que é que você está sentindo?
FERNANDA:
- Estou sentindo falta da Paula, do amor da minha vida.
DIOGO:
- A Paula!... Claro! A Paula que não esteve do seu lado quando você mais
precisou, é isso? Você está sentindo falta de alguém que não te estendeu a
mão e está renegando quem passou horas esperando por notícias suas no
hospital? Alguém que ficou pensando em você o tempo todo, nessa criança, nas
inúmeras possibilidades de formar uma família feliz!
FERNANDA:
- Desculpa, Diogo. Eu não queria ser a responsável pelo fim do seu sonho.
Mas eu não posso abrir mão dos meus. Você foi... Você é um cara muito
especial. De verdade.
DIOGO:
- Mas/
FERNANDA:
- Mas eu não posso te enganar e me enganar nessa história. Eu sinto muito.
Diogo tenta conter as lágrimas, segue em direção à porta.
FERNANDA:
- Diogo, espera.
Ele
para, vira-se para ela. Os dois ficam a se olhar. Fernanda se cala. Diogo
baixa o olhar e sai. Fernanda senta-se no sofá, pensativa.
CENA 02. APTO ALEX. QUARTO. INT. DIA.
Alex e Regina na cama, surpresos com o flagra de Mariana.
ALEX:
- Mari?!
MARIANA:
- Que cena mais nojenta!
REGINA (saindo da cama):
-
Minha filha, o que você está fazendo aqui?!
MARIANA:
- Eu vim visitar o meu namorado. E por sorte, consegui pegar ele e a minha
mãe na cama!... Vocês são baixos! São nojentos, são asquerosos!
REGINA:
- O Alex começou a me agarrar, Mariana! Eu estava tentando me livrar dele,
mas ele é forte, fica forçando!
ALEX:
- Mentirosa! Mari, foi ela que veio pra cima de mim! Ela que invadiu o
apartamento! Eu nem sei como ela veio parar aqui!
MARIANA (grita):
-
Calem a boca!
REGINA:
- Mariana, você não pode acreditar neste rapaz!
MARIANA:
- Cala a boca! Eu ouvi tudo... Você implorando para o Alex fazer amor com
você como nos velhos tempos... Que história é essa?! Então vocês já se
conheciam, é isso?!
REGINA:
- Claro que não!
ALEX:
- Chega, Regina! Não adianta ficar negando.
REGINA:
- Você não vai falar nada!
ALEX:
- Mari, eu falei pra você que não iria mais mentir...
REGINA:
- Não, Alex!
ALEX:
- Antes da gente se conhecer... Na minha vida de garoto de programa, a sua
mãe era minha cliente. A principal cliente.
CLOSE UP em Mariana, chocada. Regina também fica sem reação.
REGINA:
- Canalha! Como você pode inventar uma coisa dessas para me envenenar contra
a minha filha?!
ALEX:
- Você sabe que não é mentira, Regina. Já chega! A Mariana precisa saber de
toda a verdade. Precisa saber da verdadeira mãe que ela tem.
REGINA (aproxima-se de Mariana):
-
Você não vai acreditar em nenhuma palavra que esse preto está falando, não
é? Filha, eu sou sua mãe! Você sabe que eu seria incapaz de fazer algo desse
tipo!
MARIANA:
- Eu encontrei você abraçada nele nesta cama! Esqueceu? Você é capaz de
qualquer coisa, ainda muito pior... Sinto até vergonha em te chamar de mãe.
REGINA:
- Mariana! Você não pode falar assim comigo!
MARIANA:
- Eu estou sendo até muito boazinha na forma como eu estou te tratando,
Regina. Porque o que você merece mesmo é o desprezo.
REGINA:
- Mariana!
MARIANA:
- Sai daqui! (grita) Sai! Vai embora! Sai!
Regina, sentindo-se humilhada, vai saindo do quarto, deixando Alex e Mariana
a sós. Silêncio.
MARIANA:
- Você havia dito que não teríamos mais mentiras. E aí hoje eu descubro que
você fazia programas com a minha mãe antes de me conhecer.
ALEX:
- Eu juro que ia te contar, Mari.
MARIANA:
- Ia mesmo? Ia contar quando, Alex? Quando?!... Você nunca iria me contar!
Nunca! Garoto de programa contratado pela minha mãe... Que nojo!... Antes de
mim... Duvido que tenha sido só antes. Duvido que tenha parado com tudo.
Duvido que você mesmo não sentia prazer em ficar com a mãe e com a filha ao
mesmo tempo!
Silêncio.
MARIANA:
- Pobre do meu pai. Hoje mesmo ele disse que iria fechar um negócio
importante, que queria eu e minha mãe em casa à noite para a gente
comemorar. E essa tragédia toda acontecendo. Eu não tenho vontade nem de
olhar para a cara dela! Meu mundo de mentiras caiu.
ALEX:
- Não, isso não! O que eu sinto por você, Mari, é amor, é verdadeiro.
MARIANA:
- Eu já não sei mais o que é verdadeiro em você, Alex. Eu juro que não
sei... Eu estou cansada, sabia? E muito machucada. Eu não merecia isso, não.
Não merecia isso de você.
Mariana sai. Alex hesita em ir atrás dela.
CENA 03. CASA MILTON. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Verônica sentada no sofá, vendo na TV uma reportagem sobre as fotos vazadas,
quando Carla vai descendo as escadas, toda arrumada, indo em direção à
porta.
VERÔNICA:
- Ei! Pode parando aí, mocinha!
CARLA:
- Oi, mamãe.
VERÔNICA:
- Acho que a senhorita me deve satisfações. Não só a mim, mas ao seu pai
também, e pelo visto, à toda imprensa nacional! Carla, o que foi isso? Que
fotos são essas, minha filha?!
CARLA:
- Ah, mamãe... Violaram a minha privacidade. No mundo de hoje, esses ataques
virtuais são tão intensos. Precisamos nos proteger.
VERÔNICA:
- Como é que você deixou uma coisa dessas acontecer?! Ou melhor, vamos
começar do início... Como é que o Diogo veio parar aqui em casa, sem roupa,
na sua cama?!
CARLA:
- Não preciso dizer que a senhora já sabe o que fez com que ele ficasse sem
roupas.
VERÔNICA:
- Óbvio que eu sei. E eu não estaria desconfiada disso se não fosse o fato
deste rapaz ser seu ex-noivo e que não quer te ver nem pintada de ouro.
Carla, Carla! O que você aprontou?! Você não vai me dizer que...
As
duas trocam olhares.
VERÔNICA:
Não! Você não fez isso não...
CARLA:
- Eu precisava provar para essa vadia da Fernanda que o Diogo ainda me ama!
VERÔNICA:
- Você enviou fotos de vocês dois para a imprensa?! Quanta exposição, Carla!
CARLA:
- Mas eu fiz tudo direitinho. Criei um e-mail falso, ninguém vai saber.
Neste instante, Gabriel entra na casa.
GABRIEL:
- Gente, os jornalistas vão devorar o Milton lá fora!
VERÔNICA:
- Eles estão afoitos por uma declaração da Carla.
CARLA:
- Eu já estou indo até lá.
GABRIEL:
- Como você se meteu nesta enrascada, Carla?!
VERÔNICA:
- Ela mesma criou a enrascada.
GABRIEL:
- Como é que é?!
CARLA:
- Eu tenho pressa em resolver o meu lado, Gabriel. Não posso ficar esperando
por você.
GABRIEL:
- Pensei que fôssemos parceiros.
CARLA:
- Éramos. Agora é cada um por si. Se vocês me dão licença, eu vou lá falar
com os jornalistas. A fonte mais importante do momento fará seu comunicado
oficial.
Carla pega sua bolsa e sai, triunfante.
GABRIEL:
- Isso é sério mesmo? Ela que armou essa história toda das fotos com o
Diogo?
VERÔNICA:
- Olha, Gabriel, eu confesso que não sei mais o que esperar da Carla. Minha
filha anda cega por esse rapaz. Capaz de qualquer coisa.
GABRIEL:
- É o poder do amor.
VERÔNICA:
- Carla já não tem amor pelo Diogo. Tem obsessão, sentimento de posse. Já é
doença.
CENA 04. CASA MILTON. EXT. DIA.
Carla se aproxima de Milton e do grupo de jornalistas.
CARLA:
- Pai.
MILTON:
- Carla, pelo amor de Deus! Que história é essa?!
CARLA:
- Deixa que eu dou um jeito.
REPÓRTER 01:
- Carla, essas fotos vazadas são recentes mesmo?
CARLA (fingida):
-
Primeiramente, eu gostaria de dizer que estou muito abalada com toda essa
história. Eu sempre fui uma pessoa muito reservada com minha vida pessoal e,
de repente, sofro esse golpe. As fotos são recentes sim, de ontem mais
precisamente. Foi um momento muito bonito, vivido entre duas pessoas, e que
ficaram expostas a esse ataque cruel.
REPÓRTER 02:
- Você e o Diogo voltaram?
CARLA:
- Não tenho como afirmar nada, nem posso. A única coisa que eu posso dizer é
que eu e o Diogo temos um carinho muito grande um pelo outro. Carinho,
afeto, amor. Ele sabe que eu sou a mulher da vida dele e eu espero que este
episódio não atrapalhe a nossa relação. Afinal, ali tem a prova de que nós
somos feitos um para o outro. Agora, se me derem licença, eu preciso sair.
Os
jornalistas insistem por mais perguntas, enquanto Carla segue em direção ao
seu carro. Ela entra no veículo e sai, sob os olhares de Milton.
CENA 05. ESCRITÓRIO CRISTÓVÃO. SALA. INT. DIA.
Diogo e Cristóvão assistem à entrevista de Carla na TV.
DIOGO:
- Ela só pode estar louca!
CRISTÓVÃO:
- Calma, Diogo. Você já veio da rua de cabeça quente.
DIOGO:
- Por causa disso tudo, a Fernanda não quer mais nada comigo, pai.
CRISTÓVÃO:
- A sua relação com a Fernanda é um pouco mais complexa do que essa história
com a Carla.
DIOGO:
- Ela não podia ter feito isso comigo, pai. Nós temos um filho.
CRISTÓVÃO:
- Você precisa respeitar a decisão dela.
DIOGO:
- Respeito, mas não aceito.
CRISTÓVÃO:
- Mas vai precisar aceitar. Inclusive essa questão da paternidade da
criança. Você sabe que não tem direito algum sobre ela.
Diogo caminha, de um lado a outro, pensativo.
CRISTÓVÃO:
- Você precisa é esfriar a cabeça para conseguir resolver todas essas
questões, das fotos, da Fernanda...
DIOGO:
- Tem razão.
CRISTÓVÃO:
- Eu tenho certeza de que tudo isso vai se resolver da melhor forma
possível.
CENA 06. CALÇADÃO IPANEMA. EXT. DIA.
Lisa e Bruno caminham lado a lado no calçadão, conversando.
LISA:
- Eu pensei muito antes de chamar você.
BRUNO:
- Pensou por quê?
LISA:
- Por tudo o que já aconteceu entre a gente. E pelas coisas que eu venho
passando sozinha. É uma barra levar essa gravidez, pelo menos da forma como
as coisas foram acontecendo.
Silêncio.
LISA:
- Eu gostei muito que você foi até minha casa, que deu a sua palavra, com a
real intenção de assumir o meu filho.
BRUNO:
- Nosso filho, Lisa.
LISA:
- Por que isso agora, Bruno?
BRUNO:
- Porque... Depois de muita insistência, por parte dos meus pais,
principalmente, eu consegui perceber o quão idiota eu estava sendo com você.
E o quão irresponsável eu estava sendo com essa criança. Eu sei que o filho
não era desejo seu e muito menos meu, nesse momento da vida. Mas aconteceu e
essa criança não tem culpa dos nossos atos. Ela só precisa de pais
responsáveis e amor. E eu quero dar esse amor para ela, Lisa. Eu quero
participar da criação desta criança como um pai de verdade. Eu quero ser o
pai que eu não tive.
Lisa escuta as palavras de Bruno emocionada.
LISA:
- Isso é lindo demais... A gravidez me deixa sensível, eu pareço uma boba,
querendo chorar.
BRUNO:
- Você fica mais linda, a cada vez que eu te vejo, Lisa.
MUSIC ON:
(Beija eu – Marisa Monte)
Bruno segura a mão dela.
BRUNO:
- Eu não esqueci você em nenhum minuto. Você não sai da minha cabeça em
momento algum. E muito menos daqui de dentro (leva a mão dela ao peito).
LISA:
- Bruno, eu não sei nem o que dizer.
BRUNO:
- Eu sei que tem o Pedro junto nessa história. Mas posso te falar bem a
real? Estou pouco me importando com ele. Eu quero é a minha felicidade e ela
só estará completa com você do meu lado. E eu vou lutar por isso.
Bruno beija Lisa, que mesmo surpresa, corresponde.
LISA:
- Seu louco! (risos)
BRUNO:
- Eu quero ficar com você!
Lisa sorri, se afasta até a rua, faz sinal para um táxi. Ela embarca, sem
antes, trocar olhares com Bruno.
MUSIC FADE.
CENA 07. CAFETERIA. INT. DIA.
Matheus se surpreende em encontrar Tomás.
MATHEUS:
- Isso é algum tipo de brincadeira?
TOMÁS:
- Olha bem pra minha rica carinha e vê se é uma brincadeira?! Sabe que agora
te olhando aí, eu fico pensando em como o Gustavo pode ter tido algum tipo
de interesse em você. Talvez por diversão, somente, porque é impossível algo
mais além.
MATHEUS:
- Escuta aqui, eu não estou aqui para ficar ouvindo desaforos não, entendeu?
TOMÁS:
- Escuta aqui você! Não tem vergonha de andar com o boy dos outros? Bicha
ridícula! Há tempos eu venho desconfiando dessa história. Hoje finalmente eu
pude confirmar. Mas não posso admitir que o Gustavo tenha me trocado por
você. Me nego a acreditar nisso.
MATHEUS:
- O Gustavo não trocou ninguém. Mas bem que poderia, sabia? Porque tá na
cara que você não é a pessoa ideal pra ele.
TOMÁS:
- Ah, não sou? E quem seria? Você?
MATHEUS:
- Você já viu o olhar dele brilhando quando ele fala da profissão, quando
ele fala dos sonhos que ele ainda tem? Ou quando fala dos pais, que ele
tanto ama, mas que não vê há muito tempo porque eles não se dão com o
namorado?
Tomás se mostra surpreso com os dizeres de Matheus.
MATHEUS:
- O que você sente pelo Gustavo é posse, não é amor.
TOMÁS:
- Você não tem o direito de questionar o que eu sinto por ele. Você não sabe
nada da nossa vida. E pode ter certeza que o Gustavo nunca vai me deixar.
Nem pra ficar com você nem pra ficar com qualquer outra bicha vagabunda!
MATHEUS:
- Me respeita!
TOMÁS:
- Então dê-se o respeito! E se afasta do meu homem. Você não sabe do que eu
sou capaz, Matheus. Eu acabo com a tua vida se for preciso.
MATHEUS:
- Está me ameaçando?
TOMÁS:
- Sim, estou. (encarando) Essa conversa não vai chegar aos ouvidos do
Gustavo. Até porque você não vai encontrá-lo hoje e nem nunca mais. E se eu
desconfiar de que vocês continuam se falando, meu amor... Eu sou capaz de
matar. Ou você, ou ele! A escolha é sua.
MATHEUS:
- Você é um louco! Precisa se tratar!
TOMÁS:
- Então não atiça minha loucura se não vai poder me controlar. Estamos
conversados? Bicha ridícula! Ponha-se o seu lugar.
Tomás se afasta. Matheus fica sem reação, um tanto apreensivo.
CENA 08. MERCADO. INT. DIA.
Paula trabalhando no caixa, quando Ivete se aproxima.
IVETE:
- Paula, depois que você terminar aí, passa na minha sala, por favor?
PAULA:
- Aconteceu alguma coisa?
IVETE:
- Aconteceu. E eu preciso de você. Não esquece.
PAULA:
- Tudo bem.
Ivete sai. Paula fica um tanto desconfiada, termina de atender o cliente,
que vai embora em seguida. Paula vai saindo quando Olívia chega no caixa.
OLÍVIA:
- Não acredito que você vai sair sem me atender...
PAULA (surpresa):
-
Olívia! Claro que não, vem cá que te atendo! Com maior prazer!
OLÍVIA:
- Comprei umas coisinhas básicas, porque hoje o dia está corrido.
PAULA (passando as compras):
-
Nem me fala. Minha gerente acabou de me chamar pra sala dela. Não sei o que
é.
OLÍVIA:
- Relaxa que deve ser coisa boa.
PAULA:
- Assim espero! Chega de notícias ruins na minha vida.
OLÍVIA:
- Tem falado com a Nanda?
PAULA:
- Não a vi mais. Mas soube que já saiu do hospital. Deu vinte e três.
OLÍVIA:
- Vou pagar no cartão. (passa na máquina) O que acha da gente sentar e
conversar mais sobre isso? Ou melhor, sobre nossas vidas, nós duas?
PAULA:
- Você poderia jantar lá em casa. Que tal?
OLÍVIA:
- Eu topo!
PAULA:
- Te espero hoje à noite então.
Paula entrega as compras para Olívia.
OLÍVIA:
- Eu levo um vinho pra gente.
PAULA:
- Combinado!
Olívia sorri, graciosa, e sai. Paula se apressa e sai do caixa, em direção à
sala de Ivete.
CENA 09. APTO MATHEUS. SALA. INT. DIA.
Matheus ENTRA, senta-se no sofá, calado, pensativo. Fernanda, vindo da
cozinha, percebe Matheus.
FERNANDA:
- Matheus! (senta-se ao lado dele) E aí, me fala! Como foi o encontro com o
Gustavo?!
MATHEUS:
- Não aconteceu. Não teve encontro com Gustavo.
FERNANDA:
- Não? Ele te deu bolo?!
MATHEUS:
- Não sei. Aconteceu uma coisa muito estranha.
FERNANDA:
- Que coisa? Me fala, está me deixando preocupada.
MATHEUS:
- O encontro não foi com o Gustavo. Foi com o marido dele, Tomás.
FERNANDA:
- Marido? O Gustavo tem um marido?! Como assim?
MATHEUS:
- Tem. E pelo o que eu pude ver hoje, esse marido é capaz de qualquer coisa
para ficar com ele.
FERNANDA:
- Mas vocês não se gostam? Então, tem que ficar juntos!
MATHEUS:
- Você sabe que não é fácil assim, Nanda. Está vivendo isso na pele.
FERNANDA:
- É mesmo. Hoje o Diogo esteve aqui.
MATHEUS:
- Ele veio?!
FERNANDA:
- Sim, mas veio depois do lance horrível que tá circulando na mídia, das
fotos dele com a louca da Carla, enfim.
MATHEUS:
- Eu vi umas pessoas comentando no café, mas não sabia que era o Diogo!
Gente, que canalha!
FERNANDA:
- Mas eu não quis discutir isso com ele. Aproveitei que ele veio aqui e
coloquei um ponto final na nossa história.
MATHEUS (surpreso):
-
Fernanda!
FERNANDA:
- Fiz o que é o certo, o que o meu coração mandou.
MATHEUS:
- E agora?
FERNANDA:
- Agora é ir atrás da Paula. É ela que ainda mexe com as minhas emoções, com
os meus pensamentos. É ela a mulher da minha vida.
Matheus e Fernanda se abraçam. O telefone de Matheus TOCA. Ele pega, vê a
chamada de Gustavo no visor.
FERNANDA:
- Você não vai atender?
MATHEUS:
- Não. Eu não posso.
Matheus joga o telefone no sofá, deita no colo da amiga, que o consola.
MATHEUS:
- Ai, Nanda, por que é tão difícil gostar de alguém e ser feliz com essa
pessoa?
FERNANDA:
- Tudo vai ficar bem, Matheus. Dá um tempinho, deixa passar. Aí você chama o
Gustavo e conversa com ele com calma. Da mesma forma que eu fiz com o Diogo
e que irei fazer com a Paula. A gente tem que lutar pelo nosso amor. Sempre.
Fernanda segue acarinhando Matheus, que fica pensativo nos dizeres da amiga.
CENA 10. AGÊNCIA R3. SALA ILLANA. INT. DIA.
Illana senta-se na cadeira, retocando o batom enquanto Lauro termina de
vestir a camisa. Alex entra apressado na sala.
ILLANA:
- É sempre bom bater na porta antes de entrar, senhor Alex.
ALEX:
- Foi mal. Mas é que o assunto é urgente.
LAURO:
- Eu já estou de saída. Illana, qualquer novidade, me avisa, por favor.
ILLANA:
- Claro, Lauro. Obrigada pela conversa.
Ela
pisca o olho, maliciosa. Lauro sorri e sai.
ALEX:
- Mais um pouco e eu flagro o casal na hora H, é isso?
ILLANA:
- Acho que você não veio até aqui para falar sobre a minha vida sexual, não
é mesmo?
ALEX:
- Claro que não. Foi mal. Eu vim mesmo para dizer que agora ferrou de vez
meu lance com a Mari. Ela flagrou eu e a Regina, juntos.
ILLANA:
- Eu sabia que isso ia dar rolo.
ALEX:
- Eu não sei como a Regina foi parar no meu apartamento. Eu tentei tirar ela
de lá, mas ela acabou me puxando pra cama e neste instante a Mari chegou.
ILLANA:
- A Regina não sossega! E você, fez o quê?
ALEX:
- Contei pra Mari toda a verdade. Que a Regina era minha cliente.
ILLANA:
- Essa família, coitada...
ALEX:
- Mas no meio disso tudo, a Mari falou que o pai dela ia fechar um grande
negócio hoje. E eu já estou louco pra ir até o escritório dele e investigar.
Illana salta da cadeira.
ILLANA:
- Ela disse isso? Que o Osvaldo iria fechar um novo negócio hoje?
ALEX:
- Sim, falou. Por que? Tá sabendo de alguma coisa?
ILLANA:
- O Lauro, que estava aqui comigo, foi demitido hoje da revenda de carros
onde ele trabalhava. Quem comprou a revenda e colocou ele pra rua foi o
Osvaldo.
ALEX:
- Jura? Então está aí! Já tem o negócio!
ILLANA:
- Mas a troco de quê o Osvaldo vai querer uma revenda?
ALEX:
- Ele não quer a revenda. Certamente quer o ponto, para construir alguma
outra coisa onde ele vai lucrar e muito. Illana, a gente precisa parar esse
cara e você vai me ajudar.
ILLANA:
- Eu já falei que não quero me meter nisso, Alex. É coisa de peixe grande.
ALEX:
- Pois ele já tirou o emprego do seu namorado. E pode fazer muito mais com
outras pessoas inocentes. Não esquece que esse cara é o assassino do meu
pai. Ele é capaz de tudo.
Illana se mostra pensativa.
CENA 11. APTO OSVALDO. QUARTO MARIANA. INT. DIA.
Mariana arruma mochila na cama, quando Regina ENTRA. As duas ficam a se
encarar.
REGINA:
- Mariana, eu/
MARIANA
(ríspida): - Não me dirija a palavra. Eu não quero ouvir a sua voz.
REGINA:
- Sinto muito, mas você não pode me ignorar.
MARIANA:
- Infelizmente isso é uma pena.
REGINA:
- Eu não posso crer que você acreditou nas palavras daquele garoto de
programa.
MARIANA:
- Garoto que já prestou muitos serviços para você, não é mesmo, dona Regina?
REGINA:
- Calúnias... Ainda por cima é um caluniador.
MARIANA:
- Já chega! Chega de mentiras! Para com isso! Eu já sei de tudo, eu vi tudo!
Vocês dois na cama. Você implorando para fazer amor... Que cena patética e
nojenta. Como você é ridícula!
Regina segura o braço de Mariana.
REGINA:
- Você me respeite! Eu sou sua mãe!
MARIANA (solta-se): -
Então se dê o respeito, se é que te resta alguma coisa. Porque na minha
frente eu só vejo hipocrisia, uma mulher sem amor próprio, uma mulher que
faz qualquer coisa para satisfazer a sua safadeza.
Regina ergue a mão preparando o tapa. Mariana segura a mão dela.
MARIANA:
- Você nunca mais vai levantar a mão pra mim.
REGINA:
- Está me machucando! Me solta, Mariana!
Mariana solta Regina, que se afasta.
REGINA:
- Está agindo feito uma marginal!
MARIANA:
- Estou agindo como você merece. Mas não se preocupe. Você não vai mais
precisar lidar comigo. Estou indo embora.
REGINA (ri, debochada):
- Indo embora? Para onde, Mariana? Para debaixo da ponte?
MARIANA:
- Se for preciso, irei. Aqui, sob o mesmo teto que você, eu não fico nem
mais um minuto.
Mariana pega a mochila e sai. Regina pensa em ir atrás dela, mas desiste.
REGINA:
- Mimada. Vai voltar com o rabinho entre as pernas.
CENA 12. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA
MUSIC ON:
(Shiver down my spine – Claudia Leitte)
Imagens da cidade ao anoitecer e seu clima chuvoso. Takes dos carros
passando na rodovia molhada.
CENA 13. APTO MATHEUS. QUARTO. INT. NOITE.
Fernanda, em frente ao espelho, termina de se arrumar para sair. Matheus
entra.
MUSIC FADE.
MATHEUS:
- Olha só! Onde vamos com essa produção toda?
FERNANDA:
- Estou bonita?
MATHEUS:
- Está divina! Mas me fala! Onde você vai? Ainda mais nessa chuva toda?
FERNANDA:
- Eu vou atrás da felicidade, Matheus. Vou recuperar o tempo perdido!
Fernanda se encara no espelho, confiante. Matheus sorri, sai. Fernanda pega
sua bolsa, coloca carteira, vasculha a bolsa mais um pouco até encontrar uma
chave.
FERNANDA:
- Uma visita surpresa!
CLOSE nela, sorrindo.
CENA 14. CASA ELIANE. COZINHA. INT. NOITE.
Eliane, Tito e Bia terminam o jantar. Bia vai tirando a louça da mesa,
levando para a pia. Tito a ajuda.
ELIANE:
- Deixem aí, meninos. Amanhã eu lavo tudo. Está tarde e a chuva está forte.
Bia, pode ir.
BIA:
- Imagina, dona Eliane. Eu lavo a louça aqui rapidinho.
TITO:
- E eu seco. Fica tudo limpo.
ELIANE:
- Você vai dormir em casa hoje, Tito?
TITO:
- Na verdade, eu e a Bia ficamos de assistir um filme que vai passar na TV.
Mas se você quiser eu fico aqui.
ELIANE:
- Não, eu não quero estragar o programa de vocês. Podem curtir o filme à
vontade. Hoje está uma ótima noite para ver um filme de casalzinho... Ah, no
tempo em que eu era jovem... (risos)
Bia
termina a louça.
BIA:
- A gente pode combinar de assistir um filme aqui amanhã, o que acham? Tipo
um cinema em casa? Chamamos a Paula, fazemos pipoca...
TITO:
- Eu acho ótimo! Topa, mãe?
ELIANE:
- Eu vou adorar! Não sendo filme de terror, o resto eu assisto.
BIA:
- Eu também não assisto terror. Tenho pesadelos.
TITO:
- Mas eu estou aqui para te proteger e proteger o seu sono, meu amor. (beija
Bia)
ELIANE:
- Que romântico é esse meu filho! Olha Bia, não é porque eu sou mãe dele
não, viu? Mas o Tito é um partidão!
BIA:
- Eu sei, dona Eliane! Tirei a sorte grande!
TITO:
- Vamos indo? O filme vai começar daqui a pouco! Beijo, mãe!
BIA:
- Tchauzinho, dona Eliane! Até amanhã!
ELIANE:
- Beijo! Bom filme!
Tito e Bia saem. Eliane continua na cozinha, pensativa.
CENA 15. BOTECO. INT. NOITE.
CAM
passeia pelo local, decadente, mal cuidado. Ao fundo TOCA uma música brega.
Há pouca luz. Numa mesa, no canto, perto da porta, está João, bêbado.
Na
calçada, próximo da porta, há um casal de namorados, que se beijam
calorosamente. Da sua mesa, João enxerga a cena, os observa por um instante.
Ele bebe o último gole da cerveja no copo e sai do bar, caminhando pela
chuva, um pouco trôpego.
CENA 16. APTO PAULA E FERNANDA. COZINHA. INT. NOITE.
Paula mexendo a panela no fogão, enquanto Olívia a observa, sentada em uma
cadeira.
OLÍVIA:
- E você nem desconfiou que a sua gerente havia te chamado para te promover?
PAULA:
- Nunca na vida! A Ivete não demonstrou nada. Nossa, eu trabalho há tanto
tempo naquele mercado, estou tão feliz com essa promoção!
OLÍVIA:
- Supervisora geral! Parabéns, amiga! Merece!
PAULA (sorridente):
- Por isso esse jantar está tendo um motivo muito mais especial!
Paula vai desfazendo o sorriso aos poucos. Olívia percebe.
OLÍVIA:
- Lembrou da Fernanda, não é?
PAULA:
- Não, não foi isso não.
OLÍVIA:
- Não precisa mentir, Paula. Eu sei que você lembrou dela.
PAULA:
- É, lembrei. Certamente ela também ficaria feliz em saber disso.
OLÍVIA:
- Mas ela fez a escolha dela, não é mesmo?
PAULA:
- Para falar bem a verdade, ela ainda não fez a escolha.
OLÍVIA:
- Como não? O fato dela não estar aqui do seu lado já faz disso uma escolha.
Paula mexe a panela, pensativa.
OLÍVIA:
- Olha só, não vamos quebrar o clima do nosso jantar, tá legal? Hoje é noite
de comemoração! De alegria!
PAULA:
- Tem razão. Noite de alegria!
OLÍVIA:
- E eu quero saber se o seu tempero é bom mesmo, porque eu lembro que quando
a gente era mais nova, você não fritava nem um ovo!
PAULA:
- E continuo sem fritar! (risos) Faço outras coisas na cozinha, menos fritar
ovos!
As
duas riem.
CENA 17. APTO LISA. SALA. INT. NOITE.
Helena e Lisa na sala, assistindo TV. TOCA a campainha.
HELENA:
- Será o Pedro?
LISA:
- Acho que não. O Pedro sempre avisa quando vem.
HELENA:
- Quem será então?
Lisa vai até a porta, abre. CAM revela Mariana.
LISA (surpresa):
- Mari!
MARIANA:
- Oi, Lisa. Desculpa vir assim, sem avisar. Mas é que você é a minha única
esperança agora.
LISA:
- Sem problemas, entra! Está toda molhada, dessa chuva!
Mariana entra, cumprimenta Helena.
HELENA:
- Eu vou buscar uma toalha pra você.
Helena sai.
LISA:
- O que foi? Aconteceu alguma coisa?
MARIANA:
- Saí de casa. É uma história complicada. Eu só quero saber se posso ficar
por aqui, por um tempo, até eu ver um lugar pra mim.
LISA:
- Pode sim, Mari. Pode ficar o tempo que precisar.
Helena traz a toalha, entrega para Mariana.
HELENA:
- Se seca rápido, mas o melhor é trocar essa roupa também.
MARIANA:
- Obrigada. Obrigada mesmo.
Lisa abraça Mariana, carinhosa.
CENA 18. CASA DIOGO. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.
Diogo conversa com Tereza e Cristóvão.
TEREZA:
- Eu fiquei chocada quando vi as fotos na televisão, nos sites... Que
horror! Como é que as pessoas têm coragem de fazer isso? Expor a intimidade
dos outros assim!
CRISTÓVÃO:
- Tem louco pra tudo, Tereza.
TEREZA:
- E como é que você foi parar na casa da Carla, Diogo? E como permitiu essas
fotos?
DIOGO:
- Eu não lembro muito, mãe. Eu lembro que estava na Joquer, com o Rick.
Acabei tomando uns drinques com ele, mas não foi muito não. Lembro que a
Carla chegou por lá, mas depois não lembro de mais nada.
CRISTÓVÃO:
- Mais nada mesmo?
DIOGO:
Nada, pai. E a Carla ainda disse que foi eu quem pediu para fazer as fotos,
para guardar pra gente.
TEREZA:
- Mas tá na cara que você está desacordado nessas fotos! Só a Carla bem
enérgica!
DIOGO:
- E eu nunca fui disso, de fazer fotos assim.
CRISTÓVÃO:
- Bom, nós precisamos tomar providências. Eu aconselho você, meu filho, a ir
até a Delegacia de Crimes Virtuais amanhã pela manhã e registrar um boletim
de ocorrência. Eles vão abrir uma investigação para resolver o caso. Pelo
menos vai dar para descobrir de onde saíram as fotos, qual foi o dispositivo
que acessou os dados da Carla e vazou as fotos para a internet.
DIOGO:
- Tomara que descubram, pai. Isso é péssimo para a minha imagem, para a
danceteria.
TEREZA:
- Vamos torcer que vão resolver sim. Enquanto isso, nenhum pronunciamento
para a imprensa, filho. Nada, nada.
DIOGO:
- Sim, silêncio absoluto. Mas não adianta eu ficar quieto e a outra parte...
Diogo aponta para a TV, que reprisa a declaração de Carla aos jornalistas.
CENA 19. RUA. EXT. NOITE.
João caminha cambaleante, na chuva, até chegar em frente a CASA DE ELIANE.
JOÃO (grita):
-
Eliane! Eliane!
CORTA PARA
o interior do local.
Eliane, na cama, se acorda com os gritos de João.
ELIANE:
- João?
Ela
sai da cama, vai até a janela, abre, e vê João, de joelhos, na chuva. João
enxerga Eliane na janela.
JOÃO:
- Eliane, meu amor... Me perdoa!
ELIANE:
- Sai da chuva, homem!
JOÃO:
- Eu só saio daqui depois que você me perdoar. Eu amo você, Eliane. Você é a
mulher da minha vida! Eu amo você! Me perdoa?
João fica a observar Eliane, esperando por uma resposta.
CLOSE na expressão dela.
CENA 20. APTO PAULA E FERNANDA. INT. NOITE.
Olívia e Paula saem da mesa do jantar e sentam-se no sofá, uma ao lado da
outra, com taças na mão, bebendo vinho.
OLÍVIA:
- Eu não lembrava que você era tão boa na cozinha, Paula.
PAULA:
- Não melhor do que você, confesso.
OLÍVIA:
- Ah, para. É você e o Túlio sempre me elogiando.
PAULA:
- A diferença é que o doutor Túlio certamente tem outros interesses...
(risos)
OLÍVIA:
- Pois é, ele tem. Mas sabe que, por outro lado, é uma pena que você não
tenha isso também.
PAULA:
- Isso o quê?
OLÍVIA:
- O mesmo interesse que o Túlio tem... Por mim.
Silêncio.
PAULA:
- Eu acho que o vinho foi um pouco demais...
OLÍVIA:
- Não acho. O vinho na verdade foi quem me fez criar coragem para falar
disso.
PAULA:
- Olívia, a gente não/
OLÍVIA (interrompe):
-
Eu sei, eu sei de todo o discurso que você vai fazer, sobre a nossa amizade,
sobre aquela tentativa de um relacionamento que não deu certo antes. Mas
isso foi lá atrás, Paula. Lá no passado. Você talvez já soubesse o que
queria, mas eu não sabia, era muito nova, imatura. Agora não. Agora é
diferente.
PAULA:
- Realmente, agora está tudo diferente mesmo. Eu segui minha vida, você
seguiu a sua... Tem a Fernanda.
OLÍVIA:
- Ah, a Fernanda... Onde é que ela está agora? Com o Diogo, talvez? Olha só,
Paula, ao contrário da Fernanda, eu nunca esqueci você.
Clima. Olívia se aproxima lento de Paula até que a beija. Paula se afasta.
PAULA:
- A gente não pode, Olívia.
OLÍVIA:
- A gente vai fazer o que o nosso coração está pedindo.
Olívia beija Paula novamente. A porta do apartamento se abre. CAM revela
Fernanda, flagrando o beijo de Olívia e Paula no sofá. |
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