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No capítulo anterior de Talismã: LÍVIA: - Eu era garota de programa no Rio de Janeiro. E o Alexandre era o responsável por arranjar os programas para mim. ROSA: - O cafetão. LÍVIA: - Eu nem sei como eu consegui ficar tanto tempo nas mãos dele! Aquele monstro! ROSA: - Então agora ele voltou para extorquir você, é isso? LÍVIA: - Ele só quer dinheiro, tirar tudo o que pode de mim. Eu não vou aguentar isso! ... ROSA: - Pensando por esse lado você tem razão. Mas não pode deixar que esse homem te domine novamente. LÍVIA: - Não, nunca!... Eu não sou mais a garota de programa de antes. Eu mudei, agora tenho tudo que eu sempre desejei e vou lutar para que o Alexandre não se aproxime disso, do meu filho, de nada!
Lívia fala decidida, segurando firme a pedra do colar. Jonas escuta toda conversa, sem ser notado. ... JONAS: - Você quis é se dar bem, Lívia... Agora eu sei o porquê da sua aproximação com o Tarcísio. LÍVIA: - Você está insinuando que/ JONAS: - Não é verdade?! Você não saia com o Tarcísio por dinheiro? Difícil dizer que não, hein. Você até ficou com a herança dele!
... JONAS: - O que eu precisava saber e entender eu já entendi... Desde o início, quando surgiu essa história de herança, eu sabia que você iria se transformar. Ta aí a prova. (Jonas tira do dedo a aliança de compromisso) Essa aliança aqui é prova de amor e não de mentira. (coloca a aliança sobre a mesa de centro).
... EDUARDO (sentado no sofá): Tentaram me assaltar. ELIZABETH: – Meus Deus do céu! Como isso? EDUARDO: - Eu estava saindo do banco quando um marginal se aproximou, tentando me assaltar. Eu reagi e a gente acabou brigando. ... LÍVIA: - Minha vida está de cabeça pra baixo. Eu não sei o que eu faço, Rafael. Eu só queria um momento de paz. RAFAEL: - Sei bem como se sente. Parece que o mundo cai sobre nossas cabeças... Mas fique calma. As coisas vão se resolver. Você vai ver.
Beatriz chega na empresa e vê Rafael e Lívia abraçados.
BEATRIZ: - Claro que ele não iria me ligar! Já arranjou outra pra dar carinho, atenção!
Rafael e Lívia se surpreendem.
BEATRIZ (fala alto): - E eu lá, me matando por dentro! Como eu boba, idiota, não é Rafael? E você aí, abraçadinho com essa piranha! RAFAEL: - Beatriz, para, por favor! LÍVIA: - A gente não fez nada! BEATRIZ: - Não fez porque eu cheguei a tempo, senão, eu já estariam aos beijos e depois na cama. Eu sei bem como age o tipo de gente como você, sua vagabunda. Seduz os homens ricos, leva eles pra cama e depois tira tudo o que eles têm! LÍVIA: - Você está me ofendendo desse jeito! Não sou obrigada a ficar aqui ouvindo isso. (saindo) BEATRIZ: - Vai embora, vadia? Vai? Vai atrás de outra vítima pro seu golpe, vai! RAFAEL: - Beatriz, chega! ... Marilu chega ao hotel luxuoso. Lorena estranha.
LORENA: - Mas o que a Maria Luísa vai fazer nesse hotel cinco estrelas?
De repente, Fausto aparece no hall do hotel.
LORENA (surpresa): - Fausto?!
Marilu desce do carro. Fausto vai ao encontro dela. Os dois se beijam, calorosamente.
LORENA: - Não acredito!
Lorena fica chocada ao ver a cena. |
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CAPÍTULO 28 |
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CENA 01. HOTEL LUXUOSO. EXT. NOITE.
Continuação do capítulo anterior. Lorena flagra Marilu e Fausto juntos.
LORENA (surpresa/chocada): - Eu não posso acreditar nisso! Maria Luísa e/ Fausto! Mas ele estava no Rio!
Marilu e Fausto se beijam e entram no hotel. Lorena chora ao ver a cena.
LORENA: - Eu acobertei duas cobras!... Mas isso não fica assim.
Lorena fica dentro do carro, observando tudo.
CENA 02. HOTEL LUXUOSO. SUÍTE. INT. NOITE.
Fausto e Marilu na suíte. Eles entram no quarto, agarrados, aos abraços calorosos.
MARILU: - Eu pensei que nós íamos jantar primeiro, ter um encontro romântico... FAUSTO: - Confessa que você não liga tanto para essas coisas melosas. Você gosta é de um bom trato na cama! MARILU: - Eu também gosto de romantismo. E mereço ser tratada como uma flor... FAUSTO: - Então, eu vou te mostrar como eu trato uma flor.
Fausto se aproxima de Marilu. Os dois, constantemente, trocando olhares provocadores. Fausto, num ato rápido, puxa a blusa de Marilu, que se rasga. Marilu se surpreende.
MARILU: - Nossa! É assim que você trata uma flor? FAUSTO: - Gosto de despedaçá-la... Pétala por pétala.
Fausto puxa o sutiã de Marilu, que se abre. CAM mostra Marilu de costas, mostrando a reação de prazer de Fausto ao vê-la. Ele tira a camisa rapidamente e se abraça à Marilu. Os dois caem sobre a cama, aos beijos calorosos.
CENA 03. CASA ROSA. INT. NOITE.
Jorge visita Rosa. Ela o recebe na porta.
ROSA (feliz): - Entra!
Jorge entra, beija Rosa.
ROSA: - Que bom ver você. JORGE: - Tentei vir antes, mas os compromissos são muitos, enfim. ROSA: - Não tem problema, eu entendo. JORGE: - Na verdade, eu quero mesmo falar com você, sobre a Lívia. ROSA: - A Lívia? algum problema na empresa? JORGE: - Um pouco. Ela se envolveu em uma discussão séria, com o Rafael e a noiva dele, a Beatriz. ROSA: - Minha nossa! Como isso? JORGE: - Não sei direito, mas a discussão foi feia. Me parece que a Lívia e o Rafael estariam muito próximos. ROSA: - Não pode ser... A Lívia não pode se envolver com ele! Vai ser ruim pra ela! JORGE (desconfia): - Ruim por que? ROSA: - Ela já teve um caso com o pai. Agora com o filho? Por mais que possa ser um sentimento verdadeiro, com certeza vai soar como oportunismo. JORGE: - O romance da Lívia com o Tarcísio teve resistência da família dele? ROSA: - Muita. A presença da Lívia na empresa incomoda até hoje. Não duvido que não pensem que ela tenha sido responsável pela morte do Tarcísio... JORGE: - Mas se ela estava com ele, ela é suspeita, pelo menos de participar. ROSA: - Do que você está falando, Jorge? De onde tirou isso? JORGE: - Desculpe... Ouvi comentários de que o Tarcísio morreu nos braços dela. É provável que, aos olhos da lei, a Lívia possa sim ser suspeita. Ainda mais depois dela ter recebido uma herança dele. ROSA: - Eu temo tanto por isso. Ela seria incapaz de qualquer coisa. JORGE: - Uma mulher que veio do Rio de Janeiro, totalmente desconhecida, sem expectativa nenhuma, se envolve com um dos homens mais ricos do país... Difícil crer que ela não tenha uma ponta sequer de envolvimento. ROSA: - Desculpa Jorge, mas não estou gostando dessa nossa conversa. JORGE: - Desculpa. Eu não queria causar esse mal-estar. ROSA (pega o telefone): - Vou tentar falar com a Lívia.
Rosa disca, mas a ligação cai na caixa postal.
ROSA: - Caixa postal... (senta-se no sofá, um tanto aflita) Essa história não está me parecendo que vai terminar bem. JORGE: - Calma, calma... Não há de ser nada demais. ROSA: - Tomara que não mesmo. (levanta-se) Eu nem ofereci nada para você, nem um café, um chá, suco... JORGE: - Um café eu aceito, por favor. ROSA: - Eu vou buscar, vou tomar também. Fique a vontade, Jorge.
Rosa sai. Jorge fica pensativo.
JORGE: - Lívia junto com Tarcísio na morte dele. Recebeu herança. Agora se envolve com o filho... Tudo começando a se fechar.
CENA 04. PENSÃO BEM QUERER. QUARTO CARLA. INT. NOITE.
Jonas pressiona Carla sobre Lívia.
JONAS: - Não me esconda nada, Carla!... Você sabia que a Lívia era garota de programa, não sabia? Que ela estava com o Tarcísio apenas por dinheiro? CARLA: - Jonas, de onde você tirou essa história/ JONAS: - Não precisa fingir, Carla. Eu ouvi a própria Lívia falando pra Rosa... Eu deveria ter desconfiado desde o início, pelo fato de vocês duas serem amigas. CARLA: - Ei, mas eu não/ JONAS: - Eu já sei de você, Carla. Já sabia há muito tempo... As suas saídas à noite, esse seu trabalho que não existe, nem a empresa, nem nada. Mas eu nunca falei nada pra ninguém porque eu não quero prejudicar os outros. Minha mãe nunca aceitaria isso aqui em casa, então... CARLA: - Nossa... Nem sabia disso. JONAS: - Eu torço pra você sair dessa vida indigna. Homem nenhum deseja viver ao lado de uma garota de programa. O máximo é diversão, e não amor. Quero dizer, alguns idiotas feito eu, se apaixonam por mulheres como vocês. E aí a gente sofre... Eu só quero saber por que ela escondeu isso de mim. CARLA: - A Lívia teve que se virar dessa forma desde muito jovem, já que caiu nas mãos do pai do filho dela. JONAS: - Esse tal de Alexandre, que voltou. CARLA: - Você já soube? JONAS: - Já. Ele já procurou a Lívia algumas vezes, deu até um susto daqueles, buscando o Pedro na escola sem a Lívia saber. CARLA: - Aquele homem é um louco, capaz de tudo! JONAS: - Por que ela escondeu isso de mim? Por quê? CARLA: - Ela tinha os motivos dela. Se não queria que você soubesse, com certeza, foi pra te proteger. JONAS: - Será? Não foi talvez pra me fazer de bobo? Pra me ter como um simples fantoche nas mãos dela? CARLA: - Não, Jonas! A Lívia não seria capaz disso não... JONAS: - Ela mudou, Carla. Eu disse que ela ia mudar... Ela veio do Rio pra cá disposta a mudar de vida. Conseguiu. Se envolveu com cara rico, teve a sorte dele morrer e ainda deixar dinheiro pra ela! CARLA: - O que você está dizendo, Jonas?! A Lívia não se envolveu com o Tarcísio por dinheiro não! JONAS: - Difícil acreditar não é, Carla? Se o dinheiro dele não fosse interessante, ela não teria ficado com a herança. Pra mim ela já tava de olho nisso há bastante tempo. CARLA: - Você ta pensando bem no que está dizendo? Você está insinuando que a Lívia pode sim ter desejado a morte do Tarcísio para ficar com o dinheiro! Jonas, isso é grave! JONAS: - Sei lá!... Eu já nem sei o que eu acho! Tanta mentira, tanto segredo. As pessoas vão se revelando outras quando a gente menos espera... CARLA: - Digo o mesmo pra você! É muita raiva aí dentro! Pensa um pouco nos outros, Jonas. As pessoas também sofrem.
Jonas fica pensativo.
CARLA: - É bom você ir dormir, esfriar a cabeça. Não vai adiantar de nada continuar com esse estresse todo por causa de uma pessoa que, ao contrário do que você pensa, sempre gostou de você com muito carinho. JONAS: - Infelizmente, Carla, está aí o problema... Gostar não é amar. E eu amei a Lívia.
Jonas sai do quarto, um tanto entristecido. Carla fica pensativa.
CENA 05. APTO RAFAEL. SALA. INT. NOITE.
Rafael está no seu apartamento, quando a campainha toca. Ele abre a porta. É Beatriz.
RAFAEL: - Beatriz? BEATRIZ (entrando): - Eu preciso te dizer uma coisa. RAFAEL: - O que foi? BEATRIZ: - Eu te amo, Rafael. Não vou deixar ninguém tirar você de mim. Não vou mesmo! RAFAEL: - Beatriz, eu/ BEATRIZ: - Nada vai separar a gente. Nós vamos ficar ligados para sempre.
MUSIC ON: Nua – Ana Carolina Beatriz se agarra me Rafael, beijando-o.
BEATRIZ: - Sou louca por você!
Rafael se entrega. Os dois caem sobre o sofá, aos beijos. Aos poucos, vão despindo-se.
CENA 06. CASA FAUSTO. SALA DE ESTAR. INT. / JARDIM. EXT. NOITE.
MUSIC OFF. Mayra leva Fabrício para sua casa. Ela na sala, trazendo Fabrício pelas mãos.
FABRÍCIO: - Mayra, sua mãe pode não gostar de me ver aqui, ainda mais que seu pai também não está e/ MAYRA: - Relaxa, Fabrício!... Ninguém vai ver a gente. Minha mãe vai chegar só mais tarde, como de costume. Ninguém vai atrapalhar a gente.
Mayra se aproxima, beija Fabrício. De repente, o telefone dele toca.
MAYRA: - Ah não...
Fabrício pega o celular, vê a chamada.
FABRÍCIO: - É a Vitória. MAYRA: - O quê?! (pega o celular da mão de Fabrício) Você não vai falar com essa sonsa na minha casa! FABRÍCIO: - Mayra, me dá o telefone! MAYRA: - Vem buscar!
MUSIC ON: Sorri, sou Rei - Natiruts Mayra sai correndo, Fabrício a segue. Os dois saem no jardim. Mayra joga o telefone na piscina.
FABRÍCIO: - Não! MAYRA (rindo): - Desencana, gatinho!... Agora você está comigo! Só eu importo agora. FABRÍCIO: - Você é louca... MAYRA: - Sou sim... Louca por você!
Mayra empurra Fabrício, que cai na piscina. Logo em seguida, ela pula na piscina também. Mayra se abraça em Fabrício e o beija. MUSIC OFF
CENA 07. BANCA CLANDESTINA. INT. NOITE.
Na banca clandestina, todos estão atentos para saber o resultado das apostas. Sai o resultado.
OLAVO: - Ás de Ouro é o cavalo vencedor.
Demétrio se decepciona. Olavo recolhe o dinheiro e o colar de esmeraldas que Demétrio havia apostado e entrega ao vencedor, que comemora a conquista. Demétrio observa sem querer acreditar. Olavo se aproxima dele.
OLAVO: - Quem sabe a sorte pinta na próxima, companheiro?
Olavo se afasta. Demétrio fica pensativo, triste.
CENA 08. HOTEL LUXUOSO. EXT.
Lorena aguarda a saída de Marilu.
LORENA: - Mas eu preciso olhar na cara dela. Saber porque ela me enganou, esse tempo todo! De baixo do meu nariz!...
De repente, Marilu sai do hotel e vai embora em seu carro. Lorena decide segui-la.
CENA 09. POSTO DE GASOLINA. EXT. NOITE.
Marilu para num posto de gasolina. Posto sem movimento algum. Lorena chega logo em seguida.
LORENA: - Ainda bem que eu consegui alcançar você, Maria Luísa.
Marilu se surpreende.
MARILU (surpresa/estranha): - Lorena?! LORENA: - O que foi, Maria Luísa? Surpresa em me ver? MARILU: - Um pouco, mas o que a senhora/ LORENA: - Mas ainda bem que eu te encontrei aqui, agora, não é mesmo? Imagina se eu te encontro a mais ou menos uns 40 minutos, no hotel, com o meu marido?!
Marilu se surpreende, finge-se de desentendida.
MARILU: - Lorena, o que é isso? Por que está me dizendo essas coisas? LORENA: - Como você pode ser tão ordinária, Maria Luísa? Falsa, cínica! MARILU: - Calma, Lorena! Vamos conversar, de forma civilizada. LORENA: - Cala a boca! Civilizada... Você é um lixo!... Eu te ajudando na empresa, te defendendo... Eu abri a porta da minha casa pra você! E olha o que eu recebo em troca... MARILU: - Eu acho que você está um pouco alterada, Lorena. Não ta falando coisa com coisa. LORENA: - Para de fingir! Já chega! Esse seu show já acabou! MARILU: - Lorena, eu/ LORENA: - Cala a boca, sua vagabunda! Você vai ouvir tudo calada!... Você e o Fausto tendo um caso pelas minhas costas. Hoje eu pude ver o quanto eu fui idiota nessa história toda! MARILU: - Mentira! LORENA: - Mentira é? E o beijo que eu vi entre vocês dois na frente do hotel foi o quê? Miragem?... Aquela cena nojenta... eu sinto nojo de vocês! MARILU; - Mas Lorena, eu não tive culpa! Eu fui forçada pelo Fausto! Ele me ameaçou, disse que ia envenenar você contra mim. E o que eu mais prezo é a nossa amizade! LORENA: - Preza muito! Preza tanto que foi pra cama com meu marido... Ah, Maria Luísa, você chega a ser patética tentando explicar o inexplicável. MARILU: - Eu juro que não queria!... Mas ele foi me obrigando, aos poucos, me seduzindo, me dando presentes. LORENA: - O carro! Claro!... Ele te deu a porcaria desse carro! Desgraçado! MARILU: - Eu nunca gostei dessas situações constrangedoras. Eu sou sim, sua amiga. E isso que o Fausto fez não é correto. Nem comigo e muito menos com você, Lorena!
Lorena dá um tapa no rosto de Marilu. Nesse instante, a expressão de “indefesa/fingida” sai do rosto de Marilu. Ela fica séria.
LORENA: - Você nunca foi minha amiga. Se aproximou de mim por interesse, pela minha posição na empresa. Mas você perdeu a minha confiança... Aliás! Agora tudo está se encaixando... Certamente você está envolvida naquele caso da Tatiana! Tirou o lugar dela para pegar pra si!... Tudo faz sentido!... Você perdeu meu respeito, tudo o que eu te dei/ MARILU: - Você nunca me deu nada, Lorena! LORENA: - Ah não? Você vai ter agora então um belo presente. Vou ligar agora para o Rafael e contar tudo sobre você, Maria Luísa. Tudo!
Lorena pega o celular, mas Marilu arranca o telefone da mão de Lorena e joga no chão, pisando em cima logo em seguida, quebrando o aparelho. Lorena empurra Marilu, que cai no chão.
LORENA: - Desgraçada... Eu vou pessoalmente falar com o Rafael. Você vai ter o que merece!
Lorena entra em seu carro e sai. Marilu faz o mesmo, entrando em seu carro e seguindo, em disparada, atrás de Lorena.
CENA 10. MANSÃO TARCÍSIO. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.
Eduardo entra no escritório, deixa a porta entreaberta, mas não acende a luz do local. Vai direto até o cofre, digita algumas senhas, mas não consegue abrir.
EDUARDO: - Droga! Qual a senha desse maldito cofre?!
De repente, a luz se acende. Eduardo se surpreende. Nice aparece na porta do local.
NICE: - Doutor Eduardo? Precisa de alguma coisa? EDUARDO: - O que você está fazendo aqui?! NICE: - Eu estava passando aqui e vi a porta aberta, tudo escuro, então eu/ EDUARDO: - Então você, como sempre, quis dar uma metida e ver o que estava acontecendo, cuidando do que não é da sua conta! NICE: - Eu não fiz e nem faço isso não, doutor Eduardo! Eu apenas quis ajudar. O senhor estava mexendo aí no cofre, no escuro, pensei que/ EDUARDO: - Você pensou errado, Nice. Aliás, você não é paga para pensar e sim, para fazer seu serviço bem feito, o que aliás, não tem sido visto. NICE: - Ninguém nunca reclamou do meu serviço. EDUARDO: - Eu estou reclamando. Não gosto do seu serviço, de você, da sua presença.
Nesse instante, ouve-se a voz de Elizabeth.
ELIZABETH (OFF): - Eduardo! Querido! EDUARDO: - Se você falar qualquer coisa para a Beth ou pra outra pessoa da família, eu faço você parar no olho da rua, sem direito a nada!
Nice fica apreensiva diante da ameaça de Eduardo. Elizabeth chega no escritório. Eduardo muda expressão, fica educado, dócil.
EDUARDO: - Beth, meu amor. ELIZABETH: - querido, fazendo o quê aqui no escritório? Vem deitar comigo! EDUARDO: - Já estou indo. Só estava terminando de ver uns sites aqui, de investidores... Mas já está tudo certo. Até a Nice veio perguntar se eu queria algo, mas eu já estou satisfeito. (a Nice) obrigado Nice pela sua atenção, sempre muito solícita. NICE: - De nada... Bom, eu vou me retirar então. Boa noite.
Nice sai, apressada, um tanto nervosa.
ELIZABETH: - Nossa... Não achou a Nice estranha? EDUARDO: - Estranha não. Achei ela cansada... Mas agora ela vai descansar. E nós também vamos, não é meu amor? ELIZABETH: - Claro, vim buscar você. Vamos.
Elizabeth sai. Eduardo dá mais uma olhada para o cofre, de forma tentadora e sai.
CENA 11. AVENIDA. EXT. NOITE.
Perseguição entre Lorena e Marilu numa avenida, pouco movimentada.
MARILU: - Vamos quem aqui vai ter o que merece... Você não vai me atrapalhar, Lorena! Não vai!
CAM acompanha a aproximação do carro de Marilu com o carro de Lorena. Marilu, algumas vezes, bate no carro de Lorena.
LORENA: - Louca!
Marilu aproxima o carro ainda mais do carro de Lorena. Marilu então joga seu carro sobre o de Lorena, empurrando o outro veículo. Lorena perde o controle do carro, que capota em plena avenida.
Marilu acelera o carro, foge em disparada. CAM mostra o carro de Lorena, completamente destruído após as inúmeras capotagens na pista. Mostra o corpo de Lorena, caído para fora do carro. Lorena está morta.
CENA 12. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER
Imagens do tempo, ao amanhecer. Diversas gerais da a cidade de São Paulo. Mostra o cotidiano da cidade.
CENA 13. CASA FAUSTO. INT. DIA.
Recepção após o enterro de Lorena. Mayra amparada por Fabrício. Fausto triste. Conrado, Rafael, Paulo, Tatiana, Plínio, Lívia, entre outras pessoas.
MAYRA (abraçada em Fabrício): - Eu não sei o que vai ser de mim sem minha mãe, Fabrício! (chora) FABRÍCIO: - Você precisa ser forte, Mayra... CONRADO: - Nós, seus amigos, estamos aqui, para te ajudar.
Num outro ponto, Lívia conversa com Tatiana e Plínio.
PLÍNIO: - Parece que ela perdeu o controle do carro, capotou na pista. TATIANA: - Pobre Lorena. Era uma pessoa muito boa. LÍVIA: - Era sim... Uma ótima pessoa. Vou sentir falta dela,do profissionalismo, mas principalmente, do caráter.
Enquanto isso, Rafael e Paulo conversam com Fausto.
FAUSTO: - Eu cheguei de viagem o quanto antes. Não pude acreditar quando recebi a ligação da polícia, informando do acidente. RAFAEL: - Eu sei bem como é isso... Sensação ruim, senti quando o papai faleceu. PAULO: - Infelizmente, não obstáculos que o destino coloca no nosso caminho... Fausto, eu só desejo que você seja forte siga em frente. A Lorena era uma colega de trabalho excepcional e uma grande amiga. FAUSTO: - Obrigado, Paulo, Rafael. O apoio de vocês é muito importante numa hora como essa.
De repente, Marilu chega na casa de Fausto. Ele a vê, trocam olhares. Paulo também. Lívia observa de longe.
CENA 14. ESCRITÓRIO ALFREDO. INT. DIA.
Breno está em sua sala trabalhando, quando a assistente se aproxima.
ASSISTENTE: - Com licença, Breno. BRENO: - Sim? ASSISTENTE: - Tem uma pessoa aqui querendo falar com você. Eu disse que você estava ocupado, mas ela insistiu muito e/ BRENO: - Não tem problema. Pode mandar entrar.
A assistente sai. De repente, Carla entra na sala.
BRENO (surpreso): - Carla?! CARLA: - Eu precisava ver você. BRENO: - Eu estou ocupado. CARLA: - É rápido, Breno. Por favor, me escuta.
Breno fica a observar Carla.
CARLA: - Eu só queria dizer que eu amo você. E que eu só escondi aquilo de você porque eu não queria que você se machucasse, se sentisse inferior/ BRENO: - Eu me senti traído e da forma mais torpe, Carla. CARLA: - Eu ia contar para você. BRENO: - Ia quando?! Depois que a gente já tivesse casado, com filhos?! CARLA: - Você pensava nisso? Pensava em filhos, casamento... Uma família?
MUSIC ON: Zero – Liniker
Carla observa Breno atenta, ansiosa por uma resposta.
BRENO (desvia o olhar): - Não vem ao caso agora. CARLA: - Eu também pensava nisso, Breno. Na gente sendo feliz! BRENO: - Mas você jogou tudo fora, Carla... Mentiu pra mim, escondeu que era uma prostituta. Vai ver estava de olho no meu dinheiro! CARLA: - Não, Breno! Isso nunca! Eu gosto de você de verdade, independente se fosse rico ou pobre. Eu te amo. BRENO: - Será? CARLA: - Breno, deixa eu te mostrar que vale a pena! BRENO: - Acho que o tempo acabou. Eu preciso trabalhar.
Carla se entristece diante da frieza de Breno. Ela vai embora, chateada. Breno senta-se na cadeira, mostra-se chateado diante da situação. MUSIC OFF.
CENA 15. CASA FAUSTO. INT. DIA.
Marilu se aproxima de Fausto.
MARILU: - Fausto, eu sinto muito. FAUSTO: - Todos nós sentimos. Obrigado pelo apoio, Maria Luísa.
Os dois trocam olhares. Paulo percebe. Marilu se afasta, vai abraçar Mayra.
PAULO: - Maria Luísa e Lorena ficaram muito amigas. FAUSTO: - Muito mesmo. Vai ser difícil para a Maria Luísa também voltar à rotina.
Marilu, cumprimentando Mayra, de longe, fica de olho em Rafael e Lívia, que conversam.
RAFAEL: - Mais uma pessoa querida que se vai, de uma forma tão trágica. LÍVIA: - é uma pena. A gente não sabe o que fazer, o que dizer para confortar os familiares. Me veio em mente toda a situação com o seu pai. Foi uma barra difícil. RAFAEL: - Foi mesmo. Mas estamos passando bem. Aliás, já passamos. (segura a mão de Lívia) Contando sempre uns com os outros.
Lívia, disfarçadamente, solta a mão de Rafael. De longe, Marilu vê tudo. Se afasta, se aproxima de Paulo.
MARILU: - A vadia da Lívia está dando em cima do chefe. PAULO: - É mesmo? MARILU: - Acabei de ver... Ai, que piranha essa mulher. PAULO: - É até engraçado ver uma piranha elogiando a outra. MARILU: - Não é momento para brincadeiras, Paulo. Essa biscate, se aproximando do Rafael, vai ficar cada vez mais poderosa. E eu não posso deixar que isso aconteça. Você não vai fazer nada? PAULO: - Eu já sei bem o que eu tenho que fazer... Estou só esperando o momento certo de agir. MARILU: - Quem muito espera, nada alcança... PAULO: - Veremos.
Fausto se aproxima dos dois. Eles disfarçam a conversa.
FAUSTO: - Maria Luísa, poderíamos conversar um instante? MARILU (percebe a intenção de Fausto): - Podemos sim, doutor Fausto, mas acredito que num outro momento. Agora você precisa ficar perto de sua filha, confortá-la. Está sendo difícil para ela. FAUSTO: - Mas/ MARILU: - Com licença. (saindo)
Marilu se afasta. Rafael e Lívia se aproximam de Fausto.
RAFAEL: - Nós estamos indo, Fausto. PAULO: - Nós? RAFAEL (a Paulo): - Sim, eu vou dar uma carona para a Lívia até a empresa. (a Fausto) Mais uma vez, meus pêsames. E muita força. FAUSTO: - Obrigado pela presença de vocês. LÍVIA: - Imagina, Fausto. A Lorena era muito querida por todos nós.
Rafael e Lívia se despedem de Fausto e vão embora. Marilu vê os dois indo embora juntos.
MARILU; - Juntos?...
Marilu se aproxima de Conrado.
MARILU: - Com licença. Você é o Conrado, não é? Flash Paulista? CONRADO: - Sim, sou eu. Por quê? MARILU: - Eu sou amiga da Beatriz, mas não tenho o telefone dela. Eu sei que ela trabalha lá então gostaria de saber se você pode me passar o número dela... CONRADO: - Claro. (pega o celular, mostra o número de Beatriz) É esse aqui.
Marilu anota o número em seu celular.
MARILU: - Muito obrigada!
Marilu se afasta, liga para Beatriz.
MARILU (ao telefone): - alô? Beatriz? (T) Sou eu, Maria Luísa. Você não sabe o que eu acabei de ver...
CENA 16. APTO ONIRA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Roberto conversa com Onira.
ONIRA: - Irmão mais desnaturado! Nem pra me visitar no hospital! ROBERTO: - Desculpa, minha irmã, realmente eu não conseguir ir até lá. Mas liguei várias vezes para o Marcos e ele ia me passando todas as informações. Mas e agora, como você está? ONIRA: - Bem melhor, longe daquele hospital e daquela pretinha prepotente. ROBERTO: - Onira! Não fale assim! ONIRA: - Desculpa, desculpa... esqueci que tenho que fingir que gosto dela, que sou a favor das diferenças, da diversidade, de toda essa baboseira. ROBERTO: - Você não é obrigada a gostar de ninguém. Mas precisa aprender a respeitar as outras pessoas. ONIRA: - Lição de moral agora não, Roberto! ROBERTO: - Mas você não aprende! Não posso fazer nada senão te alertar... Isso vai acabar fazendo mal pra você. ONIRA: - Só o fato de eu estar na presença daquela mulherzinha, já me deixava mal. Eu ainda me nego a acreditar que há profissionais/ profissionais não... Gente como ela não é profissional. Que há pessoas como ela trabalhando em lugares tão bem qualificados, como aquela clínica. ROBERTO: - Pessoas como ela, já que é assim como você se refere às pessoas negras, também estudam, se dedicam, se esforçam e vencem, assim como pessoas brancas, amarelas, vermelhas... Não é o tom de pele que define quem vai adiante e quem não vai, Onira. Mas é o pensamento de pessoas como você que limita a construção de um mundo melhor, com mais harmonia e respeito. ONIRA: - Deu pra filosofar agora?! ROBERTO: - Isso, vai encarando como deboche o que eu estou te dizendo. Cedo ou tarde, a vida vai te mostrar o que é certo. ONIRA: - É certo eu cuidar da minha vida e deixar essa gente pra lá... Falando em cuidar da minha vida, to com uma fome. Você bem que poderia fazer uma das suas torradinhas pra mim né? ROBERTO: - Faço só porque você saiu da clínica a pouco tempo... ONIRA: - É por isso que eu te amo, meu irmão.
Roberto sai. Onira fica pensativa.
CENA 17. BAR. INT. DIA.
Num bar próximo a casa de Lívia, Alexandre bebe cerveja.
ALEXANDRE: - A gente vira outra pessoa com dinheiro no bolso... Ê vida boa! Daqui a pouco, vou ali ver meu filho e a mina de ouro que eu estou prestes a ganhar!
Alexandre bebe um gole, quando percebe alguém à sua frente, na mesa. Ele olha. É Jonas.
JONAS: - Posso sentar aqui com você? ALEXANDRE: - Xi... Olha aqui rapaz, eu não/ JONAS (sentando): - Que bom que você deixou, porque querendo ou não, a gente precisa ter uma conversa. De homem pra homem. ALEXANDRE: - Homem pra homem? O único homem que eu vejo aqui sou eu, moleque. JONAS; - Nossa, que exemplo de homem você é, explorando mulheres no Rio de Janeiro e extorquindo dinheiro da mãe do seu filho. O que será que a justiça vai pensar desse homem quando souber o que ele faz por aí?
Alexandre fica a encarar Jonas.
CENA 18. CASA CHARLOTE. INT. DIA.
Charlote e Demétrio chegam em casa, vindos do enterro de Lorena.
CHARLOTE: - Que triste. Doutor Fausto vai sentir falta daquela mulher. Tão companheira, sempre do lado dele. DEMÉTRIO: - Agora é rezar para que tudo fique bem. CHARLOTE: - É mesmo...
Os dois sentam-se no sofá.
CHARLOTE: - Ah, querido, eu queria te perguntar uma coisa. DEMÉTRIO: - Pergunte. CHARLOTE: - Você sabe onde está o meu colar de esmeraldas?
Demétrio “gela”.
CHARLOTE: - Eu sempre guardei ele no cofre, mas ontem eu fui mostrá-lo para a Agda e ele não estava lá. DEMÉTRIO: - Não estava? CHARLOTE: - Não, estou dizendo... Você não sabe onde está? Não mexeu no cofre? DEMÉTRIO: - Não, Charlote. Eu não mexo nas suas jóias, não sei de nada... (levanta-se) CHARLOTE: - Estranho aquele colar sumir assim. Estou preocupada. Será que os empregados/ DEMÉTRIO: - Calma, não tire conclusões precipitadas. Vai ver você guardou em outro lugar. CHARLOTE: - Não, querido. Aquele colar é valiosíssimo, você sabe disso. Eu sempre deixo ele no cofre. DEMÉTRIO: - Bom, eu infelizmente não sei...
Demétrio sai.
CHARLOTE: - Tem alguma coisa errada nessa história.
Charlote fica pensativa.
CENA 19. APTO ISABELA. INT. DIA.
Conrado visita Isabela.
ISABELA: - E então, como foi o enterro lá da esposa do doutor Fausto? CONRADO: - Ora, como foi... Triste né? ISABELA: - Ah, claro... Pergunta boba a minha. CONRADO: - A Mayra estava arrasada. Tomara que ela consiga superar. O Fausto supera logo. ISABELA: - Tomara mesmo. Vou rezar por eles. CONRADO: - Mas eu não quero falar do enterro. Quero falar do nosso filho. Como tem passado, tudo bem? ISABELA: - Tudo bem. Já agendei médico para os próximos dias. Esses primeiros meses requer cuidados. CONRADO: - Bem que você faz. É preciso se cuidar mesmo. Você não tem comido bobagens, não é? ISABELA: - Claro que não1 Conrado, eu sei me cuidar, sabia? CONRADO: - Mas não custa nada lembrar... Vocês grávidas têm manias estranhas, desejos e/ ISABELA: - Não se preocupa. Eu não tenho tido nada disso... CONRADO: - Que bom. Você tem sido uma grávida tranqüila mesmo. Já a Sarah... Cada dia é uma bomba pra eu segurar. ISABELA: - Como assim? CONRADO: - Você acredita que ela me entregou uma lista com trocentas exigências, pedidos, tudo o que ela precisa para ter uma boa gestação, sem estresse, com tudo o que tem direito? ISABELA: - Eu imagino. Vindo daquela lá, eu imagino qualquer coisa!... Mas é assim mesmo, papai. Quis brincar, agora agüenta.
Os dois riem.
CENA 20. APTO JORGE. INT. DIA.
Jorge, em sua casa, analisa as pistas que conseguiu durante sua investigação. Numa grande mesa, papéis com anotações, e algumas fotos de Tarcísio e outras de Lívia.
JORGE: - O quebra-cabeça está se fechando... (pega uma foto) Lívia... Talvez não seja o que parece ser.
CENA 21. EMPRESA AMARO. EXT. DIA.
Rafael e Lívia saem do carro.
LÍVIA: - Obrigada, Rafael, pela carona. RAFAEL: - Imagina, não precisa agradecer... Mas agora vai ser difícil entrar na empresa e não ter mais a Lorena. LÍVIA; - Vai mesmo. Vamos ter que seguir nos apoiando. RAFAEL: - Bom saber que eu posso contar com você.
Rafael se aproxima de Lívia.
LÍVIA: - Rafael, por favor... Não vamos misturar as coisas. Não está certo. RAFAEL: - Eu não sei o que tem acontecido comigo. Eu sinto que eu mudei. Ficar do seu lado, perto de você, me faz me sentir melhor. LÍVIA: - Você tem sua noiva! RAFAEL: - Ontem eu fiz amor com ela, mas não tirei você da cabeça.
Lívia se surpreende.
LÍVIA: - Rafael, isso que você está dizendo é/ RAFAEL: - O que eu estou dizendo é que eu descobri que estou te amando. E eu não quero lutar contra isso.
Rafael se aproxima de Lívia, acaricia seu rosto. Lívia se deixa levar. Os dois se beijam. Nesse instante, Beatriz chega.
BEATRIZ: - Rafael!
Rafael e Lívia
surpreendem-se. Conversam e se beijam. Beatriz vê tudo. Encerra com Pra Rua me Levar – Ana Carolina. |
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Talismã - Capítulo 28
Novela de Édy Dutra
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