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No capítulo anterior de Talismã: MARILU: - Nem sempre os homens compreendem os sentimentos de uma mulher. RAFAEL (desconfiado): - Foi a Beatriz que mandou você aqui, não foi? Pode dizer, Marilu. Não vou brigar com você. MARILU: - Não! Ninguém me mandou aqui. Vim porque eu achei que você merecia saber de algumas coisas. RAFAEL: - Mas isso tudo o que você está me dizendo, eu já sei. Da gravidez da Beatriz, das suspeitas de que a Lívia só está interessada no meu dinheiro, o que eu não acredito que seja verdade. MARILU; - Mas você não sabe que a Lívia escondeu de você a gravidez da Beatriz. RAFAEL (surpreso): - Como é que é?
Rafael se mostra incrédulo.
LÍVIA: - Me chamaram lá na cela... (abraça Rafael) ALFREDO (entrega p/ delegado): - Está aqui, delegado. LÍVIA: - O que é isso? RAFAEL: - Seu habeas corpus. DELEGADO: - É, tudo certinho. Senhora, Lívia Ribeiro da Silva, seu habeas corpus foi aceito pela justiça. Você poderá responder em liberdade. Mas não pode sair da cidade...
Lívia se abraça em Rafael, feliz, emocionada.
... PAULO: - Rafael acabou de chegar aqui na empresa. Com ela e o Alfredo. Parece que o habeas corpus dela foi aceito. MARILU: - A vadia loira ainda tem sorte!... Poderia ficar mais um tempo lá na cadeia. PAULO: - Isso pode ser um sinal de que ela pode não ser presa de fato pela morte do Tarcísio. Precisamos fazer alguma coisa. O Jorge está por perto. MARILU: - E eu não sei?... Tem mais o Romão ainda enchendo o saco!... (caminha de lado a outro) Por enquanto, vamos prestar toda nossa solidariedade para a Lívia. Ela precisa do apoio dos amigos. PAULO: - Tá brincando né?! Ela te odeia! MARILU: - Eu sei o que estou fazendo, Paulo... E você vem junto comigo nisso.
RAFAEL: - Um espécie de autorização... Estranha por sinal. NESTOR: - Esse é um documento, autorizado pela justiça, que garante ao Alexandre a posse da casa e a guarda provisória do Pedro, enquanto a Lívia estiver envolvida com esses problemas na justiça. RAFAEL: - Isso é um absurdo! LÍVIA: - O senhor é quem hein? NESTOR: - Nestor Saraiva, advogado do Alexandre.
MARILU: - Amigas? Eu quero ver ela na lama, ou pior, sem nada, acabada. Nem a lama ela merece... Depois do que ela fez comigo, tirar o meu homem, a minha chance de me dar bem na vida, eu quero mesmo é que ela se exploda. ALEXANDRE: - Você era esposa do ricaço falecido? MARILU: - Esposa não. Mas estava com ele quando essa vadia loira apareceu. ALEXANDRE: - A Lívia é espera! Uma raposa! MARILU: - Vamos voltar pra sala. Não quero que desconfiem de nada. ALEXANDRE: - Marilu... Gostei de você. Acho que a gente pode se dar bem. MARILU: - Podemos? ALEXANDRE: - Me deixa teu número. Precisamos nos aliar pra derrubar a Lívia.
RAFAEL: - Por pouco tempo. Tenho certeza que o Alfredo vai conseguir provar que aquele documento não existe é falso. LÍVIA: - O Alexandre me surpreende a cada dia... Mas falsa mesmo é a Marilu! Querendo dar uma de amiga! RAFAEL: - Ela não me pareceu falsa, sabia? LÍVIA: - Aquela mulher, me odeia Rafael! Ela acha que eu roubei seu pai dela, acredita? Mas eu não fiz nada!... Até hoje eu não entendo porque você colocou ela na empresa! RAFAEL: - Foi um pedido do meu pai. Paulo mesmo confirmou. LÍVIA: - Eu não sei... Desconfio dessa história. RAFAEL: - Eu também estou desconfiando de algumas coisas... LÍVIA: - De quê? RAFAEL: - Por que você agiu de forma grosseira com a Beatriz, quando descobriu que ela estava esperando um filho meu? LÍVIA: - Como é que é?!
Lívia se espanta com o questionamento de Rafael. |
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CAPÍTULO 33 |
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CENA 01. APTO RAFAEL. SALA. INT. NOITE.
Continuação do capítulo anterior. Rafael pressiona Lívia.
LÍVIA: - Do que você está falando, Rafael?! RAFAEL: - Você não quis me contar com medo de eu te deixasse, é isso? LÍVIA (confusa): - De onde você tirou essa ideia?!/ Primeiro. Eu nem sabia que a Beatriz estava grávida. E fico até surpresa! O filho é seu?! Como isso? RAFAEL: - Não precisa desviar o assunto, Lívia. LÍVIA: - Eu só quero entender, Rafael! RAFAEL: - Foi antes da gente ficar junto. Fiquei sabendo por esses dias. A própria Beatriz me falou. Mas ela não me disse que você a tinha destratado por causa disso. LÍVIA: - Mas eu estou te falando, Rafael! Eu nem sabia de história nenhuma! (se altera) Isso é mentira! Quem te falou isso? Quem?! RAFAEL: - Não vem ao caso. LÍVIA: - Claro que vem! Estão dizendo uma mentira pra você a meu respeito. E pelo visto, você acreditou. RAFAEL: - Eu só estou achando estranho o seu comportamento, Lívia. Você, de uma hora pra outra, muda de humor, de atitudes/ LÍVIA: - Meu Deus do céu! Eu estou vivendo o inferno na Terra, você não percebe isso?! Eu estou sofrendo muito!... (senta-se n sofá, chora)
Rafael se aproxima, abraça Lívia.
RAFAEL: - Desculpa meu amor!... Eu não queria te deixar assim... Eu também me sinto num turbilhão de emoções. Cada dia acontece alguma coisa... LÍVIA: - Eu só queria alguém do meu lado me apoiando, só isso. RAFAEL: - Eu estarei aqui, não se preocupa.
Os dois permanecem abraçados, com Rafael consolando Lívia.
CENA 02. MANSÃO TARCÍSIO. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
Todos sentados à mesa, já jantando. Agda na ponta. De um lado, Elizabeth, Eduardo e Vitória. D outro, Inês, Alfredo, Charlote e Demétrio.
CHARLOTE: - Vitória, bom rever você! Está cada vez mais linda! VITÓRIA: - Obrigada, Charlote! Saí da empresa, passei na clínica pra dar um beijo no Fabrício e corri pra cá! Não poderia perder esse jantar! ALFREDO: - E fez bem, porque a Nice caprichou no prato! EDUARDO: - A Nice sempre nos surpreendendo.
Nice entra na sala, trazendo mais peixe.
NICE (deixando o prato na mesa): - Mais uma leva! DEMÉTRIO: - Que delícia! INÊS: - E esse vinho maravilhoso, combinou muito bem. ELIZABETH: - O vinho, agradeça ao Demétrio. DEMÉTRIO: - Olha que eu trouxe sem nem saber do menu! AGDA: - Fez bem, Demétrio. Senão iríamos jantar com água. (risos) INÊS: - Não seria uma má ideia, Agda. Ao contrário, muito saudável... Mas eu sei que isso não aconteceria. Conheço a adega da família e sei de ótimas opções que ela guarda! (risos) DEMÉTRIO: - A água pode até ser saudável, mas é bom sentir o gostinho do álcool.
Todos riem. Eduardo ri, mas sempre fitando Nice, que está próxima da mesa, observando o jantar.
EDUARDO: - Nice, por favor. NICE: - Sim? EDUARDO: - O que é essa saliência aí no seu avental? Desculpe perguntar, mas está me chamando a atenção isso. ELIZABETH: - Ora, Eduardo, reparando em detalhes pífios... (risos) EDUARDO: - Você sabe que eu sou detalhista, meu amor, reparo em tudo!... AGDA: - Então mostre, Nice, o que tem no avental, senão o Eduardo não vai conseguir digerir o jantar. NICE: - Não há nada demais... Nem reparei que tinha algo aqui.
Nice coloca a mão no avental e retira o guardanapo do bolso. Coloca sobre a mesa. Agda abre o guardanapo e todos se surpreendem ao ver relógio de Demétrio e algumas notas de dinheiro.
DEMÉTRIO: - Meu relógio! CHARLOTE: - Dinheiro, meus pertences! AGDA: - Nice, o que significa isso?!
Nice fica sem reação.
NICE: - Eu não sei, dona Agda, eu não peguei isso! EDUARDO: - Bem que eu senti que esse volume no bolso do avental não era comum... Está aí. Temos uma ladra entre nós! NICE: - Não! Eu não roubei! CHARLOTE: - Mas Nice, foi você quem guardou minha bolsa, com o relógio do Demétrio junto. E agora eles aparecem aqui, com você! ELIZABETH: - Nice! Você estava roubando a Charlote e o Demétrio! NICE (aflita): - Não, dona Beth! Eu nunca faria isso! INÊS: - Gente, a Nice trabalha aqui há anos! Jamais faria uma coisa dessas! EDUARDO: - E como você explica essas coisas aí escondidas no bolso do avental? Até dinheiro! NICE: - Eu não peguei nada! Eu juro! AGDA: - Difícil de acreditar, Nice... EDUARDO: - Eu tinha avisado a Beth já... Era melhor abrir o olho... Nem sempre tempo de serviço significa confiança! ALFREDO (irônico): - Você, com certeza tem gabarito pra falar em confiança, não é, Eduardo? EDUARDO: - Mais que essa empregada ladra, com certeza!
Nesse instante, Moisés entra na sala.
MOISÉS: - Com licença... Eu ouvi o falatório lá da cozinha. Algum problema? NICE (se abraça a Moisés): - Eu juro que não fiz nada, meu amor! Eu juro! MOISÉS: - O que aconteceu? AGDA: - Os pertences da Charlote e do Demétrio foram encontrados no avental da Nice. E foi ela quem guardou a bolsa da Charlote com esses pertences dentro. NICE: - Mas eu juro que não peguei! EDUARDO: - Eu sabia que muita bondade não era normal. A Nice sempre foi a funcionária perfeita... MOISÉS: - Desculpa, seu Eduardo, mas isso eu posso te garantir. Tanto a Nice quanto eu nunca fizemos nada de errado aqui. EDUARDO: - Nunca porque ninguém soube, não é? Quantas coisas já devem ter sumido daqui sem ninguém perceber. Felizmente hoje, descobrimos o que se passa por traz dessa máscara de bondade. NICE: - Eu não peguei! VITÓRIA: - Calma Nice!... Mamãe, o que vamos fazer? ELIZABETH: - Não há que argumentar... As provas estão todas aí... Nice, infelizmente você vai ter que ir embora.
Nice chora.
ELIZABETH: - Eu não vou chamar a polícia, em consideração a todos esses anos que você trabalhou conosco. Mas diante desse erro que você cometeu, não posso deixar que tudo continue como está. NICE (aos prantos): - Dona Beth, por favor! Por tudo o que eu já fiz aqui! ELIZABETH: - Desculpa, Nice... MOISÉS: - Dona Beth, se a Nice vai embora, eu vou com ela. EDUARDO: - Faz bem. Essa casa não merece gente desse tipo. INÊS: - Fique quieto, Eduardo! AGDA: - Se possível, saiam hoje mesmo. Amanhã, Moisés, passe aqui para acertarmos as contas. Faço questão de pagar tudo em ordem. VITÓRIA: - Mas vocês vão pra onde?! MOISÉS: - A gente tem uma casa, lá no Limão. Não precisam se preocupar. EDUARDO: - Eu só me preocupo em saber se não vão levar mais nada daqui na mudança. NICE: - Não se preocupe, doutor Eduardo. A única coisa que eu levarei daqui, serão as boas lembranças e das pessoas de bom coração que moravam aqui antes.
Moisés se abraça a Nice, sai da sala. O clima fica tenso.
EDUARDO: - Fez bem, meu amor. Justiça precisava ser feita. A Charlote e o Demétrio não precisavam passar por isso. DEMÉTRIO: - Eu nem sei o que dizer. Uma situação totalmente desagradável. AGDA: - Justo num jantar que era pra ser de comemoração. Um reencontro festivo. VITÓRIA: - Uma pena... A Nice? Roubando? É inacreditável. Eu ainda não assimilei isso tudo. INÊS (cochicha com Alfredo): - Precisamos fazer alguma coisa. Tenho certeza que tem o dedo do Eduardo nessa história. ALFREDO: - Eu já pensei nisso... Conversamos melhor em casa.
Agda presta atenção nos cochichos entre Inês e Alfredo, mas não diz nada. Ela observa também Eduardo, que se mostra satisfeito com tudo o que aconteceu.
CENA 03. PENSÃO BEM-QUERER. INT. NOITE.
Alaíde e Oscar comentam que irão viajar.
TATIANA: - Mas que coisa boa! e vão pra onde? ALAÍDE: - Fortaleza! Meu sonho é conhecer esse lugar! OSCAR: - E as passagens já estão compradas! Não vejo a hora de partir! JONAS: - E o medo de avião? OSCAR: - Que medo o quê! Tá falando com um homem, Jonas e não com um moleque! ALAÍDE: - Como se homem não tivesse medo... Eu tenho um medinho, mas é coisa pequeninha. Quando eu penso que vou estar cara a cara com aquele mar, meu medo some! PLÍNIO: - Eu nunca viajei, assim, pra tão longe... Máximo São Vicente. JONAS: - Não brinca, Plínio! Sério? PLÍNIO: - Sério... Morro de vontade de conhecer outros lugares. TATIANA: - Quando a gente fizer nossa lua-de-mel, a gente viaja para um lugar bem bonito. PLÍNIO: - Lua-de-mel? OSCAR: - Ih, tem gente tá querendo subir ao altar! (risos) PLÍNIO: - Pois é... (risos) ALAÍDE: - Gente, eu não posso esquecer de comprar meu maiô! TATIANA: - Dona Alaíde! Bom a senhora ter falado! Uma amiga minha me emprestou uma revista que ta trazendo os lançamentos do verão! Imagina só, o verão nem chegou e a senhora mostrando as novidades nas praias cearenses! ALAÍDE: - Ah, mas eu quero ver, Tatiana! Algo bem moderno, jovem, bem justo e/ TATIANA (sai): - Vou lá no meu quarto pegar! OSCAR: - Ei ei ei! Justo?! ALAÍDE: - Ué, Oscar! Tenho que mostrar minha beleza! OSCAR: - Mas eu não quero saber de nenhum cearense de olho nas suas belezas não! São só minhas! PLÍNIO: - É isso aí, seu Oscar! O que é teu, tem que cuidar, mano!
Alaíde percebe Jonas quieto. Se aproxima do filho.
ALAÍDE: - O que foi, Jonas? Tá quietinho... JONAS: - Nada não, mãe. Só pensando um pouco. ALAÍDE: - Já sei... Pensando na Lívia, não é?
Jonas acena com a cabeça, concordando.
ALAÍDE: - Meu filho... O que importa é que ela saiu da cadeia e está bem. JONAS: - Eu queria estar com ela agora, mãe... Por que a gente tem que sofrer por amor? ALAÍDE: - Posso te falar uma coisa?... Se a gente sofre, é porque não é amor. Amor não nos traz sofrimento, tristeza, dor. Amor nos traz alegria, enche nosso peito de felicidade. Nossos olhos brilham!... JONAS: - Então o que é que eu estou sentindo por ela, mãe? ALAÍDE: - Apreço, estima, zelo, ciúme... Até porque, a gente não precisa amar pra ter ciúme, basta gostar, querer ter sempre perto. Quando essa dor que você sente, passar, e só a alegria refletir no teu olho, aí sim, é amor. E eu sei porque sinto isso pelo seu pai. Quando eu o vejo, quando eu penso nele, só me vem na cabeça, alegria, felicidade. JONAS: - Vocês se amam muito, não é? ALAÍDE: - Eu não tenho só um marido, Jonas. Tenho um irmão, um companheiro, um amigo. Seu pai é tudo pra mim. Você também é. Não quero te ver cabisbaixo por aí... (empolga-se) Porque você não vem com a gente pro Ceará?! Vai ser ótimo uma viagem em família! JONAS: - Não, mãe... Primeiro porque eu não posso me ausentar da agência agora. E depois, é a lua-de-mel de vocês, eu ia me sentir meio deslocado. E outra, já estou grandinho pra segurar vela. (risos)
Os dois se abraçam, carinhosos.
ALAÍDE: - Te amo. JONAS: - Eu também amo você. ALAÍDE: - E a Carla? Ela chegou com você, mas subiu logo... JONAS: - Disse que estava um pouco cansada.
Tatiana retorna com a revista.
TATIANA (grita): - Dona Alaíde! ALAÍDE:- Não precisa gritar, Tatiana! Não quero ir pro Ceará surda! TATIANA: - Está aqui a revista. ALAÍDE: - Eu quero escolher o mais curto e justo que tiver de todos os maiôs!... Ou será que eu pego um biquíni? (folheando a revista) OSCAR: - Ah, mas deixa eu ver de perto o que você vai escolher! Se eu aprovar, você leva! ALAÍDE: - Mas era só o que me faltava! Ao invés de ficar me fiscalizando, porque não escolhe um calção, uma sunga pra você? Aquela lá da década de 80 não dá! (risos) OSCAR: - Vai rindo, vai! Mas foi com aquela sunga que eu paquerei e beijei você em Itanhaém naquele verão em 74.
Todos riem, enquanto se entretém folheando as revistas.
CENA 04. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. NOITE.
Diogo, Isabela e Conrado na mesma mesa no Europa-Brasil, já jantando.
CONRADO: - E então, Diogo, como vão as coisas lá na Gold Man? DIOGO: - Tudo às mil maravilhas, como sempre. Estamos no top 3 das mais vendidas nas bancas de São Paulo. ISABELA: - Que ótimo! Isso você não me contou! DIOGO: - Eu ia contar hoje mesmo. CONRADO: - Isabela, minha querida, tem tanta coisa que ele com certeza ainda não te contou... Não é, Diogo? Umas histórias aí, um passado não muito distante... DIOGO: - Acredito que a Isabela não estaria interessada em saber. ISABELA: - Adoro histórias. CONRADO: - E o Diogo tem ótimas. DIOGO: - Só eu? Tem gente aqui esquecendo que faz parte de algumas dessas histórias ótimas que eu tenho. CONRADO: - Minha participação não deve ter sido tão interessante. Acho que fui apenas um coadjuvante. DIOGO: - Como sempre você é o coadjuvante. Em tudo, Conrado. ISABELA (tenta amenizar a conversa): - Já provaram a salada? Tá ótima! CONRADO: - Será mesmo que em tudo eu fui coadjuvante? No verão de 2001 em Ilhabela eu ganhei a alcunha de Touro Indomável. ISABELA: - Não sabia que em Ilhabela havia rodeios no verão... DIOGO: - 2001! (risos) Quase século passado... Vivendo de glórias antigas. Não nega ser palmeirense. CONRADO: - Campeão brasileiro e meu lugar garantido na Libertadores. E você, bambino?! Bambi? Ah, desculpa, são-paulino. Tá aonde? DIOGO: - Longe do rebaixamento, com certeza. Quanto à Libertadores, resolvi ser piedoso e deixar os porcos se divertirem um pouquinho. Afinal, cansa ser campeão todo ano. Libertadores virou rotina, títulos no Brasileirão então, nem se fala. ISABELA (irônica): - Nunca participei de um jantar tão interessante, sabia?... Acho que vou ao banheiro.
Isabela sai da mesa. Diogo e Conrado ficam a se encarar.
CONRADO: - Agora que ela saiu, eu posso dizer. Não pense que a Isabela é como essas mulheres que você costuma sair, tá ouvindo? DIOGO: - Eu não estou pensando nada! CONRADO: - Te conheço, Diogo!... Tá louco pra dar o bote. DIOGO: - E o que você tem com isso, Conrado? É o dono dela, por acaso? CONRADO: - Não, mas sou pai do filho que ela está esperando. DIOGO: - Como é que é?! Você e a Isabela estão esperando um filho?! CONRADO: - Sim, estamos. DIOGO: - Ela não me disse nada. CONRADO: - Mas ela vai dizer, pode ter certeza. Mas você não precisa esperar ela te falar pra ficar na tua né? Nem um dedinho nela, tá ouvindo? DIOGO: - Vai ser difícil, cara. Descobri um fetiche por mulheres grávidas... (risos) CONRADO: - Canalha!
Isabela volta. Os dois disfarçam.
ISABELA: - E então, a conversa continua animada como antes? DIOGO: - Animadíssima, mas o Conrado vai ter que ir embora agora. CONRADO: - Vou? Não lembro de ter mencionado algo a respeito. DIOGO: - Sim... Você disse que ia embora e deixar eu e a Isabela terminar nosso jantar, já que uma mulher grávida deve fazer sua refeição em paz. ISABELA (encara Conrado): - Você disse da gravidez?! CONRADO: - Falei, oras. ISABELA: - Farei oras?! Você não tinha o direito, Conrado! CONRADO: - Mas de um jeito ou de outro ele ia saber! A sua barriga daqui a pouco vai aparecer e/ ISABELA: - E daí que isso é um problema meu! CONRADO: - Problema nosso, até porque eu sou o pai da criança! ISABELA: - Infelizmente! DIOGO: - Ih, DR no meio desse jantar maravilhoso, não dá né? O que eu tinha dito mesmo? Ah sim, que você ia embora, Conrado. Não é? ISABELA: - Fez bem em relembrar, Diogo. Pode ir, Conrado. Sua participação no jantar já foi mais do que suficiente. CONRADO: - Mas eu/ ISABELA (firme): - Tchau, Conrado!
Conrado fica sem reação. Diogo não esconde seu sorriso debochado. Conrado se levanta. Isabela o olha, faz-se de durona. Conrado vai embora, cabisbaixo. Isabela o observa, de longe, tenta manter-se forte.
DIOGO: - Tudo bem, Isabela?
Isabela pega o copo com suco, bebe tudo de uma vez só, apressadamente. Diogo se surpreende.
ISABELA: - Tudo bem. DIOGO: - Tem certeza? ISABELA: - Acho que não. DIOGO: - Quer ir embora? A gente pode/ ISABELA: - Não, não, imagina... Você me convidou para o jantar. E está ótimo. Vamos continuar sim.
CENA 05. APTO RAFAEL. SALA. INT. NOITE.
O telefone de Lívia dá sinal de mensagem. Ela sai da cozinha, de pijamas, com um copo d’água na mão. Ela percebe o alerta do telefone e vai verificar.
LÍVIA: - Mensagem? Não conheço esse número.
Lívia começa a ler a mensagem. Termina de ler, se mostra um pouco surpreso.
LÍVIA: - Encontro em sigilo... O que será que a Beatriz quer comigo?
CENA 06. APTO JORGE. INT. NOITE.
Jorge em seu apartamento, analisa as fotos que tirou do encontro entre Marilu e Romão.
JORGE: - Qual será a relação entre eles?
Jorge pega o telefone, disca.
JORGE (ao telefone): - Pereira, sou eu, Jorge. (T) Mandei para o seu e-mail umas fotos. Vou precisar de uma ajudinha sua. (T) Isso, quero que venha comigo monitorar os passos do homem que aparece nessas fotos. (T) Exatamente. Creio que ele tenha algo para dizer à Justiça...
CENA 07. APTO CONRADO. EXT. CORREDOR. NOITE.
Conrado chega no corredor do seu apto e se surpreende ao encontra Sarah na porta, sentada sobre as malas (mais de 7, de todos os tamanhos).
CONRADO: - Sarah?! SARAH: - Oi Conrado! CONRADO: - O que você está fazendo aqui? SARAH: - Eu preciso de ajuda, Conrado. Não sei o que fazer... CONRADO: - Essas malas, suas coisas... O que aconteceu? SARAH: - Eu não tenho pra onde ir, Conrado. Tive que sair da casa do Henri. Não estava mais dando pra morar lá. Ele estava levando uma vida muito libertina. Eu não tinha como ficar lá acompanhando tudo isso. CONRADO: - Claro, fez bem. SARAH: - Eu pensei muito no bem do nosso filho, Conrado. E certamente, você vai concordar comigo que, o melhor lugar para a gente agora é aqui no seu apartamento. CONRADO: - Aqui?! SARAH: - Eu não tenho pra onde ir, Conrado... Eu prometo que é só por um tempo. Só até eu conseguir me organizar. CONRADO: - Tudo bem... Não quero que meu filho fique passando necessidade por aí.
Sarah abraça Conrado.
SARAH: - Você é um anjo! CONRADO: - Não estou fazendo nada demais.
Conrado abre a porta do apto. Sarah entra “sentindo-se” a dona do local, deixando as malas todas no corredor. Conrado observa embasbacado.
SARAH: - Você ainda não trocou essa cortina, Conrado?! Tá na hora né meu querido?!... Pode pegar minhas malas e trazer pra cá. Acho que eu ficarei bem naquele quarto ao lado do seu. E cuidado, tem coisa que quebra aí dentro. Perfumes, maquiagens. CONRADO: - Eu não tenho como levar tudo isso sozinho, Sarah. Aliás, como você trouxe tudo isso pra cá?! SARAH (deita-se no sofá): - Ai querido, o porteiro me ajudou né. Ele trouxe tudo enquanto eu esperava você. E não seja preguiçoso! Faz duas viagens. Leva um pouco, volta, depois leva o restante. Sem pressa, meu amor. Eu espero aqui. Ah, traz pra mim um suco de maracujá, por favor! Essa função toda me deixou um pouco nervosa.
Conrado respira fundo. Sarah já “domina” o lugar.
CENA 08. MANSÃO TARCÍSIO. INT. NOITE.
Moisés e Nice saem da mansão, carregando algumas malas.
MOISÉS: - Dona Agda, amanhã venho aqui buscar o restante das nossas coisas. AGDA: - Não tem problema, Moisés.
Nice chora, compulsivamente.
VITÓRIA: - Eu não posso ficar aqui vendo ela chorar desse jeito...
Inês se aproxima de Nice, a abraça.
INÊS (cochicha): Vai ficar tudo bem. NICE: - Mas como? INÊS: - Não se preocupe. Vou ajudar vocês.
Nice olha carinhosa para Inês. Eduardo se aproxima.
EDUARDO: - Acho que já chega de show por hoje, não é? Por favor, Nice e Moisés, queiram se retirar. Acredito que já causaram muito desgosto por hoje.
Moisés pega Nice pela mão. Ela olha séria para o Eduardo, vai saindo. Na porta, vira-se, olha para Elizabeth, que disfarça o olhar, como se estivesse com vergonha da atitude que tomou.
NICE: - Eu saio daqui com a cabeça erguida, podem ter certeza. EDUARDO: - Mas é muita prepotência! NICE: - Eu não roubei nada aqui. Nunca fiz isso. Dona Charlote, seu Demétrio, lamento por essa situação chata. Mas eu tenho plena consciência dos meus atos. E a honestidade, é uma virtude que eu cultivo desde nova. Eu e o Moisés. EDUARDO (batendo palmas): - Ótima a sua atuação. Agora a gente chora, é isso? Por favor, Nice. Não fique ainda mais patética. NICE: - As máscaras vão cair. Podem ter certeza.
Nice e Moisés vão embora. O clima do jantar é péssimo.
ELIZABETH (senta-se no sofá): - Ai gente, que horror! Nunca passei por uma situação tão constrangedora como essa aqui em casa. CHARLOTE: - É lastimável... (a Demétrio) Vamos querido? Acho que não há mais clima festivo. AGDA: - Charlote, veja na sua bolsa se está tudo em ordem... CHARLOTE: - Eu já vi, está tudo ok. DEMÉTRIO: - Vamos indo então. ALFREDO: - Nós também já vamos, não é Inês? INÊS: - Claro, querido. (aproxima-se de Beth, a abraça) Fica bem, tá amiga? Apesar de tudo, o jantar estava ótimo e foi muito bom te ver de novo. ELIZABETH: - Obrigada, Inês.
Inês se despede de Agda. Os convidados vão se despedindo. Inês se aproxima de Eduardo.
EDUARDO: - Boa noite, minha irmã. INÊS: - Você realmente não tem limites. EDUARDO: - Do que você está falando? INÊS: - Você vai ser vítima da sua própria ganância, Eduardo. Pode escrever.
Inês se afasta, junta-se a Alfredo, Charlote e Demétrio, que vão indo embora. Elizabeth os acompanha até a porta. Eduardo fica pensativo.
VITÓRIA: - Pena que tudo acabou desse jeito... (indo para as escadas) AGDA: - Vou com você, Vitória. Preciso de um banho e da minha cama. Essa história me deixou com dor de cabeça.
Elizabeth retorna para a sala.
ELIZABETH: - A Nice... Eu ainda não acredito. EDUARDO: - Lembra que eu falei pra você tudo o que aconteceu com aqueles patrões norte-americanos, a história dos empregados... Eu avisei. ELIZABETH: - A gente custa a se dar conta. Não se pode nem mais confiar naqueles que nos acompanham há anos!... Pena mesmo. Agora é ter que arrumar outra empregada aqui pra casa, que saiba fazer tudo o que a Nice fazia. Só sei que vai ser difícil. EDUARDO: - Mas não impossível. Logo logo a gente consegue alguém de confiança. Você vai ver. ELIZABETH: - Bom, eu vou subir. Você vem? EDUARDO: - Sim, sim, já estou indo. Só vou até a cozinha beber um pouco d'água.
Elizabeth sai. Eduardo fica na sala, sorrindo, sarcástico.
EDUARDO: - Próximo passo, o cofre. A partir de amanhã, nova etapa!
CENA 09. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER
MUSIC ON: Retratos e Canções – Paulinho Moska Imagens de São Paulo ao amanhecer. Mostra a marginal Pinheiros, o parque do Ibirapuera, o centro da cidade.
CENA 10. APTO MARILU. INT. DIA.
MUSIC FADE OUT. Marilu recebe Paulo, que entra no apto trazendo uma maleta.
PAULO (entrando no apto): - Você me ligou naquela hora!... MARILU: - É que é urgente, você sabe! Não dá pra ficar esperando. PAULO: - Eu fiz o que deu, tive que rapar minha reserva. (deixa a maleta na mesa) Estão aqui, vinte e cinco mil. MARILU (abre a maleta, confere): - Ótimo! Estamos livres daquele verme do Romão. PAULO: - E eu estou zerado. Que legal. MARILU: - Deixa de ser mesquinha, Paulo! Tá na hora é de você se mexer e tratar de pegar logo essa empresa pra você. Tá muito lerdo, amigo! PAULO: - Vai nessa... Meus planos estão indo além. MARILU: - Como assim? PAULO: - Depois que o Romão pegar esse dinheiro e ir embora, eu vou me dedicar aos meus novos projetos. E com certeza, me darei bem. MARILU: - Que projetos são esses, Paulo? PAULO: - Também tenho meus segredos. MARILU: - Ih... Você não era assim, não hein!... Cheio de segredinho. PAULO: - Liga logo pro Romão, vamos agilizar isso de uma vez.
Marilu pega o telefone, começa a discar. Paulo senta-se, espera um pouco sem paciência.
MARILU (ao telefone): - Sou eu, Marilu. (T) Eu sei! Eu sei que era até hoje!... Por isso estou te ligando. Estou com a grana. (T) É, tudo o que faltava. Mas olha só, quem vai entregar pra você vai ser o Paulo. (T) É, eu estarei ocupada na empresa. (T) Anota aí o local onde vocês vão se encontrar.
Paulo faz cara de poucos amigos.
CENA 11. CLÍNICA DR. FAUSTO. CANTINA. INT. DIA.
Fabrício, Adriana, Gisa e Almir conversam.
ADRIANA: - Graças a Deus, fico tudo bem! GISA: - Que bom Adri! Imagino que você tira um mega peso das costas depois de um procedimento cirúrgico assim. ADRIANA: - É uma vida que você salva, não é?... Parece que Deus coloca a mão dele sobre as suas e faz tudo direitinho. FABRÍCIO: - Vai também da competência, Adriana. Você é uma das melhores médicas aqui dentro. E isso conta muito. Experiência, estudo, dedicação. ALMIR: - Eu, como um dos diretores aqui, fico feliz em tê-la em minha equipe! GISA: - Falando feito ator de novela, Almir! (risos)
Fausto vai passando por eles, os cumprimenta. Almir fica a observá-lo. Fausto segue.
ALMIR: - Eu preciso falar com ele. (levanta-se e sai, apressado) ADRIANA: - Nossa, o que serás que deu nele? GISA: - Alguma coisa urgente? Ih... FABRÍCIO: - Vai ver nem é nada. Almir depois que foi "promovido" tá se achando tanto!... ADRIANA: - E eu tô achando é que você precisa de mais um café. Plantão esta noite te tirou o couro, é? FABRÍCIO: - Nem tanto... Foi bem tranquilo. Mas realmente, deu um cansaço. Acho que perdi o costume, fazia tempo em que eu não ficava de plantão. GISA: - Sim né, o garoto só queria namorar! (risos) Mas posso dizer que eu tinha uma invejinha, sabia? De você, da Adri... Eu queria tanto ter alguém do meu lado, pra fazer cafuné, beijar na boca! E pra... Bom, vocês sabem. ADRIANA: - Nossa, mas a coisa tá tão difícil assim? Não tava de namorico com o tal músico? GISA: - Mas é que tem uma girafona na jogada e que empaca o meu lado, entende? FABRÍCIO: - Como assim, girafona?! (risos)
Gisa continua contando sua história. Mais adiante, Almir e Fausto conversam.
FAUSTO: - Falar comigo? Sobre? ALMIR: - Sobre a Carla. Como vocês se conheceram? FAUSTO: - Isso é tipo de pergunta que se faça para seu chefe, Almir? ALMIR: - Por favor, doutor Fausto. Eu preciso saber. FAUSTO: - E por quê eu teria que te responder? ALMIR: - Porque eu e a Carla tivemos um caso. Um caso muito forte, importante pra mim e, eu queria saber se vocês se conheceram, da mesma forma como eu a conheci. Fazendo programa. FAUSTO: - Não sei nem porque eu estou tendo essa conversa com você. É um assunto pessoal meu. Mas, já que perguntou... Só posso te dizer uma coisa. Não se preocupe. Não estamos tendo nada. Ainda. ALMIR: - Então o senhor pretende/ FAUSTO: - Sim, eu pretendo continuar cortejando, saindo, conversando com a Carla. a propósito, providencie as nossas passagens para o Congresso Nacional de Medicina, em Fortaleza. Ela vai comigo.
Almir se surpreende, enquanto Fausto o encara, sarcástico.
ALMIR: - Como o senhor quiser. FAUSTO (irônico): - Mais alguma coisa que queira saber, doutor Almir? ALMIR: - Nada não, doutor. FAUSTO: - Bom trabalho então.
Fausto sai. Almir tenta esconder sua chateação.
CENA 12. EMPRESA AMARO. INT. DIA.
Carla visita Lívia na empresa. As duas se abraçam, fortemente.
CARLA: - Ai amiga! Que bom poder abraçar você de novo! LÍVIA: - Eu senti tanta falta disso também! Você nem imagina! CARLA: - Claro que eu imagino sim! Eu quase morri! LÍVIA; - E eu estou quase morrendo… CARLA: - Credo, nem fala uma coisa dessas, Lívia. LÍVIA; - É verdade, Carla… Minha vida tá numa maré de azar tremenda!... Primeiro eu vou presa suspeita de matar o Tarcísio. Eu?!... Aí quando eu saio, descubro que o Alexandre se instalou na minha casa e da guarda do Pedro! CARLA: - Eu juro que tive vontade de voar no pescoço desse traste! LÍVIA: - Eu quero muito ficar com meu filho. CARLA: - Você vai ficar, amiga. Vai sim. LÍVIA: - Mas e você, como tá? CARLA: - Vivendo uma reviravolta na vida. LÍVIA: - Como assim? CARLA: - Conheci um cara, um médico, rico!... Inteligente, carinhoso, atencioso. Um homem de verdade. LÍVIA: - Nossa! CARLA: - E ele me convidou pra viajar com ele nos próximos dias. LÍVIA: - Amiga, que coisa boa!... Mas, é programa?
Carla acena a cabeça, concordando, um pouco sentida.
LÍVIA: - Amiga, sai disso de uma vez. Você é tão linda! CARLA: - Mas não é só programa, Lívia. Ele quer a minha companhia, estar perto de mim. Sinto que não é só pelo prazer. LÍVIA: - Mesmo assim… Quero que você se cuide. CARLA: - Eu vou me cuidar. Eu aceitei o convite e agora estou contando os dias para embarcar pra Fortaleza. LÍVIA: - Se você está feliz, eu fico feliz. E mais aliviada.
Nesse instante, Louise e Rosa chegam na sala. Felizes, elas se abraçam em Lívia, que também fica feliz em rever as amigas.
LÍVIA: - Que saudade que eu estava de vocês! LOUISE: - E a gente com saudade de você também! ROSA: - Você não sabe o quanto eu rezei, pedi aos céus que te ajudassem. LÍVIA: - Deu certo, Rosa. Aqui estou eu! Livre! LOUISE: - A gente podia fazer outra festa, pra comemorar a sua volta! LÍVIA: - Calma, Louise!... Vamos devagar… Não estou no clima para comemorações. ROSA: - E por que não? LÍVIA: - Além de todos os meus problemas, com a polícia, com o Alexandre lá em casa com o Pedro, tem mais uma coisa, que caiu feito uma bomba pra mim. CARLA: - O quê, Lívia? LÍVIA: - A Beatriz. ROSA: - O que tem ela? LÍVIA: - A Beatriz tá grávida do Rafael. CARLA (surpresa): - Gente, não acredito! LOUISE: - Mas então o Rafael te traiu? LÍVIA: - Não… Isso foi antes da gente ficar junto. Mas agora ela falou pra ele… E ontem à noite, eu recebi uma mensagem dela, me chamando para uma conversa séria no apartamento dela hoje. ROSA: - Não acho uma boa ideia. CARLA (a Lívia): - Você vai ir? LÍVIA: - Eu vou. Quero saber dela toda essa história. LOUISE: - E o Rafael, o que ele disse? Qual a reação dele? LÍVIA: - Ele não mudou nada. Mas eu vejo que essa história toda tá mexendo com ele. Com certeza não estava esperando pra ser pai agora. Ainda mais de um filho da ex-noiva. ROSA (aproxima-se de Lívia): - Vai com cuidado, Lívia. Essa história tem que ser bem tratada. Senão, sabe-se lá o que pode acontecer. LOUISE: - Tá pressentindo alguma coisa ruim, Rosa? ROSA: - Eu não sei… Por isso mesmo eu te peço, Lívia. Vai com cuidado.
Lívia segura a mão de Rosa, se mostra confiante.
CENA 13. MANSÃO TARCÍSIO. INT. DIA.
Rafael avisa a família que Beatriz está grávida.
AGDA (surpresa): - Grávida?! ELIZABETH: - E nós falávamos de criança ontem! (emociona-se) Meu Deus, meu filho, que notícia ótima! RAFAEL: - Eu queria dar essa notícia pessoalmente pra vocês. VITÓRIA: - Ainda nem acredito que eu vou ser titia! (risos) a Beatriz deve estar feliz também. RAFAEL: - Certamente. Eu ainda pretendo conversar com ela e/ AGDA: - E se separar da Lívia para poder criar o filho ao lado da mãe. RAFAEL: - Infelizmente a senhora errou, vovó. E por favor, não insista nesse assunto. AGDA: - Insistir no quê? No que é correto? Insisto o quanto for necessário… Rafael, você agora será pai! Seu filho precisa da figura paterna por perto! RAFAEL: - Eu sei, mas isso não significa que eu tenha que ficar junto com a Beatriz! Nós não temos mais nada! EDUARDO: - Têm um filho agora. VITÓRIA: - Gente, essa história já está encerrada! O Rafael vai ficar com a Lívia e pronto!... Ele pode muito bem dar toda assistência que a Beatriz e o bebê precisarem, sem nem precisar estar junto com ela. ELIZABETH: - Assistência. Parece que o bebê é uma mercadoria, um objeto. VITÓRIA: - Modo de dizer, mamãe. Você e a vovó estão pensando num jeito tão antiquado pra essa situação… AGDA: - Antiquado?! Então tá… Já não sei mais o que são os costumes da nossa sociedade, onde foi parar o cultivo dos valores morais! RAFAEL: - Sem dramas, dona Agda, por favor…
O telefone de Rafael toca, ele atende.
RAFAEL (ao telefone): - Alô? (T) Oi Alfredo. (T) Claro, posso sim. (T) Sei… (T) Falso?! Que ótimo! (T) Claro, estou indo pra empresa agora. Me encontra na minha sala. (desliga o telefone, animado) VITÓRIA: - O que foi? RAFAEL: - O Alfredo conseguiu provar que o documento que impedia a Lívia de ficar na casa dela é falso. AGDA: - Mas que história é essa? RAFAEL: - O ex-marido dela se adonou da casa e da guarda do filho dela enquanto ela estava na cadeia. Mas o Alfredo conseguiu a comprovação que o documento é falso. Estou indo pra empresa agora. Beijo família!
Rafael sai.
ELIZABETH: - Minha nossa! O tipo de pessoas que essa mulher tem no círculo de convivência. AGDA: - E o Rafael se envolvendo com essa gente… ELIZABETH: - Mas com certeza o meu neto não vai conviver com pessoas desse tipo. A Beatriz tem porte, tem berço! AGDA: - Será que é menino ou menina?... ELIZABETH: - Eu torço por um menino. VITÓRIA: - Eu acho que é menina. Imagina! Uma menina linda, filha do Rafa com a Beatriz! Vai ser uma boneca!
CENA 14. APTO BEATRIZ. INT. DIA.
Marilu e Beatriz conversam.
MARILU: - Você já sabe tudo o que vai dizer pra ela? BEATRIZ: - Sei sim. Com certeza ela vai querer revidar, mas está na minha casa e vai ouvir tudo! MARILU: - É assim que se fala, amiga. Eu vou ficar aqui pra te ajudar. BEATRIZ: - Vai participar da conversa então? MARILU: - Não, não… A conversa é entre vocês duas. Eu ficarei escondida, pra caso ela queria fazer alguma coisa contra você. BEATRIZ: - Ótimo. Mas não sei se ela vai se arriscar a tanto. MARILU: - A Lívia é uma cobra, Beatriz. Não se engane. Você precisa afastar ela definitivamente do Rafael.
Beatriz fica pensativa, enquanto Marilu a observa, cínica.
CENA 15. REDAÇÃO FLASH PAULISTA. INT. DIA.
Conrado em sua sala na redação da Flash Paulista. Isabela chega na redação feito um furacão. Mayra vai até ela.
MAYRA: - Oi, Isabela! Como vai? ISABELA: - Poderia estar melhor. MAYRA: - Nossa! Aconteceu alguma coisa? ISABELA: - O Conrado está aí? MAYRA: - Lá na sala dele. Eu te acompanho/ ISABELA: - Não precisa não. Eu sei o caminho, obrigada.
Isabela sai apressada. Mayra fica um tanto espantada. Isabela entra “com tudo” na sala de Conrado, que se surpreende.
CONRADO: - Isabela! ISABELA: - Satisfeito por ontem? CONRADO: - Confesso que fiquei um pouco feliz sim em poder melar um pouco o encontro de vocês. ISABELA: - Você é um safado mesmo! Um grosso, inconveniente! Não tinha nada que falar pro Diogo sobre a minha gravidez! CONRADO: - Eu só quero saber até quando você ia esconder isso dele? ISABELA: - Não te interessa! Era um problema meu! CONRADO: - Um problema nosso! Que mania você tem de ficar guardando as coisas só pra você! ISABELA: - E que mania você tem de ficar se metendo na minha vida! Chega! Eu cansei!
Silêncio na sala.
ISABELA: - Eu quero viver a minha vida em paz, Conrado. CONRADO: - Em paz trabalhando com o Diogo? Saindo pra jantar com ele? Qual vai ser o próximo passo? Um final de semana em Campos do Jordão?! ISABELA: - E se for?! Eu e você não temos nada! Eu sou livre para viver o que vier com quem quiser! CONRADO: - Eu me preocupo com você, poxa! ISABELA: - Você se preocupa com o seu ciúme bobo, com a sua fama de garanhão estando ameaçada! CONRADO: - Eu me preocupo porque eu te amo!
MUSIC ON: Por Onde Andei – Nando Reis Silêncio novamente. Isabela “balança” com a declaração.
CONRADO: - Eu te amo. Não consigo ficar longe de você. ISABELA: - Não, Conrado... A gente já falou sobre isso. CONRADO: - Ninguém vai atrapalhar a gente, Isabela.
De repente, Mayra surge na porta.
MAYRA: - Desculpa, Conrado/ CONRADO (irritado): - O que é Mayra?! MAYRA: - Uma tal de Sarah no telefone. Tá querendo falar contigo urgentemente, porque tem algumas coisas faltando na sua casa e ela quer que você compre... Só isso. Tá na linha 2.
Mayra sai. Isabela encara Conrado.
ISABELA: - Ninguém vai nos atrapalhar é? CONRADO: - Isabela, eu posso explicar/ ISABELA: - Não!... Não me fala nada, por favor... Não há o que falar, justificar. Você está morando com aquela desqualificada e tem a coragem de dizer que me ama?!... Eu sou patética em ficar aqui ouvindo isso.
Isabela vai embora. Conrado a chama, mas ela não dá ouvidos.
CONRADO: - Ah!!! (Conrado grita alto, forte, urra, chamando a atenção de todos na redação.)
Ele vai até a janela de sua sala, abre o vidro.
CONRADO (grita): - Isabela! Eu te amo!
Mayra observa na porta da sala.
MAYRA (para si): - Ai amigo... Essa dor de amor é forte mesmo...
Conrado fica olhando para fora, desolado. MUSIC FADE OUT.
CENA 16. BOTECO. EXT. DIA.
Romão aguarda na mesa de um bar, ansioso. Olha a hora no relógio, impaciente. Do outro lado da rua, Jorge e outros dois policiais, Pereira e Hugo, aguardam dentro do carro. Um homem de chapéu e bigode entra no bar e se aproxima de Romão. CAM foca no tal homem, é Paulo, disfarçado.
ROMÃO (rindo): - Mas o que é isso?! Que fantasia é essa? PAULO: - Poupe-me das piadinhas idiotas. Isso é um disfarce. Não quero que ninguém me veja tendo contato com você. ROMÃO: - Tá ridículo, mano! Ridículo! PAULO: - Não perguntei a tua opinião... (entrega a maleta para Romão) Está aqui, tudo o que faltava pra você ir embora daqui. ROMÃO (abre a maleta discretamente): - Tudo aqui, mano? PAULO: - Nota por nota. Vinte e cinco mil reais. Agora já pode deixar de encher o meu saco e seguir sua vida. Não temos mais nada pra tratar. ROMÃO: - Ótimo.
Do lado de fora, no carro, Jorge aguarda.
PEREIRA: - Consegue ver ele daí? JORGE: - Não. Só sei que ele ainda não saiu. Vamos esperar.
No bar, Romão e Paulo conversam.
PAULO: - Bom retorno para o esgoto. Já fiz minha parte. ROMÃO: - Manda um recado pra Marilu. Diga que eu gostei de ter ela na cama novamente. Que ela está bem melhor agora do que quando novinha. PAULO: - Pode deixar que direi esse elogio pra ela. Até nunca mais.
Paulo, cuidadosamente, sai do bar. No carro, Jorge e os policiais nem percebem. Um tempo depois, Romão sai do bar com a maleta em mãos.
HUGO: - Olha lá! Não é ele? JORGE: - É mesmo! Vamos lá!
Jorge, Hugo e Pereira saem do carro e vão em direção a Romão, que nem percebe. De repente, eles abordam o rapaz.
JORGE: - Indo pra casa? ROMÃO: - Claro. Por favor, me dá licença porque eu quero/ PEREIRA (mostra o distintivo): - Polícia, meu caro. Você vai conosco é pra delegacia.
Romão tenta fugir, mas esbarra em Hugo, que impede sua fuga e ainda consegue pegar a maleta com o dinheiro. Pereira abre a maleta.
PEREIRA: - Nossa, quanta grana!... Quem andaria com todo esse dinheiro assim, pela rua? De onde veio isso tudo? ROMÃO: - Não sei do que vocês estão falando. Não sei de nada! JORGE: - Se ia fugir é porque tem culpa no cartório... Vamos lá pra delegacia. Tenho algumas perguntas pra fazer pra você.
Romão se mostra amedrontado.
CENA 17. APTO BEATRIZ. SALA. INT. DIA.
A campainha toca.
BEATRIZ: - É ela! MARILU: - Eu vou lá pra dentro. Fica tranquila e faz tudo como a gente combinou! Vai dar certo.
Marilu sai. Beatriz abre a porta. Lívia aparece. As duas se encaram.
BEATRIZ: - Bom que você veio. LÍVIA: - Você me chamou, disse que era sério. O assunto me parece importante. BEATRIZ: - E é. Entra.
Lívia entra no apto. Marilu, escondida, escuta a conversa.
LÍVIA: - E então, o que você quer falar comigo? BEATRIZ: - Antes de qualquer coisa, desliga o celular. Não quero que nada atrapalhe a nossa conversa. LÍVIA; - Mas que bobagem é essa? BEATRIZ: - Por favor.
Lívia desliga o celular, guarda na bolsa.
LÍVIA: - Pronto. Pode falar. O que você quer? BEATRIZ: - Eu sabia que você era uma vadia, mas não imaginava que chegaria a esse ponto. LÍVIA: - O que é que você está dizendo?! BEATRIZ: - Eu só estou falando o que você merece. LÍVIA: - Desculpa, mas ninguém merece ouvir isso. Eu não vim aqui ouvir desaforos.
Lívia pega sua bolsa para sair, mas Beatriz a segura pelo braço.
BEATRIZ: - Você vai ouvir sim! LÍVIA (soltando-se): - Me solta! BEATRIZ: - Você se acha muito esperta, não é, Lívia? Quando o cerco fecha pro seu lado, resolve fugir... Vadia. Primeiro, pegou o pai, conseguiu fazer a cabeça dele, deu um fim na vida do coitado e ficou bem. Agora quer fazer a mesma coisa com o filho?! Fique sabendo que eu não vou deixar! LÍVIA: - Eu não matei ninguém! Você não sabe do que está falando! BEATRIZ: - Não adianta fugir da verdade, Lívia. LÍVIA: - Você é que não sabe da verdade. O que eu tive com o Tarcísio foi uma história linda. Um amor que não senti nunca, por ninguém. E eu sou e serei eternamente grata a ele. E agora, com o Rafael, é um amor que está crescendo aos poucos, sadio, verdadeiro. Não é baseado no interesse não. É algo puro, sincero/ BEATRIZ: - Cala a boca! Como você tem coragem de falar de amor se aproximando da família dele e do dinheiro? Agora deve ser fácil né?... LÍVIA: - Você não se conforma, não é? Não suporta a ideia do Rafael ter deixado uma mulher tão inteligente, cheia de atributos, pra ficar comigo, uma qualquer, como você mesma já falou outras vezes. Mas fique sabendo, que eu, a qualquer, não vivo de aparências. Vivo o sentimento, o respeito! BEATRIZ: - Então trate de respeitar o meu sentimento. Se afasta do Rafael, Lívia. Ele agora, caso você não saiba, vai ser pai. O filho dele está aqui, na minha barriga. LÍVIA: - Eu soube sim. Ele me disse. Eu só sinto pena que o filho dele vai ter uma mãe desequilibrada como você! BEATRIZ: - Não, você está errada, sabe por quê? O Rafael, quando soube, ficou nas nuvens! LÍVIA: - É mesmo? Não me pareceu isso não. Ele não me disse nada... BEATRIZ: - Vai ver ele queria te poupar, falar na hora certa. Na hora que a gente ficar junto de novo. Eu, ele e o nosso filho, como uma família, de verdade. E não criando o bastardo do seu filho. LÍVIA: - Não fala do meu filho! BEATRIZ: - Não me interessa! Tanto você quanto seu filinho vão ficar longe do Rafael. Vocês não são a família dele! Deixem ele em paz! LÍVIA: - Você é que precisa se afastar do Rafael, Beatriz! Ele não te ama mais! Não vai ser um filho que vai mudar isso! BEATRIZ (pega Lívia pelo braço): - Cala a boca, sua piranha! Se afasta do meu Rafael, senão eu sou capaz de uma loucura! LÍVIA: - Você tá ficando louca, Beatriz! Não sabe mais o que está dizendo! BEATRIZ (segura Lívia mais firme): - Faz o que eu estou mandando, Lívia. Vai ser melhor pra todo mundo!
Lívia olha apreensiva para Beatriz. Marilu, escondida, escuta toda conversa.
CENA 18. EMPRESA AMARO. SALA DA PRESIDÊNCIA. INT. DIA.
Alfredo entrega para Rafael o comprovante de que o documento de Alexandre é falso.
RAFAEL: - Como descobriu, Alfredo? ALFREDO: - Simples. Essa assinatura é de um simples funcionário do cartório, não do escrivão responsável. Fui até o cartório, apresentei o documento. Lá mesmo eles não reconheceram. RAFAEL: - Então esse Alexandre é um bandido mesmo. Ele e aquele advogado fajuto. ALFREDO: - Inclusive, o funcionário que assinou o documento foi demitido e está respondendo a uma ação por falsificação de documento. É uma ótima oportunidade de movermos essa mesma ação contra esse tal de Alexandre e o charlatão que diz ser advogado. RAFAEL: - Eu vou avisar a Lívia.
Rafael pega o telefone, liga para Lívia, mas cai na Caixa Postal.
RAFAEL: - Caixa Postal... (deixa recado) Lívia, meu amor, tenho ótimas notícias. Me liga assim que puder, senão, a gente se fala lá no meu apartamento. Beijo. (desliga o telefone)
CENA 19. APTO BEATRIZ. INT. DIA.
Lívia e Beatriz discutem.
LÍVIA: - O que está acontecendo, Beatriz? Você sempre pareceu tão sensata! O que está acontecendo, me fala! Você não pode ter mudado tanto! BEATRIZ: - Você é que se meteu no meu caminho, na minha vida, Lívia! Você estragou tudo! LÍVIA: - Eu não tenho culpa de nada! Eu nunca forcei o Rafael a nada! BEATRIZ: - Foi por sua causa que o meu noivado terminou. Mas eu não vou deixar de ser feliz com o Rafael por causa de você. Agora com o nosso filho, tudo vai ficar melhor. Você não vai mais atrapalhar ninguém!
Lívia solta-se de Beatriz.
LÍVIA: - Eu vou embora. Você precisa colocar a cabeça no lugar! Tá muito perturbada! BEATRIZ: - O Rafael não vai ser seu, Lívia. O lugar dele é com o filho e comigo. Entende isso de uma vez por todas!... Se afasta do Rafael! Se afasta dele! LÍVIA: - Essa conversa já deu o que tinha que dar... Tô percebendo que não deveria ter vindo pra cá.
Lívia vai embora. Beatriz senta-se no sofá, exausta. Marilu entra na sala novamente.
MARILU: - Meu Deus, o que foi isso! BEATRIZ: - Essa vadia! Por pouco eu não dei uns bons tapas na cara dela... Ela precisa ficar longe do Rafael! Eu vou ter um filho com ele! MARILU: - Você fez muito bem, Beatriz. Colocou a Lívia no seu devido lugar. Mas agora você precisa se acalmar... BEATRIZ: - Eu sei... Não posso ficar exaltada. Esse início de gravidez é complicado. Mas valeu a pena. Dei a real pra ela. MARILU: - Eu vou fazer um chá para você.
Marilu se afasta, vai para a cozinha. Já tem água quente numa térmica. Ela coloca a água numa xícara. De repente, tira do bolso um pequeno pacote, contendo um pó. Marilu coloca o pó no chá e mistura com outras ervas, para disfarçar.
MARILU (a si mesma): - Esse chá vai tirar tudo de ruim de você, Beatriz... Se duvidar, até seu filho. (ri, contida)
De repente, o telefone de Beatriz toca. Ela atende.
BEATRIZ: - Oi Isabela! (T) Tudo bem... (T) Desabafar, agora?! (T) ai, desculpa, nada não. Fala. (T) Sim, eu estou um pouco cansada...
Cena se alterna entre Isabela e Beatriz.
ISABELA: - Eu estou percebendo, sua voz... Aconteceu alguma coisa? BEATRIZ: - A Lívia esteve aqui, discutimos. ISABELA; - A Lívia? Mas por quê? BEATRIZ: - Falei pra ela umas coisas que estavam trancadas na minha garganta. ISABELA: - Mas agora está tudo bem? BEATRIZ: - Está, a Marilu tá aqui agora/
Marilu entra na sala rapidamente, faz sinal para Beatriz não dizer que está lá.
ISABELA: - Quem está aí?! BEATIZ: - Ninguém, ninguém... Eu é que não estou dizendo coisa com coisa. Essa Lívia me tira do sério...
Marilu faz sinal para Beatriz desligar o telefone.
BEATRIZ: - Eu vou desligar agora, Isabel... desculpa amiga não poder te ouvir agora. ISABELA: - Sem problemas, Beatriz. Mas fica calma. Eu vou pra aí. Estou preocupada com você. BEATRIZ (firme): - Não precisa, Isabela! ISABELA: - Mas Beatriz! BEATRIZ: - Não precisa vir! Vou desligar agora. Beijo. (desliga)
Marilu se aproxima, trazendo o chá.
MARILU: - Essa sua amiga, viu? Insistente, né? BEATRIZ: - Ela estava preocupada. MARILU: - Mas não vai ser preciso se preocupar. Eu estou aqui, cuidando de você. Agora toma esse chá, vai te fazer bem.
Beatriz bebe o chá de Marilu, que a observa, atenta.
BEATRIZ: - Chá de quê é isso? MARILU: - Um chá com folhas de frutas, umas ervas... Vai fazer bem pra acalmar os nervos.
Beatriz termina de beber o chá.
BEATRIZ: - Muito obrigada, Marilu, mais uma vez, por tudo. Você está sendo uma ótima amiga. MARILU: - Imagina. Só que você seja feliz. BEATRIZ: - Você se importa se eu te deixar sozinho? Acho que vou me deitar um pouco, tentar relaxar... MARILU: - Claro, faz isso mesmo. E não se preocupe comigo. Só vou limpar essa xícara, as coisas do chá e vou pra casa. Não se preocupe.
Beatriz e Marilu se abraçam. Marilu falsa.
BEATRIZ: - Obrigada.
Beatriz vai para o quarto. Marilu fica sozinha na sala. Sorri, maléfica.
Marilu pega o celular de Beatriz e escreve um SMS para o seu celular.
MARILU: - Pronto... Agora é só esperar.
Marilu pega sua bolsa e vai embora.
CENA 20. DELEGACIA. INT. DIA.
Jorge, Pereira e Hugo numa sala, com Romão. Jorge questiona Romão.
JORGE (mostrando as fotos de Romão com Marilu): - Você conhece essa mulher? De onde?
Romão fica quieto, não responde.
JORGE: - Ela tem alguma relação com o dinheiro que você estava levando na maleta?
Romão continua quieto, sério.
JORGE: - Esse dinheiro, é de onde? ROMÃO: - Não adianta perguntar. Não vou falar nada. Só falo na presença do meu advogado. PEREIRA: - E você tem advogado. ROMÃO: - Eu tenho direito a uma ligação, não tenho? Quero falar com ele.
Jorge, Pereira e Hugo trocam olhares.
JORGE: - Hugo, acompanha ele até o telefone. Depois leva pra cela. Vai passar a noite por aqui.
Hugo leva Romão, saem da sala.
PEREIRA: - Acha que ele fala? JORGE: - Precisa falar... Esse cara, é peça chave. É ele que vai nos levar aos outros... PEREIRA: - Que outros? JORGE: - Tem peixe grande nessa história... Talvez nem tão grande assim. Mas é tempo. Eu só preciso reunir provas mais concretas. Uma declaração desse cara já é suficiente para que eu consiga encaixar meu quebra-cabeça.
Do lado de fora, Hugo aguarda Romão, que usa o telefone.
ROMÃO (fala baixo, para que ninguém ouça): - Alô? Paulo? (T) Aqui é o Romão. (T) Olha só, o lance é o seguinte. Sujou, mano. (T) É, a polícia me pegou na saída do bar, levou meu dinheiro (T) O que tu tem a ver com isso? Tudo, mano! (T) escuta aqui, eu preciso de um advogado. Um cara bom pra me livrar dessa. E mais uma grana. Se isso não aparecer aqui, até amanhã, escuta bem o que eu to falando... Eu abro a minha boca! Coloco pra fora tudo o que eu sei! E aí eu não me ferro sozinho! (T) É, meu chapa! Tu e a aquela vadia da Marilu vão pro inferno comigo! Então já sabe! Até amanhã, hein! Sem mais um dia! (desliga o telefone) HUGO: - Já? ROMÃO: - Comigo é jogo rápido, mano. Não tem essa de enrolação não. Mas nem pensa em me perguntar alguma coisa. Só falo na presença do advogado.
CENA 21. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER
Imagens de São Paulo ao anoitecer. Mostra a Avenida Paulista iluminada, os prédios.
CENA 22. APTO BEATRIZ. INT. NOITE.
Imagens de São Paulo ao anoitecer. Mostra a Avenida Paulista iluminada, o Monumento aos Bandeirantes, o tráfego na Marginal Tietê. Corta para apto de Beatriz.
Ela, no quarto, deitada sobre a cama, acorda sentindo fortes dores abdominais. Beatriz percebe um sangramento, se desespera.
Beatriz se levanta da cama, com dificuldades devido às dores. Beatriz chega na sala, pega seu celular. Está aflita. Liga para Isabela.
BEATRIZ (ao telefone, aflita): - Isabela! Me ajuda! (T) Eu tô sangrando, Isabela! Por favor, vem pra cá!
Deixa o telefone cair no chão, se abaixa perto do sofá, com as mãos na barriga, tentando suportar a dor.
CENA 23. APTO RAFAEL. INT. NOITE.
Rafael e Lívia conversam.
RAFAEL: - Eu liguei pra você, mas não me atendeu. Deu caixa postal. LÍVIA; - Meu telefone estava desligado. RAFAEL: - Por quê? LÍVIA: - Eu fui no apartamento da Beatriz. E a gente acabou discutindo. RAFAEL: - Você foi lá?! Mas por quê? LÍVIA: - Ela me chamou pra conversar. Na verdade, pra me agredir. Mas eu não deixei por menos e falei umas verdades pra ela também... Nossa, ela tá totalmente descontrolada, desequilibrada! RAFAEL: - Que chato isso... A gravidez dela é de risco, sabia? LÍVIA: - Isso ela não me disse... Mas uma coisa é certa. Ela quer usar a gravidez pra nos separar, Rafael. RAFAEL: - Mas isso não vai acontecer. LÍVIA: - Eu sei... Mas, sei lá... Eu fui embora pensando que realmente, eu não deveria ter ido lá. Foi desgastante. RAFAEL: - Mas então agora, pra você recuperar as energias, eu tenho uma notícia boa. O documento, aquela procuração que o Alexandre tinha, dando à ele direitos sobre a casa e sobre a guarda do Pedro, é falsa. LÍVIA: - Falsa?! Ai, que maravilha! RAFAEL: - Alfredo resolveu tudo. E disse que a gente pode até entrar com uma ação contra o Alexandre e aquele advogado fajuto, por falsificação de documentos. LÍVIA: - Meu Deus, eu nem acredito que vou poder voltar pra minha casa, abraçar o meu filho!
Lívia beija Rafael.
LÍVIA: - Obrigada pela ajuda, pelo apoio, por tudo. RAFAEL: - Agradeça ao Alfredo! LÍVIA: - Eu agradeço a você também. É um presente na minha vida.
Os dois se beijam.
CENA 24. AVENIDA. CARRO ISABELA. INT. NOITE.
Isabela dirigindo. Beatriz ao seu lado, sentindo muitas dores.
ISABELA: - Calma amiga, a gente já está chegando! BEATRIZ: - Avisa o Rafael!
Isabela pega o celular, liga para Rafael.
ISABELA: - Alô? (T) Rafael, é Isabela! (T) Por favor, preciso de você! A Beatriz teve um sangramento, estou levando ela para o hospital. (T) É, ela está sentindo muitas dores! Até eu estou aflita aqui! (T) Isso, estou indo pra lá agora. BEATRIZ (grita): - Rafael, eu preciso de você! ISABELA: - Tá bom, te encontro lá! (desliga o telefone) Ele está indo pra lá, encontrar a gente. BEATRIZ: - Eu não quero perder o meu filho, Isabela! Não quero! ISABELA: - Não vai acontecer isso, Beatriz. Fica calma!
Isabela dirige, aflita com o sofrimento da amiga.
CENA 25. APTO PAULO. INT. NOITE.
Marilu e Paulo conversam.
MARILU: - Como é que é? O Romão tá preso?! PAULO: - Está... MARILU: - Graças a Deus! E você não tem um champanhe pra gente comemorar? PAULO: - Você só pode estar brincando, não é Maria Luísa?! MARILU: - Ih, que foi hein Paulo? Romão tá preso cara! Vai apodrecer lá na cadeia! A gente não tem nada a ver com ele mais! Pronto, história encerrada! PAULO: - Ou você é muito burra que não tá vendo o perigo que isso representa pra gente, ou ficou louca de vez!... Acorda, Marilu! Romão estando preso, é um passo pra ele abrir a boca e colocar a gente numa roubada sem fim! MARILU: - Que nada... PAULO: - Ele me ligou da cadeia. Exigiu advogado e mais grana. Se até amanhã ele não tiver isso, vai abrir a boca. Vai colocar tudo no ventilador. Tem noção disso? MARILU: - E você acha mesmo que o Romão vai fazer isso mesmo, Paulo? Ele ladra, mas não morde! PAULO: - Não sei não, Marilu... Ele não tem nada a perder. Já está ferrado mesmo. MARILU: - Tá, mas você quer que eu faça o quê?! Vá lá na cadeia, fazer uma visita íntima e ficar com ele de novo pra ver se ele se acalma?! Por favor, né! PAULO: - A ideia não é ruim, mas é pouco... Eu só quero que você saiba que eu não vou ficar sozinho nesse rolo, tá ouvindo? MARILU: - Tu anda muito nervosinho, Paulo. PAULO: - Eu só não quero me sujar. MARILU: - Então limpe a sujeira você mesmo. PAULO: - Do que você está falando? MARILU; - Se é a sujeira que está te incomodando, elimina ela da sua vida... Dá um fim nessa história toda. E o único jeito disso acontecer é fechando a boca do Romão. Pra sempre.
Paulo se surpreende.
PAULO: - Mas eu nunca fiz isso antes, eu/ MARILU: - Sempre tem a primeira vez, meu querido... É a única chance da gente se livrar do Romão e dessas ameaças.
O telefone de Marilu toca. Ela atende. Paulo fica pensativo.
MARILU (ao telefone): - Alô? (T) oi Beatriz! (T) O quê? Sangrando?! (vibra, mas se contém) Calma amiga! Está indo pra onde? (TY) Tá bom, sei onde fica. Estou indo pra aí agora! (T) Fica bem! (desliga o telefone)
Marilu vibra.
PAULO: - Que tanto que você vibra, pula! O que foi? MARILU: - Eu sou demais, Paulo! Eu sou demais! PAULO: - O que você aprontou dessa vez, hein? MARILU: - Eu preciso ir agora... Mas torce por mim. Você vai ver onde eu vou chegar. E não se preocupe, se der tudo certo, te levo comigo. PAULO: - Ai ai ai... Só quero ver. MARILU: - E sobre o lance do Romão, pensa no que te falei... Vai ser melhor pra todo mundo.
Marilu sai do apto de Paulo, que permanece pensativo nos dizeres dela.
CENA 26. PENSÃO BEM QUERER. QUARTO CARLA. INT. NOITE.
Carla arruma uma roupa para sair, quando Jonas entra em seu quarto.
JONAS; - Você esteve com a Lívia hoje? CARLA: - Oi Jonas... Estive sim. JONAS: - E então, como ela está? CARLA: - Está aparentemente bem, mas um pouco sofrida, sabe?... Ela sofreu um baque muito grande. Conheço minha amiga. tenta ser forte, mas por dentro, tá chorando. JONAS: - Eu queria falar com ela. Mas agora ela deve estar com o Rafael. CARLA: - Mas Jonas, vocês são amigos. Nada impede de você ir até lá e falar com a Lívia. JONAS: - Não somos apenas amigos, Carla. Pelo menos da minha parte, a amizade está transformada em algo mais forte. CARLA: - Eu nem sei o que dizer pra consolar um coração partido. JONAS: - Não precisar dizer nada não... Eu vou descer, jantar. Você vem? CARLA: - Não, não. preciso me organizar aqui. Tenho um jantar com algumas amigas. JONAS: - Amigas é? CARLA (tentando disfarçar): - É... JONAS: - Toma cuidado com essas suas "amigas". CARLA: - Pode deixar, eu vou ficar bem.
Jonas sai. Carla continua vendo a roupa.
CENA 27. HOSPITAL. INT. NOITE.
Rafael e Lívia chegam no hospital, apressados. Encontram Isabela, aflita.
ISABELA: - Que bom que vieram! Eu não sei o que fazer aqui! LÍVIA: - Onde está a Beatriz? ISABELA: - Foi levada pra emergência. Acho que vão fazer algum procedimento cirúrgico, eu não sei! RAFAEL: - Mas o que aconteceu afinal? ISABELA: - Ela me ligou agora de noite, pedindo ajuda, que estava sangrando muito. Quando eu cheguei no apartamento dela, encontrei ela caída no chão. Ai gente, eu estou muito nervosa. eu nem sabia que a Beatriz estava grávida! LÍVIA: - Eu vou pegar um copo com água pra você, calma.
Lívia se afasta.
RAFAEL: - Ela não falou nada pra você? ISABELA: - Nada! Eu achei estranho, porque somos amigas! Sempre contamos tudo uma pra outra... E agora... RAFAEL: - A gravidez dela é de risco. ISABELA: - Sério? RAFAEL: - A Marilu foi quem me falou. ISABELA: - A Beatriz ligou pra ela enquanto a gente estava vindo pra cá. RAFAEL: - Sim, estavam muito próximas as duas. ISABELA: - Confesso que essa aproximação me causou estranheza... RAFAEL: - Por que?
Lívia retorna com a água, entrega para Isabela, que bebe, tentando ficar calma.
LÍVIA: - Só espero que não aconteça nada com o bebê.
CENA 28. HOSPITAL. SALA DE OPERAÇÃO. INT. NOITE.
Beatriz chora, descontrolada, na mesa de cirurgia.
ENFERMEIRA: - Você precisa se acalmar, moça! BEATRIZ: - Está doendo muito! Eu não quero perder esse filho! (geme de dor) Eu não quero morrer! ENFERMEIRA: - Calma, vai ficar tudo bem.
O médio entra no local, a enfermeira vai ao encontro dele.
ENFERMEIRA: - O sangramento dela é muito forte. E ela está com muitas dores... MÉDICO: - Vamos fazer todos os procedimentos necessários.
CENA 29. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. NOITE.
Marilu chega no local. Vai ao encontro de Isabela, Rafael e Lívia.
MARILU: - Como está a Beatriz? Vim o mais rápido que eu pude! Não posso crer que a minha amiga esteja passando por isso. LÍVIA; - Amiga? MARILU: - Sim, Lívia. Nós somos amigas. E eu me admiro você estar aqui, depois de tudo o que fez pra ela. LÍVIA; - Mas eu não fiz nada para a Beatriz! MARILU: - Como não?! Ela me mandou uma mensagem ante de anoitecer. Você não tem vergonha não? LÍVIA: - Do que você está falando, Marilu? MARILU: - Estou falando do seu coração de pedra, Lívia! Pobre da Beatriz... ISABELA; - Quando eu liguei pra ela, na tardinha, ela disse mesmo que tinha discutido com você, Lívia. LÍVIA; - Sim, nós discutimos, mas, não disse nada que pudesse fazer algum mal pra ela, gente! RAFAEL: - Deixa eu ver a mensagem, Marilu.
Marilu entrega seu celular para Rafael, que lê a mensagem.
RAFAEL (lê em voz alta): - Marilu, me ajuda. A Lívia esteve aqui, me humilhou. Agourou meu filho com o Rafael. Tenho marcas nos braços do puxão que ela me deu. Fui agredia em minha casa! Ela não se preocupou nem um pouco com o risco da minha gravidez... Nem o chá que eu fiz ela tomou. Acho até que ela fez alguma coisa com o chá, enquanto eu fui pegar os biscoitos. Queria uma conversa civilizada, mas ela não quis... Eu bebi o chá e estava estranho. Estou com medo do que possa acontecer. LÍVIA; - Gente, eu juro que não fiz nada! MARILU: - E pode olhar aí, Rafael. A mensagem é do celular da Beatriz mesmo. Eu tentei ligar pra ela depois, mas não consegui. Coitada da Beatriz! RAFAEL: - O que você deu pra ela, Lívia? LÍVIA (nervosa); - Eu não dei nada! Não fiz nada disso! Nem um copo d'água eu bebi na casa dela! Meu Deus!Muita coisa que tem aí é invenção! Eu não encostei um dedo nela! Ao contrário, foi ela quem me puxou! MARILU: - Vai querer colocar a culpa nela, Lívia? a Beatriz não faria isso, jamais! Você se sentiu ameaçada com essa gravidez, pode dizer... Teve medo de perder o Rafael. ISABELA: - Isso está ficando cada vez mais complicado de entender... LÍVIA: - Eu nunca me senti ameaçada com isso. (a Rafael) Rafael, essa história não é bem assim. RAFAEL: - Você não poderia ter agido dessa forma, Lívia. LÍVIA: - Mas eu não agi desse jeito! RAFAEL; - Já chega, Lívia! Para com isso! Está aqui, na mensagem da Beatriz! LÍVIA; - Você precisa acreditar em mim, Rafael! MARILU; - Novamente você causando tristeza, Lívia... LÍVIA: - Cala a boca, Marilu! ISABELA: - Gente, por favor! Estamos num hospital! Vamos manter a calma, o bom senso.
Rafael se aproxima de Lívia, a encara.
RAFAEL: - Se alguma coisa acontecer com a Beatriz, eu não sei se consigo te perdoar, Lívia. É a vida dela e do meu filho que está em jogo.
Lívia se surpreende com Rafael. Marilu observa tudo, atenta, satisfeita que o plano deu certo. Encerra com Pra Rua Me Levar – Ana Carolina |
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Talismã - Capítulo 33
Novela de Édy Dutra
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