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No capítulo anterior de Talismã: BEATRIZ: - Então quer dizer que você está colocando um fim no nosso noivado, é isso? Está colocando um fim na nossa história de tantos anos?... RAFAEL: - Não seria justo eu continuar com você e te enganando. Não sendo verdadeiro comigo também. BEATRIZ: - A fruta não cai longe do pé, já dizia o ditado... Você está sendo igual ao seu pai. Trocando uma história concretizada por uma aventura. RAFAEL: - Eu não queria que você ficasse assim/ BEATRIZ: - E queria que eu ficasse como, vendo você me trocar por uma qualquer?... (se aproxima de Rafael, fica cara a cara com ele) Você é meu, Rafael. A gente vai ficar ligado para sempre. Você vai ver.
... RAFAEL: - Acho que eu nunca disse isso para alguém antes. LÍVIA; - O que? RAFAEL: - Eu te amo.
Lívia, com olhos reluzentes. Lívia e Rafael visivelmente atraídos um pelo outro. Os dois se beijam, apaixonados.
... ALEXANDRE: - Morando numa pensão de quinta, você acha que vai conseguir me pagar?! Se enxerga cara!... E eu não quero só dinheiro não. Quero dignidade!... Você não pode me dar nada disso. Só a Lívia. JONAS: - Eu não vou deixar você fazer nenhum mal pra ela nem para o Pedro. ALEXANDRE: - O Pedro é meu filho e eu tenho direito de ver ele. Você está sendo um verdadeiro estorvo, tentando se meter em assuntos familiares. (ao garçom) ei cara, esse moço aqui ta me importunando! Não posso nem beber minha cerveja em paz! Vocês precisam controlar melhor quem entra aqui, quem freqüenta! Assim não dá!
O garçom se aproxima de Jonas.
JONAS (ao garçom): - Não precisa dizer nada, eu já estou de saída. (encara Alexandre) Nossa conversa não acabou aqui. ALEXANDRE: - Ah não? Que pena... Não vejo a hora de te encontrar novamente... (firme) Some do meu caminho.
Jonas vai embora. Alexandre pega o telefone, disca.
ALEXANDRE (ao telefone): - Alô? (T) Eu gostaria de falar com Nestor
Madeira. (T) Fala Nestor! Sou eu, Alexandre! Como vai? (T) Estou bem,
tirando alguns probleminhas. E foi por isso que eu te liguei, meu querido
amigo advogado. Lembra daqueles favores que eu te fiz? Pois então, agora eu
quero a sua retribuição.
MARILU: - E então? BEATRIZ; - Positivo! MARILU: - Beatriz, você está grávida! Grávida do Rafael! BEATRIZ: - Meu Deus! Eu nunca pensei nisso antes! Quero dizer, não nessa situação, da gente separado... MARILU: - Mas não tem situação melhor para isso acontecer. Agora você pode muito bem voltar para ele! BEATRIZ; - Está dizendo para eu usar a gravidez para atrair o Rafael? MARILU: - Claro! Dizem que um filho não segura casamento, não sustenta uma relação. Isso porque não sabem como fazer direito. Mas eu garanto que essa gravidez veio na hora certa. BEATRIZ: - Será? MARILU: - Confia em mim. Você vai conseguir voltar com o Rafael e a Lívia vai sumir de vez do seu caminho. BEATRIZ; - Se você diz... Estou disposta a qualquer coisa.
Marilu olha confiante para Beatriz, que fica na expectativa por ter Rafael de volta. |
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CAPÍTULO 30 |
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CENA 01. APTO BEATRIZ. INT. NOITE.
Continuação do capítulo anterior. Beatriz e Marilu conversam.
BEATRIZ: - Eu estou disposta a qualquer coisa para ter o Rafael comigo. Ainda mais agora, eu esperando um filho dele! MARILU: - O Rafael, pelo o que eu conheço, é ligado à família. Ele não vai deixar que uma aventura amorosa o deixe de crescer próximo do filho. BEATRIZ: - Ai Maria Luísa, eu estou tão feliz! MARILU: - Já que estamos amigas, pode me chamar de Marilu. Me sinto mais à vontade assim. BEATRIZ: - Claro, como quiser, Marilu. MARILU: - Bem, agora precisamos pensar numa forma de trazer o Rafael de volta pra você. Não podemos simplesmente chegar pra ele e dizer da gravidez. BEATRIZ: - Já sei! Vou falar com a Isabela! Ela pode ter uma boa ideia e/ MARILU (interrompe): - Beatriz, não. BEATRIZ: - Por quê? A Isabela é minha amiga! MARILU: - Eu sei, mas... Acho que agora, neste momento, quando menos pessoas souberem, melhor. Até para preservar você, a criança, o próprio Rafael. BEATRIZ: – Você acha? MARILU: - Tenho certeza. A Isabela pode ficar sabendo mais tarde, quando todo mundo souber também...
Beatriz baixa o olhar. Marilu se aproxima, segura sua mão.
MARILU: - Pensa no futuro lindo que você vai ter, formando uma família com o Rafael e seu filho. Só isso que importa agora.
Marilu sorri para Beatriz, que corresponde.
CENA 02. RUA. EXT. NOITE.
Charlote segue Demétrio pela rua, sem ser notada. Demétrio entra no prédio da banca clandestina. Charlote fica intrigada.
CENA 03. PRÉDIO BANCA CLANDESTINA. INT. NOITE.
Demétrio faz apostas com as jóias de Charlote.
DEMÉTRIO: - Desta vez eu não perco! (joga na mesa pulseiras e anéis) OLAVO: - Mas hoje você veio com tudo, hein! DEMÉTRIO: - Vou recuperar o que perdi da outra vez, Olavo. OLAVO: - Hoje as apostas estão boas, meu caro. Quem ganhar cada páreo, vai sair daqui com uma bolada. DEMÉTRIO: - Eu vou levar, você vai ver.
Nesse instante, Charlote chega no local.
CHARLOTE: - Então é aqui o clube que você diz frequentar com seus amigos, Demétrio. Uma banca de apostas.
Demétrio se surpreende.
DEMÉTRIO (surpreso): - Charlote! CHARLOTE (chocada): - As minhas jóias!
Charlote vai até a mesa, recolhe algumas peças. Encara Demétrio.
CHARLOTE: - O que você está fazendo, seu louco? DEMÉTRIO: - Meu amor, eu/ CHARLOTE (grita): - Você está doente, Demétrio! Doente!
Charlote joga as jóias no chão e sai apressada do local. Olavo recolhe as peças.
OLAVO: - Vai continuar?
Demétrio não responde, indo embora atrás da esposa.
CENA 04. CASA LÍVIA. EXT. NOITE.
Lívia se despede de Rosa, Louise e Jonas.
ROSA: - Então querida, nos vemos na festa. LÍVIA: - Com certeza. LOUISE: - Já falei com algumas pessoas por telefone, já confirmaram. LÍVIA: - Falou com quem?! LOUISE: - Uns amigos da high society. Vai ser bom, ter gente assim, do glamour. Embora o glamour sejamos nós mesmos! (risos) ROSA: - Vamos Louise... Até Jonas! JONAS: - Tchau!
Rosa e Louise embarcam no carro de Rosa e vão embora. Jonas continua na porta da casa.
LÍVIA: - E então, como você está? JONAS: - Bem, na medida do possível. E você? LÍVIA: - Também. Vivendo. JONAS: - Lívia, eu quero te perguntar uma coisa. LÍVIA: - Fala, o que foi? JONAS: - Você e o Rafael... É verdade? LÍVIA: - Como você soube disso?! JONAS: - Não importa. Só quero saber se é verdade ou não. LÍVIA: - É sim. É verdade. A gente está junto agora.
MUSIC ON: Amado – Vanessa Da Matta Jonas não consegue disfarçar sua chateação.
LÍVIA: - Desculpa, Jonas. Eu não queria ficar aqui falando disso com você. JONAS: - Não precisa se desculpar de nada não. Eu que perguntei, que quis saber... Você apenas me respondeu. Só isso. LÍVIA: - Quero que fique bem. JONAS: - Eu vou ficar. Embora seja difícil, eu vou ficar bem.
Jonas se aproxima de Lívia, a beija no rosto.
JONAS: - Boa noite. LÍVIA: - Pra você também... Até a festa.
Jonas esboça um sorriso e vai embora. Lívia fica pensativa vê-lo sair. MUSIC OFF.
CENA 05. CASA ADRIANA. QUARTO. INT. NOITE.
Marcos e Adriana entram aos beijos no quarto dela. Marcos a deita na cama. Eles se olham carinhosos.
MARCOS: - Eu senti tanto a sua falta. ADRIANA: - Eu também, Marcos. Muita! MARCOS: - Promete que a gente não vai me afastar um do outro. Por nada desse mundo! ADRIANA: - Prometo. Eu prometo!
Os dois se beijam apaixonados. Aos poucos, vão despindo um ao outro, trocando carícias.
CENA 06. APTO ONIRA. INT. NOITE.
Onira liga para Marcos, mas não consegue falar com ele.
ONIRA: - Caixa postal de novo!
Onira tenta mais uma vez. E novamente não consegue falar com o filho.
ONIRA (desliga o telefone, irritada): - Droga!
Onira caminha de um lado a outro na sala. Parece um tanto nervosa.
ONIRA: - Ele só pode estar com aquela mulamba cor de sujeira... Ai que ódio que eu tenho dessa mulher, dessa gente suja!
De repente, Onira sente um mal estar. Leva a mão ao peito e procura se equilibrar, segurando-se na mesa. E ela caminha até a prateleira, onde estão caixas de remédio. Ela toma um deles. Respira fundo.
ONIRA: - Eu não posso morrer sem antes libertar meu filho dessa ordinária!
CENA 07. PENSÃO BEM-QUERER. QUARTO. INT. NOITE.
Alaíde e Oscar, deitados na cama, assistindo um programa na TV sobre viagens.
OSCAR: - Olha que coisa linda, hein amor! Esse Brasil é um paraíso mesmo. ALAÍDE: - A gente morre e não tem tempo de ver tudo... Sabe Oscar que, vendo esse programa, me deu uma vontade de viajar... Conhecer umas praias iguais à essas daí... OSCAR: - Eu também fiquei com vontade. Aliás, faz tempo que a gente não viaja né, amor? Só eu e você. ALAÍDE: - A última vez que isso aconteceu foi na nossa lua-de-mel, Oscar. Cinco dias de lua-de-mel... Cinco de chuva no Guarujá! OSCAR: - Mas valeu a pena, não valeu? foi lá que a gente encomendou o Jonas! (risos) ALAÍDE: - Valeu sim!... Mas agora queria aproveitar de novo. A gente vai ficando mais velha, deixa de curtir essas coisas boas da vida. E agora com a pensão. OSCAR: - Mas isso não é problema, Alaíde. A gente pode sim se programar e viajar. Temos um dinheirinho guardado na poupança. A pensão vai muito bem. Tem o Jonas, a Tatiana, Kléber, Carla. São praticamente nossa família. São jovens, vão saber se virar nesse tempo em que a gente vai ficar fora. ALAÍDE: - Já estou até empolgada, me vendo de biquíni nas areias do nordeste! OSCAR: - Nordeste? Eu queria Angra... É chique. ALAÍDE: - Ah não Oscar. Angra é chique, mas é muito pertinho. Eu quero ir pra longe, realmente viajar! Fortaleza, Natal... OSCAR: - Fortaleza eu gosto. ALAÍDE: - Então tá! Vamos pra lá! OSCAR: - Vamos sim, aproveitar muito a nossa segunda lua-de-mel no Ceará, eu e você, minha Iracema dos lábios de mel!
Oscar abraça e beija Alaíde, que se rende aos chamegos do marido.
CENA 08. MANSÃO TARCÍSIO. COZINHA. INT. NOITE.
Nice está na cozinha, terminando de arrumar a louça, quando Eduardo chega. Nice "estremece", mas continua fazendo seu serviço. Eduardo vai até a geladeira, pega a garrafa com água, se serve. Sempre com os olhos fixos em Nice. Ela percebe.
NICE: - Precisa de alguma coisa, seu Eduardo? EDUARDO: - Doutor Eduardo. Mas não preciso de nada não. NICE: - Como quiser, doutor Eduardo. (saindo) EDUARDO: - Ah, preciso sim.
Nice retorna.
NICE: - Pois não? EDUARDO: - Preciso que você limpe isso. NICE: - O copo? Claro.
Quando Nice vai pegar o copo, Eduardo, propositalmente, deixa o copo cair no chão.
EDUARDO (encarando Nice): - Limpa tudo. NICE: - Por que o senhor fez isso? EDUARDO (debochando): - Foi sem querer... NICE: - Eu sei que não foi. Isso não se faz com ninguém. EDUARDO: - Isso é o seu trabalho, você é empregada. Para de reclamar e limpa todos esses cacos. NICE: - Foi porque eu vi o senhor mexendo no cofre, não é? Foi por isso... EDUARDO: - Não Nice! Longe de mim... Eu nem mexi em cofre nenhum. NICE: - Aquela noite no escritório, eu vi o senhor/ EDUARDO (segura o braço de Nice): - Que noite? Escritório? (firme) Eu não estava lá!... Acho que você está ficando louca, Nice... NICE: - Me solte! EDUARDO: - Você não viu ninguém. Entendeu? NICE: - Está me machucando. EDUARDO (aperta o braço mais forte): - Entendeu? NICE (aflita): - Entendi...
Eduardo a solta.
EDUARDO: - Muito bem... Agora limpe tudo isso e pode ir para o seu quarto. Não quero ver o seu rosto feio na minha frente tão cedo.
Eduardo se retira, Nice contém as lágrimas. Pega vassoura e pá para juntar os cacos de vidro no chão.
CENA 09. CASA FAUSTO. INT. NOITE.
Fabrício e Mayra sentados na cama.
MAYRA: - Fico tão feliz que você vai passar a noite aqui comigo. Me sinto segura, sabe? FABRÍCIO: - Mas não há motivos para insegurança. Nada de mal vai acontecer. Pode ficar tranquila.
Mayra se aproxima de Fabrício, o beija.
MAYRA: - Obrigada.
Fabrício sorri, carinhoso.
FABRÍCIO: - Agora eu preciso de um banho, mas não trouxe nem toalha... MAYRA; - No banheiro tem toalha. Pode tomar seu banho descansado. FABRÍCIO: - Valeu.
Fabrício sai. Mayra dá pulos de felicidade. Logo pega o celular e manda um SMS para Conrado.
MAYRA (enquanto escreve): - Conrado, meu querido! Advinha quem vai passar a noite comigo? Fabrício!... Finalmente consegui fisgá-lo daquela idiota da Vitória. Foi só me fazer de coitadinha que ele veio cheio de carinho... Quero aproveitar e muito!!!... Enviar.
Mayra se joga na cama, sorrindo.
CENA 10. APTO PAULO. INT. NOITE.
Paulo está assistindo TV no sofá da sua sala, quase dormindo, quando a campainha toca. Paulo continua entre cochilos. A campainha toca incessantemente.
PAULO (irritado): - Meu Deus! Está acabando o mundo? Pelo o que eu saiba era para ter sido em 2012!
Paulo se levanta, vai até a porta. Ele abre. CAM revela Romão.
PAULO (chocado): - Você?! ROMÃO (entrando no apto): - Até que enfim me atendeu!... Demorei pra achar o seu barraco. Nossa, apê bacana o teu hein! PAULO (fecha a porta): - O que você está fazendo aqui, Romão?! ROMÃO: - Vim falar contigo e com a bisca da Marilu. Vocês estão me devendo. PAULO: - Como é que é?! ROMÃO: - Você ta surdo, cara?! Vocês estão me devendo! E eu quero o que é meu! Eu cumpri com a minha parte do trato. Agora falta vocês. PAULO: - Cumpriu com a sua parte? Você matou quem não deveria e ainda diz que cumpriu a sua parte? Nem pra matar você tem capacidade, Romão! ROMÃO: - Mas eu tenho capacidade de ferrar gente que não cumpre com a palavra, sabe?... Eu não tenho nada a perder indo até a polícia e dizer tudo o que eu sei. PAULO: - Você não seria capaz... ROMÃO: - Tá duvidando? PAULO: - Canalha!... ROMÃO: - Eu vou deixar você e a Marilu conversarem, verem como fica melhor pra me pagar. PAULO: - Isso é o que dá Paulo, se meter com gente desse nível... ROMÃO (sentando-se no sofá): - Confortável aqui. Não vou me importar não. PAULO: - Se importar com o quê? ROMÃO: - De dormir aqui no seu sofá. PAULO: - Mas nem morto! ROMÃO: - Na rua eu não fico, meu irmão!... E pode começar a me tratar bem! Você e a Marilu estão nas minhas mãos.
Romão se deita no sofá, se achando. Paulo fica sem reação diante da situação.
CENA 11. CASA CHARLOTE. INT. NOITE.
Charlote entra em casa apressada, transtornada. Demétrio chega lodo depois.
DEMÉTRIO: - Vamos conversar! CHARLOTE: - Eu não tenho nada pra conversar com você, Demétrio!... aliás, tenho sim. Como você teve coragem de fazer isso comigo, com a sua família?! DEMÉTRIO: - Eu não fiz nada demais, Charlote! CHARLOTE: - Você voltou a jogar, Demétrio!... Estava apostando as minhas joias!... (lembra-se) O meu colar de esmeraldas! DEMÉTRIO: - Eu ia recuperar tudo! O cavalo que eu ia apostar já ganhou outras vezes e/ CHARLOTE: - Você ia é voltar para o fundo do poço de novo!
Nesse instante, Breno entra na sala.
BRENO: - Gente, o que está acontecendo aqui? Por que essa discussão toda? DEMÉTRIO: - Não é nada, meu filho. CHARLOTE: - É sim!... Seu pai, Breno. Voltou a apostar. BRENO: - Isso é verdade, pai? DEMÉTRIO: - Não é bem assim não/ CHARLOTE; - Pare de mentir e fala a verdade para o seu filho!... BRENO: - Calma, mamãe, não fica nervosa assim... CHARLOTE: - E ele dizendo que ia para o clube reencontrar os amigos... Ia visitar fulaninho no hospital, ia para o sítio de beltrano caçar faisão... BRENO: - Você voltou mesmo a jogar, pai? Fala a verdade!
Demétrio baixa o olhar, senta-se no sofá, culpado. Apenas acena com a cabeça, dizendo que sim.
BRENO: - Poxa pai!... Depois de tudo o que a gente passou!... DEMÉTRIO: - Desculpa! Foi mais forte do que eu!... Eu também não queria, mas, aconteceu, poxa! Vocês pensam que é fácil pra mim também? CHARLOTE: - E para nós, Demétrio, que acompanhamos tudo da outra vez, das dificuldades em que ficamos depois que você quase nos deixou sem onde morar! Acha que foi fácil pra gente? E agora, correr o risco disso acontecer novamente? Eu não vou suportar... DEMÉTRIO: - Não vai acontecer! Eu vou recuperar o que eu perdi. BRENO: - Já perdeu?... O quê, desta vez? CHARLOTE: - Meu colar de esmeraldas... DEMÉTRIO: - Eu disse que vou recuperar! BRENO: - Você não vai recuperar nada, porque você não vai mais jogar, pai. CHARLOTE: - Eu vou pro meu quarto. Preciso deitar, colocar a cabeça no lugar... Você, Demétrio, dorme no quarto de hóspedes. Não há clima para dividir a cama com você hoje... Amanhã teremos uma conversa séria sobre isso. DEMÉTRIO: - Me trata como se eu fosse uma criança! BRENO: - Mas você age com tal! CHARLOTE: - É preciso tratar a sua doença! DEMÉTRIO (levanta-se): - Eu não sou doente! BRENO: - Calma!... Amanhã a gente resolve isso tudo! Vamos avisar a Isabela. DEMÉTRIO: - Ela está grávida, não pode ficar se preocupando a toa... BRENO: - Não é uma preocupação à toa. E ela precisa saber... Agora vamos dormir, ou melhor, tentar.
Charlote vai para o quarto, Breno também se retira. Demétrio fica na sala, pensativo.
CENA 12. APTO JORGE. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.
CAM foca o rosto de Jorge, concentrado. O ambiente é escuro e apenas a tela do computador clareia seu rosto. Abre plano. Jorge analisa imagens do vídeo da noite do assassinato de Tarcísio. São vários vídeos que mostram também os arredores do restaurante.
Jorge vê Romão nas filmagens. Jorge para o vídeo no instante em que Romão conversa com uma moça numa outra rua.
JORGE: - Essa moça...
Ele estranha a moça conversando com Romão. Faz anotações.
JORGE: - Não foi um simples assalto. Aliás, assalto não foi, porque nada foi roubado. Crime encomendado talvez...
Ele volta a filmagem. Foca no rosto de Romão.
CENA 13. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER
Imagens de São Paulo ao amanhecer. Mostra o MASP, a Avenida Paulista movimentada, a marginal Pinheiros.
CENA 14. MANSÃO TARCÍSIO.INT. DIA.
No café da manhã, Elizabeth, Agda, Eduardo e Vitória. Nice entra no local, trazendo café.
EDUARDO: - Me sirva Nice, por favor.
Nice fica nervosa, mas tenta se controlar. Eduardo a encara, com um olhar cínico. Nice vai servi-lo, mas nervosa, vira café fora da xícara.
NICE: - Desculpa! AGDA: - O que foi Nice? Desaprendeu a servir é? NICE; - Não, dona Agda, eu só me atrapalhei um pouco... Desculpa doutor Eduardo. EDUARDO: - Tudo bem, não virou em mim. NICE; - Mais alguém? AGDA: - Pode deixar aí que nos servimos. Não quero sair com a roupa suja de café. Obrigada. NICE; - Com licença.
Nice se retira.
ELIZABETH: - O deu nela? Parecia nervosa... EDUARDO: - Ela anda estranha mesmo... Ontem à noite, quebrou copos na cozinha. VITÓRIA: - A Nice? Mas ela é sempre tão cuidadosa! EDUARDO: - Mas ontem não foi... Também não estou achando normal isso. ELIZABETH: - Vou conversar com ela outra hora... Sempre foi tão boa.
De repente, Rafael chega no local.
RAFAEL: - Bom dia família! ELIZABETH (surpresa/feliz): - Meu filho! Que surpresa boa! AGDA: - Senta, toma café com a gente. RAFAEL (sentando-se): - Obrigada vovó. Seria difícil não aceitar esse convite diante dessa mesa linda! ELIZABETH: - Mas que bons ventos trazem você até aqui agora de manhã, Rafael? Espero que seja coisa boa! RAFAEL: - E é sim mamãe. AGDA; - Então fale. Até eu estou curiosa. RAFAEL: - A Vitória já sabe. E eu resolvi vir aqui pessoalmente falar para vocês. ELIZABETH: - Vitória, escondendo segredos? VITÓRIA; - Segredos são para serem escondidos, mamãe... (risos) EDUARDO: - E então Rafael, o que você tem a dizer? RAFAEL: - Eu e a Lívia estamos juntos.
O clima de alegria desaparece. Elizabeth e Agda estão incrédulas.
EDUARDO: - A Lívia? Que legal. Me parece uma boa pessoa. AGDA: - Isso é algum tipo de brincadeira, Rafael? RAFAEL: - De forma alguma, vovó. ELIZABETH: - Eu não estou acreditando nisso que você disse! AGDA: - Você deixou uma moça incrível como a Beatriz para ficar com a Lívia? Aliás, porque você deixou a Beatriz?! RAFAEL: - Simplesmente porque eu me apaixonei. Eu não era, nunca fui apaixonado pela Beatriz. ELIZABETH: - E noivou com ela mesmo assim. RAFAEL: - Noivei e vi que não era feliz, até conhecer a Lívia e descobrir que amor é algo totalmente diferente. AGDA; - Isso é loucura! EDUARDO: - Gente, por que tanto espanto nisso? ELIZABETH: - Porque essa Lívia é uma vagabunda que se aproveitou da morte do Tarcísio para pegar uma parte da herança dele e se dar bem na vida! AGDA; - Uma oportunista! RAFAEL (levanta-se): - Nada disso! ELIZABETH (levanta-se); - É isso sim!... Rafael, você está sendo enganado por essa vigarista! VITÓRIA: - Calma gente, vamos conversar de forma tranquila... AGDA: - A tranquilidade se foi quando seu irmão nos disse esse desaforo. RAFAEL: - Eu vim na maior boa vontade contar para vocês que pela primeira vez na vida eu estou amando alguém, de verdade, sem medo. E é assim que sou tratado? ELIZABETH: - Você está jogando sua vida no lixo. E seu dinheiro no colo dessa vadia! RAFAEL: - Chega mãe! Não fale assim da Lívia, ela não merece! ELIZABETH: - Ah sim, ela merece aplausos por ter conseguido, em tão pouco tempo, pegar o pai e o filho. Como ela é genial! RAFAEL: - Seu cinismo agora não convém, mamãe. ELIZABETH: - E você quer que eu haja como? Alegre com essa sua decisão besta?... Pobre Beatriz... Sei bem o que ela está sentindo. Afinal, eu também fui trocada por uma vagabunda. RAFAEL: - Olha só/ ELIZABETH: - Você conseguiu estragar o meu dia que tinha começado tão bem, Rafael. Obrigada.
Elizabeth se retira.
AGDA: - Vocês homens são uns idiotas. Mas fique sabendo Rafael, que o seu caso com essa oportunista, não tem minha aprovação. Espero que um dia você se dê conta da burrada que está fazendo. (levantando-se) e você, Vitória, me admira muito guardar esse segredo tão pobre, acobertando essa loucura do seu irmão. VITÓRIA: - Eu o apoio, vovó. E se ele está buscando ser feliz, eu também fico feliz. AGDA: - Antes de ser feliz com a vida do seu irmão, você deveria cuidar da sua. Não aguento mais ver você com a cara no chão por causa do Fabrício. RAFAEL: - Precisa falar dessa forma com ela? AGDA: - E acho que nem assim vai adiantar... Não ser filha da Beth. Ninguém vive de sonhos. Aprendam de uma vez por todas.
Agda se retira. Rafael se aproxima Vitória.
RAFAEL: - Não fica triste, Vitória. VITÓRIA: - Sabe que, no fundo, ela tem um pouco de razão. EDUARDO (levantando-se): - Eu vou saindo... Rafael, quer carona para a empresa? RAFAEL: - Obrigado, Eduardo. Vou no meu carro. EDUARDO: - Está certo... Olha gente, eu nem sei o que dizer... Só desejo que vocês sejam felizes, independente da companhia, do caminho que seguirem.
Eduardo se retira.
RAFAEL: - Vou te esperar aqui. Se arruma pra gente ir pra Amaro. VITÓRIA; - Obrigada.
Os dois se olham, carinhosos e se abraçam.
CENA 15. EMPRESA AMARO. INT. DIA.
Lívia e Marilu se cruzam nos corredores.
MARILU: - Como vai querida? LÍVIA: - Muito bem, até então... MARILU: - Ah, eu imagino... A gente fica muito bem quando está amando... LÍVIA: - Onde você está querendo chegar, Marilu? MARILU; - Estou querendo te elogiar. A sua esperteza me deixa pasma! Primeiro, o pai. Agora, o filho... Quem diria, hein, Lívia. Você se revelando a cada dia. LÍVIA: - Você está sabendo demais, não acha? MARILU:
- E você está se oferecendo demais, não acha? MARILU: - Eu?! LÍVIA; - É, você... Está com inveja porque eu consegui atrair homens maravilhosos... E você não conseguiu nada além do que o desprezo de um deles. Talvez essa a sua grande tristeza. Tarcísio não ter te amado como me amou. MARILU; - Cala a boca! Você não sabe o que está dizendo... E outra, eu não estou com inveja, Lívia. estou com pena de você. E sabe por quê? Porque você vai cair do cavalo. LÍVIA; - Está me ameaçando? MARILU: - Estou te alertando. Isso que você está fazendo de ruim para a Beatriz, vai ter volta. LÍVIA; - Eu não fiz nada para a Beatriz! Não tenho culpa se o Rafael se apaixonou por mim e eu me encantei por ele. Não pude prever nada. MARILU; - Me engana que eu gosto... Não satisfeita em ter o dinheiro dele, quer ter ele pra você. LÍVIA: - Modere suas palavras! MARILU; - Por quê? Vai me bater? Além de vadia é briguenta?... Pobre filinho. Imagino a vergonha dele em saber que a mãe é uma golpista, oferecida? Não duvido que não deva ter feito coisa pior!
Lívia não resiste e acerta um tapa no rosto de Marilu.
LÍVIA; - Você não presta!
Marilu passa a mão no rosto. Encara Lívia.
MARILU: - Veremos quem é mesmo que não presta... Esse tapa vai ter volta, Lívia. Pode apostar.
Marilu sai. Lívia se recompõe, ainda um pouco atordoada com a discussão.
CENA 16. APTO ISABELA. INT. DIA.
Isabela abre a porta do apto, entra carregando sacolas de supermercado. Atrás dela, Conrado entra trazendo mais sacolas, fecha a porta. Eles levam as sacolas para a cozinha, voltam para a sala.
CONRADO: - Ainda bem que eu te encontrei! Você ia trazer tudo isso sozinha?! Você está grávida, Isabela! ISABELA: - Eu estou grávida e não doente, Conrado. Posso muito bem fazer as compras de casa. CONRADO: - Se você precisar de ajuda para pagar as contas, qualquer coisa, não hesite em me avisar. Você está esperando um filho meu e quero que não se preocupe com nada. ISABELA: - O fato do filho ser seu já me preocupa... (risos) CONRADO: - Estou falando sério! ISABELA; - Tudo bem... Obrigada. Mas não será preciso. Pelo menos por enquanto. CONRADO: - Por quê? Seus pais vão bancar suas despesas? ISABELA: - Não. Eu arrumei um emprego temporário. CONRADO: - Como assim?! Aonde? ISABELA: - Na revista Gold Man. Vou trazer os assuntos femininos para uma revista voltada ao comportamento masculino. CONRADO (surpreso/chocado): - Mas de jeito nenhum! Você não pode trabalhar na Gold Man! ISABELA: - E por que não? O dono da revista, o Diogo, foi super carinhoso comigo, me tratou super bem e reconhece o meu belo trabalho na Flash Paulista. E agora não tem mais volta. Eu já assinei o contrato. CONRADO: - Que loucura você está cometendo, Isabela! Vai se jogar na boca do jacaré! ISABELA: - Do que você está falando, Conrado? CONRADO: - O Diogo é um conquistador barato! Te tratou bem porque está com segundas intenções! Eu conheço bem aquele cara! ISABELA; - Engraçado, ele me disse que também te conhece bem!... Não se preocupe querido, eu já sei lidar, e muito bem, com conquistadores baratos, apesar de estar grávida de um deles... CONRADO: - Pois fique sabendo, dona Isabela, que eu não admito que a mãe do meu filho trabalhe com esse tipo de homem. Não permito. ISABELA: - Tá com ciúme, Conrado? CONRADO (tentando disfarçar): - Não!... Estou apenas protegendo você das garras afiadas daquele gavião que é o Diogo! ISABELA; - Eu não preciso de proteção. E pode baixar sua crista, porque ninguém canta de galo aqui na minha casa... Agora, se me der licença, eu preciso organizar as coisas aqui e me preparar para apresentar minha primeira matéria para a Gold Man.
Nesse instante, o telefone de Isabela toca. Ela atende.
CONRADO (resmunga): - Justo com o Diogo? Isso não pode ser verdade... ISABELA (ao telefone): - Oi Breno! (T) O que foi? Aconteceu alguma coisa? (T) Claro, eu vou pra lá sim. (T) Beijo mano.
Isabela desliga o telefone, se entristece. Conrado percebe.
CONRADO: - O que foi, Isabela? O que aconteceu? ISABELA; - Reunião de família. Parece que meu pai teve uma recaída. CONRADO: - Recaída? ISABELA: - Você me leva até a casa deles? No caminho eu te explico. CONRADO: - Claro, levo sim.
Os dois saem.
CENA 17. EMPRESA AMARO. INT. DIA.
Paulo e Marilu se cruzam nos corredores.
PAULO: - O que houve? Tá com o rosto um pouco vermelho. MARILU: - Levei um tapa da vaquinha loira... Que ódio! PAULO: - Violência?! Você deveria ter falado com o Rafael! MARILU: - E você acha que ele vai mandar a namoradinha embora?... E outra, ela teve motivos... PAULO: - Claro. Esqueci que você adora provocar. MARILU: - Mas o que é dela, está guardado. PAULO: - O que eu tenho pra falar com você, é sério. Importantíssimo! MARILU: - O que foi? PAULO: - Romão. Está de volta. MARILU (chocada): - Droga! Como isso? Pensei que ele já tivesse sumido! PAULO: - Eu também!... Mas ele apareceu ontem, lá no meu apartamento. Tá querendo a outra parte da grana. Eu não tenho de onde tirar, Marilu. MARILU: - Não paga! PAULO: - Tá louca? Ele tá decidido a se entregar e abrir a boca caso não receba o que quer. Já pensou se ele fala pra todo mundo que eu e você encomendamos o assalto? MARILU: - Fala baixo!... (caminha de um lado a outro) Eu preciso pensar.
Jorge está vindo num outro corredor. Percebe que Paulo e Marilu estão próximos. Ele espera, escuta a conversa.
PAULO: - Precisamos agir rápido. Ele não está com paciência. MARILU: - Ele vai ter que esperar! Não dá pra tirar vinte e cinco mil da noite pro dia!... Onde ele está agora? PAULO: - Está malocado na minha casa, aquele traste. MARILU: - Segura ele lá por um tempo. Melhor a gente ter ele por perto do que longe dos nossos olhos. Ele não pode abrir a boca de nada! PAULO: - E quanto a grana? MARILU: - Deixa que eu dou um jeito.
Jorge decide seguir, entra no corredor onde Marilu e Paulo estão. Os dois disfarçam. Jorge os cumprimenta, como se nada tivesse percebido e sai.
MARILU: - Esse daí... Sujeitinho suspeito. PAULO: - Também acho. Não sei de onde o Rafael tirou esse cara. MARILU: - Caprichos de gente rica...
Marilu sai. Paulo também, disfarçando.
CENA 18. AVENIDA. EXT. DIA.
Carla vai saindo de um hotel. Para na calçada, conta o dinheiro e guarda na bolsa. Vai caminhando até um cruzamento. Quando o sinal fecha, ela vai atravessar a rua. De repente, é surpreendida por um carro, que freia próximo dela. Com o susto, Carla cai. Abre a porta do carro, Fausto desce do veículo, falando ao celular.
FAUSTO (no telefone): - Já estou indo pra aí. Me envolvi aqui num pequeno acidente. (T) Sim, até logo. (desliga)
Fausto se aproxima de Carla, que se levanta.
FAUSTO: - Está tudo bem? CARLA: - Está sim. Pensei que o sinal estivesse fechado para carros. FAUSTO: - E estava. Me distraí, falando ao telefone. Mas você tem certeza que não se machucou? CARLA: - Tenho.
Fausto repara que há uma pequeno machucado na perna dela.
FAUSTO: - Esse machucado aí. CARLA: - Não foi nada. Acho que com o susto, caí, acabei raspando um pouco. FAUSTO: - Vem comigo. Vou te levar pra clínica e fazer um curativo. CARLA: - Não precisa, moço. FAUSTO: - Me chamo Fausto. Sou médico. E é também um pedido de desculpas. Vamos lá. CARLA: - Tudo bem, obrigada.
Os dois trocam olhares. Fausto leva Carla até seu carro e partem.
CENA 19. CASA CHARLOTE. INT. DIA.
Reunião de família entre Charlote, Demétrio, Isabela e Breno.
DEMÉTRIO: - Me sinto num julgamento da Inquisição! Só falta a fogueira pra me queimarem! CHARLOTE: - Sem drama, Demétrio, por favor! ISABELA: - É papai, o assunto é sério. DEMÉTIRO: - Seu irmão e sua mãe não precisavam te perturbar com essa história. Eu falei que era uma bobagem. BRENO: - O que você fez foi errado, pai. Traiu nossa confiança. DEMÉTRIO: - Agora quem está fazendo drama são vocês! Gente foi apenas uma aposta! CHARLOTE: - Demétrio, você apostou meu colar de esmeraldas, um presente que você mesmo me deu e que eu gostava muito. Mas eu não digo pelo valor material. Você sabe o quão difícil foi a gente se recuperar daquela queda terrível! BRENO: - Se não fosse o Tarcísio dar a mão pra gente naquela hora, nem sei o que teria acontecido. Talvez não estivéssemos nem morando nessa casa ainda. DEMÉTRIO: - Não precisam ficar lembrando dessa história toda hora!... O que aconteceu lá atrás, não vai se repetir! Eu não estou devendo nada pra ninguém! ISABELA: - Mas está apostando nossas coisas... Foi o colar da mamãe, amanhã já é um relógio importado, outros objetos, carros e assim a história se repete, pai. DEMÉTRIO: - Não vai se repetir. Eu prometo. BRENO: - Promete mais uma vez? CHARLOTE: - Não se suportaria mais uma decepção. DEMÉTRIO: - Eu juro que vou provar pra vocês que isso não vai mais acontecer. Foi apenas uma recaída, mas eu vou me manter firme a partir de agora. Não quero mais decepcionar minha família.
Isabela se aproxima, abraça Demétrio.
ISABELA: - Eu vou confiar em você, papai. Espero que cumpra sua palavra. DEMÉTRIO: - Obrigado, minha filha. CHARLOTE: - Eu também espero isso. BRENO: - Vamos estar todos torcendo por isso, pai. DEMÉTRIO: - Vocês vão ver. Eu vou conseguir.
CENA 20. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER
Imagens de São Paulo ao anoitecer. Mostra os prédios da cidade iluminados.
CENA 21. MANSÃO TARCÍSIO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Agda e Elizabeth no sofá. Vitória desce as escadas, produzida.
ELIZABETH: - Nossa, minha filha! Tá linda! VITÓRIA: - Gostou, mamãe? ELIZABETH: - Está uma graça! AGDA: - Onde vai com essa produção toda? VITÓRIA: - Para a festa da Lívia. ELIZABETH: - Não acredito que você vai compactuar com seu irmão nessa história absurda! AGDA: - Deixa, Beth!... Vão quebrar a cara. VITÓRIA: - Ai gente, que bobagem! O que importa é que o Rafa seja feliz. AGDA (irônica): - E que a Lívia tome o dinheiro dele, o seu, o de toda família. Que legal! VITÓRIA: - Não, não vou ficar aqui discutindo isso com vocês... Não querem ir? Têm certeza? ELIZABETH: - Absoluta! VITÓRIA: - Então eu já vou! Beijo!
Vitória sai.
ELIZABETH: - Até festinha a Lívia tá dando agora. Vai comemorar o golpe no Rafael. AGDA: - Beth, minha filha, á ouviu falar naquele velho ditado, "alegria de pobre dura pouco"? (risos) A Lívia pode ter levado a herança do Tarcísio, mas é pobre por dentro, na pele, no espírito. É como dizem, você pode sair da pobreza, mas ela não sai de você.
Nesse instante, Eduardo entra na sala.
EDUARDO: - Mãe e filha tricotando? ELIZABETH: - E tem programa melhor? (risos) EDUARDO: - Tem sim. Um jantar comigo no Europa-Brasil. Aceitam? ELIZABETH: - Ah, mas é claro que sim! Faz muito tempo que não vou lá! EDUARDO: - Agda? AGDA: - Obrigada, Eduardo, mas prefiro ficar em casa. Me sentiria um candelabro, cheio de velas... ELIZABETH: - Deixa de ser boba, mamãe! Sua companhia é ótima. Venha, você também precisa sair um pouco dessa casa. AGDA: - Não se preocupe, minha filha, eu ficarei be.m. Podem aproveitar o jantar de vocês. Obrigada pelo convite, Eduardo. EDUARDO: - Dessa vez passa, mas na próxima, não aceito não como resposta.
CENA 22. APTO BEATRIZ. INT. NOITE.
Beatriz e Isabela conversam. Beatriz está com a mesa posta do jantar.
BEATRIZ: - Nossa, que barra amiga!... Vou torcer para que o seu pai se livre desse vício. ISABELA: - Eu também, Beatriz. Na verdade, é o que a gente mais quer lá em casa. BEATRIZ: - Vai dar certo. ISABELA: - Mas, mudando de assunto e falando em dar certo, consegui um emprego temporário na Gold Man. BEATRIZ: - Meu Deus! Que ótimo amiga! Parabéns! ISABELA: - Obrigada!... Eu também, estou muito feliz! Vou trazer um pouco do olhar feminino sobre o comportamento masculino. Acho que vai dar certo. O Diogo, editor e dono, gostou do meu trabalho na Flash Paulista e fechamos. BEATRIZ: - Conrado já sabe? ISABELA: - Já e ficou uma arara quando eu disse. Ele e o Diogo tiveram um atrito no passado, creio eu, mas ele não me disse o que foi. Só sei que o ciúme pegou ele de jeito. BEATRIZ: - Conrado te ama, Isabela. ISABELA: - Mas ele não muda, Beatriz. Aí não vai dar certo nunca. E nós já estamos ligados, agora, eternamente com essa criança. (coloca a mão sobre a barriga) E essa mesa de jantar aí, esperando alguém? BEATRIZ: - Sim, uma amiga. ISABELA: - Nossa, quanto mistério... Posso saber quem é?
A campainha toca. Beatriz abre a porta. Marilu entra no local. Isabela se surpreende.
BEATRIZ: - É a Maria Luísa! Quero dizer, Marilu, né amiga? MARILU: - Isso mesmo, Beatriz. (a Isabela) Como vai? ISABELA: - Muito bem, obrigada. BEATRIZ: - Essa é a Isabela, Marilu. MARILU: - Sim, eu já a vi algumas vezes... ISABELA: - Bom, eu não quero atrapalhar o jantar de vocês, já estou de saída. BEATRIZ: - Tem certeza que não quer ficar?
Marilu encara Beatriz, como se estivesse reprovando a atitude dela. Beatriz nem percebe.
ISABELA: - Não, obrigada. Já vou indo pra casa. Bom jantar para vocês! MARILU: - Obrigada, e prazer em conhecê-la.
Isabela vai embora.
MARILU: - Não sabia que você estava com visita. BEATRIZ: - Ela veio desabafar um pouco. Problemas com a família. Enfim, amiga é pra isso. MARILU: - Agora vamos ter que falar sobre inimigas... Descobri que hoje é a tal festa open house na casa da Lívia. BEATRIZ: - Ai que raiva! Com certeza o Rafael vai estar lá. MARILU: - Precisamos agora nos preparar. Depois dessa festa, o Rafael vai ficar sabendo que você está esperando um filho dele. BEATRIZ: - Como? MARILU: - Deixa que durante o jantar, eu te explico a minha ideia...
As duas ficam a se olhar.
CENA 23. CASA LÍVIA. INT. NOITE.
MUSIC ON: Samurai – Djavan Open house de Lívia. Muitos convidados. A casa está linda, decoração arrojada. Louise faz às vezes de mestre de cerimônia, recepcionando os convidados, conversando com outros.
Lívia, a grande anfitriã está linda, num vestido longo, lilás, que deixa sua expressão ainda mais clara e alegre. Num ponto da festa, Alaíde, Oscar, Tatiana e Plínio conversam. MUSIC FADE OUT
ALAÍDE: - Gente, que casa linda! É uma mansão de novela! OSCAR: - A Lívia se deu bem, hein! TATIANA: - Ela merece!... E outra, tinha gente dizendo que ela só ia ficar no bem bom. Que nada! Ela arregaçou as mangas e foi trabalhar. Montou um projeto bem bonito para a empresa, fiquei sabendo. PLÍNIO: - Mas o cara que andava com ela era bem de vida então, porque o que ela ganhou com essa herança, essa casa... Minha nossa! Até eu to me sentindo importante! TATIANA: - Mas você é importante pra mim, meu amorzinho! (beija Plínio)
Alaíde e Oscar acham graça. Enquanto isso, num pequeno palco, Kléber toca seu sax, acompanhado de outros 2 músicos que formam a banda, dando um clima bacana ao ambiente. Louise passa por ele, suspira. Encontra Rosa.
LOUISE: - E aí amiga, o que tá achando? ROSA: - Você para organizar uma festa é incrível, Louise! Está tudo perfeito! ROSA: - E quanta gente! Tem pessoas que eu acho que nem conheço direito. LOUISE: - Eu também não conheço quase todos aqui. Mas convidei né, vi os nomes nas revistas sociais. E essa gente adora aparecer numa boa festa. ROSA: - Eu ainda não vi o Jorge por aqui. LOUISE: - Ai, relaxa que logo logo ele está por aí. Agora deixa eu ver como está o bufê.
Enquanto isso, Lívia e Jonas conversam.
LÍVIA: - Que bom que você veio, Jonas. JONAS: - Eu disse que viria. Não iria voltar atrás na minha palavra. LÍVIA: - Seus pais chegaram um pouco antes. Ficaram encantados com a casa. Nem lembrava que esta é a primeira vez que eles vem me visitar. JONAS: - Eles estão muito felizes. Hoje de manhã me disseram que querem fazer uma segunda lua-de-mel, acredita? LÍVIA: - Sério? Que coisa boa! Sinal de que o amor entre eles nunca esteve tão vivo! JONAS: - Quem me dera ter um amor assim...
Jonas encara Lívia, que percebe. Ela fica um tanto sem jeito. De repente, Vitória se aproxima.
VITÓRIA: - Lívia? LÍVIA (surpresa): - Vitória! VITÓRIA: - Parabéns. A festa tá linda. LÍVIA: - Obrigada!... Nossa, que surpresa boa ver você aqui! VITÓRIA: - Não poderia deixar de vir. Afinal, você agora vai fazer parte da família. LÍVIA; - Seu irmão é louco, sabia? VITÓRIA: - E falando nele, ele não está aí? LÍVIA: - Ainda não o vi. JONAS (resmunga): - Tomara que não venha mesmo. LÍVIA: - Disse alguma coisa, Jonas? JONAS: - Eu? Não, não... Vou pegar uma bebida. (sai) VITÓRIA: - Sua casa é linda! E essa decoração, que fantástica! LÍVIA: - Agradeço tudo isso à Louise, que correu pra aprontar tudo. Ela realmente deu um show. VITÓRIA: - Ah, o Marcos está aí! LÍVIA: - Está sim. VITÓRIA: - Vou lá falar com ele! Com licença. LÍVIA; - Claro! Fique a vontade. E mais uma vez, obrigada.
Vitória sorri, simpática e sai, indo ao encontro de Marcos, que está acompanhado de Adriana. De repente, Rafael chega na festa, chamando atenção pelo grande buquê de rosas vermelhas que traz. Louise se aproxima de Lívia.
LOUISE: - Mas esse homem é um cavalheiro à moda antiga! LÍVIA: - Quem? LOUISE: - Olha lá na porta, quem está chegando!
Lívia olha para a porta. Rafael vai entrando na casa, atraindo todos os olhares. Ele está muito bem vestido, exibindo toda sua beleza natural. Os olhos de Lívia brilham, assim como a pedra de seu colar. Os convidados comentam.
MARCOS: - O Rafael é um cara sensacional. VITÓRIA: - Meu irmão a cada dia me surpreende! Que flores lindas! ADRIANA: - Ai, eu quero um buquê de rosas assim! MARCOS: - Não seja por isso! Você vai ganhar um buquê de rosas vermelhas, amarelas, champanhe, todo o arco-íris! (risos)
Num outro ponto, Paulo observa atento.
PAULO: - E pelo visto, ele está mesmo apaixonado... A vadia conseguiu se dar bem.
Lívia vai ao encontro de Rafael.
RAFAEL: - Desculpe a demora. LÍVIA: - Se eu soubesse que sua chegada seria assim, teria rezado para demorar um pouco mais... (risos) RAFAEL (entrega as rosas): - São para você.
De longe, Jonas tenta esconder seu ciúme.
ALAÍDE: - Que romântico esse namorado da Lívia, hein! TATIANA: - Gente, nem sabia que a Lívia estava namorando o Rafael! PLÍNIO: - Você conhece? TATIANA: - Claro! Ele é filho do Tarcísio. OSCAR: - Ela tá namorando o filho do cara que deixou essa herança pra ela? Nossa! (cochicha) Por isso que ela terminou com o Jonas será? ALAÍDE: - Essa coisa de paixão é delicada, complicada... (se aproxima de Jonas) Está tudo bem, meu filho? JONAS: - Tá sim, mãe. Eu só vou lá fora pegar um ar.
Jonas se afasta. Alaíde percebe a chateação do filho. Enquanto isso, Rafael e Lívia atraem os olhares da festa.
LÍVIA: - As flores são lindas! Obrigada! RAFAEL: - Não mais lindas que você.
Rafael beija Lívia, sutilmente.
LÍVIA: - A Vitória já está aí. Vem. (pega Rafael pela mão)
Conrado se aproxima dos dois.
CONRADO: - Antes, uma foto do casal! A Flash Paulista precisa registrar esse lindo momento.
Louise se aproxima de Kléber.
LOUISE: - Meu deus de ébano, pode tocar uma música bem bacana aí. Acho que essa cena de romance amoleceu todos os corações da festa. Agora vamos agitar. KLÉBER: - Pode deixar.
A banda volta a tocar. As pessoas se animam.
CENA 24. CLÍNICA DR FAUSTO. INT. / CORREDOR. NOITE.
Fausto termina o curativo na perna de Carla.
FAUSTO: - Pronto. CARLA: - Obrigada!... O legal vai ser eu andar com esse curativo na perna no meio da festa... FAUSTO: - Festa? CARLA: - Sim. Minha amiga está dando uma festa na casa dela. Falando nisso, eu estou até atrasada! FAUSTO: - Não quer que eu leve você? CARLA: - Não, imagina! Você já me trouxe aqui, fez um curativo e tudo. (Carla pega dinheiro e oferece para Fausto) FAUSTO: - O que é isso? CARLA: - É o pagamento pela ajuda. FAUSTO: - Não vou aceitar. Não fiz mais que minha obrigação, depois de quase ter atropelado você. CARLA: - Por favor/ FAUSTO: - Por favor digo eu! Assim você me deixa constrangido. CARLA: - Tudo bem... Agora eu preciso ir. Obrigada mais uma vez... (esquece o nome) FAUSTO: - Fausto. CARLA: - Fausto. Muito obrigada.
Estende a mão. Fausto a cumprimenta. Os dois trocam olhares, sempre segurando a mão um do outro.
CARLA: - Agora, eu preciso ir... FAUSTO: - Tem certeza? CARLA: - Tenho sim. É importante.
Os dois se soltam.
Carla, um tanto balançada, pega sua bolsa e sai da sala. Fausto fica pensativo. No corredor, Carla dobra em uma saída, em pouco tempo, Almir surge no corredor, mas não a vê. Almir entra na sala de Fausto.
ALMIR: - Com licença, Fausto. Aqui estão os relatórios que você me pediu. FAUSTO: - Pode deixar aí na mesa... ALMIR: - O que foi, doutor? Tá pensativo... FAUSTO: - Acho que estive no paraíso em pouco tempo e agora voltei à Terra... ALMIR: - Como? FAUSTO: - Deixa, deixa pra lá. Vou dar uma olhada nesses relatórios e depois ir pra casa. Obrigado, Almir. ALMIR: - De nada. Com licença.
Almir sai. Fausto fica na sala.
FAUSTO: - Carla...
CENA 25. APTO HENRI. INT. NOITE.
Sarah liga para Conrado, mas se irrita porque não consegue falar com ele.
SARAH: - Ai, odeio caixa-postal! HENRI: - Ele deve estar ocupado, Sarah! Sossega um pouco! (se arrumando em frente ao espelho) SARAH: - Mas ele é o pai do meu filho! Precisa atender as minhas ligações! E se fosse uma emergência? HENRI: - Disse tudo... Se fosse... Mas não é. Você tá ligando pra pedir o cartão de crédito dele para fazer compras na Oscar Freire. SARAH: - Então, é uma emergência! Não posso ser uma grávida mal vestida! E ele como pai do meu filho, precisa me/ HENRI: - Ai Cristo! Sarah, ele não é o pai do seu filho! SARAH: - Você está louco?! Nunca mais diga isso, Henri! HENRI: - O que? Nunca mais dizer a verdade? SARAH: - Tu não se faz de louco comigo, hein! O pai do meu filho é o Conrado! Lembra do nosso plano. HENRI: - Do seu plano, Sarah. SARAH: - Você concordou, então o plano é nosso.
Henri termina de se arrumar.
SARAH: - Vai pra onde? HENRI: - Pra Age Aquárious. Hoje tem show lá. DJ internacional. Vai bombar! SARAH: - Me espera, vou com você. HENRI: - Mas não vai não! SARAH: - Como não?! HENRI: - Você está grávida, precisa de cuidados, de mimos... E outra, o pai do seu filho não iria gostar de saber que você estava saracoteando numa boate. E eu não quero me comprometer com nada. Afinal, eu não sou nada da criança... SARAH: - Henri, isso não se faz! HENRI: - Beijos Sarah! Se quiser, tem comida pronta na geladeira. Beijo! (saindo)
Henri sai. Sarah se chateia. Pega o telefone, liga novamente para Conrado, e mais uma vez, a ligação vai para a caixa-postal.
CENA 25. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. NOITE.
Elizabeth e Eduardo chegam ao Europa-Brasil.
ELIZABETH: - Um dos melhores restaurante do país. Com certeza, o melhor de São Paulo. EDUARDO: - Coisa fina. E convenhamos, nós merecemos.
Roberto se aproxima.
ROBERTO: - Elizabeth! ELIZABETH: - Roberto, como vai? ROBERTO: - Muito bem. Melhor agora, ao vê-los. ELIZABETH: - Este é o Eduardo, meu noivo. EDUARDO: - Prazer. ROBERTO: - Bem-vindo, Eduardo... Bem, creio que fizeram sua reserva. EDUARDO: - Sim, está no meu nome. ROBERTO: - Ah sim! Me acompanhem, por favor.
Roberto leva Elizabeth e Eduardo até a mesa.
ROBERTO: - É esta a mesa. Fiquem à vontade.
Elizabeth e Eduardo tentam disfarçar o mal-estar. Na mesa ao lado, encontram-se Alfredo e Inês, que se mostram surpresos com o encontro inesperado.
CENA 26. CASA LÍVIA. INT. NOITE.
A festa de Lívia segue animada. Lívia está num grupo com Marcos, Adriana e Vitória. Vê a chegada da amiga e vai até ela.
LÍVIA; - Pensei que você não viesse! CARLA: - E você acha que eu ia perder essa festa linda?! claro que não!
As duas se abraçam.
LÍVIA: - Obrigada. CARLA: - Não precisa me agradecer, irmã. LÍVIA; - E esse curativo aí na perna?! CARLA: - Acredita que eu tentei colocar uma calça pra tampar, mas não deu. Ficava apertando. Tive que vir de vestido mesmo... Ai, isso aí é uma história, que eu contar, você não vai acreditar. LÍVIA: - Problema com algum cara que/ CARLA: - Não, não!... Algo totalmente diferente... Acho que até foi bom eu ter me machucado. (risos) LÍVIA: - Louca! (risos) Vem, vou te apresentar o Rafael. Só preciso achar ele nesse mar de gente...
Lívia leva Carla pela mão até o grupo de Rafael. Enquanto isso, Rosa conversa com o pessoal da pensão.
OSCAR: - A Lívia está tão feliz. ALAÍDE: - Acho que todos nós estamos felizes também. Tem um clima de paz no ar!a festa. ROSA: - Espero que assim continue... ALAÍDE: - Vai continuar!... A não ser que você esteja sentindo algo. ROSA: - Não, não é nada não. OSCAR: - Ih, não nega ser filha da Wanda... Fala logo, Rosa, se tem alguma coisa pra acontecer. ROSA: - Na verdade, nem eu sei o que tem pra acontecer.
Num outro ponto, Rafael e Paulo conversam.
RAFAEL: - Confesso que estou satisfeito com os nossos negócios, Paulo. A empresa se mantém numa boa condição. Sem falar nos nossos acordos, que tem nos dado um lucro ótimo. PAULO; - Tem razão, Rafael. Mas a gente também não pode achar que está tudo bem... Ouvi dizer que o mercado pode passar por uma crise nos próximos meses. RAFAEL: - Não vejo esse risco não. E se acontecer, a Amaro estará bem estruturada. PAULO: - Eu acredito que seria melhor pra gente, buscar algo novo, sabe? Um produto que fosse ousado, e um tanto revolucionário. RAFAEL: - Como assim? PAULO: - A Amaro precisa de um produto que a deixe novamente na vanguarda. Falo de pedras novas... imagina uma coleção desenhada pela Vitória, com um design arrojado e pedrarias exóticas, exclusivas da empresa? RAFAEL: - Seria necessário um investimento grande... Novos campos de exploração, extração. No Brasil e talvez no exterior. PAULO: - Eu acho que seria um bom investimento. E creio que a gente não precisa ir longe para achar o nosso novo tesouro.
Paulo conclui sua frase, encarando a pedra no colar de Lívia, que se aproxima. LÍVIA: - Com licença... Rafa, essa é a minha grande amiga, Carla... Carla, esse é o Rafael. RAFAEL: - Prazer, Carla. CARLA: - O prazer é todo meu. (a Lívia) então era ele a surpresa da festa? RAFAEL: - Surpresa, como assim? LÍVIA: - Ah, é uma longa história... (risos0 Ah, Carla, esse é o Paulo, um dos diretores da Amaro. PAULO: - Prazer. CARLA; - Prazer.
Nesse instante, Jorge chega na festa, acompanhado de outros dois homens. Rosa, de longe, o vê e vai até ele.
ROSA; - Jorge, pensei que não viesse.
Trocam um selinho.
ROSA: - O que foi? Parece tenso. JORGE: - Não é nada não. Impressão sua. ROSA: - E esses caras, quem são? JORGE: - São da polícia. ROSA; - Da polícia?! Jorge, o que está acontecendo? Não me esconda nada! JORGE: - Calma, Rosa. Por favor, não posso falar nada. Pelo menos agora.
Rosa se mostra intrigada com o comportamento de Jorge.
CENA 27. CASA LÍVIA. JARDIM. EXT. NOITE.
Jonas está pensativo no jardim, a beira da piscina, quando é abordado por Alexandre.
ALEXANDRE: - Pensando em se jogar e se afogar? JONAS (surpreso): - O que você está fazendo aqui? ALEXANDRE: - Mas que pergunta besta! Eu vim pra festa, oras! JONAS; - Por favor, vá embora. Aqui não é lugar pra gente como você. ALEXANDRE: - De novo essa história!... Aqui é a casa do meu filho. Eu posso entrar e sair daqui a hora que eu quiser... E olha que, pelo visto, a festa tá boa!... Gente bonita, gente chique... JONAS: - Eu vou chamar o segurança. (saindo) ALEXANDRE: - Vai, pode ir, frangote!... Até me acharem, eu vou dar uma voltinha por aí...
Alexandre vai para dentro de casa.
CENA 28. CASA LÍVIA. INT. NOITE.
Alexandre entra na casa, mas fica à espreita ao ver que a polícia está no local. Ele vê Lívia, de longe, com Rafael.
RAFAEL: - Então quer dizer que eu era a surpresa da festa? LÍVIA; - Claro. Hoje eu iria dizer para todos os meus amigos que nós estamos juntos. RAFAEL: - Bom, acho que nem precisa de um anúncio especial. todo mundo já viu que a gente tá junto. LÍVIA: - Eu vou ter que me acostumar com a ideia. parece que to sonhando. Com essa festa, com você do meu lado. RAFAEL: - Eu também.
Os dois se beijam.
LÍVIA: - Vou pegar uma bebida. quer? RAFAEL: - Por favor... Vou falar com o Marcos.
Os dois se afastam. Lívia vai passando para outra sala, quando é abordada por Alexandre.
ALEXANDRE: - De namoradinho novo, é? LÍVIA: - O que você está fazendo aqui?! ALEXANDRE; - Vim curtir a sua festa, já que você não me convidou... Quem te viu quem te vê, hein Lívia!... Antes, convivendo com as prostitutas do centro do Rio, naquele buraco imundo. Agora, só com gente rica, fina... O que um golpe bem dado não faz, hein? taí o resultado. Você é minha inspiração! LÍVIA: - Cala a boca, seu canalha! Vou chamar o segurança. Você vai embora daqui, agora! ALEXANDRE: - Se chamar o segurança, eu faço um escândalo aqui. Um escândalo daqueles! Aliás, seria ótimo toda essa gente saber uma historinha muito bacana do seu passado, que envolve a mim e um certo tio, morto por você. LÍVIA: - Você é baixo, Alexandre! Um lixo! ALEXANDRE: - Não diga isso, minha querida... Eu gosto tanto de você.
Alexandre sorri, cínico. Lívia pega a bebida e se afasta, um tanto transtornada. Ela chega na sala e encontra Jorge.
JORGE; - Lívia. LÍVIA; - Oi Jorge... JORGE (aos músicos): - Um minuto por favor.
Os músicos param.
LÍVIA: - Por que? JORGE: - Desculpa, Lívia. Mas eu preciso fazer isso. LÍVIA: - O que foi, Jorge? JORGE (fala alto): - Atenção todos aqui.
Os convidados prestam atenção em Jorge. Lívia também, um tanto aflita. ela olha para Rosa, que também se mostra apreensiva. Rafael se aproxima.
RAFAEL: - O que foi, Jorge? JORGE: - Eu preciso fazer isso agora. (continua) Aqui é da polícia. Tenho um comunicado a fazer.
Um certo furor toma conta da festa.
PAULO: - Da polícia?!
Jorge continua.
JORGE: - Eu estou acompanhado desses dois policiais e trago aqui comigo, um mandado de prisão preventiva. RAFAEL: - Mas porque isso, Jorge? Aqui na festa? LÍVIA; - Mas vai prender quem? JORGE: - Você, Lívia.
Todos se surpreendem.
JONAS: - O que?! CARLA: - Isso só pode ser brincadeira!
Louise se aproxima de Rosa.
LOUISE: - Diz para o Jorge parar com essa brincadeira, Rosa! Por favor! ROSA; - Ele não está brincando, Louise...
Jorge continua.
JORGE: - Senhora Lívia Ribeiro da Silva, você está presa preventivamente, sob suspeita do assassinato do empresário Tarcísio Ferreira. Clima de tensão na festa. Lívia se mostra chocada diante da voz de prisão. Encerra com Pra Rua Me Levar – Ana Carolina. |
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Talismã - Capítulo 30
Marilu manipula Beatriz através da gravidez dela. Charlote flagra Demétrio apostando suas joias na banca clandestina.
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