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CENA 1. ACADEMIA MISS LAVEAU. ANFITEATRO. INTERIOR. DIA As meninas da Academia estão ensaiando uma peça de teatro no palco do anfiteatro. A professora Harmony Drake observa tudo sentada na platéia. No palco, Maureen está caracterizada como a mocinha da história, usando uma peruca loira e uma roupa feita de véus esvoaçantes. Enquanto Beverly vive a vilã da peça, usando seu cabelo amarrado, maquiagem escura forte e um vestido cheio de babados e calda enorme. Junto delas, 5 pessoas usando capas escuras e máscaras de minotauro. A cena está rolando. Beverly ergue a mão contra Maureen e a joga contra uma parede de pedra. MAUREEN – (FAZ FORÇA) Me larga, sua maldita! Você não irá me derrotar! Nunca! BEVERLY – (SORRI) É fim do jogo, Atena! Eu controlarei o reino a partir de agora. E esses súditos? Serão todos meus. (DÁ RISADA) Vão obedecer as minhas ordens! MAUREEN – (FINGE CHORO) Eu era sua amiga. Eu confiei em você. Eu te coloquei dentro do reino, e agora você me dá essa facada pelas costas? Você é cruel e vil, Madeleine! BEVERLY – Chega de gracinhas! Quais são suas últimas palavras? MAUREEN – (MENTALIZA) Avadra! Kedavra! E uma luz forte ilumina Maureen. Beverly vai perdendo as forças e cai no chão. Maureen sorri e os súditos com cabeça de minotauro ficam em volta dela. BEVERLY – Não… MAUREEN – Andem súditos, matem essa mulher. E os súditos vão todos para cima de Beverly, que se levanta e corre entre o palco, mas é sempre barrada pelos súditos de Maureen. Beverly vai sendo jogada pelos atores de um lado pro outro, até que um deles retira uma faca de cozinha da cintura e acerta Beverly nas costas. Beverly geme com o ferimento e se vira, mas não consegue achar quem fez aquilo. Muito ferida, ela cambaleia, mas não consegue proferir nenhuma palavra. Aos poucos, o sangue começa a sair pela sua boca e ela se ajoelha no palco. Beverly dá um berro e cai de bruços. Harmony estala os dedos e as luzes se acendem. Ela se levanta e aplaude as alunas. HARMONY – (APLAUDE) Maravilhoso! Está simplesmente impecável meninas! Beverly continua jogada no chão, com muito sangue em volta do corpo. Porém, apenas quatro pessoas vestidas de minotauro estão no palco. Elas retiram as máscaras, mas são todas meninas figurantes. Maureen põe a mão na boca e se aproxima do corpo de Beverly. Ela se agacha e coloca a mão no pescoço dela. MAUREEN – (ASSUSTADA) Oh meu Deus… A TELA ESCURECE num grito de horror. |
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3x03 - O GRITO |
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CENA 2. ACADEMIA MISS LAVEAU. SALA DE INFORMÁTICA. INTERIOR. DIA. Allegra na frente de um dos computadores, digitando alguma coisa no teclado. A sala de informática está lotada de alunas. CLOSE na tela do computador de Allegra: o perfil da garota no Facebook está aberto. Allegra vê que chegou uma solicitação de amigo e verifica que a pessoa se chama “Bart Harvard”. Ela pensa alguns instantes e decide aceitar a amizade. Alguns segundos depois, salta uma janela de bate papo com uma mensagem de Bart escrito: “Olá”. Allegra sorri e escreve: “Olá, tudo bem? Quem é você?”. Ela espera a resposta e logo aparece: “Meu nome é Bart, e estou melhor agora falando com você hehe”. Allegra se segura para não gargalhar e escreve: “Nossa, você mal me adicionou e já está me passando uma cantada?”. CLOSE em “Bart Harvard está digitando uma mensagem”. A mensagem chega: “Eu não estou te cantando, estou sendo gentil”. Allegra concorda com a cabeça e responde: “Eu sei, desculpe, bom, você estuda na Fraternidade”?”. A resposta: “Sim, curso medicina, e você?”. Allegra digita: “Curso teatro na Academia Miss Laveau, conhece?”. A reposta de Bart: “Mas é claro, minha última namorada estudava aí. Seu nome era Carry Manson”. Allegra entra em choque quando lê a mensagem de Bart. Ela não consegue responder mais nada. Aparece outra mensagem do rapaz: “Allegra, ainda está aí?”. Allegra decide responder: “Estou sim.” E Bart responde: “Estou olhando as suas fotos, você é muito linda”. Allegra dá um sorriso sem graça e responde: “Obrigada!”. E a resposta de Bart: “Seus olhos são lindos, seus cabelos são lindos, sua boca é linda, suas pernas são lindas”. Allegra não entende onde ele está querendo chegar e responde: “Ok Bart, eu já entendi”. Mas Bart continua escrevendo: “Sua barriga é linda, seus pés são lindos, suas mãos são lindas, seu coração é lindo, seu intestino é lindo, seus pulmões são lindos, e eu estou louco para arrancá-los”. Allegra arregala os olhos e escreve: “Bart, você está me assustando”. E Bart responde: “Eu vou te matar Allegra. Você pode fugir o quanto quiser de mim, mas eu vou te matar”. Allegra se levanta assustada, pega sua bolsa e sai nervosa do laboratório com pressa. Trudie a agarra pelo braço na saída e vê que ela está tremendo. TRUDIE – Allegra, o que houve? Você está pálida, está suando frio. ALLEGRA – Eu preciso ir. E Allegra vai embora. CENA 3. ACADEMIA MISS LAVEAU. CAMPUS. EXTERIOR. DIA. Allegra caminha muito rápido, nervosa, e vai atravessar a rua para poder ir o mais longe possível dali. Quando ela desce da calçada, um carro surge e atropela Allegra, que bate no capô e cai no asfalto. Rex desce do carro aflito e tenta ajudar Allegra a se levantar. REX – (APAVORADO) Meu Deus, o que eu fiz? Me desculpe! Eu estava com pressa e nem te vi atravessar, por favor! ALLEGRA – (DOLORIDA) Não se preocupe, eu também atravessei a rua de maneira errada. E acho que estou bem. REX – Está muito machucada? Ande, vou te levar ao hospital, talvez precise fazer exames. ALLEGRA – Não será preciso, não quebrei nada, apenas fiquei dolorida. REX – Me desculpe mais uma vez moça. Minha mãe sempre diz que um dia eu ainda vou matar alguém andando na velocidade em que estou andando. Quase te machuquei pra valer. Mil perdões. ALLEGRA – Eu te desculpo se me disser seu nome. REX – Rex. Rex Vanderwall. ALLEGRA – (SE LEMBRA) Rex? (PAUSA) Meu nome é Allegra Gray. REX – Prazer Allegra. Foi mal te conhecer da maneira que eu conheci. Allegra sorri. CENA 4. ACADEMIA MISS LAVEAU. CAMPUS. EXTERIOR. DIA. Allegra e Rex sentados em um banco conversando. REX – Você é a amiga da menina que foi assassinada, Carry, é claro, eu ouvi falar de você. Sinto muito. Foi bastante horrível o que aconteceu. ALLEGRA – (CONCORDA) É, mas obrigada. Eu acho que estou conseguindo lidar bem com isso. REX – Imagino pelo que esteja passando. Lidar com a morte não é uma tarefa fácil. Eu sei por que pedi meu pai a poucos meses num acidente de carro. ALLEGRA – (BAIXA A CABEÇA) Perder as pessoas que você ama dessa maneira nojenta, vil, é pior do que tudo Rex. Você se sente sozinha, sem ninguém. REX – Você não tem parentes? ALLEGRA – Tenho meu pai, mas ele vive em Seattle. Estou morando na Academia com algumas meninas depois do assassinato. REX – Bom, força viu. Agora que a gente se conheceu saiba que pode contar comigo pra tudo. Eu tenho uma divida com você, se podemos dizer assim. ALLEGRA – Não Rex, foi um acidente, fique tranquilo. Mas é bom fazer amizades, e pela nossa conversa percebo que você é bem especial. E dois carros de polícia passam com as sirenes ligadas em alta velocidade. REX – (ESTRANHA) O que está acontecendo? ALLEGRA – (SE LEVANTA) Foi algo de grave, vamos até lá. CENA 5. ACADEMIA MISS LAVEAU. ANFITEATRO. EXTERIOR. DIA. Uma ambulância e dois carros da polícia na frente do local. Os policiais isolam a cena do crime com uma fita amarela. O corpo de Beverly é retirado do anfiteatro e colocado dentro da ambulância. Grande multidão pelo campus observando. Rex e Allegra aparecem assustados e Rex vê Maureen abraçada em Ashley. Ele corre até ela e Allegra observa de longe. REX – Maureen! O que aconteceu? MAUREEN – (PASMA) Ele atacou mais uma vez Rex... E ele matou a Beverly... Não consigo acreditar! REX – E você estava lá? MAUREEN – Nós estávamos ensaiando para a peça. Ele estava no palco e a matou sem que ninguém percebesse. Todos acharam que fazia parte do ensaio. E Rex abraça Maureen. Allegra vê os dois abraçados e vai embora. CORTA PARA Catherine no meio da multidão com seu bloco de anotações. O xerife Paul sai de dentro do anfiteatro e ela avança até ele. CATHERINE – Xerife, alguma evidência na cena do crime? PAUL – Não podemos afirmar nada agora, Catherine. CATHERINE – Espere aí, eu estou dentro da investigação ou não estou? PAUL – (PEGA O BLOCO DE ANOTAÇÕES DELA) Você é uma jornalista. E Paul sai. Alguém segura o braço de Catherine, que se vira assustada, e vê Duke. CATHERINE – Duke! (PÕE A MÃO NO PEITO) Você quer me matar, seu filho da mãe? DUKE – Me desculpe! Não foi essa a intenção! CATHERINE – O que você está fazendo aqui? Achei que havia ido embora. Mudou de ideia, Judas? DUKE – Eu pensei melhor e... bom, acho que tenho que fazer isso com você. CATHERINE – (BATE PALMAS) Ótimo, ainda bem que você voltou. Pegue minha câmera de mão no furgão que temos trabalho a fazer. DUKE – No que você está pensando? CATHERINE – Nós vamos até a cena do crime fazer algumas imagens. DUKE – Mas não podemos entrar lá Catherine, seremos barrados pela polícia. CATHERINE – Tenho outros meios. CENA 6. ANFITEATRO. INTERIOR. DIA. Catherine e Dewey entram por uma porta secundária ao lado do palco. O local está vazio, e parte do sangue de Beverly ainda permanece no palco. Catherine estala os dedos para Duke ligar a câmera. CATHERINE – (LEVANTA O MICROFONE) Conseguimos entrar no local onde mais uma jovem foi assassinada na Academia Miss Laveau. Catherine mostra o palco e Duke foca no sangue. CATHERINE – A vítima se encontrava exatamente nesse ponto. Uma peça de teatro estava sendo ensaiada e, infiltrado no meio das alunas, o assassino matou sem que ninguém o visse. Todos acharam que tratava-se de parte do script. JUDY – (EM OFF) Mas o que vocês fazem aqui? Catherine e Duke se viram e vêem Judy se aproximando deles, furiosa. CATHERINE – (CRUZA OS BRAÇOS) Eu estou gravando, algum problema? JUDY – Essa é uma cena de crime. Vocês não podem gravar aqui. Por favor, saiam. CATHERINE – Ah não saio, não saio mesmo. Eu estou na investigação meu amor, você não pode me proibir. JUDY – Sabia que eu tenho poder de te dar voz de prisão, Catherine? (AMEAÇA) Saiam! Andem! DUKE – (BAIXA A CÂMERA) Falou! CATHERINE – (RÁPIDA) Nem morta! JUDY – Que seja morta então. E Judy vai empurrando Catherine e Duke com agressividade pra fora do local. Duke tropeça numa cadeira e deixa a câmera cair no chão. DUKE – Minha câmera! JUDY – (SEGURA ELE) Fora daqui os dois! E Judy os expulsa sem que Duke volte paga pegar a câmera. CAM foca na câmera de Duke no chão, ligada, com a gravação rolando. Mais a frente, um objeto cortante manchado de sangue. CENA 7. CAFETERIA. INTERIOR. DIA. Catherine e Dewey tomando café, sentados no balcão de uma cafeteria. DEWEY – Me desculpe pelas palavras de ontem. Andei pensando e, bom, fui grosso demais com você. Não é por que não somos mais marido e mulher que eu deva te tratar mal. CATHERINE – Já chega desse seu palavreado clichê Dewey. Isso sempre me irritou. Vamos falar do que é mais importante, que são os crimes. DEWEY – O que achou? CATHERINE – (BEBE O CAFÉ) Achei a melhor morte até agora. Juro. A mais criativa. Subir num palco com todo mundo lá e sair sem ninguém ver? Dewey, acorda, esse cara está mais insano do que pensávamos. DEWEY – Tem razão... Mas ele não deixa pistas. Assim fica difícil identificá-lo. CATHERINE – Eles sempre caem em contradição. Quando menos esperarmos, ele ai deixar seus rastros. DEWEY – Maureen não podia estar passando por isso novamente. É uma situação complicada, você sabe. Perder as colegas assim... CATHERINE – Ela é corajosa, e vai passar por cima disso. Terá um final feliz com o filho. DEWEY – Por que você diz isso? CATHERINE – Maureen é a protagonista, Dewey. Ela é a nossa Laurie Strode, entendeu? DEWEY – Mas Laurie Strode foi assassinada pelo irmão em Halloween. CATHERINE – Não interessa! Ele não vai matar a Maureen. Não agora. Ele vai matar todos que estiverem junto dela. E ele pode ser qualquer um. DEWEY – Quais são os suspeitos que a gente tem? CATHERINE – Bom, seguindo na linha mais fácil, o namorado, Rex... a melhor amiga, Ashley... talvez a professora, aquela menina que foi atacada... Você... Todos podem ser o assassino. DEWEY – (PASMO) Você está me acusando? CATHERINE – Eu não confio em ninguém, nem em mim mesma. E se for eu? Você nunca sabe Dewey. Ele pode estar nessa cafeteria ouvindo tudo isso. Pode ser o garçom, pode ser a faxineira. (RESPIRA) Estou ficando paranóica. Judy entra na cafeteria trazendo a câmera de Catherine e vai até ela e Dewey. JUDY – Está aqui a sua gravadora, senhorita investigadora profissional. CATHERINE – (PEGA) Obrigada. Quando eu escrever o livro contando essa história, vou pensar se te dou um papel coadjuvante da policial metida que é assassinada no terceiro capítulo. Isso se eu estiver bem boazinha. CENA 8. ACADEMIA MISS LAVEAU. DORMITÓRIO. INTERIOR. DIA. Maureen deitada na cama, usando seu celular. A porta do dormitório está aberta. Rex aparece e bate na porta, Maureen o vê e salta da cama. MAUREEN – Rex? O que está fazendo aqui? Você não pode entrar aqui. REX – Eu vim conversar com você. Posso entrar? MAUREEN – (SE APROXIMA DELE) Não, não pode. Rex, eu acho que você não entendeu o que eu te disse ontem. REX – Você pode falar o que quiser Maureen, mas eu nunca vou me afastar de você. Muito mais agora. MAUREEN – Beverly está morta. Poderia ter sido eu. Quem será o próximo? Você? REX – Maureen... MAUREEN – (POR CIMA) Está acabado Rex. Se insistir assim, é melhor nos separarmos definitivamente. Não posso ficar com um homem que não respeita minha palavra. E Maureen bate a porta na cara dele. Ela se apóia de costas para a porta e suspira. CLOSE em Allegra ouvindo tudo pela fresta do banheiro. CENA 9. APARTAMENTO DE CATHERINE. SALA. INTERIOR. DIA. Catherine sai do banheiro vestindo um roupão e com os cabelos molhados. Ela se senta no pequeno sofá de couro e pega a câmera de Duke em cima da mesinha de centro. Catherine liga a câmera e começa a assistir a gravação que ela e Duke fizeram dentro do anfiteatro. CATHERINE – (MURMURA) Como eu estou gostosa nessa gravação. Deveria ter usado aquela calça mais vezes. CÂMERA foca na tela da gravadora e mostra o momento em que Duke tropeça e deixa a câmera cair. Catherine dá risada, mas continua assistindo. CATHERINE – (BALANÇA A CABEÇA) Essa porcaria ficou gravando por quantas horas? Catherine aperta num botão e a gravação acelera. Em determinado momento, uma pessoa vestindo uma roupa toda preta entra no anfiteatro e surpreende Catherine. Ela aperta o botão do play e deixa a gravação continuar. CATHERINE – (PASMA) Meu Deus... Na gravação, a pessoa de preto caminha próxima ao palco a procura de alguma coisa. A qualidade ruim da gravação impede que se possa ver seu rosto. Quando acha o que está procurando, se abaixa, pega, olha para os dois lados e sai sem ser vista. CATHERINE – (SE LEVANTA) Eu disse que ele deixaria rastros. CENA 10. FRATERNIDADE. SEDE DA GAMMA BETA ZETA. SALA. INTERIOR. DIA. O som ligado em alto volume. Rex caminha apenas de calção pela sala da sede e canta a música junto. Ele se aproxima da janela e acende um cigarro. Alguém bate na porta. Rapidamente Rex apaga o cigarro e abre a porta. É Allegra. Rex fica surpreso ao vê-la. Ela dá uma olhada no corpo do rapaz. REX – Allegra? Você aqui? ALLEGRA – (SEM GRAÇA) É... Eu acho que precisava falar com você. Posso entrar? REX – Pode sim! Rex se afasta e Allegra entra. Ela olha em volta do local. Rex baixa o volume do som. REX – Me desculpe pela música. ALLEGRA – Não tem problema, eu adoro essa banda. (PAUSA) Você fuma, Rex? REX – (SURPRESO) Eu? ALLEGRA – É que eu senti um cheiro de fumaça e imaginei que você fumasse. REX – Fumo as vezes, pra relaxar, mas não conta pra ninguém. Meu personal trainer me mataria. ALLEGRA – Eu vim por que soube do seu rompimento com a Maureen. Eu sinto muito, Rex. Imagino o quanto gostava dela. REX – (BAIXA A CABEÇA) É, eu gostava mesmo. Apesar de nos conhecermos a pouco tempo, Maureen poderia ter sido o meu futuro. ALLEGRA – (SE APROXIMA DELE) Quero que saiba que estarei aqui para te ajudar a superar isso. Apesar de você ter me atropelado. REX – (RI) É verdade. Rex passa a mão pelo rosto de Allegra, que sorri encabulada. REX – Que foi? ALLEGRA – Nada. É que eu fico pensando no que se passa pela cabeça da Maureen em dispensar um cara lindo como você, que deve ser idolatrado por todas as meninas da Academia. REX – Ela diz que quer me proteger, mas mesmo longe eu percebo que ela ainda pode gostar de mim. (PAUSA) Mas vamos parar de falar em Maureen. Vamos falar de você. ALLEGRA – (ESTRANHA) De mim? REX – É. De você. Você sabe muitas coisas da minha vida e eu não sei nada da sua. ALLEGRA – Minha vida não é tão badalada quanto a de Rex Vanderwall. Pode apostar. REX – Você tem dificuldades de se abrir? É pelo que aconteceu a sua amiga Carry? ALLEGRA – Não... É que... Minha vida foi complicada Rex. Deixa isso pra lá, não quero lembrar dessa história. REX – Eu estou aqui Allegra. Sou seu amigo, esqueceu? ALLEGRA – Amigo... Allegra olha nos fundos dos olhos de Rex e segura o rosto dele com as mãos. Devagar, ela se aproxima e lhe dá um beijo. Rex fecha os olhos e corresponde o beijo de Allegra. Allegra cai em si e se afasta dele, ofegante. ALLEGRA – Eu não devia ter feito isso. Me perdoe. Eu devo estar louca. Maureen é minha amiga... Oh Deus... Como eu fui tola. Esqueça que isso aconteceu Rex! REX – Allegra... ALLEGRA – (POR CIMA) Eu vou embora. Não posso mais ficar aqui. E Allegra vai embora sem olhar na cara de Rex. Rex põe as duas mãos sob a cabeça. CENA 11. DELEGACIA DE NOVA ORLEANS. RECEPÇÃO. INTERIOR. NOITE. Dewey entra na delegacia comendo uma rosquinha doce. Catherine está esperando por ele na recepção, com uma bolsa no ombro. CATHERINE – Graças a Deus que você veio! Estava maluca pra falar com você! DEWEY – Qual o problema? CATHERINE – (ANIMADA) Você não vai acreditar no que eu encontrei Dewey! DEWEY – (CURIOSO) Se você não me falar, não terei como acreditar. Catherine retira uma câmera de dentro da bolsa e mostra pra ele. CATHERINE – Hoje quando eu e Duke tentamos gravar dentro do anfiteatro, fomos expulsos pela policial Judy, e Duke deixou a câmera cair. Ela ficou dentro do local do crime ligada, gravando tudo. DEWEY – E o que tem isso? CATHERINE – O que tem isso é que a minha câmera gravou o assassino retornando a cena do crime horas depois buscando alguma coisa que ele esqueceu lá! DEWEY – (FALA BAIXO) Você está brincando? CATHERINE – Só que a imagem está ruim, precisamos ir até os estúdios de TV da Academia e tentar utilizar um editor de imagem para melhorar a gravação. Podemos descobrir quem ele é Dewey. DEWEY – Mas... Não podemos entrar na Academia. CATHERINE – (SORRI) Eu posso tudo. Dewey e Catherine se olham. CENA 12. ACADEMIA MISS LAVEAU. DORMITÓRIO. INTERIOR. NOITE. Maureen lendo um livro sentada em sua cama. Ela dá uma breve olhada pela janela, que fica acima da cama, e vê que o campus está vazio. Ashley está na frente do espelho, colocando batom. ASHLEY – (TERMINA) Estou indo Maureen. Tim está me esperando e detesta atrasos. MAUREEN – Divirta-se amiga. Eu vou ficar aqui estudando. ASHLEY – Ai que coisa chata... (SUSPIRA) Bom, até mais tarde. MAUREEN – (SORRI) Até. Ashley joga um beijo pra Maureen e sai do dormitório. Maureen continua a ler seu livro. CENA 13. ACADEMIA MISS LAVEAU. DORMITÓRIOS. HALL. INTERIOR. NOITE. Ashley sai do elevador e caminha até a porta de saída. Há dois seguranças na porta, que a deixam sair. CENA 14. ACADEMIA MISS LAVEAU. DORMITÓRIOS. EXTERIOR. NOITE. Ashley sai dos dormitórios e para um instante. Ela olha para os lados, com uma feição séria, e sai caminhando. Plano geral. CENA 15. ACADEMIA MISS LAVEAU. CAMPUS. EXTERIOR. NOITE. O carro de Dewey estaciona na frente de um grande prédio numerado de 16. Ele e Catherine descem do veículo. Sorrateiramente, Catherine mostra uma chave para Dewey. Ele concorda e eles se dirigem até a entrada do prédio. CENA 16. ACADEMIA MISS LAVEAU. PRÉDIO 16. CORREDOR. INTERIOR. NOITE. Catherine e Dewey caminham em direção a uma porta no fundo do corredor. DEWEY – Tem certeza que não estamos infringindo nenhuma lei? CATHERINE – (RI) Eu adoraria se estivéssemos. Mais a frente, uma porta está aberta e ouvem-se barulhos vindos de lá. DEWEY – (ESTRANHA) O que é aquilo? CATHERINE – (CURIOSA) Estou doida para saber. CENA 17. ACADEMIA MISS LAVEAU. PRÉDIO 16. AUDITÓRIO. INTERIOR. NOITE. As luzes de um grande auditório estão ligadas. Catherine e Dewey entram e vão descendo as escadas no meio das cadeiras da platéia. No fim da escadaria, há um grande telão na parede onde está sendo exibidas cenas do filme “O Massacre da Serra Elétrica”. DEWEY – O que é isso... Catherine se aproxima de um computador, ligado ao lado do telão, e desliga o filme. CATHERINE – Algum engraçadinho deixou isso ligado. Urgh, esse filme é péssimo. Odeio quando as mocinhas morrem no final. Incrivelmente, ainda tenho senso de justiça. DEWEY – (CRUZA OS BRAÇOS) Achei que você gostasse de sangue. CATHERINE – Somente nos meus livros. Mas vamos assistir a gravação aqui mesmo. Deixa eu conectar a câmera na CPU pelo USB. Catherine coloca a câmera sob a mesa do computador e pluga o cabo USB para conectá-la. Enquanto isso, Dewey vai olhando em volta do auditório. CATHERINE – Pronto Dewey. Vai ser exibido no telão. E eles começam a assistir a mesma gravação vista por Catherine. O assassino entra no anfiteatro e abaixa-se para pegar algo no chão. Na mesma rapidez, ele desaparece da tela. DEWEY – Não é possível ver o rosto dele. CATHERINE – Eu sei. O que acha que ele estaria procurando? DEWEY – A arma do crime, talvez. No meio da confusão, ele pode ter deixado cair. CATHERINE – Por favor Dewey, nem Michael Myers no primeiro Halloween seria tão amador. DEWEY – (ACHA GRAÇA) Você gosta dessa franquia? Halloween? CATHERINE – É, digamos que sim. Me lembra uma parte da minha vida que posso considerar até interessante, mas prefiro deixar lá atrás, adormecida. E as luzes do auditório se apagam. Dewey e Catherine se viram assustados e vêem o palhaço assassino lá em cima, na porta do auditório. DEWEY – (ASSUSTADO) O que fazemos agora? CATHERINE – (COM UM SORRISO NO ROSTO) Estou me sentindo como Neve Campbell. (OLHA PARA DEWEY) Pegue-o. Imediatamente Dewey saca uma arma e atira contra o palhaço. O palhaço se abaixa. Dewey sobe correndo as escadas e vai até ele. Dewey atira novamente, mas o palhaço desvia. Catherine desconecta a câmera do computador a fim de salvar as imagens. O palhaço pula sobre Dewey e a arma do ex-policial voa longe. Dewey e o palhaço rolam escadaria abaixo e Catherine dá um grito. Ela tenta colocar a câmera na bolsa, mas o palhaço se levanta e a puxa pelo cabelo. Catherine cai no chão e o palhaço consegue pegar a câmera, quebrando-a contra uma parede. DEWEY – (FRACO) Corre, Catherine! Catherine concorda e se levanta. O palhaço vai atrás dela. Ela começa a gritar e sobe as escadas do auditório. O palhaço continua a perseguindo. Lentamente, Dewey consegue ficar de pé, mesmo ainda zonzo da queda. CENA 18. ACADEMIA MISS LAVEAU. PRÉDIO 16. CORREDOR. INTERIOR. NOITE. Catherine corre pelo extenso corredor do prédio 16. Ela vai abrindo todas as portas desesperadamente, mas encontra todas trancadas. O palhaço sai do auditório e vê Catherine. Ele ergue sua faca e vai caminhando até ela, mas dessa vez devagar. Catherine corre mais a frente e consegue entrar na última porta. CÂMERA foca na placa acima da porta: “Sala de Edição” CENA 19. ACADEMIA MISS LAVEAU. PRÉDIO 16. SALA DE EDIÇÃO. INTERIOR. NOITE. Catherine entra na sala de edição. O local é grande, cheio de máquinas de computador, uma parede de isolamento de som e uma grande vidraça separando essa sala da sala de gravação. Catherine se esconde atrás da parede e fecha os olhos. O palhaço também entra na sala. Ele olha em volta a procura de Catherine. Catherine abre os olhos e vê a porta da “Sala de Gravação”. Rapidamente, ela entra pela porta da sala seguinte. CENA 20. ACADEMIA MISS LAVEAU. PRÉDIO 16. SALA DE GRAVAÇÃO. INTERIOR. NOITE. Catherine entra na sala de gravação. Ela tranca a porta e empurra uma prateleira cheia de fitas de DVD contra ela. Catherine vê que a sala é toda feita de isolamento acústico, tem uma mesa com microfones e câmeras apoiadas em tripés. Ela olha pelo vidro e não vê o palhaço na sala ao lado. A maçaneta da porta começa a girar. Catherine se assusta e se ajoelha no chão, virada contra a vidraça. Pelo vidro, vemos que Dewey entra na sala de edição. Ele vê Catherine e bate no vidro para chamá-la, mas Catherine não ouve nada. É quando o palhaço surge atrás de Dewey e enfia a faca em suas costas. Dewey é golpeado contra o vidro e Catherine se vira imediatamente, vendo o ex-marido ferido. CATHERINE – (GRITA) Dewey! Dewey põe as duas mãos no vidro e cai no chão, ensanguentado. O palhaço fica observando Catherine imóvel. Ele limpa sua faca na roupa preta e sai da sala de edição. Close em Catherine, com os olhos cheios de lágrimas. CENA 21. ACADEMIA MISS LAVEAU. BIBLIOTECA. INTERIOR. DIA. Allegra caminhando entra as grandes estantes de livros, procurando um exemplar. Ela vai passando a mão pelos livros e encontra o que estava procurando. É quando ela sente algo vibrar em seu bolso. Ela retira o celular e vê que acabou de receber uma mensagem de Rex. Allegra abre a mensagem e a CÂMERA foca a tela: “Preciso te encontrar. Estou sozinho. Venha até aqui, por favor.” Allegra dá um sorriso envergonhado, põe o livro debaixo do braço e vai embora. CENA 22. ACADEMIA MISS LAVEAU. PRÉDIO 16. CORREDOR. INTERIOR. NOITE. Catherine caminha pelo corredor muito assustada, olhando para todos os lados. É quando uma mão cheia de sangue a toca no ombro. Catherine se vira num berro e vê a professora Harmony atrás dela. HARMONY – Calma! Eu não quero te assustar! CATHERINE – (SE AFASTA) O que está fazendo aqui? HARMONY – (NERVOSA) Eu sou professora. Eu ouvi alguns gritos e... decidi ver o que era. Por favor... Catherine vê que as mãos de Harmony estão manchadas de sangue. HARMONY – Eu encontrei um homem esfaqueado. Mas ele ainda está vivo, precisamos buscar ajuda. CATHERINE – (APONTA) Não chegue perto de mim. Se afaste de mim! E Catherine sai correndo, com medo de Harmony. Close em Harmony, que olha para suas mãos. CENA 23. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. EXTERIOR. NOITE. Plano geral do Hospital da cidade. CENA 24. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. RECEPÇÃO. INTERIOR. NOITE. Catherine sentada em uma das cadeiras da recepção, com a cabeça entre os joelhos. Maureen entra no hospital e vê Catherine. Catherine ergue a cabeça e vê Maureen. Maureen vai até ela. MAUREEN – Eu vim o mais rápido que pude. Como ele está? CATHERINE – Eu não sei, eles não me dizem nada. (ESCORRE UMA LÁGRIMA) Ele vai morrer Maureen. Ele foi muito ferido, perdeu muito sangue. MAUREEN – (SE SENTA AO LADO DELA) Não pense isso Catherine, Dewey ficará bem, eu tenho fé que vai. O palhaço não vai conseguir tirar mais um de nós. CATHERINE – Foi horrível Maureen. Como um ser humano pode ser tão cruel desse jeito? Eu achava que tudo poderia ser levado na brincadeira, mas agora... agora eu sei o quão real isso pode ser. MAUREEN – Você ama o Dewey? CATHERINE – Eu o amo. Sempre amei. Mesmo tendo brigado muitas vezes, nunca consegui tirar o Dewey da minha cabeça. Desde quando eu fui pedir ajuda na sua casa a dois anos atrás. Lembra? MAUREEN – (SUSPIRA) Veja... Eu acho que acabei sendo rígida demais com você. Quem sabe você não seja o monstro que eu pensei que era. Quem sabe eu deva pensar em te perdoar. Quem sabe o que você fez não foi tão grave assim. CATHERINE – (SORRI) Se o Dewey sair dessa, eu prometo que vamos conversar. MAUREEN – (SEGURA NA MÃO DELA) Dewey vai sair dessa. CATHERINE – (ENCARA) Precisamos pegar esse psicopata Maureen. De uma vez por todas. Se Dewey morrer eu... (PAUSA) Eu não vou saber o que fazer. Maureen concorda. Closes descontínuos em Catherine e Maureen A CÂMERA vai se afastando para mostrar um plano geral da cena. FADE OUT. SOBEM OS CRÉDITOS. |
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SÉRIE DE: ESTRELANDO:
CHRISTA B. ALLEN
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