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CAPÍTULO 11 | ||
CENA 01. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. EXT. NOITE. Continuação do capítulo anterior. Marilu intima Lívia. MARILU: - Eu quero saber de você longe do Tarcísio. Está ouvindo? LÍVIA: - Mas que história é essa? Quem é você pra falar assim comigo? MARILU: - Eu sou a mulher dele. E eu sei muito bem que você tem dado em cima do meu marido. LÍVIA: - Desculpa, mas você está completamente enganada. Eu não dei em cima de ninguém! Aqui é o meu local de trabalho, e assim como eu respeito isso, quero que você respeite também. Se não for pedir muito, queira se retirar. Marilu se aproxima de Lívia. As duas ficam cara a cara. MARILU: - Se eu souber que você e o Tarcísio estiveram juntos novamente, você vai se ver comigo. Espero ter sido bem clara. Marilu se afasta. MARILU: - Ah, e que o Tarcísio não saiba que eu estive aqui. Essa conversa fica só entre a gente. Bom trabalho. Marilu sai. Lívia fica apreensiva. LÍVIA: - Meu Deus do céu! E agora, o que eu faço? CENA 02. PENSÃO BEM QUERER. SALA. INT. DIA. Alaíde e Rosa sentadas no sofá, conversando enquanto tomam um chá. ALAÍDE: - A Lívia chegou aqui trazida pela Carla, outra moradora da pensão. ROSA: - Mas ela veio de onde? ALAÍDE: - Do Rio de Janeiro. A Carla disse que ela estava passando por um momento difícil, de muita dificuldade, com o filho pequeno pra criar. E de cara a gente viu que ela era uma boa pessoa. Logo tratou de procurar emprego, de dar um jeito na vida. ROSA: - Sei. Mas, o que ela fazia no Rio de Janeiro? ALAÍDE: - Não sei. Aliás, nunca perguntei isso pra ela. Mas acredito que deva ter trabalhado como doméstica, algo parecido. Porque ela não tem experiência em comércio, essas coisas. Ela mesma disse. Oscar chega da rua junto com Pedro, que toma sorvete. ALAÍDE: - Oscar, dando sorvete pra ele! Já está todo lambuzado! OSCAR: - Deixa ele se lambuzar, Alaíde. É criança, tem que aproveitar! Como vai, Rosa? ROSA: - Tudo bem Oscar, e você? OSCAR: - Tudo indo. Fui dar uma volta com esse garotão aqui. Aproveitei e passei em frente aquela escolinha aqui do bairro. Estão com vagas. Quando a Lívia chegar, vou dizer pra ela dar uma olhada. ALAÍDE: - Fez bem, Oscar. Criança nessa idade tem que estar na escola, aprendendo. Convivendo com outras crianças. OSCAR: - Bom, vou deixar vocês duas conversarem em paz. (a Pedro) Vamos lá pra dentro, Pedro? Vou te mostrar os brinquedos de quando o Jonas era criança! Vem, vem! Oscar leva Pedro, animado, para dentro. Rosa e Alaíde ficam a sós novamente na sala. ALAÍDE: - O Pedro é um menino muito querido, educado. Não incomoda em nada. Mas criança precisa da escola, não pode ficar só em casa. ROSA: - E o pai dele, Alaíde? ALAÍDE: - Ih, o pai parece que abandonou a coitada da Lívia ainda grávida e caiu no mundo. Nunca mais deu notícias. E ela, órfã, teve que cuidar do garoto sozinha. ROSA: - Nossa... História sofrida a dela. Agora eu acredito que mais do que nunca, eu preciso estar perto, para não deixar que ela sofra ainda mais. ALAIDE: - Só toda cuidado, Rosa, pra fazer tudo do jeito certo, com calma. E por favor, ela não pode saber que te contei isso tudo. É uma parte triste da vida dela, ela nem gosta de ficar comentando assim. ROSA: - Eu tomarei cuidado, pode ficar tranquila. E ela não vai saber da nossa conversa. Alaíde assente com a cabeça. CENA 03. ESCRITÓRIO ALFREDO. INT. DIA. Alfredo analisa alguns relatórios entregues por Breno. BRENO: - E então Alfredo, como estão? ALFREDO: - Muito bons, Breno. Parabéns. Aprendeu agora como se faz. BRENO: - Depois do seu puxão de orelha, tive que tomar jeito. ALFREDO: - É assim mesmo que a coisa funciona. Eu vou agora encaminhar isso aqui para o Fórum e quando recebermos o retorno, você vai comigo. BRENO: - Tá bem. Precisa de mim para mais alguma coisa? ALFREDO: - Preciso. Já deve estar na sua mesa os documentos referentes a regularização daquele parque de diversões da zona norte. BRENO: - Sei qual é. ALFREDO: - Então, dá uma olhada, vê o que há pra fazer. Teremos uma reunião ainda hoje, no final da tarde com os proprietários do parque. BRENO: - Ok. Breno se retira. O telefone de Alfredo toca. Ele atende. ALFREDO: - Tarcísio, como vai? CORTA PARA CENA 04. AMARO. SALA TARCÍSIO. INT. DIA. Ele ao telefone com Alfredo. TARCÍSIO: - Tudo seguindo normalmente seu curso. ALFREDO (O.S): - A que devo a honra da ligação? TARCÍSIO: - Quero saber se poderemos marcar uma reunião, ainda hoje. Só nós dois, Alfredo.
CORTA PARA CENA 05. AMARO. CORREDOR. INT. DIA. Porta da sala de Tarcísio entreaberta. Paulo que vinha para entrar para por ali, fica à espreita, ouvindo a conversa. ALFREDO (O.S): - Claro, podemos sim. E qual seria o assunto? TARCÍSIO (O.S): - Além do meu divórcio com a Elizabeth, quero falar sobre o meu testamento. CLOSE na expressão interessada de Paulo. ALFREDO (O.S): - Seu testamento?! TARCÍSIO (O.S): - Sim, meu testamento. Sei que ainda é cedo para tratar disso, mas, eu já quero providenciar tudo. Pensei muito nos últimos dias e quero incluir uma pessoa nesse testamento. ALFREDO (O.S): - Certo. Eu tinha uma reunião marcada para o final da tarde, mas o Breno pode resolver os assuntos pra mim. Deixo o horário reservado pra você, aqui no escritório. Assim podemos conversar em paz. TARCÍSIO (O.S): - Está bem. Estarei aí então. Grande abraço. Paulo desiste de entrar, volta para o corredor. PAULO: - Ele vai incluir alguém no testamento... Marilu! CENA 06. BOTECO. INT. DIA. Paulo e Marilu se encontram. MARILU: - Não tinha um lugar mais caído pra me encontrar não? PAULO: - Não, não tinha. E eu só te liguei porque o assunto que eu tenho pra tratar com você, é urgente. E eu não posso demorar. MARILU: - Tá, então fala logo. PAULO: - Acabei de ouvir uma conversa do Tarcísio com o advogado dele, o Alfredo. MARILU: - E daí? PAULO: - E daí que o Tarcísio marcou com ele uma reunião hoje para tratar da separação dele e da Elizabeth. MARILU: - Até que enfim o Tarcísio vai agilizar isso logo. PAULO: - Mas o melhor você não sabe. O Tarcísio vai tratar também sobre o testamento dele. MARILU (surpresa): - Testamento?! Que história é essa?! Me explica isso direito, Paulo! PAULO: - O Tarcísio tem um testamento e parece que hoje, nessa reunião com o Alfredo, ele vai fazer algumas alterações no documento. E entre as principais alterações está a inclusão de uma nova pessoa para receber a herança. MARILU: - Eu não acredito! Essa pessoa só pode ser/ PAULO: - Você, Marilu! É óbvio! MARILU: - Eu não acredito!!! Tá tudo conspirando a meu favor, hoje! Acredita que eu fui lá no restaurante? PAULO: - Você foi no Europa-Brasil? MARILU: - Fui lá ver quem é a vadia que tá de olho no Tarcísio. Mas coitada, não fede nem cheira. Mesmo assim já mandei ela ir pastar. E agora você me vem com a notícia de que o Tarcísio quer incluir uma pessoa no testamento dele! Gente, eu só posso estar sonhando. PAULO: - Mas vai acordar com o sonho em realidade, Marilu. É a nossa chance de colocarmos a mão na grana do Tarcísio! MARILU: - Nossa, não! A minha chance. Não esquece. E outra, o testamento só será válido quando ele morrer. O que eu preciso agora é casar logo com ele. Assim eu posso usufruir de tudo ainda mais cedo. PAULO: - Tem razão. Vamos seguir com o nosso plano. Mas pelo menos a gente já tem a segurança do seu nome naquele documento de ouro! Paulo e Marilu vibram. CENA 07. AGÊNCIA ÔNIX. SALA MARCOS. INT. DIA. Rafael e Marcos conversam. RAFAEL: - Consegui tirar um tempo e vir aqui pra falar com você. MARCOS: - Claro. Diz aí o que é? RAFAEL: - É só pra te adiantar o serviço. A Amaro tá planejando a nova coleção das jóias que vão para a Europa daqui a alguns meses. E estamos procurando a agência pra fazer a publicidade da coleção. Vim aqui pra saber se você aceita ser a minha indicação. MARCOS: - Rafa! Mas é claro que sim, cara! Poxa, você acha que eu ia recusar uma conta como a da Amaro, uma das maiores empresas do país?! Tá louco! Aceito sim, com certeza! RAFAEL: - Que bom, Marcos. Fico feliz. A gente vai marcar a reunião da direção para acertar os detalhes. Você será avisado para pegar o briefing da empresa e mostrar o seu projeto. MARCOS: - Pode contar comigo sim. Os dois se cumprimentam. Marcos vai até a mesinha no canto. MARCOS: - E aí, quer um café, um suco? RAFAEL: - Um café tá bom. (senta-se no sofá) MARCOS (serve o café): - E aí, quando vai ser o casório? RAFAEL: - Calma meu amigo, calma. Tem tempo ainda. MARCOS (retorna, entrega o café p/ Rafael): - Sei que tem tempo, to zoando. Mas a Beatriz também sabe desse tempo? (senta-se na poltrona) RAFAEL: - Acho que sabe. Tá cedo ainda né? Recém assumimos o compromisso. Vamos curtir um pouco isso e depois, bem depois, pensamos em casar. MARCOS: - Cara, você tá parecendo que tá fugindo do altar assim como diabo foge da cruz. RAFAEL: - Não é fugir, Marcos. Eu quero casar, quero mesmo. A Beatriz é uma mulher especial, única. Mas a questão é que eu quero tudo no seu tempo, sabe? Sem atropelar as coisas. MARCOS: - Te entendo. RAFAEL: - Vamos ver como vai ser daqui da frente. Eu to apostando nessa relação. Talvez nem tanto quanto ela, mas eu estou. MARCOS: - E será que dá certo um se entregando mais do que o outro? Rafael não responde. Fica um silêncio na sala. MARCOS: - Ao contrário de você, eu estou num mar de rosas. Não vejo a hora de chegar o momento do altar. RAFAEL: - Como assim?! Tá apaixonado é? MARCOS: - Completamente, perdidamente, nas nuvens, Rafa. Conheci uma mulher linda, espetacular. Carinhosa, inteligente, bem sucedida. RAFAEL: - Nossa, que coisa boa, Marcos! Fico feliz por você. MARCOS: - Valeu mesmo. RAFAEL: - E dona Onira, o que achou da nora? MARCOS: - Ela ainda não conhece. Mas vai conhecer em breve. Vamos fazer como você. Tudo no seu tempo. Os dois riem. CENA 08. NOVA YORK. PRÉDIO ELIZABETH. HALL. INT. DIA. Elizabeth passa pelo hall do prédio, quando o porteiro lhe entrega uma correspondência que chegou. Beth lê a carta, abre um sorriso. Agradece ao porteiro e segue para o seu apartamento. CENA 09. ESCRITÓRIO ALFREDO. INT. DIA. Ele entrega para Tarcísio uma pasta com os papéis do divórcio. ALFREDO: - Está tudo aí. Só peço que você leia com atenção, veja se está de acordo. Se estiver, é só esperar a Beth voltar de viagem e ela assina. TARCÍSIO (analisando os papéis): - Acho que está tudo bem sim. Acredito no seu trabalho. ALFREDO: - Obrigado. Mas mesmo assim ratifico, leia com atenção. Tem cláusulas importantes. Principalmente aquelas que envolvem os bens. TARCÍSIO: - Já que insiste, levarei para o hotel e lerei tudo com calma, pode ser? ALFREDO: - Claro, pode. Amanhã mesmo, se quiser, pode me dar o retorno. TARCÍSIO: - Ok. Agora o que eu quero falar com você também é sobre o meu testamento. ALFREDO: - Confesso que fiquei surpreso quando você tocou nesse assunto. Você ainda é um homem novo, Tarcísio. TARCÍSIO: - Mas não se esqueça que eu sou rico, Alfredo. E um dos mais ricos do país. Nesse mundo violento, qualquer coisa pode acontecer. Deus queira que não. Mas eu ultimamente tenho estado preocupado com o futuro dos meus filhos. ALFREDO: - Entendo. Mas você falou que queria incluir mais um nome no testamento. É isso mesmo? TARCÍSIO: - É sim. ALFREDO: - Tarcísio, testamento é coisa séria. TARCÍSIO: - Eu sei, Alfredo. Por isso mesmo que quero fazer isso. Essa pessoa que vai entrar no testamento, é uma pessoa que merece uma nova oportunidade na vida. Tenho certeza de que estou fazendo a coisa certa. ALFREDO: - E quem é essa pessoa? TARCÍSIO: - Antes, só peço que você me prometa que essa história não sairá daqui de dentro. ALFREDO: - Tarcísio, todos os nossos assuntos só dizem respeito a você e eu. Aliás, tudo que envolve o testamento, deve ser mantido em sigilo absoluto. Pode ficar sossegado com relação a isso. TARCÍSIO: - Eu só falei isso porque essa pessoa não é da minha família, nem do nosso conhecido círculo de amigos. Conheci a pouco tempo para falar a verdade, mas ela é especial. Então não quero provocar nenhum alvoroço. ALFREDO: - Entendo. Só espero realmente que você esteja ciente de que está deixando parte do seu testamento para uma pessoa que, como você mesmo disse, conheceu a pouco tempo. Estamos falando de dinheiro, seu patrimônio, Tarcísio. TARCÍSIO: - Eu sei disso. Mas eu tenho certeza de que isso será para o bem dela. E para o meu também. ALFREDO: - E como se chama essa pessoa? TARCÍSIO: - Lívia Ribeiro da Silva. Em Tarcísio, decidido. CENA 10. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. NOITE. Kleber organiza as coisas no palco antes dos clientes chegarem. Lívia está sentada perto dele. KLÉBER: - Hoje, depois que eu sair daqui, ainda tenho outro lugar pra tocar. LÍVIA: - Vida de músico é agitada mesmo. KLÉBER: - Mas se não for, não vem grana. É cansativo, a noite desgasta. Mas se não for assim, fica complicado conseguir fazer um pé de meia. LÍVIA: - É verdade. De repente, o telefone de Lívia toca. Ela atende. LÍVIA: - Alô? (T) Oi Jonas! (T) Sim, posso falar. (T) Convite? (T) Cinema hoje? Ah, acho que posso sim. (T) Tá bom, te espero aqui então. (T) Abraço! (desliga o telefone) KLÉBER: - Cinema com o Jonas é? LÍVIA: - É, ele acabou de me convidar. Mas só como amigos! KLÉBER: - Eu nem falei nada! (risos) Mas falando sério agora, você mexeu com ele, Lívia. Desde que você chegou na pensão, Jonas tem estado muito diferente. LÍVIA: - Como assim, diferente? KLÉBER: - Mais sério, mais centrado. Deixou de ser um garotão pra começar a ser um homem. LÍVIA: - E isso tudo graças a mim?! Nossa, não sabia que eu tinha todo esse poder. KLÉBER: - A gente tem o poder de tomar o coração das pessoas e nem saber. O Jonas tá afim de você, tá na cara. Só falta saber se ele vai ser correspondido. LÍVIA: - Ai Kléber, agora você me colocou numa situação complicada. KLÉBER: - Complicada por quê? LÍVIA: - Porque eu to bem balançada, sabia? Não sei se eu gosto do Jonas o tanto quanto ele gosta de mim. KLÉBER: - Mas é bom então você decidir logo, pra não deixar pra mais tarde. Senão alguém pode acabar se machucando. Não só ele, mas você também. Kléber se afasta. Lívia fica pensativa. CENA 11. CASA ONIRA. QUARTO MARCOS. INT. NOITE. Marcos está organizando algumas coisas. Onira entra. ONIRA: - E então, como foi o dia hoje, meu filho? MARCOS: - Muito bom, mãe. Acabei recebendo um convite para montar um projeto de publicidade para a Amaro. ONIRA: - Nossa, que coisa boa! MARCOS: - Eu também fiquei super feliz. O Rafa é um amigão e eu acho que essa vai ser uma oportunidade muito boa da agência mostrar seu trabalho, crescer. ONIRA: - Com certeza vocês vão conseguir. O Rafael coloca vocês na jogada. MARCOS: - Mas não depende só dele, né mãe? Tem toda uma diretoria envolvida nesse processo. ONIRA: - E ele sendo praticamente dono da empresa não vai mandar nada lá dentro? Por favor, Marcos! Mas eu vim até aqui pra saber outra coisa. MARCOS: - Fala. ONIRA: - Você chegou um pouco tarde em casa ontem. Nem tivemos tempos de conversar. Eu estou curiosa! Quero saber como foi o jantar com a sua namorada misteriosa? MARCOS: - Namorada misteriosa? (risos) ONIRA: - Sim, namorada misteriosa! Você não me fala nada dessa mulher! Eu não sei nem o nome dela! MARCOS: - Calma, dona Onira. Na hora certa você vai conhecer a Adriana. ONIRA: - Hora certa? E quando vai ser isso? Quando eu estiver à sete palmos da terra? MARCOS: - Nossa mãe, como você é dramática. (risos) ONIRA: - Você ri é, mas eu não vejo graça nisso. Eu quero conhecer e logo essa tal de Adriana. A moça que tá virando a cabeça do meu filho. MARCOS: - Vamos fazer assim. Eu vou falar com ela e assim que ela puder, eu vou trazer ela aqui em casa para jantar com a gente. Pode ser? ONIRA: - Agora sim! Já melhorou. Mas quando é que ela vai poder? É muito ocupada é? MARCOS: - Um pouco. Ela é médica, então/ ONIRA: - Médica?! Que coisa boa! Mulher bem sucedida. Deve ter uma condição de vida muito boa. MARCOS: - Tem sim, mas não foi isso que me encantou nela não. Foi o caráter, a simpatia, a beleza, o carinho/ ONIRA: - Tá bom, tá bom, eu sei. Agora então é pensar num cardápio bem chique pra receber a minha nora. Médica! Onira sai do quarto animada. Em Marcos impressionado com a reação dela. CENA 12. HOTEL LUXO. QUARTO TARCÍSIO. INT. NOITE. Tarcísio está lendo os papéis do divórcio, quando alguém bate à porta. Ele guarda os papéis, atende a porta. É Marilu, que entra no apartamento. MARILU: - Já que você não me ligou hoje, tomei a iniciativa de vir aqui te ver. TARCÍSIO: - Tive um dia cheio hoje. MARILU: - Então eu acho que mereço um beijo de desculpas. Tarcísio se aproxima de Marilu, lhe dá um selinho. MARILU: - Pelo visto, seu dia foi cheio mesmo. Até o beijo foi sem graça. TARCÍSIO: - Desculpa, Marilu. É que hoje realmente/ MARILU: - Não tem problema. Senta aqui Leva Tarcísio até a cama. Ele senta-se. Ela fica atrás dele. Começa a massageá-lo. MARILU: - Eu sei bem como deixar você relaxado (massageando Tarcísio). Tá bom assim? TARCÍSIO: - Está. MARILU: - O que você acha, depois dessa massagem, da gente sair para jantar... No Europa-Brasil. TARCÍSIO: - No Europa-Brasil não. Podemos ir a outro lugar. MARILU: - Por que você não quer que eu vá lá, hein? Não quer que eu conheça a recepcionista bonitona, é isso? Tarcísio se choca. Levanta-se encarando Marilu. TARCÍSIO: - Do que você está falando? MARILU: - Daquilo que você está me escondendo, oras. TARCÍSIO: - Eu não estou te escondendo nada, Marilu. MARILU: - Então me leva lá no restaurante. Eu quero jantar lá com você. Afinal, eu sou ou não sou sua mulher? TARCÍSIO: - Eu quero ficar sozinho agora. (vai até a porta do quarto, abre) Por favor. MARILU: - Está me mandando embora, é isso? TARCÍSIO: - Por favor, Marilu! Marilu se aproxima de Tarcísio, ajoelha-se aos seus pés. MARILU: - Por favor, Tarcísio! Não me mande embora! TARCÍSIO: - Mas que drama é esse, Marilu?! MARILU: - Não é drama! É amor! Eu amo você, amo muito! Eu só quero é ter um momento de paz, de amor ao seu lado, só isso. TARCÍSIO (levanta Marilu): - Eu entendo. Mas agora eu não posso fazer isso. Não quero brigar com você. MARILU: - Mas/ TARCÍSIO: - Por favor. Vai embora. Marilu encara Tarcísio por um instante, vai embora. Tarcísio fecha a porta. Fica pensativo. TARCÍSIO: - Não posso ficar nessa situação. Não dá mais. CENA 13. APTO CONRADO. SALA. INT. NOITE. Conrado e Isabela conversam sentados lado a lado no sofá, bebendo vinho. Ambiente à meia-luz, clima romântico. ISABELA: - Gostei da sua decoração temática. CONRADO: - Combina com o momento. Não acha? ISABELA: - É, talvez. O vinho também é ótimo. CONRADO: - Serra gaúcha. ISABELA: - Isso gera até uma reportagem pra Flash Paulista. Trazer enólogos do Sul para falar sobre os vinhos do Brasil. É bom pesquisarmos também, saber se os paulistanos gostam de vinho, o quanto eles consomem a bebida. CONRADO: - Claro, pode ser uma boa pauta. Mas, vamos deixar de lado a revista e falar de outras coisas. ISABELA: - Como o quê, por exemplo? CONRADO: - Como nós dois. ISABELA: - Ih... O jantar era pra ser apenas como amigos, lembra? CONRADO: - Lembro, não esqueci não. Mas podemos falar sobre a nossa amizade, não podemos? ISABELA: - Podemos sim. CONRADO: - Bem, antes de qualquer coisa, eu queria esclarecer aquele episódio do dia da festa. ISABELA: - Conrado, não precisa/ CONRADO: - Precisa sim. Foi um mal entendido extremo e é preciso colocar tudo em pratos limpos. Aquela moça que você viu abraçada comigo/ ISABELA: - Moça? Desculpa Conrado, mas moça ela não era há muito tempo. CONRADO: - Tudo bem, que seja. Aquela mulher que você viu abraçada comigo, não é nada minha. Nós não temos nenhuma relação, nada. ISABELA: - E ela te abraçou assim, do nada? CONRADO: - Não. Na verdade, eu a conheci por acaso. Ela estava passando necessidade e eu ajudei. Só isso. Aí, nesse dia, nos encontramos novamente e ela me abraçou para agradecer. Foi só isso. ISABELA: - E você quer que eu acredite nessa história? CONRADO: - Essa história é a única verdade. ISABELA (levanta-se): - Olha só, Conrado, foi muito legal da sua parte me contar isso e tal. Mas, não é preciso. Eu não tenho nada com você. Você pode abraçar, beijar, ficar com quem você quiser, com qualquer pessoa. CONRADO (levanta-se): - Mas a pessoa com quem eu quero ficar é você, Isabela! Os dois se olham. CONRADO: - É com você que eu quero ficar, beijar... É de você que eu gosto! Ela fica acuada com a investida. Conrado se aproxima e a beija, um beijo demorado até que Isabela o empurra. CONRADO: - Desculpa, Isabela. Se você quiser, eu posso ir com calma. ISABELA: - Eu quero que você não chegue perto de mim. CONRADO: - Mas por quê? Não gostou do beijo? ISABELA: - Aí é que está... Eu gostei. Ele volta se aproximar, segura as mãos dela. CONRADO: - Então, Isabela?! Por que você não se entrega? Deixa pra trás essa desconfiança! Confia no que eu sinto por você! Isabela hesita, mas Conrado a beija novamente e ela se deixa levar. O clima vai esquentando e os dois caem sobre o sofá, aos amassos. Isabela o empurra novamente. Ele cai no chão. Ela pega sua bolsa. Está apressada. ISABELA: - Não, eu não posso. Você é meu chefe, eu sou sua funcionária. Não dá. CONRADO (levanta-se): - Claro que dá! Há tantos exemplos de casais que trabalham juntos... Vê só o Bonner e a Fátima! ISABELA: - Eles não estão mais trabalhado juntos. CONRADO: - É verdade, mas/ ISABELA: - Não, não dá. Imagina como vai ser lá na revista? Eu não vou conseguir assim. Eu preciso de um tempo, Conrado. Um tempo pra pensar nisso tudo. CONRADO: - Promete que pensa com carinho? ISABELA: - Com todo carinho e calma do mundo. Ela pega a taça de vinho, ainda cheia, e bebe tudo de uma vez só. ISABELA: - Eu prometo. Isabela vai embora. Conrado senta no sofá, cobre o rosto com as mãos e dá um grito sufocado. CENA 14. APTO FABRÍCIO. QUARTO. INT. NOITE. Fabrício e Vitória entrando. VITÓRIA: - Nossa, você organizou tudo direitinho. Tá tudo lindo! FABRÍCIO: - Tentei fazer o melhor. Ficava pensando onde você queria que eu colocasse cada coisa. VITÓRIA: - Mas o quarto é seu, não meu. FABRÍCIO: - O quarto é nosso. Assim como o meu amor, é todo teu. Só teu. MUSIC ON: (Tempo pra amar – Mahmundi) Os dois se aproximam, se beijam, apaixonados. Aos poucos, vão deitando sobre a cama. VITÓRIA: - É tão bom estar aqui com você. Eu queria que o tempo parasse agora pra poder curtir tudo o que eu quero com você. Eu te amo. FABRÍCIO: - Também te amo. Muito. Os dois se beijam. CAM aos poucos vai se afastando, enquanto Fabrício e Vitória aos beijos, vão se despindo sobre a cama. CENA 15. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. NOITE. MUSIC OFF. Roberto conversa com um funcionário quando percebe a chegada de Tarcísio, que acena pra ele. Roberto dispensa o funcionário e vai ao encontro de Tarcísio. ROBERTO: - Tarcísio?! TARCÍSIO: - Preciso falar com você. ROBERTO: - Claro. No que eu posso ajudar? Aconteceu alguma coisa? TARCÍSIO: - Na verdade, o assunto não é bem com você. É com a Lívia. Ela está aí? ROBERTO: - Está sim, mas, ela não te atendeu bem, é isso? TARCÍSIO: - Não, pelo contrário. Lívia sempre foi uma excelente recepcionista. Mas eu preciso falar com ela. Onde ela está? Roberto olha em volta, acha Lívia, atendendo outro cliente. ROBERTO: - Está logo ali. TARCÍSIO: - Eu preciso falar com ela. Em particular. Você tem um espaço onde eu possa fazer isso? ROBERTO: - Tem o meu escritório. Mas, você não quer me adiantar o que assunto, o que está acontecendo? Estou ficando preocupado. TARCÍSIO: - Roberto, não precisa se preocupar. Eu vou indo para o seu escritório. Preciso que você diga para a Lívia me encontrar lá, por favor. ROBERTO: - Tudo bem. O escritório fica no final do corredor, à direita. TARCÍSIO: - Obrigado. Tarcísio segue para o escritório. ROBERTO: - Que conversa é essa tão misteriosa? CENA 16. CASA ALFREDO. SALA DE JANTAR. INT. NOITE. Alfredo e Inês jantam. INÊS: - E seu dia querido, como foi? ALFREDO: - Cheio, meu amor. Mas graças a Deus, consegui resolver tudo o que precisava. INÊS: - Que bom. ALFREDO: - Quero dizer, quase tudo. INÊS: - Como assim? ALFREDO: - Hoje no final da tarde, tive uma reunião com o Tarcísio. Ele me ligou e pediu um encontro praticamente urgente. INÊS: - É mesmo? E sobre o que falaram? Separação? ALFREDO: - Também. Mas, deixa pra lá, Inês. Eu não posso ficar comentando certos assuntos. INÊS: - Tem mais coisa aí, não tem? ALFREDO: - Tem. Tarcísio me pediu sigilo sobre algumas coisas e/ INÊS: - Alfredo, eu não vou sair espalhando esse tipo de coisa por aí. Eu respeito seus assuntos de trabalho. E se você não quer me falar, é porque tem a ver com a Beth. O Tarcísio vai aprontar alguma com ela. ALFREDO: - Não, não é isso. Eu sei que você respeita o meu trabalho. Eu confio em você, Inês. INÊS: - Então...? ALFREDO: - O Tarcísio vai incluir mais uma pessoa no testamento dele. INÊS (surpresa): - Mais uma pessoa? ALFREDO: - E o mais estranho é que essa pessoa não é da família, nem do círculo de amigos. INÊS: - É quem então?! ALFREDO: - Bom, isso eu realmente não posso contar. Por favor. INÊS: - Tudo bem, tudo bem. Não vou insistir. Mas que é estranho isso é. ALFREDO: - Por favor, Inês. Não comente nada com a Beth, com a Agda, com ninguém. Nenhuma pessoa pode saber disso, dessa reunião, das alterações no testamento, nada. Ninguém pode saber! INÊS: - Não se preocupe, querido. Eu não contarei nada. Os dois continuam o jantar. CENA 17. NOVA YORK. CAFETERIA. INT. NOITE. Elizabeth e Eduardo conversam, estão próximos. ELIZABETH: - Não seria mais prático você me mandar um torpedo, ou mesmo ligar, ao invés de enviar uma carta? (risos) EDUARDO: - Até pensei nisso, mas quis apostar no romantismo. Achei que você ia gostar. ELIZABETH: - E gostei mesmo. Até porque, o romantismo tem passado bem longe da minha vida nos últimos anos. Infelizmente. EDUARDO: - Então eu fiz bem em mandar a carta. Acredito que seja uma forma de despertar um sentimento único. Pelo simples fato de recebê-la apenas. ELIZABETH: - É algo surpreendente, porque acredito que ninguém mais mande carta. Quero dizer, ninguém não. Você manda. Os dois riem. Trocam olhares. ELIZABETH: - Obrigada pelo convite. Eu estava mesmo precisando sair um pouco. EDUARDO: - Eu é que agradeço por você ter aceito. Com certeza, vamos nos dar muito bem. ELIZABETH: - Eu não tenho dúvidas disso. Eles trocam olhares, sorrindo. CENA 18. AGE AQUÁRIOUS. INT. NOITE. PLANO GERAL mostra o movimento na boate. Clientes assistindo ao show de Sarah, que dança no palco. Ela dança sensualmente. O público gosta. De repente, do palco, Sarah vê a chegada de Marilu na boate. Marilu está poderosa, vestida “pra matar”, atraindo todos os olhares. Sarah não gosta. Marilu encara Sarah e segue para o camarim. CORTA PARA CENA 19. CAMARIM. INT. NOITE. Henri auxiliando uma dançarina, se surpreende com a chegada de Marilu. MARILU: - Boa noite a todos! HENRI: - Marilu! MARILU (sentando-se em frente à bancada de produção): - O movimento hoje tá demais, hein! (maquiando-se) HENRI: - Está mesmo. Mas, você está se maquiando toda porque? Vai dançar é? Sarah entra e Marilu a encara pelo espelho. MARILU: - Vou dançar sim. Os clientes devem estar sentindo falta de algo de qualidade aqui na casa. SARAH: - A qualidade agora decaiu com a sua chegada aqui. MARILU (vira-se para Sarah): - Veremos. (levanta-se, vai até uma arara de roupas, escolhe uma) Henri, avisa lá que eu vou entrar. HENRI: - Pode deixar. MARILU: - Diana está de volta. Henri sai. SARAH: - Pra voltar a dançar aqui, só pode ter levado um pé na bunda do ricaço. MARILU (começa a vestir-se): - A minha vida não te diz respeito, projeto de vadia. E outra, eu só estou aqui pra ir preparando a minha despedida dos palcos. SARAH: - Despedida? MARILU: - Isso mesmo. Eu vou embora de vez dessa boate e começar a viver a minha vida de rainha. Sarah faz pouco caso de Marilu, que termina de se vestir e sai do camarim. CORTA PARA CENA 20. AGE AQUARIOUS. INT. NOITE. Henri no palco. HENRI: - Meus queridos amigos... Eu tenho o enorme prazer e a honra em anunciar agora, para apresentar-se no palco, a nossa grande diva. Recebam com muitas palmas, Diana! Marilu entra no palco. Recebe muitos aplausos. Ela começa a dançar. Ao lado do palco, Sarah observa, com um pouco de inveja. Marilu arrasa em sua apresentação. CENA 21. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. ESCRITÓRIO. INT. NOITE. Tarcísio está um tanto ansioso. Lívia entra. Se surpreende ao ver Tarcísio. LÍVIA: - O Roberto não me disse que era você. TARCÍSIO: - Algum problema em ser eu? LÍVIA: - Problema nenhum. Mas, confesso que estou surpresa. E um tanto curiosa pra saber o porquê da gente conversar aqui, no escritório. TARCÍSIO: - Acontece que é um assunto importante. E lá no meio do restaurante, fica difícil da gente se entender. LÍVIA: - Claro. TARCÍSIO: - Mas então, eu não quero tomar muito o seu tempo. Sei que você está no seu horário de serviço e/ LÍVIA: - O que foi Tarcísio? Você me parece nervoso. TARCÍSIO: - Ansioso, na verdade. LÍVIA: - Ansioso por que? Pra quê? Tarcísio se aproxima de Lívia. Ficam cara a cara. TARCÍSIO: - Eu nem sei como dizer isso. Espero que você não se assuste, pense coisas erradas a meu respeito, nem pense que eu estou abusando da sua bondade, da sua ingenuidade. Eu/ LÍVIA: - Tarcísio, calma. Eu não estou nem vou pensar coisa errada sobre você. Imagina. Eu só quero entender o porque dessa conversa secreta, disso tudo. TARCÍSIO (toma coragem): - Isso é porque eu estou apaixonado por você. MUSIC ON: (Talismã - Monique Kessous feat. Raimundo Fagner) Lívia se mostra surpresa com a revelação. Tarcísio continua. TARCÍSIO: - Desde a primeira vez em que eu te vi, eu senti que mudei. Eu não sei o que aconteceu. Nunca tinha sentido algo assim antes, mas é uma sensação tão boa quando estou perto de você, quando te vejo. (segura as mãos de Lívia) É tão bom sentir a tua pele, o teu calor. Quem diria que eu, já nessa idade, poderia sentir aflorar esse sentimento tão falado, mas às vezes difícil de ser compreendido. LÍVIA: - Amor a gente não compreende mesmo. Basta apenas senti-lo. TARCÍSIO (se afasta): - Eu to parecendo um bobão falando isso. LÍVIA: - Não, Tarcísio! Não! Essa é uma das atitudes mais grandiosas que um homem pode ter... Assumir o seu amor, a sua paixão por outra pessoa. TARCÍSIO: - Mas eu estou me arriscando. Posso sair machucado dessa história toda. Até porque, esse amor que eu guardo aqui dentro e que quero colocar pra fora, pode não ter lugar pra ficar. LÍVIA: - Mas ele tem. CLOSE na surpresa de Tarcísio. LÍVIA: - Eu também não sei como dizer, mas desde a primeira vez, quando a gente se conheceu, eu nunca mais deixei de pensar em você. TARCÍSIO: - Lívia... LÍVIA: - Eu estou dividida, Tarcísio. Meu coração está divido ao meio. Não sei o que eu faço, pra que lado eu sigo. Mas eu também não poderia esconder isso de você. Eu também sinto que estou apaixonada por você. TARCÍSIO: - Eu posso imaginar de quem seja a outra metade do seu coração. LÍVIA: - Pode? TARCÍSIO: - Posso sim. Eu já vi vocês dois juntos. E eu até entenderei se você quiser um tempo pra pensar nisso tudo. LÍVIA: - E eu vou mesmo. Essa história é complicada. Não quero me machucar, nem machucar ninguém. Tarcísio se aproxima de Lívia. TARCÍSIO: - Eu só quero que saiba que aconteça o que acontecer, eu estarei sempre do seu lado. Os dois trocam olhares. MUSIC OFF. CENA 22. PENSÃO BEM QUERER. QUARTO JONAS. INT. NOITE. Jonas está animado. Ele termina de se arrumar para sair. Oscar entra. OSCAR: - Nossa, que perfume hein! JONAS: - Gostou? Tá bom? Não tá demais não? OSCAR: - Tá bom sim. Mas eu posso saber o motivo de tanta produção? Ah, já sei... Tem gata no pedaço. Acertei? JONAS: - Tem sim, pai. E eu ainda nem acredito nisso. OSCAR: - Como assim? Não acredita por que? É a Mulher Maravilha, impossível de conquistar, é? JONAS: - Não, não é não. (risos) OSCAR: - Quem é então? Fala pro papai aqui. É a japonesinha lá do final da rua, né? Eu sempre notei que ela olhava pra você de um jeito diferente. JONAS: - Nada disso, seu Oscar. Errou. OSCAR: - Quem é então? JONAS (fala baixo): - É a Lívia. OSCAR (surpreso): - A Lívia?! A Lívia aqui da pensão?! A Lívia, Lívia? JONAS: - É pai, a Lívia. Mas fala baixo, ninguém mais precisa saber. Pelo menos por enquanto. OSCAR: - Nossa... Não sabia que vocês dois estavam de caso não. JONAS: - Mas nós não estamos de caso. Mas ela tomou meu coração completamente. Eu to apaixonado pela Lívia, pai. E hoje eu convidei ela pra ir no cinema comigo e ela aceitou. Vai sair um pouco mais cedo do restaurante e aí nós vamos pra última sessão. OSCAR: - Que ótimo, filho! Fico feliz por você. De verdade. Mas me diz uma coisa. Ela também tem todo esse amor por você? JONAS: - Como assim? OSCAR: - A Lívia, já disse que gosta de você? JONAS: - É, mais ou menos. OSCAR: - Disse ou não disse? JONAS: - Não disse... Ainda. Mas eu tenho certeza que ela gosta. OSCAR: - Então vai com calma, meu filho. A mulher precisa ter certeza do amor que o homem sente por ela. Elas são mais fechadas que a gente, receosas com essas coisas do coração. Ainda mais a Lívia. Não vai entregar o coração para qualquer homem, ainda mais depois de vir de outro lugar, chegar aqui, no desconhecido, enfim... Você entende? JONAS: - É, acho que sim. OSCAR: - Você precisa mostrar pra ela que a ama de verdade, como você mesmo diz. Se declara pra ela. JONAS: - Mas eu já fiz isso, já disse o que eu sinto pra ela. Mas eu acho que ela ficou confusa. OSCAR: - Então tenta de novo. Mas desta vez, usa toda a tua sinceridade. Se você está apostando mesmo nesse amor, faz valer essa tua vontade, esse teu desejo de ser feliz. JONAS: - Obrigado mesmo, pai. OSCAR: - Eu só quero que você seja feliz, Jonas. Assim como eu sou com sua mãe. JONAS: - Bom, eu preciso ir, senão perco a hora. OSCAR: - Claro, vá lá. Ah! Ele coloca a mão no bolso, tira um trocado e entrega o dinheiro para Jonas. OSCAR: - Pra ajudar aí! JONAS: - Que isso pai, não precisa não/ OSCAR: - Pega, pega... Pode levar. Vira e mexe, sempre é preciso ter dinheiro. Pode pegar. É pra uma boa causa. Jonas sorri. Abraça o pai e sai, animado/esperançoso. Oscar fica feliz pelo filho. CENA 23. AGE AQUARIOUS. INT. NOITE. Marilu e Henri conversam no balcão do bar. HENRI: - Que show foi esse agora?! Tu tava divina! MARILU: - Eu nunca deixei de ser, convenhamos. Mas confesso que eu estava mesmo afim de botar pra quebrar. HENRI: - E conseguiu. Os clientes adoraram. E eu também. É tão bom ter você de volta aqui na Age Aquárious. A Sarah ficou mordida de inveja. MARILU: - Ela que morra engasgada com toda essa inveja. Enquanto ela sonha, eu faço e aconteço meu bem. HENRI: - Como fez e aconteceu hoje. Sensacional! MARILU: - É, foi uma boa despedida. HENRI: - Como é que é?! Eu ouvi direito? Você disse despedida?! MARILU: - Isso mesmo, Henri. Eu não vou mais dançar aqui na Age Aquarious. HENRI: - Mas... Mas, Marilu/ MARILU: - Henri, eu agora vou ser uma senhora Ferreira, rica, fina. Não posso mais dançar em palco de boate né. HENRI: - Mas você tinha me dito agora a pouco que discutiu com o Tarcísio. Pensei que tivesse esfriado a coisa. MARILU: - Pensou errado. Briga de casal, é comum. Tarcísio não se afasta de mim. Sei até da surpresa que ele tá me preparando. HENRI: - Se você sabe já não é mais surpresa né? Mas me fala, o que é?! MARILU: - Deixa de ser curioso, Henri. Não posso falar. Mas isso só prova que ele não vai me deixar. Que no fundo, ele me ama. HENRI: - Tá com ele nas mãos então? MARILU: - É questão de tempo, pouco tempo, pra sair a data do casamento. É só eu estalar os dedos e o Tarcísio tá aqui, na minha mão feito um cachorrinho. CENA 25. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. NOITE. Jonas chega e procura por Lívia. Encontra Kléber próximo ao palco. Jonas se aproxima. JONAS: - Fala Kléber, tudo tranqüilo? KLÉBER: - Jonas! Tudo certo! Veio jantar, curtir um bom som? JONAS: - Mais ou menos. Se for jantar, vai ser mais tarde. Eu vim é encontrar a Lívia, mas não vi ela por aqui. Sabe onde ela está? KLÉBER: - A Lívia.? Bom, eu vi ela indo na direção do escritório. (mostra o caminho a Jonas) Só pegar aquele corredor ali, à direita. JONAS: - Valeu. Vou lá me encontrar com ela. Combinamos um cinema. KLÉBER: - Tô sabendo. Vai lá e aproveita! Jonas segue para o escritório. CORTA PARA CENA 26. ESCRITÓRIO. INT. NOITE. Tarcísio e Lívia estão bem próximos. TARCÍSIO: - Eu sei como você deve estar se sentindo, dividida entre dois amores. LÍVIA: - Sabe? Já esteve nessa situação? TARCÍSIO: - Não estive entre dois amores. Mas tive que escolher entre um grande amor e um futuro melhor para a minha vida. Infelizmente, eu escolhi a segunda opção. Mas hoje não me arrependo. Tenho coisas boas nessa caminhada. Na verdade eu só me arrependo de não ter me apaixonado mais. LÍVIA: - Mas isso não depende da gente. O destino é que se encarrega de cuidar do nosso coração. TARCÍSIO: - Então eu posso dizer agora que o destino me deu um grande presente, colocando você no meu caminho e dentro do meu coração. Lentamente Lívia e Tarcísio se beijam, no momento em que Jonas abre a porta e flagra os dois. Encerra com “Quanto ao tempo – Ivete Sangalo feat. Carlinhos Brown” |
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autor Édy Dutra elenco Christine Fernandes como Lívia Taís Araújo como Marilu Zé Carlos Machado como Tarcísio Fábio Assunção como Rafael Bruno Ferrari como Jonas Marcos Caruso como Paulo Renata Domingues como Carla Júlio Rocha como Breno Bianca Castanho como Beatriz Júlia Feldens como Vitória André Bankoff como Fabrício Danton Mello como Marcos Lavínia Vlasak como Isabela Caco Ciocler como Conrado Janaína Lince como Sarah César Mello como Alfredo Aída Leiner como Inês Luíza Curvo como Tatiana Jonathan Haagensen como Plínio Marco Ricca como Fausto Sílvia Pfeifer como Lorena Thaís Vaz como Mayra Gisele Policarpo como Gisa Guilherme Leme como Almir Mônica Martelli como Louise Sérgio Menezes como Kléber Cyria Coentro como Nice Ernesto Piccolo como Moisés Natália Guimarães como Rita Atrizes convidadas Sônia Braga como Elizabeth Regina Duarte como Rosa Valquíria Ribeiro como Adriana Ângela Leal como Agda Mila Moreira como Charlote Denise Del Vecchio como Onira Beatriz Segall como Wanda Arlete Salles como Alaíde Atores convidados Gracindo Júnior como Demétrio Rodrigo Santoro como Henri Juan Alba como Alexandre Nill Marcondes como Eduardo Roberto Bonfim como Roberto Floriano Peixoto como Jorge Participações especiais Dudu Azevedo como Romão Elisa Lucinda como Cidália Antonio Pitanga como Tenório Vanessa Lóes como Clair Alexandre Slaviero como Hugo Lui Mendes como Pereira Trilha Sonora Pra rua me levar - Ana Carolina (abertura) Tempo pra amar – Mahmundi Talismã - Monique Kessous feat. Raimundo Fagner Quanto ao tempo – Ivete Sangalo feat. Carlinhos Brown Produção Bruno Olsen Cristina Ravela Diogo de Castro Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência. REALIZAÇÃO Copyright © 2018 - WebTV www.redewtv.com Todos os direitos reservados Proibida a cópia ou a reprodução |
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Talismã - Capítulo 11
Novela de Édy Dutra
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