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No capítulo anterior de Talismã: RAFAEL: - Nossa! Seu colar... Lívia se afasta. RAFAEL: - Eu nunca tinha reparado... É lindo. LÍVIA: - Herança de família. Foi da minha avó, que passou para minha mãe e que deixou pra mim. RAFAEL: - E essa pedra? Nunca vi algo assim, tão bonito, esplendoroso. Deixe-me... (querendo tocar no colar) Lívia se esquiva. LÍVIA: - Você havia comentado comigo que tinha um compromisso hoje à noite ainda... RAFAEL (cai em si): - Meu Deus! Claro! Eu tenho um jantar com a Beatriz!... Foi bom você lembrar! Devo estar atrasado agora! (pega sua maleta) Até amanhã, Lívia! Lívia apenas acena. Rafael sai. Lívia segura firme na pedra do colar, um tanto apreensiva. LÍVIA: - Por que você tinha que dar sinais agora?
... Louise beija Kléber, calorosamente. KLÉBER (a si mesmo): - Mas é muita chuva na minha horta!... LOUISE: - E então, gostou? KLÉBER: - Sem palavras! LOUISE: - Então vem comigo que eu te mostro muito mais. Tenho certeza que você vai adorar! KLÉBER: - Mas eu deixei a moça lá/ LOUISE: - Ai querido, esquece! Tá cheio de Maria-palco por aí, só querem teu dinheiro. Vem comigo que eu vou te mostrar o que é bom. Louise pega Kléber pela mão e vai saindo do bar, passando longe do balcão, onde Gisa aguarda por Kleber, ansiosa. De repente, Gisa vê Kléber saindo do bar, sendo levado por Louise. GISA: - Ai que ódio! A girafona achou ele! E tá indo embora ainda por cima!... Mas isso não fica assim! Não fica mesmo!... Gisa continua bebendo, irada.
... MARILU: - Ouvi dizer que ela mandou avisar que chega depois. Tinha que resolver alguns problemas pessoais. Não sei aonde. Ela ta é armando uma pra se dar bem, de novo! PAULO; - Mas sei não... Acho que ela pode se preparar pra outra coisa... MARILU: - Do que você está falando? PAULO: - Aguarde e verá. MARILU: - Odeio quando você faz mistério das coisas. ... ONIRA: - Você tinha que encher a cabeça do Marcos de bobagem. Resultado, a gente discutiu mais uma vez por causa de você. ADRIANA: - Eu não fiz nada! Apenas falei pra ele da nossa conversa e dos absurdos que a senhora disse sobre/ ONIRA: - Absurdos?! Absurdo é você continuar insistindo nessa história de namoro, de amor, com o meu filho. Eu conheço as pessoas da sua laia, se é que dá pra chamar de pessoas, de gente, com esse tipo de apresentação. ADRIANA: - Esse seu preconceito ainda vai fazer você sofrer muito. ONIRA: - Eu? (ri debochada) Eu sofreria se tivesse essa sujeira como cor de pele. Adriana levanta a mão para dar um tapa em Onira, mas se contém. Onira a encara. ONIRA: - Vai me bater, negrinha? Bate... Logo se vê que vocês estão acostumados mesmo com a selvageria. ADRIANA: - Cala essa boca!... Eu sinto é pena de pessoas que pensam como você, Onira. Pena. No fundo, vocês são tão medíocres. ONIRA: - Medíocre é a sua cara, sua cor, seu cabelo, seu jeito, tudo! Voltem pra África, pro pó, porque é isso que vocês negros são. Pó, terra, o chão que gente digna como eu, merece pisar, estar sempre acima. Adriana pega o café que estava na mesa e joga em Onira, que se surpreende. ONIRA: - Desgraçada! ... LÍVIA: - Vamos lá, Jonas, que eu já estou atrasada! JONAS: - O táxi ta ali na frente. LÍVIA: - Sabe o que eu pensei nessa noite? Acho que vou comprar um carro para mim. JONAS: - ótima idéia, meu amor. Vai ser muito útil pra você, com certeza. LÍVIA: - Você me ajuda a escolher? Porque eu não entendo nada disso! JONAS; - Claro! Lívia e Jonas vão entrar no táxi, quando são abordados por Alexandre. ALEXANDRE: - Bom dia, casal! Lívia olha e se surpreende ao ver Alexandre, que os encara, sorrindo. |
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CAPÍTULO 24 |
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CENA 01. CASA LÍVIA. EXT. / TÁXI; INT. DIA.
Continuação do capítulo anterior. Alexandre aborda Lívia e Jonas. Lívia fica aflita.
ALEXANDRE: - Estou atrapalhando alguma coisa? Ah, estavam saindo... JONAS (desconfiado): - O senhor quer alguma coisa? Alguma informação? ALEXANDRE: - Não, nada não... (encara Lívia) Apenas quis cumprimentar. Hoje é um dia feliz para mim e quero que seja para vocês também... (a Jonas) Um lindo dia. JONAS: - Obrigado. LIVIA (entra no táxi): - Vamos Jonas, vamos logo. JONAS: - Vamos sim. (a Alexandre) Bom dia pra você também. ALEXANDRE: - Até a próxima.
Lívia e Jonas vão embarcam e saem. Alexandre sorri, sacana. / No táxi, Lívia não consegue esconder sua aflição.
JONAS: - O que foi Lívia? Está se sentindo bem? LÍVIA: - Levei um susto com aquele homem... nunca vi ele antes, por aqui. JONAS: - É, sujeito parece meio maluco. Mas tava feliz mesmo, como disse... LÍVIA (a si mesma): - Meu Deus, me proteja. (segura firme a pedra do colar).
CENA 02. REVISTA FLASH PAULISTA. REDAÇÃO. INT. DIA.
Mayra conversa com Conrado.
CONRADO: - Milagre você aqui na redação. MAYRA: - Pois trate de se acostumar com o meu lindo rostinho por aqui. CONRADO: - Não entendi. MAYRA: - Lembra que eu disse que iria cobrar aqueles favores e conselhos que eu te dei? Então, eu já sei como cobrar. CONRADO: - E vai cobrar como? Fique sabendo que eu não tenho dinheiro sobrando aos montes como seu pai para sustentar suas festas e compras e/ MAYRA: - Conrado, por favor né? Vê se eu tenho cara pra vir aqui te pedir dinheiro! Primeiro que eu sei que você não tem. E segundo, que não quero dinheiro, mas sim, um cargo de repórter da sua revista. CONRADO: - Como é que é?! Você quer trabalhar aqui na Flash Paulista, é isso? MAYRA: - Quero. Quero porque, eu to cansada de ficar em casa,sem nada pra fazer... Eu posso ficar aqui, fazer umas reportagens legais, sobre moda, festas, gente bonita. Claro, coisa que me interessa. CONRADO: - Mas você não tem nem diploma, Mayra. MAYRA: - Ok. Pra trabalhar eu não sirvo, mas pra ouvir as suas lamúrias desamorosas eu sou a pessoa ideal, é isso? Ótimo saber, Conrado. (saindo) CONRADO: - Calma, calma, Mayra!
Mayra para, vira-se para Conrado.
CONRADO: - Tudo bem, você pode trabalhar aqui. MAYRA (abraça Conrado): - ai amigo! Que tudo! Você não vai se arrepender! Vou ser uma repórter exemplo! CONRADO: - Assim espero, Mayra.
CENA 03. CASA CHARLOTE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Demétrio chega em casa. Expressão um tanto desolada. Ele coloca a mão sobre o pulso. CAM foca, mostra que Demétrio está sem relógio. Ele tenta disfarçar, já que Charlote está na sala.
CHARLOTE: - Oi querido! Demorou lá na loja hein!... E então, chegou a ver o preço da TV? DEMÉTRIO: - Vi, vi sim... Está barato, acho que dá pra comprar. CHARLOTE: - Que bom. Nossa sala de vídeo precisa de uma televisão nova... (olha o pulso de Demétrio) Você tirou seu relógio, querido? DEMÉTRIO: - Meu relógio? Pois então, se eu te contar você não vai acreditar. CHARLOTE: - O que aconteceu, Demétrio? Não me diga que você foi assaltado! DEMÉTRIO: - Não, meu bem, graças a Deus não. Na verdade, foi pura distração minha. Eu fui à uma loja de relógios lindíssima num shopping e fiquei lá, provando alguns... Aí eu tirei o meu para provar os outros. Mas acho que na hora de ir embora, eu não fechei direito no pulso, sei lá. Acho que caiu na rua. Perdi. CHARLOTE: - Ai Demétrio, que pena!... Seu relógio era tão lindo! Uma peça especial da Amaro, presente do Tarsísio. DEMÉTRIO: - Pois é, Charlote. Eu também fiquei triste... Mas, fazer o quê? E a Isabela, ta aí ainda? CHARLOTE: - Está sim, lá no quarto com a Beatriz. Estão colocando os assuntos em dia.
CENA 04. CASA CHARLOTE. QUARTO. INT. DIA.
Beatriz conversa com Isabela.
BEATRIZ: - E aí ele praticamente me esqueceu lá no restaurante pra ficar ajudando aquela vadia da Lívia! ISABELA: - Não acredito, Beatriz! O Rafael fez isso com você? BEATRIZ: - Eu até hoje custo a acreditar que sim... Eu tô arrasada amiga. ISABELA: - Eu posso imaginar!... Conrado pisou feio na bola. BEATRIZ: - Como é? ISABELA: - O que foi? BEATRIZ: - Você falou Conrado. O Conrado pisou na bola, foi o que você disse. ISABELA: - Não, eu não disse/ BEATRIZ: - Isabela, não sou louca não!... Fala aí, o que tem o Conrado? Pra você falar o nome, só pode estar pensando nele. ISABELA: - Ai Beatriz, nas últimas horas eu só tenho pensado nele, pra falar a verdade. BEATRIZ: - Como é que é?! Tá apaixonada, é isso?! ISABELA: - Não... Pior! BEATRIZ: - Então fala logo, o que tem o Conrado? ISABELA: - Eu to grávida dele.
Beatriz se surpreende.
BEATRIZ: - Grávida?! Você está grávida do Conrado?! ISABELA: - Pshiii!!! Fala baixo!... Meus pais não sabem. BEATRIZ: - Como isso, sua louca? Não era você que não queria nem ver o Conrado pintado de ouro e agora me diz que ta grávida dele?! Não to entendo... ISABELA: - Foi no dia em que eu fui no apartamento dele avisar do meu desligamento da revista. Ele me rodeou, eu tentei escapar, mas/ BEATRIZ: - Caiu nos braços dele. ISABELA: - E o resultado está aqui na minha barriga. BEATRIZ: - Tá, mas você fez um teste, é confirmado? ISABELA: - Fiz hoje... Lógico, tudo escondido da minha mãe. BEATRIZ: - Ele já sabe? ISABELA: - Ainda não... Mas eu to tomando coragem pra contar. Pra ele e para os meus pais. BEATRIZ: - Que virada na sua vida, Isabela. Que virada! ISABELA: - Sem emprego, sem marido e agora, mãe solteira... BEATRIZ: - Mas eu estou aqui pra te ajudar no que for preciso, amiga. Mas antes eu quero fazer um pedido. ISABELA: - Pode fazer. BEATRIZ: - Eu quero ser a madrinha! (risos)
As duas riem.
CENA 05. EMPRESA AMARO. SALA PRESIDÊNCIA. INT. DIA.
Lívia entra na sala de Rafael. Ele simpático, ela tentando esconder sua aflição.
RAFAEL: - Oi Lívia!... Pena você poder chegar agora. Perdeu uma bela apresentação das joias que a Vitória elaborou para a Amaro. LÍVIA: - Oh, que pena mesmo. Queria tanto ter visto... RAFAEL: - E então, trouxe seu projeto? LÍVIA (aproxima-se da mesa): - Está aqui. (nervosa) Eu segui pelas dicas que você me deu, mas não sei se está correta/ Aqui nesta página, eu procurei colocar todos os detalhes possíveis, mas/ Aqui, olha só, não acha que falta coisa?
Rafael segura a mão de Lívia. Os dois trocam olhares.
RAFAEL: - Calma, Lívia. Fica tranquila. Eu vou te ajudar no que for preciso.
Os dois ficam a se olhar. De repente, Marilu entra na sala. Lívia e Rafael disfarçam, afastam as mãos.
MARILU: - Com licença, doutor Rafael. O relatório da reunião de apresentação do projeto das joias. RAFAEL: - Obrigado, Maria Luísa.
Lívia nem olha para Marilu.
LÍVIA: - Eu vou para a minha sala, depois você me diz o que achou, Rafael. RAFAEL: - Claro, Lívia.
Lívia sai.
MARILU: - Com licença, doutor.
Marilu sai logo em seguida.
CENA 06. EMPRESA AMARO. CORREDOR. INT. DIA.
Marilu se apressa para abordar Lívia.
MARILU: - Cuidado, Lívia... O patrão é noivo já. Se a noiva dele descobre que você ta dando em cima/ LÍVIA: - Eu não estou dando em cima de ninguém, Marilu. Me deixa em paz! MARILU: - Eu já disse que quero te ver na lama. LÍVIA: - Não se mete no meu caminho, na minha vida! (encara Marilu) Eu estou te avisando.
Lívia se afasta. Marilu fica pensativa.
CENA 07. CASA INÊS. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Inês recebe Elizabeth em sua casa.
ELIZABETH: - Eu estava saindo da empresa, quando resolvi passar aqui para falar com você. Quero saber o que achou do jantar de ontem? INÊS: - Foi bom. ELIZABETH: - Foi bom?! Só isso?! INÊS: - É... ELIZABETH: - Eu preparo um jantar dos deuses, promovo o reencontro seu com o Eduardo e você só diz isso? Muito bom?
Inês fica desconfortável, sem reação.
ELIZABETH: - Não fuja da minha pergunta agora, Inês. INÊS: - Fugir? Eu/ ELIZABETH: - O que foi que aconteceu entre você e o Eduardo, no passado? Se é que aconteceu alguma coisa... Por que a relação de vocês é assim, tão diferente? INÊS: - Beth, que pergunta é essa?! ELIZABETH: - Eu estou perguntando porque há tempos percebo que você fica diferente quando eu falo nele. Parece que não gosta do próprio irmão. INÊS: - Imagina, Beth! Eu e o Eduardo nos damos bem! De onde você tirou isso?! ELIZABETH: - Desculpa, Inês... Desculpa! Eu devo estar imaginando coisas... Mas já que não há nada errado, você vai ficar feliz com a notícia que quero te dar. INÊS: - Notícia? ELIZABETH: - O Eduardo foi nomeado meu representante oficial na empresa. Ele é quem vai controlar a minha parte nos negócios.
Inês finge alegria, tentando disfarçar sua preocupação.
INÊS: - Que ótimo, Beth! Fico feliz mesmo! ELIZABETH: - Sabia que iria gostar! Seu irmão caiu do céu para mim!
CENA 08. HOTEL. QUARTO. INT. DIA.
Breno e Carla namoram, deitados na cama.
BRENO: - Esse hotel aqui é muito bom. Melhor do que muito motel que a gente já foi. CARLA: - É verdade. É lindo mesmo. Mas, como você conhece esse aqui? Já trouxe outras presas pra cá, né? (risos) BRENO: - Que isso! Você é a primeira e única pessoa que eu trago aqui... (beija Carla). Mas logo logo você vai passar a frequentar a minha casa, o meu quarto... CARLA: - Sério mesmo?! BRENO: - Claro... Eu acho que já está na hora da gente assumir esse nosso namoro. Eu quero isso. CARLA (o beija): - Você é tudo, Breno!
Breno, de repente, olha o anel na mão de Carla.
BRENO: - Anel novo... Não tinha visto ainda. CARLA (disfarça): - Comprei. Tem uma moça lá na empresa que vende...
De repente, o celular de Carla toca. Ela olha a chamada. É Almir.
CARLA: - Viu? É só falar na empresa que eles me ligam... (se afasta de Breno) BRENO: - Pede mais uma hora... CARLA (ao telefone): - Oi Jaque! (T) Sei... (T) Mas/ (T) Tá bom, estou indo... (T) Beijo. (desliga o telefone) BRENO: - Vai ter que ir... CARLA: - Minha supervisora é fogo!... Mas eu prometo que da próxima tiro o dia inteiro pra você.
Carla se aproxima de Breno, o beija. MUSIC ON: Zero – Liniker Os dois ficam a se olhar por um instante, se admirando.
BRENO: - Amo você. CARLA: - Eu também.
Carla sai. Breno, deitado na cama, pensativo, feliz.
CENA 09. CASA ROSA. INT. DIA.
MUSIC FADE OUT. Jorge visita Rosa. Os dois estão na sala de estar.
ROSA: - Pensei que estivesse trabalhando. JORGE: - Pedi uma licença para o Rafael. Precisava encontrar alguém importante. ROSA: - Você é sempre assim, galanteador?
Jorge ri.
ROSA: - Eu tenho aqui café e suco. O que você prefere? JORGE: - Um café, por favor... Está sozinha em casa? ROSA (servindo café): - Estou. A Louise me disse que ia dar uma volta pela cidade, fazer compras no shopping... (entrega xícara para Jorge). Eu gosto até de ficar sozinha. JORGE: - Bem, então eu vou indo embora... ROSA: - Não! Não vá... (risos) Louise é enérgica e eu às vezes não consigo acompanhar o ritmo dela. Por isso, que quando ela sai, eu procuro aproveitar pra ficar quietinha, comigo mesma. Ou então numa boa companhia, como agora. JORGE: - Agradeço pelo elogio. Confesso que, desde aquela noite lá no restaurante, eu pensei muito em você. ROSA: - Nossa, Jorge, assim você me deixa sem jeito. JORGE: - Desculpe, não é essa a minha intenção. Mas, eu fiquei me perguntando, como uma mulher linda, inteligente como você, possa estar sozinha, sem ninguém? ROSA: - Não estou sem ninguém! JORGE: - Você entendeu o que eu quis dizer. ROSA: - Desde que eu fiquei viúva, não me envolvi com mais nenhum homem. Meu marido foi um homem muito bom pra mim. Eu tive uma vida de rainha ao lado dele e tudo isso aqui, tudo o que tenho hoje, foi graças a ele. JORGE: - Sim, eu vejo que vocês levavam uma vida muito confortável, ricos, mas sem ostentação. Falando nisso, em ricos, tenho uma curiosidade. Aquele dia no restaurante, você falou que o destino aproximou você e a Lívia. Como se deu isso? ROSA: - É uma história longa... JORGE: - Eu tenho aqui todo o tempo do mundo... (risos) ROSA: - Vou contar, mas sem me aprofundar aos detalhes, tudo bem? JORGE: - Como você quiser.
Rosa começa a falar como conheceu Lívia. Jorge fica atento ao que Rosa diz.
CENA 10. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. DIA.
Louise chega no restaurante Europa-Brasil, a procura de Kléber. Roberto a recepciona.
ROBERTO: - Olá senhorita! Seja bem-vinda! LOUISE: - Obrigada pelo senhorita!... (olha para os lados, procurando alguém) ROBERTO: - Está procurando alguém? Já fez sua reserva? LOUISE: - Não, meu amado... Na verdade, eu estou procurando sim, mas é um funcionário seu. ROBERTO: - Funcionário meu? LOUISE (encontra Kléber): - Já achei. (saindo)
Roberto se mostra confuso. Louise vai caminhando em direção a Kléber, quando Gisa chega ao lado dele. Louise fica possessa.
GISA: - Então você vai colocar essa música no repertório?! Eu amo essa música! KLÉBER: - Eu também. Tim Maia é ótimo. GISA: - “Nada do que foi será”/ Essa vai ser a nossa música, Kléber. LOUISE (se aproxima): - Que música? Marcha fúnebre?! Porque é essa que eu queria que tocasse agora para uma certa pessoa. (encara Gisa) KLÉBER: - Louise? GISA: - Ih, a girafona... LOUISE: - Muito bonito, não é, seu Kléber? Dormir na minha casa e sair sem nem me dar um beijo de despedida? Isso não se faz, meu amorzinho... GISA: - Pobre Kléber... Dormiu com a Bela e acordou com a Fera. Ou melhor, dormiu com a Cinderela e acordou com a abóbora. LOUISE: - A abóbora você vai ver onde eu vou enfiar, sua/ KLÉBER: - Ei, meninas, por favor! Aqui é o meu local de trabalho. LOUISE: - Eu exijo uma explicação, Kléber. GISA: - E eu quero uma chance, Kléber. Você não vai se arrepender... KLÉBER: - Aqui não é hora, nem lugar, gente. Por favor, queiram se retirar. GISA: - Mas/ KLÉBER: - Por favor. Aqui é o meu serviço. Outra hora, com mais calma, eu converso com vocês. LOUISE: - Fazer o quê, né?
As duas ficam paradas.
KLÉBER: - Gente, é pra ir embora. GISA: - Eu não vou embora antes dessa devoradora de homens. Deixar você sozinho pra ela? Nem morta! LOUISE: - Que devoradora o quê, anã revoltada! KLÉBER (firme): - As duas, por favor!
Louise e Gisa se olham, vão saindo. Kléber fica pensativo.
KLÉBER: - Onde eu fui parar?! Duas malucas...
CENA 11. MOTEL. INT. DIA.
Carla se encontra com Almir num motel. Os dois se beijam e se abraçam calorosamente.
ALMIR: - Eu sabia que você ia vir. CARLA: - Eu estava com meu namorado. Nem deveria estar aqui. ALMIR: - Seu homem sou eu, Carla. CARLA: - É uma aventura, Almir... ALMIR: - Que você está se entregando de corpo e alma... Vem comigo...
Os dois se jogam sobre a cama, aos beijos.
CENA 12. CLÍNICA DR FAUSTO. INT. DIA.
Mayra aborda Fabrício no corredor.
MAYRA: - Oi Fabrício! FABRÍCIO: - Ih, o que você quer, Mayra? MAYRA: - Calma! Eu desta vez vim em paz. FABRÍCIO: - Em paz é? Sei... MAYRA: - Em paz e a trabalho. Eu agora sou repórter da Flash Paulista e estou incumbida de fazer uma entrevista e um ensaio fotográfico com você. FABRÍCIO (surpreso): - Comigo?! MAYRA: - Sim. A entrevista é sobre a beleza na medicina. FABRÍCIO: - Que idéia mais esdrúxula, Mayra! Eu não faço entrevista e muito menos ensaio sensual. MAYRA: - Mas Fabrício, paga-se bem. FABRÍCIO: - Eu não quero dinheiro! MAYRA: - Ah, pena... Pensei que você precisasse. Até porque, tem muita coisa pra fazer no apartamento novo, livros para estudo. Eu sei também que você está pensando em comprar um carro. FABRÍCIO: - É bastante dinheiro assim? MAYRA: - Eu não ia vir aqui mentir pra você, Fabrício. A revista promete fazer uma edição especial. Você é um exemplo de homem bonito, jovem e no caminho do sucesso. Tudo o que eu precisava para a matéria.
Fabrício fica pensativo. MUSIC ON: Bom - Ludmilla
MAYRA: - Confia em mim, Fabrício. Tudo profissional. Você facilita o meu trabalho e ainda recebe uma boa grana de cachê. Que tal? FABRÍCIO: - Tá bom. Eu aceito. Aproveita que eu to com umas horas de folga entre um paciente e outro. Dá pra ser agora a entrevista. MAYRA: - Não! Vamos primeiro às fotos, que exige um tratamento especial.
Mayra se mostra esperta. MUSIC OFF.
CENA 13. AGÊNCIA ÔNIX. INT. DIA.
Marcos, Plínio e Jonas conversam sobre os projetos da agência, quando a campainha toca.
PLÍNIO: - Pode deixar que eu atendo.
Plínio abre a porta. É Adriana.
ADRIANA: - Oi, o Marcos está? PLÍNIO: - Está sim. Entra.
Adriana entra e Plínio a leva ao encontro de Marcos.
MARCOS (feliz): - Meu amor!
Marcos beija Adriana, que não corresponde. Ele estranha.
ADRIANA: - A gente precisa conversar. MARCOS: - Claro. (a Jonas e Plínio) Pessoal, vocês podem ir lá pro andar de cima, tem um material que precisa ser organizado, leva tempo e/ JONAS: - Sem problemas, Marcos. Vamos Plínio.
Jonas e Plínio saem.
MARCOS: - E então, o que foi? ADRIANA: - Eu pensei e muito sobre isso e confesso que ainda não tenho certeza que essa é a melhor decisão a ser tomada por mim. Mas/ MARCOS: - Calma, Adriana. Você pensou sobre isso. Isso o quê? ADRIANA: - Nós dois... Eu pensei muito e cheguei a conclusão que/ Eu vou ser direta, Marcos. MARCOS: - Fala, meu amor! Eu já estou ficando preocupado. ADRIANA: - A gente precisa se separar.
Marcos se surpreende.
MARCOS: - Como?! ADRIANA: - Não dá mais pra levar essa história em frente. MARCOS: - Mas Adriana, de onde você tirou isso?! ADRIANA: - Você é um cara legal, um homem único, inteligente, bonito, companheiro, romântico... Mas enquanto essas diferenças entre nós existirem/ MARCOS: - Não há diferença nenhuma entre a gente, Adriana! Eu juro que não entendi ainda porque você está dizendo isso. ADRIANA: - Entenda Marcos. É para a nossa própria felicidade. MARCOS (segura as mãos de Adriana): - A minha felicidade é estar perto de você, Adriana! ADRIANA: - Eu também penso isso, Marcos, mas há barreiras muito fortes tentando impedir que a nossa felicidade prevaleça. E eu não sei se estou preparada para lidar com isso. Ainda mais quando essa barreira é importante para você. MARCOS: - Você está falando da minha mãe? ADRIANA: - Eu não quero ser um peso na sua vida, muito menos na vida dela. Acho melhor cada um seguir seu caminho. Vai ser melhor assim. (solta as mãos de Marcos) MARCOS: - Calma, Adriana! Não é bem assim. ADRIANA (chora): - Marcos, por favor. Não complique ainda mais as coisas pra mim e pra você. MARCOS: - Você não pode estar falando sério...
MUSIC ON: Retratos e Canções – Pulinho Moska Adriana tira do dedo o anel de compromisso que havia ganho de Marcos e entrega na mão dele. Marcos se emociona.
MARCOS: - Não faça isso comigo... ADRIANA: - Eu nunca quis te magoar. Nunca.
Adriana se afasta, vai embora. Marcos chora, entristecido. Jonas e Plínio descem do segundo andar.
PLINIO: - Chefinho, a gente já/ Ih rapaz, o que aconteceu?! JONAS: - Marcos, o que houve cara? MARCOS: - Acabou pessoal... Acabou.
Jonas abraça Marcos, que chora.
CENA 14. EMPRESA AMARO. SALA EDUARDO. INT. DIA.
Eduardo está encantado com sua sala nova, na Amaro. Se mostra poderoso, triunfante. De repente, Alfredo entra na sala.
EDUARDO: - Veja só que legal, Alfredo. Gostou da minha sala? ALFREDO: - A sua cara de pau é tremenda, Eduardo. EDUARDO: - Alfredo?! Por que todo esse ódio? ALFREDO: - Deixa de ser sonso, cara! Porque você está fazendo com a Beth, com a família dela? EDUARDO: - De novo essa história? No jantar, a Inês já veio me perguntar isso. Eu não estou fazendo nada! Vocês dois precisam parar de cuidar a minha vida e cuidar da vida de vocês! ALFREDO: - Eu não esqueci o que você me fez, Eduardo. Não mesmo. EDUARDO: - Eu nunca te fiz nada, Alfredo. Sempre te apoiei em tudo, te ajudei/ ALFRDO: - Você quase me levou à falência, desgraçado! EDUARDO: - Eu? Não... O que aconteceu foi que você não teve sorte nos negócios. Só isso. ALFREDO: - Essa sua pose de rei, vai acabar, Eduardo. Eu vou fazer de tudo para que você caia. Tudo! EDUARDO (encara Alfredo): - Tenta, Alfredo. Tenta. Vamos ver quem vai sair perdendo.
Alfredo se retira.
EDUARDO: - Petulante. Quero mais é que se exploda.
CENA 15. CLÍNICA DR FAUSTO. INT. DIA.
Vitória chega na clínica, pergunta para uma funcionária sobre Fabrício e descobre que ele está numa sala a sós com Mayra.
VITÓRIA: - Como é que é?! Com a Mayra?!
Vitória sai apressada pelos corredores, procurando por Fabrício.
CENA 16. CLÍNICA DR. FAUSTO. INT. DIA.
Vitória entra de sala em sala até chegar no local onde ele está. Vitória abre a porta e fica surpresa ao ver Fabrício, sem camisa, sendo fotografado por Mayra.
VITÓRIA: - O que significa isso?! FABRÍCIO: - Vitória?! MAYRA (falsa): - Oi, querida! VITÓRIA: - Queria uma ova! Fabrício, o que é isso?! MAYRA: - Isso é um/ VITÓRIA: - Eu falei com o meu namorado, sua oferecida! MAYRA: - Ei, eu estou aqui, trabalhando! VITÓRIA: - Sei bem o trabalho que você está fazendo. Tirando foto do meu namorado! Pra quê? FABRÍCIO: - É pra Flash Paulista, meu amor. Vão fazer uma matéria comigo. E ainda vai render uma grana. VITÓRIA: - E você acreditou, Fabrício? Essa garota quer é abusar de você! MAYRA: - Desculpa gente, mas eu não estou aqui para ser ofendida por essa garota. Sinto muito Fabrício, mas o ensaio termina aqui. FABRÍCIO: - E a entrevista? MAYRA: - A gente faz outra hora. Agora eu vou embora e/ VITÓRIA: - Isso, vai mesmo, sua sem vergonha! Oferecida!
Mayra pega suas coisas e sai. Fabrício coloca a camisa.
VITÓRIA: - Meu Deus! Se eu não chego a tempo, esta você sem camisa e ela sem roupa aqui dentro! FABRÍCIO: - Não exagera, Vitória! Nem teve nada disso. A Mayra pela primeira vez falou sério. VITÓRIA: - Falou sério?! Você acha que aquela oferecida não estava com segundas intenções?! FABRÍCIO: - Acho. Em nenhum momento ela chegou perto de mim. Você é que está fazendo tempestade em copo d’água. VITÓRIA: - Tempestade em copo d’água, Fabrício?! Não acredito que você está defendendo aquela/ FABRÍCIO: - Estou. Você desta vez está errada.
Vitória se surpreende com a reação de Fabrício.
VITÓRIA: - Eu vim aqui para falar pra você sobre a minha coleção nova para a empresa, pra gente namorar e você me trata desse jeito? FABRÍCIO: - Desculpa, Vitória, mas/ VITÓRIA: - Deixa, deixa assim... Melhor eu ir embora mesmo. FABRÍCIO: - Vitória, calma. VITÓRIA: - Eu realmente estou errada, Fabrício. Eu preciso ficar sozinha, pra pensar nas minhas atitudes, nos meus erros... Não quero continuar fazendo tempestade em copo d’água. (saindo) FABRÍCIO: - Vitória, espera!
Vitória sai sem dar ouvidos a Fabrício.
CENA 17. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER
Imagens de São Paulo ao anoitecer. Mostra o Monumento dos Bandeirantes, o Ibirapuera, as avenidas movimentadas.
CENA 18.CASA ROSA. INT. NOITE.
Rosa e Jorge na porta casa.
JORGE: - Foi uma tarde maravilhosa. ROSA: - Eu adorei a sua companhia, Jorge. JORGE: - Vamos combinar esses encontros mais vezes. ROSA: - Vamos sim. Vai ser um prazer.
Os dois ficam a se olhar. Jorge se aproxima, beija Rosa.
JORGE: - Boa noite. ROSA: - Para você também.
Os dois se olham, carinhosos. Nesse instante, Louise chega.
LOUISE: - Oi gente! Ué, visita? ROSA: - Não, Louise. O Jorge já está de saída. LOUISE: - Ah, não foi porque eu cheguei, ne? JORGE: - Claro que não. Eu realmente preciso ir... Boa noite para vocês.
Jorge sai. Louise e Rosa entram em casa. Rosa, feliz.
LOUISE: - Pode abrir a boca e me dizer o que aconteceu entre você e esse gentleman aqui! ROSA: - Não aconteceu nada... Apenas uma conversa entre amigos. LOUISE: - Eu não nasci ontem, Rosa! E esse mega clima que tinha quando eu cheguei? ROSA: - Ah, agora rolou um beijo sim. E que beijo! LOUISE: - Ah! Mas ela é esperta! Mas é isso aí, amiga. Investe nele. É um homem e tanto!
As duas riem.
CENA 19. APTO PAULO. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.
Paulo está em sua casa, no escritório, em frente ao PC. Faz uma pesquisa. Na tela, várias fotos de pedras preciosas.
PAULO: - Que pedra será aquela do colar da Lívia?
Paulo pesquisa, faz anotações. Até que se surpreende ao encontrar a possível pedra.
PAULO: - É essa... Pedra Sigba? Que pedra é essa?
CENA 20. CASA FAUSTO. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.
Lorena e Marilu analisam uns papéis.
LORENA: - Viu como tinha coisa, Maria Luísa? Essa sua ideia do jantar foi ótima. MARILU: - Claro, Lorena. Assim fica melhor para examinar tudo.
Fausto entra no escritório e se surpreende ao ver Marilu.
FAUSTO: - Boa noite. LORENA: - Querido!... (se aproxima, o beija) Fausto, essa é a Maria Luísa, minha secretária. FAUSTO (cumprimenta Marilu): - Prazer em conhecê-la. MARILU: - O prazer é meu.
Os dois trocam olhares. Lorena nem percebe.
LORENA: - Vai tomar seu banho, querido. Daqui a pouco vou mandar servir o jantar. FAUSTO: - Vou sim. Até daqui a pouco então. MARILU: - Até.
Fausto sai. Marilu disfarça.
LORENA: - Ele chega cansado da clínica. MARILU: - Ele é médico? LORENA: - É sim. E um dos mais renomados! MARILU: - Nossa, que legal. Realmente, deve trabalhar muito... LORENA: - Falando em trabalho, eu quero é terminar isso logo e jantar! Não aguento mais! (risos)
CENA 21. CASA LÍVIA. INT. NOITE.
Jonas está na sala de jantar, fazendo a refeição. Lívia chega no local.
LÍVIA (sentando a mesa): - Dormiu. JONAS: - Pedrinho é o cara! Antes de ir pra cama, limpou o prato. LÍVIA: - Fico feliz. Nunca tive problemas com a alimentação do Pedro. Ele gosta de tudo! Frutas, legumes, verdura, carne... JONAS: - Cresceu saudável. Assim como meu amor por você. LÍVIA: - Ai que lindo! (risos) JONAS: - Falando em amor, hoje o Marcos, meu chefe, teve uma decepção daquelas. LÍVIA: - Mas por que? JONAS: - A namorada terminou o namoro com ele. O cara ficou arrasado. LÍVIA: - Coitado... JONAS: - Nessas horas você nem sabe o que dizer pra confortar a pessoa. LÍVIA: - Só resta torcer para que ela siga em frente, não se deixe abater pela tristeza, por mais difícil que possa ser. JONAS: - É verdade... Difícil vai ser resistir à sobremesa que eu fiz pra você. LÍVIA: - Você fez sobremesa para mim?! Não acredito! JONAS: - Brigadeiro de panela. LÍVIA: - Eu amo brigadeiro e amo meu namorado cozinheiro! Até rimou! (risos) JONAS: - Vou lá buscar!
Jonas sai. Lívia fica empolgada.
CENA 22. CASA FAUSTO. SALA DE JANTAR.INT. NOITE
Jantar na casa de Lorena, onde ela, Fausto, Marilu e Mayra estão à mesa.
LORENA: - Que bom que a gente conseguiu resolver tudo o que o faltava, não é Maria Luísa? Era muita coisa! MARILU: - É verdade, Lorena... Mas precisamos deixar a nossa parte mais organizada, para não acumular tanta coisa assim. LORENA: - Tem razão. FAUSTO: - Vejo que vocês estão se dando bem. LORENA: - A Maria Luísa tem tino para a coisa. Organizada, responsável. MAYRA (irônica): - Cheia de qualidades, a funcionária perfeita!... Cuidado mamãe, isso parece roteiro de filme, onde a patroa, no final, se depara com a verdadeira face da secretária. (ri)
Marilu fica um tanto sem jeito.
LORENA: - Mayra, por favor! Brincadeira sem graça. Ainda mais depois do episódio da Tatiana. FAUSTO: - Desculpe, Maria Luísa. A Mayra tem às vezes um jeito um tanto inconveniente de ser. MAYRA: - Tá bom, não está mais aqui quem falou! MARILU: - Não tem problema. Foi só uma brincadeira.
Marilu sorri, cínica, para Mayra. Fausto observa, um tanto seduzido por Marilu. CAM mostra por baixo da mesa. Fausto, sentado na ponta da mesa, ao lado de Marilu, a cutuca com o pé, alisando sua perna. Marilu sente, olha fixo para Fausto, que a encara. Marilu disfarça.
MARILU: - Eu vou ao banheiro. (levanta-se) Com licença. FAUSTO: - E eu vou pegar um vinho na adega. Assim já te mostro o caminho do banheiro.
Os dois saem da mesa.
LORENA: - Mayra, modere seus comentários. O que a Maria Luísa vai pensar? MAYRA: - Ai, mãe, já pedi desculpas... É que hoje eu tive um dia difícil... LORENA: - Começou na revista? Viu como não é fácil? MAYRA: - Ainda mais quando empacam seu trabalho... Mas deixa pra lá, o melhor está por vir.
CENA 23. CASA FAUSTO. CORREDOR. INT. NOITE.
Marilu caminha à frente de Fausto, que a pega pelo braço e a “prensa” na parede.
MARILU: - O que é isso?! A Lorena pode vir! FAUSTO: - Não se preocupe, ela não vem... MARILU: - O senhor está me desrespeitando! Eu vou gritar! FAUSTO: - Eu sei que você não vai... Você é experiente, sabe lidar muito bem com essa situação e com outras ainda mais, ousadas, eu diria. Não foi a toa que o Tarcísio levou você na festa da revista... Ele sabia que tinha qualidade no material (alisando a perna de Marilu) MARILU (tira a mão de Fausto): - Você não está falando coisa com coisa. FAUSTO: - Não precisa fingir pra mim. Eu sou experiente no assunto. E tenho grana para pagar bem também.
Fausto beija Marilu, que de início tenta resistir, mas depois se deixa levar. Fausto pega seu celular no bolso e entrega para Marilu.
FAUSTO: - Me deixa seu telefone. Quero ter você pra mim uma hora dessas. MARILU: - Dá aqui que eu salvo pra você.
Marilu digita o telefone no celular de Fausto, enquanto ele a beija pelo pescoço e suas mãos “passeiam” pelo seu corpo.
MARILU: - Está aqui. Agora eu preciso ir. (empurra Fausto) Você é louco, sabia? FAUSTO: - Eu sei identificar o que é bom e o que não é, Maria Luísa. (ri, sacana)
Marilu se recompõe e sai.
CENA 24. CASA FAUSTO. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
Marilu se aproxima de Lorena.
MARILU: - Lorena, eu já vou indo embora. LORENA: - Mas já?! Fique, Maria Luísa! MARILU: - Não, Lorena, já está tarde... Mas foi ótimo ter a companhia de vocês.
Fausto chega na sala com o vinho.
FAUSTO: - Está aqui o vinho. MAYRA: - Nem precisa, papai. A Maria Luísa já vai embora. FAUSTO: - Já? MARILU: - Já sim, doutor Fausto. Foi um prazer estar aqui com vocês. LORENA (levantando-se): - Bem, eu levo você até a porta.
Marilu se despede de Mayra e cumprimenta Fausto. Trocam olhares. Lorena acompanha Marilu até a porta.
LORENA: - Obrigada pela ajuda, Maria Luísa. MARILU: – Eu que agradeço pela noite. Valeu a pena.
As duas se abraçam. Marilu vai embora. Lorena fecha a porta, retorna para a sala.
LORENA: - Que pessoa legal. Rafael acertou em cheio ao contratar a Maria Luísa. FAUSTO: - É... Parece ser boa profissional.
Fausto degusta o vinho, pensativo.
CENA 25. APTO HENRI. INT. NOITE.
Henri leva Sarah para o seu apartamento. Eles entram, trazendo malas e sacolas.
HENRI: - Seja bem-vinda à minha morada, eu agora vai ser a sua também. Não repara a bagunça. SARAH: - Imagina!... Muito obrigada, Henri, pela ajuda que você está me dando. HENRI: - Nada mais justo, não é, Sarah? Afinal, você está esperando um filho meu. SARAH: - Quem diria né? HENRI: - Quem diria... Eu pai! E tendo filho com uma mulher! Não sei se eu estou preparado pra isso não... SARAH: - Mas eu estou, Henri. E bem preparada... HENRI: - Ih, conheço essa sua cara. O que ta pensando? SARAH: - Pensando numa coisa, numa idéia que vai ajudar nós dois e muito! HENRI: - Como assim? Fala logo! SARAH: - Só tem uma pessoa que pode livrar você das responsabilidades de pai, e de me proporcionar tudo do bom e do melhor para que eu tenha uma gravidez de rainha. HENRI: - Quem é essa pessoa, criatura? SARAH: - O Conrado! HENRI: - Conrado? Quem é esse? SARAH: - O Conrado é ninguém mais ninguém menos que o dono da Flash Paulista. E é o cara com quem eu tenho um pequeno casinho, mas que já rendeu boa coisa, viu? Na mesma época em que eu e você ficamos no escritório, eu já tinha dormido com ele. Ou seja, ele nem vai desconfiar da possibilidade de não ser o pai. Ou melhor, do pai ser o meu amigo e chefe gay. HENRI: - Sarah, isso é errado! Você vai enganar o cara desse jeito?! Tudo bem que ele é rico e tal, mas, inventar que ele é pai, sendo que ele não é, é muito arriscado. SARAH: - Arriscado é eu ter essa criança sozinha, sem nenhum amparo financeiro! Henri, eu preciso aproveitar as oportunidades que a vida me dá! Tenho certeza que o Conrado é o pai certo para o meu filho. E você vai me ajudar. HENRI: - Não, eu não quero meu nome envolvido no seu golpe da barriga. SARAH: - Você tem um filho nesse golpe. Se não ajudar, eu juro que faço um aborto, tiro essa criança, dou um jeito. Mas ter esse filho e continuar pobre, eu não vou! HENRI: - Calma, calma! Aborto não! É perigoso! SARAH: - Senta aí na poltrona e escuta como a gente vai fazer. No final, você vai ver que isso vai ser bom pra você também.
Sarah se mostra confiante no seu plano.
CENA 26. CASA LÍVIA. EXT / SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Lívia se despede de Jonas, na porta de casa.
LÍVIA: - Obrigada Jonas, pela companhia, por tudo. E principalmente pelo brigadeiro! (risos) JONAS: - Ah, eu faço brigadeiro sempre que você pedir! (risos) Estou aqui para o que você precisar, meu amor.
Os dois se beijam, apaixonados.
JONAS: - Fica bem. LÍVIA: - Pode deixar. Volta com Deus.
Jonas vai embora. Lívia entra em casa, fecha a porta. Vai indo para a sala de estar quando tem uma surpresa. Lívia fica em choque ao ver Alexandre sentado em seu sofá.
ALEXANDRE: - Muita melação você e esse moleque aí. LÍVIA (chocada): - O que você está fazendo aqui, Alexandre?! Como você/ ALEXANDRE: - Segurança falha, Lívia, nesse condomínio. Qualquer um entra e tal... Mas como eu entrei aqui não interessa. O que interessa é o porquê eu entrei aqui. A gente precisa acertar algumas contas, meu amorzinho. LÍVIA: - Não tenho nada para acertar com você! Saia daqui agora! ALEXANDRE: - Tem sim... É como diz como aquele velho dito, “o teu passado te condena”. E aqui, eu sou o juiz, Lívia.
Alexandre encara Lívia, totalmente aflita. Encerra com Pra Rua me Levar – Ana Carolina |
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Talismã - Capítulo 24
Novela de Édy Dutra
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