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Perfume - Capítulo 38

Novela de Luiz Gustavo
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CAPÍTULO 38 - NOCAUTE TÉCNICO – PARTE VI
 
     
   
  Música: TKO - Justin Timberlake

A beladona puxa o homem para próximo do seu corpo, sem medo, os lábios se encontram pela primeira vez, os dois caminham tranquilamente chegando a sala de estar, a lareira encontra-se acesa, não houve questionamentos, existe sede de desejos e a libido precisa ser alimentada de qualquer maneira. Eles se acomodaram no longo estofado, para as caricias iniciais começarem e as chamas queimarem. Pamela não teve medo de se despir na frente de Tomaz Brayton, compartilhou o seu corpo e a mente, os dois estavam sincronizados entre as posições, para finalmente ambos os sexos se encontraram, em um estado límpido de prazer, o que a mulher não sentia fazia tempos, Fagner não era um homem de verdade, não se preocupava em dá-la um orgasmo. A dama nota que a boca dele era tão doce e sorriu institivamente. Tomaz apenas a abraçou enquanto o fogo deixava o ambiente ainda mais agradável, ela estava aninhada naquele peitoral com poucos pelos, sentia perfeitamente a respiração forte. 

Enquanto conversavam, Pamela inventou uma outra mentira, antes mesmo que o varão observando o lustre de cristal no teto, a indagasse, teve que colocar na cabeça que Tomaz Brayton é um detetive, pode ser um aliado ou um grande inimigo. No enredo, a ilha é de um amigo empresário, que mora fora do Brasil. O homem parece ter engolido perfeitamente aquela ideia, não fez sinal de reprovação. O cheiro dele estava no seu corpo quando foi embora, deixando apenas as ligações. Pamela arrumou-se novamente, mas não conseguiu esquecer daqueles últimos momentos. O seu aparelho celular começa a tocar diversas vezes, não se surpreendeu ao escutar o timbre masculino, que atualmente está cuidando dos empreendimentos em São Paulo. 

- Fagner, precisamos conversar... 
- A respeito do quê? 
- Agora, vai ser apenas negócios. 
- Posso saber o motivo desta decisão? 
- Preciso tomar as rédeas da minha vida neste momento. 
- Case-se comigo e não irá se preocupar com mais nada. 
- Sabes perfeitamente a resposta desta indagação. 
- Estou tentando. 
- É um não. 

A linha fica completamente muda, Pamela sobe as escadas e observa o irmão dormindo na cama. Não conseguiu prender os olhos naquela noite, passou a madrugada em claro, na manhã seguinte, foi ao munícipio visitar Amália Monteiro, seu lado enternecido começa a despertar lentamente. A senhora fez um convite quase inevitável de recusar, depois de longas horas dialogando, Pamela aceitou morar naquele palacete, não precisava deixar a matriarca morando sozinha. Barbara Novak está com uma viagem marcada para as próximas semanas, precisa passar um tempo longe, para tentar esquecer dos problemas e cuidar melhor da gravidez e Tony Federline, este é apenas um conhecido. 

Ela despediu-se. 

Quando Pamela infiltrou-se dentro do estabelecimento na Bróduei e sentou em uma das cadeiras, uma outra mulher se aproximou lentamente, ela reconhecia aqueles cabelos encaracolados, trata-se de Evelyn, sua amiga de infância. Ela acomodou-se adiante, estava impressionada com cada detalhe, as duas eram completamente idênticas. As pessoas ao redor não paravam de observar, esta ideia começou a ficar agoniante. 

- Amália me contou a seu respeito, mas não imaginava que era tão parecida com a minha finada amiga. Desculpe invadir sua privacidade, mas precisava conversar com alguém, este momento é muito doloroso para todos os amigos da família. Não sabíamos nada a seu respeito, é natural a cidade estar assim, é um lugar pequeno.

Pamela esboça um pequeno sorriso tímido no canto dos lábios, levantou-se posteriormente, não está mais se sentindo à vontade. Todo mundo a contemplando em cada rua que seus belos saltos de camurça vermelho de bico fino caminhava. Entra no carro e coloca os pés no acelerador. Só se sentia calma ao lado de Tomaz, o namoro dos dois estava começando a ficar sério e isso ás vezes assustava, queria apenas a carne e não o amor. Os meses se passaram e Pamela começou a ir menos na ilha. Levi estava emagrecendo e quase não falava direito, estava em um processo de depressão. 

Em uma segunda-feira recebeu uma mensagem no celular: “Encontre-me naquele lugar de sempre hoje ás meia-noite. ” Era Fagner Lima, aquele miserável havia retornado para a cidade novamente e isso não é agradável para ninguém. Teve que inventar uma mentira para não dormir com o namorado, ainda é uma serva daquele demônio, infelizmente fez um pacto que não pode ser quebrado. 

A mulher segura inarredavelmente o volante do carro, as luzes continuam acesas, extingue a velocidade gradualmente, até parar. Umas últimas pedrinhas soltaram do pneu e o silêncio a envolveu. Ajustou-se na poltrona e avistou o relógio no pulso, que informava o horário: 23h55min. Pamela Monteiro tinha tomado banho, o cabelo permanece pouco úmido e penteado para trás, caindo soltos sobre os ombros. Usava um suéter índigo, com camisa preta por baixo, o jeans se enquadrava perfeitamente em seus belos quadris.

- Pensei que não iria aparecer. – Falou ela, ao descer do luxuoso veículo. A sua frente estava Fagner. – Esses mosquitos dessa cidade me causam agonia, ainda mais a esse instante da noite.

Fagner aproximou-se da bela dama e cheirou o seu pescoço, usava perfume de pétalas orvalhas.

 

- Vontade de te foder agora mesmo. – Fagner sussurrou no ouvido dela. 
- Nunca mais iremos para a cama. 
- Te pago bem, sabes disso. 50 mil dólares.
- Não. Nossa relação de hoje em diante, será estritamente profissional. 
- Uma lástima. 

Eles fizeram uma pausa. 

- Porquê me chamou até aqui? 
- Está namorando aquele detetive? 
- Sim. 
- Posso te dar mais e sabes disso. 
- Se foi para isso me chamou, perdeu seu bendito tempo. 

Ele só queria se aproveitar da situação e do horário, mas Pamela estava determinada, não precisa mais se deitar na mesma cama que aquele machista. Ela retorna para o Hilux, seguindo o percurso até a costa. O seu coração estava um pouco acelerado e um frio envolvia o estômago, o que não acontece com frequência. O iate chega rapidamente, ela o atracou, correndo em direção da entrada da morada, alguma das luzes estavam ligadas, ela não tinha deixado daquela maneira. Pamela sobe as longas escadas meio desnorteada, os planos estavam começando a dar errado, ninguém precisava saber da verdade, quando abriu a porta dos aposentos, Levi não estava mais lá, apenas um envelope de carta com um bilhete escrito em caneta preta: “Saiba trabalhar direito, vadia. ” É o começo das centenas dos empecilhos, poderia cavar a própria cova neste exato segundo, este seria o seu epílogo.
 
     

 

     

Inspirada na música Perfume de Britney Spears

autor:
Luiz Gustavo

personagens:
Levi Monteiro
Pamela Monteiro

Barbara Novak
Tomaz Brayton

Tony Federline
Amália Monteiro

Jonathan Sampaio
Miguel Xavier
Alice Jones

Olga Novak
Neide Alencar
Marcos Ribeiro

Evelyn
Hugo Rafael
Fagner Lima

Valentim

participações especiais:
Jake Fremont
Tyler
Claúdia Alencar

as crianças:
David Novak
Kevin Jones
Douglas

trilha sonora:
Summertime Sadness - Lana Del Rey (abertura)
TKO - Justin Timberlake

colaboração:
Thiago Machado
Márcio Gabriel

agradecimentos:
Juliana Cordeiro
Victor Marçal
William Araújo
Rodrigo Ferreira

produção
Bruno Olsen
Cristin Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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