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CAPÍTULO 36 - NOCAUTE TÉCNICO – PARTE IV |
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Música: TKO - Justin Timberlake O Hilux percorre tranquilamente ao sair do lugarejo, os pensamentos de Pamela estão embaraçados, depois de alguns quilômetros transitados, começa a sair um pouco de fumaça do capô do automóvel, parando minutos depois, tinha morrido. Ela desceu do veículo e a única alternativa naquele momento foi de ligar para a seguradora, não entendia nada a respeito de mecânica, os seus longos cabelos pretos estavam amarrados em um belo coque, o clima continua abrasador, outro carro estaciona próximo ao meio-fio. Pamela reconhece aquele belo rosto e os olhos castanhos, conteve seu coração, caso contrário tudo estaria apresentado, trata-se de Tomaz Brayton, ele aproximou-se rapidamente. - Pamela? Você está viva? - Meu nome é Claudia Alencar. - Como assim? - Sou irmã gêmea da Pamela, qual é o seu nome? - Prazer, meu nome é Tom Brayton. Eles se cumprimentaram, os punhos dele eram firmes e fortes, deixando a dama completamente encantada. O aroma é leve e refrescante, estava usando uma camisa polo vermelhada da Lascote, uma calça jeans e um sapato social, por um instante teve momento de sorrir, certamente o homem devia ter mudado, pois odiava trajes formais. - Eu nunca soube que a Pamela tinha irmã. - Na verdade, poucas pessoas sabem, é uma longa história. - Posso escutar enquanto esperamos a sua seguradora e te dou uma carona básica, você pode conhecer a Amália Monteiro. Pamela teve que incorporar a personalidade de Claudia Alencar, explicando todas as situações desde o nascimento a vida atual, nenhum pequeno detalhe foi esquecido, disse que morava em Salvador por causa dos estudos e que atualmente trabalha como representante de marketing de uma multinacional. Quando o guincho puxou o veículo dela, Tomaz a segurou pelos braços, ela sentiu-se nas nuvens, a quem podia enganar? Estava apaixonada de novo por aquele homem. - Vem comigo, não vou fazer nada demais. Os dois entraram no Focus, foi a vez dele de assumir o bastão e contar o seu enredo: “Eu e a Pamela namoramos quando éramos adolescentes, eu tinha dezessete anos na época, ela era um pouco mais nova, mas conseguia dominar qualquer ambiente, aqueles olhos dela eram bem diferente dos seus, que são inocentes, os dela, eram misteriosos, que nem a escuridão. Tivemos que terminar nosso relacionamento quando os meus pais decidiram viajar para São Paulo, disseram que era melhor para a faculdade, cursei direito por causa de um sonho, três anos depois eles faleceram em um acidente de carro. Mas nenhuma mulher me deu um tiro no meu peito que nem ela, posso estar enganado sabe? Infelizmente muitas coisas deram errado. Consegui uma vaga na polícia, tenho uma casa por aqui e vou ser detetive. ” Ao tentar trocar de marcha, Tomaz acabou segurando as mãos dela e posteriormente os olhos deles se encontraram. Pamela virou o rosto, as paisagens do banco do carona eram da grande extensão de árvore em torno do retorno para Arraial D’ Ajuda. O coração dela ainda continua ferido, eles pararam de conversar, ela conhece aquela rota perfeitamente, poderia ficar longe durante décadas, mas saberia o caminho de casa. Amália Monteiro quando descerrou a entrada da morada, assustou-se ao contemplar a mulher, Pamela conteve as lagrimas que lutavam para serem expostas em sua bela face, mas conseguiu ser forte. A senhora acomodou-se no estofado. - Você é a Claudia Alencar, não é mesmo? Tomaz fez uma cara de assustado. - Tia, quer dizer que você sempre soube disso? - Sim, sempre soube que eram duas crianças. Não podia deixar o Antônio viver, sem criar uma das filhas, por isso escolhi a Pamela, vocês sempre foram iguaizinhas, desde pequeninas, sabe? A única diferença é que criei a Pamela e dei o meu sobrenome, Teixeira, mas você também é uma Monteiro, isso aqui também é seu, és uma herdeira do Antônio e tem os mesmos direitos, que os meus dois filhos tiveram, infelizmente, os dois morreram. Pamela se acomoda ao lado de Amália, ela não ligava mais para o dinheiro, afinal tem uma excelente quantia na conta da herança, que escondeu da matriarca, consegue sobreviver para o restante da existência. Apenas abraçou a senhora e não conseguiu engolir os prantos. Ela não conseguiu ver o sofrimento de Barbara Novak sem se sentir uma fracassada, seu sobrinho provavelmente nunca conhecerá o pai, a escritora mal consegue falar direito, apenas continua com as mãos na barriga, esperando o grande dia de ter o bebê e ao menos se livrar deste trauma. - Ele ainda irá voltar para casa, Claudia. – Disse Amália. Tony entrou na sala e não se surpreendeu ao ver a dama, as duas eram completamente iguais, mas a Claudia não tinha morrido também? As dúvidas eram fortes demais, chegando a uma pergunta. - Claudia, o meu amigo em vida investigou a morte da Pamela. - Sim... - A sua mãe disse que você estava morta. - Estou viva, qual é o seu nome? - Tony Federline. - Tony, estava viajando durante esses anos, a mamãe inventou aquela mentira com medo e por causa dos medicamentos. Aquela velha desgraçada, só abre a boca para dizer merdas, por que não inventou outra coisa? Arrependeu-se ativamente por não ter jogado aquela mísera dentro de um poço bem fundo. Ela levantou-se, queria sair daquele teatro, mas aceitou ficar para o jantar e conhecer novamente a família. Barbara ainda escreve, mas os romances dela, tornaram-se suspense junto com o seu amadurecimento psicológico. Tony Federline com certeza vai morar durante mais um tempo naquela residência, para ajudar as duas mulheres, dava para ver que se tonaram amigos. Amália consegue lidar com a perda que nem uma fortaleza, não se faz de vítima. Tomaz a devorava com aqueles olhos, mas sentiu que não pode entregar-se tão facilmente. O celular dela toca algumas vezes, era uma notificação de mensagem de Fagner Lima: “Vou viajar querida, mas não se esqueça do nosso acordo, volto em poucas semanas, você é minha e de mais ninguém, meu brinquedinho. ” Pamela teve vontade de jogar o aparelho no chão, mas aguentou a raiva, não era propriedade de ninguém e ao menos daquele idiota, deve tomar coragem e terminar com aquela decisão, nunca mais irá deitar na mesma cama com o Fagner. |
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Inspirada na
música Perfume de Britney Spears autor: Luiz Gustavo
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Perfume - Capítulo 36
Novela de Luiz Gustavo
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