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Música: TKO - Justin Timberlake
Levi observa os homens montando guarda em torno do
lugar, certamente tinha percebido que a escritora não
permanece mais na aeronave, a raiva estava estampada na
face de cada um deles, a noite continua fresca e calma.
Um dos homens parece ser o líder, o rádio zunia nas mãos
dele, disse algum código e saiu as pressas, levando um
dos funcionários, os passos eram rápidos e firmes. Ele
conseguiu entrar no jatinho, por uma porta escondida,
certamente uma armadilha, mas não teve medo, começou a
andar e observou diversos sacos de cadáveres, abriu cada
um dos zíperes com os dedos trêmulos, Jonathan não
estava em nenhum deles. Então ouviu um som, certamente
dos capangas, ele se escondeu dentro de uma saleta.
Ele permanece naquele ambiente por longos minutos,
escutando as gritarias de Miguel Xavier, reclamando com
os capangas referente ao péssimo serviço, observa cada
detalhe do quartinho e nota que não havia nenhuma câmera
de segurança. Através de uma pequena janelinha, fita o
lado externo da morada, dois homens gigantes segurando
um cão de guarda, certamente para caçá-lo, teve vontade
de sorrir, mas saiu do cômodo, indo direto para salão de
cinema, Levi ocultou-se detrás de um pequeno barzinho,
lá estava aquele desgraçado vendo o grande monitor de
LED, ele atirou primeiro no refletor e depois, diversas
vezes em direção a Miguel, mas nenhuma das balas chegou
a atingir o empresário que pega um revolver e aponta em
direção de Levi.
As rajadas de balas continuam, quando Levi tinha na sua
mira aquele homem, a sua arma emperrou, Xavier chega bem
perto dele e invés de atirar, jogou-se em cima dele,
para começarem um duelo. Depois
de alguns socos para testar a habilidade um do outro,
Xavier deu um murro no braço de Levi e em troca recebeu
um soco no estômago, depois tentou uma cabeçada. Como
era mais pesado, conseguiu derrubar Levi e quase rasgou
sua camisa. O homem agarrou o pescoço de Levi e começou
a apertá-lo. Levi tentou se soltar, mas logo percebeu
que mesmo se estivesse em plena à forma, Xavier era mais
forte. Seus olhos começaram a ficar esbugalhados e os
joelhos se dobraram.
Xavier obviamente pressentiu a vitória e disse:
- Primeiro matei a sua irmã e agora você! Vão brincar
juntos no inferno. – Ele aumentou a pressão.
Um tiro foi deferido.
Levi Monteiro sente o peso daquele homem caindo em sua
direção, completamente morto, com um único tiro
disparado nas costas, o sangue esguicha por toda a área
e melava sua camisa.
Não pode acreditar. Ele afastou aquele cadáver adjacente
e em seguida observou a silhueta de uma mulher
sobressaindo gradativamente.
“Seria aquilo uma mentira? ”
A verdade está transparecendo, o perfil feminino que
surge é de sua irmã mais nova: Pamela, segurando um
revolver em mãos. Ela usava um vestido cinza feito
estritamente de tricô, que compactuava perfeitamente em
seu belo corpo.
- Você está viva, Pamela?
- Sim.
- Por que você fez isso?
- Acha mesmo que eu devia me casar com o desgraçado do
Xavier?
- Mas eu te disse...
- Não. Disse para a Claudia.
Pamela tinha um plano para livrar-se do desgraçado do
Miguel Xavier, usou a sua irmã gêmea de vítima, sempre
soube do que aquele homem seria capaz de fazer, Xavier
era um demônio que fazia de tudo para controlá-la.
Pamela queria dinheiro e para isso teria que concluir um
grandioso plano, ao lado de Fagner Lima. Ouvia-se o
barulho de um helicóptero circulando acima da aeronave.
Através do sistema de alto-falantes escuta-se a voz de
um homem.
“Polícia local, estamos abordando este jatinho”.
- Temos que sair daqui. – Disse Levi.
A porta da sala se abriu rapidamente com Jonathan
adentrando completamente alvoroçado e se assusta ao ver
a silhueta da amada.
- Pamela, você está viva? – Indagou o ex-estudante de
ciências sociais.
- Isto é um milagre!
Pamela segura nas mãos o revólver calibre 38. O homem
tenta se aproximar da mulher bela e armada, mas acaba
recebendo um tiro no peito, caindo rapidamente no
pavimento, mais um cadáver para sua lista.
- Não existe milagre algum idiota. Apenas um plano bem
idealizado. – Ela finalizada disparando na cabeça de
Jonathan. – Homens são piores que mulheres quando se
apaixonam. – Pamela assopra a ponta da arma com o
sorriso maquiavélico no rosto, jamais visto antes.
Levi fica perplexo com a cena.
- Você está louca.
- Você é que está Levi, vendo uma mulher morta?
Levi avança para cima da irmã, tentando tirar de suas
mãos a arma de fogo. Mas outro tiro é disparado e o
homem desaba lentamente, o sangue estava jorrando no
assoalho. Pamela tinha um plano de fuga, sabia uma saída
perfeita daquela aeronave, tinha que ir embora antes da
bomba explodir no motor, que iria acabar com todas as
evidências, o momento de fraqueza tomou conta do seu
intelecto, devia salvar o irmão mais novo daquela
desgraça, era uma fraca e com coração. Matou o Xavier e
o Jonathan, mas não teve coragem de deixar o irmão ali,
para carbonizar, ela o puxou com muitas dificuldades
pelas pernas, Levi é muito pesado, mas ela é sagaz. Na
metade do corredor, atirou em direção de dois homens que
se aproximava, os capangas de Xavier.
- Preciso de alguma coisa, merda! Falta menos de vinte
minutos.
Ela contava com o tempo, mas sua inteligência auxiliou,
pega um trolley de dentro de um quartinho e coloca o
corpo de Levi em cima dele e puxou o carrinho em direção
da saída pelos fundos da aeronave, que não tinha sinal
de ninguém, nem dos capangas e ao menos dos policias.
Ela coloca o corpo do irmão no porta-malas do carro e
entra rapidamente, dando partida e acelerando para o
mais longe que conseguia, dez quilômetros, quinze
minutos depois saltou do veículo e pode contemplar a
grande explosão acontecendo logo adiante, era a coisa
mais linda que enxergou em toda a sua vida, ela mordeu a
ponta dos lábios com um pouco de orgulho do próprio
trabalho, agora não se chamava mais Pamela Monteiro,
teria que adotar o seu novo nome: Claudia Monteiro
Alencar. |
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