CENA 01. CASA DIOGO. SALA. INT. NOITE.
Continuação do capítulo anterior. Diogo se mostra disposto a cobrar Carla
pelo escândalo das fotos.
DIOGO:
- Aquela dissimulada! Ela me paga!
TEREZA:
- Calma, Diogo! Não dá pra agir de cabeça quente!
DIOGO:
- Sinto muito, mãe, mas a última coisa que eu quero agora é ter calma! Se eu
enxergar a Carla na minha frente, eu juro que não me responsabilizo pelos
meus atos!
CRISTÓVÃO:
- A sua mãe tem razão, Diogo. A gente entende a sua raiva, mas não vai ser
assim que as coisas vão se resolver. A polícia agora já sabe que as fotos
saíram do computador dela. Então deixa que a Justiça resolva tudo isso.
DIOGO:
- Não sei se eu consigo ter tanto sangue frio assim, pai. Esse escândalo me
custou a Fernanda, a mulher que eu amo. E ainda por cima deu uma
visibilidade pra minha vida que eu não queria. A Carla não poderia ter feito
aquilo. Agora ela vai pagar. Ah se vai!
Diogo se afasta.
TEREZA:
- Diogo! Espera, Diogo!
Diogo sai, sem dar ouvidos.
TEREZA:
- Meu Deus...
CRISTÓVÃO:
- Ele não vai fazer nada, Tereza. Diogo sabe até onde pode ir.
TEREZA:
- Mesmo assim eu tenho medo, Cristóvão. Essa história de obsessão da Carla
pelo nosso filho já está indo longe demais.
Cristóvão abraça Tereza, confortando-a.
CENA 02. AGÊNCIA R3. SALA ILLANA. INT. NOITE.
Mariana pressiona Illana.
MARIANA:
- Então, Illana. Estou no casting do book rosa ou não?
ILLANA:
- Eu não sei do que você está falando, Mariana. Esse assunto é perigoso
falar assim.
MARIANA:
- Não precisa mentir, Illana. Eu já sei de tudo. Sei de meninas que
trabalham pra você, de outras que receberam propostas suas. Não precisamos
fazer jogo uma para a outra.
Illana encara Mariana, que se mostra decidida.
ILLANA:
- Muito bem... É o seguinte. Eu agencio meninas sim. Mas é algo sigiloso. Se
você abrir a boca, tá fora. Se você der algum problema com cliente ou comigo
mesma, tá fora e se duvidar, eu dou um jeito de fazer você sumir do Rio de
Janeiro!
MARIANA:
- Não se preocupa porque eu serei uma ótima profissional nesse sentido.
ILLANA:
- Não esquece que book rosa é prostituição. Precisa ser ótima profissional
na cama também.
Mariana assente.
ILLANA:
- Sua mãe vai ficar louca quando souber.
MARIANA:
- Ela nunca vai saber. E eu nem quero mais olhar pra cara da minha mãe
depois de tudo que eu descobri. Da minha mãe, do Alex... Eu quero uma vida
nova pra mim e preciso de grana pra isso. Além da campanha aqui na R3, eu
quero uns extras para poder dar jeito em tudo.
ILLANA:
- Os serviços com o book rosa não podem atrapalhar a sua rotina e
compromissos como modelo profissional, Mariana. Uma coisa não pode
interferir na outra.
MARIANA:
- Eu vou saber lidar com tudo. Eu quero saber se você me aceita ou não.
ILLANA:
- Você está dentro.
MARIANA:
- Ótimo! E quando eu começo?
ILLANA:
- Calma... Uma coisa de cada vez. Eu vou te avisar quando tiver cliente. Mas
é bom você se produzir muito bem. Só trabalho com gente alto nível.
MARIANA:
- Eu estarei à altura dos seus serviços e clientes. Tenha plena certeza
disso.
Mariana encara Illana, confiante, e sai.
ILLANA:
- Mas essa garota é atrevida mesmo! Vamos ver quanto tempo vai durar nesse
meio.
CENA 03. APTO FERNANDA E PAULA. INT. NOITE.
Olívia visita Paula.
OLÍVIA:
- Como você está?
PAULA:
- Estou bem... Levando a vida. Agora com muito mais coisas para fazer no
mercado.
OLÍVIA:
- Faz parte. Junto com a promoção vem sempre mais trabalho.
PAULA:
- É verdade. E então, a que devo a honra dessa visita?
Olívia entrega dois convites para Paula.
PAULA:
- O que é isso?
OLÍVIA:
- Nossos convites para a Mega Festa, a festa à fantasia mais badalada do Rio
de Janeiro.
PAULA:
- Na Joquer? Não, muito obrigado, Olívia, mas lá eu não coloco meus pés.
OLÍVIA:
- Ah, Paula, deixa de ser boba! Se duvidar, o Diogo nem vai estar lá.
PAULA:
- Como não? A festa é na danceteria dele.
OLÍVIA:
- Eu consegui esses convites a muito custo com um médico que é amigo do
Túlio, porque para esta festa os convidados são selecionados a dedo. Eu
queria ir com você, trazer um pouco de alegria pra sua vida. Sei que as
coisas não andam fáceis aqui, com sua mãe. É importante que você relaxe um
pouco.
PAULA:
- Pior que eu estou precisando mesmo.
OLÍVIA:
- Então, vamos nos divertir!
Paula pensa um pouco.
OLÍVIA:
- Paula...?
PAULA:
- Tá certo. Eu vou. Mas eu não sei o que vestir! Nunca fui numa festa à
fantasia.
OLÍVIA:
- Ah, mas deixa comigo que eu vou bolar uma fantasia bem bonita para você
arrasar na festa!
As
duas riem.
CENA 04. CASA ELIANE. SALA. INT. NOITE.
Tito e Bia chegam para assistir ao filme na casa de Eliane. Ela os recebe na
porta.
ELIANE:
- Entrem, meus amores!
BIA:
- Eu trouxe um bolo que eu mesma fiz! Espero que esteja bom porque eu nunca
fiz bolo na vida!
TITO:
- Vai estar maravilhoso, meu amor.
ELIANE:
- Que bolo lindo, Bia! Deve estar delicioso!
João aparece, surpreendendo Tito e Bia.
JOÃO:
- Eu também quero provar desse bolo. Saber se a minha norinha é boa no fogão
ou não. Senão nem vale a pena o Tito casar.
TITO:
- Mãe, o que esse cara está fazendo aqui?
ELIANE:
- Esse cara é o seu pai, Tito.
BIA:
- Depois de tudo o que ele fez, esse homem deveria estar na cadeia!
JOÃO:
- Você é quem, por um acaso, mocinha? Advogada? Cuida da sua vida.
TITO:
- Não fala assim com a Bia não!
JOÃO:
- Senão o quê, Tito? Vai fazer o quê?
ELIANE:
- Gente, sem brigas! Nós combinamos de assistir ao filme em paz, como uma
família.
TITO:
- Desculpa mãe, mas com esse cara aqui dentro, não tem como a gente ter paz.
Vamos, Bia.
BIA:
- Sinto muito, dona Eliane, mas o Tito tem razão. O João não pode continuar
convivendo com a gente.
Tito e Bia saem. Eliane visivelmente triste.
JOÃO:
- Ela foi embora e não deixou nem o bolo? Que garota nojenta... E o Tito
querendo dar uma de machão pra cima de mim? Que coragem desse garoto
querendo me afrontar!
ELIANE:
- Eu só queria ter um momento de paz com a minha família.
JOÃO:
- Seus filhos não querem a sua felicidade, Eliane. Eles te querem sozinha,
presa nessa casa, solitária. Eles não entendem que o nosso amor é
verdadeiro.
Eliane senta-se ao lado de João no sofá. Ele a abraça.
JOÃO:
- Só nós dois bastamos.
João afaga Eliane enquanto esboça um sorriso sacana, sentindo-se vitorioso.
CENA 05. APTO MATHEUS. SALA. INT. NOITE.
MUSIC ON:
(Fogo – Lexa)
A
trilha toca em som ambiente.
Matheus, Roberta, Vini e Fernanda jantam, enquanto conversam.
ROBERTA:
- E quando eu vi, estava terrivelmente apaixonada por esse anjo louro de
pele bronzeada e que me deixa arrepiadinha!
MATHEUS:
- Roberta, nos poupe dos detalhes!
Todos riem.
VINI:
- É, quem diria que aquela paquera no quiosque iria render tanto!
FERNANDA:
- Você é sortudo, Vini. Roberta era daquelas que pegava e não se apegava.
Estou até estranhando!
ROBERTA:
- O poder do amor muda a gente! Agora só tenho olhos para o meu Tritão!
FERNANDA:
- Tritão?
ROBERTA:
- É, menina! Depois te conto... (risos)
VINI:
- Vocês irão na Mega Festa?
MATHEUS:
- Eu vou e já sei até com qual fantasia.
ROBERTA:
- Qual?
MATHEUS:
- Surpresa. Só vão saber no dia.
ROBERTA:
- Nós vamos, né, amor?
VINI:
- Sim sim. Vocês já têm convites? Eu tenho um amigo que trabalha lá na
Joquer. Se eu falar com ele, consigo algumas entradas.
FERNANDA:
- Eu já tenho sim, Vini, obrigada.
MATHEUS:
- Tem é?
FERNANDA:
- Sim. A Laisla me deu. Insistiu para ir com ela.
ROBERTA:
- E você vai, né?
FERNANDA:
- Sim, irei. Mas ainda não pensei em fantasia.
MATHEUS:
- Meu amor, deixa isso comigo que eu vou ver uma fantasia bafo pra você. A
mais linda da festa vai ser você, Fernanda.
FERNANDA:
- Eu não quero nada muito extravagante, Matheus.
MATHEUS:
- Mana, relaxa. Eu tenho todo o truque na mente já.
ROBERTA:
- Esse daí quando tem a ideia, ele coloca mesmo em prática. Confia, Nanda,
que vai ser arraso.
VINI:
- E você vai como, meu amor?
ROBERTA:
- Nua. A melhor fantasia que eu tenho é a minha pele.
Vini se engasga com a bebida, Matheus o ajuda.
FERNANDA
(ao risos): - Gente, Roberta! Você é demais! Um vulcão!
ROBERTA:
- Vini, eu estava brincando! Abana ele, gente!
Matheus e Roberta ajudam Vini, enquanto Fernanda ri, se divertindo.
CENA 06. CASA MILTON. SALA. INT. NOITE.
Milton, Carla, Verônica, Gabriel, Selma e Humberto jantam.
MILTON:
- Depois de tanto tempo o Gabriel frequentando aqui em casa, finalmente
conseguimos um tempo de reunirmos todos!
SELMA:
- É verdade. E confesso que foi um bom momento. Os trabalhos no escritório
consomem muito o tempo do Humberto.
VERÔNICA:
- Esses homens sempre ligados ao trabalho. Não descansam nunca.
SELMA:
- Tem vezes que ele chega tão tarde, que eu nem o vejo deitar na cama.
HUMBERTO:
- Alguém precisa sustentar os luxos e os caprichos de vocês. Afinal,
dinheiro não cai do céu.
MILTON:
- Isso porque vocês ainda são casados, é compreensível. Mas no meu caso, que
sou separado e ainda sustento os caprichos da ex-mulher? Como é que fica?
CARLA:
- Você é uma alma muito caridosa, papai. Pensa que quando morrer, vai direto
pro céu.
Todos riem.
VERÔNICA:
- Essa minha filha não é um amor?
GABRIEL:
- Puxou a mãe, na beleza e no coração.
Verônica e Gabriel trocam olhares.
CARLA:
- Mas gente, dinheiro foi feito para se gastar.
HUMBERTO:
- A questão não é apenas gastar, mas sim trabalhar para ter o que gastar.
Esse sacrifício fica apenas nas nossas costas.
SELMA:
- Eu sempre quis trabalhar, Humberto. Você que nunca permitiu que eu
ajudasse.
VERÔNICA:
- Eu já não faço questão. Não sei seguir horários, rotinas, nada. Fui feita
para isso. Compras, viagens, joias.
CARLA:
- Para viver o que há de melhor nessa vida.
GABRIEL:
- Falando em melhor, vocês estão sabendo dessa festa à fantasia que promete
parar o Rio de Janeiro?
CARLA:
- A Mega Festa! Sim! Na Joquer.
MILTON:
- A danceteria do Diogo?
CARLA:
- Essa mesmo, do meu noivo.
SELMA:
- Não sabia que você tinha um noivo, Carla.
VERÔNICA:
- Ex-noivo, não é, filha?
CARLA:
- Ex por pouco tempo. Vocês devem ter visto aquele escândalo das fotos...
Nossa, a gente estava engatando um retorno mais discreto, quando aconteceu
aquilo...
HUMBERTO:
- Esses crimes virtuais estão cada vez mais imprevisíveis.
VERÔNICA:
- A gente nunca sabe quando podem acontecer.
Escuta-se uma voz masculina exaltada vindo de outro cômodo.
MILTON:
- O que está acontecendo lá fora?
GABRIEL:
- Essa voz não é estranha. Parece a voz do Diogo.
CARLA:
- Do Diogo?
Diogo aparece seguido por dois seguranças.
DIOGO:
- Ah, você está aí, Carla!
VERÔNICA:
- Diogo! O que você está fazendo aqui?
SEGURANÇA:
- A gente tentou impedir, senhor Milton.
MILTON:
- Mas não tem porque impedir o Diogo. Ele é conhecido da família. Podem
sair.
Os
seguranças saem.
DIOGO:
- E até porque, eu não iria desistir de vir até aqui e olhar bem na sua cara
de falsa, Carla.
Todos se chocam.
CARLA:
- Diogo, por que está falando assim? O que foi que eu fiz?
DIOGO:
- Não precisa se fingir de vítima não. Eu já sei de toda a verdade. Como
você pode ser tão baixa, Carla? Como?!
SELMA:
- Mas do que esse rapaz está falando?
HUMBERTO:
- Por favor, acalme-se!
VERÔNICA:
- Diogo, você está atrapalhando o nosso jantar.
DIOGO:
- Com certeza eu estou trazendo menos importuno do que a sua filha me
causou, Verônica. Garanto que ela não contou para vocês que as fotos vazadas
na imprensa não pararam na mídia por acaso. A polícia descobriu da onde
saíram as imagens, através do IP do computador que detectou o e-mail que
enviou o material para as emissoras de TV, jornais.
MILTON:
- Você está querendo insinuar que a Carla tem alguma relação nessa história
toda? Ela foi tão vítima quanto você, Diogo.
DIOGO:
- Aí é que você se engana, Milton. As fotos saíram do computador da Carla.
Um e-mail falso criado no computador com identificação C Ferreto. Dali
saíram os diversos e-mails espalhados para todas as mídias possíveis. Foi a
Carla a responsável por esse escândalo!
MILTON:
- Por isso você não quis dar parte na polícia, Carla?
Carla se mostra surpresa, apreensiva diante da acusação de Diogo.
MILTON:
- Me responda, Carla! Isso é verdade?
CARLA:
- Eu... Eu...
DIOGO:
- Você é uma criminosa, Carla. Achou o quê? Que isso nunca seria descoberto?
A verdade sempre vem à tona! E tem mais... Eu vou processar você por danos
morais. Quero te ver na cadeia!
VERÔNICA:
- Não, Diogo! Sabemos que a Carla errou, mas eu não aguentaria ver a minha
filha atrás das grades! Não, isso não!
SELMA:
- Gente, eu estou sem chão.
GABRIEL:
- Diogo, a Carla estava em um momento delicado. Ela não estava ciente das
suas ações...
DIOGO:
- Eu tenho cara de idiota por um acaso, rapaz? Essa daí é uma cobra, sabe
muito bem o que faz!
MILTON:
- Diogo, temos outra forma de resolver isso, sem envolver a justiça.
Diogo encara Carla, que permanece impassível.
DIOGO:
- Tudo bem. Eu não vou mover processo nenhum. Mas você está proibida de
chegar perto de mim, Carla. Também nem pense em entrar na Joquer.
CARLA
(debochada): - Só isso, meu amor?
DIOGO:
- Não. Tem mais. Eu exijo uma retratação sua na imprensa. Amanhã mesmo. Se
isso não acontecer, a gente conversa nos tribunais. E vocês todos aqui estão
de prova.
HUMBERTO:
- Eu acho uma ótima proposta, Carla. Aceita.
CARLA:
- Eu? Assumir tudo na imprensa? Jamais! Não vou passar essa vergonha.
VERÔNICA:
- Prefere lavar privada na penitenciária? Deixa de ser louca, Carla! (a
Diogo) Ela aceita, Diogo. Eu mesma irei com ela para esclarecer tudo isso.
DIOGO:
- Ótimo. Tenham uma ótima noite. E você, Carla, esquece que eu existo.
Diogo sai. Carla senta-se à mesa novamente.
GABRIEL:
- Essa história não ia dar boa coisa.
CARLA:
- Cala a boca que eu não pedi a sua opinião.
GABRIEL:
- Como é que você vai ter o Diogo fazendo as coisas desse jeito?
CARLA:
- O Diogo vai ser meu. Escreve o que eu estou te dizendo... Ele ainda vai
ser meu.
SELMA:
- Eu acho melhor a gente continuar o jantar num outro momento. Eu perdi
totalmente o apetite... Vamos, querido?
HUMBERTO:
- Vamos sim. Gabriel, vem com a gente?
GABRIEL:
- Sim.
Selma, Humberto e Gabriel se despedem dos demais e saem.
MILTON:
- Você a cada dia que passa se mostra uma mulher sem nenhum tipo de
consciência, Carla. Onde isso vai parar?
CARLA:
- O Diogo ainda não se deu conta de que o sinto por ele é amor, pai.
MILTON:
- Amor? Você é doente, minha filha. Precisa se tratar. Isso não vai fazer
bem para você. Ao invés de aproximar, você está cada vez mais afastando o
Diogo. E trazendo desgosto para a sua família.
Milton se afasta. Verônica troca olhares com a filha e sai, acompanhando
Milton. Carla permanece sozinha à mesa de jantar. Ela se levanta e sai,
apressada.
CENA 07. RESTAURANTE. INT. NOITE.
Alex e Illana conversam.
ALEX:
- Não! Illana, você não poderia ter permitido a Mari nessa história!
ILLANA:
- A garota é atrevida. Capaz de me denunciar se eu não deixasse ela entrar.
Mas não se preocupa, Alex, ela não vai durar muito. Não é o perfil da
Mariana.
ALEX:
- Eu vou falar com ela.
ILLANA:
- Não adianta. Ela está decidida. Não vai voltar atrás.
ALEX:
- Eu não vou deixar a Mari se perder assim...
De
repente, Alex avista Silmara entrando no restaurante, acompanhada de um
homem mais velho (60 anos, cabelos grisalhos, estilo executivo). Illana
percebe Alex.
ILLANA:
- O que foi? Viu alguém?
ALEX:
- Aquela moça ali adiante, eu a conheço. Morava em São João da Barra...
(chama) Silmara!
Silmara percebe Alex, abre um sorriso. Ela vai até à mesa, ao encontro dele.
SILMARA:
- Alex!
Os
dois se abraçam.
ALEX:
- Quanto tempo!
SILMARA:
- É verdade!
ALEX:
- Silmara, essa aqui é a Illana, minha amiga. Illana, essa é a Silmara, uma
vizinha lá da época de São João da Barra.
ILLANA:
- Prazer.
SILMARA:
- Prazer. E você, morando no Rio então? Nem nos falamos mais. Fiquei sabendo
do lance do seu pai.
ALEX:
- Desde que ele morreu, eu vivo aqui no Rio, contando com a ajuda de amigos
como a Illana, que me deram emprego, um lar.
SILMARA:
- Largou as obras?
ALEX:
- Agora eu sou modelo.
SILMARA:
- Que ótimo! Eu continuo como secretária da prefeitura lá, mas às vezes faço
um extra para engordar a renda do mês.
ILLANA:
- Extra, sei como é.
SILMARA:
- Alex, anota meu telefone, vamos nos falando! Eu estou de acompanhante
daquele empresário ali, vou ficar uns dias no Rio. Ele vive em reuniões o
dia inteiro. Podemos aproveitar e conversar.
ALEX:
- Claro!
Alex passa o telefone para Silmara, que salva o contato.
SILMARA:
- Prontinho. Bom ver você!
ALEX:
- Te ligo amanhã mesmo!
SILMARA:
- Faça isso! Ótima noite para vocês!
ILLANA:
- Bom trabalho pra você!
Silmara sai.
ILLANA:
- Secretária da prefeitura e garota de programa. A vida dupla é cheia de
histórias curiosas...
ALEX:
- Ela sempre foi uma garota mais ousada.
ILLANA:
- Põe ousada nisso. Bora tomar a saideira? Amanhã eu tenho uma reunião
daquelas com uma marca de joias que pediu 10 meninas para uma nova campanha.
Preciso relaxar para a mente fluir nessa reunião.
ALEX:
- Bora!
Alex faz sinal para o garçom. Eles seguem conversando na mesa.
CENA 08. APTO RICK. INT. NOITE.
Rick aparece na sala com uma caneca de chá, entrega para Carla, que está
sentada no sofá.
RICK:
- Bebe. Minha mãe sempre disse que chá acalma a gente.
CARLA:
- Uma boa dose de vodka também.
RICK:
- Do jeito que você está, é melhor ficar com o chá mesmo.
CARLA:
- Eu não pensei em outra pessoa senão em você pra me ajudar. Diogo não quer
olhar na minha cara.
RICK:
- E você queria o quê, Carla? O que você fez foi loucura total! Ainda bem
que ele nem desconfia de mim... Senão eu estava morto.
CARLA:
- Eu preciso de ingresso pra essa festa à fantasia que vai rolar lá na
Joquer. Diogo me proibiu, mas eu sei que você tem e pode me dar.
RICK:
- Eu?
CARLA:
- Não se faça de bobo, Rick. É só me dar o ingresso e pronto. Diogo nem vai
saber que foi você e ele não vai ter a cara de pau de me expulsar da festa.
Estou pensando em fazer uma declaração pra ele, no meio da galera. Ele não
vai ter como fugir.
RICK:
- Você é louca.
CARLA:
- Me vê a vodka! Esse chá eu não quero.
Ela
coloca a caneca na mesinha de centro. Rick vai até o armário, pega a garrafa
e serve uma dose para Carla. Ela bebe de uma só vez e pede mais. Rick se
surpreende, serve mais uma dose, e Carla repete o feito, bebendo tudo
rapidamente.
RICK:
- Vai devagar, essa vodka é forte.
CARLA:
- Não mais forte do que eu. E então, onde está o ingresso?
Rick encara Carla, pensativo.
CARLA:
- Ei, Rick! Vamos lá!
RICK:
- Eu tenho o ingresso sim. Mas o que eu ganho com isso?
CARLA:
- Como assim, o que você ganha? Eu pago muito bem, você esqueceu?
RICK:
- Eu não to falando de grana, Carla.
CARLA:
- Não? E quer o quê? Roupas? Relógios? Tênis?
RICK:
- Sexo.
Na
surpresa de Carla.
CARLA:
- Como é que é?
RICK:
- Eu te dou o ingresso, mas em troca, você vai ter que dormir comigo.
CARLA:
- Eu não estou acreditando nisso.
RICK:
- Esse é o único jeito de você entrar na Joquer e se aproximar do Diogo.
Deita comigo e sai daqui com o ingresso na mão. E aí? é pegar ou largar.
Os
dois ficam a se encarar.
CARLA:
- Você é muito filho da mãe!
RICK:
- Ah, qual é Carlinha?! Eu não sou de se jogar fora, vai...! Me cuido, faço
sucesso com a mulherada, elas gostam. E você vai ter o privilégio de provar.
Ninguém vai saber. Segredinho nosso.
CARLA:
- Canalha...
RICK:
- Se você não quiser, não tem problema. Só não precisa me procurar para
pedir ajuda. Você já sabe a condição.
Ela
fica quieta. Ele a observa, sacana.
RICK:
Tá pensando demais/
CARLA:
- Tudo bem. Eu aceito.
Rick sorri, satisfeito.
RICK:
- Você não vai se arrepender.
MUSIC ON:
(My way – Calvin Harris)
Ele
se aproxima de Carla, senta-se ao lado dela no sofá. Aos poucos, ele segura
o rosto dela e a beija. Carla corresponde. Rick vai deitando sobre ela no
sofá. Os dois seguem aos beijos.
CENA 09. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE
MUSIC CONTINUA.
Cortes descontínuos da noite carioca. Corta para o dia ensolarado na cidade,
os prédios, o Cristo Redentor, a vista da baía de Guanabara. (fade out
trilha anterior)
CENA 10. APTO LISA. QUARTO. INT. DIA.
MUSIC OFF.
Mariana se arruma para sair, usando vestido justo, maquiagem forte. Lisa
entra no quarto, observa a outra.
LISA:
- Você falou com a Illana pelo visto.
MARIANA:
- Falei. Logo mais estou indo encontrar meu primeiro cliente.
LISA:
- Mari, toma muito cuidado com essas coisas. Pensa bem na sua vida.
MARIANA:
- Eu já pensei, Lisa. Eu vou tomar cuidado sim... E você, o que pensou?
LISA:
- Eu vou falar com o Pedro. Não adianta eu ficar adiando isso. Eu vou
terminar com ele mesmo. É o melhor a fazer.
As
duas trocam olhares, cúmplices.
CENA 11. APTO MATHEUS. SALA. INT. DIA.
A
campainha TOCA. Fernanda segue até a porta para atender. Ela abre e se
surpreende ao ver Arthur e Norma.
FERNANDA:
- Pai! Mãe!
NORMA:
- Oi, filha!
ARTHUR:
- A gente pode entrar?
FERNANDA:
- Claro!
Matheus aparece.
MATHEUS:
- Seu Arthur, dona Norma! Vocês por aqui?
NORMA:
- Desculpa vir sem avisar, mas a gente queria fazer surpresa mesmo.
FERNANDA:
- E qual o motivo da surpresa?
ARTHUR:
- Queremos te fazer um convite, Nanda. De todo o nosso coração.
Fernanda troca olhares com Matheus, sem entender.
ARTHUR:
- Nós queremos que você volte pra casa, filha.
Fernanda se surpreende.
NORMA:
- Nós estamos morrendo de saudade, meu amor. Queremos você perto da gente.
ARTHUR:
- Eu sinto sua falta, Nanda.
NORMA:
- A gente sabe que você está passando por um momento muito difícil. Queremos
ajudar dando o nosso colo, nosso aconchego. Vem, vem com a gente.
MUSIC ON:
(Amanhã ou depois – Nenhum de nós)
Fernanda se emociona, abraça Arthur e Norma. Matheus também emocionado.
FERNANDA:
- Vocês são tudo na minha vida.
ARTHUR:
- Volta com a gente, meu amor.
FERNANDA:
- Matheus...
MATHEUS:
- Nanda, não pense duas vezes! Seus pais estão aqui de coração aberto!
Aproveite isso. Pode ir, minha amiga. Vai com sua família. Aqui nunca vai
deixar de ser sua casa.
NORMA:
- Vem cá, Matheus. Vem cá para eu te agradecer por tudo o que você fez pela
nossa Nanda.
Matheus se aproxima deles. Todos se abraçam, emocionados.
MUSIC OFF.
CENA 12. REDAÇÃO BLOG DA ZIH. INT. DIA.
PANORÂMICA do local permeado por mesas conjuntas de escritório, pessoas
trabalhando a todo vapor. CAM se aproxima de Carla que está sentada numa
poltrona em meio ao recinto, ao lado de Cristina Ravela.
CRISTINA RAVELA:
- Assim que a luz acender, a gente começa, tudo bem?
CARLA:
- Tudo certo.
CRISTINA RAVELA:
- Mas menina, essa história é uma loucura. Coisa de novela, hein!
CARLA:
- Por amor, a gente faz loucuras mesmo.
A
luz da câmera acende.
CRISTINA RAVELA:
- Vai começar... (à câmera) Olá queridos! Hoje estou aqui com essa moça, um
ícone da internet, da sociedade carioca, com milhares de seguidores nas
redes. Mas que desta vez vem para fazer revelações bafônicas com
exclusividade para o nosso site. Carla Ferreto, bem-vinda.
CARLA:
- Obrigada Cristina pelo espaço.
CRISTINA RAVELA: -
Pois então, Carla, eu sei que o que te trouxe aqui hoje é uma declaração
avassaladora sobre o caso das fotos que foram vazadas na imprensa,
envolvendo você e o empresário Diogo Troiani. Você pode contar para o nosso
público que declaração é essa?
CARLA:
- Eu quero dizer, antes de qualquer coisa, que tudo o que aconteceu foi um
ato de amor. Simplesmente um ato de amor... Eu quero dizer aqui que as fotos
que todos vocês viram na mídia não foram roubadas, hackeadas ou algo do
tipo. Tudo saiu do meu computador. Fui eu a responsável por tudo isso, por
todo esse escândalo. Eu achei que tendo a mídia e o clamor das pessoas ao
meu lado, eu poderia conquistar o amor do homem da minha vida.
CRISTINA RAVELA:
- Mas essa sua atitude pode ser interpretada como um erro de estratégia,
não?
CARLA:
- Infelizmente, eu cometi um erro sim, mas tenho o meu coração tranquilo
porque sei que eu fiz com o mais puro sentimento de amor.
Carla segue dando seu depoimento para Cristina Ravela enquanto todos na
redação prestam atenção na fala dela, estarrecidos.
CENA 13. APTO ALEX. INT. DIA.
Alex recebe Silmara, conversam à mesa.
SILMARA:
- Nossa, Alex... Você mudou muito desde a última vez que a gente se viu.
Parece mais maduro.
ALEX:
- Tive que ser forte para enfrentar tudo o que eu passei. Não foi fácil. Meu
pai perdeu a vida de uma forma muito injusta. E eu vim para o Rio de Janeiro
atrás de justiça, Silmara.
SILMARA:
- Justiça ou vingança?
ALEX:
- Sei lá... Só sei que eu preciso honrar o nome do meu pai, que morreu como
se fosse um bicho no meio do asfalto. Atropelado e sem ajuda de ninguém. Foi
doído demais ver ele morrendo nos meus braços e eu impotente.
SILMARA:
- Eu não posso imaginar a sua dor, amigo. Mas eu torço muito para que você
consiga atingir o seu objetivo, seja ele qual for.
ALEX:
- Obrigado. Mas e você, de acompanhante agora?
SILMARA:
- Eu sempre fiz isso... Embora o serviço público em São João da Barra me
desse uma certa estabilidade, nunca foi o suficiente para viver. Eu era
parte do lobby dos empresários com os servidores. Justamente na noite em que
seu pai morreu, eu estava mega envolvida num lance pesado pra cidade.
ALEX:
- Sério?
SILMARA:
- Sim, o esquema do shopping. Um cara graúdo daqui do Rio conseguiu
facilitar o negócio para os empresários de lá e eu entrei de brinde, como
agradecimento pelos favores que ele fez pra gente.
ALEX:
- Empresário daqui do Rio?
SILMARA:
- Sim. Mas o cara tinha muita grana, mas era meio malucão. Bebeu muito, mal
conseguiu ir pra cama comigo. E do nada quis ir embora, eufórico.
ALEX:
- Sério?
SILMARA:
- Sim! Achei estranho, mas tudo bem... Ele saiu meio desnorteado. Tinha
bebido. Mas sei que deu um tempo, o lance do esquema de propinas para o
shopping foi descoberto. Prenderam já três suspeitos envolvidos na fraude.
Mas ainda não chegaram no peixe grande.
ALEX:
- A corrupção está em todos os lugares, mas aos poucos esses safados vão
caindo do cavalo.
SILMARA:
- Com certeza. Se acham espertos, mas isso não dura a vida toda não... O
Osvaldo se não se cuidar, vai cair também.
Alex encara Silmara suspeito.
SILMARA:
- O que foi, Alex?
ALEX:
- Osvaldo? Você falou Osvaldo?
SILMARA:
- Sim, falei. Esse é o nome do empresário graúdo que fez todo o esquema do
shopping lá na cidade.
Alex pega seu celular, mostra uma foto de Osvaldo para Silmara.
ALEX:
- Por um acaso, é desse cara que você está falando?
SILMARA:
- Sim! Esse mesmo! Como você conhece ele?
ALEX:
- Silmara, esse cara foi o canalha que atropelou o meu pai!
Silmara se surpreende.
CENA 14. CLÍNICA DR. BERTOLINI. SALA TÚLIO. INT. DIA.
Olívia organiza os papéis na mesa de Túlio. Ele entra, fecha a porta.
TÚLIO:
- Olívia, posso te fazer uma pergunta?
OLÍVIA:
- Claro, doutor.
TÚLIO:
- Me chame de Túlio.
OLÍVIA:
- Desculpa, doutor, mas aqui estamos no ambiente de trabalho. Prefiro manter
a hierarquia.
TÚLIO:
- Se prefere assim...
OLÍVIA:
- Qual a pergunta que iria me fazer?
TÚLIO:
- Eu te fiz alguma coisa? Algo que não tenha gostado?
OLÍVIA:
- Que eu me recorde, não, doutor. Você sempre me tratou muito bem.
TÚLIO:
- Então por que ultimamente você tem fugido de mim?
OLÍVIA
(se afasta): - Doutor...
Ele
se aproxima. Ela se esquiva.
TÚLIO
(segura pelo braço): - Não fuja, Olívia. Eu preciso saber o que está
acontecendo. Por que não atende mais as minhas ligações? Não aceita os meus
convites para sair? Eu sinto falta dos teus beijos.
OLÍVIA:
- É complicado, doutor...
TÚLIO:
- Me chame de Túlio, já pedi.
OLÍVIA
(soltando-se): - Eu não posso mais ficar com você, Túlio. Não é o que o meu
coração, e o meu corpo, desejam agora.
Túlio se mostra surpreso.
TÚLIO:
- Não?
OLÍVIA:
- Não. O que a gente viveu foi bom, foi lindo. Mas não é verdadeiramente o
que eu quero para a minha vida.
TÚLIO:
- E o que você quer então, Olívia? O que eu posso fazer por você?
OLÍVIA:
- Você já fez muito por mim e sou grata por isso. Agora, o que eu quero? O
que eu quero mesmo? É estar nos braços de outra pessoa, de outra mulher.
TÚLIO
(confuso): - Outra mulher?
Olívia assente.
TÚLIO:
- Olívia... Eu nem sei o que dizer.
OLÍVIA:
- Prefiro até que você não diga nada, mas que respeite a minha posição. Em
nome do carinho que temos um pelo outro. Creio que isso não vai abalar a
relação equilibrada que tivemos até aqui.
TÚLIO:
- Não, tenha certeza que não. Embora eu admita estar um pouco chateado com
isso, mas eu desejo que você seja feliz, com quem quer que esteja ao seu
lado.
Túlio esboça um sorriso, se afasta e sai da sala. Olívia pensativa, suspira,
aliviada.
CENA 15. CASA ARTHUR E NORMA. INT. DIA.
Fernanda chega na casa dos pais e surpreende-se ao ver que Gabriel está
esperando, com um buquê de rosas.
GABRIEL:
- Nanda!
FERNANDA:
- Gabriel?
ARTHUR
(disfarça): - Gabriel, que surpresa boa!
NORMA
(resmunga): - Garoto cansativo... Nanda, me dá sua mala que eu levo pro seu
quarto. Vem, Arthur, me ajuda...
Norma vai seguindo, cumprimenta Gabriel e sai. Arthur vai logo em seguida,
abraça Gabriel com força e sai. Gabriel entrega as flores para Fernanda.
GABRIEL:
- Bem-vinda de volta à sua casa.
FERNANDA:
- Muito obrigada.
GABRIEL:
- Eu acho que pode ser um novo recomeço pra você, ou pra nós.
FERNANDA:
- Sempre há segundas intenções nas suas falas, Gabriel. Não vamos ter
recomeço.
GABRIEL:
- Você poderia ao menos me dar uma chance, Nanda! Poxa, olha o quanto eu me
esforço para estar perto de você, tentar te dar um pouco de alegria em
momentos tão delicados como esses.
FERNANDA:
- Agradeço imensamente o seu esforço, mas não precisa se jogar pra cima de
mim. Quando nós terminamos, eu te disse que era sem volta.
GABRIEL:
- Mas eu mudei! Você pode me aceitar?
FERNANDA:
- Mas eu não mudei. Continuo com as mesmas convicções daquela vez. Você pode
me respeitar?
GABRIEL:
- Tudo bem. Eu não vou brigar com você hoje, justamente quando você está
voltando para sua casa. Mas eu quero que saiba, Nanda, que você ainda mora
no meu coração. E eu sei que um dia a gente ainda vai ficar juntos. E sabe
por quê? Porque você vai perceber que a pessoa que mais te ama de verdade
nessa vida, depois dos seus pais, sou eu. Eu já te disse isso uma vez e você
sabe disso.
Fernanda não responde, encarando Gabriel.
GABRIEL:
- A gente ainda vai ficar juntos, você vai ver.
FERNANDA:
- Tchau, Gabriel. Tchau.
Gabriel sai. Fernanda fecha a porta, com certo enfado. Cheira as flores,
esboça um sorriso. TOCA um celular. Ela saca do bolso e olha o visor,
hesita, mas decide atender.
FERNANDA
(ao telefone): - Alô? Diogo?
CENA 16. APTO FERNANDA E PAULA. INT. DIA.
Paula abre a porta e Olívia entra apressada, inquieta.
PAULA:
- Você me deixou nervosa com essa ligação urgente. O que foi, Olívia? O que
está acontecendo?
OLÍVIA:
- O que está acontecendo? Está acontecendo que eu estou completamente
apaixonada por você e não consigo mais ficar guardando isso pra mim, Paula.
Paula se surpreende.
OLÍVIA:
- Eu só consigo pensar em você. E eu só desejo uma coisa agora.
MUSIC ON:
(Torrada e café – Tiê)
Olívia se aproxima de Paula e a beija. Paula, surpresa, aos poucos vai se
deixando levar. As duas caem sobre o sofá, aos beijos.
CENA 17. HOTEL. QUARTO DE LUXO. INT. DIA.
MUSIC OFF.
Humberto ao telefone, caminha até a janela do quarto do hotel, que dá de
frente para o mar de Copacabana. Ele está apenas de cueca.
HUMBERTO
(ao telefone): - Sim, Selma, mais uma daquelas reuniões onde vamos discutir
projetos para o exterior. Você sabe que eu preciso ficar até mais tarde. (T)
Pois então, faz parte do meu trabalho, meu amor. (T) Não precisa me esperar
para o jantar. (T) Ok, nos falamos. Fica bem. Te amo.
Humberto desliga o telefone, contempla o mar. A campainha do quarto TOCA.
Humberto vai atender. CAM revela Mariana do lado de fora. Os dois ficam a se
encarar.
MARIANA:
- Foi aqui que pediram uma acompanhante?
Humberto sorri, sacana, puxa Mariana para junto de si, colando seu corpo no
dela. Os dois se encaram. Mariana com olhar um tanto nervoso. Humberto fecha
a porta.
HUMBERTO:
- Foi daqui sim... e olha que a agência caprichou... Ninfetinha do jeito que
eu gosto.
Ele
a beija no rosto, cheirando sua pele, vai passando a língua pelo seu
pescoço. Mariana imóvel, com olhar apreensivo.
CENA 18. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA
Takes rápidos da cidade ao anoitecer. Mostra os prédios da cidade
iluminados, a Marina da Glória.
CENA 19. CASA ARTHUR E NORMA. SALA. INT. NOITE.
Arthur, Norma e Fernanda jantam.
FERNANDA:
- Ai, que saudade desse tempero gostoso!
ARTHUR:
- A sua mãe caprichou nesse jantar, especialmente pra você, filha.
NORMA:
- Que bom que gostou, Nanda! Que bom que está aqui com a gente.
FERNANDA:
- Eu fico muito feliz por estar aqui com vocês. Obrigada.
ARTHUR:
- Não precisa agradecer não, Nanda. Você é nossa filha. Essa casa é sua
também, nunca se esqueça disso.
De
repente, um carro buzina do lado de fora.
NORMA:
- Será aqui?
Fernanda se levanta, vai até à janela. Vê Diogo descendo do carro, na frente
da casa.
ARTHUR:
- Quem é filha?
FERNANDA:
- É o Diogo.
Fernanda sai. Arthur fica sem entender.
ARTHUR:
- Diogo?
NORMA:
- O Diogo veio atrás dela aqui?
ARTHUR:
- Você conhece esse rapaz aí?
NORMA:
- Pessoalmente não conheço, mas sei quem é.
CENA 20. CASA ARTHUR E NORMA. EXT. NOITE.
Diogo senta no capô do carro enquanto Fernanda sai no portão, ao encontro
dele.
DIOGO:
- Então é aqui a sua nova morada.
FERNANDA:
- Por enquanto sim, estou tirando um tempo na casa dos meus pais.
DIOGO:
- Matheus te expulsou de lá? (risos)
FERNANDA:
- Claro que não. Meus pais que pediram para eu voltar e eu aceitei.
DIOGO:
- Bem que você também poderia fazer isso comigo.
FERNANDA:
- Isso o quê?
DIOGO:
- Eu te pedir para voltar e você aceitar o meu pedido.
Fernanda ri, sem jeito diante do galanteio.
DIOGO:
- Você acha graça, mas eu falo sério.
FERNANDA:
- Vocês homens são realmente insistentes.
DIOGO:
- Persistentes, eu diria. Hoje eu tive um dia muito bom, vi a verdade sendo
dita para todo mundo saber.
FERNANDA:
- Eu vi no site da Cristina Ravela a declaração da Carla. Essa mulher é
louca.
DIOGO:
- Totalmente. Quando eu penso que cheguei a me envolver com ela, eu fico me
perguntando como é que eu não tinha me dado conta da loucura dela.
FERNANDA:
- Quando a gente está apaixonado, acaba não enxergando os erros dos outros.
DIOGO:
- Mas aí é que está. Com a Carla não existia paixão. Eu só fui descobrir o
que era paixão, e depois amor verdadeiro, ao seu lado.
Os
dois trocam olhares.
FERNANDA:
- Acho que o sereno da noite está te afetando.
DIOGO:
- Você sempre fugindo de mim, mas hoje não.
Diogo se aproxima de Fernanda, a abraça. Ela se deixa ser abraçada.
FERNANDA:
- Estou me sentindo uma adolescente no início do namoro, ficando com o
menino na frente de casa.
DIOGO:
- E eu, com você nos braços, me sinto o homem mais feliz do mundo.
Diogo beija Fernanda, que corresponde.
MUSIC ON:
(All of me – John Legend)
DIOGO:
- Fica comigo hoje?
FERNANDA:
- Não posso.
Ela
se afasta, vai entrando no pátio.
FERNANDA:
- Mas agradeço pelo carinho, pela visita.
DIOGO:
- Eu quero ver você de novo!
FERNANDA:
- Eu vou na festa à fantasia.
DIOGO:
- Certamente será a mais linda de todas as mulheres de lá!
Fernanda sorri, graciosa, entra em casa. Diogo permanece encantado à beira
do portão. Sorri feliz, embarca no carro e vai embora.
CENA 21. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.
Takes gerais e descontínuos da cidade em seu cotidiano. As praias, o centro,
pontos turísticos, movimentação das pessoas no dia-a-dia, carros no
trânsito. Nasce um novo dia que passa rápido. Cortes descontínuos dos dias
passando rapidamente.
LEGENDA:
DIAS DEPOIS.
CENA 22. DANCETERIA JOQUER. INT. NOITE.
MUSIC ON:
(My way – Calvin Harris)
Em
CORTES DESCONTÍNUOS, CAM passeia pelo estabelecimento onde
acontece a festa a fantasia. Muita badalação ao som de música eletrônica,
movimentação dos convidados e dos profissionais que trabalham na festa.
Lisa, vestida de Cleópatra, está acompanhada por Mariana, de
Mulher-Maravilha. Elas estão animadas enquanto Pedro, de Zorro, não gosta de
ver Bruno (Elvis Presley), junto delas.
CAM
passeia indo para a entrada da danceteria mostrando Carla que chega
triunfante, fantasiada de Cinderela. Alguns fotógrafos registram a entrada
dela, que posa para as fotos.
Em
outro ponto, Diogo (fantasma da Ópera) e Rick (Wolverine) recepcionam
imprensa e convidados.
Vini (Batman) chega junto com Roberta (Mulher-Gato) e Matheus (Woody). Em
seguida, Gustavo (Super-Homem) e Tomás (Elfo) chegam acompanhados de Illana
(Malévola).
Laisla (Penélope Charmosa) e Fernanda (Indiana) chegam à festa. O garçom
passa e Laisla pega duas taças de champanhe, entrega uma a Nanda. Elas
erguem as taças num brinde, felizes. Elas tomam a bebida, tentam dançar. Em
meio a multidão, Laisla se separa de Nanda que esbarra em alguém.
SOM
ambiente agora.
FERNANDA:
- Desculpa!
PAULA:
- Nanda! Tudo bem, não foi nada.
FERNANDA:
- Tá cheio né.
Paula concorda com a cabeça.
PAULA:
- Muito bonita a sua fantasia.
FERNANDA:
- Você também está bonita. Parece uma atriz de novela de época.
As
duas trocam olhares.
PAULA:
- A gente precisa conversar.
FERNANDA:
- Eu sei. E eu quero muito isso também.
Ao
longe, as duas são observadas por Diogo e Olívia.
CENA 23. APTO ALEX. INT. NOITE.
Silmara coloca sobre a mesa de Alex uma pasta.
SILMARA:
- Estão aí, todos os documentos que eu consegui pegar daquele esquema do
shopping. Todos eles com assinatura do presidente da câmara de vereadores.
Alguns, com a assinatura do próprio Osvaldo.
Alex segura a pasta na mão, esperançoso.
ALEX:
- Silmara, está aqui a prova que eu precisava para colocar o Osvaldo na
cadeia! Agora sim, vai começar o inferno na vida desse desgraçado!
SILMARA:
- Conta comigo para o que precisar, Alex.
ALEX:
- É o fim da linha para aquele assassino! |
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