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CAPÍTULO 43 - ROYAL FLUSH |
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O restaurante localizado no centro do distrito de Porto
Seguro, é conhecido por ser um grande ponto de
referência de elegância. Tinha portas de mogno maciço
com ornamentos de metal sólido, carpetes e cortinas
caríssimas, os preços apresentados no cardápio garantem
apenas a elite. Em cada mesa, excelentes especialidades
gastronômicas. Este é um dos ambientes favoritos de
Fagner Lima em todo o globo, seus olhos castanhos avista
a área em contexto, ajusta o corpo na cadeira, levanta e
estende a mão para Tony Federline, que o cumprimenta. - O que está fazendo aqui na cidade? Fagner o observa com uma feição de desprezo e volta a sua postura anterior. Tony permanece de pé, aguardando respostas. Encararam-se por alguns segundos, até ambos estarem sentados, frente a frente. Fagner é o líder da organização com a votação de todos os membros da diretoria, assumindo o lugar de Levi Monteiro, que mesmo estando vivo e se permanecer respirando por muito tempo, certamente nunca estará apito para reassumir o cargo de tamanha confiança, precisa de total equilíbrio físico e emocional. - Dois uísques com água, por favor. Fagner ordena para o garçom, que anota o pedido em um bloco de papel. Ele ascende o charuto cubano. - É uma merda essa lei antifumo em todo o Brasil, mas os proprietários deste lugar não ligariam, não é mesmo? Tantas melhorias a ser feitas como em transportes, escolas... - Como se você se importasse. - Sou uma pessoa boa, Federline. – Ele solta uma leve risada sarcástica. - Demônios não tem asas. - Não chegaria a um nível tão baixo. O gerente do estabelecimento se aproxima da mesa e pede com total educação, para que Fagner apague o tabaco, devido a lei 12.546 que existe desde 2011, mas só foi regulamentada em agosto de 2014. A multa, em caso de descumprimento, recai sobre o dono do estabelecimento comercial e varia entre R$ 2.000 e R$ 1,5 milhão, até a suspensão da licença de funcionamento. Não houve problemas para ambas as partes, nos minutos seguintes o dialogo retorna ao ponto inicial. - Deve estar gostando de assumir a posição do Levi, diante aos negócios. - Ele melhorou? - Eu estava no hospital pela manhã, mas senti pouco de fome. - Vamos almoçar então? - Não me sinto bem em sentar contigo na mesma mesa. - Essa sensação deve-se aos seus míseros milhões. - Estranho você falar de caráter Fagner. Nenhum de nós três, somos santos. - O que faz aqui comigo? - Fiz uma pergunta assim que entrei neste restaurante, qual já teve visitantes melhores. O que faz em Porto Seguro? - Simplesmente, gostei ou o Levi, se tornou proprietário? - Sempre achei estranha a explosão naquela aeronave. O corpo do Levi ter desaparecido. Pessoas ruins fazem de tudo para manterem-se no topo. - Está me acusando? – Questiona Fagner em teor suave de voz. Mas queria mandar assassinar aquele desgraçado do Tony Federline, não era necessário por enquanto, pelo menos neste momento. - Apenas deixando o jogo as claras. Tony não estava mais aguentando manter-se no restaurante, considera-se péssimo de ficar adiante daquele homem, o único arrependimento dos empreendimentos é o de ser associado a Fagner Lima, um desgraçado desalmado. Sente um embrulho no estomago tão forte, certamente não é fome, tinha passado por causa daqueles minutos estressantes, o álcool ainda corre por suas veias. Ele colocou acelerou o automóvel, como se estivesse ligado no piloto automático, quase atropelando dois jovens em torno da passagem, se recompôs, desculpando-se com os pedestres. O sprinkler molha a terra do jardim, deixando o aroma agradável, uma sensação sem dificuldades. Retrocessos, sua vida é feita disto, como se um ponto o ligasse a uma história no passado, desde que chegou no munícipio, nunca encontrou uma pessoa para amar, apenas sexo casual. Havia assumido o lugar de Levi na família Monteiro, cuidando de todos os entes, criando um forte apego, Barbara, seu afilhado David e Amália, mas aquela Claudia é dona de uma escuridão nas esferas. Ele se alimenta assim que passa por alguns cômodos antes de chegar a cozinha, esquentando a comida no micro-ondas. Posteriormente pega um copo o enchendo de suco de beterraba com laranja, estava completamente satisfeito. - A Barbara foi até a costa brincar um pouco com o David, Tony, está precisando refletir um pouco, são muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, enquanto o mundo gira ao redor dessas notícias, não precisamos ficar parado, em um lugar jogado no passado. – Disse Amália. Tony coloca um short de surfista e tira a camisa, ainda está em forma apesar dos meros exercícios físicos, o sol estava forte e queimava os seus pés na areia, aproximou-se da água salgada aonde continuou a caminhada, chegando as barracas de praia. Barbara está acomodada em uma cadeira feita de madeira e palha, em um estabelecimento com poucas pessoas, dando água de coco na mamadeira para o pequeno David, que permanece deitado no carrinho. - Como soube que estava por aqui? – Ela indaga. - Uma leve intuição. - Você se parece muito com o Levi em algumas maneiras. Tony acomodou-se ao lado da dama, estavam a frente de uma mesa e perante a vista do belíssimo oceano atlântico. - Reflexionando muitas coisas, não é? - Um turbilhão de ideias, Tony. - Isso é novo para todos nós. - És um excelente amigo, outra pessoa não ficaria nessa situação. - Não é apenas sobre o Levi, é sobre você e todos da família Monteiro, me trataram muito bem em momentos de solidão e essa é a melhor recompensa, a única. - Acredita mesmo que tudo acabou? Tudo é um baralho. - Mas tenho o royal flush. - Sabes de algo? - É apenas um palpite, mas não acredito na inocência dessa Claudia Alencar, por que não apareceu antes? Quando o Levi foi visitar aquela Neide, ela disse muito bem que essa filha estava morta e agora, aparece assim? Não é de se estranhar? Essas desculpas dessa mulher soam apenas como um monte de palavras de plásticos e se ela não for a Claudia? E se ela for a Pamela? |
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Inspirada na
música Perfume de Britney Spears autor: Luiz Gustavo
personagens: |
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Perfume - Capítulo 43
Novela de Luiz Gustavo
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