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CENA 1. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. SALA DE CIRURGIA. INTERIOR. NOITE. Câmera abre em batimentos cardíacos sendo monitorados pelo aparelho. Dewey está sob o cuidado de dois médicos do hospital e mais três enfermeiras. Ele passa por uma cirurgia delicada. Os médicos estão em volta de Dewey, com seu abdômen aberto, tentando estancar uma hemorragia. Close no roto desacordado de Dewey. CENA 2. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. CAPELA. INTERIOR. NOITE. Catherine ajoelhada em frente ao altar, com as mãos cruzadas e olhos fechados, rezando. Maureen entra na capela se ajoelha ao lado de Catherine. Catherine abre os olhos e sorri. CATHERINE – Eu vim rezar um pouco para que Deus salve ele. Nessas horas de dificuldade é na fé que a gente se agarra. MAUREEN – Ele ainda está em cirurgia, sem previsão de término. A situação é complicada, mas vamos acreditar. CATHERINE – (SORRI) Dewey sempre foi um homem tão forte. MAUREEN – (CONCORDA) É, e ele ainda é. E vai continuar sendo. CATHERINE – Passamos por agradáveis momentos juntos enquanto ainda éramos casados. Eu sinto falta daquele tempo. As vezes eu me pego pensando se fiz tudo certo. MAUREEN – Eu tenho certeza que você fez Catherine. CATHERINE – Olha Maureen, eu queria pedir desculpas pelo que fiz você passar. O livro, a mídia... eles destruíram a sua vida. E eu fui a responsável. Não sabe como eu me arrependo. MAUREEN – Está tudo bem Catherine. Essa noite eu vi que você ainda é uma pessoa boa. Está perdoada. E sobre o que me disse antes, de pegarmos esse cara... eu estou dentro. Estou com você nessa pra colocar esse assassino na cadeia. E as duas se olham, em tom de cumplicidade. CENA 3. ACADEMIA MISS LAVEAU. ESTACIONAMENTO. EXTERIOR. NOITE. Estacionamento ao ar livre. Allegra caminha pelo local em direção ao único carro parado ali. Ela chega até o carro, olha para os lados e entra no veículo. Pela janela do motorista, vemos que quem está ali é Rex. CENA 4. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. RECEPÇÃO. INTERIOR. NOITE. Maureen e Catherine conversando com o médico responsável pela cirurgia de Dewey. CATHERINE – E então doutor, como foi a cirurgia? Dewey vai sobreviver? MÉDICO – O procedimento terminou faz meia hora e posso afirmar que seu marido ficará bem, mas ainda corre riscos. MAUREEN – (COMEMORA) Que maravilha! CATHERINE – (AFOITA) E eu posso falar com ele? MÉDICO – Impossível, Dewey ainda está sob efeito dos medicamentos, vai dormir até amanhã. CATHERINE – Nem que seja para vê-lo. Por favor. MÉDICO – (CONCORDA) Tudo bem... Me siga, senhorita Mayer. E o médico sai junto de Catherine. CENA 5. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. UTI. QUARTO. INTERIOR. NOITE. Dewey dormindo sob a cama, com os batimentos monitorados e um aparelho para respiração. O médico abre a porta e deixa Catherine entrar. Emocionada, Catherine se aproxima da cama do ex-marido. O médico sai e fecha a porta. CATHERINE – (EMOCIONADA) Dewey… Que bom que você está bem, meu amor... Eu fiquei com tanto medo de te perder... Lentamente, Dewey começa a abrir os olhos e surpreende Catherine. Ele pega a mão da jornalista, mas não diz uma só palavra. CATHERINE – Você tem que descansar Dewey. Eu estou cuidando de tudo para nós. Quando isso acabar eu prometo, prometo que teremos a nossa vida de volta. DEWEY – (BALBUCIA) Pegue-o... E Dewey fecha os olhos, ainda fraco. Catherine deixa as lágrimas rolarem em seu rosto e confirma com a cabeça. CATHERINE – Eu vou. Close nas mãos de Catherine e Dewey juntas. FADE OUT. |
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3x04 - LENDA URBANA |
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CENA 6. DELEGACIA DE NOVA ORLEANS. SALA DE DEPOIMENTO. INTERIOR. NOITE. Harmony sentada em uma cadeira, na frente do Xerife Paul. Bastante nervosa, ela evita olhar nos olhos dele. Paul permanece sentado na frente da professora. PAUL – Bom senhorita Drake, você sabe por está aqui, não sabe? HARMONY – (BALANÇA A CABEÇA) Eu acho que sim. PAUL – A senhorita foi vista na cena de um crime na noite de hoje. HARMONY – (AFOBADA) Eu sei, mas... mas eu não matei ninguém. Eu sou inocente, eu juro. PAUL – Calma, não estou te acusando de nada. Quero apenas conversar. HARMONY – Ok... PAUL – O que a senhorita fazia dentro daquele prédio no mesmo instante que Dewey Riley foi atacado pelo assassino? E ainda com as mãos manchadas de sangue. HARMONY – Eu posso explicar. PAUL – E eu adoraria ouvir a explicação. HARMONY – Eu moro na Academia. Eu simplesmente ouvi muitos gritos vindos do prédio 16 e decidi ver o que era. Quando cheguei lá, vi um carro estacionado na frente e entrei. PAUL – E depois? HARMONY – E depois eu entrei na sala de edições no primeiro andar e vi esse homem caído no chão, ensanguentado. Eu toquei nele para saber se estava vivo. PAUL – Havia muito sangue nas suas mãos. HARMONY – Xerife, eu juro, eu sou apenas uma professora, uma mulher batalhadora. Eu jamais mataria aquele homem e quem quer que seja. Isso é um engano. PAUL – (SE LEVANTA) Onde a senhorita estava na noite em que Carry Manson foi assassinada? HARMONY – (BAIXA A CABEÇA) Estava com meu namorado. PAUL – E ele pode confirmar isso? HARMONY – Pode. CENA 7. APARTAMENTO DE REX. SALA. INTERIOR. NOITE. Rex abre a porta do apartamento e entra, acompanhado de Allegra. O local é muito grande, com sofás enormes, TV de 50 polegadas na parede e estantes com livros. Rex larga as chaves da casa em cima do criado mudo ao lado do sofá. Allegra olha surpresa para o apartamento. ALLEGRA – Onde nós estamos Rex? REX – Esse é meu apartamento. É pra onde eu venho final de semana. Você sabe, longe de toda aquela movimentação da Fraternidade. É um local em que eu me sinto bem. ALLEGRA – É muito bonito. REX – Costumo trazer pessoas especiais aqui. E tem uma vista maravilhosa, quer ver? ALLEGRA – (SEGURA ELE) Rex, espera. REX – Sim? ALLEGRA – Eu quero saber o que está acontecendo. Por que você me mandou aquele SMS me chamando para esse encontro? REX – Qual o problema? Não posso convidar uma amiga para conversar? ALLEGRA – Pode, é que eu achei estranho. Allegra vê uma foto de Maureen num porta retrato mais a frente. Rex pega o porta retrato e baixa. ALLEGRA – Você ainda está envolvido emocionalmente com ela, não está? REX – (SE APROXIMA) Por que você insiste em me fazer tantas perguntas? ALLEGRA – Por que Maureen é minha amiga. Rex segura os dois braços de Allegra e fica bem próximo dela. REX – Eu sei disso. Mas eu gostei de você, de verdade. Ok, por mais que nosso primeiro encontro tenha sido confuso, mas, eu te curti. ALLEGRA – Aquele beijo Rex, ele não significou nada. Eu não posso fazer isso com a Maureen. REX – Quem se importa com ela? Eu sou solteiro, você também é, vamos viver Allegra. Como poderemos saber se não estaremos mortos amanhã? Veja a Beverly. Você acha que ela não decidiria viver intensamente se soubesse que seria morta? Allegra dá um suspiro agoniado. Rex olha no fundo dos olhos dela. REX – A Maureen nunca vai saber. E ele se aproxima dos lábios de Allegra. Allegra fecha os olhos e eles se beijam. Rex joga Allegra contra o sofá e tira a camiseta. Allegra dá um sorriso safado e passa a mão no abdômen definido do rapaz. Rex sobe em cima de Allegra e volta a beijá-la. Câmera mostra, em segundo plano, uma Câmera de vídeo gravando a cena da parede. CENA 8. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. FRENTE. EXTERIOR. NOITE. Catherine e Maureen caminham do lado de fora do hospital, conversando. CATHERINE – Eu penso que você deve ir pra Academia, querida. Hoje foi um dia cansativo, você deve repousar. Além do mais Dewey está bem e vai se recuperar. MAUREEN – Eu sei, mas sinto que devo ficar aqui com você. Dewey é como se fosse meu pai. CATHERINE – Confie em mim meu amor, vá dormir que amanhã eu ligo dando notícias. MAUREEN – Tem certeza? CATHERINE – Absoluta. MAUREEN – Bom, se é assim eu vou. Maureen e Catherine trocam dois beijinhos e riem. MAUREEN – Boa noite. CATHERINE – Boa noite! E Maureen vai embora. Catherine cruza os braços e volta pro hospital. CENA 9. DELEGACIA DE NOVA ORLEANS. EXTERIOR. NOITE. Harmony sai da delegacia falando ao telefone e caminha pela calçada segurando sua bolsa. O local é mal iluminado e bastante sujo. HARMONY – (TELEFONE) Estou saindo da delegacia agora. (PAUSA) Foi tudo bem, jurei que aquele xerife ia me prender. Maldita ideia eu tive de entrar naquele prédio. Mas a gente se fala amanhã meu amor, vou voltar pra Academia agora. (SORRI) Um beijo. Te amo. (PAUSA) Obrigada. Quando Harmony vai desligar o telefone, é surpreendida por uma criatura que sai das sombras e a puxa por trás. Ela dá um grito e deixa o celular cair. CLOSE no celular de Harmony. CENA 10. BECO. INTERIOR. NOITE. Harmony é jogada contra um monte de sacos de lixo e começa a chorar. Ela ergue a cabeça e vê que o palhaço assassino está bem na sua frente. HARMONY – (DESESPERADA) Por que você está fazendo isso comigo? O palhaço não responde e puxa Harmony pelos cabelos. Ele a arrasta pelo chão do beco e ela continua a gritar muito. Ele a mobiliza pelos braços, se ajoelha sobre ela e ergue sua faca de cozinha. HARMONY – (CHORA) Por favor, eu sou uma simples professora universitária. As minhas alunas não vão entender. O palhaço vira a cabeça e olha para Harmony, que respira ofegante. Ele segura a faca com força e, quando vai esfaquear o peito de Harmony, ela dá um grito de horror e FADE OUT. CENA 11. ACADEMIA MISS LAVEAU. DORMITÓRIO. INTERIOR. NOITE. Maureen sentada em sua cama, conversando com Ashley, que está sentada na cama ao lado. MAUREEN – Eu devo a minha vida a Catherine, você sabe disso Ashley. Ela me ajudou muito em Endless Town, quando tudo estava acontecendo. ASHLEY – Eu sei disso. MAUREEN – Foram momentos muito difíceis pra mim, sabe? Saber que a minha mãe era uma assassina e havia matado meu pai. Queria muito ter uma família normal. ASHLEY – Bem, você tem a mim. Eu posso não ser tão normal assim, mas sou sua família. E você tem seu filho. MAUREEN – (TRISTE) Christopher. Que saudades dele. As vezes eu acordo a noite angustiada, nervosa, e fico me perguntando se ele está bem, se está se alimentando, se não está passando frio... ASHLEY – (SE DEITA) Ele está melhor que nós. Maureen ouve um barulho vindo de seu notebook, ao lado dela na cama. Ela pega o aparelho, abre, e vê que recebeu um novo e-mail. MAUREEN – Novo e-mail. Espero que não seja da coordenadora do nosso curso. ASHLEY – Nem me fale, a professora Harmony parece ser compulsiva por mandar e-mail. Todos os dias encontro quatro deles na minha caixa de entrada. MAUREEN – E você lê? ASHLEY – Eu não. Vejo que é dela é deleto. MAUREEN – (OLHA) É um e-mail com aqueles endereços bloqueados. (LÊ) Acho melhor você assistir isso. ASHLEY – Na certa é Rex que gravou um vídeo se masturbando e enviou pra você matar as saudades. Maureen dá risada e abre o e-mail. Na tela, vemos que se trata de um anexo de um vídeo. MAUREEN – (CONFIRMA) E é um vídeo. ASHLEY – Não falei? Tim faz muito isso comigo. Deve ter ensinado para o Rex. Amigo é pra essas coisas. MAUREEN – Vamos abrir. Maureen clica sobre o anexo. Alguns segundos e o vídeo aparece na tela. A imagem está escura, e, do nada, abre no sala do apartamento de Rex. MAUREEN – (ESTRANHA) Onde é isso? ASHLEY – (SE LEVANTA) Deixa eu ver. Ashley se senta ao lado de Maureen e as duas assistem o vídeo. Na tela, surgem Allegra e Rex. Eles entram no apartamento e começam a conversar. Maureen e Ashley se olham, sem entender. Algum tempo depois, eles se dão as mãos e ficam bem próximos. ASHLEY – (PASMA) Não... O vídeo continua. Rex se aproxima de Allegra e a beija. Maureen põe a mão sob a boca, chocada. Ashley fica abismada. No vídeo, Rex joga Allegra o sofá e tira a camisa. Maureen fecha o computador e se levanta. MAUREEN – (COM NOJO) Eu não quero continuar a ver isso. ASHLEY – Eu estou pasma. Rex e Allegra? Nunca poderia imaginar. MAUREEN – (COMEÇA A CHORAR) Como eles puderam fazer isso comigo. O Rex ele... ele disse que gostava de mim! E eu gostava dele! ASHLEY – (CRUZA AS PERNAS) Mas você deu um passa fora no bofe, amiga. Deixou ele livre e desimpedido. MAUREEN – (GRITA) Mas não pra ela! Vadia! (COM RAIVA) Ordinária! Eu fiquei com pena dessa vaca Ashley! Dei atenção, ajudei, aconselhei, e ela me faz isso? Pega o MEU homem? ASHLEY – (ESTALA OS DEDOS) Hello, Maureen! Esqueceu que você não é namorada do Rex? MAUREEN – (ANDA DE UM LADO PRO OUTRO) Não acredito... Não pode ser... (LIMPA AS LÁGRIMAS) Eu vou matar ela. É quando Allegra entra pela porta do dormitório. Maureen encara Allegra, morta de ódio. Allegra olha para ela sem entender o que está acontecendo. CENA 12. APARTAMENTO DE REX. QUARTO. BANHEIRO. INTERIOR. NOITE. Rex está tomando banho e esfrega o sabonete por todo seu corpo. Ele se enxágua e a água escorre pelos seus músculos definidos. Rex desliga o chuveiro e escuta um barulho estrondoso vindo da sala do apartamento. REX – (ESTRANHA) Quem está aí? O rapaz sai do box e se enrola numa toalha de banho. Com os pés molhados, ele sai do banheiro e a câmera foca nas marcas dos pés no chão. CENA 13. APARTAMENTO DE REX. SALA. INTERIOR. NOITE. Rex entra na sala todo molhado e não vê ninguém ali. Ele anda em volta e percebe que nada desapareceu. REX – Mas que merda... MICKEY – Rex... E Rex se vira assustado, deixando a toalha cair. Mickey está atrás dele, com dois livros nas mãos. Mickey se surpreende e olha para o corpo de Rex. REX – Mickey! Que susto, caralho! Quer me matar? MICKEY – (NERVOSO) Eu... Eu vim apenas te devolver aqueles livros que me emprestou. REX – (BRAVO) E custava me chamar, cara? Alias, como entrou aqui? Hum? Tem a chave agora? MICKEY – Allegra Gray me deixou entrar. Ela saiu daqui a pouco tempo. REX – (PEGA A TOALHA NO CHÃO) Sei. MICKEY – Vocês estão saindo juntos? Você e Allegra? REX – Estamos sim. MICKEY – Uau, esqueceu rápido a Maureen hein? REX – Maureen não me merece. E Allegra é uma ótima garota. Gostosa pra caralho. Tem uns peitinhos que me deixam louco! Chupei com vontade! Mickey sorri sem graça. Rex olha estranhando pra ele. REX – O que foi Mick? Parece que não gosta de falar de mulher, qual foi? Não curte a fruta? MICKEY – Imagina, curto sim, só não gosto de falar. REX – Sei. Mais conhecido como “come quieto”. (RI) Cê é dois meus, cara. Mickey engole a seco e olha mais uma vez o corpo de Rex. Rex percebe e se enrola. REX – Perdeu alguma coisa? MICKEY – (NERVOSO) Não... (BAIXINHO) Mas bem que eu queria. REX – (NÃO ENTENDE) O que? MICKEY – (ENTREGA OS LIVROS) Boa leitura. Te vejo amanhã. E Mickey sai sem nem olhar pra trás. Rex joga os dois livros em cima do sofá e volta para seu quarto. CENA 14. ACADEMIA MISS LAVEAU. DORMITÓRIO. INTERIOR. NOITE. Continuação da cena 12. ALLEGRA – Gente, o que aconteceu? MAUREEN – O que aconteceu? Você tem coragem de me perguntar o que aconteceu, sua vadia? ALLEGRA – (SE OFENDE) Maureen! Não me chame desse jeito. Eu não sou nenhuma qualquer. Pensei que fossemos amigas. MAUREEN – Ah, mas nós éramos amigas. Éramos mesmo. Mas voce me traiu, sua cachorra. Sabe por quê? Por que é ordinária, é safada! ALLEGRA - Não consigo entender o que eu fiz! MAUREEN – (GRITA) O Rex! Close em Allegra, surpresa. ALLEGRA – Rex? MAUREEN – Você acha que eu não sei da sua aventura com ele, hum? Do seu encontro? ALLEGRA – Maureen, eu não sei quem te disse isso, mas é mentira. Rex é meu amigo. Não temos nada além disso. MAUREEN – (BERRA) Deixa de ser mentirosa, sua vaca! Fala a verdade! Eu recebi um vídeo de vocês transando no apartamento dele! Cretina! ALLEGRA – (ENCHE OS OLHOS DE LÁGRIMAS) Maureen... MAUREEN – Eu te defendi, eu te protegi daquele assassino, eu fiz de tudo pra você se sentir bem e você me engana desse jeito? Você e ele? ALLEGRA – (TRÊMULA) Ele me seduziu! MAUREEN – Você é um poço de mentiras, Allegra Gray. Você se aproximou de mim por que tem inveja, é isso. Você quis roubar o meu namorado por que sabe que é inferior à mim! ALLEGRA – (NERVOSA) Não fale desse jeito comigo, Maureen! Eu só fiz aquilo por que ele garantiu que ninguém saberia. Além do mais, vocês estavam separados! MAUREEN – (SE ALTERA) Cala essa boca! Não fala mais nada! Eu não quero ouvir mais uma só palavra dessa sua boca maldita! Sabe o que você merece? Eu vou te dar agora o que você merece. E Maureen avança em Allegra, dando um soco na cara dela. Allegra cai no chão e rola até o corredor dos dormitórios. Ashley põe a mão na boca, pasma. Maureen sai do dormitório. CENA 15. ACADEMIA MISS LAVEAU. DORMITÓRIO. CORREDOR. INTERIOR. DIA. Allegra jogada no chão, com o rosto sangrando. Maureen caminha em torno dela, ameaçadora. As meninas que dormem naquele andar observam tudo da porta de seus quartos. Numa das portas estão Lynn e Trudie. LYNN – (PARA TRUDIE) Está com o telefone? Quero que filme tudo isso. TRUDIE – (PEGA O CELULAR) Pode deixar. Allegra se apóia na parede e fica em pé. Maureen se coloca na frente dela e elas se encaram. Allegra limpa o sangue em seu rosto. MAUREEN – (SORRI) Quer mais, vagabunda? ALLEGRA – (RESPIRA FUNDO) Não mexe comigo. MAUREEN – (ABRE OS BRAÇOS) E essa vai para a canalhice de Allegra Gray! E Maureen dá mais um soco no rosto de Allegra, que gira a cabeça e se segura na parede. Allegra tosse com a força do golpe. MAUREEN – (APONTA) Você não sabe quem eu sou e o que eu vivi. Eu sobrevivi a coisa pior, posso acabar com você. ALLEGRA – (DE COSTAS) Você é que não me conhece. E Allegra se vira gritando e se joga em Maureen. As duas caem no chão e começam a brigar. Allegra dá vários tapas na cara de Maureen, que a chuta com a perna. As meninas que estão assistindo começam a gritar, eufóricas. Maureen monta em cima de Allegra e começa a socar a cara da rival. Allegra vai recebendo os golpes e fica cada vez mais machucada. É quando ouve-se um apito. Uma senhora mais velha, alta, chega correndo e vê a confusão. SENHORA – (ALTO) Mas o que está acontecendo aqui? Maureen se levanta e se afasta de Allegra, que continua jogada no chão. MAUREEN – Só estava colocando as cartas na mesa. E Maureen entra em seu quarto, acompanhada de Ashley. Câmera foca no rosto ensanguentado de Allegra. CENA 16. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. UTI. QUARTO. INTERIOR. DIA. Catherine dormindo sentada em uma poltrona ao lado da cama de Dewey. Os raios de sol iluminam o rosto dela e ela se acorda, assustada. CATHERINE – (PÕE A MÃO NO PEITO) Oh Deus, eu dormi aqui? Catherine se levanta e esfrega a cara. Ela vê que Dewey ainda está dormindo e sorri para ele. CATHERINE – Vai ficar tudo bem, querido. Uma enfermeira entra no quarto e Catherine se afasta da cama, envergonhada. ENFERMEIRA – Está na hora do remédio dele. (OLHA PARA CATHERINE) Você dormiu aqui? CATHERINE – Acho que sim, mas vou descer pra tomar um café. Depois eu volto, obrigada. ENFERMEIRA – Faça isso. Só eu sei o quão desconfortável é dormir nessas cadeiras do hospital. Catherine concorda e sai do quarto. CENA 17. ACADEMIA MISS LAVEAU. CAMPUS. EXTERIOR. DIA. O sol já nasceu em Nova Orleans. Plano geral do prédio principal da Academia. As estudantes caminham de um lado pro outro pelo campus. Corta para Ashley e Maureen saindo da porta do prédio. ASHLEY – Não vai falar nada? Você está muda desde ontem. MAUREEN – (SÉRIA) Eu me sinto como se estivesse de ressaca. Não quero conversar Ashley. Estou muito abalada pelo que a Allegra me fez. ASHLEY – Talvez vocês devam conversar de verdade. Sem brigas. Ontem a coisa foi séria, amiga. Você podia ter matado a Allegra. MAUREEN – Vontade não me faltou. ASHLEY – Ouvi que vão mudar ela do nosso quarto, sabia? MAUREEN – Graças a Deus. Não ia aguentar olhar pra cara dela todo o santo dia. (SUSPIRA) Ainda não acredito. Rex me trair com ela é patético. ASHLEY – Volto a lembrar que vocês não eram namorados. MAUREEN – Mas ela era minha amiga, poxa! Eu salvei ela de ser morta por aquele lunático, ela deve muita coisa a mim e me trai assim? ASHLEY – Sei que ela fez errado, só quero tentar te explicar que brigar não é a solução. Vocês devem conversar. MAUREEN – Não quero falar com ela. O que tinha pra fazer eu já fiz. Quero é esquecer que eu já me relacionei com ela antes. ASHLEY – E você vai procurar o Rex? MAUREEN – Não sei. Vamos parar de falar nisso Ash? ASHLEY – Ok! MAUREEN – (OLHA AO LONGE) Para onde elas estão indo? Maureen e Ashley veem que as todas as meninas estão indo em direção ao lado esquerdo do prédio com seus celulares em mãos. Os celulares das duas vibram. Maureen tira o seu da bolsa e vê. MAUREEN – É uma mensagem privada. Maureen e Ashley se olham e seguem a multidão. CORTA PARA todas as meninas da Academia ao lado do prédio principal, chocadas, vendo alto na parte de cima. Maureen e Ashley chegam para ver o que está acontecendo. ASHLEY – (APONTA) Lá em cima. E elas veem um corpo de uma mulher nua enforcada em uma das janelas. A mulher está com uma máscara de palhaço na cabeça. Ashley mostra seu celular para Maureen, que lê o que está escrito na tela. MAUREEN – (LÊ) Uma por uma. E eu estou apenas começando. Maureen baixa o celular e vê o corpo da mulher pendurado na janela. Close em Maureen, assustada. FADE OUT. SOBEM OS CRÉDITOS. |
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