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No capítulo anterior de Talismã: AGDA: - Rafael perdeu o juízo!... Só o que me faltava ficar igual ao pai, defendendo vadias. CHARLOTE: - Agda, por favor... Também não é o fim do mundo. AGDA: - Você fala porque não é o seu dinheiro que está indo parar nas mãos de uma pessoa desconhecida, interesseira. CHARLOTE: - Eu sei, mas procure compreender as razões dele. Perdeu o pai, assumiu a presidência da empresa. E a questão da herança já está legalizada pela justiça. Entrar numa briga judicial para reaver essa questão demanda muito trabalho, estresse... Talvez ele não queira passar por isso. Talvez não agora.
... RAFAEL: - Essa tal moça só pode ser a Lívia, que inclusive esteve no testamento. PAULO: - Aí é que eu quero chegar, Rafael. Essa tal moça que seu pai comentou comigo não se trata da Lívia. Essa moça se chama Maria Luísa. RAFAEL: - Maria Luísa? PAULO: - Sim. É aquela moça que acompanhou seu pai na festa da revista Flash Paulista. RAFAEL: - Aquela moça? Meu pai queria ajudar aquela moça?! PAULO: - Sei que parece estranho, mas se não fosse verdade, eu não estaria aqui tomando seu tempo. Seu pai sentia um carinho especial por essa mulher. Coitada, moça pobre, mas esforçada... Só precisa de uma oportunidade para viver melhor, aprender, crescer. RAFAEL: - É realmente algo inusitado. ... CONRADO: - O que você está fazendo?! ISABELA: - Estou organizando minhas coisas para ir embora. CONRADO: - Você não está falando sério. ISABELA: - Tudo o que eu te disse lá no seu apartamento é verdade. CONRADO: - Isabela, pensa bem!... Você é a editora da revista! ISABELA: - Se o problema é esse, já está resolvido. Eu indico a Beatriz pra ficar no meu lugar. Ela é competente, uma ótima jornalista e de um profissionalismo ímpar... Coisa que eu perdi. CONRADO: - Você continua sendo uma ótima profissional. ISABELA: - Eu preciso é recuperar a minha credibilidade, que foi pro ralo quando fiquei com você. A culpa não é sua, Conrado. É minha. ... MARILU: - E aí, Paulo?! O que deu? PAULO: - Pega o champanhe pra gente comemorar. Você vai entrar na Amaro amanhã! Marilu vibra. MARILU: - Não acredito! Paulo, você é o cara! ... JONAS: - Olha só, Lívia, desculpa por antes, aquele beijo, eu/ LÍVIA: - Tudo bem, Jonas. Não precisa se desculpar não... Confesso que eu gostei daquilo tudo. JONAS: - Gostou mesmo? LÍVIA: - Sim... você é um cara especial. E eu gosto de você. Só acho que devemos ir com calma nisso, sabe? Deixar levar com o tempo.
... LÍVIA: - São lindas, Jonas! Obrigada. JONAS: - Você merece. Lívia olha as flores, maravilhada, quando percebe algo entre elas. Lívia tira uma caixinha de jóia. Olha para Jonas, surpresa. JONAS: - Abre. Rosa pega o buquê, enquanto Lívia abre a caixa. CAM mostra um lindo anel. Todos se surpreendem. MUSIC ON: Amado – Vanessa Da Matta LÍVIA: - Jonas!... JONAS (de joelhos): - Lívia, antes de você ir embora, preciso que me responda uma pergunta muito importante... Você aceita namorar comigo? Lívia e Jonas se olham profundamente. |
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CAPÍTULO 20 |
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CENA 01. PENSÃO BEM QUERER. INT. NOITE. Continuação do capítulo anterior. Lívia se surpreende com o pedido de namoro de Jonas. MUSIC ON: Amado – Vanessa da Matta JONAS: - E então, Lívia? Aceita meu pedido de namoro?! Lívia fica sem reação. TATIANA: - Vamos Lívia, fala alguma coisa! ROSA: - Até eu to ansiosa pra saber a resposta! LÍVIA: - Jonas, eu confesso que não esperava... Você tem sido um cara tão especial pra mim. Um verdadeiro homem na minha vida, acompanhando tudo o que eu estou passando... JONAS: - Então? LÍVIA: - Eu aceito sim namorar com você. Jonas se enche de felicidade, abraça Lívia. Os dois se beijam, apaixonados. O pessoal vibra. OSCAR: - Eu vou na cozinha buscar um champanhe! (saindo) ALAÍDE: - Pega lá Oscar! Vamos comemorar! Jonas e Lívia se abraçam, felizes. FADE OUT MUSIC CENA 02. APTO ALMIR. QUARTO. INT. NOITE. Almir deitado na cama. Carla coloca o vestido. Almir a observa, maravilhado. ALMIR: - Tem certeza que não quer ficar? CARLA: - Eu não posso ficar. ALMIR: - Por que não? CARLA: - Não faz parte do programa. ALMIR: - Eu posso pagar mais se você quiser. CARLA: - Melhor não... Eu já vou indo nessa. Almir se levanta, pega a carteira, retira o dinheiro e dá para Carla. ALMIR: - Pega. CARLA (conta o dinheiro): - Mas é muito mais do que eu cobrei. ALMIR: - Você merece é muito mais. CARLA: - Eu vou aceitar, porque tô precisando mesmo. Carla pega a bolsa. ALMIR: - Eu te levo até a porta. CARLA: - Não precisa não. Eu sei a saída. (dá um beijo no canto da boca de Almir) Foi ótimo. Carla sai. Almir fica estático. ALMIR: - Essa mulher... Essa mulher é tudo! CENA 03. APTO MARILU. INT. NOITE. Paulo e Marilu comemoram a entrada dela na Amaro. MARILU: - Paulo! Eu tô lá dentro! PAULO: - Não falei que eu conseguiria? MARILU: - Você me surpreendeu, hein... Não esperava que você pudesse tanto. PAULO: - Ei, Marilu! Não sou um qualquer... MARILU: - Imagina a cara da Lívia quando me ver lá dentro da empresa?! Ah, mas eu quero voar no pescoço daquela desgraçada e/ PAULO: - Calma, Marilu! Calma!... As coisas não vão poder ser assim. Não esquece que agora você vai ter que ser uma santa. A família do Tarcísio já tinha o pé atrás contigo. Se você começar a aprontar de cara, vão descobrir o nosso plano. MARILU: - Tem razão... PAULO: - Então, antes de mais nada, vamos deixar combinadas algumas coisas... A primeira delas é que eu e você somos praticamente desconhecidos... MARILU: - Sei, sei. Você falou pro filho do Tarcísio que a gente pouco se viu, se falou... PAULO: - Isso mesmo. Então, a gente só vai conversar mesmo é aqui, no seu apartamento ou no meu. Na empresa, o mais discretamente possível. A começar que eu vou te chamar de Maria Luísa, pra não ficar na cara. Até porque, eu sou amigo da Lívia também. MARILU: - Tá ótimo... Agora, você, amigo da ordinária? PAULO: - Claro!... ela precisa confiar em mim para que eu possa manipular todos os passos dela lá dentro, fazer dela nosso brinquedo e com o tempo, tirar tudo o que ela tem. MARILU: - Tá, e eu tenho que ficar sendo a santa o tempo todo? Isso já ta me enchendo o saco sem nem fingir... PAULO: - É só no início, Marilu... Por pouco tempo. E eu sei até em quem você vai colar pra se dar bem... Os dois se olham, cúmplices. CENA 04. CASA CHARLOTE. QUARTO. INT. NOITE. Demétrio entra no quarto, um tanto apreensivo. Senta-se na cama, com olhar desolado. Leva as mãos à cabeça, como se estivesse preocupado com algo. Levanta-se, caminha de um lado a outro. Demétrio coloca a mão no bolso da calça e retira bilhetes de apostas do Jockey. DEMÉTRIO: - Não poderia ter perdido... Ele caminha até a portado quarto, a encosta. Vai até o closet, abre a porta do armário. CAM mostra o cofre. Demétrio digita a senha, abre o cofre. Lá dentro, alguns maços de dinheiro e documentos. Demétrio pega um maço, coloca no bolso junto com os bilhetes. De repente, ouve-se a voz de Breno. BRENO (V.O): - Pai! Demétrio, rapidamente, fecha o cofre, sai do closet. Disfarça. Breno entra no quarto. DEMÉTRIO: - Ô meu filho... Como foi lá no escritório, com o Alfredo? BRENO: - Lá está tudo bem... Aliás, sobre isso que eu queria falar com você. DEMÉTRIO: - Algum problema lá? O que você andou aprontando, Breno?! BRENO: - Ei, calma pai! Muito pelo contrário! Eu sou responsável por quase metade do serviço do escritório. Praticamente o braço direito do Alfredo. Enquanto ele ficou cuidando do processo da Amaro, eu fiquei lá, tocando o escritório. DEMÉTRIO: - Responsabilidade então... Finalmente! BRENO: - Antes tarde do que nunca! (ri) Agora vamos jantar, que to morrendo de fome! Breno e Demétrio saem. CENA 05. CENTRO. HOTEL. INT. NOITE. Alexandre termina de fazer sua reserva num “hotelzinho barato” no centro da cidade. Pega a chave do quarto. ALEXANDRE: - Nessa espelunca por pouco tempo... CENA 06. PENSÃO BEM QUERER. QUARTO LÍVIA. / QUARTO JONAS. INT. NOITE. Lívia faz Pedro dormir. Ela o observa com olhar terno, amoroso. Ela beija o filho. De repente, Jonas entra no quarto. JONAS: - Depois da festa lá embaixo, ele mereceu descansar mesmo. LÍVIA: - Ele não fica até tarde acordado... Parece um anjo. JONAS: - Puxou à mãe. Lívia sorri, graciosa. Jonas se aproxima a pega pela mão. JONAS: - Vem cá... Os dois saem do quarto de Lívia e entram no quarto de Jonas. Ele fecha a porta. JONAS: - Agora sim. Só nós dois. LÍVIA: - Ai Jonas, o que você ta pensando em fazer, seu louco? JONAS: - Não estou apenas pensando, mas sim querendo fazer... Jonas se aproxima de Lívia, a beija. JONAS: - Fica comigo hoje. LÍVIA: - Hoje você conseguiu me ganhar de todas as maneiras... JONAS; - Um dia eu iria conseguir. E pelo visto, este dia chegou. LÍVIA: - E eu espero que seja muito especial. Pra você e pra mim. JONAS: - Vai ser... E sabe por quê?... Porque eu te amo. MUSIC ON: Amado – Vanessa da Matta Os dois se olham profundamente. Aos poucos, seus lábios vão se aproximando e um beijo acontece. Lívia se entrega. Jonas a leva para a cama. Lívia tira a blusa e deita-se, à espera de Jonas. Ele, também tira a camisa e deita-se sobre Lívia. Aos beijos, os dois vão se abraçando e vivendo um momento de amor. Imagens, em diversos flashes, mostram os corpos nus de Lívia e Jonas, abraçados, aos beijos, fazendo amor, envoltos nos lençóis. Ambiente à meia-luz, clima romântico. CENA 07. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER MUSIC CONTINUE. Imagens de São Paulo ao amanhecer. Mostra as rodovias da cidade, movimentação do trânsito. As pessoas nas ruas. Corta: CENA 08. PENSÃO BEM QUERER. INT. DIA. MUSIC OFF. Alaíde, Oscar e Kleber conversam. OSCAR: - Nem parece que teve festa aqui ontem. Hoje de manhã saiu todo mundo bem cedo... ALAÍDE: - Também pudera, Oscar. Hoje é a posse da Lívia na empresa. OSCAR: - O Jonas foi com ela? ALAÍDE: - Não. Ele foi pra agência. KLÉBER: - Acredito que lá na empresa hoje só entra quem realmente é importante. ALAÍDE: - Ah, ta dizendo que Jonas não é importante, Kléber? KLÉBER: - Não é isso, dona Alaíde... ALAÍDE: - Eu sei querido, to brincando com você... Mas eu queria estar lá agora. Queria ser uma mosquinha pra saber o que ta acontecendo. CENA 09. EMPRESA AMARO. AUDITÓRIO. INT. DIA. Posse da nova presidência e membros da direção. Rafael é o centro das atenções. Alfredo entrega para ele um documento para que assine. Rafael o faz. ALFREDO: - Pronto. Agora, Rafael Magalhães Ferreira, você é o novo presidente da empresa Amaro. Rafael é aplaudido. Elizabeth está emocionada. Alfredo faz a mesma coisa com Lívia, que assina o documento. ALFREDO: - Lívia Ribeiro da Silva, você agora é a diretora do setor de Responsabilidade Social da Amaro, além de integrante do conselho. Lívia está feliz. De longe, agradece à Rosa. Tatiana também à cumprimenta. Paulo, de longe, só observa. AGDA (cochicha com Elizabeth): - A vadiazinha comemora o sucesso do golpe. ELIZABETH: - É uma pobre coitada... Rafael chama atenção dos presentes. RAFAEL: - Antes de encerrar a solenidade, eu gostaria de anunciar mais duas pessoas que irão integrar a administração da Amaro. Primeiro, eu chamo aqui na frente aquele que será o meu assistente pessoal. Jorge. Jorge, que estava no fundo do auditório, levanta-se e segue pelo corredor até a frente. Atrai os olhares de todos, inclusive o de Elizabeth. ELIZABETH: - Esse que é o Jorge... AGDA: - Você conhece esse sujeito que o Rafael está colocando aqui dentro? ELIZABETH: - Não, mamãe. Mas o Rafael sabe o que está fazendo. Jorge e Rafael se cumprimentam. Rafael continua. RAFAEL: - E agora, gostaria de apresentar a nova assistente da assessoria executiva da Amaro. Maria Luísa. Nesse instante, Marilu entra no auditório. Elizabeth se mostra desconfortável. Agda está totalmente irritada. Lívia se mostra surpresa ao ver Marilu sendo apresentada. Paulo tenta esconder sua satisfação. Marilu se aproxima de Rafael. Vestida “decentemente”, se faz de boazinha. Ao olhar Lívia, abre um sorriso. Lívia a encara, incrédula. RAFAEL: - A entrada da Maria Luísa aqui na empresa é a realização de um antigo pedido do meu pai. E acho que fiz bem em realizá-lo agora. MARILU: - Eu só quero dizer, doutor Rafael, que eu me sinto muito feliz. Muito feliz mesmo. Obrigada pela oportunidade. Vitória se aproxima de Elizabeth. VITÓRIA: - Está tudo bem com você, mamãe? ELIZABETH: - Na verdade não, filha, mas não há nada que eu possa fazer diante disso. AGDA: - Como não há nada? Vá lá e acabe com essa palhaçada toda! O Tarcísio, mesmo depois de morto, não deixa de colocar uma amante dele na nossa vida! Temos duas vagabundas na nossa empresa. Marilu enxerga Paulo, que discretamente, a cumprimenta. CENA 10. APTO ISABELA. INT. DIA. Isabela conversa no telefone. ISABELA (ao telefone): - Sim, Juliana. Aquela matéria foi sensacional! Claro, só me trouxe coisas boas, inclusive no meu currículo. Aliás, você recebeu meu currículo? Mandei pro seu e-mail, aí da sua revista... (T) Ah, vai dar uma olhada? Sei... (T) Sim, eu saí da Flash Paulista e agora to entrando em contato com amigos, parceiros, né... (T) Tá bom, Juliana. Eu aguardo um retorno seu. Abraço. (desliga o telefone). Nesse instante, a campainha toca. ISABELA: - Deve ser a mamãe. Isabela abre a porta. É Conrado. CONRADO (com buquê de flores): - Bom dia! ISABELA: - Não acredito! Ela tenta fechar a porta, mas Conrado coloca o pé, a empurra. Os dois ficam “brigando” na porta. CONRADO: - Deixa eu entrar pra falar com você! ISABELA: - Pelo o que eu saiba, nós já conversamos tudo o que tínhamos para conversar! CONRADO: - Deixa de ser durona, Isabela! Trouxe até flores pra você! Isabela se afasta da porta. Conrado entra no apartamento. ISABELA: - Eu não tenho todo o tempo do mundo. Fala logo o que você quer. CONRADO: - Primeiro, as flores. (oferece o buquê para Isabela) Isabela pega as flores. ISABELA; - E então...? CONRADO: - E então que eu vim aqui saber como você está. Se ta tudo bem, se você não precisa de alguma coisa, de ajuda pra conseguir emprego... ISABELA: - Mas é muita cara de pau! CONRADO: - Calma, calma! Eu vim aqui na paz. ISABELA: - Eu não preciso de ajuda não. Aliás, eu já estou praticamente empregada. CONRADO (sentando-se no sofá): Mentir não é seu forte, Isabela. ISABELA: - Mentir? Eu não estou mentindo. CONRADO: - Eu ouvi sua conversa no telefone, atrás da porta. Você falou com a Juliana Coelho, da revista MXA, mas ela não te deu uma resposta. Nem viu o seu currículo... Bem o tipo da Juliana mesmo. Aquela lá é devagar para as coisas. ISABELA: - E você é muito rapidinho e metido. Onde já se viu, ficar ouvindo a conversa dos outros? E como você sabe tanto assim da Juliana? Ah, claro. Já ficou com ela, provavelmente. CONRADO (levanta-se): - Não! Isso ainda não! ISABELA: - Ainda não?! Então quer dizer que ela faz parte dos seus planos, seu cachorro?! CONRADO: - O que é, Isabela? Tá com ciúmes ta? ISABELA: - Já chega! (deixa as rosas na mesa) Vai embora daqui, agora! Isabela vai empurrando Conrado para fora do apartamento. Ele tenta argumentar, mas ela não lhe dá ouvidos. CONRADO: - Isabela, por favor/ ISABELA: - Tchau, Conrado! (bate a porta) Isabela, um tanto irritada, se aproxima da mesa. Pega o buquê de flores, observa, pensativa. CENA 11. CLÍNICA DR. FAUSTO. SALA ALMIR. INT. DIA. Almir em sua sala, liga para Carla. Cena alternada entre os dois. ALMIR: - Oi Carla. Sou eu, Almir. CARLA: - Almir, como vai? ALMIR: - Com saudades de você... Queria marcar mais um encontro. Hoje à noite. Lá em casa. CARLA: - Hoje? Sei não, Almir... Acho que não vai dar. ALMIR: - Ih, tem outro na lista é? Por favor, dá um jeito de me colocar na frente. Eu achei você fantástica. Queria te ver de novo. CARLA (a si mesma): Ai meu Deus... Hoje eu ia estar com o Breno... (ao telefone) Tudo bem, Almir. A gente se vê hoje. Mesmo horário? ALMIR: - Sim, mesmo horário! Valeu! (desliga o telefone) Almir sorri, empolgado. CENA 12. SALA LÍVIA. INT. DIA. Tatiana abre a porta da sala. Lívia entra. TATIANA: - E aqui é a sua sala, Lívia. E como eu disse, tudo o que você precisar, pode entrar em contato comigo. LÍVIA: - Obrigada, Tati. (olha a sala) Minha nossa, que coisa linda! Parece coisa de novela! TATIANA: - A Amaro tem belas instalações. E você também merece. Afinal, vai ocupar um cargo importante. LÍVIA: - Nem me fala, Tati. Acho que só agora ta caindo a ficha. Minha vida deu uma virada incrível. Tudo graças ao Tarcísio. TATIANA: - Desculpa a minha pergunta, Lívia, mas você o doutor Tarcísio tiveram mesmo um caso, um romance? LÍVIA: - O que existiu entre eu e o Tarcísio, Tati, não há explicação. Foi algo único e que eu guardo com muito carinho... Mas agora, tem o Jonas, que ta preenchendo o meu coração com coisas boas e me deixando segura, sabe? TATIANA: - O Jonas é um cara muito legal, parceiro. Sinceramente, eu acho que vocês combinam mesmo! Casal perfeito! As duas riem. Nesse instante, rosa entra na sala. ROSA: - Com licença! Posso entrar na sala da nova diretora? LÍVIA: - Mas óbvio que sim! Não precisa nem pedir permissão. ROSA: - Trago notícias da sua mudança. LÍVIA: - E aí, como estão as coisas? ROSA: - Pra variar um pouco, a Louise está enlouquecida lá, organizando tudo. Mas ela disse agora, por telefone, que está ficando tudo tão lindo. LÍVIA: - Ai, não paro de pensar na hora de chegar em casa e ver como ficou tudo. ROSA: - Pelo o que eu conheço da Louise, ela tem bom gosto. TATIANA: - Imagina, Lívia! Deve estar tudo tão lindo!... As três seguem conversando, animadas. CENA 13. AGÊNCIA ÔNIX. INT. DIA. Jonas, Plínio e Marcos conversam. MARCOS: - Então quer dizer que o Jonas está namorando agora? PLÍNIO: - Mas Marcos, tinha que ver como foi o pedido! De joelhos e tudo! Coisa de filme... JONAS: - Tá zoando, Plínio? PLÍNIO: - Eu?! Não... MARCOS: - Fico feliz por você, Jonas. Espero que seja tão feliz quanto eu sou. Nada melhor do que viver um amor. JONAS: - Pode ter certeza que eu serei muito feliz, Marcos. A Lívia é a mulher da minha vida. PLÍNIO: - Ei, já que estamos os três de coleirinha, a gente pode combinar uma saída, só os casais. Que tal? MARCOS: - Eu topo. Mas antes preciso ver com a Adriana. Sabe como é, vida de médica é corrida... E falando em corrida, vou mostrar pra vocês a ideia que eu tive pra marca de bicicletas. Marcos traz o material da campanha e mostra aos colegas. CENA 14. EMPRESA AMARO. INT. DIA. Lorena apresenta a empresa para Marilu. LORENA: - Então é isso, Maria Luísa. Bem-vinda à Amaro. MARILU: - Eu nem como agradecer a atenção, dona Lorena. LORENA: - Não precisa usar o dona não. Tem gente aqui que gosta, mas eu prefiro que me chame apenas de Lorena. MARILU: - Então está bem, Lorena. Eu sei que talvez leve um pouco de tempo para que eu me acostume com tudo. A empresa é muito grande! LORENA: - É, somos uma empresa de grande porte. Nesse instante, Paulo se aproxima. PAULO: - Espero que tenha ensinado tudo bem direitinho para a nova funcionária, Lorena. Não vá enchê-las de vícios logo na chegada. LORENA: - Não se preocupe, Paulo. Ela não ficará como você. Paulo vai se afastando, troca olhares com Marilu. Vai embora. LORENA: - Eu acho o cúmulo dizer isso o que eu vou dizer agora, mas Maria Luísa, evite o quanto puder ficar próxima desse homem. Ele é meu colega aqui, mas tem atitudes nada profissionais, educadas, respeitosas. MARILU: - É mesmo? Não parece... LORENA: - Lobo em pele de cordeiro... Ai, me sinto péssima falando isso pra você assim, na sua entrada na empresa, mas/ MARILU: - Tudo bem, Lorena. Eu sei que você fez isso para me proteger, de certa forma. Prometo tomar cuidado com ele. LORENA: - Bom que você me entendeu... Marilu sorri, falsa. CENA 15. EMPRESA AMARO. SALA PRESIDÊNCIA. INT. DIA. Alfredo e Jorge conversam. ALFREDO: - Então quer dizer que foi pura sorte eu conseguir falar com você pra atender o Rafael? JORGE: - Estava de malas prontas para o Uruguai. Mas com o seu contato, não tinha como sair do país. Faz tempo que não falamos... Na verdade fiquei pelo reencontro com um velho amigo. E pelo dinheiro também. A vida de investigador não está fácil. (risos) ALFREDO: - Deixa de ser bobo, Jorge. Sempre teve vida boa. JORGE: - Mas nem sempre é o suficiente... Ambição faz parte pra gente crescer. ALFREDO: - Mas já que você ficou, como estão as coisas com a investigação? JORGE; - Estão um pouco devagar. Estive na polícia, tentei pegar algumas informações, mas eles mantém quase tudo em sigilo. Mas eu estou prestes a iniciar alguns interrogatórios. Nesse pouco tempo em que peguei o caso, já tenho uma lista de pessoas que me despertaram interesse... Nesse instante, Rafael entra na sala. RAFAEL: - Nunca pensei que vida de presidente fosse tão corrida. ALFREDO: - Ah, é bom se acostumar, Rafael. RAFAEL: - Eu sei... Trabalho e mais trabalho. Aliás, quero marcar uma reunião com a vitória. Ela está planejando uma coleção nova pra empresa. Vamos acertar os detalhes para produção e lançamento. JORGE: - Cheiro de bons negócios... RAFAEL: - Amém! Os três seguem conversando. CENA 16. CLÍNICA DR. FAUSTO. INT. DIA. Gisa encontra Adriana. GISA: - Adriana! ADRIANA: - Oi Gisa. GISA: - Tem uma pessoa querendo falar com você. As duas trocam olhares. CENA 17. CLÍNICA DR. FAUSTO. SALA. INT. DIA. Adriana entra numa sala, com cadeiras e uma mesa, onde já se encontra. As duas estão a sós. ONIRA: - Como vai, Adriana? ADRIANA: - Dona Onira! Surpresa vê-la aqui. ONIRA: - Eu queria trocar uma palavrinha com você. É possível? ADRIANA: - Claro. Adriana senta-se à mesa, de frente para Onira. ADRIANA: - E então, o que a senhora deseja falar comigo? ONIRA: - Olha Adriana, eu nem sei por onde começar... ADRIANA: - Aconteceu alguma coisa? ONIRA: - Aconteceu. E eu estou aqui para reparar isso tudo. ADRIANA: - A senhora pode ser mais clara, dona Onira, porque eu não estou compreendo aonde quer chegar. ONIRA: - Eu serei bem clara sim, querida. O Marcos é um rapaz de ouro. Bonito, inteligente, trabalhador, com um ótimo padrão de vida e que, infelizmente, cometeu um erro grave. ADRIANA (apreensiva): - Como assim? Aconteceu alguma coisa com ele? ONIRA: - Não, ele está bem. Pelo menos por enquanto. Mas, se ele continuar a insistir nesse erro, não tenho dúvidas de que a vida dele não será mais a mesma. Irá decair e muito. Adriana olha confusa para Onira ainda não entende. ONIRA: - O Marcos está crescendo profissionalmente e precisa de alguém que acompanhe essa ascensão dele. Uma mulher que esteja pronta para ajudá-lo, para lhe mostrar os caminhos certos, para/ ADRIANA: - Desculpa, dona Onira, mas... A senhora está dizendo que eu não sou uma boa namorada para o seu filho? ONIRA (firme): - Estou. Adriana se surpreende. ADRIANA: - Mas/ ONIRA: - Confesso que eu tentei demonstrar alguma simpatia, empatia por você. Mas não há como isso acontecer. Eu tenho que pensar na felicidade do meu filho. ADRIANA: - Mas o Marcos é feliz, aliás, muito feliz comigo! Ele mesmo disse isso. ONIRA: - Ele está é iludindo você, Adriana. O Marcos está brincando com você. Esse namorinho de vocês é só um passatempo. Nunca que o Marcos iria se prender a uma pessoa como você tendo toda uma vida pela frente. ADRIANA: - O que você quis dizer com “uma pessoa como eu”? ONIRA: - Você entendeu. ADRIANA: - Não, eu não entendi. ONIRA: - Burra eu sei que você não é, Adriana. ADRIANA: - Será que com todo esse discurso, a burra aqui sou eu mesma? Eu já sei muito bem onde a senhora quer chegar. ONIRA: - Que bom. Assim me poupa de ficar aqui nessa sala trancada com você. ADRIANA: - Pois fique você sabendo, Onira, que eu e o Marcos nos amamos e que vamos ficar juntos você querendo ou não. ONIRA: - Você não percebe que ficando junto com ele só vai atrapalhá-lo? Com que cara ele vai te apresentar para os amigos? Ou numa reunião de negócios? Imagina a vergonha... ADRIANA: - Com a mesma cara que ele vai apresentar a mulher que ele ama. O Marcos não liga pelo fato de eu ser negra. Nem se eu fosse ruiva, japonesa, ou loira. Ele, graças a Deus, é livre de preconceitos. ONIRA: - Já chega. Escuta aqui, sua moreninha/ ADRIANA: - Negra! Eu sou negra! E a senhora sabe bem o meu nome! ONIRA: - Essa é a primeira e a última vez que eu falo isso pra você. Se afasta do Marcos. Para o bem dele. E para o seu também. ADRIANA: - Vai embora daqui, Onira. Vai antes que eu perca minha paciência de vez com a senhora. ONIRA: - Eu vou mesmo. Ficar olhando para essa sua cara por muito tempo me dá náuseas. Onira sai da sala. Adriana, chocada, senta-se na cadeira, pensativa. CENA 18. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER Imagens de São Paulo ao anoitecer. Mostra os prédios iluminados, o trânsito nas ruas. Mostra a fachada de um hotel num prédio mal cuidado. Corta. CENA 19. HOTEL. INT. NOITE. Alexandre, com expressão de enfado, caminha pelo quarto. Mexe no guarda-roupas, numa bancada, até que encontra jornais e revistas. MUSIC ON: Bella Ciao – Alok Bashkar, Jetlag Music e André Sarate - Alexandre Alexandre vê nas revistas e jornais, reportagens e pequenas notas sobre Lívia. Ele rapidamente pega as reportagens, lê atenciosamente, apressado, “devorando” cada folha. ALEXANDRE: - Então a biscate morou numa pensão próxima do centro... Alexandre pega papel e caneta, começa a anotar algumas coisas. ALEXANDRE: - Vou ter que fazer uma visita, ou quem sabe, até me hospedar lá... Mas antes, eu preciso achar o endereço certo... Lívia, eu to cada vez mais perto de você. Plano detalhe em Alexandre, com expressão decidida, triunfante. MUSIC OFF. CENA 20. CASA LÍVIA. SALA DE ESTAR. INT. DIA. Louise, Rosa, Lívia e Jonas conversam na sala. Pedro brinca com brinquedos, próximo a eles. LÍVIA (maravilhada): - Louise, ficou tudo perfeito! Não sei nem o que dizer! LOUISE: - Deu trabalho Lívia pra deixar tudo em ordem. Mas ficou tão legal, né? Até eu adorei o que fiz! JONAS: - Tá tudo muito lindo. A casa toda. Quartos, sala, cozinha, escritório. ROSA: - Eu disse que a Louise tinha bom gosto pra essas coisas... LÍVIA: - Tem mesmo. Muito obrigada, Louise. LOUISE: - Eu que agradeço por acreditar no meu talento. Eu adoro isso... Ah, mas antes de qualquer coisa, não podemos esquecer de um ponto fundamental aqui! LÍVIA: - O que faltou? LOUISE: - Tá faltando planejarmos a sua open house! Lívia: - Open house? O que é isso? ROSA: - É uma festa onde você abre a sua casa nova para os amigos conhecerem. LOUISE: - É chique, é glamouroso, elegante... É como se fosse um cartão de visita seu para a sociedade, a sua entrada triunfal. LÍVIA: - Gente, nem sabia que existia isso... JONAS: - Ah, eu gostei da idéia. Me pareceu bem legal. ROSA: - E não precisa ser uma festa grande. Pode ser algo mais seleto, apenas para os mais íntimos. Você que escolhe. LÍVIA: - Bom, então vamos pensar... Louise, você vai ter que ajudar de novo. Preciso de auxilio pra organizar tudo. ROSA: - E a Louise é ótima nisso. LOUISE: - Festa, badalação, glamour é comigo mesmo! (risos) Todos riem. CENA 21. APTO ALMIR. CORREDOR. EXT. / SALA. INT. NOITE. Carla toca campainha do apto de Almir. Ela aguarda. Usa vestido vermelho, justo. Seu telefone toca. Ela vê a chamada, é Breno. CARLA: - Desculpa, Breno... Carla desliga o telefone. Neste instante, Almir abre a porta do apartamento. ALMIR: - Boa noite! CARLA: - Oi... ALMIR: - Entra. Carla entra no apartamento. A sala está a luz de velas, com buquês de rosas espalhados pelo local. Carla se surpreende. CARLA: - Almir! O que é isso? ALMIR: - Isso é o que você merece. Uma noite especial. Almir entrega para Carla uma taça com champanhe. Os dois brindam, trocam olhares. Almir sedutor. Carla um tanto surpreendida. CENA 22. MANSÃO TARCÍSIO. INT. NOITE. Agda, Elizabeth, Vitória e Fabrício conversam na sala. ELIZABETH: - O dia hoje foi cheio. AGDA: - E poderia ter sido bem melhor do que foi... Nunca vi tanto desrespeito e falta de vergonha na cara num só lugar. ELIZABETH: - Mamãe, por favor! Respeite pelo menos o Fabrício que está aqui. AGDA: - Ele me conhece, sabe como sou verdadeira. FABRÍCIO: - Não se preocupe comigo, dona Agda. VITÓRIA: - Mas pelo menos a vida na empresa volta ao normal. Eu vou até apresentar a nova coleção que eu projetei, pro Rafa. ELIZABETH: - Coisa boa, minha filha! VITÓRIA: - Acho que ele vai gostar. ELIZABETH: - Eu já gostei sem nem ao menos ver alguma coisa. Confio muito no seu talento. VITÓRIA: - Obrigada, mãe. É bom ter o seu apoio, do Rafa, da vovó... (abraça Fabrício) e do meu amor. Me sinto tão segura. FABRÍCIO: - Não vou me afastar de você. Nunca. Fabrício e Vitória se beijam. De repente, a campainha toca. AGDA: - Esperando alguém, Beth? ELIZABETH: - Não... Mas deve ser o Rafael ou a Beatriz. Nice entra na sala, vai atender a porta. Todos estão no aguardo de quem seja. Nice abre a porta. CAM revela Eduardo. ELIZABETH: Eduardo! Eduardo sorri. Todos surpresos com a chegada dele. Encerra com Pra Rua me Levar – Ana Carolina. |
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Talismã - Capítulo 20
Novela de Édy Dutra
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