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CENA 1. ACADEMIA MISS LAVEAU. CAMPUS. EXTERIOR. DIA. Allegra caminha com seus livros debaixo do braço e o rosto todo machucado da briga da noite anterior. Ela se senta num dos bancos do campus e começa a ler um dos livros. Câmera foca em dois pés de salto alto se aproximando de Allegra. Allegra ergue os olhos e vê que é Lynn. LYNN – Atrapalho? ALLEGRA – (FECHA O LIVRO) Não, acabei de chegar. LYNN – Meu nome é Lynn Wellington, acho que você deve me conhecer. Eu queria conversar com você. Posso? ALLEGRA – Pode, claro. Lynn se senta ao lado de Allegra e cruza as pernas. Allegra tenta esconder o rosto, envergonhada. Lynn levanta o rosto dela LYNN – Maureen fez um belo trabalho aqui. Digamos que é quase como uma pintura do Da Vinci. Deve estar doendo, não está? ALLEGRA – (SÉRIA) Você viu o que aconteceu? LYNN – (ANIMADA) Mas é claro, eu estava lá assistindo de camarote. E posso confessar? Adorei os tapas que você deu nela. ALLEGRA – Eu não sei o que aconteceu pra Maureen agir daquele jeito... LYNN – É sobre isso mesmo que eu vim falar. Não se faça de sonsa, que de sonsa você não tem nada. (APONTA) Eu te conheço, garota. Sei como você é. Se faz de inocente, de boazinha e... rouba o namorado da amiga. ALLEGRA – Você está aqui para me ofender ou o que? LYNN – Calma! Eu quero te propor uma união por que temos uma coisa em comum. ALLEGRA – E o que é? LYNN – (APROXIMA-SE) Odiamos Maureen Prescott. ALLEGRA – Eu não a odeio. LYNN – Mais uma mentira. Sim, você odeia. Você odeia por que é dela que Rex Vanderwall gosta. E você está a fim de Rex Vanderwall. ALLEGRA – Vem cá, qual é a sua hein Lynn? LYNN – Juntas, nós podemos destruir a Maureen e coloca-la pra fora dessa universidade. Só assim esses crimes vão parar. E fazendo isso, ela volta pra cidade dela lá em Seattle e você pode ficar com o Rex inteiro pra você. ALLEGRA – (HESITA) Eu não sei... LYNN – (BATE NO OMBRO DELA) Não seja boba, garota! É a sua chance de ficar com o homem que está apaixonada. Eu estou lhe dando uma chance, cabe a você aproveitá-la. ALLEGRA – (PENSA) Lynn... É quando Trudie chega correndo, muito animada, e dá um verdadeiro susto nas duas. LYNN – (MÃO NO PEITO) O que é isso, Trudie? Viu algum pássaro verde pra estar assim? TRUDIE – (SE SENTA) O que você mandou eu fazer… Está feito! LYNN – (SORRI) Mentira? TRUDIE – Coloquei em todos os veículos de comunicação da cidade, inclusive no Facebook da Academia. ALLEGRA – (ESTRANHA) Do que estão falando? LYNN – (PARA ALLEGRA) Você está do meu lado o não está? ALLEGRA – Bom, eu acho que estou... LYNN – Ótimo! (SEGURA A PERNA DELA) Vamos dominar o mundo, garota. E Allegra olha para Lynn, amedrontada. Close em Lynn, com um sorriso maquiavélico no rosto. FADE OUT. |
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3x05 - DOCE VINGANÇA |
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CENA 2. DELEGACIA DE NOVA ORLEANS. SALA DO XERIFE. INTERIOR. DIA. Judy coloca uma foto de Harmony em cima da mesa do xerife, ao lado das fotos de Carry, Tatum e Beverly. Paul está sentado em sua poltrona, com os braços sob a mesa, preocupado. Catherine em pé, na frente dele, andando de um lado pro outro. CATHERINE – Nós precisamos contar a elas xerife. As meninas da Academia precisam saber da motivação do assassino para se protegerem dele. PAUL – Não, sem chances Catherine. Você tem ideia do que essa informação pode causar? Vai ser um pandemônio! CATHERINE – Eu ainda acho essa sua ideia errada. PAUL – Está decidido, vai ser melhor assim. Vou colocar quantos policiais eu puder no campus da universidade. Quero ver esse louco atacar novamente. CATHERINE – A situação está desesperadora, xerife. Primeiro ele ataca eu e Dewey, agora assassina a professora Harmony. O que será a seguir? Atacar contra o senhor? PAUL – Eu nunca lidei com um cara desses antes. CATHERINE – Graças a Deus Dewey sobreviveu e está se recuperando no hospital. Ele finalmente acordou essa manhã e conseguiu dizer três palavras. PAUL – Isso é um verdadeiro milagre na condição dele. CATHERINE – Dewey teve sorte da facada não ter atingido nenhum órgão. PAUL – Vou visitá-lo hoje a noite. Espero poder falar com ele. CATHERINE – Não precisa xerife, sei que é um homem bastante ocupado. Dewey vai entender que está envolvido nas investigações. PAUL – Eu devo isso ao Dewey. CATHERINE – Vocês são muito amigos, não são? PAUL – (CONCORDA) A muitos e muitos anos. CENA 3. ACADEMIA MISS LAVEAU. SALA DE AULA. INTERIOR. DIA. Uma professora morena, alta, escreve alguma coisa no quadro negro. Maureen e Ashley estão sentadas na fileira da frente, uma ao lado da outra. Atrás delas, estão sentadas Trudie e mais outras duas meninas. Enquanto a professora escreve, Maureen ouve risadas vindas de trás e olha para Ashley, entediada. Trudie está mostrando algo para as duas meninas no celular e elas olham pasmas para Maureen. Maureen vê que as outras alunas da sala também estão com seus celulares e olham pra ela. Irritada, Maureen se vira para Trudie. MAUREEN – Do que está rindo, hum? É alguma piada? Por que se for eu quero ouvir. TRUDIE – Só se a piada for você, querida. MAUREEN – (PASMA) O que? E Maureen pega o celular das mãos de Trudie. Um vídeo da briga dela e de Allegra está sendo exibido. Maureen põe a mão na boca, recolhe seus materiais e sai da sala. TRUDIE – Ei, vadia, meu telefone! Ashley estranha a atitude de Maureen e também sai da sala. CENA 4. ACADEMIA MISS LAVEAU. PRÉDIO. CORREDOR. INTERIOR. DIA. Maureen escorada contra a parede, chorando. Ashley ao lado dela, tentando consolar sua amiga. MAUREEN – Isso foi coisa da Lynn! Só pode ser! Pra me expor, me envergonhar mais do que eu já sou! Vaca! ASHLEY – Não fica assim Maureen, é só um vídeo. MAUREEN – É só um vídeo? É a minha vida Ashley! Se não bastasse todos esses crimes eu ainda tenho que aguentar a traição que eu sofri e a perseguição da Lynn. ASHLEY – Ela acha que os crimes acontecem por sua culpa. MAUREEN – E o que eu posso fazer se aquela foi a minha história? Eu não me orgulho dela, Ashley. Eu queria esquecer! Queria nunca ter vivido! ASHLEY – Então não chore. Ela quer é isso, que você fique pra baixo. É por isso que ela faz essas coisas. MAUREEN – (LIMPA AS LÁGRIMAS) Está certo, não vou chorar mais. ASHLEY – Eu estou aqui Maureen. Eu sou sua amiga de verdade e sempre fui. E sempre vou ser. Você vai passar por cima de tudo isso, e todos os dedos que hoje apontam e riem de você, vão se virar. Acredita em mim. MAUREEN – Eu tenho certeza que a Allegra está junto da Lynn nessa. Lynn não perderia a chance de jogá-la ainda mais contra mim. ASHLEY – Você já está pirando Maureen, acho melhor irmos comer alguma coisa. Vamos na lancheria ali da frente, vem. MAUREEN – (SE ANIMA) Ah, mas eu vou. Eu vou mesmo. Certeza que as vadias estarão lá, quer apostar? ASHLEY – Chega de briga! Por favor! MAUREEN – E quem disse que eu quero brigar? Já fiz o que tinha que fazer contra a Allegra. Mas que eu não vou deixar barato essa história de vídeo, ah eu não vou. E Maureen sai. Ashley revira os olhos e vai atrás dela. CENA 5. ACADEMIA MISS LAVEAU. LANCHERIA. INTERIOR. DIA. O local é amplo e com diversas mesas espalhadas no centro. Há um enorme balcão com os mais diversos quitutes e bebidas. Allegra, Lynn e Trudie estão sentadas em uma das mesas. TRUDIE – Vocês precisavam ver o escândalo que a Maureen deu quando viu que todas estavam rindo dela. Ela ficou louca! Saiu furiosa. LYNN – Isso é pouco do que eu vou fazer pra tirar ela daqui. Escrevam o que eu tô dizendo, Maureen Prescott vai sair o mais rápido possível da Academia! ALLEGRA – Garotas, vocês realmente acharam bacana soltar aquele vídeo na internet? LYNN – Mas é claro! É isso que meninas como nós fizemos Allegra. Destruímos a vida das outras de uma maneira baixa. Nesse caso, baixíssima. Por que, está arrependida? ALLEGRA – Eu não sei... É que eu não me sinto confortável em sair humilhando as pessoas. TRUDIE – Já vi que terá muito a aprender. LYNN – Allegra, você está com a gente ou não está? ALLEGRA – (NERVOSA) Eu? Estou sim! LYNN – Então vai ter que aprender a jogar com as nossas regras, senão vai acabar pior do que entrou. Do mesmo jeito que eu posso te dar tudo, eu posso te tirar tudo. ALLEGRA – Você me assusta. LYNN – Que bom, é melhor assim. Maureen e Ashley entram na lancheria. Elas olham em volta para tentar encontrar onde as meninas estão. Trudie as vê e aponta para Lynn. LYNN – Olha quem chegou. Lynn se vira e vê Maureen. Maureen as encontra e olha com fúria para Lynn. LYNN – Eu acho que tem alguém realmente irritada. E Maureen vai andando até a mesa delas. Ashley vem atrás. Maureen chega até a mesa e as encara. Allegra baixa a cabeça, morta de vergonha. MAUREEN – Então é aqui o covil, hum? O local onde as piranhas se escondem? LYNN – Não querida, piranhas são você e sua amiga aí. E nem me venha com xingamentos chulos por que eu tenho classe e não saio por aí armando barraco nos corredores. MAUREEN – (PARA ALLEGRA) E você, hum? Está cooperando com isso? Você está do lado dessas duas? ALLEGRA – (ENCARA) Você disse que não era mais minha amiga. MAUREEN – E você sabe muito bem por que. Por que você estava trepando com o meu namorado. Mas isso não te dá o direito de se unir a elas, sua idiota. Elas vão te usar pra me atingir, Allegra. ALLEGRA – E qual o problema disso? Eu não esqueci dos socos que você me deu. TRUDIE – Acho melhor vocês darem o fora. ASHLEY – Nós vamos sim, não se preocupe! MAUREEN – Então será assim Allegra? Você mudou de time? De equipe? ALLEGRA – Mudei sim. MAUREEN – Ok, que assim seja. Espero que elas te protejam da próxima vez que alguém te atacar. ALLEGRA – Eu nunca te pedi nada. MAUREEN – (APONTA) Você é mau caráter, garota. É mesquinha. A meia hora atrás eu estava pensando em vir até você e pedir desculpas, concordando que o que aconteceu entre você e Rex foi um erro. Eu iria passar por cima disso por que gostava de você pra valer. Mas agora, com esse vídeo e essas suas novas amigas, eu percebo que nunca deveria ter me aproximado de ti. Sua nojenta, hipócrita de merda. Eu torço pra que seja atacada novamente, mas dessa vez que morra. O mundo não precisa de criaturas feito você. E Maureen dá de costas, indo embora. Ashley sorri para as três e também sai. Close em Allegra, perplexa. CENA 6. ACADEMIA MISS LAVEAU. CAMPUS. EXTERIOR. DIA. Maureen está sentada debaixo de uma árvore, pensativa. Ela percebe que há uma sombra se aproximando por trás e se vira. Maureen encontra Rex e eles se encaram por alguns segundos. MAUREEN – (SE LEVANTA) O que você está fazendo aqui? REX – Eu vim pra falar com você. MAUREEN – Mas eu não quero falar com você. Por favor, vá embora. REX – Maureen... MAUREEN – (POR CIMA) Chega Rex. Chega! Se você for começar com mentiras, é melhor que pare. REX – Eu soube do vídeo, soube do que aconteceu... Por favor, você tem que ouvir a verdade da minha boca. MAUREEN – (IRÔNICA) Que verdade? Que você transou com uma das minhas amigas quando ainda se dizia apaixonado por mim? REX – Allegra foi um erro. Ela nunca quis fazer isso. Ela sempre disse que vocês eram amigas. Fui eu quem investi, eu que a agarrei. Ela é inocente. MAUREEN – Eu vi pelo vídeo. REX – A questão é que eu estava carente, você havia me mandado embora e essa foi a maneira que eu achei de extravasar. Foi um erro, eu admito. MAUREEN – Que bom que você admite. Agora não apareça mais na minha frente. REX – A partir do momento que você me disse que queria se afastar, eu achei que não quisesse mais nada comigo. MAUREEN – Como você é falso Rex. Você realmente é tudo que sempre diziam de você. Esnobe, aproveitador, galanteador. Me arrependo amargamente do instante em que te beijei naquela festa da Fraternidade. Se isso não tivesse acontecido, Tatum jamais teria morrido. Eu teria a protegido. REX – Eu te amo. MAUREEN – (DÁ RISADA) Ah meu Deus, uma piada? Vai contar pra outra idiota. Por que eu não caio mais no seu papo. Eu gostei de você, fiquei irritada pelo fato da Allegra ter me traído contigo. Mas agora, te acho um nojento escroto. REX – Eu não vou desistir de você. MAUREEN – Entenda uma coisa Rex: pra mim, você morreu. Eu não vou chorar por você, se é o que você quer. Não chorei nem pela morte do pai do meu filho, chorarei por sua culpa? (SORRI) Você nunca chegará aos pés dos homens que Henry e Lucas foram na minha vida. Você é apenas mais um que eu beijei nesse tempo todo. REX – Você nunca foi tão fria como agora. MAUREEN – Eu estou cansada Rex. Cansada de decepções, de assassinatos, cansada de chorar pelo que não vale a pena. Você e Allegra não existem mais pra mim. E por favor, eu espero que essa seja a última vez que eu olhe na sua cara na vida. Você já me causou danos demais. REX – (SEGURA ELA) Não vá. MAUREEN – (SE SOLTA) Não me toque. Maureen vai embora. Rex põe as mãos na cintura e deixa uma lágrima escorrer, bastante arrependido. REX – Isso não vai terminar assim. Você vai ser minha. Custe o que custar. Não vou desistir tão fácil assim. CENA 7. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. FRENTE. EXTERIOR. NOITE. Plano geral do hospital. CENA 8. HOSPITAL DE NOVA ORLEANS. QUARTO. INTERIOR. NOITE. Catherine sentada numa poltrona ao lado da cama de Dewey, que continua dormindo, lendo um livro. O celular dela começa a tocar e ela atende. CATHERINE – Sim? (SORRI) Hannah! Que bom ouvir a sua voz, menina. A quanto tempo! (PAUSA) É, é verdade. Como estão as coisas aí em Endless Town? (SORRI) Que ótimo. E Christopher, está bem? (PAUSA) Graças a Deus. (SUSPIRA) As coisas aqui que andam um tanto difíceis. Você deve estar acompanhando pelos noticiários. Está acontecendo novamente. (PAUSA) O Dewey ele... Ele está bem, fique tranqüila. Mas foi muito grave, podíamos ter perdido ele. (PAUSA) Hannah, você não precisa largar tudo e vir para cá, ele está se recuperando. (PAUSA) Claro que eu ligo trazendo mais notícias na medida do possível. Viu, fique sossegada. Não vou deixar que ele nos tire o seu pai. Eu prometo. (PAUSA) Ok, a gente se fala então. Fica bem, amada. Um beijão. (PAUSA) Tchau. E Catherine desliga. Ela se levanta e olha para Dewey, penalizada. CENA 9. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. RECEPÇÃO. INTERIOR. NOITE. Catherine caminha até a recepção para falar com a atendente, que está no telefone. Catherine aguarda ela terminar. A moça desliga o telefone e se vira para Catherine. RECEPCIONISTA – Sim? CATHERINE – Você pode me dizer se vai demorar muito até a enfermeira ir no quarto 402? É que preciso descer um instante e não quero deixar meu marido sozinho. RECEPCIONISTA – (SECA) Não posso informar. CATHERINE – (OLHA EM VOLTA) Por isso que esse lugar anda desse jeito. Além de feio, tem pessoas grossas como você para atender e gente (BATE NO BALCÃO) Fui. E Catherine sai do hospital. A recepcionista balança a cabeça negativamente. CENA 10. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. ESTACIONAMENTO. Catherine caminha em direção ao seu carro, que está no fundo do local. Um outro carro sai de sua vaga e quase atropela Catherine, que sai do caminho e mostra o dedo do meio pro motorista. CATHERINE – (GRITA) Aprende a andar, mulherzinha! O motorista buzina para ela e sai do estacionamento. Catherine vai se aproximando de seu carro e coloca as mãos nos bolsos. CATHERINE – Onde está a chave? Catherine põe a mão na testa, irritada. CATHERINE – Merda, deixei a porcaria da chave no quarto. (SE ENCOSTA NO CARRO) Me ajude, Senhor. E cansada, Catherine vai saindo do estacionamento para voltar ao hospital. CENA 11. ACADEMIA MISS LAVEAU. DORMITÓRIO. INTERIOR. NOITE. Maureen sai do banheiro de roupão e cabelos molhados. Ela pega o controle da TV em cima do sofá e liga o aparelho. MAUREEN – (SE SENTA NO SOFÁ) Onde está a maldita Ashley? Batem na porta. Maureen se levanta e vai atender. Quando ela abre, dá de cara com Allegra. As duas se encaram. MAUREEN – O que quer aqui? ALLEGRA – Vim pegar umas coisas minhas que ficaram no guarda-roupa. Posso? Maureen concorda e dá passagem para Allegra entrar. Maureen fecha a porta e cruza os braços. Allegra vai até o guarda-roupa e procura algumas coisas. MAUREEN – Pegue o que quiser, não quero mais nada seu aqui. Sua estadia foi mais rápida do que a nossa amizade. ALLEGRA – (SE VIRA) Você realmente quer fazer isso? Por um homem? MAUREEN – (CORTA ELA) Já encontrou o que queria? ALLEGRA – (PEGA ALGUMAS ROUPAS) Sim, obrigada. Maureen abre a porta e aponta a saída para ela. MAUREEN – Saia. Allegra concorda e sai. Antes de sair, ela se vira para falar alguma coisa, mas Maureen bate a porta na cara dela. Maureen se joga em sua cama e deixa escorrer umas lágrimas. MAUREEN – Por que eu ainda gosto dessa vadia... por que... Close em Maureen. CENA 12. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. CORREDOR. EXTERIOR. NOITE. O elevador abre e Catherine sai, com as mãos nos bolsos. Ela olha em volta e vê que o local está totalmente vazio. CATHERINE – (ESTRANHA) Onde estão todos? Ela dá de ombros e vai caminhando até a porta do quarto de Dewey. CENA 13. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. QUARTO. INTERIOR. NOITE. Catherine põe a mão na maçaneta e abre a porta. Quando ela entra no quarto, vê uma figura vestindo roupas pretas na ponta da cama de Dewey, segurando um travesseiro contra o rosto dele. Catherine arregala os olhos. CATHERINE – (ALTO) Mas o que é isso? A pessoa se vira assustada e Catherine vê que é o palhaço assassino. Catherine dá um grito de horror. O palhaço larga o travesseiro e retira um canivete do bolso. Ele vai pra cima de Catherine, que desvia. O palhaço retorna e Catherine joga vários instrumentos de cirurgia pra cima dele. CATHERINE – (BERRA) Socorro! Catherine pega um tripé de iluminação e atinge o palhaço na barriga. Ele cai no chão e ela sai do quarto correndo. CENA 14. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. CORREDOR. INTERIOR. NOITE. Catherine sai correndo pelo corredor, desesperada, e tropeça nos próprios pés, caindo no chão. O palhaço sai do quarto de Dewey, a vê no chão e se joga pra cima dela. Catherine dá um grito, dá uma cotovelada no rosto dele e consegue se levantar. Ela sai correndo e dobra para outro corredor. Corta para Catherine correndo até dois enfermeiros, que estão conversando perto de uma porta. CATHERINE – (NERVOSA) Pelo amor de Deus, vocês precisam me ajudar! Ele vai matar o Dewey! Eu sei que vai! ENFERMEIRO – Do que você está falando? CATHERINE – Rápido! E Catherine retorna ao corredor do quarto de Dewey. Os enfermeiros se olham e vão até ela. CENA 15. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. QUARTO. INTERIOR. NOITE. Catherine aparece na porta do quarto de Dewey, vê tudo revirado, mas apenas ele está lá, deitado na cama. Ela entra e se aproxima de Dewey. Os enfermeiros vem em seguida. ENFERMEIRO – O que aconteceu aqui? E Catherine se vira para ele, atônita, sem saber o que responder. CENA 16. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. FRENTE. EXTERIOR. NOITE. CLOSE no furgão da emissora de Catherine estacionado no outro lado da rua do hospital. Duke abre a porta do furgão e sai, apreensivo. Ele olha para os lados para saber se está sozinho e tira um maço de cigarros do bolso. Duke acende um dos cigarros e fuma, extasiado. Ele solta a fumaça e dá uma risada. DUKE – É disso que eu estava falando! Duke dá mais uma tragada e não percebe que o palhaço assassino está se aproximando por detrás dele. Quando Duke se vira, vê o assassino e deixa o cigarro cair. DUKE – Oh Deus! E o palhaço o joga para dentro do furgão, entra e fecha a porta. Ouve-se barulho de objetos caindo e gemidos de dor. O furgão vai balançando até que Duke bate com a cabeça no vidro e a câmera foca em sangue escorrendo por debaixo da porta do veículo. A porta do furgão se abre e acompanhamos os sapatos pretos do assassino descendo do furgão e saindo pela calçada. CENA 17. ACADEMIA MISS LAVEAU. PRÉDIO. EXTERIOR. NOITE. Sonoplastia: Fake Plastic Trees – Radiohead. Maureen sentada na escada que dá acesso ao prédio dos dormitórios. Pensativa, ela olha pelo campus e vê três policiais fazendo vigia no local. Allegra sai do prédio e se senta ao lado dela. Maureen olha para ela e as duas ficam em silêncio. MAUREEN – Não sei se você percebeu, mas... Eu estou sozinha. E quero ficar sozinha. ALLEGRA – Eu te vi lá de cima e achei que deveria descer pra conversar. MAUREEN – Não tenho nada pra conversar com você. Tudo que eu tinha pra falar eu já falei. E falei até demais. ALLEGRA – Não Maureen. Dessa vez eu quero que você fique calada e apenas me escute. MAUREEN – Ok, vá em frente. Vamos ver se vale a pena. ALLEGRA – Eu preciso te pedir desculpas. MAUREEN – (ESPANTO) Desculpas? ALLEGRA – É. MAUREEN – (SORRI) E pelo que você está se desculpando? ALLEGRA – Pelo que aconteceu, você sabe, entre eu e Rex. O que eu fiz foi totalmente errado. Eu coloquei uma coisa tão importante, como nossa amizade, a prova por causa de um homem que pra mim não significa nada e nunca significou. MAUREEN – (CONCORDA) É, eu sei disso. ALLEGRA – E você não sabe o quanto eu me arrependo de ter transado com ele. Foi um terrível erro. MAUREEN – Pense pelo lado bom, agora ninguém vai querer te matar. ALLEGRA – (NÃO ENTENDE) Por que? MAUREEN – (RI) Nada. ALLEGRA – Então... Eu não vim aqui pedir que nos tornemos amigas novamente por que eu acho que isso jamais vai acontecer. Eu só quero pedir desculpas mesmo. MAUREEN – Ok, vai, eu também preciso pedir desculpas pelas atitudes. Bater em você foi um erro, e eu me arrependo, apesar de ter adorado na hora. ALLEGRA – Você bate bem... MAUREEN – Eu sei. (SUSPIRA) Talvez eu não deveria ter ficado tão irritada pelo fato de você ter se envolvido com o Rex até por que eu e ele não tínhamos nada. Na real, nunca tivemos. Fui egoísta. Você tem o direito de trepar com quem quiser e bem entender. ALLEGRA – Ele é ruim de cama. MAUREEN – (CONCORDA) Pois é. Ouvi dizer que pelo menos o pinto é grande. ALLEGRA – Lenda urbana. E as duas caem na risada juntas. Maureen se controla e olha para Allegra. MAUREEN – Nos conhecemos a tão pouco tempo e já vivemos tantas coisas. ALLEGRA – É por isso que eu não posso mais conviver com esse sentimento ruim dentro de mim. Eu gosto de você e você não sabe como me senti culpada. MAUREEN – Eu também gosto de você, garota. Você me lembra eu mesma a dois anos atrás. Uma menina tímida, cheia de desejos, mas ao mesmo tempo tendo de enfrentar tantas coisas difíceis. ALLEGRA – Eu sinto que desde o assassinato da Carry não sou mais a mesma. Tento não me tornar fria, tento preservar o pouco de bondade que ainda resta dentro de mim. MAUREEN – Quer saber... O que você disse antes, de achar que não podemos ser amigar novamente... Por que não? ALLEGRA – Você fala sério? MAUREEN – Falo. (PAUSA) Quer ser amiga novamente? ALLEGRA – Eu adoraria. Mas as pessoas... Elas vão falar da gente. Vão debochar da nossa casa. MAUREEN – Quem se importa com que os outros pensem? Nós sabemos a verdade. É o suficiente, amiga. E as duas ficam observando todo o campus da Academia. A câmera vai abrindo e mostra um plano geral das duas sentadas na escada do prédio. CENA 18. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. QUARTO. INTERIOR. NOITE. Uma enfermeira fazendo uma injeção no braço de Dewey. Catherine em volta, ainda alarmada. ENFERMEIRA – O seu marido está bem, sorte dele você ter retornado a tempo. Ele poderia estar morto. CATHERINE – Não sei como esse psicopata conseguiu entrar aqui sem ser visto. O hospital não tem câmeras? ENFERMEIRA – Ter até tem, mas as desse andar estão em manutenção. CATHERINE – (CRUZA OS BRAÇOS) Clichê. ENFERMEIRA – (NÃO ENTENDE) O que? CATHERINE – (SORRI) Nada. O celular de Catherine vibra. Ele tira do bolso e vê que recebeu um SMS privado. Catherine se afasta da enfermeira e abre a mensagem. Close na tela: “Você ainda não sabe com quem se meteu, vadia. Venha até o outro lado da rua e veja o presente que deixei pra você”. Close em Catherine, assustada. Ela olha para a enfermeira e, sem dizer nada, sai do quarto. CENA 19. HOSPITAL ESTADUAL DE NOVA ORLEANS. FRENTE. EXTERIOR. NOITE. Catherine sai do hospital e caminha até a calçada. Ela olha para o outro lado da rua e vê o furgão da emissora estacionado alguns metros atrás. Nervosa, ela espera uma ambulância passar e atravessa. Catherine sobe na calçada e caminha rapidamente até o furgão. Quando Catherine chega, vê sangue escorrendo pela porta e arregala os olhos. CATHERINE – Duke? Catherine põe a mão na porta e decide abrir. Ela respira fundo e abre. CLOSE no corpo de Duke morto dentro do furgão, com os órgãos internos todos para fora e rosto ensanguentado. Catherine põe as duas mãos no rosto e dá um grito de horror. FADE OUT. SOBEM OS CRÉDITOS. |
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