| ||
No capítulo anterior de Talismã: LOUISE: - Aquela anã vilãzinha me paga! Você acredita, Rosa, que ela me fez pegar um táxi que me levou pra fora do planeta! Tive que gastar horrores pra voltar... Cheguei quase ao amanhecer em casa e ainda por cima, bêbada! (geme, dor de cabeça) Só pra ela ficar com o meu Kléber!... (percebe a aflição de Rosa) O que foi? Ta preocupada? ROSA: - Estou sim, Louise. Com a Lívia... Desde ontem eu sinto um aperto aqui no peito. LOUISE: - Ui, cheguei a me arrepiar agora! ROSA: - Eu tentei ligar pra Lívia, mas não consegui... Acho que vou até a Amaro, saber como ela está, ver ela de perto. LOUISE: - Vai mesmo. Assim acalma essa sua preocupação toda. ... SARAH: - Se eu soubesse que ficar grávida me traria tanto lucro, eu ficaria grávida mais cedo, sabia? HENRI: - Que isso Sarah! Vira essa boca pra lá! SARAH: - É verdade, Henri! O Conrado acabou de me ligar, dizendo que já marcou médico pra mim, numa clínica poderosa e que depois vamos fazer compras no mercado. Só coisa cara e natural, meu bem. HENRI: - Natural e sem graça né? Sem açúcar, sem sal, tudo pra não prejudicar a saúde do bebê. SARAH: - Você é pobre, Henri, não sabe nada da dieta das grávidas, principalmente as grávidas chiques. HENRI: - Mas eu sei que quanto maior o passo, maior o tombo. Você tá brincando com os sentimentos desse cara. SARAH: - Que nada! Eu estou defendendo os meus direitos. Ele como pai vai ter que arcar com as consequências ora! HENRI: - Se ele fosse o pai, tudo bem né? SARAH: - Ele é o pai!... Você nem pense em falar uma coisa dessas perto do Conrado, Henri! Se ele desconfia que o filho é seu, ele me mata e acaba com a minha boa vida... Deixa como está que o plano tá dando certo.
... LÍVIA: - Eu só quero é me livrar de você, o mais rápido possível. ALEXANDRE: - Infelizmente isso não será tão fácil. Infelizmente pra você, porque pra mim, será um prazer ficar bem pertinho de você. LÍVIA: - Vamos deixar de conversinha e ir logo ao assunto. Eu não posso ficar muito tempo fora da empresa. ALEXANDRE: - Vamos então, senhora de negócios. Marcou comigo aqui pra quê? ... RAFAEL: - O que foi? Tá tudo bem? BEATRIZ: - Tá sim. RAFAEL: - Não, não está não. Você está seca comigo. Fiz alguma coisa errada? BEATRIZ: - Eu te liguei, mas você não me atendeu. E pior, desligou o telefone depois. Posso saber por quê? RAFAEL: - Estava trabalhando, oras... nada de mais! BEATRIZ: - É mesmo? Ou será que eu atrapalhei alguma coisa? RAFAEL: - Por acaso você está insinuando alguma coisa, Beatriz? BEATRIZ: - Eu? Não, imagina! RAFAEL: - Olha só, eu estou cansado, tive um dia cheio... Não estou a fim de discutir com você. BEATRIZ: - Eu também não quero discutir. Só queria uma explicação pra sua atitude. ... FAUSTO: - Bem-vinda ao paraíso! O hotel cinco estrelas mais caro de São Paulo. MARILU: - Você é louco, Fausto! Inventar uma viagem para o Rio de Janeiro e se instalar num hotel luxuoso como este em plena São Paulo? Só você mesmo... FAUSTO: - Eu queria mesmo é estar pertinho de você. E se você fosse sair da cidade também não daria certo, a Lorena iria desconfiar. MARILU: - Ela já está desconfiada... Eu tive que ouvir as queixas dela e fingir que não sei de nada... Ela disse que vocês não transam a tempo. FAUSTO: - Eu sei. Mas na seca eu não estou. MARILU: - Não?! FAUSTO: - Não... Sempre dou um jeito. Afinal, as prostitutas estão aí pra quê? MARILU: - Safado! FAUSTO: - Agora vamos deixar de conversinha e vamos ao que interessa... Quero ter você inteirinha. Não sabe o quanto eu esperei por isso.
MUSIC ON: Bella Ciao – Alok Bashkar, Jetlag Music e André Sarate
Marilu empurra Fausto, que cai deitado na cama. Marilu sobe na cama, começa a fazer um strip tease para ele. Fausto se impressiona com a beleza dela. Fausto não resiste, agarra Marilu. Os dois rolam sobre a cama, aos beijos ardentes e abraços calorosos. ... ROSA: - Voltou agora? Depois de tanto tempo? LÍVIA: - Sim... Ele quer é causar um vendaval na minha vida! ROSA: - Sim, eu sinto que a volta dele traz algo ainda mais ruim... Por que você entregou aquele envelope de dinheiro para ele, Lívia? LÍVIA: - É parte de uma dívida que eu tenho com ele e também uma forma de afastá-lo da minha vida de uma vez por todas. ROSA: - Dívida? LÍVIA: - Sim... O Alexandre era meu agenciador no Rio de Janeiro. Eu era garota de programa, Rosa.
Rosa se surpreende com a revelação de Lívia. Jonas também fica chocado ao descobrir que Lívia era garota de programa. |
||
CAPÍTULO 27 |
||
CENA 01. CASA LÍVIA. SALA DE ESTAR. EXT. NOITE.
Continuação do capítulo anterior. Lívia conversa com Rosa e Jonas, na escada, escuta tudo.
ROSA: - Você... LÍVIA: - Eu era garota de programa no Rio de Janeiro. E o Alexandre era o responsável por arranjar os programas para mim. ROSA: - O cafetão. LÍVIA: - Eu nem sei como eu consegui ficar tanto tempo nas mãos dele! Aquele monstro! ROSA: - Então agora ele voltou para extorquir você, é isso? LÍVIA: - Ele só quer dinheiro, tirar tudo o que pode de mim. Eu não vou aguentar isso! ROSA: - Mas então vai até a polícia! Denuncia esse homem, Lívia! Ele pode ser perigoso! LÍVIA: - Ele é perigoso, Rosa, capaz de coisas horríveis!... Mas eu não quero envolver a polícia nisso. Pelo menos não agora. Seria um escândalo associar o meu nome a esse cara, e querendo ou não, isso pode respingar na família do Tarcísio. Não quero me incomodar com eles novamente. ROSA: - Pensando por esse lado você tem razão. Mas não pode deixar que esse homem te domine novamente. LÍVIA: - Não, nunca!... Eu não sou mais a garota de programa de antes. Eu mudei, agora tenho tudo que eu sempre desejei e vou lutar para que o Alexandre não se aproxime disso, do meu filho, de nada!
Lívia fala decidida, segurando firme a pedra do colar. Jonas escuta toda conversa, sem ser notado.
CENA 02. HOTEL. INT. NOITE.
Alexandre chega no quarto de um hotel melhor do que ele estava antes.
ALEXANDRE: - Agora sim, num lugar decente. Mas ainda não o que eu mereço...
Alexandre se joga na cama.
ALEXANDRE: - Lívia!... Isso é só o começo do que você vai me dar... Só o começo!
CENA 03. APTO FABRÍCIO. INT. NOITE.
Fabrício está em seu apto quando a campainha toca. Ele atende. É Mayra.
FABRÍCIO: - Mayra? MAYRA: - Oi Fabrício, desculpa vir aqui sem avisar. Eu mesma pedi para o porteiro não chamar você. Não vou demorar. Só queria falar com você. FABRÍCIO: - Entra.
Mayra entra no apto.
FABRÍCIO: - O que foi? MAYRA: - Eu quero te mostrar em primeira mão, como ficou a sua matéria para a Flash Paulista.
Mayra entrega o texto para Fabrício, que fica feliz em ver o resultado.
FABRÍCIO: - Nossa, ficou ótimo! E as fotos ficaram muito boas!... Você leva jeito, hein! MAYRA: - Obrigada!... Nossa, até que enfim um elogio vindo de você... Eu sempre me acostumei a levar patadas. FABRÍCIO: - Que isso, Mayra... MAYRA: - É verdade! Eu não podia nem chegar perto de você que lá vinham três pedras contra mim. FABRÍCIO: - Eu quero te pedir desculpas então. E principalmente pelo o que a Vitória fez lá na clínica. Ela agiu muito mal e/ MAYRA: - Fabrício, você não precisa pedir desculpas de nada. Quem tem que fazer isso é a Vitória e não você. Voce aliás foi tão prejudicado quanto eu, que tive que dar um jeito de terminar a matéria a tempo pra mostrar pra editora amanhã. FABRÍCIO: - Eu quis pedir desculpas sim porque a Vitória é minha namorada, então... MAYRA: - Vocês estão juntos ainda? FABRÍCIO: - Pra falar a verdade, sim, mas a gente não se falou ainda desde aquela confusão na clínica. MAYRA: - A Vitória é orgulhosa. Enquanto ela tiver isso mais forte nela, não vai conseguir compreender muitas coisas na vida. FABRÍCIO: - Nossa, você filosofou agora. MAYRA: - Só falei a verdade... O orgulho dela só faz vocês se afastarem (se aproximando de Fabrício). Desse jeito, ela deixa de ver o quanto você é um cara legal, especial, bonito, por dentro e por fora!... Eu, no lugar dela, não deixaria escapar um minuto perto de você. Ficaria assim (pega a mão de Fabrício) presa à você, o tempo todo... É assim que eu sempre quis estar. É assim que eu quero estar agora.
Mayra, num impulso, beija Fabrício, que fica sem reação.
MAYRA: - Eu sempre quis isso. FABRÍCIO: - Mayra, você não podia/ MAYRA: - Eu não podia e nem posso deixar passar esse momento. Acredito que nem você deveria, Fabrício.
Mayra beija Fabrício, que tenta resistir, mas se entrega.
CENA 04. MANSÃO TARCÍSIO. QUARTO VITÓRIA. INT. NOITE.
Vitória em seu quarto, trabalha sobre uns desenhos de jóias, mas não consegue se concentrar. De repente, Nice entra no quarto, trazendo uma bandeja com suco.
NICE: - Com licença, Vitória. Está aqui o seu suco que você pediu. (deixa bandeja numa mesinha) VITÓRIA: - Obrigada, Nice... NICE: - O que foi, Vitória? Tá tão tristonha... VITÓRIA: - Ai Nice... Nem eu sei o que eu tenho. Na verdade, eu sei sim. Mas é difícil admitir que seu coração está precisando de outra pessoa. NICE: - Brigou com o Fabrício? VITÓRIA: - Na verdade ele brigou comigo... Mas eu estava certa! Se eu não chego na hora, aquela sonsa da Mayra agarra ele e/ bom, deixa pra lá... NICE: - Se acalma menina... As coisas vão ficar bem. VITÓRIA: - Tomara, Nice... Não vejo a hora.
Nice sai. Vitória pega o celular.
VITÓRIA: - E ele nem me ligou...
CENA 05. CASA LÍVIA. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Rosa e Lívia continuam a conversar. Jonas escutando tudo, sem ser notado.
ROSA: - E onde esse Alexandre está agora? LÍVIA: - Não sei. Eu dei dinheiro pra ele e pedi pra ele sumir. ROSA: - Você não deveria ter feito isso, Lívia. LÍVIA: - Eu sei, Rosa, mas era a única solução que eu tinha! ROSA: - Tudo bem, eu entendo você. Mas isso é mais um motivo para ele ficar próximo agora. Ele sabe que se você deu dinheiro agora, pode dar mais depois, muito mais! LÍVIA: - Não! Mas ele não terá mais nada! Eu não sei como, mas eu não vou deixar o Alexandre tirar mais nada de mim nem do meu filho. ROSA: - Eu vou rezar muito por você, Lívia... eu preciso ir agora. Mas fique bem, ta certo? Qualquer coisa, não hesite em me ligar. LÍVIA: - Obrigada, Rosa.
Lívia acompanha rosa até a porta. As duas se abraçam, Rosa vai embora. Lívia retorna para a sala. Jonas desce para falar com Lívia.
JONAS: - Então era isso... LÍVIA: - Jonas! Nem vi você descer. JONAS: - Por que você não me falou antes? LÍVIA: - Falou o quê? JONAS: - Não se faça de sonsa, Lívia. Eu ouvi toda a sua conversa com a Rosa. LÍVIA: - Você ouviu/ JONAS: - Por que você escondeu de mim que era garota de programa?!
Lívia se surpreende.
JONAS: - Você me enganou esse tempo todo, é isso? Mentiu pra mim! LÍVIA: - Não, Jonas!... Eu quis é privar você. A minha vida corre risco e não quero que ninguém mais se envolva. Eu não enganei você, nem ninguém. Eu só quis proteger a todos em minha volta. JONAS: - Você quis é se dar bem, Lívia... Agora eu sei o porquê da sua aproximação com o Tarcísio. LÍVIA: - Você está insinuando que/ JONAS: - Não é verdade?! Você não saia com o Tarcísio por dinheiro? Difícil dizer que não, hein. Você até ficou com a herança dele! LÍVIA: - Não acredito que você está dizendo essas coisas pra mim! Jonas, eu nunca saí com o Tarcísio pensando no dinheiro dele! Nunca!... Meu Deus, você está ouvindo o que está dizendo pra mim? JONAS: - E você, ta se dando conta do cerco que você está armando? E na pessoa em que você se transformou?... Eu te amo tanto, Lívia e você me escondeu a sua verdadeira face. LÍVIA: - Eu só não queria que você sofresse como eu estou sofrendo, Jonas. Será que você não entende isso?! JONAS: - O que eu precisava saber e entender eu já entendi... Desde o início, quando surgiu essa história de herança, eu sabia que você iria se transformar. Ta aí a prova. (Jonas tira do dedo a aliança de compromisso) Essa aliança aqui é prova de amor e não de mentira. (coloca a aliança sobre a mesa de centro).
MUSIC ON: Amado – Vanessa da Matta Lívia observa, incrédula, a atitude de Jonas, que se mostra firme, embora entristecido.
LÍVIA: - Você está terminando comigo, é isso, Jonas? JONAS: - Você pode achar essa atitude infantil, precipitada. Mas eu não posso continuar com alguém que esconde a sua vida de quem a ama. Não posso... LÍVIA: - Não pense assim, Jonas! Não faça isso!
Jonas vai embora. Lívia, chocada, chora. MUSIC OFF.
CENA 06. MANSÃO TARCÍSIO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Agda na sala. Elizabeth chega apressada.
AGDA: - O que foi Beth? Entrou feito furacão! ELIZABETH: - Eu me nego a acreditar! Me nego!
Eduardo entra na sala.
EDUARDO: - Se nega a acreditar em que, meu amor? ELIZABETH: - Vocês acreditam que a Inês me chamou na casa dela para me dizer coisas horríveis sobre você, Eduardo! EDUARDO (surpreso/receoso): - Sobre mim?! ELIZABETH: - Sim!... A Inês só pode estar ficando louca! AGDA: - Mas o que ela disse para deixar você tão transtornada, minha filha? ELIZABETH: - Ela inventou que o Eduardo deu um golpe nela no passado, roubou todo dinheiro dela e do Alfredo e que depois fugiu para os Estados Unidos graças a um outro golpe! EDUARDO: - Não acredito que a minha irmã foi capaz de uma coisa dessas! AGDA: - Gente, mas isso é algo muito sério! Acusações gravíssimas! ELIZABETH: - Palavras levianas, mamãe! Pura mentira! Imagina se o Eduardo, todo cortês, educado, carinhoso, seria capaz de barbaridades dessas!... Ela ainda disse que ele só está comigo por causa do dinheiro. Vê se pode? EDUARDO: - Eu nunca esperava essa reação tão caluniosa da Inês... Minha irmã, que eu amo tanto! AGDA: - Mas ela não falou isso de graça. Deve haver algum motivo. ELIZABETH: - Que motivo, mamãe? Não há motivo pra isso! EDUARDO: - Ela só pode estar com inveja. Inveja da nossa felicidade, Beth. A Inês teve um casamento frustrado. Não quer ver ninguém feliz só porque ela não conseguiu ser feliz. ELIZABETH: - Eu fiquei pasma com tudo aquilo... Tão cedo não quero vê-la na minha frente... Vou subir, tomar um banho na banheira, ver se relaxo um pouco... AGDA: - Vá, minha filha. Vou pedir para a Nice servir o jantar.
Elizabeth e Agda saem. Eduardo sozinho na sala.
EDUARDO: - A Inês passou dos limites... Irmãzinha, precisamos conversar. Uma conversa muito séria, sua ordinária.
CENA 07. HOTEL LUXUOSO. SUÍTE. INT. NOITE.
Marilu e Fausto, deitados na cama, depois de um intenso momento de prazer.
FAUSTO: - Essa foi, sem sombras de dúvidas, a melhor transa que eu já tive... Você estava demais! MARILU: - Eu sei fazer do jeito que os homens gostam, querido... Sei deixar um homem louquinho, pedindo mais! FAUSTO: - E é assim que eu estou. Quero mais, mais! MARILU (levanta-se): - Ei, calma lá, garanhão!... Por hoje chega. FAUSTO: - Ah, já vai? MARILU (vestindo-se): - Meu querido, amanhã cedo eu preciso estar na empresa. Não estou de viagem no Rio de Janeiro como uns e outros por aí... (ri, debochada) FAUSTO: - Fala pra mim. Esse plano ta bom, não ta? Uma semana só eu e você. MARILU: - Está ótimo!... Mas agora eu preciso ir. Amanhã de noite eu volto. FAUSTO: - Vou te esperar lá embaixo, pra gente jantar no restaurante aqui do hotel. Servem um dos melhores menus do mundo!... Coisa fina. Sei que vai gostar. E depois, a gente vem pra cá, ter mais uma noite de prazer maravilhosa. MARILU: - Adorei o roteiro... (aproxima-se de Fausto, o beija) Até amanhã. Descansa porque amanhã eu quero ter você todinho.
Marilu vai embora. Fausto se mostra satisfeito.
CENA 08. APTO PAULO. INT. NOITE.
Paulo, no escritório do seu apartamento, pesquisa sobre a pedra do colar de Lívia.
PAULO: - Pedras raras... Mas nenhuma igual aquela...
Olhando na internet, ele encontra uma foto de uma pedra parecida com a do colar.
PAULO: - Acho que achei... (lendo) Pedra Sigba, o elemento místico africano... (surpreso) Meu Deus, acho que encontrei o tesouro que procurava!...
Paulo segue lendo sobre a pedra.
PAULO: - Raríssima! Exemplares quase inexistentes atualmente... Mais de 5 milhões de dólares... Lívia, seu colar precisa vir parar nas minhas mãos! Vou fazer fortuna com essa pedra!
CENA 09. CASA LÍVIA. QUARTO. INT. NOITE.
MUSIC ON: Amado – Vanessa da Matta Lívia, em seu quarto, chora entristecida.
CENA 10. FLSASHBACK. CASA LÍVIA. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Lívia e Jonas discutem.
JONAS: - E você, ta se dando conta do cerco que você está armando? E na pessoa em que você se transformou?... Eu te amo tanto, Lívia e você me escondeu a sua verdadeira face. LÍVIA: - Eu só não queria que você sofresse como eu estou sofrendo, Jonas. Será que você não entende isso?! JONAS: - O que eu precisava saber e entender eu já entendi... Desde o início, quando surgiu essa história de herança, eu sabia que você iria se transformar. Ta aí a prova. (Jonas tira do dedo a aliança de compromisso) Essa aliança aqui é prova de amor e não de mentira. (coloca a aliança sobre a mesa de centro). LÍVIA: - Você está terminando comigo, é isso, Jonas? JONAS: - Você pode achar essa atitude infantil, precipitada. Mas eu não posso continuar com alguém que esconde a sua vida de quem a ama. Não posso...
CENA 11. QUARTO LÍVIA. INT. NOITE.VOLTA CENA ATUAL.
Lívia lamenta.
LÍVIA: - Eu não queria mentir nem machucar ninguém... Só quero viver a minha vida em paz ao lado de quem eu amo... Só isso.
MUSIC OFF.
CENA 12. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER
Imagens de São Paulo ao amanhecer. Mostra a 25 de Março, a Pinacoteca, os prédios da cidade vistos de cima.
CENA 13. CLÍNICA DR FAUSTO. QUARTO. INT. DIA.
No quarto, Onira e Marcos conversam.
MARCOS: - E então, mamãe, como você está se sentindo? ONIRA: - Um pouco melhor. Louca pra sair daqui e voltar pra minha casa. MARCOS: - Logo logo você vai poder fazer isso. O médico daqui a pouco vem avaliar os exames da senhora. ONIRA: - Pensei que nunca mais ia voltar aqui. Esse lugar não me traz boas lembranças e você sabe muito bem porque. MARCOS: - Por favor, vamos evitar falar disso agora, ta bom?... ONIRA: - Aposto que ela veio procurar você. MARCOS: - Mãe/ ONIRA: - Ela não vai sossegar enquanto não separar a gente. Enquanto não me ver longe de você. Acredito até que ela deva estar torcendo para que eu morra de uma vez e ela possa enfim sugar tudo o que é seu! MARCOS: - Mãe, para com isso! Você não pode se alterar!...
Nesse instante, Adriana entra no quarto, trazendo os exames de Onira.
ONIRA: - O que essa negrinha está fazendo aqui? MARCOS: - Mãe, já chega! ADRIANA: - Eu só vim trazer os exames que o doutor Luís pediu. E fiz isso como um favor a ele. Senão, não o faria. ONIRA: - Seria melhor não ter feito mesmo. Assim me poupava de vê-la. ADRIANA: - Digo o mesmo, Onira. Mas eu sou uma profissional e cumpro bem o meu papel, de ajudar os colegas e tratar bem as pessoas. MARCOS: - Por favor, gente! Não vamos brigar agora! ONIRA: - Ninguém aqui está brigando meu filho. A negrinha aí veio trazer os exames e já vai embora, limpar o chão, lavar as roupas... Ah, esqueci. Ela é médica!... Só aqui mesmo pra ter médicos dessa cor. ADRIANA: - Escute aqui, sua ingrata, o que você quer dizer com isso hein? Que negros como eu não tem capacidade, é isso? Pois fique a senhora sabendo que o doutor Luís seguiu todos os procedimentos que eu recomendei a ele, para tratar a senhora. Por tanto, se você está bem aí, a ponto de bradar superioridade, é graças a mim. ONIRA: - Mas era só o que me faltava! A escurinha dizer que me tratou! ADRIANA: - Indiretamente fui eu sim. Mesmo com todo o peso das ofensas que a senhora me fez. Fiz isso pela minha honra de médica. E fiz também pelo Marcos, que é uma pessoa muito especial e que não merece a mãe que tem. ONIRA: - Ordinária! Tem coragem de dizer isso na minha cara! MARCOS: - Já chega! Vamos parar por aqui! ADRIANA: - estão aqui, Marcos, todos os exames. Sua mãe, como você pode ser, está melhor. Só precisa de repouso. Ela já está liberada para ir embora. ONIRA: - Graças a Deus! Não vejo a hora de me livrar de vez desse ambiente. MARCOS: - Obrigado, Adriana. Eu nem como agradecer e ao mesmo tempo me desculpar. Eu/ ADRIANA: - Não precisa dizer nada... Com licença, eu preciso ver outro paciente.
Marcos segura a mão dela. Os dois trocam olhares. Aos poucos, Adriana vai saindo.
MARCOS (vira-se para Onira): - Isso que você fez foi inadmissível! ONIRA: - Brigue comigo depois, em casa. Eu quero é ir embora daqui! MARCOS: - A Adriana pode te processar por racismo, sabia? ONIRA: - Que processe! Não falei nenhuma mentira. E justiça seja feita, meu filho. Médicos negros nesse país são poucos. Os que existem, com certeza, estão aí por causa dessas malditas cotas raciais. Não dá pra confiar! MARCOS: - Você tem noção da insanidade que está dizendo? ONIRA: - Pode ter certeza meu filho que eu não sou a única a pensar assim. Agora alcance minhas coisas porque eu ir embora daqui.
CENA 14. REVISTA FLASH PAULISTA. REDAÇÃO. INT. DIA.
Beatriz não se concentra no trabalho. Conrado percebe e vai falar com ela.
CONRADO: - O que foi, Beatriz? Alguma coisa errada com os textos? BEATRIZ: - Não, Conrado. Os textos estão bons. A minha vida que está errada. CONRADO: - Hummm... Brigou com o noivo? BEATRIZ: - Como você sabe? CONRADO: - Chutei. Na verdade, teve um pouco de intuição. Você trabalha aqui há muito tempo e eu conheço você. BEATRIZ: - Briguei sim. Briguei feio com o Rafael ontem e agora eu não consigo parar de pensar nele. CONRADO: - Mas então deixa de ser boba e vai atrás dele. BEATRIZ: - O que? Rastejar, pedir perdão? Nunca! CONRADO: - Eu não disse isso, Beatriz!... Vai atrás dele pra conversar, pra pelo menos tentar acalmar esse coração aí. BEATRIZ: - Sair assim, no meio do trabalho? CONRADO: - Se você resolve o seu problema, vai voltar e fazer o trabalho melhor, resolvendo assim, o meu lado na história. Viu como é simples o raciocínio? BEATRIZ: - Vou fazer isso mesmo. Valeu pela força. CONRADO: - De nada.
Beatriz pega sua bolsa e sai apressada pela redação, cruzando com Sarah, que entra no local procurando por Conrado. Ela, usando uma roupa bem justa e de cor chamativa. Todos na redação reparam. Conrado a vê.
CONRADO: - Essa não... SARAH (vê Conrado): - Conrado, meu querido!
Conrado morre de vergonha. Sarah se aproxima.
CONRADO: - O que você está fazendo aqui, Sarah? SARAH: - Preciso falar com você. Sobre nosso filho. CONRADO: - E precisava vir nessas roupas? SARAH: - São as únicas que eu tenho, Conrado! CONRADO: - Vem, vamos pra minha sala...
Conrado vai indo em direção a sua sala, seguido por Sarah, exibida. Os funcionários reparam, comentam.
CONRADO (aos funcionários): - Ei pessoal, todo mundo trabalhando hein!
Os funcionários voltam-se para os seus afazeres. Conrado e Sarah entram na sala.
CENA 15. CASA INÊS. INT. DIA.
A campainha da casa de Inês toca. Alfredo está se preparando para ir ao escritório. Inês chega na sala.
INÊS: - Deixa que eu atendo, querido.
Inês abre a porta. É Eduardo, que vai entrando na casa.
INÊS (surpresa): - Eduardo?! EDUARDO: - Bom dia, maninha! Bom dia, cunhadinho! Como estão? ALFREDO: - O que você está fazendo, Eduardo? EDUARDO: - Vim apenas fazer uma visita, só isso. ALFREDO: - Não queremos você aqui dentro. Fora daqui agora! EDUARDO: - Não querem? Ah, mas não ter que me aturar, pelo menos mais um pouco. Quando vocês foram até a minha casa nova eu os recebi de braços abertos! E agora que eu venho retribuir a visita, sou recebido com várias pedras? INÊS: - Fale logo, Eduardo, o que você quer? EDUARDO: - Eu quero é saber por que cargas d’água você foi inventar aquele monte de histórias sobre mim para a Beth? INÊS: - Inventar? Eu fui é abrir os olhos da minha amiga, que não merece ser enganada por você! EDUARDO: - Por que você não cuida da sua vida, Inês? Cuida do seu casamento enfadonho, sem sal... Cuida do seu marido... Não fica colocando o dedo onde não te interessa! ALFREDO: - Cala a boca! Não fale assim com a minha mulher! EDUARDO: - Olha Alfredo, eu te admiro, viu? Casar com uma mulher tão sem graça quanto a Inês... Sem graça, feia, oca.
Inês se choca.
EDUARDO: - Só um homem muito corajoso para ficar com uma mulher que não consegue nem seguir a lei da natureza, que é procriar. Pobre Inês, seca, seca... Se bem que não sei se sinto pena ou não. Tudo na vida há um motivo de ser, existir. Se você é seca por dentro, vai ver é porque merece mesmo. ALFREDO: - Canalha!
Alfredo parte para cima de Eduardo, dando um soco nele. Eduardo cai no chão. Alfredo vai para bater nele novamente, mas Inês o segura.
INÊS: - Não, Alfredo! Não quero violência aqui! ALFREDO: - Esse desgraçado vai aprender a não falar mais nada de você por aquela boca suja!
Eduardo levanta-se. Sua boca está cortada.
EDUARDO: - A verdade dói, não é?... Dói saber que a família não é feliz. Família? (ri, debochado) que família se nem filhos você podem ter?! (ri) INÊS: - Vá embora, Eduardo! Saia daqui! EDUARDO: - Alfredo, você ainda teve o azar de nascer, viver aqui nos costumes do ocidente. Porque se fosse em outro país, lá no oriente, poderia devolver a esposa inválida.
Alfredo solta-se de Inês e dá outro soco em Eduardo. Inês tenta impedi-lo, mas não consegue. Alfredo acerta alguns socos em Eduardo, que fica caído no chão. Alfredo pega Eduardo e vai levando ele para a porta da casa. Inês segue, aflita.
CENA 16. CASA INÊS. EXT. DIA.
Do lado de fora, Alfredo empurra Eduardo, que cai no chão, mas logo se levanta. Mostra-se irredutível.
EDUARDO: - Vocês vão pagar. Você, Inês, pelo o que disse à Beth. E você, Alfredo, pelos socos que me deu. ALFREDO: - Você merece muito mais, seu canalha! Vá embora!
Eduardo entra em seu carro e sai. Alfredo abraça Inês, que chora.
ALFREDO: - Nada vai acontecer, querida. Não se preocupe.
CENA 17. PENSÃO BEM QUERER. QUARTO CARLA. INT. DIA.
Carla pensativa, deitada na cama, quando seu telefone toca. É Almir. Carla não atende. Levanta-se, vai até a janela, olha um pouco a rua. Volta-se para o quarto, pega o celular. Procura na agenda telefônica o número de Breno.
Carla liga, mas a chamada cai na caixa postal. Ela não deixa recado, desliga o telefone, chateada.
CARLA: - Ai Breno...
CENA 18. REVISTA FLASH PAULISTA. REDAÇÃO. INT. DIA.
Sarah e Conrado conversam. Ela entrega para ele uma lista de pedidos/exigências.
CONRADO (lendo a lista): - Você realmente precisa de tudo isso?! SARAH: - Meu querido, isso é o mínimo que uma grávida precisa para viver bem e ter uma gestação saudável! CONRADO: - Ah, sim... Esfoliação corporal com sais gregos fazem parte disso? SARAH: - Mas é lógico! Não posso deixar a minha pele uma uva passa durante a gravidez! CONRADO: - Desculpa, mas o item 32, compras uma vez por semana na Oscar Freire, está fora de cogitação! SARAH: - Fora? E a minha auto-estima como fica? Quer que eu seja uma grávida depressiva e passe todos os meus problemas e frustrações pra criança? Toda mulher gosta de compras. E eu preciso disso para me manter feliz. CONRADO: - Mas você vivia feliz sem nada disso antes! SARAH: - Muito pelo contrário, Conrado. Antes, eu vivia num breu tremendo. Aí eu conheci você, a gente se envolveu e eu voltei a ver a luz! CONRADO: - Nada feito. Este item ta fora da lista. E tem outros aqui que eu também vou ter que eliminar. Aqui ó, item 43, viagem uma vez por mês para a Europa. Não há dinheiro que banque isso, minha querida. Nem eu vou para a Europa tantas vezes no ano. SARAH: - Ah, Conrado... Meu sonho sempre foi conhecer a Europa. Depois que nosso filho nascer, eu não vou conseguir fazer isso porque vou estar atarefada com os afazeres de mãe. CONRADO: - Não tem problema. Quando ele fizer 18 anos você visita a Europa. Ela não vai sair de lá. SARAH: - Você vai me fazer uma grávida frustrada. CONRADO: - E você um pai falido, com tanta coisa nessa lista...
Conrado segue lendo a lista, se surpreendendo com os itens elaborados por Sarah. Os dois seguem discutindo sobre o que fica e o que sai da lista.
CENA 19. MANSÃO TARCÍSIO. EXT. / SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Eduardo desce do carro, machucado. Finge. Moisés, que estava cuidando do jardim, se assusta, corre para ajudá-lo.
MOISÉS: - Doutor Eduardo! O que houve? EDUARDO: - A segurança nessa cidade está cada vez pior! Tentaram me assaltar... MOISÉS: - Minha nossa! Venha, eu ajudo o senhor.
Eduardo apóia-se em Moisés para entrar em casa. Chegando na sala, Moisés chama por Nice.
MOISÉS: - Nice! Corre aqui!
Nice entra na sala, apressada.
NICE: - O que foi que/ (surpreende-se) Doutor Eduardo! MOISÉS: - Vai lá e pega os curativos pra ele, Nice, por favor! NICE: - Claro!
Nice sai. Elizabeth chega na sala.
ELIZABETH: - Eduardo, o que aconteceu, querido?! EDUARDO (sentado no sofá): Tentaram me assaltar. ELIZABETH: – Meus Deus do céu! Como isso? EDUARDO: - Eu estava saindo do banco quando um marginal se aproximou, tentando me assaltar. Eu reagi e a gente acabou brigando. MOISÉS: - Doutor Eduardo, reagir não pode! Ele poderia ter feito coisa pior! ELIZABETH: - O Moisés tem razão, meu amor! Você poderia ter sofrido algo mais grave. EDUARDO: - Mas eu não ia deixar um qualquer levar o que eu tanto suei para conquistar... Por sorte eu consegui me livrar dele, peguei o carro e vim embora.
Nice entra na sala com os curativos.
NICE: - Estão aqui. ELIZABETH: - Obrigada, Nice. Deixa que eu cuido dele. Vocês podem voltar ao serviço. MOISÉS: - Precisar, é só chamar.
Moisés e Nice saem.
ELIZABETH: - Deixa eu cuidar de você...
CAM foca na expressão de Eduardo, fechada, com raiva.
CENA 20. EMPRESA AMARO. INT. DIA.
Rafael vê Lívia entristecida. Ele se aproxima.
RAFAEL: - Lívia, o que aconteceu? LÍVIA (enxuga as lágrimas): - Ai, Rafael. Eu não pensei que seria tudo tão difícil... Eu não sei se vou conseguir continuar! RAFAEL: - Do que você está falando? Não fique assim não!
Rafael abraça Lívia, que chora, acolhida por ele.
LÍVIA: - Minha vida está de cabeça pra baixo. Eu não sei o que eu faço, Rafael. Eu só queria um momento de paz. RAFAEL: - Sei bem como se sente. Parece que o mundo cai sobre nossas cabeças... Mas fique calma. As coisas vão se resolver. Você vai ver.
Beatriz chega na empresa e vê Rafael e Lívia abraçados.
BEATRIZ: - Claro que ele não iria me ligar! Já arranjou outra pra dar carinho, atenção!
Rafael e Lívia se surpreendem.
BEATRIZ (fala alto): - E eu lá, me matando por dentro! Como eu boba, idiota, não é Rafael? E você aí, abraçadinho com essa piranha! RAFAEL: - Beatriz, para, por favor! LÍVIA: - A gente não fez nada! BEATRIZ: - Não fez porque eu cheguei a tempo, senão, eu já estariam aos beijos e depois na cama. Eu sei bem como age o tipo de gente como você, sua vagabunda. Seduz os homens ricos, leva eles pra cama e depois tira tudo o que eles têm! LÍVIA: - Você está me ofendendo desse jeito! Não sou obrigada a ficar aqui ouvindo isso. (saindo) BEATRIZ: - Vai embora, vadia? Vai? Vai atrás de outra vítima pro seu golpe, vai! RAFAEL: - Beatriz, chega!
Lívia para, se controla para não bater em Beatriz. Rafael tenta conter Beatriz, que não se deixa ser dominada.
BEATRIZ: - Me solta, Rafael. Seu ordinário, cachorro... Agora eu sei porque você está cada vez mais longe de mim. É por causa dessa oferecida, dessa oportunista que estragou a vida do seu pai e vai estragar a sua também!
Alguns funcionários param para ver o escândalo. Entre eles, Marilu, ao longe.
RAFAEL: - Olha o escândalo que você está fazendo, Beatriz! Pare com isso! BEATRIZ: - As pessoas precisam saber! Elas devem saber que o sentimento verdadeiro hoje não conta. Só conta o dinheiro, o material... Olha só a Lívia. Era uma ninguém. Deitou com o seu pai e agora está aqui, rica. LÍVIA (partindo pra cima de Beatriz): - Cala a boca, sua nojenta!
Jorge e Lorena aparecem para segurar Lívia.
JORGE (segura Lívia): - Calma, Lívia, por favor! LORENA: - Rafael, leve a Beatriz daqui! RAFAEL (pega Beatriz pelo braço): - Vem, Beatriz, vamos.
Rafael leva Beatriz para outro ponto. Lorena e Jorge acalmam Lívia. Jorge pede para os funcionários voltarem ao serviço. Marilu segue Rafael e Beatriz.
BEATRIZ (soltando-se): - Me solta! Eu mesma vou sair daqui... Eu não posso nem olhar direito pra você, Rafael. RAFAEL: - Não é assim que nós vamos resolver as coisas! BEATRIZ: - Não há mais nada para resolver Rafael. Eu vi que você já fez sua escolha. Só espero que você esteja errado. RAFAEL:- Eu não escolhi nada! Você quer deixar de birra e agir como uma mulher de verdade? BEATRIZ: - Ah então eu não sou uma mulher de verdade, é isso? RAFAEL: - Não! Está agindo como uma criança mimada, que tem crise de ciúmes por qualquer coisa! BEATRIZ: - Qualquer coisa? Essa mulher ta fazendo de tudo para ficar com você e eu tenho que ficar de braços cruzados, assistindo a tudo? Não, Rafael! Eu vou lutar por você até o fim!... Você vai ver.
Beatriz sai. Rafael fica olhando por um instante, pensativo. Volta para a empresa. Marilu, que observava tudo de longe, vai atrás de Beatriz.
CENA 21. EMPRESA AMARO. EXT. DIA.
Beatriz vai entrando no carro, quando Marilu a aborda.
MARILU: - Beatriz!
Beatriz para.
MARILU: - Não tive como deixar de ver a discussão. BEATRIZ: - Você viu é? Que bom. (entrando no carro) MARILU: - Eu vi e quero que saiba que eu estou do seu lado. BEATRIZ: - Como é? MARILU: - Eu estou do seu lado. Quero que você e o doutor Rafael fiquem juntos e sejam felizes. Não quero que nada nem ninguém atrapalhe a felicidade de vocês.
Beatriz se surpreende.
MARILU: - Você é tão linda, me parece tão carinhosa, atenciosa com ele. Não merece que alguém que só pensa em dinheiro e tirar vantagens sobre os outros, venha e acabe com esse amor tão verdadeiro. BEATRIZ: - Nossa, eu nem sei o que dizer... Seu nome mesmo? MARILU: - Maria Luísa. BEATRIZ: - Obrigada, Maria Luísa... Gostei de você. MARILU: - Quero que saiba que o que você precisar, eu estarei aqui para ajudar. BEATRIZ: - Obrigada querida. Valeu pela força. MARILU; - Quero ser sua amiga. Pode confiar.
Beatriz se mostra contente pela atitude de Marilu. Beatriz vai embora. Marilu vibra.
MARILU: - Mais uma aliada contra a desgraçada da Lívia. O calvário desta vadia ta só começando.
CENA 22. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER
Imagens de São Paulo ao anoitecer. Mostra o Estádio do Pacaembu iluminado, o Terraço Itália, a Catedral da Sé.
CENA 23. CASA CHARLOTE. SALA DE ESTAR.INT. NOITE.
Charlote e Agda sentadas no sofá, conversam.
CHARLOTE: - Já estava sentindo sua falta aqui em casa, Agda. Das nossas conversas. AGDA: - Eu também estava sentindo falta disso, Charlote. Mas é que a as coisas lá em casa estavam tão intensas, que foi difícil arranjar um tempo para vir. Mas fique tranquila, que não demorarei mais para vir. CHARLOTE: - Assim espero... E como estão todos lá? Vitória, aquela linda. Vi na TV a reportagem sobre as joias que ela fez para a nova coleção da Amaro. AGDA: - Vitória, como você sabe, sempre foi muito aplicada. E realmente, ela está fazendo peças lindas. A Europa finalmente vai se render aos talentos da minha neta. São cada joias, uma peça mais linda que a outra. CHARLOTE: - Que ótimo! Fico muito feliz por ela. Espero que minha neta seja aplicada assim como a sua. Ou meu neto, ainda não sei! AGDA: - Pois então, a expectativa deve estar enorme com essa notícia da gravidez da Isabela, não? CHARLOTE: - Você não imagina o quanto. Foi uma surpresa, ao mesmo tempo que assustadora, maravilhosa... Acho que a última vez que tive uma sensação como essa foi quando completei quarenta anos de casada, quando o Demétrio me deu um colar lindíssimo de esmeraldas. AGDA: - Colar de esmeraldas? Acho que não lembro... CHARLOTE: - Não lembra?! Mas você esteve junto com a gente, na festa! AGDA: - Minha memória está falha, amiga! (risos) CHARLOTE: - Então espere aí, que vou lá buscar o colar. Você vai ver.
Charlote sai.
CENA 24. CASA CHARLOTE. QUARTO. INT. NOITE.
Charlote entra no quarto, vai até o cofre. Ela o abre, porém não encontra o colar lá dentro.
CHARLOTE: - Mas, como? Deveriam estar aqui!
Charlote procura, um tanto afoita. Fica apreensiva.
CHARLOTE: - Meu Deus, onde será que foi parar o colar?!
CENA 25. BANCA CLANDESTINA. INT. NOITE.
Demétrio coloca na banca de apostas clandestinas o colar de esmeraldas de Charlote.
OLAVO: - Nossa mãe! Demétrio, você vai jogar apostar tudo isso? DEMÉTRIO: - Aí estão só algumas. Tenho mais aqui comigo. OLAVO: - Veio grandão então, hein! DEMÉTRIO: - Eu sempre estou grande, caro Olavo! E deixa eu apostar aqui, no meu talismã. Corcel Coroado. É esse que vai levar! OLAVO: - Gostei de ver a confiança! E que seja feita a aposta!
CENA 26. EMPRESA AMARO. GARAGEM. INT. NOITE.
Lorena e Marilu estão indo embora.
MARILU: - Que coisa chata o que aconteceu hoje à tarde, não é, entre a Lívia, o Rafael e a noiva... LORENA: - Eu não gosto nem de ficar comentando, Maria Luísa, mas foi algo muito chato mesmo. Discussão desse tipo no ambiente de trabalho é lamentável... Bom, vou indo nessa. Você pegou todos os documentos não é? MARILU: - Peguei sim. Você me entregou um por um. LORENA: - Tudo bem. MARILU: - Pode ficar tranquila que amanhã trago tudo revisado e os relatórios completos. LORENA: - Isso é que é eficiência!... Boa noite querida! MARILU: - Pra você também! (entra no carro)
Marilu entra em seu carro e sai. Lorena entra no seu carro e percebe que esqueceu de entregar um documento para Marilu.
LORENA: - Droga! Esqueci esse aqui...
Lorena pega o celular para ligar para Marilu. No carro de Marilu, o som está alto e ela nem escuta o celular tocar.
LORENA: - Vou ter que ir atrás dela, é o jeito.
Lorena liga o carro e segue Marilu.
CENA 27. APTO ISABELA. INT. NOITE.
Beatriz queixa-se para Isabela.
BEATRIZ: - Era tudo o que eu não queria, Isabela! Mas aconteceu. Eu vi o Rafael abraçado naquela oportunista! ISABELA: - Calma, Beatriz! Ficar assim, irritada, estressada, não vai ajudar! BEATRIZ: - E você quer que eu fique como, vendo o meu noivo/ se bem que já não sei se continua sendo meu noivo... Abraçado com outra! ISABELA: - Eles são colegas de trabalho... E você mesma disse que ela estava chorando. Vai ver ele estava só consolando ela. BEATRIZ: - Ela que vá se consolar na pu/ ISABELA: - Opa! Calma! BEATRIZ: - Desculpa... Realmente eu perdi a cabeça... ISABELA: - Vou fazer um chá pra ver se você se acalma. BEATRIZ: - Eu só vou me acalmar quando aquela Lívia estiver bem longe do Rafael... E eu tenho até uma pessoa que pode me ajudar, sabia? ISABELA: - Quem? BEATRIZ: - Uma tal de Maria Luísa. A moça aquela que teve um caso com o Tarcísio também. ISABELA: - Ih... Não conheço essa moça não, mas não gosto dessa história, Beatriz. Deixa isso pra lá. Deixa as coisas se resolverem com o tempo. BEATRIZ: - Tempo é o que eu não posso perder. Se eu perder tempo, perco também o Rafael, Isabela. E isso eu não vou aceitar, nunca!
CENA 28. PENSÃO BEM QUERER. INT. NOITE.
Carla vai saindo do seu quarto, quando Jonas a aborda.
CARLA: - Ai Jonas, que susto! JONAS: - Entra aí, Carla.
Carla entra no quarto com Jonas, que fecha a porta.
CARLA: - O que foi? Aconteceu alguma coisa? JONAS: - Aconteceu. E eu quero que você seja verdadeira comigo. Não faça como sua amiga vez, me enganando, me fazendo de bobo. CARLA: - Mas o que houve entre vocês dois? JONAS: - Você sabia que a Lívia era garota de programa, não sabia?
Carla se surpreende com a pergunta de Jonas.
JONAS: - Não me esconde nada, Carla. Você sabia que ela estava se envolvendo com o Tarcísio por dinheiro, ou não?
Jonas pressiona Carla.
CENA 29. AVENIDA. EXT. NOITE
Lorena segue Marilu pela avenida, cada uma em seu carro. Lorena tenta mais uma vez ligar para Marilu, que não atende.
Marilu animada, ouvindo música alta, nem percebe Lorena a seguindo.
CENA 30. HOTEL LUXUOSO. EXT. NOITE.
Marilu chega ao hotel luxuoso. Lorena estranha.
LORENA: - Mas o que a Maria Luísa vai fazer nesse hotel cinco estrelas?
De repente, Fausto aparece no hall do hotel.
LORENA (surpresa): - Fausto?!
Marilu desce do carro. Fausto vai ao encontro dela. Os dois se beijam, calorosamente.
LORENA: - Não acredito!
Lorena fica chocada ao ver a cena. Encerra com Pra Rua Me Levar – Ana Carolina. |
||
|
||
.aaa.
|
.aaa. | |
Talismã - Capítulo 27
Novela de Édy Dutra
Comentários:
0 comentários: