| ||
|
||
CAPÍTULO 31 - VERTIGO |
||
Música:
Vertigo - U2 Os objetos estavam ordenadamente arrumados em cima da mesa de mogno, antes de serem arremessados para o pavimento de forma bruta. Miguel Xavier ergue-se da poltrona de couro localizada no escritório da sua morada. Como aquele verme tinha conseguido acabar com os seus melhores homens assim? A raiva invade o intelecto, que nem um vírus no organismo humano. No entanto, ainda tem uma peça chave para continuar o jogo, a escritora Barbara Novak. Enche a taça com uma dose de conhaque, apreciando a bebida, encontrando o domínio de toda aversão. Jake entra no cômodo rapidamente, com uma feição entristecida estampada na face, os colegas de trabalhos foram aniquilados de maneira bruta. - Eu não acredito nisto, Jake. - Aquele homem é perigoso. – Jake enfatizou. - Mas nós temos a arma principal. Xavier observa tudo jogado no chão, em poucos minutos a empregada doméstica irá arrumar cuidadosamente cada pormenor do ambiente, deixando-o completamente intacto. Como desejava matar logo aquela escritora e depois, o líder da corporação. - Isso é verdade. - Não consigo compreender mais nada. Xavier bateu algumas vezes na mesa, provavelmente agoniado. Levi é forte o bastante para combater com ele, por um instante o conhaque desceu mais quente que anteriormente, não pode se sentir assim, esta é faceta dos fracos, das pessoas normais, não chegaria a um nível tão baixo. Levantou-se da poltrona, o funcionário entendeu o recado, os dois andaram para a saída do escritório, seguindo direto para o carro estacionando na frente do palacete. Em pouco tempo chegaram ao heliporto do resort, saltando do veículo, o vento estava forte naquele local do distrito, por estar próximo o suficiente do oceano atlântico e abeirado de diversos tipos de árvores, os seguranças usando terno e gravatas, com aparelhos nos ouvidos andam em torno do lugar, Miguel acompanha cada movimento através de um supercomputador dentro de uma sala, pode escolher qualquer filme, mas não estava à vontade, Jake se acomoda no estofado avermelhado feito de couro, mexendo no aparelho celular. - Aonde está o Tyler? – Pergunta Miguel. - Fazendo uma consultoria com novas mercadorias. - De onde? - Teixeira de Freitas, mulheres de porte. - É uma maravilha, graças ao Tyler consegui fechar um acordo milionário de publicidade com uma rede de entretenimento de Nova York, dei uma donzela virgem. - Uma moeda de troca. - Esses estrangeiros são comprados por coisas tão baratas. Miguel sai do ambiente e dirige-se a uma saleta escura e aciona o interruptor, contemplando a cronista amarrada contra a cadeira. Os gritos antes entorpecidos pela mordaça, agora podem ser ouvidos. - Seu namorado parece nem se importar contigo. Miguel esboça um sorriso irônico. - Me deixa sair daqui. - Só quando o Levi aparecer, caso contrário... – Ele começa a caminhar em círculos em torno da mulher, deixando-a coagia ao apresentar um revólver no bolso da calça social. – Sabe bem, como será o final né? Afinal, escreve muitos livros idiotas. - Por favor, não! Os olhos delas marejaram, Barbara não esconde o espanto, poderia escrever mil histórias, mas nunca imaginaria que seria protagonista de uma ação de tamanho espanto, se sobrevivesse a este abismo, certamente conseguiria uma experiência incomum. - Quer sair daqui, não quer? - Sim! - A única pessoa que pode decidir isso é o Levi, mas parece que ele está desistindo, mostrou-se um filho de uma puta fajuto e fraco. Não fez nada até o presente momento, além de cavar duas covas, ou três? A dele, a sua e a deste bebê. As lagrimas caem dos olhos, indo direto para os lábios carnudos da dama, que mal consegue respirar naquele local fechado. Miguel coloca o pano na boca da prisioneira, não suportava o timbre da voz daquela mulher, ao apagar a luz, sentiu um insano prazer e isso o fez soltar um pequeno sorriso. Através da pequena janelinha do jatinho, Miguel fita um carro da polícia aproximando-se lentamente. São quase seis horas da tarde, segundo o horário oficial de Brasília. Ele abre gentilmente a porta, recebendo o delegado, que parece meio constrangido ao incomodar o milionário. Xavier o encaminha para uma grandiosa sala, o chamado home theater, onde está sendo exibido o filme Vertigo de Alfred Hitchcock, encontra-se na metade do longa-metragem, o empresário oferece para Valentim uma lata de refrigerante e algumas batatas fritas, que aceita sem recusas. - O que me deve a honra da sua visitinha? - Bem... – O homem ingere a Pepsi, para iniciar o diálogo de maneira direta. – Uma denúncia anônima, de que o senhor havia sequestrado a escritora Barbara Novak. - Isso é uma calúnia. Miguel abaixa o volume com o controle apontando ao telão. - Denúncia com que tipo de fundamento? - Nenhuma, mas tenho que verificar os fatos. - Está em seu direito e cumpre o papel muito bem, Valentim. - Obrigado Dr. Xavier. - Me chame só de Miguel. Como pode verificar, não tem nenhuma escritora neste lugar. É apenas isso? - Sim. - Gostaria de continuar e assistir ao filme? É um dos meus favoritos. Hitchcock é um gênio, não se fazem mais suspenses como antigamente. - O cinema de hoje em dia, está uma calamidade, muito sexo e pouco roteiro. - Concordo. - Enfim... – O delegado se levanta. – Tenho uma cidade para proteger. - Claro, te levo até a saída. Eles seguiram juntos através de um longo corredor. Quando o homem retorna para o veículo, lá embaixo, Xavier lhe bate uma pequena continência com um sorriso no rosto. |
||
|
||
Inspirada na
música Perfume de Britney Spears autor: Luiz Gustavo
personagens: |
||
.aaa.
|
.aaa. | |
Perfume - Capítulo 31
Novela de Luiz Gustavo
Comentários:
0 comentários: