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CENA 01. CASA DE
MARTA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
A imagem abre na
sala de estar da casa da Marta. A campainha toca. Em alguns instantes,
Marta sai da cozinha em direção a sala, limpando as mãos em um
guardanapo.
MARTA – (se
aproximando da porta) Já vai! (abrindo-a) Josh, meu filho, já chegou?
A câmera revela
Josh.
JOSH – Sim, mãe, esta
é uma ótima forma de você receber o seu filho universitário em casa.
(finge cara de decepcionado)
MARTA – (ri) Eu estou
brincando! (e o abraça) Feliz Dia de Ação de Graças. É muito bom vê-lo
de volta a nossa casa.
JOSH – (interrompe o
abraço) Eu também estou muito feliz por estar aqui, mãe. Feliz Dia de
Ação de Graças!
MARTA – Bom, não
vamos ficar conversando aqui na porta, né? (sorri) Entra, entra!
Josh sorri e
entra na casa, tirando o seu paletó. Marta coloca a cabeça para fora da
casa e certifica-se de que ninguém mais está ali.
JOSH – (percebendo
que a mãe está olhando para fora) O que foi, dona Marta?
MARTA – (olha para o
filho, surpresa) Nada, nada... Eu só estava checando o clima...
JOSH – Ou queria
saber se o Austin veio comigo? (debochado) Fica tranquila, mãe, você
não vai precisar aturá-lo perto do seu filho gay no dia de ação de
graças.
MARTA – (fechando a
porta) Relaxa, Josh... Eu tenho que confessar que fiquei bastante
incomodada quando soube que você era... Enfim, você sabe. Mas é a sua
vida, não é mesmo? Eu não posso interferir nela. Eu estou feliz por
você estar feliz. (sorri) Mas por que ele não veio passar o feriado com
a gente?
JOSH – Porque ele
também tem pais, mãe. Mas ele te mandou um abraço... Se você quiser
aceitá-lo, claro.
MARTA – Diga a ele que
vou aceitar o abraço pessoalmente quando ele vir me conhecer. Que
namorado ele está pensando que é?!
JOSH – Mãe, até
parece que eu vou colocar o Austin nessa enrascada...
MARTA – E desde quando
vir até a minha casa é estar numa enrascada? (ri) Josh, assim eu fico
ofendida!
JOSH – Sério, eu não
quero que ele se sinta constrangido...
MARTA – (fala
seriamente)
Eu ficaria muito contente em recepcioná-lo e conhecer o garoto que teve
a sorte grande em conquistar o meu filho.
JOSH – (sorri)
Obrigado, mãe. Isso representa muito para mim.
MARTA – Agora vamos
para a cozinha. Eu estou preparando o jantar de ação de graças. Esse
ano tive que fazer algumas alterações no cardápio, afinal, temos que
atender as exigências da nova senhorita Parker.
JOSH – Meu Deus, ela
e o papai vêm?
MARTA – Sim,
infelizmente vamos ter que suportá-la colocando defeito em todos os
objetos da casa. Na última vez que veio aqui, ela deu conta de reparar
na mancha do tapete... E não se esqueça que aquela mancha só está lá
por sua causa.
JOSH – Perdão, dona
Marta... (ri) Mas eu não acredito que a noiva do papai vai ter a
coragem de vir jantar aqui em casa depois que você colocou purgante na
comida dela.
MARTA – (saindo em
direção a cozinha) Gente cara de pau é assim...
JOSH – (indo atrás da
mãe) Não se esqueça que você é a madrinha de casamento dela...
MARTA – Nem me lembre
desse detalhe! Porque ser torturada pela presença dela no dia de ação
de graças já não basta...
Josh ri.
CENA 02. CASA DE
SUZIE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
A campainha toca.
Suzie desce a escada, apressada.
ERIC – (em off, sua
voz vem da cozinha) Meu amor, quer que eu abra a porta?
SUZIE – Não, dessa vez
eu faço questão de atender. (seguindo até a porta) Deve ser o Ryan!
(abrindo-a) Não disse?
A câmera revela
Ryan.
RYAN – Pelo jeito a
minha presença estava sendo aguardada ansiosamente...
SUZIE – (abraçando o
filho) É claro que eu estava ansiosa. Parece que a gente não se fala há
séculos... Não sei não, mas acho que aquela universidade está roubando
você de mim.
RYAN – (tentando se
soltar de Suzie) Mãe, eu sei que você estava com saudades de mim, mas
não precisa quebrar todos os meus ossos...
SUZIE – (interrompe o
abraço) Ótima forma de demonstrar que está feliz ao meu ver, Ryan...
RYAN – (entrando na
casa) Eu estou muito feliz sim, mãe. Não via a hora de voltar pra casa,
passar o feriado ao seu lado, dormir no meu próprio quarto, na minha
própria cama... Pode acreditar, eu não poderia estar mais animado.
SUZIE – (fecha a
porta) Sério? Não está encanado com a ideia de que você tem uma irmã?
RYAN – No começo, eu
tenho que confessar que fiquei sim. Não dá pra acreditar que o meu pai
foi capaz de te trair com outra mulher a poucos dias do seu
casamento... Mas depois eu pensei comigo mesmo: “Por que me irritar?
Cometer burradas é tão típico de Kurt Jordan”... E eu tenho uma irmã,
mãe... Você sabe como eu sempre quis ter uma.
SUZIE – Sim, eu sei.
RYAN – É claro que eu
não queria que uma irmã tivesse aparecido na minha vida dessa forma...
Mas ela existe e isso é o que importa, não é mesmo? E eu tenho que
dizer que estou orgulhoso pelo meu pai ter se comprometido a assumi-la.
SUZIE – Exato, Ryan.
Eu nunca pensei que diria isso, mas acho que a vida do seu pai está
começando a entrar nos trilhos... Além do tratamento intensificado,
está tentando ser um bom pai para essa garota.
RYAN – Eu não vejo a
hora de conhecê-la, mamãe.
SUZIE – Você vai
conhecer hoje! Eu liguei para o seu pai ontem e pedi que eles viessem
comemorar o feriado com a gente. Esse ano teremos comida farta e muitas
pessoas na mesa.
RYAN – Ótimo. O Eric
concordou com isso?
SUZIE – Sim, ele disse
que eu tenho o coração nobre demais... Mas é ação de graças, não é
mesmo? Dia de nos familiarizarmos...
RYAN – Aliás, de onde
vem esse cheiro bom? Não vá me dizer que você está cozinhando...
SUZIE – Como se eu
conseguisse lidar com as panelas... (ri) O Eric está preparando o
jantar. Ele é um ótimo cozinheiro, meu filho.
RYAN – (entrelaça um
braço nas costas da mãe) Então vamos para a cozinha... Quem sabe a
gente consiga provar algo por lá.
SUZIE – (ri) Vamos!
Os dois seguem
para a cozinha.
CENA 03.
Tomada da cidade
de Los Angeles com imagens dos principais pontos turísticos locais.
Surge a legenda:
CENA 04. LOS
ANGELES. CASA DE KURT. SALA DE ESTAR. INT. DIA. (Música cessa.)
Kurt está na sala
terminando de ajeitar sua gravata. Ele demonstra estar um pouco
atrasado.
KURT – Liz, minha
filha, vamos logo ou acabaremos perdendo o vôo. Você não quer ficar sem
o jantar de ação de graças, né?
ELIZABETH – (entra na
sala, furiosa) Pai, as roupas que eu trouxe estão acabando... Eu não
posso entrar em um avião vestindo qualquer coisa.
KURT – Eu já levei as
suas roupas sujas para a lavanderia e vou buscar quando voltarmos de
San Francisco. Vou pedir também para que a sua mãe te envie mais roupas.
ELIZABETH – Não sei... Eu
não posso ficar aqui por muito tempo. Não quero deixar a minha mãe
sozinha no Texas por muito tempo. Nós somos muito ligadas uma a outra.
Ela deve estar sentindo a minha falta.
KURT – Que pena,
minha filha, porque eu estava gostando muito de ter você aqui...
ELIZABETH – Eu também,
pai... Mas eu estou ainda mais feliz por saber que você é ainda melhor
do que eu pensava. Obrigado por ter me recebido tão bem na sua casa!
KURT – Você sempre
será bem-vinda aqui, Liz... Agora vá se vestir, estamos realmente
atrasados...
ELIZABETH – (saindo) Ok,
prometo que não demoro...
A campainha toca.
Kurt segue em direção a porta.
KURT – (abrindo-a,
close em sua expressão surpresa) Kirs... O que você está fazendo aqui?
A câmera revela
Kirsten, a mãe de Liz, que olha para Kurt, sorridente e segura duas
malas em suas mãos.
KIRSTEN – Olá, Kurt...
Desculpa ter vindo sem avisar, mas é que eu senti a necessidade de
passar o feriado junto com a minha filha. Você sabe, feriados me deixam
muito emotiva.
KURT – Kirsten, é uma
grande surpresa! Entra, entra...
KIRSTEN – (entrando)
Você está parecendo uma estrela de cinema com esse terno... Aliás, você
continua muito bonito, se é que me permite o elogio.
KURT – Claro... Você
também, Kirsten. Você continua uma mulher maravilhosa. (sorri) Quanto
ao terno, eu e a Liz estávamos de saída. Mas agora que está aqui, acho
que podemos mudar os nossos planos...
KIRSTEN – Não, eu não
quero atrapalhar nada. Talvez eu possa até acompanhá-los. Se não for
nenhum incômodo, claro...
ELIZABETH – (entra na sala
usando um belo vestido) Mãe?! (surpresa) Eu não acredito que você está
aqui...
KIRSTEN – Nem eu. Foi
uma longa viagem de Texas até aqui.
KURT – Então,
Kirsten, estamos indo para San Francisco. A minha ex-esposa nos
convidou para o jantar de ação de graças.
KIRSTEN – Ah, claro...
Acho que é melhor eu ficar por aqui mesmo.
ELIZABETH – E por que você
ficaria, mamãe? Vamos com a gente. Aposto que a Suzie nem vai se
importar em arranjar lugar para mais um na mesa.
KIRSTEN – Mas ela vai se
importar em ver a amante do seu ex-marido pisando na casa onde ela
mora... Eu não quero atrapalhar o jantar de ninguém, minha filha. Vão
vocês, eu fico!
KURT – Não, agora eu
que faço questão que você vá. Não posso permitir que a mãe da minha
filha passe a ação de graças sozinha. A Liz te quer lá, Kirsten... E a
Suzie é uma ótima pessoa, aposto que ela não ficará chateada.
KIRSTEN – Sendo assim...
(sorri) Eu vou!
ELIZABETH
– (sorri) Ótimo!
Mas você não contou a verdadeira razão para estar aqui, mamãe... Não é
possível que você viajou até aqui só por causa do feriado de ação de
graças.
KIRSTEN – Não, esta não
é a única razão. Como as coisas estão fluindo bem entre você e o seu
pai, eu decidi que não há mais motivos para eu separá-los. Eu vendi a
nossa casa no Texas e estou comprando uma aqui em Los Angeles... Eu vim
para ficar, meu amor. (sorri para a filha)
ELIZABETH – (com os olhos
marejados) Mãe, você está falando sério?
Kirsten acena
positivamente com a cabeça. A garota corre até ela e a abraça
fortemente. Close em Kurt, que sorri emocionado para Kirsten.
KURT – Muito obrigado
por estar fazendo isso, Kirsten...
KIRSTEN – Eu que tenho
que te agradecer pelo o bem que está fazendo a minha filha... É um
gesto muito... Muito digno, Kurt. Kurt e Kirsten (ainda abraçada à filha) trocam sorrisos, muito gratos um ao outro. |
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2x11 - AÇÃO DE GRAÇAS - PARTE 1 |
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CENA 05.
Tomada da cidade
de San Francisco com imagens dos principais pontos turísticos locais
até chegar à fachada da casa de Marta, onde um carro é estacionado.
CENA 06. CASA DE
MARTA. SALA DE ESTAR. INT. DIA. (Música cessa.)
A campainha toca.
Marta entra na sala.
MARTA – (gritando)
Josh, vou atender a porta. A fera chegou!
Marta segue em
direção a porta e a abre. A câmera revela Meghan, que segura um prato
embalado em uma das mãos e uma garrafa de champanhe na outra.
MARTA – (sorri
falsamente) Olá, Meghan. É um prazer estar te recebendo na minha casa
nesse dia tão especial...
MEGHAN – É impressão
minha ou eu ouvi você dizendo “a fera chegou”?
MARTA – (atrapalhada)
O que? Eu disse isso? (começa a rir) Não, menina... Você se enganou! Eu
disse “o frango assou”.
MEGHAN – (desconfiada)
Ah, sim...
MARTA – Posso te dar
um abraço de ação de graças?
MEGHAN – (acena o prato
e a garrafa de champanhe) Minhas mãos estão ocupadas... Mas teremos
tempo de sobra para nos cumprimentarmos, não é? (também sorri
falsamente)
MARTA – Você está
certa! Cadê o Alex?
MEGHAN – Ele está
terminando de estacionar o carro...
ALEX – (surgindo) Não
mais! Eu já estou aqui, minha querida noiva e minha querida ex-esposa.
(se aproximando de Marta e a abraçando) Feliz Dia de Ação de Graças!
MARTA – (passando as
mãos nas costas de Alex) Pra você também. É ótimo tê-lo aqui em casa. O
Josh está ansioso para te ver!
ALEX – Eu estava com
muitas saudades do meu garotão... Tudo certo na universidade, né?
MARTA – E há algo que
poderia estar errado?
Close em Meghan,
que assiste ao abraço interminável bastante enciumada. Ela derruba o
prato que estava segurando propositalmente no chão, chamando a atenção
de Marta e Alex, que param de se abraçar.
MARTA – (assustada)
Mas o que é isso?
MEGHAN – Desculpa, eu
perdi o equilíbrio do prato e, sem querer, acabei o derrubando no
chão... Alex bem que poderia ter sido mais cavalheiro e me ajudado a
trazer as coisas. (olha feio para o noivo)
ALEX – Desculpa,
querida... Eu estava estacionando o carro.
MARTA – Tudo bem, pode
deixar que eu limpo... Entrem, sintam-se em casa!
MEGHAN – Por favor,
Marta... Sabemos que a sua casa é bastante aconchegante, mas não queira
compará-la com a nossa.
MARTA – (aguentando o
desaforo calada) A minha intenção não era essa...
ALEX – Martinha, se
você quiser, eu posso te ajudar a limpar essa bagunça que a Meghan
aprontou...
MEGHAN – Claro que não,
meu amor. A Marta é dona de casa, já deve estar acostumada com os
serviços domésticos. Sem falar que somos os convidados. Vamos entrando,
quero encontrar o Josh e saber como ele está... (puxando o braço do
noivo)
MARTA – (se ajoelhando
no chão) Eu devo ter jogado pedra na cruz...
MEGHAN – (se vira para
trás) O que você disse, Marta?
MARTA – Que eu devo
ter me esquecido de checar o cuscuz. (sorri)
Meghan também
sorri e volta a se virar, indo em direção a cozinha, acompanhada do
noivo Alex. Close em Marta, furiosa.
CENA 07. CASA DE
MARTA. QUARTO DE JOSH. INT. DIA.
Josh está sentado
em frente do notebook digitando em um mensageiro instantâneo. Close na
tela do computador que revela que ele está conversando com Austin. O
garoto sorri sempre que o namorado o responde. Marta entra no quarto
com um pano em mãos.
MARTA – (estranha)
Josh, o que você está fazendo aqui? Você tem dezoito anos e já está
mais do que na hora de saber que é feio deixar as visitas esperando.
JOSH – (sem tirar os
olhos do computador) Como se você não estivesse fazendo o mesmo, né
mamãe?
MARTA – Tudo bem, eu
confesso... Eu preciso ficar longe dessa mulher durante o maior tempo
possível ou ela vai acabar me deixando louca. E caso isso acontecer,
eu não vou me responsabilizar pelos meus atos, Josh.
JOSH – (olha para a
mãe) O que você está fazendo com esse pano nas mãos?
MARTA – Você acredita
que a cretina jogou um prato de doces no chão acidentalmente e ainda me
fez limpar?
JOSH – Mãe, como você
sabe que foi propositalmente?
MARTA – Porque ela
estava tirando sarro de mim, Josh... E o pior de tudo, parece que a
vadia tem audição aguçada, porque ela é capaz de ouvir tudo o que eu
digo em qualquer tom, a qualquer distância... Ela pode estar nos
ouvindo agora, Josh!
JOSH – Mãe, você já
está ficando paranoica por causa da noiva do papai... Vamos no acalmar,
ok? Eu vou me despedir do Austin, a gente volta para a sala e eu dou um
jeito dela tirar o foco de você e colocá-lo em mim, certo?
MARTA – O que seria de
mim sem você, Josh? (pausa) Falando em Austin, não acha que já está na
hora de contar para o seu pai sobre... sobre... sobre tudo o que está
acontecendo ultimamente?
JOSH – Mãe, eu já te
disse que ainda não acho que esta seja a hora certa. O papai está
ocupado com os preparativos desse casamento absurdo. Eu não quero
preocupá-lo ainda mais. A revelação pode esperar...
MARTA – Ótimo, você
está usando o casamento do seu pai como uma desculpa para não sair do
armário.
JOSH – Mãe, não use
esse termo... Não fica legal para você.
MARTA – Eu só estou
dizendo, Josh. Acho que está mais do que na hora de você se abrir para
o seu pai. Ele te ama muito, meu filho, passa muito tempo longe de você
e eu sinto que ele tem a necessidade de fazer parte da sua vida.
JOSH – Eu sei, mãe...
É por isso que eu ainda não quis contar para o papai. A gente já passa
muito tempo longe, eu não quero dar uma razão para ele se afastar
definitivamente. Eu não o conheço como conheço você. Eu tenho medo que
ele não me aceite...
MARTA – Eu entendo, é
um medo natural... Mas lembre-se que eu também não quis aceitar essa
ideia no início. (pausa) Josh, mais uma vez eu vou dizer, seu pai te
ama e eu tenho certeza que ele vai te aceitar. Você precisa contar a
ele que é gay...
A imagem corta
rapidamente para o corredor da casa de Marta, onde Meghan está parada,
ouvindo a conversa de Josh com a mãe. Close em sua reação surpresa ao
ouvir que o filho do noivo é gay. Corte para o quarto.
MEGHAN – (entrando)
Vocês estavam demorando pra aparecer, então vim me certificar de que
estava tudo bem. (sorri) Posso saber o que tanto conversam?
Close em Marta,
desconfiada sobre Meghan.
MARTA – Meu filho, eu
vou levar a Meghan até a sala. Por favor, pensa no que eu te disse...
JOSH – Mãe, pode ter
certeza que eu farei isso, mas não agora, ok? Respeite a minha decisão.
Marta sorri e
acena positivamente com a cabeça. Então, puxa o braço de Meghan,
levando-a para fora do quarto.
CENA 08. CASA DE
MARTA. CORREDOR DOS QUARTOS. INT. DIA.
Marta ainda está
puxando o braço de Meghan, que tenta se soltar.
MEGHAN – (relutando) Dá
para você largar o meu braço? Está me machucando...
MARTA – (solta a
mulher) Escuta, Meghan, eu preciso saber tudo o que você ouviu.
MEGHAN – Do que está
falando?
MARTA – Não se faça de
cínica. Você sabe muito bem do que eu estou falando... (pausa) A minha
conversa com o Josh... (reforça) Me conte o que você ouviu.
MEGHAN – Marta, eu não
tenho culpa se você resolve ter essas conversas particulares com o seu
filho no momento em que está recebendo visitas em casa. É muito feio
deixá-las esperando.
MARTA – Não queira me
ensinar as boas maneiras, Meghan. Eu preciso que você me prometa que
não vai abrir a boca para o Alex.
MEGHAN – E por que eu
não contaria? O Alex é o meu futuro marido e eu não tenho nada a
esconder dele. Coisa que seu filho está fazendo muito bem. (ri
debochadamente) E fica quase impossível de acreditar que você está
colaborando para essa palhaçada, Marta...
MARTA – Isso não é
palhaçada. É a decisão do meu filho. É a vida dele. E nós vamos
respeitar. O que você acabou de ouvir passou por um ouvido e saiu pelo
o outro. Porque se você por essa maldita língua pra fora...
MEGHAN – Vai fazer o
que?
MARTA – Eu não sei o
que vou fazer, mas esse assunto só interessa a minha família. Você pode
até estar se casando com o Alex, mas isso não te dá o direito de querer
se intrometer na minha vida e na vida do Josh.
MEGHAN – Querida...
MARTA – (interrompe)
Eu estou aguentando calada todas as suas provocações e todos os seus
deboches desde que você chegou aqui, Meghan. Mas, se por acaso, você
mexer com a minha família, eu juro que não respondo mais por mim.
(grita) Deixa o Josh fora disso.
Marta sai,
apressada. Close em Meghan, sem reação.
CENA 09. CASA DE
MARTA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Meghan e Alex
estão sentados no sofá, calados. Eles se olham e sorriem um para o
outro. Marta entra com uma bandeja de sucos nas mãos. Josh vem atrás
dela.
ALEX – (notando a
presença do filho) Muito bem! Parece que alguém decidiu sair da frente
do computador e vir conversar com o seu pai.
JOSH – (sentando-se
em uma poltrona) Desculpa, pai... Eu só estava matando as saudades do
meu quarto, das minhas coisas. Você me entende, né?
ALEX – Claro que eu
entendo, meu filho. Agora me conta, tudo está correndo bem na
universidade? (brinca) Por acaso, já encontrou uma namorada pelos
corredores do campus?
Close em Josh,
surpreso com a pergunta. Em seguida, em Marta, que olha para Meghan,
intimidando-a. Ela pega um dos copos de suco na bandeja e vai entregar
para a mulher, mas propositalmente acaba o derrubando na roupa de
Meghan.
MARTA – (fingindo
desespero) Meu Deus! Olha o que eu fiz... Onde eu estava com a cabeça?
Mil desculpas, Meghan, isso não era pra ter aconte...
MEGHAN – (se
levantando) Tudo bem, Marta. Eu vou até a cozinha me limpar.
ALEX – Querida, você
quer que eu te acompanhe?
MEGHAN – (saindo
furiosa) NÃO!
Close em Alex,
sem entender. Em seguida, em Josh, aliviado pela pergunta que o pai lhe
fez ter sido esquecida em meio ao incidente do suco e, depois em Marta,
que sorri discretamente, se sentindo satisfatoriamente vingada pelo o
que Meghan lhe fez passar.
CENA 10. CASA DE
SUZIE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Suzie, Eric e
Ryan estão sentados no sofá conversando sobre qualquer assunto. A
campainha toca.
SUZIE – (interrompe a
conversa) Parece que nossos convidados especiais chegaram... (olhando
para o relógio de pulso) E eles foram bastante pontuais.
Suzie ameaça se
levantar, mas Ryan faz isso primeiro.
RYAN – Pode deixar
que eu atendo, mãe...
O garoto se
dirige até a porta e a abre. A câmera revela Kurt, Elizabeth e Kirsten.
KURT –
(aproximando-se de Ryan) Filho, que bom revê-lo...
RYAN – Eu também me
sinto feliz por estar aqui, pai... E por ter trazido a minha irmã para
eu conhecer. Se posso chamá-la assim.
KURT – Claro que você
pode chamá-la de irmã. Afinal, ela É a sua irmã.
RYAN – Claro, vamos
entrando. O namorado da mamãe preparou um jantar especial para todos
nós.
Kurt entra e
abraça o filho. Em seguida, segue até Suzie e Eric para
cumprimentá-los. Elizabeth entra na casa.
RYAN – Você deve ser
a minha...
ELIZABETH – (complementa)
Irmã. Sim, eu sou a sua irmã. (o abraça inesperadamente) Eu estava
muito ansiosa para te conhecer.
RYAN – (surpreso com
o abraço) Eu também estava muito... Enfim, é um prazer conhecê-la,
Elizabeth. (retribui o abraço)
ELIZABETH – Não, por
favor... Me chame de Liz. (sorri) E eu te chamo de Ry, pode ser?
RYAN – (sorri) Claro.
Você pode me chamar do que quiser... (ri) Somos irmãos.
Liz sorri e
também segue para cumprimentar Suzie e Eric. Por fim, Kirsten entra na
casa.
RYAN – Bom, você eu
não conheço... A gente estava te esperando?
KIRSTEN – Na verdade,
não. Foi o Kurt que insistiu em me trazer até aqui. Mas se eu estiver
atrapalhando, eu posso ir embora. A última coisa que eu quero é causar
problemas para a sua família.
SUZIE – Quem é ela,
Kurt?
KURT – (embaraçado)
Bom... Essa é a Kirsten, a mãe da Liz. Eu sei que deveria ter avisado
que ela vinha, mas foi totalmente inesperado, Suzie. Ela viajou para
Los Angeles, não sabia que vínhamos para San Francisco e a gente não
queria deixá-la sozinha na cidade. Então decidimos trazê-la. Espero que
não se importe...
SUZIE – (cabisbaixa) A
Kirsten... (levanta a cabeça) Claro que não. É feriado de ação de
graças. Vamos deixar tudo o que aconteceu no passado para trás e
celebrar a data. (sorri) Seja bem-vinda a minha casa, Kirsten.
KIRSTEN – Obrigada,
Suzie... Tenho que dizer que é ótimo tudo o que vocês estão fazendo
pela minha filha depois de ter sido escondida por mim durante tanto
tempo. Isso significa muito pra mim.
Close em todos,
que sorriem.
CENA 11. CASA DA
FAMÍLIA DAVIS. QUINTAL. EXT. DIA.
Austin está
observando a piscina da casa. Ele olha para a sua imagem refletida na
água. Repentinamente, é surpreendido por sua mãe, que se aproxima dele.
BARBARA – Meu filho, o
que está fazendo sozinho aqui? Vamos para dentro. O jantar está quase
pronto.
AUSTIN – Mãe, na
verdade... Eu preciso falar com a senhora. (pausa) Sobre um assunto
muito importante... Sobre a minha vida!
BARBARA – Claro, meu
filho. Mas você não prefere que seja em outro lugar?
AUSTIN – O que eu tenho
pra dizer não exige um lugar específico, mãe. Eu só preciso que a
senhora ouça com atenção e tente ao menos me entender... E também se
não entender, pouco me importa, porque eu estou feliz, como nunca
estive antes, e nada vai estragar isso.
BARBARA – (abaixa a
cabeça) Bom, acho que já sei onde você está querendo chegar...
AUSTIN – Sim, mãe,
porque eu sei que você está desconfiada sobre mim e o Josh. Agora que
já percebeu os primeiros sinais, não vejo mais razões para te esconder
que sou gay.
BARBARA – (deixa uma
lágrima rolar em seu rosto) Por quê?
AUSTIN – Porque esse
sou eu, mãe. Eu sei que é duro pra você ouvir isso, mas eu não quero
continuar te escondendo. Então, eu decidi contar para o papai e agora
pra você.
BARBARA – Quer dizer que
seu pai já sabia sobre tudo e não me contou?
AUSTIN – Sim, eu contei
para ele há uma semana e pedi que não comentasse nada com você, porque
eu mesmo queria fazer isso, mãe... Frente a frente... Cara a cara...
Porque eu te amo, entende? E a última coisa que eu quero na vida é te
machucar. (pausa) Não pense que estou te machucando sendo gay. Pelo
contrário, eu estou sendo sincero. Preciso do seu apoio e preciso que
você fique ao meu lado, ok? Porque eu não quero te perder no momento
mais feliz da minha vida.
A mãe de Austin
limpa a lágrima que rola sobre o seu rosto e abraça o filho fortemente.
BARBARA – Meu filho, eu
seria uma mãe muito ingrata se te afastasse por causa da sua
sexualidade. Você é um bom garoto e sempre foi motivo de orgulho pra
mim. Menos naqueles momentos em que eu era chamada na diretoria da sua
escola. (ri)
AUSTIN – Obrigado, mãe.
Você não sabe como me deixa aliviado.
BARBARA – Mas e seu pai?
Como reagiu a notícia? Aposto que ele não está digerindo essa história
até hoje, porque seu pai é um homem muito conservador e, se eu me
lembro bem, vivia te cobrando namoradas.
AUSTIN – Acredite ou
não, mas meu pai está muito bem em relação a isso. Ele é realmente
apaixonado pelo Josh... Eu já estou começando até a ficar com ciúmes...
(ri) E falando em Josh, mãe, ele me contou sobre a conversa que vocês
tiveram no hospital.
BARBARA – Meu filho, me
desculpa... Eu estava nervosa aquele dia. Seu pai tinha acabado de
sofrer um infarto. Eu estava fora de mim.
AUSTIN – Eu sei, mãe. E
eu não deveria ter exposto o Josh num momento tão sensível como aquele.
Mas entenda uma coisa, ele não me influenciou a ser gay. Eu já era
antes de conhecê-lo. O Josh é um garoto maravilhoso e ele só me faz
bem. Eu estou muito feliz ao lado dele.
A mãe de Austin
acena a cabeça positivamente, também contente pelo filho.
BARBARA – É... Esse
feriado de ação de graças foi bastante revelador.
AUSTIN – Eu tirei um
grande peso das minhas costas. Agora vamos entrar, passar um bom tempo
em família e escutar o meu pai soltando mil elogios sobre o meu
namorado.
Austin e sua mãe
se abraçam, rindo.
CENA 12. CASA DE
SUZIE. QUINTAL. EXT. DIA.
Ryan e Elizabeth
estão sentados no chão conversando e se conhecendo.
ELIZABETH - ...E depois de
dezoito anos sem ouvir uma única informação sobre o meu pai, ela
finalmente decidiu me contar sobre ele. (pausa) Eu não queria, Ryan,
juro que não queria aparecer na frente dele e bagunçar a sua vida
repentinamente. Mas foi mais forte do que eu... Eu só queria um pai.
Porque essa figura sempre fez falta na minha vida.
RYAN – Eu fico muito
feliz por você, Liz. A minha infância não foi muito diferente da sua
vida. O meu pai cometeu muitos erros quando eu era criança e eles
acabaram me afastando dele. Então, eu também não tive uma figura
paterna presente na minha vida.
ELIZABETH – Eu sei... Ele
me contou sobre isso sem muitos detalhes. O Kurt pode ter te machucado
muito, Ryan, mas ele demonstrou estar muito arrependido por não ter
acompanhado o seu crescimento. Ele fala sobre você com muito carinho e
amor.
RYAN – Olha, até um
tempo atrás eu não queria olhar para cara do meu pai. Mas depois do que
ele fez com você... Ter te aceitado na vida dele e te assumido como
filha... Eu devo confessar que ele mostrou ser uma pessoa muito humana
e que merece o meu reconhecimento... E também tem toda a história da
reabilitação.
ELIZABETH – Que
reabilitação?
RYAN – Ok... Acho que
ele não te falou sobre isso ainda. Então eu prefiro deixar que ele
mesmo te conte. Mas eu estou feliz por você, Liz. É muito bom saber que
o Kurt está tentando ser um bom pai, diferente de como foi no passado...
ELIZABETH – (sorri)
Obrigada, Ry... Mas vamos mudar de assunto. Que tal falarmos sobre os
seus romances universitários? (ri)
RYAN – (ri) O que?
Não... Eu estou preferindo ficar longe deles.
ELIZABETH – Ué, por quê?
Não vá me dizer que nenhuma garota conseguiu ainda conquistar o seu
coração?
RYAN – Olha, Liz...
Nós estamos nos conhecendo agora e eu quero muito que a gente seja mais
que irmãos. Quero que sejamos amigos, pois sempre tive a necessidade de
ter alguém com quem contar. Então eu me vejo no direito de ser sincero
com você desde o princípio.
ELIZABETH – Eu quero
exatamente isso, Ry. Quero que você seja sincero comigo e a gente possa
confiar um no outro. Eu também sempre tive vontade de ter um irmão e,
agora que você e o Kurt apareceram na minha vida, eu sinto que estou
completa.
RYAN – Bom... Está
bem sentada? Porque o que eu tenho pra te dizer é algo surpreendente.
Digamos que... O seu irmão não gosta de garotas.
ELIZABETH – (ri) E se não
gosta de garotas, vai gostar do que então?
RYAN – (questiona) De
garotos?!
ELIZABETH – (ri) O que? Eu
não acredito que você seja gay...
RYAN – Nem eu
acredito. Mas eu já me conformei...
ELIZABETH – Ótimo, fico
muito feliz que você tenha se aberto comigo. Eu não vou te julgar, pelo
contrário, vou ficar ao seu lado. E também vou refazer a minha
pergunta: não vá me dizer que nenhum garoto conquistou o seu coração?
RYAN – (olha no fundo
dos olhos da irmã) Pior que sim, Liz, mas infelizmente eu acabei o
perdendo por causa de um ciúme bobo e sem propósito. E, hoje, eu
percebo que talvez ele nunca mais volte a ser meu.
ELIZABETH – (tira o
sorriso do rosto) Ry... Você acabou de falar sobre ele com os olhos
brilhando.
RYAN – (ri) É... Ele
ainda mexe comigo. E acho que não vou conseguir tirá-lo da minha cabeça
tão fácil.
ELIZABETH – E o que está
esperando para correr até ele e pedir desculpas?
RYAN – (ri) Eu queria
que as coisas fossem simples assim... Depois de todas as brigas que
tivemos, ele tentou se reaproximar de mim e passar uma borracha em tudo
o que tinha acontecido, mas o meu orgulho foi maior... Eu não aceitei
as suas desculpas e permiti que ele se afastasse. Hoje ele está sendo
feliz ao lado de um novo alguém.
ELIZABETH – Mas se ele já
está com um novo garoto, então ele não te amava de verdade... Quer
dizer, não da mesma forma como você o ama.
RYAN – Não, Liz, o
Josh já me amou mais do que tudo nessa vida e eu acredito que ele ainda
mantenha os seus sentimentos por mim, mas é que... Ele cansou de sofrer
por minha causa. E eu dou razão para ele.
ELIZABETH – Eu sinto
muito, Ry...
RYAN – O Josh estava
certo... Ele nunca mentiu para mim e nem seria capaz disso... Se eu
tivesse acreditado nele antes, nada de ruim teria acontecido entre a
gente e eu não teria o perdido para outra pessoa.
ELIZABETH – (passando as
mãos no cabelo de Ryan) Eu nunca tive um relacionamento com um cara,
Ry, então não entendo muito sobre o assunto... Mas o que eu posso te
garantir é que se o amor de vocês era sincero e real, então ele ainda
não chegou ao fim. Esse garoto vai voltar pra você.
RYAN – Não sei não...
E, de repente,
ouvimos uma voz de dentro da casa.
SUZIE – (em off)
Meninos, venham jantar!
ELIZABETH – Bom, parece
que estamos sendo convocados... (ameaça se levantar)
RYAN – (puxa o braço
de Liz) Muito obrigado por ter me ouvido. Eu estava realmente
precisando desabafar com alguém...
ELIZABETH – Você pode
desabafar comigo quando quiser. Eu sou a sua irmã favorita. (ri) E a
única! E eu vou estar torcendo para que as coisas voltem a dar certo
entre vocês. E se não der, espero que você possa seguir em frente e
conhecer alguém que te faça muito feliz.
RYAN – O Josh faria
isso por mim...
Liz passa as mãos
nas costas do irmão, sensibilizada.
CENA 13. CASA DE
SUZIE. SALA DE JANTAR. INT. DIA. (Música cessa.)
Suzie, Eric,
Kurt, Kirsten, Ryan e Liz estão sentados a mesa fazendo a refeição de
ação de graças. Eles conversam entre si.
KURT – (para Ryan) E
então, meu filho, como estão os treinos de basquete na universidade?
ERIC – Olha, senhor
Jordan, eu não quero parecer puxa saco, mas o seu filho tem muito
talento para o esporte. Eu tenho a honra de dizer que um dia fui o
treinador de Ryan Jordan...
RYAN – (tomando um
gole de suco) Exagero seu, treinador, eu ainda não posso ser comparado
a nenhum jogador profissional.
ERIC – Você pode não
ser ainda um jogador profissional, mas está no caminho para se tornar
um. Eu aposto todas as minhas fichas em você, Ryan. Você será um atleta
promissor. (sorri)
KURT – Fico feliz que
acredite no talento do meu filho, Eric. E não ligue para o que ele diz,
o Ryan sempre foi muito modesto. (sorri) Mas agora me diz, filho, como
estão as paqueras na universidade?
SUZIE – Não, por
favor, esse assunto não...
KURT – (ri) O que
foi, Suzie?
SUZIE – Você sabe como
o Ryan é tímido em relação a esse assunto. Eu não quero que você o
intimide no dia de ação de graças.
KURT – Não é isso,
querida, eu só quero saber se o nosso filho garanhão está pegando
muitas meninas na universidade... (gabando-se) Quero saber se puxou ao
pai!
ELIZABETH – (ri) Meninas?!
Close em Ryan,
assustado, que olha feio para Liz tentando evitar que ela diga qualquer
besteira.
ELIZABETH – (sem perceber
que Ryan olha para ela) Papai, eu pensei que você soubesse que o Ryan é
gay...
Close em Kurt,
surpreso com o que Liz acabara de falar. Todos que estão sentados a
mesa param de comer e encaram Ryan, a espera de alguma explicação.
Sem reação, o
garoto olha espantosamente para a família e engole seco. A imagem escurece. |
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