| ||
|
||
CAPÍTULO 13 - EXPLICAÇÕES |
||
De dentro do carro, Levi contempla a pequena delegacia
no meio de uma igreja evangélica e uma escola infantil,
tinha abandonado os trajes informais: Por uma calça
sarja preta de algodão e um suéter vermelho. O sapatênis
de cano médio, feito estritamente de sintético com
acabamento de camurça e alguns detalhes pespontados,
entra em contato com o paralelepípedo molhado. As portas
pretas são trancadas. O alarme do automóvel é acionado.
Na cabeça do homem, as interrogações procuram uma
solução para toda eventualidade. Por qual motivo Tony
invadiu a casa de alguém? Já que tem todo o dinheiro que
precisa dos negócios e investimentos. Levi apenas assina
algumas papeladas e paga a fiança no valor de quatro mil
reais, algo pequeno comparado com a fortuna. Os dois
caminham para o veículo, Tony se acomoda ao lado do
banco de motorista, que cobra satisfações.
Levi está totalmente domado pelo estresse. Como Tony
conseguiu arrisca-se e cometer um erro tão baixo?
Simplesmente não pode dar bandeira assim de maneira tão
sutil. - Obvio que não, o segui em contexto do distrito e para cortar caminho acabei entrando numa casa e era de um agente civil e os anais dessa história, infelizmente, todos estão sabendo. - Como sabes que era o facínora? - É que ele estava usando um, sobretudo preto. - Isso é normal. – Concluiu Levi. - Sobretudo? No calor desgraçado que faz na Bahia? – Tony debocha. - Tem razão. Mas ao menos viu o rosto deste filho da puta? - Sim e acho que sei onde ele mora. - Como assim? – Ele indaga pensativo. – Se você foi detido antes de ter o contraído? - Na verdade eu o conheço de vista, uma vez o vi adentrando numa casa, na Rua da Capoeira e aparenta que esse cara mora lá. Posso estar enganado e te dando falsas esperanças, mas simplesmente apagar essas ações, açoda o risco de prejudicar a averiguação desse mistério. Quinze minutos depois, ao receber as coordenadas, Levi consegue chegar à vereda. Deparando-se com uma grandiosa casa com longos portões envernizados e alguns arbustos de Camélia, decorando a entrada. Os dois saltam do veículo, atravessando a alameda, tocando a campainha. Em seguida, um homem os atende. - Pois não! Os olhos verdes daquele cara reconhecem uma das faces masculinas adiante. - Você não é o irmão da Pamela? - É ele! – Tony avisa Tony em voz baixa, para que só Levi pudesse escutar. - Tudo bem, Jonathan? Levi e Tony entram no palacete da família Sampaio, o estudante de administração os acomodam no estofado da sala de estar. Levi analisa o local antes de dizer a primeira palavra e enxerga um sobretudo preto, acima da poltrona de couro no local direito do cômodo à frente da janela e a curiosidade toma conta do intelecto masculino, gerando a primeira pergunta. - Sempre anda com sobretudo na rua, Jonathan? – Pergunta Levi. - Nunca. – O interrogado responde. - Eu vi você hoje com ele. – Enfatizou Tony. - Na verdade, eu estava procurando pistas. - Como assim? Pode me falar? Ele acomodou-se na poltrona, sentando em cima dos trajes. - O homem que matou a Pamela, estava usando esse tipo de roupa. Posso estar sendo burro, mas tentei atraí-lo de alguma maneira. Andei pela cidade um pouco para espairecer, o clima estava bom, um pouco frio, mas não para total exagero, a Bahia não é uma terra para essas roupas, ainda mais aqui em Arraial, mas notei uma pessoa me seguindo ás vezes, me deu um pouco de medo, um frio na espinha, senti a mesma coisa que a minha amada sentiu, ao entrar naquela bendita igreja. Suas palavras pareciam sinceras, Tony o interrompeu. - Não precisava ter medo, Jonathan. Era eu que estava te seguindo. - Por qual motivo? - Pelo mesmo motivo que você estava andando na rua com essa roupa, estava procurando pistas, mas acabei por encontrar uma e infelizmente fui preso, por invasão a domicilio. - Eu corri um pouco. - E eu muito, para te encontrar, mas infelizmente sumiu da minha vista. - Quem conhece essa cidade, conhece esconderijos. Jonathan soltou um pequeno sorriso nos cantos dos lábios, mas não aparenta nenhuma felicidade. - Vocês estão investigando? - Sim. O assassino da minha irmã, terá que pagar. - A Pamela nunca fez mal a ninguém. Eu a amava tanto. Nós dois íamos ficar juntos, prometemos nas falésias de Pitinga, que nada poderia nos separar, mas algo aconteceu, sofri um acidente, fui parar na emergência e depois quando acordei, ela me disse que ia se casar com o Xavier, acho que existe um erro nessa história, não é possível uma pessoa mudar de ideia tão rapidamente. Levi, você sabe que eu ela, nos amamos desde pequenos, no caso tem dez anos... – Ele engoliu as últimas palavras com um soluço de um pranto eterno: Tinha dez anos, é difícil falar de uma pessoa no passado. - Ainda mais de uma pessoa que conhecemos tão bem. - E a sua mãe? - Está seguindo, na medida do possível, fingindo que nada aconteceu, bancando a forte, mas no fundo ela está machucada. - Imagino, Levi, se precisar de qualquer coisa, estou aqui, também quero capturar esse cara ou essa mulher. Tony interrompeu a conversa novamente. - Mulher? Ela tinha alguma inimiga? - A Pamela era linda, muitas sentiam inveja. Podia ser uma possível amante do Xavier enciumada ou o próprio, aquele homem é bizarro. - O que você sabe sobre ele? - O que poucos sabem, a verdade. |
||
|
||
REALIZAÇÃO |
||
.aaa.
|
.aaa. | |
Perfume - Capítulo 13
Novela de Luiz Gustavo
Comentários:
0 comentários: