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No capítulo anterior de Talismã: MARILU: - Calma, Rafael. Agora precisamos rezar pela Beatriz, manter a calma, serenidade. Discussões não levarão a nada.
Lívia, de longe, observa os dois. Isabela se aproxima dela.
LÍVIA: - Eu não fiz nada, Isabela. Eu seria totalmente incapaz de fazer mal à Beatriz, ainda mais com ela estando grávida. ISABELA: - Calma, Lívia. Rafael está de cabeça quente. LÍVIA: - Ainda mais com aquela cobra ao lado dele. Não acredito.
MÉDICO: - Vocês que estão acompanhando Beatriz? RAFAEL: - Sim. ISABELA: - Como ela está doutor? MÉDICO: - Ela chegou aqui com sangramento muito forte. Na verdade, um aborto, que ainda vamos analisar se foi espontâneo ou não. não é normal uma hemorragia dessa gravidade... Infelizmente, durante o processo, a Beatriz não correspondeu às nossas expectativas.
Isabela se senta, Lívia se aproxima para ampará-la.
RAFAEL (nervoso): - Como está a Beatriz, doutor?! MÉDICO: - Nós não conseguimos reverter as complicações causadas pelo sangramento. Ela não resistiu.
... MARILU (finge): - Eu não fiz nada! LÍVIA (parte pra cima de Marilu): - Fala logo, sua cachorra! Fala! RAFAEL (segurando Lívia): - Lívia, para! LÍVIA: - Essa mulher quer acabar com a nossa felicidade, Rafael! RAFAEL: - Não! Você já está fazendo isso e não está percebendo! Ou melhor, percebe, mas não admite! LÍVIA (chocada): - Rafael! RAFAEL: - Já chega... Eu cansei... Não quero mais. LÍVIA; - Você está/ RAFAEL: - Acabou, Lívia. Acabou.
ROMÃO (olhando a sacola): - Livros... (mexe na sacola) Vinho?! PAULO: - Francês. Coisa de primeira. É pra brindar a parceria de vocês. E livros pra você se distrair até amanhã, quando estará na rua novamente. ROMÃO: - Cara, eu nem conheço esse homem aí e já sou fã dele! Livro eu não sei se vou ler. Na verdade, não sei ler direito. Agora vinho... Nunca tomei vinho francês.
Paulo sorri, acena para Romão, que é levado para a cela acompanhado do policial.
PAULO: - Vai para o inferno, traste...
Romão abre o vinho e bebe direto na boca da garrafa.
ROMÃO: - Poxa vida, que coisa boa!.. Vida de Rei!
Romão bebe mais uns goles. De repente, deixa a garrafa cair no chão. Cacos para todos os lados. Romão não se sente bem, coloca as mãos sobre o pescoço. Tenta respirar, escora-se na parede.
ROMÃO: - Veneno, droga!
Romão vai caindo, sem nenhuma reação.
ROMÃO (no chão): - Filho da mãe... LÍVIA: - Pode rasgar. É só uma cópia. Tenho mais dessas, não preciso me preocupar. Agora rua, Alexandre! JONAS (empurrando Alexandre): - Rua cara, vamos!
ALEXANDRE:
- Ei, espera aí! Não precisa empurrar! JORGE: - Nos vamos sair sim, mas você vem com a gente. PAULO: - Infelizmente eu não posso, porque eu tenho um compromisso, uma viagem importante, eu/ PEREIRA: - O senhor por favor, nos acompanhe.
Pereira mostra o mandado de prisão a Paulo.
PAULO: - Não, eu não posso! JORGE: - Você esteve na delegacia hoje, envenenou um criminoso. Queima de arquivo, Paulo. Agora, possível fuga da cidade. Precisa esclarecer isso perante a lei.
Pereira algema Paulo, que se mostra totalmente aflito. LÍVIA: - Ser uma pessoa importante assim pra você só me deixa mais feliz ainda. O meu carinho por você será eterno. JONAS: - O meu amor por você será eterno. LÍVIA; - Então me ajuda, com o seu amor, a despertar o meu aqui de dentro do meu coração... Eu quero reaprender a amar, Jonas.
Os dois trocam olhares. Jonas acaricia o rosto de Lívia. Ela se deixa levar. Jonas se aproxima, beija Lívia no pescoço, ela se entrega. Os dois se beijam, apaixonadamente. Jonas a deita na cama, em seguida, tira a camisa. Ele aproxima-se de Lívia e, lentamente, vai desabotoando os botões da blusa dela, enquanto Lívia acaricia os cabelos dele.
Os dois se beijam novamente. Jonas tira suas calças. Faz o mesmo com Lívia. Sobre a cama, os dois rolam, abraçados um ao outro, enquanto trocam beijos calorosos e apaixonados. |
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CAPÍTULO 35 |
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CENA 01. CASA LÍVIA. QUARTO. INT. NOITE.
Continuação do capítulo anterior. Lívia e Jonas no quarto dela, deitados. Jonas tira suas calças. Faz o mesmo com Lívia. Sobre a cama, os dois rolam, abraçados um ao outro, enquanto trocam beijos calorosos e apaixonados.
JONAS: - Eu te amo. LÍVIA: - Eu também quero amar você, Jonas. É tudo o que eu quero agora. Ficar nos teus braços, me entregar pra você. JONAS: - É mesmo? É o que você quer?
Lívia sorri. Jonas também, a beija com vontade, paixão. Os dois rolam sobre a cama.
CENA 02. BOTECO. INT. NOITE.
Alexandre no balcão do boteco, liga para Nestor. (cena alternada entre eles. Nestor dentro de um ônibus de viagem)
ALEXANDRE: - Nestor, me encontra aqui no bar do/ NESTOR: - Não posso Alexandre. ALEXANDRE: - Mas é rapidinho cara! Eu preciso que você me ajude a voltar pra casa. A Lívia chegou lá com um documento, me expulsou. Eu tenho direito na fortuna dela! NESTOR: - Na verdade, você bem sabe que não tem direito a um fio de cabelo da Lívia. ALEXANDRE: - Mas tenho um filho com ela. Eu tenho que ficar perto do moleque... NESTOR: - Você nem gostava tanto dele assim... Pobre criança. ALEXANDRE: - Escuta aqui, Nestor, tu vai ficar me detonando ou vai vir me encontrar? NESTOR: - Eu não posso ir aí. Não tenho como. ALEXANDRE: - E não pode por quê? NESTOR: - Estou indo embora, Alexandre. Aliás, já estou no meio da viagem. ALEXANDRE: - Mas indo embora pra onde, poxa?! NESTOR: - Interior de Minas... Eu recebi uma notificação da justiça me procurando pra esclarecer sobre a fraude da procuração e todo esse rolo que você se meteu. Consegui nova identidade, arrumei emprego numa imobiliária, vou começar uma vida nova. ALEXANDRE: - Vida nova fazendo trambiques é?! NESTOR: - Eu não quero me ferrar por tua causa, Alexandre. Eu já te ajudei, já cumpri com a minha parte no acordo. ALEXANDRE: - Mas agora eu preciso de mais uma ajuda, Nestor! Eu tô com pouca grana, só dá pra alugar um quartinho por esta noite. Amanhã eu fico aonde, na Praça da Sé? NESTOR: - Garanto que terá companhia por lá. ALEXANDRE: - Deixa de ser palhaço, Nestor! NESTOR: - Eu já fiz o meu trabalho, Alexandre e você já me pagou por isso. Agora me deixa seguir a minha vida antes que eu seja preso por sua causa. ALEXANDRE: - Mas/ NESTOR: - Sinto muito meu camarada. Até nunca mais.
Nestor desliga o telefone. Alexandre se irrita.
ALEXANDRE: - Maldita hora dessa vaca da Lívia voltar! Nem deu tempo de eu roubar um pouco!
CENA 03. MOTEL LUXO. QUARTO. INT. NOITE.
Fausto e Carla deitados na cama do motel, envoltos pelos lençóis.
FAUSTO: - Você é maravilhosa. CARLA: - Obrigada... Passei no teste? FAUSTO: - Teste? CARLA: - É, pra sua viagem... FAUSTO (ri): - Você iria mesmo sem a gente ter transado, Carla... Não estou com você pelo sexo, mas sim pela companhia, seu porte... É uma bela mulher. CARLA: - Nossa, ninguém nunca me disse isso. FAUSTO: - Impossível. Duvido que não tivesse um homem que tenha dito algo carinhoso pra você ou até mesmo apaixonado.
Carla fica pensativa.
CENA 04. FLASHBACK. CAP 13. BARZINHO. INT. NOITE. / CAP 15. MOTEL. INT. NOITE.
Breno está sentado na mesa do bar, ansioso, esperando por Carla, que demora a chegar (Cena CAP 13). De repente, ela entra no local apressada, vai em direção a Breno e o beija apaixonadamente. Em seguida, Carla se afasta, e dá um tapa em Breno.
BRENO (chocado): - Por que isso, sua louca?! CARLA: - É pra você aprender a não mais me deixar histérica assim, sem saber notícias suas, sem ouvir sua voz... Sentir seu cheiro. BRENO (puxa Carla): - Então vem cá matar as saudades.
Corta para Breno e Carla no motel (Cena CAP 15), aos beijos e abraços calorosos na cama do motel. Clima de romance.
CENA 05. MOTEL LUXO. QUARTO. INT. NOITE.
Carla e Fausto na cama.
CARLA: - Não, ninguém... FAUSTO: - Nem o Almir? CARLA (estranha): - Por que está me perguntando isso? FAUSTO: - Não precisa esconder nada de mim. Sei que você e o Almir tiveram alguma coisa. Ele veio me perguntar sobre como eu te conheci... Ele , pelo visto, gostou de ficar com você. Aliás, ainda gosta. CARLA: - Mas a gente não está junto. Eu nem posso ficar com alguém nessa minha condição. FAUSTO: - E não sente falta? De ter alguém do lado... CARLA: - A gente pode mudar de assunto?... Eu não me sinto a vontade ainda pra falar sobre isso... FAUSTO: - Claro, desculpe. Vamos falar da viagem. Partiremos amanhã. CARLA (surpresa): - Amanhã?! FAUSTO: - Sim. Já estou com as passagens, tudo pronto. Amanhã mesmo estaremos em solo cearense. CARLA: - Nunca fui pro Ceará! Deve ser lindo. FAUSTO: - É lindo mesmo. Você vai gostar.
Os dois seguem conversando.
CENA 06. CASA LÍVIA. QUARTO. INT. NOITE.
Jonas e Lívia, deitados na cama. Ela recostada sobre o peito dele. Ambos envoltos sobre os lençóis.
JONAS; - Você é especial, Lívia. LÍVIA: - Você também é especial pra mim. JONAS: - Promete que não vai mais me abandonar? LÍVIA: - Não esqueça que quem me abandonou foi você. JONAS: - Eu sei. Eu fui um burro, um fraco. LÍVIA: - Não fala assim, Jonas. JONAS; - Eu não sei o que me deu. Bobeira, fraqueza, sei lá. LÍVIA: - Não vamos falar disso... O que importa é que nós estamos juntos, aqui, e isso é ótimo, independente do que aconteceu lá atrás... JONAS: - Mas você ainda não respondeu a minha pergunta. LÍVIA; - Que pergunta? JONAS: - Que não vai mais abandonar.
Lívia beija Jonas, carinhosa.
LÍVIA; - Esse beijo responde sua pergunta?
Jonas sorri, feliz. Os dois se abraçam, apaixonados.
CENA 07. AVENIDA. CARRO POLÍCIA. INT/EXT. NOITE.
Avenida movimentada. No carro da polícia, Paulo está sentado no banco de trás, vigiado por Pereira. Jorge na frente, dirigindo o veículo. Paulo nervoso, olhando atentamente para o lado de fora do carro. Mesmo com as mãos algemadas, disfarçadamente, ele consegue encostar no pino de trava da porta e destrava.
Num lance rápido, Paulo consegue abrir a porta do veículo e se joga.
PEREIRA: - Para Jorge! JORGE: - Droga!
Na queda, Paulo quase é atropelado por um carro. Ele levanta-se rapidamente, mesmo com as mãos algemadas, e corre na rodovia, por entre os carros. Jorge e Pereira vão atrás dele, desviando dos veículos que vem no sentido contrário.
Paulo corre o máximo que consegue, tentando fugir dos policiais. Quando consegue desviar de um carro, não percebe a aproximação de uma moto. O motoqueiro, com velocidade avançada, não consegue desviar de Paulo e o acaba atropelando.
Paulo, atingido, fica caído no chão. Pereira e Jorge se aproximam para socorrê-lo. O motoqueiro também desce para ajudar.
MOTOQUEIRO: - Eu não tive culpa! Esse cara veio correndo no meio da rodovia, meu! JORGE: - Calma, a gente é da polícia, vimos tudo. MOTOQUEIRO: - Eu não quero ir preso! Sou pai de família! PEREIRA: - Você não vai ser preso, mas vamos precisar do seu depoimento na delegacia. JORGE (a Paulo): - Você tá bem?! Paulo?
Paulo parece inconsciente.
JORGE: - Pereira, chama a ambulância. Rápido!
Pereira liga, pede socorro. Jorge percebe, próximo ao corpo de Paulo, algo brilhoso. Ele se aproxima. Vê o colar de Lívia.
JORGE: - Mas esse colar... Eu já vi em algum lugar essa peça...
Jorge pega o colar e guarda.
JORGE: - O que o Paulo estava fazendo com esse colar?
Pereira se aproxima.
PEREIRA: - O socorro está chegando. Chamei a guarda de trânsito também. JORGE: - Ótimo. Agora vamos esperar... (aproxima-se de Paulo, verifica respiração) Ele tá vivo. Mas vai precisar ser levado para o hospital.
CAM foca em Paulo, caído no chão.
CENA 08. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER
Imagens de São Paulo ao amanhecer. Mostra Avenida Paulista, o Museu do Ipiranga, o Estádio do Pacaembu.
CENA 09. MANSÃO TARCÍSIO. INT. DIA.
Café da manhã. Elizabeth, Vitória, Eduardo sempre encarando Agda, ela por sua vez, nem dá bola pra ele.
ELIZABETH: - E o Fabrício, Vitória? Não vai descer? VITÓRIA: - Ele já saiu, mamãe. Começava cedo lá na clínica. AGDA: - Admiro esse garoto. Trabalhando muito para ser um médico de sucesso. Como minha neta merece.
Eduardo quieto, sempre encarando Agda.
AGDA: - Algum problema, Eduardo? EDUARDO: - Comigo? Nenhum... ELIZABETH: - Por que a pergunta, mamãe? AGDA: - Ele está mais quieto que o habitual... Apenas estranhei. ELIZABETH: - Isso é verdade... Tá mais quietinho mesmo. EDUARDO: - Nada não. Tudo em ordem. VITÓRIA; - Falando em ordem, logo mais vamos para a empresa, Eduardo. Eu preciso revisar um material. AGDA: - Pensando na próxima coleção já? VITÓRIA: - Não dá pra parar vovó. Logo mais tem a festa de lançamento da coleção europeia e eu estou me organizando para a coleção “I Love América”. ELIZABETH: - Que ótimo, Vitória! VITÓRIA; - Espero que dê tudo certo. AGDA: - Vai dar sim, minha querida. Você é um talento formidável.
O telefone toca.
VITÓRIA (levanta-se): - Eu atendo! Fabrício ficou de ligar.
Vitória sai da sala de jantar. Eduardo permanece encarando Agda, que faz pouco caso. Elizabeth nem percebe o clima entre eles. Pouco tempo depois, Vitória volta à sala, um tanto apreensiva.
ELIZABETH: - O que foi querida? VITÓRIA: - O Jorge acabou de ligar. AGDA: - E o que ele queria? VITÓRIA: - O Paulo. Sofreu um acidente. Está internado no hospital. ELIZABETH: - O Paulo?! Mas como isso? VITÓRIA: - Ele não soube explicar direito. Mas como o Paulo era amigo do papai, da família, ele resolveu ligar pra avisar. AGDA: - Que coisa triste!... e onde ele está internado? VITÓRIA: - Eu anotei no bloco lá do telefone. ELIZABETH: - Ai mamãe, precisamos ir vê-lo. AGDA: - Claro, vamos sim. Paulo sempre esteve dando duro na empresa também. Merece nossa atenção nesse momento. ELIZABETH: - Agora, me estranha o fato do Jorge ter ligado. VITÓRIA: - Vai ver estava com ele no momento do acidente. ELIZABETH: - É, pode ser... Eduardo, você vem conosco ao hospital? EDUARDO: - Gostaria muito, Beth, mas tenho que resolver uns assuntos sérios na empresa. Mas assim que eu puder, irei ao hospital ver o Paulo. Ele é um colega de trabalho muito estimado.
Eduardo disfarça o seu desinteresse.
CENA 10. PENSÃO BEM QUERER. INT. DIA.
Alaíde termina de organizar a mala, deixa num canto da sala, onde se encontram Kléber e Tatiana.
ALAÍDE: - Ainda faltam mais duas. KLÉBER: - Mas porque a senhora está deixando as malas aqui, dona Alaíde? ALAÍDE: - Se eu deixar as malas no quarto, não entro lá, Kléber. (risos) Mal cabe eu e o Oscar, imagina mais as malas! TATIANA: - Falta pouco pra viagem, não é? ALAÍDE: - Estou tão ansiosa!... Agora deixa eu ir lá organizar a próxima mala.
Alaíde sai.
KLÉBER: - Tati, você por acaso já conseguiu outro emprego? TATIANA: - Nada Kléber. Tá difícil viu? KLÉBER: - Se você quiser, eu posso ajudar. TATIANA: - Ai, claro que quero! KLÉBER: - Lá no restaurante, tem vaga pra recepcionista. Sei que não tem nada a ver com o seu currículo, mas/ TATIANA: - Kléber, o importante é trabalhar! Já estou devendo três meses aqui na pensão. Não dá pra ficar assim! E outra, o Europa-Brasil é tudo de bom! KLÉBER: - Então eu vou falar com o Roberto, dizer que você vai ir lá pra ver a vaga. Pode ser? TATIANA: - Claro! Hoje mesmo eu estarei lá!... Obrigada Kléber! KLÉBER: - Além de colegas na pensão, agora colegas no serviço também!
Os dois riem.
CENA 11. EMPRESA AMARO. INT. DIA.
Rafael em sua sala, conversa com Alfredo.
ALFREDO: - E o advogado golpista está foragido. Parece que o Alexandre está sem amparo nenhum. RAFAEL: - Ainda bem. Não merece ajuda nenhuma. ALFREDO: - Encontrei a Lívia agora a pouco nos corredores, me agradeceu. Ela já voltou pra casa, com o filho. RAFAEL: - Fico feliz por ela. ALFREDO: - Imagino que seja um pouco complicado ficar falando nela agora, depois que/ RAFAEL: - Infelizmente, tem que ser assim. Saber lidar com essa situação. Ela trabalha aqui na empresa, vamos nos ver diariamente... Mas é complicado. ALFREDO: - Imagino. Relacionamentos são um pouco complicados. RAFAEL: - A Lívia foi uma pessoa especial pra mim, Alfredo. Mas depois do que aconteceu. ALFREDO: - Eu nem deveria estar me metendo nesse assunto. É a sua vida, mas... Você acha, realmente, que a Lívia seria capaz de algum mal, principalmente desse tamanho?
Rafael fica pensativo. Nesse instante, Marilu chega, um tanto aflita.
MARILU: - Desculpa entrar assim, Rafael. Como vai Alfredo? ALFREDO: - Eu vou bem, mas você não parece tão bem. RAFAEL: - Aconteceu alguma coisa, Marilu? MARILU: - O Paulo, sofreu um acidente. Está internado. RAFAEL: - Como é que é?! MARILU; - É o que andam falando pelos corredores!
O telefone de Rafael toca, ele atende.
RAFAEL (ao telefone): - Alô? (T) Diga, Jorge. (T) Sim, a Marilu acabou de me dizer. (T) Mas como isso?(T) Puxa vida!... E ele tá aonde? (T) Sei, sei onde é. (T) Obrigado Jorge. (desliga) ALFREDO: - E então? RAFAEL: - Ele foi atropelado. Jorge, por coincidência estava trafegando próximo do acidente. ALFREDO: - Nossa, muita coincidência mesmo. MARILU: - E em qual hospital ele está? RAFAEL: - Hospital São João Batista. MARILU: - Sei onde é... Se você não se importa, Rafael, eu gostaria de ir visitá-lo. RAFAEL: - Claro, Marilu, pode ir. Eu pretendo ir vê-lo também, mas agora tenho uma reunião importante, com alguns empresários. Você vem comigo, Alfredo? ALFREDO: - Sim. MARILU: - Então eu vou indo lá ver como ele está, trago notícias quando voltar.
Marilu sai, apressada.
ALFREDO: - Sorte do Paulo ter o Jorge bem na hora pra ajudar. RAFAEL: - É verdade.
CENA 12. REDAÇÃO GOLD MAN. INT. DIA.
Isabela pensativa em sua mesa na redação. Diogo se aproxima.
DIOGO: - Foi um sucesso a sua matéria sobre as mulheres no volante, na edição passada. Parabéns Isabela. Realmente, seu talento é divino. ISABELA: - Nossa, obrigada Diogo! Fico feliz que tenha gostado. DIOGO: - Recebemos diversos e-mails parabenizando a revista pela matéria. E a maioria não foi de mulheres não, foi de homens! ISABELA: - Será que eu consegui acabar um pouco com esse preconceito de que "mulher no volante, perigo constante"? DIOGO: - Foi um grande passo para isso, com certeza.
Isabela sorri, mas logo se dissipa. Diogo percebe.
DIOGO: - Algum problema? ISABELA: - Não, não... Estava aqui pensando numas coisas para a próxima matéria... DIOGO: - Vou deixar você trabalhar então. ISABELA: - Imagina, pode ficar. Não atrapalha em nada não.
Diogo senta-se na mesa, enquanto Isabela confere algumas anotações.
DIOGO: - Entrevistas? ISABELA: - Rebeca Trancoso, psicóloga. Complexo de mãe. DIOGO: - Complexo de mãe?! Como isso? ISABELA: - Vamos falar desse mito da esposa ou namorada na visão dos homens. E de nós mulheres também. Eles querem uma companheira ou uma segunda mãe? DIOGO: - Ótimo assunto, Isabela!... Embora eu tenha a minha opinião. ISABELA: - Qual é a sua opinião? DIOGO: - Vocês mulheres não nos compreendem. Simples. ISABELA: - Ah não? Explique-se por favor. (ri) DIOGO: - Quando a gente fica doente, por exemplo, não queremos nossa mãe. Queremos que alguém nos ajude a melhorar... as mulheres encaram muitas vezes a carência sentimental masculina com um certo pré conceito, de infantilidade, como "bebezinho da mamãe" e não é verdade. Também temos direito de fazer manha às vezes. (risos) ISABELA: - Ótima colocação, senhor Diogo. Talvez surja na matéria o seu palpite. (risos)
Isabela pega o celular, procura algo no aparelho.
DIOGO: - Você vai ligar pra ela? ISABELA: - Não, já liguei. Todas as minhas conversas ficam gravadas nesse celular. Eu às vezes até esqueço de tirar o modo de gravação de conversa. Às vezes falo com a minha mãe e a conversa fica gravada. (risos)
Isabela aperta num botão, que abre um arquivo de áudio. Não é o áudio da sua entrevista. É a conversa que teve com Beatriz, horas antes desta morrer (momento em que Isabela liga para ela)
ÁUDIO DA CONVERSA.
BEATRIZ: - Oi Isabela! ISABELA: - Oi Beatriz... Como você tá, amiga? BEATRIZ: - Tudo bem... ISABELA: - Ai Beatriz, eu não aguento mais. Eu preciso desabafar. O Conrado/ BEATRIZ: - Desabafar, agora?! ISABELA: - Por quê? Você não pode falar? BEATRIZ: - Ai, desculpa, nada não. Fala. ISABELA: - Não, Beatriz... O que houve? A sua voz tá estranha... BEATRIZ: - Sim, eu estou um pouco cansada... ISABELA: - Eu estou percebendo, sua voz... Aconteceu alguma coisa? BEATRIZ: - A Lívia esteve aqui, discutimos. ISABELA; - A Lívia? Mas por quê? BEATRIZ: - Falei pra ela umas coisas que estavam trancadas na minha garganta. ISABELA: - Mas agora está tudo bem? BEATRIZ: - Está, a Marilu tá aqui agora/ ISABELA: - Quem está aí?! BEATRIZ: - Ninguém, ninguém... Eu é que não estou dizendo coisa com coisa. Essa Lívia me tira do sério... ISABELA: - Beatriz! Brigar pra quê? BEATRIZ: - Eu vou desligar agora, Isabela... Desculpa amiga não poder te ouvir agora. ISABELA: - Sem problemas, Beatriz. Mas fica calma. Eu vou pra aí. Estou preocupada com você. BEATRIZ (firme): - Não precisa, Isabela! ISABELA: - Mas Beatriz! BEATRIZ: - Não precisa vir! Vou desligar agora. Beijo. (desliga)
Isabela se mostra surpresa, ao mesmo tempo, um tanto aflita. Diogo percebe.
DIOGO: - Não é o áudio da entrevista, né? ISABELA: - Não, não é... DIOGO: - Você perdeu o áudio? ISABELA: - Não... É... Diogo, você pode me dar licença? Eu preciso fazer uma ligação importante. DIOGO: - Claro... Mas tá tudo bem? ISABELA: - Está sim. Não se preocupe. DIOGO: - Ok. qualquer coisa, estou na minha sala. ISABELA: - Obrigada.
Isabela observa seu telefone. Revisa a gravação. Escuta um trecho novamente.
ISABELA: - Mas agora está tudo bem? BEATRIZ: - Está, a Marilu tá aqui agora/
Isabela para o áudio. Fica pensativa.
CENA 13. FLASHBACK CAP 33. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. NOITE.
Discussão no hospital.
MARILU: - Como não?! Ela me mandou uma mensagem ante de anoitecer. Você não tem vergonha não? LÍVIA: - Do que você está falando, Marilu? MARILU: - Estou falando do seu coração de pedra, Lívia! Pobre da Beatriz...
MARILU: - E pode olhar aí, Rafael. A mensagem é do celular da Beatriz mesmo. Eu tentei ligar pra ela depois, mas não consegui. Coitada da Beatriz!
CENA 14. REDAÇÃO REVISTA GOLD MAN. INT. DIA.
Isabela se mostra desconfiada.
ISABELA: - A Beatriz disse que a Marilu estava lá... Mas isso a Marilu não falou pra gente no hospital...
CENA 15. FLASHBACK CAP 34. CEMITÉRIO. EXT. DIA.
Enterro de Beatriz.
LÍVIA: - Pra mim, tem dedo da Marilu nessa história. ISABELA: - Lívia! Você acha que/ LÍVIA: - Isabela, por favor, acredita em mim!... (segura as mãos de Isabela) Eu não tenho certeza, não tenho como provar. Mas eu sinto que a Marilu ta envolvida nisso. Me dói só em pensar no que aquela sem vergonha pode ter feito. Mas nada me tira da cabeça que a Marilu armou alguma coisa. ISABELA: - Isso é grave! LÍVIA: - Por isso que eu peço que você acredite em mim, me ajuda... Essa mulher é perigosa! O Rafael perto dela, corre perigo, Isabela!
CENA 16. REDAÇÃO REVISTA GOLD MAN. INT. DIA.
Isabela totalmente nervosa.
ISABELA: - Meu Deus!... O que é isso que eu tenho em mãos? Uma prova de que...
Isabela fica pensativa.
CENA 17. CLÍNICA DR FAUSTO. INT. DIA.
Almir e Gisa conversam.
GISA: - E é quando o congresso do chefe? ALMIR: - Começa amanhã, mas ele embarca hoje mesmo. GISA: - Quem me dera eu poder me dar esse luxo. Sei que é trabalho, mas passar uns dias em Fortaleza, naquele visual, deve ser maravilhoso mesmo trabalhando.
Fabrício se aproxima deles.
FABRÍCIO: - Fala pessoal! ALMIR: - Já por aqui, Fabrício? FABRÍCIO: - Hoje comecei cedo, Almir. Não era seis da manhã e eu já estava tratando paciente. GISA: - Isso sim é médico dedicado! FABRÍCIO: - Nem me fala, Gisa... Gosto muito do que eu faço.
Gisa avista Adriana saindo de um dos quartos de um paciente. Gisa faz sinal, Adriana vê e vai ao encontro do grupo.
GISA: - E aí Adri, como tá? ADRIANA: - Acabei de ter uma conversa bacana com um paciente. ALMIR: - Quarto 305? ADRIANA: - Esse mesmo. ALMIR; - Senhorzinho muito simpático. ADRIANA: - Um amor de pessoa... Ele tá com uma esperança enorme. GISA: - O que ele tem? ADRIANA: - Sopro no coração. Vai operar amanhã. FABRÍCIO: - Vai dar tudo certo. Você vai chefiar? ADRIANA: - Não, será o Luiz. Eu estarei de folga. GISA: - Folga é?! ADRIANA: - Sim, tratando de um compromisso relâmpago que surgiu. ALMIR: - Até eu estou curioso pra saber. GISA: - Fala logo, Adri! ADRIANA: - Eu vou me casar.
Os amigos vibram dentro do corredor, chamando atenção das pessoas. Eles se contém, cumprimentando Adriana.
GISA: - E como tu só conta esse bafo agora?! ADRIANA: - É que eu fui pedida ontem!... E o casamento vai ser daqui a alguns dias... Também fui pega de surpresa com o pedido. GISA: - Tu tirou a sorte grande hein amiga!... Casar! E com o Marquinhos, aquele fofo! ALMIR: - Marquinhos? Já tá íntima assim? GISA: - Claro, meu bem! se faz a minha amiga feliz, me faz feliz também, e portanto já é de casa.
Fabrício e Almir riem.
ADRIANA: - E aproveitando que vocês estão aqui, já sintam-se todos convidados. Eu vou trazer o convite quando estiver pronto. (risos) Mas quero muito que vocês estejam presentes na cerimônia e na festa. GISA: - Mas eu iria mesmo sem você convidar! (risos) De penetra! FABRÍCIO: - E onde será a cerimônia, a festa, tudo? ADRIANA: - Eu quero casar na igreja da Nossa Senhora da Achiropita, na Bela Vista, região do Bixiga, onde eu nasci e me criei. Marcos já quer casar na Sé... Então estamos decidindo. Mas a recepção será no Europa-Brasil. O tio do Marcos, que é o dono do restaurante, vai fechar o estabelecimento especialmente para nós. ALMIR: - Meu Deus! GISA: - Bafo!!! ADRIANA: - Presente do padrinho né? (risos) FABRÍCIO: - Que legal. Belo presente por sinal. Aquele restaurante é o melhor de São Paulo. GISA: - E quem mais serão os padrinhos? ADRIANA: - Marcos vai convidar o Rafael e a Vitória, irmã dele. Eles são muitos amigos. E além do Roberto, você, Gisa. GISA (surpresa): - Eu?! ADRIANA: - É, amiga. Quero que você seja madrinha no meu casamento. Aceita? GISA (eufórica): - Mas é lógico que sim!
As duas se abraçam. Gisa emocionada.
GISA: - Vai fazer eu borrar minha maquiagem, Adri!... Desse jeito nem o faxineiro vai querer me pegar... E aí eu vou pro casamento sem ninguém?! FABRÍCIO: - Mas pode sair de lá com alguém, se conseguir pegar o buquê. GISA: - O buquê é meu Adri! Arma lá na hora, pra quando você jogar, cair bem nos meus braços! Dá um jeito!
Eles riem.
CENA 18. HOSPITAL. QUARTO PAULO. INT. DIA.
Elizabeth e Agda visitam Paulo.
ELIZABETH: - Como você está, Paulo? PAULO (fala com dificuldades): - Um pouco melhor... AGDA: - Mas como isso foi acontecer, Paulo? Você sempre foi tão cuidadoso no trânsito... PAULO: - Infelizmente eu estava sem carro, Agda. E já não respeitam mais os pedestres nessa cidade. ELIZABETH: - Mas agora vai ficar tudo bem. Você vai se recuperar e voltar com tudo em cima. Estamos torcendo por você. PAULO: - Agradeço o carinho de vocês nessa hora difícil. AGDA: - Era o mínimo que poderíamos fazer. Afinal, nos conhecemos há anos... ELIZABETH: - E o Tarcísio gostava muito de você. PAULO: - Tarcísio foi o irmão que eu não tive, Beth.
Nesse instante, Marilu entra no quarto e se surpreende ao ver Elizabeth e Agda no local. Estas, por sua vez, se mostram desconfortáveis com a presença de Marilu.
MARILU: - Paulo! AGDA: - Vamos Beth. Está na nossa hora. ELIZABETH: - Vamos sim, mamãe.(a Paulo) Fique bem, Paulo. Estamos torcendo por você. PAULO: - Muito obrigado.
Agda passa por Marilu, nem a olha. Elizabeth vai saindo, encarando Marilu, com certeza desaprovação. Mãe e filha saem do quarto. Marilu e Paulo ficam a sós.
MARILU: - Como você aguentou ficar do lado dessas duas jararacas? PAULO: - Estou acostumado a lidar com cobras, Marilu... MARILU: - Como você tá? PAULO: - Indo... Na medida do possível. MARILU: - Fiquei sabendo do acontecido pelos corredores da empresa. Quando fui falar com o Rafael, o Jorge ligou pra ele. Falando nisso, Rafael disse que vai vir te ver. PAULO: - O Jorge ligou pro Rafael?! MARILU: - Sim, foi ele que disse que estava trafegando próximo do local do acidente e/ PAULO: - Mentiroso! MARILU: - Por que? PAULO: - Você precisa se cuidar, Marilu... MARILU: - Calma, me explica isso direito. PAULO: - Jorge descobriu que eu dei um fim na vida do Romão, na delegacia. MARILU: - Descobriu como?! PAULO: - Não sei, poxa! (geme de dor) MARILU: - Calma, respira fundo... PAULO: - Ele me abordou, de surpresa, ontem à noite, na Amaro. Eu estava armando minha fuga, só faltava pegar o dinheiro no meu cofre clandestino... Ele e um outro policial estavam me levando pra delegacia, quando eu consegui escapar do carro. Mas na fuga, no meio da rodovia, acabei sendo atingido por um motociclista. MARILU: - Meu Deus!... PAULO: - Marilu, o Jorge é esperto... Enquanto eu estiver aqui no hospital, eu estou livre. Por pouco tempo. Mas ele está na minha cola. E pelo visto, pode chegar até você. MARILU: - Até mim? Como? PAULO: - Eu não sei, Marilu! Mas por favor, tome cuidado! Viu um cara alto, barba rala, óculos escuros do lado de fora? MARILU: - Vi sim. PAULO: - É policial. Tá de vigília aí fora desde ontem, pra me cuidar... MARILU: - Que droga, hein! Mas eu sei me cuidar, Paulo. Eu vou ficar bem. Agora quero que você também fique bem. PAULO: - Eu vou tentar... Mas está doendo muito. MARILU: - Quem diria que nossa amizade chegaria aonde chegou. PAULO: - Tantos golpes, tantos planos... MARILU: - Mas finalmente estamos chegando na glória! PAULO: - Isso se o Jorge/ MARILU: - Esquece o Jorge, Paulo! Logo logo ele será carta fora do baralho! PAULO: - O que você está tramando? MARILU: - Eu vou entrar pra família Magalhães Ferreira. E quando isso acontecer, o que não vai demorar muito, Jorge já vai estar atrás da Lua! Bem longe! Rafael vai comer na minha mão e vai fazer o que eu quiser. E a primeira coisa é despachar o Jorge. PAULO: - Plano arriscado. MARILU: - Sou uma mulher de ousadias... Você vai ver. Nós vamos nos dar bem no final dessa história.
CENA 19. CASA LÍVIA. INT. DIA.
Jorge, acompanhado por Rosa e Louise, entrega o colar para Lívia.
LÍVIA; - O meu colar! JORGE: - Estava com o Paulo. LÍVIA: - Com o Paulo? Mas como?! ROSA: - Isso eu também gostaria de saber... JORGE: - Caiu do bolso dele quando foi atropelado. LOISE: - Ele estava fugindo com o colar então? JORGE: - Ainda não sabemos, mas acredito que sim. LÍVIA: - Mas por que ele esteve com o meu colar e nunca disse nada? Por que escondeu isso de mim? ROSA: - Algum interesse ele tinha... LOUISE: - Esse seu colar é lindo, Lívia. E deve valer milhões, bilhões, sei lá! JORGE: - Depois que ele tiver alta do hospital, ele receberá uma intimação para depor. Certamente iremos esclarecer esse mistério.
Lívia coloca o colar no pescoço. Sente-se aliviada.
ROSA: - São sinais de mudança, minha querida. LÍVIA: - Para melhor, assim espero. ROSA: - Serão. Pode ter certeza. JORGE: - Bem, eu preciso ir. Passei aqui só para te entregar. LÍVIA; - Muito obrigada, Jorge. Nem sei como agradecer. JORGE: - Não precisa são. Fiz apenas o que era certo... Tenham um bom dia. ROSA: - Eu vou com você. Se não importa de me dar uma carona até minha casa. JORGE: - Nem um pouco. ROSA: - Louise, vem com a gente? LOUISE: - Eu aceito a carona, mas não pra casa. Vou pro shopping fazer umas compras e depois ir ver o meu músico. LÍVIA: - Essa aí tá apaixonada. LOUISE: - Não sou só eu amiga... Essa sua pele linda aí não me engana. LÍVIA: - Louise! O que o Jorge vai pensar? JORGE: - Eu? Nada... (risos) LOUISE: - E nem tem o que dizer também, né? A pele dele tá ótima. A rosa tá sabendo cuidar bem do que é dela... ROSA: - Louise! LOUISE: - Gente, to falando algo muito grave? ROSA (ri): - Vamos embora! A Lívia precisa trabalhar e não tratar da pele agora... Beijos Lívia! LÍVIA: - Tchauzinho gente! Obrigada! LOUISE (saindo): - Aparece lá em casa pra jantar!
Lívia segura firme o colar, pensativa. De repente, seu telefone toca. Ela atende.
LÍVIA (ao telefone): - Alô? (T) É ela. Quem tá falando? (T) Oi Isabela! (T) Sim, pode falar. (T) Agora? (T) Está certo, mas onde? (T) Sei sim. Pode deixar, estou indo pra aí agora. (T) Tá bom, beijos. (desliga)
Lívia pega sua bolsa e sai um tanto apressada.
CENA 20. AGÊNCIA ÔNIX. INT. DIA.
Marcos conversa com Plínio e Jonas.
PLÍNIO: - E então chefe, qual o motivo dessa reunião de urgência? JONAS; - Problemas com algumas de nossas contas? MARCOS; - Calma rapazes, nada demais não. Apenas um aviso importante. PLÍNIO: - Então? MARCOS: - O chefe de vocês vai casar. JONAS: - Como é que é?! PLÍNIO: - Vai pra coleira, Marcão?! MARCOS: - Não é bem assim, Plínio! (risos) Mas vou me casar. Eu pedi a Adriana em casamento e ela aceitou.
Marcos recebe os cumprimentos de Jonas e Plínio.
JONAS; - Fico muito feliz por você, Marcos! Vocês merecem toda felicidade do mundo! MARCOS: - Valeu Jonas. PLÍNIO: - E quando vai ser a despedida de solteiro? MARCOS: - Nem pensei nisso... PLÍNIO: - Começa a pensar chefe! Tem que ter a despedida! Bolo vivo, tudo o que tem direito!
Os três riem.
MARCOS: - A gente fala sobre isso depois, ok? O que eu quero é que vocês dois estejam presentes na cerimônia, na festa... Os convides eu entrego quando estiverem prontos, mas desde já, sintam-se convidados. PLÍNIO: - Posso levar minha acompanhante? MARCOS: - Claro, pode sim. JONAS: - Já pensou se a Tati pega o buquê, Plínio? O próximo a casar vai ser você! PLÍNIO: - Ih, nem brinca mano! Casar agora não!
Eles riem.
CENA 21. EMPRESA AMARO. SALA DE REUNIÕES. INT. DIA.
Rafael e Alfredo em reunião com empresários (uns 5).
RAFAEL: - Neste caso, a gente pode incluir esse item no contrato, como vocês estão sugerindo. Pode ser, Alfredo? ALFREDO: - Claro. Até porque, será bom para ambos, tanto para a Amaro quando para vocês. EMPRESÁRIO 01: - Foi o que imaginamos.
Neste instante, Eduardo entra na sala, interrompendo a reunião.
EDUARDO: - Rafael, preciso falar com você.
Rafael não gosta da intromissão de Eduardo.
RAFAEL: - Eu estou numa reunião importante, Eduardo. Se você puder aguardar/ EDUARDO: - O que eu tenho para tratar é importante também.
Rafael hesita, olha para Alfredo.
ALFREDO (aos empresários): - Meus caros, vamos ali para a outra sala, fazer um coffee break, depois retomamos a nossa reunião.
Os empresários concordam, saem. Alfredo, antes de sair, encara Eduardo, que faz pouco caso. Rafael e Eduardo ficam a sós na sala.
RAFAEL: - E então? EDUARDO: - Eu vou ser direto. Eu já assumo a parte da sua mãe aqui na empresa e acredito que eu possa fazer algumas exigências. RAFAEL: - Em que sentido? EDUARDO: - Eu quero assumir o cargo que era do Paulo. RAFAEL (surpreso): - Como é que é?! EDUARDO: - Isso mesmo. Eu vou assumir a chefia financeira da Amaro. RAFAEL: - Calma, Eduardo... As coisas não funcionam assim. EDUARDO: - Como não? Paulo está internado, inválido. Não há como esse setor importante da empresa ficar sem um diretor. RAFAEL: - Eu sei, mas o Paulo não vai embora da empresa. Quando ele sair do hospital, ficar melhor, ele vai voltar para o trabalho. EDUARDO: - Você acredita nisso? Nessa "melhora divina"? RAFAEL (encara Eduardo): - Duas coisas, Eduardo. Primeiro, eu não gostei dessa sua ironia. Não foi de bom tom isso que você fez agora. Segundo, eu acredito sim, na melhora do Paulo. E estou torcendo muito para que ele volte a trabalhar conosco. EDUARDO: - Mas você, como presidente, precisa saber que as coisas podem não sair como planejado. RAFAEL: - Eu sei. Mas caso aconteça do Paulo não ter condições de voltar, eu vou pensar na melhor solução para esse problema. EDUARDO: - Você está diante da melhor solução e está se negando a aceitá-la.
Rafael se mostra surpreso com a pretensão de Eduardo.
RAFAEL: - Você é a melhor solução?! EDUARDO: - Eu tenho capacidade suficiente, Rafael. E eu controlo toda parte da sua mãe aqui na empresa. Se eu não tivesse essa competência, eu não teria tal responsabilidade. RAFAEL: - Mesmo assim, "senhor Solução", eu ainda não pensei nisso e não será hoje, agora, que eu vou pensar. EDUARDO: - Esse tom irônico não combina com você. RAFAEL: - Esse tipo de conversa não combina comigo. E se você não se importa, eu quero encerrar esse assunto aqui. EDUARDO: - Nada de definições? RAFAEL: - Nem uma vírgula será mudada. EDUARDO: - Pois bem... Se é assim que você deseja, eu irei respeitar a sua vontade. Embora saiba que eu discordo plenamente. RAFAEL: - É um direito seu discordar.
Eduardo sai. Rafael fica pensativo.
RAFAEL: - Era só o que me faltava...
CENA 22. CAFETERIA. INT. DIA.
Uma cafeteria moderna, ambiente aconchegante. Há um bom movimento no local, embora esteja calmo. Isabela sentada em uma das mesas, com uma taça de café (algum tipo especial), se mostra um tanto ansiosa. De repente, Lívia se aproxima.
LÍVIA (cumprimenta Isabela): - Desculpa a demora, Isabela. Eu vim o mais rápido que eu pude. (sentando-se) ISABELA: - Imagina, não tem problema... Vai querer beber alguma coisa? LÍVIA: - Nada não... Confesso que a sua ligação me deixou surpresa. ISABELA: - Eu também fiquei muito surpresa com o motivo que me fez ligar para você, assim, de repente. LÍVIA: - E qual seria esse motivo? ISABELA: - A morte da Beatriz. LÍVIA: - Você... ISABELA: - Eu descobri uma coisa que me fez ficar um pouco confusa. LÍVIA: - O que você descobriu, Isabela? ISABELA: - A Beatriz não estava sozinha naquele dia. A Marilu esteve com ela. LÍVIA: - A Marilu?! Mas como? Quando eu estive lá no apartamento da Beatriz, a Marilu não estava! ISABELA: - Talvez... Mas eu tenho a gravação de uma conversa minha com a Beatriz, logo depois que você foi embora do apartamento. LÍVIA: - Gravação? E a Beatriz fala alguma da discussão ou da Marilu? ISABELA: - Ela diz que a Marilu estava lá com ela. LÍVIA: - Mas isso quer dizer que a Marilu mentiu lá no hospital quando disse que tentou ligar pra Beatriz, tentou falar com ela... As mensagens! Eu posso ouvir essa gravação, Isabela? ISABELA: - Pode, mas aqui não dá... LÍVIA: - Eu sempre disse que a Marilu estava envolvida nisso... ISABELA: - Vamos fazer assim. Hoje à noite, no meu apartamento. (Isabela pega sua agenda na bolsa, anota o endereço, rasga o papel e entrega a Lívia) Me encontre lá. Daí eu posso mostrar a gravação pra você. É nítida. LÍVIA: - Eu irei sim, com certeza (guarda o papel) ISABELA: - Eu preciso voltar pra redação. LÍVIA: - Muito obrigada Isabela, pela força. ISABELA: - Eu só quero que esse assunto seja resolvido de forma justa, Lívia. Eu perdi uma grande amiga, que pode ter sido vítima de uma armação torpe, uma barbárie quase sem explicação. LÍVIA: - Eu sei disso. E pode ter certeza que nós vamos chegar na verdadeira história de tudo isso.
CENA 23. EMPRESA AMARO. SALA PRESIDÊNCIA. INT. DIA.
Rafael e Alfredo entram na sala da presidência.
ALFREDO: - A reunião foi um sucesso. Avançamos nas negociações. RAFAEL: - Quero fechar esse contrato antes da festa de lançamento da coleção nova coleção europeia. Vai ser nos próximos dias. Seria ótimo divulgar essa nova parceria na festa. ALFREDO: - Seria mesmo... Mas sobre essa festa, já está sendo preparada então a todo vapor? RAFAEL: - No Complexo do Anhembi. A Flash Paulista será nossa parceira na publicidade. Tive o retorno deles hoje mesmo, pela manhã. Pelo menos uma boa notícia neste dia... ALFREDO: - Eu sei que não é da minha conta, Rafael. Mas o que o Eduardo queria com você? RAFAEL: - Acredita que ele veio exigir que ficasse no lugar do Paulo a partir de agora. ALFREDO: - Exigir/?! Mas como? RAFAEL: - Exigir, disse que como tem o controle da parte da minha mãe, ele pode exigir mudanças... Mas acho que ele esqueceu quem realmente manda aqui. ALFREDO: - Tome cuidado, Rafael. O Eduardo não é uma pessoa confiável. Sua mãe e a Inês já brigaram feio por causa dele... RAFAEL: - Ele foi de uma prepotência descarada!
De repente, Marilu entra na sala.
MARILU: - Com licença. RAFAEL: - Pode entrar... E então, como está o Paulo? MARILU: - Foi difícil ver ele naquela cama de hospital... Mas acho que logo ele estará bem. ALFREDO: - Tomara mesmo... Antes que lhe puxem a cadeira.
Rafael e Alfredo trocam olhares. Marilu não compreende.
MARILU: - A Elizabeth e a Agda estavam lá, visitando ele também. RAFAEL: - O Paulo é amigo da família, grande amigo do meu pai. Tanto a mamãe quando a vovó guardam um carinho por ele. ALFREDO: - Bem, eu vou indo nessa... Rafael, qualquer coisa sobre o contrato, pode me ligar. RAFAEL: - Está certo. ALFREDO: - E sobre aquele assunto, eu acho que você sabe o que fazer. RAFAEL: - Obrigado pelos conselhos. ALFREDO: - Marilu. MARILU: - Até mais, Alfredo.
Alfredo sai. Marilu e Rafael a sós.
MARILU: - Sobre qual assunto ele se referia? RAFAEL: - Nada demais. MARILU: - Não sabia que o Alfredo era seu conselheiro. RAFAEL: - Ele não é o meu conselheiro, mas é uma pessoa de confiança. Não diria nada sem ter certeza. MARILU: - Você sempre cercado de boas pessoas. RAFAEL: - Espero que seja sempre assim. MARILU: - Eu admiro muito você. Isso é resultado do seu jeito bom, do seu estado de espírito, dessa sua vida cheia de virtudes! RAFAEL: - Virtudes? Eu já errei muito também. MARILU: - Queria eu errar e continuar nobre como você.
Marilu aproxima-se de Rafael, sedutora.
RAFAEL: - Você falando assim, até parece que/ MARILU: - Parece o quê? (fica cara a cara com Rafael) Estou afim de você?
Rafael fica calado, sem reação diante de Marilu.
MARILU: - Acontece que eu não estou afim de você. Ou melhor, simplesmente afim. Rafael, eu estou apaixonada por você!
Rafael se surpreende.
RAFAEL: - Apaixonada?! Marilu! MARILU: - Eu juro que eu tentei me conter, me controlar. Mas eu não consegui. Eu não consigo... Eu fiquei cada vez mais atraída por você, Rafael, mas procurei respeitar você, a sua posição na empresa, sendo meu chefe... A nossa condição, já que você foi noivo da Beatriz, que era minha amiga, pela memória do seu pai, enfim, vários fatores... Mas eu aprendi Rafael, que com o coração a gente não consegue lidar. Ele não controla seus impulsos. RAFAEL: - Marilu... Você é uma mulher incrível, que me deu uma força sem tamanho. Eu nem sei o que dizer... MARILU: - Não diga nada, Rafael. Apenas...
Marilu beija Rafael. Neste instante, Vitória chega na sala, trazendo alguns desenhos e surpreende Rafael e Marilu, que se afastam, disfarçando a situação.
VITÓRIA (empolgada): - Rafa, olha só o que eu/ (percebe a situação) Atrapalhei alguma coisa? MARILU: - Não, imagina... Eu já estava de saída... Obrigada pelas dicas, Rafael. RAFAEL: - Qualquer dúvida que tiver, pode me chamar.
Marilu se afasta, sorri para Vitória e sai.
RAFAEL: - O que você trouxe aí? Desenhos para a nova coleção? VITÓRIA: - Não precisa mentir pra mim, Rafa. Você e a Marilu/ RAFAEL: - Não!... VITÓRIA: - Rafa! Não sou criança poxa! Eu vi todo o clima aqui na sala. RAFAEL: - Foi só um beijo. VITÓRIA: - Só um beijo é? Cuidado hein!... RAFAEL: - Cuidado por que? VITÓRIA: - Se envolvendo com as funcionárias da empresa... Primeiro a Lívia, agora a Marilu... Que bela imagem de presidente você está criando. RAFAEL: - Pode deixar maninha que eu vou cuidar bem da minha reputação empresarial... Agora me mostra as novidades que você está planejando para conquistar a América! VITÓRIA (empolga-se novamente): - Eu fiz aqui uns modelos de braceletes, que vai ser o grande boom do próximo verão.
Vitória mostra os desenhos para Rafael, que analisa cada peça, embora pareça estar com a cabeça longe.
CENA 24. PENSÃO BEM QUERER. INT. DIA.
Carla sai apressada da pensão, empolgada, ansiosa pela sua viagem. Um táxi a espera em frente a casa. Kléber e Oscar a ajudam com as malas. Alaíde e Tatiana também estão presentes.
TATIANA: - Faça boa viagem! CARLA: - Obrigada Tati! E você, boa sorte no novo emprego!
Tatiana sorri, graciosa.
ALAÍDE: - E se cuida, minha filha! CARLA: - Pode deixar, dona Alaíde. Você e o Seu Oscar aproveitem bastante a lua-de-mel! ALAÍDE: - Mas é claro que eu vou aproveitar, tudo o que eu posso naquelas areias nordestinas! CARLA: - Quem sabe a gente se esbarra por lá! Vou estar em Fortaleza também! ALAÍDE: - Ótimo!
Carla se afasta, abraça Kléber e Oscar, agradecendo pela ajuda. Ela entra no táxi e vai embora.
KLÉBER: - Ela vai passar só alguns dias ou vai morar no Ceará? OSCAR: - Isso porque você não viu a quantidade de malas que a Alaíde vai levar. Acho que vamos abrir uma loja de roupas e calçados na praia de Iracema. ALAÍDE: - Falando de mim, Oscar? OSCAR: - Não querida!... (risos) TATIANA: - A Carla vai fazer o quê lá em Fortaleza? ALAÍDE: - Ela me disse que vai para um treinamento, como é que se chama... TATIANA; - Workshop? ALAÍDE: - Isso aí. A empresa dela tá bancando. Que bom né? Queria trabalhar num lugar assim. Imagina só, você treinar naquele paraíso!
CENA 25. SHOPPING. LOJA ROUPAS LUXO. INT. DIA.
Charlote e Demétrio fazem compras numa loja de roupas de grife (ternos, vestidos de festa). Enquanto Charlote olha as roupas femininas, Demétrio observa a seção masculina, quando encontra Olavo.
OLAVO: - Demétrio! DEMÉTRIO (surpreso): - Olavo? O que você está fazendo aqui? (cuida para Charlote não os ver) OLAVO: - Comprando um terno novo. Casamento de um sobrinho, coisa de primeira. Tá noivo da filha de um senador. Negócio vai ser de arromba. E você? DEMÉTRIO: - Escolhendo o modelo para usar na festa da Amaro. OLAVO: - Tá podendo hein!... Mas até foi bom eu encontrar você por aqui.
Olavo entrega para Demétrio um cartão, com um endereço.
DEMÉTRIO: - O que é isso? OLAVO: - Novo local de apostas. Na verdade, é meu mini cassino. DEMÉTRIO: - Cassino?! OLAVO: - Na Augusta, tudo na camufla. Cara, máquinas de primeira, roletas, carteado e é claro, o nosso bom e velho turfe. Você não pode perder. Inaugurei semana passada. E já bombando!
Demétrio observa o cartão com atenção.
OLAVO: - Aparece por lá. Você está devendo umas vitórias na minha banca... Da última vez que esteve lá, a história não foi tão boa. DEMÉTRIO: - Nem sempre estamos com sorte, mas eu/
Nesse instante, Charlote se aproxima.
CHARLOTE: - O que você está falando com esse homem, Demétrio? DEMÉTIRO (disfarça, guarda o cartão): - Nada demais, Charlote. O Olavo só veio me cumprimentar. CHARLOTE: - Não quero saber de você perto desse tipo de gente. (a Olavo) Isso que você faz é crime, sabia? DEMÉTRO: - Charlote, por favor, contenha-se! CHARLOTE: - Então diz para esse sujeito ir embora daqui, senão eu chamo os seguranças. OLAVO: - Não será preciso, senhora... Até mais ver, Demétrio.
Olavo sai.
CHARLOTE: - Vamos, pode me falar, Demétrio. O que esse sujeito queria com você? DEMÉTRIO: - Nada, já disse... Ele apenas veio me cumprimentar! CHARLOTE: - Se você entrar na conversa desse cara novamente, eu nem sei o que eu faço com você, Demétrio. Ou melhor, eu até sei e você também sabe. DEMÉTRIO: - Vamos parar de falar nisso, por favor? Vamos lá escolher as nossas roupas e voltar pra casa em paz, está bem? CHARLOTE: - Está certo... Não quero brigar com você também... Venha, deixa eu te mostrar o vestido que eu escolhi.
Os dois seguem pela loja.
CENA 26. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER
Imagens de São Paulo ao anoitecer. Mostra as ruas do centro da cidade iluminadas, a movimentação do trânsito.
CENA 27. PRÉDIO MARILU. EXT. NOITE.
Marilu desce do táxi em frente ao prédio, o veículo vai embora. Enquanto procura a chave do portão, Marilu é abordada por Alexandre.
ALEXANDRE: - Quer ajuda? MARILU (assustada): - Caramba! O que você está fazendo aqui?! ALEXANDRE: - Calma!... Te assustei é? MARILU (irônica): - Não, não me assustou. Muito pelo contrário, me deixou em êxtase... ALEXANDRE: - Desculpa se te assustei. MARILU: - Tá bom esquece. Agora se me dá licença, eu preciso/ ALEXANDRE: - Ei, por favor, eu preciso falar com você. MARILU; - Falar comigo? ALEXANDRE: - É. Eu preciso de ajuda. MARILU: - Escuta aqui... (esquece o nome) ALEXANDRE: - Alexandre. MARILU; - Alexandre, eu não sei nem como você achou o meu endereço. Eu não estou com tempo pra conversa fiada agora, tive um dia cheio e/ ALEXANDRE: - Eu não tenho pra onde ir, Marilu. A Lívia descobriu meu golpe, me jogou pra fora daquela casa. Eu passei a noite num hotel de sétima categoria e agora estou sem grana. Eu preciso de um lugar pra ficar. Não posso dormir na rua feito mendigo. MARILU; - É essa a hora em que eu choro de pena de você? Ah, me poupe! E o que eu tenho com isso? Se você foi idiota o bastante pra não conseguir sustentar seu plano, o problema é seu, meu querido (entrando no prédio): - Eu sei de uma coisa sobre a Lívia que com certeza você vai gostar. MARILU (encara Alexandre): - Me solta. ALEXANDRE: - Segredo que a Lívia guarda de todos. À sete chaves. E só eu sei. MARILU; - Que segredo é esse? ALEXANDRE: - Acha que eu vou te falar assim? MARILU; - Tá blefando. ALEXANDRE: - A Lívia, quando jovenzinha, morava na favela. Com um tio... (pausa) MARILU; - E aí? ALEXANDRE: - E aí que se você me deixar ficar, eu te conto toda a história.
Marilu e Alexandre ficam se encarando. Ele, com um sorriso sacana no rosto.
MARILU: - Solta o meu braço, queridinho. E sobe. ALEXANDRE (soltando Marilu): - Valeu nega. MARILU; - Nega?! ALEXANDRE: - Jeitinho carinhoso de falar... MARILU: - Não quero o seu carinho. Apenas informações em troca de uma noite. Apenas uma noite, entendeu? Amanhã você arruma outro lugar. ALEXANDRE (debochado): - Como quiser, Marilu.
Os dois entram no prédio.
CENA 27. AEROPORTO. SAGUÃO. INT. NOITE.
Fausto e Carla se despedem de Mayra.
MAYRA: - Façam boa viagem. E você papai, me traga presentes! Muitos presentes! FAUSTO: - Está bem, Mayra... MAYRA: - Não deixa ele esquecer, hein? CARLA: - Pode deixar, não deixarei... FAUSTO: - Agora vamos, já chamaram nosso vôo. MAYRA: - Pena meu namorado não estar aqui agora. Acho que se trancou. CARLA: - Se trancou? MAYRA: - Logo que nós chegamos aqui, ele disse que precisava ir no banheiro. E até agora nada! FAUSTO: - Então eu só vou conhecer o novo namorado da minha filha quando eu voltar de viagem, é isso? MAYRA: - Está marcada! Jantinha lá em casa pra sua recepção. E você está convidada também. Aliás, eu nem perguntei seu nome! CARLA: - Eu me chamo/ FAUSTO (interrompe): - Chamaram de novo o nosso vôo. (abraça Mayra rapidamente) Vamos senão a gente perde o vôo.
Carla, apressada, pega sua bagagem de mão, acena para Mayra e sai junto com Fausto para a área de embarque. Mayra os observa até “sumirem” por entre as pessoas. Pouco tempo depois, Breno aparece.
MAYRA: - Meu Deus, Breno! Eu já estava até preocupada com você! BRENO: - Banheiro de aeroporto é isso meu amor, sempre movimentado. Sem contar que estão de reforma, tive que ir do outro lado e aí/ MAYRA: - Tá bom, não precisa se justificar... Meu pai e a acompanhante dele acabou de ir pro embarque. BRENO: - Acompanhante? MAYRA: - É, acho que é lá da clínica também. Nem consegui saber o nome dela. Quando nós chegamos eles já estavam quase saindo. Mal tive tempo de falar com o papai. BRENO; - E quando eles voltam? MAYRA: - Sei lá... Só sei que na volta, vamos ter um jantar lá em casa para vocês se conhecerem. BRENO: - Nossa, jantar com o sogrão... Dá até frio na barriga! (risos) MAYRA: - Não se preocupa, meu pai é tranqüilo... Você vai sobreviver. (ri) BRENO: - Bora comer alguma coisa? MAYRA; - Pizza! BRENO; - Vamos lá!
Os dois saem, de mãos dadas, caminhando por entre as pessoas no saguão.
CENA 28. MANSÃO TARCÍSIO. QUARTO ELIZABETH. INT. NOITE.
Elizabeth no quarto, arruma o cabelo em frente à penteadeira. Eduardo sentado na cama.
ELIZABETH: - Desde que você chegou da empresa, percebi que está resmungando pelos cantos. O que foi, Eduardo? EDUARDO: - Nada não, querida. ELIZABETH: - Ah não, Eduardo. Eu não vou conseguir ficar aqui ouvindo você resmungando o tempo inteiro. EDUARDO: - Acontece que hoje eu tive uma conversa séria com o Rafael, mas ele fez pouco caso de mim. ELIZABETH: - Pouco caso? EDUARDO: - Ah, Beth!... Eu sou pouco valorizado na Amaro. ELIZABETH (vira-se para Eduardo): - Como assim, Eduardo? Explica essa história! EDUARDO: - Eu fui falar com o Rafael para ficar temporariamente no cargo do Paulo, enquanto ele está hospitalizado. A empresa não pode ficar sem alguém responsável no setor. Mas ele relutou, negou, nem deu importância ao que eu disse, Beth... Mesmo eu tendo controle da sua parte na empresa. ELIZABETH: - Mas querido, isso não pode... O Rafael deve ter dito sim, mas você não/ EDUARDO: - Beth, por favor! Ele disse não com todas as letras, em forte e bom tom! ELIZABETH: - O Rafael não faria isso. Ele sabe da sua competência, o que é importante ou não pra empresa. Não iria recusar um pedido desses/ EDUARDO (se exalta): - Não Beth! Eu já disse que não foi assim! Para de passar a mão na cabeça do seu filho!
Elizabeth se surpreende com a atitude de Eduardo. Ele também percebe que se exaltou, muda expressão, fica mais calmo.
EDUARDO: - Você precisa conversar com o Eduardo... Acho que ele está com receio de me dar o cargo. Eu tenho experiência. ELIZABETH: - Claro, meu querido. Eu vou falar com ele.
Eduardo se aproxima de Beth, a beija.
ELIZABETH (levanta-se): - Eu vou sair agora. EDUARDO: - Agora? ELIZABETH: - Sim. Eu preciso resolver um assunto e/ EDUARDO: - Eu vou com você. ELIZABETH: - Não, Eduardo. Não precisa. É rápido eu volto logo. EDUARDO: - Mas Beth, já é noite. Você não pode sair sozinha assim. ELIZABETH: - Não se preocupe, é rápido. (saindo) EDUARDO: - Posso saber pelo menos aonde você vai?
Elizabeth sai sem dar resposta à Eduardo, que fica pensativo.
CENA 29. CASA INÊS. INT. NOITE.
Inês recebe Agda.
AGDA: - Eu vim o mais rápido que eu pude. Obrigada por me receber. INÊS: - Imagina Agda!... Eu até fiquei um pouco preocupada. Seu tom de voz não era dos melhores no telefone.
As duas seguem para a sala de estar, onde já se encontram Nice, Moisés e Alfredo. Agda fica surpresa ao vê-los.
NICE: - Como vai, dona Agda? AGDA: - Bem... E vocês? MOISÉS: - Felizes, agora no novo emprego. ALFREDO: - Eu e a Inês não achamos justo o que aconteceu naquela noite, na mansão. E então/ AGDA: - Eu entendo, Alfredo. A casa é de vocês e vocês colocam quem bem entender aqui dentro. Eu não tenho nada com isso. A propósito, este episódio da mansão faz parte do assunto que me trouxe até aqui, para tratar com vocês. INÊS: - Assunto? AGDA: - Sim. Seu irmão.
Alfredo e Inês trocam olhares.
AGDA: - Se não for pedir demais, eu gostaria que essa conversa fosse apenas entre nós três, Inês e Alfredo. ALFREDO: - Claro... Nice, Moisés, podem nos dar licença?
Nice e Moisés saem.
INÊS: - O que tem o Eduardo, Agda? ALFREDO: - O que aquele dissimulado andou aprontando? AGDA: - Eu não gosto de fazer rodeios, vocês me conhecem bem. O Eduardo aos poucos está colocando as asinhas de fora, o que não está sendo bom pra mim, pra minha família e muito menos pra ele, pois não sabe com quem está lidando. INÊS: - Mas o que aconteceu? AGDA: - Eu flagrei o Eduardo mexendo no cofre da mansão sem a permissão de ninguém. E não satisfeito com o flagra, fez questão de me ameaçar. ALFREDO: - Agda! Cuidado! Esse cara é um bandido! AGDA: - Eu sempre soube que a Beth tinha dedo pobre para namorados. Mas desta vez, passou dos limites. INÊS: - Você falou pra Beth sobre isso? AGDA: - Ela está tão envolvida com ele, que qualquer palavra que eu diga, vai entrar num ouvido e sair pelo outro. Como foi com você. INÊS: - Mas você é mãe dela. AGDA: - A Beth é turrona, Inês... Mas eu sei que ela acabar enxergando a verdadeira face do Eduardo. Pena que de forma triste e talvez, um pouco tarde. ALFREDO: - É preciso conter as ações deste canalha. Inclusive na empresa. É um risco tê-lo dentro da Amaro. Ainda mais controlando a parte da Beth. INÊS: - Mas então o que a gente pode fazer pra parar o Eduardo? AGDA: - Foi justamente por isso que eu vim até aqui... Lembro, Inês, que você disse para a Beth que o Eduardo foi acusado de dar um golpe aqui no Brasil, antes de ir para os Estados Unidos... INÊS: - Sim, foi isso sim. Inclusive ligaram pra nossa antiga casa, procurando por ele. ALFREDO: - O que você está pensando Agda? AGDA: - Se conseguíssemos encontrar essa mulher, fazer contato com ela para que desmascare o Eduardo. Seria a solução para a Elizabeth deixar esse traste e ele ir direto para a cadeia. INÊS: - É uma boa ideia, mas será que vamos conseguir? AGDA: - Só vamos saber se tentarmos. ALFREDO: - Eu aceito ajudar. Farei o possível para ver o Eduardo atrás das grades. Esse cara é um psicopata, um doente. INÊS: - Me dói em pensar isso do meu irmão. Das coisas que ele é capaz para conseguir o que quer. AGDA: - E depois do que eu vi no escritório, não duvido que ele não esteja por trás daquela situação constrangedora envolvendo a Nice no jantar lá de casa. INÊS: - É claro que está. Ele parecia tão satisfeito com tudo o que aconteceu. AGDA: - Por favor, pelo menos agora, não comentem nada com o Moisés e a Nice. Vamos manter tudo isso sob sigilo. INÊS: - Claro. AGDA: - Agora eu sei que abrigo uma cobra sobre o meu teto. ALFREDO: - Eu reforço o pedido de cuidado, Agda. AGDA: - Não se preocupe, Alfredo. O Eduardo me ameaçou, mas da boca pra fora... Como diz o ditado, "o diabo sabe pra quem se apresenta".
CENA 30. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. NOITE.
Tatiana já trabalha na recepção do restaurante, atendendo aos clientes. Louise chega, a cumprimenta.
LOUISE: - Tati! Você aqui? TATIANA: - Oi Louise! Aqui sim. Meu novo emprego! Comecei hoje! LOUISE: - Que ótimo! Parabéns querida! E sucesso! TATIANA: - Obrigada! E você, bem-vinda ao Europa-Brasil. Já tem sua reserva? LOUISE: - Não, não. eu vim mesmo para falar com o Kléber. Ele já chegou? TATIANA: - Já sim. Está lá no fundo, conversando com uma moça. LOUISE: - No fundo? Aonde? Que moça? Fala logo, Tatiana! Quem é? Aonde? TATIANA: - Calma mulher!... Segue aqui, indo em direção à cozinha. Tem um reservado lá. Ele tá lá, se preparando pra tocar. LOUISE: - E essa moça tá ajudando ele a se vestir, de certo? Era só o que me faltava... Mas eu vou lá agora.(saindo) TATIANA: - Louise! Louise!
Louise segue, sem dar ouvidos à Tatiana.
CENA 31. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. SALA. INT. NOITE.
Kléber conversa com Gisa.
KLÉBER: - Você, madrinha do casamento? GISA: - Fiquei hiper, mega, ultra, emocionada! KLÉBER: - Que legal! Parabéns! Fico feliz por você. GISA: - Ninguém nunca me chamou pra ser madrinha de casamento... Realmente, a Adriana é uma grande amiga... E também foi por isso que eu vim aqui falar com você. KLÉBER: - Querem que eu toque no casamento? Vai ser aqui não é? GISA; - Vai sim. E você vai mesmo estar no casamento, mas não tocando. E sim me acompanhando. KLÉBER: - Como? Você quer que/ GISA: - Eu quero que você vá ao casamento da Adriana e do Marcos sendo meu acompanhante. E eu não quero ouvir um não como resposta, Kléber!
Louise chega no reservado.
LOUISE: - Mas eu poderia jogar na Mega Sena, com esse dom de adivinhação que eu tenho. Só podia ser você, não é, anã piriguete, que estaria aqui dando em cima do meu saxofonista de ébano! GISA: - Ih... Chegou a girafona barraqueira. KLÉBER: - Calma meninas! Por favor! LOUISE: - Por favor digo eu!... Posso saber o que essa partícula de ser humano está fazendo aqui, sozinha com você nessa sala? KLÉBER: - A Gisa só veio aqui/ GISA: - Eu vim aqui convidar o Kléber para ir comigo no casamento de uma amiga. LOUISE; - Mas é claro que ele não aceitou. GISA; - Mas ele vai aceitar. LOUISE: - Não, ele não vai. GISA: - Vai sim. LOUISE: - Não vai. GISA: - Claro que vai.
Nesse instante, Tatiana chega no reservado.
TATIANA: - Kléber, seu Roberto pediu pra você ir pro palco. KLÉBER: - Graças a Deus! Obrigado meu Pai!...
Kléber pega seu sax.
KLÉBER: - Beijo meninas! boa noite! (saindo) LOUISE; - Ei, Kléber! GISA: - Você não respondeu!
Kléber sai sem dar respostas.
GISA; - Viu? Você pressionou ele! Coitado, ficou confuso com essa tempestade em copo d'água que você fez! LOUISE; - Eu fiz? Nem fiz nada! Apenas estava livrando ele das suas armadilhas baixas... Bem baixas por sinal, combinando com você. GISA: - Girafona. LOUISE: - Grão de areia...
CENA 32. APTO JORGE. INT. NOITE.
Jorge em seu apartamento, termina de fazer um lanche. Sobre a mesa, há algumas anotações que ele analisa. A campainha toca. Ele atende. É Elizabeth.
JORGE: - Beth? ELIZABETH: - Posso entrar? JORGE: - Acontece que eu/ ELIZAZBETH: - É importante.
Jorge pensa um pouco, mas abre a porta para Elizabeth entrar. Ele empurra a porta, mas esta não fecha.
ELIZABETH: - Atrapalhei o seu trabalho? JORGE: - Eu só estava dando uma olhada numas anotações. ELIZABETH: - Sobre o caso da Lívia? JORGE: - O assunto é confidencial, Beth. ELIZABETH: - Claro... JORGE: - Desculpa a indiscrição, mas posso saber o motivo da visita surpresa? ELIZABETH: - Eu vim justamente saber sobre o caso da Lívia, o envolvimento dela na morte do meu ex-marido. JORGE: - O assunto, dona Beth, é confid/ ELIZABETH: - Por favor, Jorge. Deixe um pouco de lado seu profissionalismo e converse comigo como um amigo. Eu passei o dia inteiro matutando isso na minha cabeça. Não tenho tido boas notícias nos últimos dias... A morte da Beatriz e do meu neto, o acidente do Paulo... Eu quero saber como andam as investigações do crime que mudou a vida da minha família. E eu quero saber também quando é que vocês da polícia vão deixar essa Lívia mofando na cadeia pra sempre! JORGE; - Procure se acalmar, Beth, por favor...
Elizabeth senta-se no sofá. Jorge vai até a cozinha pegar um copo d'água. Ele volta, senta-se ao lado de Beth, lhe oferece o copo com água.
Quando ela vai pegar o copo, seus dedos tocam em Jorge. Eles trocam olhares. Beth pega o copo, bebe uns goles. Jorge se levanta, caminha para o outro lado da sala. Beth termina de beber a água.
ELIZABETH: - Obrigada. JORGE: - Está mais calma? ELIZABETH: - Sim... (levanta-se) Desculpa, Jorge. Desculpa vir aqui sem avisar, querendo saber das coisas desse jeito... Eu vou embora. JORGE (aproxima-se de Beth): - Não, Beth. Você está nervosa. Não pode sair assim. ELIZABETH: - Não, eu estou bem.
Os dois ficam bem próximos.
JORGE: - Você parece precisar de um porto seguro, Beth. Está perdida. ELIZABETH: - Eu só quero encontrar a paz que me foi tirada, Jorge...
Os dois muito próximos, trocando olhares constantes. De repente, a porta do apto se abre. Rosa entra empolgada, trazendo compras.
ROSA: - Jorge! Surpresa! Passei num japonês e trouxe uma comida pra gente/ (vê Jorge e Elizabeth juntos, muda expressão) Atrapalho alguma coisa?
Jorge e Elizabeth ficam sem reação diante do olhar de Rosa.
CENA 33. APTO ISABELA. INT. NOITE.
Lívia e Jonas no apto de Isabela. Os três estão na sala, em silêncio, ouvindo o áudio da gravação que Isabela tem, da sua conversa com Beatriz. A gravação termina.
LÍVIA: - Dá pra ouvir claramente a Beatriz dizendo que a Marilu estava com ela. ISABELA: - E lá no hospital ela não revelou nada disso. LÍVIA; - Claro! Ela não queria ser pressionada! JONAS: - Eu só fico pensando como uma pessoa que se diz amiga de outra, age dessa forma. LÍVIA; - Simplesmente porque ela não era amiga da Beatriz. Ela não é amiga de ninguém. Marilu só pensa nela. ISABELA: - E agora gente, o que eu faço com isso? JONAS: - Entrega para a polícia. É uma prova importante do envolvimento da Marilu nesse caso. LÍVIA; - Sei não. Entregar para a polícia assim direto... ISABELA: - Mas você pretende fazer o quê, Lívia? Se a gente não fizer isso... LÍVIA; - Eu sei de alguém que pode nos ajudar. JONAS; - Quem? LÍVIA: - Jorge. ISABELA: - Mas o Jorge é da polícia também. LÍVIA: - Mas é diferente. Ele está mais envolvido com esses casos, como a própria morte do Tarcísio... E agora, eu estive pensando aqui... Todas as pessoas que a Marilu se aproximou, acabaram morrendo, de forma trágica. Lorena, Beatriz... JONAS: - Tarcísio? LÍVIA; - Não sei, Jonas. Mas não duvido... Depois dessa gravação que eu ouvi e ligando todos os fatos. ISABELA: - Mas ela dizia estar apaixonada pelo Tarcísio. Por que o mataria? JONAS: - Dinheiro? Poder? LÍVIA: - Marilu é capaz de tudo para se dar bem. ISABELA: - Então, será que ela se aproximou da Beatriz para chegar ao Rafael? LÍVIA: - E assim ficar com ele. Não só com ele, mas com o dinheiro, a empresa, tudo! JONAS: - Então, neste caso, o Rafael corre perigo, porque ele pode ser a próxima vítima. ISABELA; - Essa mulher é doente! LÍVIA; - Por isso que a gente precisa fazer tudo isso com muito cuidado... A gente não pode deixar a Marilu fazer essas coisas horríveis e se dar bem. ISABELA: - Pena que não temos provas mais concretas. JONAS: - Mas essa gravação já é um começo. Tem como fazer cópias, Isabela? Por segurança. ISABELA: - Acho que eu consigo sim. LÍVIA; - Ótimo. Essa gravação será o nosso primeiro passo para desvendar essa farsa perigosa que chama Marilu.
CENA 34. APTO MARILU. INT. NOITE.
Marilu e Alexandre no apto dela. Enquanto Marilu prepara algo para comer, Alexandre observa o apartamento, caminha até a janela da varanda.
ALEXANDRE: - Até que tu não mora ruim não hein! Vista bacana daqui. MARILU (vem da cozinha, trazendo sanduíche): - Não te empolga muito. ALEXANDRE: - O apê onde eu morava no Rio, não tinha uma vista bacana assim. Eu até pensei em comprar um à beira mar... Ipanema, Leblon, ou Barra da Tijuca. Mas nunca tive tempo. MARILU: - E ia comprar com que dinheiro? Nem serviço tu tem. ALEXANDRE: - Tenho sim, só que agora estou de folga. MARILU: - Aé? e trabalha no que, Alexandre? ALEXANDRE: - Sou gerente de recursos humanos. MARILU (ri): - Você?! E qual a empresa que emprega você? Funcionário fantasma! ALEXANDRE: - Trabalho por conta própria. MARILU: - Não entendi. ALEXANDRE: - Vou ter usar o popular com você... Sou agenciador, cafetão, o dono do ponto.
Marilu fica séria.
ALEXANDRE: - Consegui fazer um bom pé de meia enquanto eu estava no Rio, mas desde que eu cheguei aqui, minha vida só piora. MARILU: - Estou pasma! Você? Cafetão!... Bom, olhando pelo seu tipo, não era de se duvidar mesmo. ALEXANDRE (aproxima-se de Marilu): - Eu tenho faro pra vadia. MARILU: - Ih, sai pra lá que eu não sou a Lívia não! Não chega perto! (se afasta) Primeiro porque eu não sou nenhuma vadia não. E outra, você está aqui porque me prometeu falar sobre esse segredo da vadia da Lívia. anda, pode começar. ALEXANDRE (aproxima-se de Marilu): - Calma, Marilu! Eu vou te falar tudo o que eu sei sobre a Lívia... Mas antes, a gente poderia fazer algo mais divertido, não acha?
Marilu, se afastando de Alexandre, fica encostada na parede. Alexandre a cerca.
MARILU: - Não chega mais perto de mim. ALEXANDRE: - Se eu chegar mais perto de você, a gente acaba na cama, baby... E sabe que a ideia não é ruim não... MARILU: - Mas é um cachorro mesmo! ALEXANDRE: - Deixa de frescura... Desde a primeira vez que eu te vi, saquei qual é a tua. tu é do ramo, eu sei... (passa a mão na coxa de Marilu) Tem corpão, é bonita... (sussurra) Deve fazer gostoso. MARILU (tentando resistir): - Não faz isso comigo, Alexandre... ALEXANDRE: - Por que? Você não quer?...
Quando os dois estão prestes a se beijar, a campainha toca. Eles se afastam rapidamente.
ALEXANDRE: - Tá esperando alguém? MARILU: - Não!... Se esconde! Sai daqui! ALEXANDRE: - Vou pra onde? MARILU: - Não sei! Some daqui agora!
Alexandre se esconde atrás de uma bancada, próxima da parede. Marilu se ajeita e vai até a porta. Ela abre.
MARILU (surpresa): - Rafael?! RAFAEL: - Desculpa vir sem avisar...
Os dois trocam olhares.
RAFAEL: - Posso entrar?
Marilu
fica sem reação. Encerra com Pra Rua me Levar – Ana Carolina |
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Talismã - Capítulo 35
Novela de Édy Dutra
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