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VOZ DE JOSH – Anteriormente em New Stages...
CENA 01.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. ALOJAMENTO. DORMITÓRIO DE JOSH E
MATT. INT. NOITE.
Continuação
imediata da última cena do episódio anterior. Agora, Austin já está
vestindo sua calça, ainda sem camisa, enquanto Josh está apenas de
cueca.
JOSH – Austin, aonde
você pensa que vai?
AUSTIN – Aonde você
acha que eu vou, Josh? Embora, claro. Ainda mais depois de toda a
humilhação que passei por aqui...
JOSH – (desesperado)
Não foi nenhum tipo de humilhação, Austin, eu só acabei me
confundindo...
AUSTIN – Ah, você
trocou o nome do seu namorado por outro justo quando está transando com
ele? (balança a cabeça negativamente) Desculpa, Josh, mas isso não é
normal...
JOSH – Austin, pode
acontecer! Antes da gente começar a fazer... Você sabe...
AUSTIN – (interrompe)
Não fale como se tivesse mais gente aqui.
JOSH – (volta a
falar) Nós estávamos falando do Ryan. Eu acabei trocando as bolas e te
chamando pelo nome dele. Mas acredite, o Ryan não estava nos meus
pensamentos...
AUSTIN – (vestindo a
sua camiseta) Tá. E você quer que eu caia nessa história mal contada?
Vai negar que não estava pensando nos seus momentos a dois com ele
enquanto fazia sexo comigo?
JOSH – Eu e o Ryan
nunca chegamos a transar...
AUSTIN – Pelo jeito não
foi por falta de vontade... Josh, quer saber, eu não estou aqui pra
fazer papel de palhaço.
JOSH – Austin, você
que está querendo agir como um. Eu já te disse que nem estava pensando
no Ryan e você insiste em não acreditar em mim. Eu não quero que o
mesmo que aconteceu entre eu e o Ryan volte a acontecer com a gente.
AUSTIN – Eu é que não
quero ficar com um cara só para substituir o antigo, Josh. Eu não sou
um estepe, ok? Um estepe que você encontra em qualquer canto e o usa
apenas para preencher o espaço que o outro deixou.
JOSH – (começa a se
irritar) Austin, não fala assim... Eu não estaria com você apenas para
brincar com os seus sentimentos. Você sabe que eu te amo!
AUSTIN – (para de se
vestir e encara Josh) Me ama tanto quanto amava o Ryan?
Close em Josh,
que se assusta com a pergunta de Austin. Ele fica imóvel, sem saber o
que responder.
AUSTIN – Bom, acho que
você não precisa me dizer mais nada... Tá na cara que você ainda gosta
daquele babaca.
JOSH – Amor, quando a
gente começou a namorar, eu pedi um tempo para que eu pudesse esquecer
o Ryan e você cedeu...
AUSTIN – (interrompe)
Eu cedi sim, Josh, porque eu achei que poderia te fazer esquecer ele...
Mas você não acha que está levando tempo demais?
Close em Josh,
novamente sem ter o que responder.
AUSTIN – (balança a
cabeça inconformado) Eu não tenho mais nada para fazer aqui...
Austin abre a
porta do dormitório e sai apressado do local. Close em Josh, que
caminha até a saída do quarto e fecha a porta. Ele se encosta nela e
deixa uma lágrima rolar em seu rosto. Em seguida, desliza o seu corpo
sobre a porta, caindo sentado no chão, muito triste com tudo o que
ocorrera.
CENA 02. (A música tocada na cena anterior continua a ser executada nesta.)
Tomada da cidade
de San Francisco com imagens dos principais pontos turísticos locais.
Amanhece.
CENA 03.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. INT. DIA. (Música cessa.)
Ryan entra na
universidade e caminha até o elevador. Ele aperta o botão do painel que
leva para o segundo andar. Assim que entra na cabine, as portas começam
a se fechar. Apressadamente, outro garoto vem na direção do elevador,
entrando dentro dele antes que as portas se fechem por completo.
Percebemos que se trata de Austin, com alguns papeis na mão. Ele se
assusta ao perceber que está ao lado de Ryan.
AUSTIN – (sem saber o
que dizer) Essa foi por pouco... (levanta os papeis) Fui tirar algumas
cópias que eu precisava para a aula de hoje.
RYAN – (olhando para
frente) Interessante.
Austin sorri sem
graça e os garotos permanecem no mais constante silêncio. De repente,
ouve-se um barulho estranho dentro do elevador.
RYAN – (olha para
Austin) Você ouviu esse barulho?
AUSTIN – (sem olhar
para Ryan) Deve ser o clima pesado que se espalhou por aqui.
Finalmente, as
portas se abrem. Do outro lado, vemos que Josh esperava o elevador para
descer ao térreo. O garoto se surpreende ao perceber que seus dois
amores dividem a mesma cabine. Ryan e Austin se entreolham e saem,
tomando caminhos diferentes. Close em Josh, que engole seco. Por fim,
ele entra no elevador e aperta algum botão no painel. As portas se
fecham. A imagem corta rapidamente para: |
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2x14 - SEM AR |
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CENA 04. SAN
FRANCISCO HIGH SCHOOL. SALA DE AULA DO QUARTO ANO. INT. DIA.
A imagem explora
a sala de aula, mostrando os alunos muito centrados na aula de Suzie.
Ela explica a matéria com bastante entusiasmo.
SUZIE – ...Hoje, é
possível perceber que o nazismo nada mais foi do que uma forma de
política fracassada e desprezível. Mantendo seus ideais, Adolf Hitler
mandava matar pessoas achando que com isso mudaria o mundo. Mal sabia
ele que só estava ajudando a destruí-lo.
A sineta da
escola começa a tocar, anunciando o fim da aula. Suzie se levanta e
sorri para os alunos.
SUZIE – Pensando na
aula de hoje, quero que vocês dissertem uma redação sobre o nazismo,
expondo argumentos convincentes sobre o tema, e me tragam para a
próxima aula. Muito obrigada e tenham um bom dia.
Os alunos se
levantam de suas respectivas carteiras e começam a sair da sala de
aula, com exceção de Mitch, que se aproxima lentamente de Suzie. A
professora guarda o seu material em uma bolsa, distraída.
MITCH – (ao perceber
que todos os alunos saíram da sala) Oi, professora... Será que a gente
pode levar um papo rápido?
SUZIE – (olha para o
garoto) Claro... O seu nome é?
MITCH – Mitch. (sorri)
Prazer!
SUZIE – O prazer é
meu, Mitch. Desculpa não ter guardado o seu nome ainda, mas sabe como
é... Sou nova na escola e não tenho memória de elefante. (sorri) Mas em
que posso ajudá-lo? Alguma dúvida com a matéria?
MITCH – (cabisbaixo)
Sim, na verdade, eu não entendi absolutamente nada sobre a matéria...
SUZIE – Como assim?
(surpresa) Por que você não levantou a mão durante a aula? Eu poderia
voltar a explicar a matéria e deixar tudo bem claro para você.
MITCH – (levanta a
cabeça) Eu não consegui entender a matéria, porque a professora
distraiu a minha atenção...
Close em Suzie,
que sorri sem graça.
SUZIE – (ri) Mitch,
por favor, sem brincadeiras... Por um momento, eu cheguei a pensar que
não estava sendo capaz de fazer os meus alunos entenderem a matéria...
MITCH – (ri também)
Não, você é uma ótima professora... Eu até aceitaria ter algumas aulas
particulares com a senhora... (percebe o que disse) Quer dizer, senhora
não, porque você ainda está inteirona.
SUZIE – (tira o
sorriso do rosto) Eu agradeço os elogios, Mitch, mas já que não tem
nenhuma dúvida, eu acho melhor que você vá embora.
Mitch acena
positivamente com a cabeça e começa a caminhar lentamente em direção a
porta, dando a entender que sairá da sala de aula. Mas tudo é apenas
uma ameaça. Ao invés de deixar o local, ele fecha a porta.
MITCH - ...Ou talvez
eu possa ficar.
SUZIE – Mitch, por
favor... (colocando sua bolsa em um dos ombros) A aula já acabou e eu
preciso ir embora. Nos vemos na sexta-feira, ok?
MITCH – (se aproxima
de Suzie maliciosamente) Pra que adiar para sexta-feira se podemos
passar um momento juntos agorinha mesmo? (passa a mão no rosto de
Suzie) A verdade é que desde que chegou aqui, eu não consigo mais tirar
os olhos de você...
SUZIE – (tirando a mão
do garoto de seu rosto) Mitch, o que você está fazendo? Você é o meu
aluno e eu sou a sua professora, então o mínimo que eu exijo é respeito!
MITCH – (ri) Respeito?
Vá me dizer que você não gosta disso aqui?
E, sem pensar duas vezes, o garoto beija calorosamente a sua
professora. Suzie, surpresa, demora um tempo para responder à atitude,
mas assim que cai em si, empurra o garoto para longe.
SUZIE – (grita) Mitch,
o que você acabou de fazer foi um erro. Um erro!! (saindo da sala) Eu
só não te levo para a diretoria porque não quero me envolver em nenhuma
encrenca na minha primeira semana de trabalho, mas eu vou te deixar um
aviso bem claro... (abrindo a porta) Se você voltar a se aproximar de
mim e repetir o que acabou de fazer, eu vou ser obrigada a tomar
atitudes drásticas. (pausa) Bom dia!
Suzie sai,
apressada. Close em Mitch, que ri sozinho.
MITCH – (para si
mesmo) Vai, vai, professorinha... Uma coisa eu tenho certeza: pelo
menos o meu nome você jamais vai conseguir esquecer.
Close no garoto, que continua rindo sozinho, inspirado pelo beijo que
roubou de sua professora.
CENA
05. SAN FRANCISCO HIGH SCHOOL.
PÁTIO. INT. DIA.
Suzie sai
apressada do corredor de salas de aulas. Eric espera por ela.
ERIC – Oi, meu amor.
Como foi a aula de hoje?
Eric ameaça
beijar Suzie, mas ela desvia o seu rosto.
SUZIE – (balançando a
cabeça positivamente) Bem.
ERIC – (estranhando o
comportamento de Suzie) Aconteceu alguma coisa?
SUZIE – Não, é só uma
dor de cabeça fora de hora... (pausa) Você me leva para a casa?
ERIC – Sim, claro!
Vamos!
Eric abraça Suzie
e caminha em direção a saída da escola, ainda desconfiado a respeito do
comportamento dela.
CENA 06.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. CORREDOR DAS SALAS DE AULAS. INT.
DIA.
O sinal toca,
anunciando o término de mais uma aula na universidade. Entre os alunos
que saem de uma sala, estão Keith e Matt.
MATT – (colocando a
mochila nas costas) Oi, Keith. Será que a gente pode conversar?
KEITH – Hummm... Deixa
eu consultar a minha agenda. (olha para Matt) Claro que podemos, seu
besta.
MATT – Você sabe onde
a Chelsea estava anteontem à noite?
KEITH – A Chelsea
ficou estudando no dormitório, por quê?
MATT – Você acredita
que ela marcou um cinema comigo e acabou me deixando na mão? Eu fiquei
preocupado achando que poderia ter acontecido alguma coisa com ela...
Sem falar que eu não a vejo desde aquele dia.
Keith começa a
rir.
MATT – (sem entender)
O que foi?
KEITH – (fica séria)
Matt, será que você ainda não percebeu que a Chelsea está fazendo de
tudo para fugir de você e do Chad? (para si mesma) Meu Deus, como os
homens podem ser tão idiotas?!
MATT – Mas por que,
Keith? Por que ela fugiria de mim? A Chelsea tem razões de sobra para
querer se afastar do Chad, afinal, o cara ficou com ela sendo que era
comprometido com outra, mas eu não fiz absolutamente nada... Pelo
contrário, eu estou desde o início desse ano correndo atrás dessa
garota.
KEITH – Mas, Matt,
você sabe que...
MATT – (interrompe)
Não, não venha me dizer que eu cometi muitos erros no passado, porque
eu já cansei de provar para a Chelsea que eu me tornei um cara melhor.
Agora, me diz, todo esse esforço em mudar... De que adiantou? Fiz tudo
pela Chelsea e ela nem se dá ao trabalho de reconhecer.
KEITH – (para de
andar) Matt, se eu fosse você, dava um tempo para a Chelsea...
MATT – (para de andar
também) Ah, claro, como se ela não tivesse tido todo o tempo do mundo
durante os últimos meses...
KEITH – Tudo bem, você
deu um tempo para ela pensar, mas a vida não deixou a Chelsea em paz.
Muitas coisas aconteceram com ela ultimamente e que a deixaram muito
abalada. No momento, a Chelsea precisa de espaço, Matt, e o melhor que
você tem a fazer é respeitar.
Matt acena
positivamente com a cabeça, concordando com o que Keith acabara de
dizer. Os dois garotos continuam a andar e se aproximam do elevador.
KEITH – Você vai para
o segundo andar também?
MATT – Sim.
Keith aperta o
botão do segundo andar no painel eletrônico do elevador e as portas se
abrem. Ela e Matt entram na cabine. O elevador começa a subir. De
repente, ouve-se novamente o barulho estranho.
KEITH – Mas o que é
isso?
MATT – (estranha)
Isso o que?
KEITH – Esse
barulho... Não é possível que você não tenha ouvido. Barulho em
elevador não significa boa coisa.
MATT – Relaxa,
Keith...
KEITH – Pelo amor de
Deus, a última coisa que pode acontecer no momento é esse elevador...
E antes que Keith conclua o que está dizendo, o elevador para se subir,
devido a algum problema técnico.
KEITH – (complementa)
...parar.
Close em Keith,
atônita.
CENA 07.
RESTAURANTE BENTON’S. INT. DIA.
A câmera explora
o restaurante de Marta, onde algumas pessoas almoçam tranquilamente. De
repente, várias mulheres começam a entrar no local, segurando pratos de
comida, com plumas enroladas no pescoço e presentes na outra mão. Elas
são sucedidas por Meghan, que entra apressada carregando várias
sacolas. O garçom estranha o surgimento inesperado das mulheres e segue
em direção a cozinha. A imagem corta rapidamente para:
CENA 08.
RESTAURANTE BENTON’S. COZINHA. INT. DIA.
Marta está
vestindo o uniforme de chef de cozinha e se demonstra bastante centrada
na refeição que prepara. Outros cozinheiros a ajudam. O garçom entra no
local.
GARÇOM – Dona Marta,
por acaso é normal um grupo de mulheres invadir um restaurante no meio
do dia segurando várias sacolas e pratos de comida? Afinal, esse é um
restaurante e aqui tem comida.
MARTA – (limpando as
mãos em um guardanapo) Como assim um grupo de mulheres?
GARÇOM – Não sei, mas
elas estão bem festivas.
MARTA – E você não
reconhece nenhum dos rostos? Quer dizer, nenhuma delas já esteve aqui?
GARÇOM – Acho que uma
delas. Lembra aquela loira que veio acompanhada do seu ex-marido numa
outra noite? Então, ela está entre o grupo.
MARTA – (irritada)
Não, não pode ser... Eu não acredito que aquela cretina saiu de Nova
York para vir me incomodar em um dia de semana. (realça) E ainda no meu
trabalho. Ela não tem mais o que fazer?
GARÇOM – Quer que eu
faça alguma coisa, dona Marta?
MARTA – Deixa comigo,
querido. (saindo da cozinha) Eu mesma vou até lá desarmar esse circo.
Por favor, cuidem da cozinha pra mim.
A imagem corta
rapidamente para:
CENA 09.
RESTAURANTE BENTON’S. INT. DIA.
Marta sai da
cozinha. Meghan, assim que a vê, se aproxima dela bastante saudosa.
MEGHAN – (dá beijinhos
longe do rosto de Marta) Querida, que bom vê-la novamente... (analisa
Marta dos pés a cabeça) vestindo esse uniforme horroroso.
MARTA – Meghan, eu
posso saber o que você está fazendo aqui? Eu estou em horário de
trabalho.
MEGHAN – Eu que quero
saber o que essas pessoas estão fazendo aqui. É por isso que os
americanos estão cada vez mais gordos, deixam de comer saudavelmente em
casa para se alimentarem na rua.
MARTA – Meghan, eu não
sei se você percebeu, mas é do meu estabelecimento que estamos
falando...
MEGHAN – (sorri) Ah
sim, querida. Bom, vamos expulsar todas essas pessoas daqui. Precisamos
de espaço para o meu chá de cozinha.
MARTA – (surpresa) Seu
chá do que? Meghan, você pirou? Eu não posso interromper a refeição dos
meus clientes para realizar o seu fútil chá de cozinha. Sem falar que
eu era a organizadora do evento e você nem me telefonou para marcar a
data.
MEGHAN – Querida, você
já quer comandar este... (olha ao seu redor) este lugar, eu não queria
te incomodar com outras preocupações. Então, preparei tudo por você. A
única coisa que precisa fazer é ceder o lugar. Neste caso, o seu
restaurante. E minhas amigas já estão todas aqui, não é mesmo, meninas?
As amigas de
Meghan levantam as mãos para o alto e gritam. Close nos clientes, que
se sentem incomodados com toda a bagunça.
MARTA – Meghan, eu não
tenho tempo para discutir agora, então dessa vez eu vou deixar
passar... Mas eu preciso te deixar algo bem claro: eu sou uma mulher
que tenho um negócio para tocar e não posso interromper o meu trabalho
para servir as suas necessidades. Então da próxima vez, me ligue para
marcar qualquer... seja qual for a urgência... compromisso, ok?
MEGHAN – (sorri) Ok.
Muito obrigada por tudo, Marta. (pausa) E vamos enxotar esse povo
daqui. (indo até as mesas) Se levantem, por favor, e vão fazer uma
caminhada. Não quero pessoas gordas por aqui... Circulando,
circulando...
Marta corre até
Meghan, impedindo que ela continue a expulsar as pessoas.
MARTA – E pode deixar
que dos meus clientes eu cuido.
Marta olha
furiosa para Meghan, enquanto esta retribui com um sorriso.
CENA 10.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. ELEVADOR. INT. DIA.
Matt e Keith
estão presos dentro do elevador. Keith ainda está atônita.
KEITH – (falando
sussurrado) Por favor, Matt, me diz que não estamos presos nesse
lugar...
MATT – Keith, por que
você está sussurrando?
KEITH – (começa a
bater em Matt) Eu não sei se você sabe, mas o meu maior medo está sendo
realizado neste momento. A minha maior fobia era ficar presa em um
elevador.
MATT – Calma, ok? Eu
já vou pedir ajuda e, em questão de tempo, estaremos fora daqui. Só
peço que se acalme...
KEITH – Como você quer
que eu acalme? (fala pausadamente) Eu sinto como se estivesse me
faltando o ar.
MATT – Ok, Keith, não
precisa exagerar...
KEITH – Eu estou
falando sério, Matt... (seu rosto começa a ficar vermelho) Eu...
estou... sufo... (balançando as mãos) ...cada.
MATT – Sem drama
aqui. (apertando o botão do painel) Pronto, já pedi por ajuda.
KEITH – (com falhas na
voz) Eu... preciso... de... ar... Matt.
MATT – (olha para
Keith e percebe que ela está vermelha) Keith, você está falando sério?
E Keith volta a
bater em Matt, inconformada por ele não prestar ajuda a ela.
MATT – (se
aproximando de Keith) Calma... Eu preciso que você tenha calma...
Sente-se aqui... Sente-se aqui...
E, lentamente,
Matt ajuda Keith a se sentar no chão. Ele se senta ao lado dela.
MATT – (coça a
cabeça) Meu Deus, o que eu tenho que fazer agora? Você quer que eu te
abane?
Matt começa a
abanar Keith.
KEITH – Seu... idiota!
MATT – (irritado) Eu
estou fazendo o máximo que eu posso aqui, ok? Eu nunca fiquei preso com
ninguém em um elevador... E nem precisei ajudar uma pessoa com falta de
ar.
Matt percebe que
Keith ainda está com falta de ar e se sente preocupado.
MATT – (segura em uma
das mãos dela) Já sei... Já sei o que podemos fazer! Faz o seguinte...
Respira junto comigo, ok? Respira fundo, bem fundo... Vamos esquecer
este lugar. Vamos nos focar em nós.
Matt começa a
respirar fundo. Keith tenta imitá-lo.
MATT – Isso...
Isso... Continua... Respirando fundo... Vamos nos focar em nós...
Matt segura ainda
mais forte a mão de Keith. Ele, impulsivamente, vai aproximando seu
rosto ao da garota.
MATT – Esquece que
estamos em um elevador... Apenas respire fundo... Vamos nos focar em
nós... (aproximando seus lábios aos de Keith) Em nós.
E, sem pensar
duas vezes, o garoto beija Keith calorosamente. A princípio, ela se
assusta, mas após alguns instantes acaba o retribuindo.
MATT – (interrompe o
beijo) Você está bem?
KEITH – (sem abrir os
olhos) Acabou? (abre os olhos) Quer dizer... (começa a bater em Matt) O
que você acabou de fazer, garoto?
MATT – (gagueja) Eu
pens... Eu pensei que isso pudesse te distrair.
KEITH – (se levanta do
chão) Você só pensa besteira, Matt... Acredite, o seu beijo não
funcionou.
MATT – (sem entender)
Então por que você parou de se sentir sufocada?
Close em Keith,
que percebe que recuperou o ar após o beijo de Matt.
KEITH – (finge que
está sufocada) Claro... que... não. Eu ainda estou su...su..focada.
Você não tá...vendo?
MATT – Sem joguinhos
pra cima de mim, Keith. Agora que já está tudo bem, vamos esperar a
assistência técnica.
KEITH – (olha para
Matt) Escuta aqui, garoto, a Chelsea não pode nem sonhar com o que
acabou de acontecer aqui, está me ouvindo?
MATT – (ri
debochadamente) Eu pensei que você não escondesse nada da sua melhor
amiga... Sem falar que eu não tenho nada com a Chelsea, Keith, não há
razões para ela não saber sobre isso.
KEITH – Acontece que
você gosta da Chelsea e, de qualquer forma, ela sente algum carinho por
você. E eu e a Chelsea fizemos um pacto de fidelidade: nada de uma
chegar perto dos pretendentes da outra. Eu preciso cumprir.
MATT – Que bobagem!
KEITH – Bom, tenta a
sorte... Abre a boca e eu te procuro, seja onde você estiver, e te
capo! Eu te capo!
Close em Matt,
que engole seco. Keith vira o rosto e sorri, satisfeita com o beijo.
CENA 11.
RESTAURANTE BENTON’S. INT. DIA. (Música cessa.)
Meghan e suas
amigas estão sentadas em cadeiras que formam um círculo. Elas conversam
entre si.
MEGHAN – Ai, meninas,
eu não vejo a hora de entrar naquela igreja e concretizar o maior sonho
da minha vida... Ao lado do melhor homem do mundo, claro. Sabe aquela
história de que príncipes encantados não existem?
As amigas de
Meghan acenam positivamente com a cabeça.
MEGHAN – Tudo mentira!
Alex é a prova perfeita de que príncipes encantados existem sim e estão
procurando por suas donzelas. Ai, não tenho o que reclamar do Alex, ele
é o marido ideal... Vejam isso! (exibe a aliança) Ouro puro. Vocês
acham que eu mereço tanto?
AMIGA 1 – Amiga, é
lindo... E por acaso você e o Alex já estão pensando em planos para
depois do casamento?
MEGHAN – Por enquanto,
estamos pensando em muitas viagens. Afinal, temos que aproveitar os
nossos primeiros meses como marido e mulher em grande estilo. E
depois...
AMIGA 2 – (insinua)
Depois... (começa a rir)
MEGHAN – Depois, quem
sabe, começamos a pensar no nosso primeiro filho.
De repente, Marta
sai da cozinha segurando um prato de doces. Ela se dirige lentamente
até o grupo de mulheres.
MEGHAN – Tudo bem que o
Alex já tem um filho... O Josh. Ele é um menino encantador, mas muito
“atual”, se é que me entendem... Mas eu me vejo na obrigação de dar
outro filho a ele, porque o Josh mora aqui em San Francisco e é muito
difícil para o Alex ficar longe dele.
Close em Marta,
que ouve tudo ao fundo.
MEGHAN – Então eu sinto
que preciso dar um filho ao Alex para que ele preencha a ausência do
Josh na vida do meu marido... E não pensem que eu estou querendo
substituir o lugar do Josh na vida do pai, eu só quero que o Alex possa
ter um filho por perto, porque é tudo que um homem precisa. (sorri)
Marta, bastante
chateada com o que Meghan acabara de dizer, serve os doces para as
mulheres.
MARTA – (sorri) Que
tal abrirmos os presentes?
MEGHAN – Presentes? Que
presentes? A nossa festa ainda nem começou, querida... Os presentes são
abertos apenas no final. Agora é a hora dos...
De repente, ouve-se alguém batendo a porta.
MEGHAN – Bom, nem
preciso terminar de falar... Você vai ver com os seus próprios olhos.
Eufórica, Meghan caminha até a porta e a abre um pouco, colocando a sua
cabeça para fora.
MEGHAN – Oi, em que
posso ajudá-lo? (pausa) Entrega para a Marta? (pausa) Ah sim, pode ir
entrando, ela já estava esperando por você...
Meghan abre a
porta, permitindo que um stripper caracterizado de entregador entre no
restaurante. Close em Marta, surpresa.
MEGHAN – (olha para o
stripper) O que? Você veio acompanhado?
E outros
strippers começam a entrar no local. Um deles está segurando um rádio
no ombro. Ele liga o aparelho e todos começam a coreografar uma dança
sensual.
As mulheres se
levantam de suas cadeiras e se aproximam dos
homens, dançando com eles e tirando suas roupas. Close em Meghan,
satisfeitíssima com a situação. Depois em Marta, injuriada.
MARTA – E numa questão
de segundos, o meu restaurante virou um bordel...
Um dos strippers,
já descamisado, mostrando seu físico sarado, se aproxima de Marta, mas
ela rapidamente o afasta. CENA 12. (A música tocada na cena anterior continua a ser exercutada nesta.)
Tomada
da cidade de San Francisco com imagens dos principais pontos turísticos
locais até chegar à fachada da Universidade da Califórnia. Anoitece.
Josh está sentado
em sua cama, com a cabeça apoiada na parede. Ele leva sua mão até o
criado mudo e pega o seu celular, apertando algum número da discagem
rápida. A pessoa para quem ele está ligando não o atende.
JOSH – (para si
mesmo) Austin... Eu preciso que você me atenda!
O garoto volta a
encostar a cabeça na parede, inconformado.
JOSH – (ainda para si
mesmo) Quer saber... Talvez seja melhor eu procurar alguém para
conversar.
O garoto se
levanta da cama e pega o seu casaco, deixando o dormitório logo em
seguida.
CENA 14.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. ALOJAMENTO. CORREDOR DOS
DORMITÓRIOS. INT. NOITE. (Música continua.)
Josh caminha
lentamente pelo corredor em direção ao dormitório de Ryan. Assim que
chega ao seu destino, percebe que a porta está entreaberta. O garoto
decide espiar. Close em sua reação surpresa.
Lentamente, a
câmera revela, através da porta entreaberta, o que Josh acabara de
flagrar: Ryan está deitado em cima de Evan, o beijando calorosamente.
Josh, ainda
surpreso, puxa a maçaneta da porta para fechá-la, mas acaba provocando
um barulho que logo desperta a atenção de Ryan e Evan. Eles param de se
beijar.
EVAN – O que é isso?
Josh,
rapidamente, sai correndo pelo corredor. Ryan se levanta da cama e sai
atrás do garoto que ainda não sabe quem é.
RYAN – (correndo
atrás de Josh) Ei, volta aqui!
JOSH – (percebe a voz
de Ryan e para de correr) Desculpa, Ryan...
Ryan reconhece a
voz de Josh, que se vira para ele.
RYAN – (irritado) Eu
posso saber o que você estava fazendo no meu quarto?
JOSH – Eu estava
fechando a porta para evitar que outras pessoas vissem o mesmo que eu...
RYAN – Eu acho que
outras pessoas não seriam tão curiosas quanto você. (pausa) O que está
acontecendo, hein Josh? Agora que o Austin te dispensou, você vem me
procurar?
JOSH – Que história é
essa de “o Austin me dispensou”?
RYAN – Eu vi que ele
te ignorou hoje quando saiu do elevador. (pausa) Desculpa, mas tá meio
tarde pra me procurar. Agora eu estou em outra.
JOSH – E quem disse
que eu estava te procurando com segundas intenções? (balança a cabeça
negativamente) E belo mentiroso você é, me disse que não estava saindo
com ninguém e, de repente, te flagro aos beijos com outro.
RYAN – (grita) Josh,
você queria que eu fizesse o que? Te esperasse a vida toda? Continuasse
sozinho com as minhas lembranças passadas enquanto você se divertia com
o seu namoradinho-filho-de-diretor? Se você pode seguir com a sua vida,
eu também posso seguir com a minha...
JOSH – (surpreso com
a atitude do garoto) Ryan...
RYAN – (se afastando
de Josh) Foi ótimo que você tenha me flagrado com o Evan, porque agora
temos mais nada para esconder um do outro.
Ryan volta para o
seu dormitório. Close em Josh, que continua imóvel no meio do corredor,
sem reação. Ele deixa uma lágrima rolar sobre o seu rosto. A imagem escurece. |
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TRILHA SONORA
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