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VALE A PENA LER DE NOVO: RELAÇÕES PERIGOSAS |
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CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS": Milena — Não, espera. Esse negócio de doppelgänger me deixou arrepiada... Que lenda estranha é essa que eu nunca ouvi falar?! Marcelo — Nem eu, Milena. E o mais estranho foi alguém ter mandado isso pro meu celular. Milena — Talvez a pessoa que te mandou isso, queira te avisar sobre alguma coisa.
Milena — (Não entende) O que a Clara tem a ver com isso? Marcelo — Ela tinha uma gêmea, igual esses seres sobrenaturais. Milena — Não, Marcelo! Mas isso não tem nada a ver com gêmeas! Marcelo — Eu sei! Foi só um exemplo, o que eu quis dizer é que/ A fala de Marcelo é cortada por um outro raio. Logo em seguida começa a chover de leve. Marcelo — Acho que daqui a pouco a chuva vai apertar. A gente corre pro carro ou procura um abrigo? ... Marcelo consegue puxar Milena e os dois ficam ali, se divertindo de baixo da forte chuva que cai. Cortes descontínuos dos dois brincando e rindo na chuva. Milena — (Sorri) To me sentido uma retardada fazendo isso. Marcelo — Vai me dizer que você nunca tomou banho de chuva quando criança? Milena — Quando era criança, né Marcelo! Não agora com mais de 20 anos na cara. Marcelo — (Sorri) Pra que se prender em convenções? A gente tem que fazer aquilo que nos deixa feliz. (Tom) Ou vai me dizer que você não tá feliz agora? Milena — (Sorri) To. Mas não pela chuva, e sim pela companhia maravilhosa que você é. Marcelo — Eu também tenho gostado muito de tá com você. Muito... Cada vez mais. Música: Pede a Ela – Tim Maia.
Os dois se aproximam ainda mais um do outro. A água da
chuva escorre sobre o rosto deles. Ambos ficam
analisando o rosto um do outro por alguns instantes, até
que Marcelo toma a iniciativa e beija Milena. Ela
corresponde e se deixa levar pelo beijo. Tempo no close
nos dois se beijando e na água da chuva escorrendo sobre
o rosto deles. Juliana vem do banheiro e vai até Leandro, que está perto da cama. Os dois se beijam. Leandro tira a camisa, joga Juliana na cama e sussurra no ouvido dela. Juliana — (Sorri) Você quer mesmo isso? Leandro — Você faz? Juliana — Nunca fiz, mas vou dar o meu melhor. Juliana sai de baixo de Leandro e sai de cima da cama. Leandro olha para frente e Juliana fica no seu campo de visão. Leandro liga o rádio do quarto de está tocando “You Can Leave Your Hat On - Joe Cocker”. Leandro — Um clássico. Vai lá... Começa o show. Juliana começa a dançar de forma sensual, no ritmo da música. Leandro tira a calça e joga para o chão. Desviamos para o celular escondido que grava Juliana dançando para Leandro.
Milena — (Lê) Quem muito olha para trás, não consegue enxergar o que está bem diante dos seus olhos. (Devolve o celular) Quem mandou isso? Marcelo — Não faço ideia. (Tom) Será que tão falando dessa minha investigação sobre o passado dos meus pais? Milena — Pode ser, mas o que tá bem diante dos olhos que você não enxerga. Marcelo — Sei lá, Milena. Achei isso muito confuso. O celular de Marcelo apita e ele olha. Marcelo — Chegou uma nova mensagem. (Pausa/Lê) Doppelgänger... Milena — Quê? Marcelo — (Entrega o celular) Lê aí. Sabe o que significa? Milena pega o celular de Marcelo e lê. Milena — Nunca ouvi falar nessa palavra. (Devolve o celular) Vou pesquisar. Milena mexe um pouco no celular. Música: Trilha instrumental tensa. [Até o encerramento]. Milena — Ó! Achei... Escuta: (Lê) Doppelgänger é a copia de uma pessoa. Ela deriva das palavras doppel: duplo e gänger: ambulante. É uma lenda alemã que diz que uma pessoa é copiada nos seus mínimos detalhes. (Pausa) Esse fenômeno é diferente da bilocação, pois nesse caso a própria pessoa duplicada controla a cópia. Já com o doppelgänger é diferente: a pessoa copiada, nem se quer sabe da existência dessa duplicação. Marcelo — Isso é mais ou menos como gêmeos. Igual a Clara e a Heloísa, não é? Milena — Mais ou menos. Pelo que eu entendi, nesse caso do doppelgänger, é uma pessoa se passando por outra, copiando, fingindo ser ela. Marcelo — (Intrigado) Que história estranha... Milena — Continuando: (Lê) Um doppelgänger sempre trás consigo coisas ruins.
Luísa — O Marcelo tá lá em baixo? Heloísa — E daí?
Luísa — E daí que o seu prazo pra contar toda a verdade pro
Marcelo acabou. Heloísa — Se você acha que o Marcelo vai ficar chocado quando souber que eu não sou a Clara, imagina só qual vai ser a reação dele ao descobrir o que você sabe sobre a morte do Dr. Coimbra. Luísa — O Coimbra não tem nada a ver com o Marcelo. Heloísa — Tudo bem, então você não vai se importar que ele fique sabendo. (Tom) Vamos fazer assim: você conta o meu e eu conto o seu, pode ser? Heloísa vai sair do quarto, mas é impedida por Luísa que fecha a porta bruscamente. Luísa — Você tá blefando. Heloísa — (Ameaçadora) Paga pra ver. Desce lá e contra pro Marcelo tudo o que você sabe sobre mim pra ver o que eu faço com você. Heloísa abre a porta e faz sinal para Luísa passar. Luísa fica estática, encarando Heloísa. Heloísa — Tenta falar alguma coisa pro Marcelo que eu te arrasto pro inferno junto comigo. Na tensão de Luísa. |
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CAPÍTULO 16 |
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CENA 01. casa de ana carolina. quarto de marcelo. Interior. anoitecer. Continuação da última cena do capítulo anterior. Heloísa com um tom de voz sombrio e calmo. Luísa olha um tanto acuada. Heloísa — (Sombria) Tá com medo, não tá mãezinha? Luísa — (Receosa) Eu to é achando que tudo não passa de invenção sua. Mais uma das suas manobras ardilosas pra manipular as pessoas. Heloísa — (Sombria) Você tem todo o direito de achar isso. Heloísa abre a porta do quarto. Heloísa — É por isso que eu to deixando a porta aberta pra você descer e contar tudinho pro Marcelo. Vai lá mãe, seja dona da verdade. Luísa — Você ainda vai se arrepender de todo o mal que tá fazendo. Heloísa — Mal? Eu to fazendo o Marcelo feliz e você ainda tem a audácia de dizer que eu faço mal pra ele? Mal foi o que você fez pra tia Ana, pro tio Alcides e pra esse Coimbra. Luísa — (Reage/Furiosa) Eu não fiz nada! Eu nunca poderia imaginar que as coisas iriam tomar aquela proporção e/ Luísa se cala e passa a mão no rosto, atordoada. Heloísa se aproxima de Luísa e sussurra no ouvido dela. Heloísa — (Sussurra) A culpa te corrói não é? Luísa encara Heloísa. Heloísa — Quer um conselho? Volta pro seu apartamento e leva o Bernardo junto. Pro próprio bem de vocês. Luísa se prepara para sair do quarto, mas Heloísa a chama. Heloísa — Ah! E se for descer pro jantar, tira essa cara de pavor. Você não vai querer que o Marcelo fique desconfiado, não é? Luísa encara a filha pela última vez e sai do quarto. Heloísa fecha a porta e sorri vitoriosa. Heloísa — Eu não to acreditando que ela caiu nessa historinha. Heloísa se joga na cama. Heloísa — (Pensa) O que será que ela esconde de tão sério. Eu preciso descobrir urgente, antes que ela perceba que eu to realmente blefando. Em Heloísa. CENA 02. casa de ana carolina. escritório. Interior. aNoitecer. Continuação da cena 33 do capítulo anterior. Rudá espera uma resposta de Marcelo que por fim responde. Marcelo — Contar pra Clara do beijo com a Milena? Eu não tinha pensado nisso. Rudá — Se for pra seguir a lógica, você deveria contar. Você não contou quando transou com a Heloísa? Marcelo — Contei, mas... Sei lá! É diferente! Rudá — Diferente por quê? Marcelo — Eu fui enganado pela Heloísa. Ela se passou pela Clara pra transar comigo. Com a Milena não. Eu fiz tudo de coração aberto, sabendo de tudo. Eu tomei a iniciativa! Breve pausa. Rudá — E você se arrepende? Marcelo — Não, Rudá. E isso é o que mais me incomoda. Rudá — Por quê? Marcelo — Como assim? De certa forma eu traí a minha mulher e não to com nem um pouco de culpa! Eu sei que ultimamente a Clara anda um pouco estranha, meio surtada. Mas isso não é justificativa pra nada. Eu amo a Clara. Rudá — E a Milena? Marcelo — Não vou mentir: ela tá mexendo muito comigo, sim. CENA 03. casa de giancarlo. quarto de milena. Interior. aNoitecer. Continuação da cena 31 do capítulo anterior. Milena e Yasmin conversam. Yasmin — (Surpresa) Você e o Marcelo se beijaram? Conta essa história, Milena. Milena — Bom, ontem a gente se encontrou pra conversar sobre um assunto que não vem ao caso dizer qual era... Enfim, começou a chover, a gente procurou um abrigo pra não se molhar. (Pausa) Ah Yasmin, acabou rolando. Yasmin — E rolou só o beijo? Milena — Sim, eu fiquei sem chão depois dele e fui embora sem falar nada. Yasmin — Esse beijo te perturbou, então. Milena — Um pouco. A verdade é que eu to com um pouco de remorso pelo que eu fiz com o Leandro. Yasmin — Remorso por que, Milena? Você não fez nada de caso pensado. Milena — Mas foi errado. Yasmin — Sabe o que eu acho? Que esse beijo só serviu pra despertar algo que já tava adormecido aí dentro. Milena — (Não entende) O que? Yasmin — Que você tá gostando dele. Milena fica em silêncio por alguns instantes. Milena — Para de falar bobagem, Yasmin. Yasmin — Não é bobagem. Se você não tivesse gostando nem um pouquinho que fosse do Marcelo, esse beijo não teria mexido com você. Milena — (Pensa) Então quer dizer que isso significa que eu esteja começando a me apaixonar por ele? Yasmin — (Concorda) Significa. CENA 04. motel. quarto. Interior. aNoitecer. Leandro deitado na cama só de cueca. Juliana acaba o streap tease e está só de roupas intimas. No rádio, continua tocando “You Can Leave Your Hat On - Joe Cocker”. Leandro — (Chama) Vem cá, gatinha. Juliana sorri e vai até Leandro. Ela sobe beijando o abdômen, o peito, até chegar na boca de Leandro. Os dois se beijam com voracidade. Leandro domina Juliana e fica por cima dela. Leandro sussurra no ouvido de Juliana. Leandro — (Sussurra) Já foi chupada? Juliana sorri. Juliana — É difícil encontrar alguém que saiba fazer direito. Leandro — Então se prepara porque hoje eu vou te levar pro céu. Juliana volta a sorrir. Leandro vai beijando o corpo de Juliana e vai baixando, se aproximando cada vez mais das pernas dela. Juliana começa a dar leves gemidas. Sequência de Planos detalhes: Juliana revirando os olhos, umedecendo os lábios e apertando o lençol com as mãos. Corte descontínuo: Juliana sem folego. Leandro sobe e encara ela. Juliana — (Ofegante) Nossa... Eu... Leandro — Esse é só o começo. Leandro beija Juliana com voracidade, enquanto passa as mãos pelo corpo dela, se preparando para tirar o sutiã dela. Deixamos os dois ali e vamos buscar o celular que está escondido dentro de um vaso de flores e está filmando tudo. [Música do rádio vai cessando]. CENA 05. rio de janeiro. Exterior. Noite. Stock-shot da cidade à noite. CENA 06. casa de ana carolina. sala. Interior. Noite. Luísa sentada no sofá, pensativa. Bernardo entra da rua e vai até ela. Bernardo — Então mãe. O que você vai fazer em relação/ Bernardo olha em volta e se certifica que não tem ninguém além deles. Bernardo — (Continua) Em relação à Heloísa? Luísa — Nada. A sua irmã sabe muito bem o que faz. Eu não vou me intrometer na vida dela. Bernardo — (Surpreso) Eu não acredito que você tá falando uma coisa dessas! (Baixo) Ela ta mentindo, se passando pela Clara. Luísa — E o que você quer que eu faça? Bernardo — Que conte toda a verdade pro Marcelo. Luísa — Se você acredita tanto na verdade, porque você mesmo não conta ela? (Pausa) Porque vai perder essa mordomia toda, né? A Heloísa tá te pagando pra você ficar calado? Bernardo — (Retruca) Pelo jeito você também tá sendo, né? Porque você entrou no jogo dela direitinho. Luísa — (Reage/Se levanta) Você me respeite!/ Heloísa vai descendo as escadas e interrompe o inicio da discussão. Heloísa — Ai, como a minha família é unida e feliz. A-do-ro! Bernardo — (Rude) Cala a boca você! Heloísa — Tá nervosinho, é? Antes de começar a dar pití, não esqueça que você tá na minha casa. Bernardo — O que você fez pra mãe? Ameaçou matar ela caso contasse a verdade? Igual você fez comig/ Luísa — (Corta/Nervosa) Chega! Parem vocês dois! Eu não aguento mais isso! Heloísa — Olha só o que você tá fazendo, Bernardo! A nossa mãe recém saiu de uma clínica e você fazendo ceninha? Bernardo — (Inconformado) Você é uma cretina, Heloísa. Heloísa vai abraçar Luísa, mas ela afasta a filha. Luísa — Me larga. Marcelo entra vindo do escritório. Marcelo — Tá tudo bem aqui? Escutei algumas vozes exaltadas. Heloísa — Não é nada não, meu amor. Só briguinha entre irmãos. Sabe como é. Marcelo — Não sei. Nunca tive. Heloísa — Ah é verdade, tinha esquecido disso. Marcelo olha para Luísa. Marcelo — Luísa. Tá tudo bem com a senhora? Luísa — (Séria) Tá sim, meu querido. Só to um pouco cansada. Aparecida vem da sala de jantar. Aparecida — Com licença, o jantar já vai ser servido. Marcelo — Obrigado, Aparecida. Já estamos indo. Aparecida — Com licença. Aparecida volta para a sala de jantar. Marcelo — (Para todos) Vamos? Marcelo e Bernardo vão para a sala de jantar na frente. Luísa vai mais atrás, mas é sutilmente segurada por Heloísa, que sussurra no seu ouvido. Heloísa — (Sussurra) Melhora essa cara, mãezinha. Ou você quer que o Marcelo saiba quem você é de verdade? Luísa se solta de Heloísa e vai para a sala de jantar. Heloísa sorri, satisfeita. CENA 07. prédio de otávio. frente. Exterior. Noite. Carro de Leandro parado quase na esquina do prédio de Otávio. Corta para o interior do carro: Leandro e Juliana se despedem. Leandro — Tá entregue. Juliana — Quando a gente vai se ver de novo? Leandro — Em breve. Os dois se beijam pela última vez e Juliana sai do carro. Leandro pego o celular. Leandro — O teste mostrou que você merece uma segunda vez... Agora vamos ver a performance em vídeo. Leandro sorri, sacana. CENA 08. ap de otávio. sala. Interior. Noite. Juliana entra da rua. Giovanna por ali, vê a filha entrar. Giovanna — Juliana! Isso são horas de chegar? Onde você tava? Juliana — Por aí. Giovanna — Como por aí? Isso não é resposta! Juliana — (Subindo as escadas) Agora não, mãe. Giovanna — Juliana volta aqui! Juliana já subiu. Otávio vem do escritório. Giovanna — Você viu a sua filha? Otávio — Agora ela é só minha? O que ela fez? Giovanna — Chega em casa a essa hora e não dá explicações. Vai lá falar com ela. Otávio — Ah Giovanna! Eu tenho mais com que me preocupar. Quer ficar controlando os horários dela, faça isso você mesma. Tenha paciência. Giovanna — Você poderia se fazer mais presente! Otávio — Mais presente do que isso? Otávio abre os braços, mostrando tudo o que há no apartamento. Otávio — A gente mora numa cobertura duplex. Ainda não é a mansão que eu almejo, mas é um belo de um apartamento. A gente conseguiu isso não foi com o seu salário medíocre de gerente de shopping. Foi graças a mim. (Pausa) Dá licença que eu vou dormir. Meu dia não é só ficar convencendo perua a comprar joias. Otávio sobe as escadas. Música: Say You Say Me – Lionel Richie. Giovanna deixa uma lágrima escorrer do rosto e fica ali, humilhada. CENA 09. rio de janeiro. Exterior. Dia. Música continua. Stock-shot do Rio de Janeiro ao amanhecer. Música cessa. CENA 10. casa de gregório. sala de jantar. Interior. Dia. Tarsila e Karina à mesa tomando o café da manhã. Tempo e Gregório entra da sala e se senta à mesa. Gregório — Bom dia. (Pra Tarsila) Vai fazer o que hoje, Tarsila? Karina — Nada. Como sempre, né? Tarsila arranca um pedaço de pão e enfia na boca de Karina. Tarsila — Ocupa a boca mastigando e para de se intrometer na conversa dos outros. (Pra Gregório) Por que o interesse, meu querido? Gregório — Porque eu acho que você vai ter que passar a trabalhar na Barão. Karina — A mãe trabalhando? Essa eu quero ver! Tarsila arranca outro pedaço de pão e enfia na boca de Karina. Tarsila — Quieta (Surpresa/Pra Gregório) Como assim?! Mas eu nunca precisei! Vai me dizer agora que é por causa da crise? Gregório — Não, é por causa do Marcelo mesmo. Já imaginou o que pode acontecer se ele descobre que você é uma funcionária fantasma? Karina — Funcionário fantasma não é aquele que ganha sem ir trabalhar? Tarsila — Não é nada disso. Tarsila tampa os ouvidos de Karina com as mãos. Tarsila — (Pra Gregório) E você acha que aquele caipira que mal terminou o colégio vai descobrir os seus esquemas? Gregório — Meus não! Nossos! Não se esquece que a ilegal na história é você. Tarsila — Não vem querer bancar o santinho que o seu telhado também é de vidro. Karina — Mãe, tira a mão dos meus ouvidos que eu to escutando tudo. Tarsila tira as mãos das orelhas de Karina. Karina — Vocês são tudo doido. (Se levanta) Hoje depois da aula eu vou fazer um trabalho em grupo lá na casa do Marcelo. Tarsila — E o Marcelo agora é seu colega de aula? Gregório — Burro do jeito que parece ser, não duvido. Karina — Claro que não, né? É que eu vou fazer com o Samuel, aquele meu colega que mora lá. Tarsila — Ah o parente do empregado. (Tom) Karina, não sei de onde vem essa sua mania de se meter com o proletariado. Karina — Melhor com o proletariado do que com gente rica que dá golpe na empresa da própria família com funcionários fantasmas, né mãe? Karina sai da sala de jantar. Tarsila e Gregório se olham e se calam. CENA 11. shopping. Interior. Dia. Giovanna e Jardel sentados um diante do outro. Conversa já iniciada. Jardel — Se você quer falar sobre aquele beijo. Eu sei que fui intempestivo, desculpa por/ Giovanna — (Corta/Sutil) Não precisa se desculpar. Eu te chamei aqui foi por causa disso sim. (Pausa) Mas foi porque eu gostei. Jardel — (Sorri) Gostou é? Jardel pega na mão de Giovanna. Giovanna — Eu tava me sentindo culpada, mas sinceramente: O Otávio não tá merecendo a mínima consideração minha. Ele me trata como se/ Jardel — (Corta) Não fala dele. Vamos falar de nos dois... Ou melhor, não vamos falar nada. Eu to louco de vontade de te beijar. Giovanna — Então beija. Jardel beija Giovanna com muita intensidade. O beijo cessa. Giovanna — Eu preciso ir trabalhar. Jardel — Vamos nos encontrar no horário do almoço. Eu conheço um lugar ótimo que a gente pode ficar bem sossegado. Giovanna — (Sorri) Combinado. Me manda uma mensagem mais perto e a gente combina direitinho. Agora eu tenho que ira pra loja. Giovanna beija Jardel, se levanta e sai. Em Jardel sorrindo feliz. CENA 12. colégio são sebastião. corredor. Interior. Dia. Movimentação cotidiana de alunos circulando. Yasmin vai até Juliana. Yasmin — (Eufórica) Vai! Conta tudo! Quero todos os detalhes da noite de ontem. Até os mais sórdidos. Juliana — Tá muito assanhadinha, hein? Yasmin — Conta! Ontem eu quase morri de curiosidade pra saber! Por que você não respondeu as minhas mensagens? Juliana — Porque eu queria te contar tudo pessoalmente. Yasmin — Então conta, vai! Juliana — Foi incrível, amiga! Você não faz ideia do que é a pegada dele. Fico arrepiada até de lembrar. Yasmin — Então a noite foi forte ontem. Juliana — Fortíssima. Foi mil vezes melhor que qualquer um. Yasmin — Ui! Fiquei curiosa pra saber quem é esse cara que tá fazendo você subir pelas paredes. (Tom) Tem foto dele, gata? Juliana — Só aquela que tá no perfil do Whats. Quer ver? Yasmin — Quero! Mostra! Juliana pega o celular e começa a mexer. Juliana — As conversas vão te chocar. Yasmin — Você acha mesmo que eu sendo sua amiga, alguma coisa ainda vai me chocar? Mostra logo a foto! Juliana mostra o celular para Yasmin. Close na tela que mostre uma foto de Leandro. Reação de Yasmin surpresa. Yasmin — (Surpresa) Qual é o nome dele? Juliana — Leandro. (Tom) Gato, né? Yasmin — Deixa eu ver as conversas. Juliana — Ah vê aí. Tem horas que ele fica bem safadinho. Yasmin lê as mensagens, perplexa. Yasmin — (Chocada) Eu não acredito nisso. (Baixo) Que filho da puta! Juliana — (Sorri) Chocou, né gata? Te disse que a coisa era forte aí. Yasmin — (Baixo) Eu não acredito que ele tá fazendo isso. Yasmin entrega o celular para Juliana e sai caminhando pelo corredor, perplexa. Juliana — Yasmin! Aonde você vai?! Juliana fica ali sem entender o que está acontecendo. CENA 13. praça da tijuca. Exterior. Dia. Pessoas circulam pelo local. Rudá e Daiane se beijam com muito desejo. Ela o afasta, toma um ar. Daiane — Vai com calma. Rudá — Por que, Dai? A gente quase nunca tá se vendo. Daiane — Mas nem por isso precisa tirar o atraso em pouco tempo. Rudá — Tá, parei. Só o último. Rudá beija novamente Daiane, que ri. Daiane — Como é que tá o trabalho lá? Curtindo? Rudá — Bastante, o Marcelo é muito gente boa. (Tom) Dei uma escapadinha no meu horário de almoço pra vir te ver... E você regulando beijinho? Daiane — (Sorri) Eu não to regulando nada. Rudá — E você? Ainda tá dando aulas naquela academia de dança? Daiane — To, mas ainda são as minhas apresentações com o Jamal na Gafieira do Seu Coisinha que me rendem mais. Rudá — (Cara fechada) Não gosto desse Jamal. Daiane — Por quê? Ele é um querido! Rudá — (Ciúmes) E precisa falar desse jeito? Toda derretida pelo negão? Daiane — (Ri) Ih! Qual foi? E se eu tivesse? O que você tem a ver com isso? Rudá — Tem que você é minha! Daiane — Eu não sou sua, gato. Coloca isso na sua cabeça. (Tom) A gente se curte? Sim, muito. Mas eu não sou objeto pra ser propriedade de alguém, tá. (Se levanta) Eu tenho que ir porque eu tenho um ensaio marcado com o Jamal. Rudá — (Se levanta) Espera, Daiane. (Segura ela) Eu não quis ofender. (Tom) Poxa, você sabe como eu fico quando você fala do Jamal. Eu sei que a gente não tem nada sério, mas eu sinto ciúmes mesmo assim. É crime? Daiane — Não, claro que não. Rudá — Não tá braba comigo, né? Então me dá um beijo. Daiane sorri e beija Rudá. CENA 14. motel. quarto. Interior. Dia. Giovanna e Jardel entram no quarto se beijando. Giovanna — (Culpada) Eu não sei se to fazendo a coisa certa, Jardel, Eu me sinto culpada por tá traindo o Otávio. Jardel — Mas você mesmo disse que ele não merecia a sua consideração. Giovanna — Eu sei é que... Jardel — Se você quiser, a gente vai embora. Nós não vamos fazer nada que você não queira. Giovanna fica um tempo pensativa, até que tira a aliança do dedo e coloca em cima da mesa. Giovanna — Quero muito. Os dois vão se beijando enquanto tiram a roupa um do outro. CENA 15. barão do alambique. frente. Exterior. Dia. Tomada geral da frente da Barão do Alambique. CENA 16. barão do alambique. antessala. Interior. Dia. Adelaide trabalha em sua mesa. Leandro sai do elevador e passa por ela. Adelaide — Boa tarde, Dr. Leandro. O Dr. Gregório e o Dr. Marcelo aguardam o senhor para a reunião. Leandro concorda com a cabeça e entra na sala de reuniões. Telefone toca e Adelaide atende. Adelaide — (Tel) Barão do Alambique, boa tarde. (Pausa) Dr. Gregório está em reunião durante toda à tarde. Quem gostaria? CENA 17. barão do alambique. sala de reuniões. Interior. Dia. Sala ampla com uma mesa grande e várias cadeiras em volta. Gregório e Marcelo sentados à mesa. Leandro entra. Leandro — Desculpa o atraso. Gregório — Tudo bem. Agora que você chegou, a gente pode começar. Marcelo — Só nós que vamos participar dessa reunião? Leandro — (Senta) Na verdade eu nem precisaria tá aqui. Você e o pai é que tem as ações. Gregório — Bom, vocês leram o relatório que a dona Adelaide entregou pra vocês? Hoje a gente vai falar da nova cachaça que a Barão do Alambique vai lançar nos próximos meses. Marcelo e Leandro dão algumas foleadas no relatório, enquanto Gregório continua falando. Gregório — Como vocês podem ver, essa a nova linha de cachaças vai contar com algumas misturas nos seus componentes. Além da tradicional mistura com limão, ainda vamos ter a nossa cachaça misturada com morango, maracujá e laranja. Esses vão ser os sabores que vão estar prontos no lançamento. Aí dependendo da receptividade do público com o novo produto, a gente pode analisar a possibilidade de lançar novos sabores. Marcelo — Essa mistura não faz com que a cachaça perca originalidade, tio? Gregório — Faz sim, Marcelo, mas pros mais conservadores. E essa nova linha, o nosso público-alvo são os mais jovens, que não querem perder tempo misturando a cachaça com o limão pra fazer a caipirinha quando forem dar uma festa. Entende? Marcelo — To entendendo sim. Leandro — Inclusive vai ser por isso que a estratégia de lançamento desse novo produto, tá sendo trabalhada com uma linguagem mais jovem e descontraída pela agência de publicidade contratada. Gregório — Bem lembrado, Leandro. Gregório continua falando em off. CENA 18. casa de giancarlo. sala. Interior. Dia. Yasmin andando pela sala com o celular ao ouvido. Divinéia limpa o local e a observa. Yasmin — (Cel) Alô pai? CENA 19. giacomelli exportações. sala de rogério. Interior. Dia. Rogério falando ao celular. Rogério — (Cel) Oi filha. Yasmin — (Off) A Milena tá aí na empresa? Eu ligo pro celular dela e ninguém atende. Rogério — (Cel) Não sei. Eu posso te passar o número dela aqui do escritório aí você vê. (Tom) Aconteceu alguma coisa? CENA 20. casa de giancarlo. sala. Interior. Dia. Yasmin falando ao celular. Yasmin — (Cel) Não. Não aconteceu nada. Me passa o número dela que eu ligo praí. (Pausa) Tá, obrigada. Beijo. Yasmin tira o celular do ouvido. Yasmin — (Off/Pensa) Acho que não é uma boa liga pra ela. Esse não é o tipo de notícia que se dá por telefone... (Voz alta) Não é não. Divinéia — Não é o que, menina? Yasmin — O que? Divinéia — Desde que chegou da escola você tá muito estranha. Ta acontecendo alguma coisa? Yasmin — Não tá acontecendo nada. Em Yasmin pensativa. CENA 21. barão do alambique. sala de reuniões. Interior. Dia. Gregório, Marcelo e Leandro seguem em reunião. Gregório — O último ponto dessa reunião é sobre as embalagens novas. A gente ainda tá vendo quem vão ser os responsáveis por fazer o desenho dela. Marcelo — Por que a gente não chama a Clara? Gregório — A Clara? Marcelo — Ela é formada em design de produtos, embalagens, sei lá. Ela faz esse tipo de trabalho. Leandro — Boa ideia, Marcelo. A Clara estudou anos na Espanha, tem capacidade suficiente pra desenvolver as novas embalagens. Gregório — Realmente eu não tinha pensado nela. Acho que pode ser ela sim. Leandro tenta disfarçar o sorriso irônico. Leandro — Garanto que ela vai adorar essa proposta. Gregório — A reunião tá encerrada. Obrigado e desculpa por tomar a tarde toda de vocês. Marcelo — Foi muito bom participar da reunião, tio. Assim eu começo a ficar por dentro de tudo que acontece. Gregório — Claro. Aos poucos isso acontece. Marcelo — Eu já vou indo. Até amanhã. Marcelo sai da sala. CENA 22. barão do alambique. estacionamento. Exterior. Dia. Marcelo caminha pelo estacionamento. Milena — (Off) Marcelo. Marcelo se vira em direção à voz e vê Milena ali, um pouco mais afastada. Marcelo — Milena? O que você tá fazendo aqui? Milena — (Se aproxima) Eu precisava muito falar com você. Marcelo — Sobre o que? Milena — Você sabe sobre o que, Marcelo. Sobre o que aconteceu aquele dia. Breve tempo em um silêncio quase constrangedor. Marcelo — Desculpa, Milena. Eu não/ Milena — (Corta) Não, eu não vim aqui pra recriminar ou pra ficar de cara com o que aconteceu. Vou ser sincera e dizer que eu andei pensando muito no nosso... Enfim, no que aconteceu. Marcelo — Eu também tenho pensado bastante nisso. Milena — Sei que você é primo do Leandro e o nosso encontro às vezes vai ser inevitável. Mas eu queria que a gente evitasse de se ver o máximo possível. Marcelo — Por quê? Aquilo foi um impulso. Eu prometo que não vai acontecer de novo. Milena — Eu acredito em você. Mas se aconteceu uma vez, pode muito bem acontecer de novo. E a gente não se encontrando, fica muito mais fácil de controlar esses impulsos... Tanto pra vocês quanto pra mim. Marcelo — Se é assim que você quer, eu te entendo. A gente se fala o mínimo possível. Os dois ficam se olhando por alguns instantes, até que são interrompidos pela voz de Leandro. Leandro — (Off) Milena? Marcelo e Milena olham para Leandro. Leandro — O que vocês tão fazendo? Marcelo e Milena se olham, sem saber o que responder. CENA 23. ap de otávio. sala. Interior. Dia. Juliana estirada no sofá com o pensamento longe. Neide faxina o local. Neide — Posso saber porque a senhorita tá com essa cara de boba? Juliana — (Brinca) Pode não! Deixa de ser folgada. Tá achando que aqui é novela que as empregadas ficam se intrometendo em tudo? Neide — Primeiro que eu não sou empregada. Sou diarista! Segundo que eu te conheço há anos Juliana. E essa carinha diz que você tá apaixonada. Juliana — Aí, cala a boca Neide. Não sei de onde você tirou isso. Neide — Tá na sua cara. CENA 24. barão do alambique. estacionamento. Exterior. Dia. Continuação de cena 22. Leandro diante de Milena e Marcelo, esperando uma resposta. Milena — (Vai até Leandro) Vim te ver. O que mais seria? Milena beija Leandro. Marcelo desvia o olhar no momento do beijo. Leandro — Sei lá. Vocês dois tão sempre entretidos com essa história dos pais de vocês que eu achei que pudesse ter algo a ver. Milena — Não tem nada. Encontrei o Marcelo por acaso. Leandro — E o que você tá fazendo aqui no estacionamento? As salas ficam por outro caminho. Marcelo — Eu preciso ir. Até amanhã. Marcelo segue caminhando em direção ao seu carro, enquanto Milena e Leandro seguem conversando. Milena — E você tá cheio de perguntas, hein. Tchau pra ti. Leandro — (Segura) Ei espera! Diz que vem me ver e não fica rápido assim? Milena — É que eu vim te ver e não ficar respondendo interrogatório. Depois a gente se fala, tchau. Milena vai embora. Leandro fica ali sem entender o que aconteceu. CENA 25. rio de janeiro. Exterior. Noite. Música: Another Sad Love Song - Toni Braxton. Stock-shot da cidade do Rio de Janeiro. Música: [Fade out]. CENA 26. casa de gregório. escritório. Interior. Noite. Gregório e Leandro. Conversa já iniciada. Leandro — Aconteceu uma coisa muito estranha hoje quando eu tava saindo da Barão. Lá no estacionamento. Gregório — O que foi? Leandro — Eu encontrei a Milena conversando com o Marcelo e... Sei lá, tive a sensação de que eles tavam me escondendo alguma coisa. Gregório — (Não se importa) Deve ser paranoia sua. Leandro — (Reticente) Será? Com aquela história da morte do pai dela não ter sido acidente, eles ficaram um pouco próximos... Eu não gosto disso. Gregório — Deixa de bobagem e para de ficar gastando energia em coisa que não importa. Se concentra no nosso principal objetivo: Não deixar que o Marcelo cresça na Barão. Leandro — Você vinha com umas conversas que ia tirar ele do nosso caminho, mas até agora ficou só na promessa, né? Gregório — Tudo tem que ser feito no seu devido tempo, Leandro. E agora que o Marcelo tá efetivamente dentro da empresa, esse momento chegou. Leandro — E o que você pretende fazer? Gregório — Primeiro: conseguir a maior parte das ações da empresa. Leandro — Impossível. O Marcelo tem 50% e duvido que ele queira vender. Gregório — É, mas eu to tendo umas ideias aqui. Em Gregório com ar misterioso. CENA 27. CASA DE ANA CAROLINA. SALA. Interior. Noite. Marcelo, Heloísa, Luísa e Bernardo entram vindos da sala de jantar. Marcelo — Luísa, o seu jantar estava maravilhoso. Luísa — (Sorri) Obrigado, Marcelo. Mas o jantar não é meu, os empregados que fizeram tudo. Eu só dei algumas dicas de cardápio. Marcelo — Dicas ótimas, parabéns. (Tom/Pra Heloísa) Clarinha, tenho uma novidade pra você. Heloísa se aproxima de Marcelo e o beija. Heloísa — Ah é? O que? Marcelo — Hoje eu participei de uma reunião com o Gregório e com o Leandro. A Barão vai lançar uma nova linha de cachaças, e ela vai precisar de uma nova embalagem. Heloísa — (Finge interesse) Hummm. Que legal. Marcelo — Então como o produto vai precisar de novas embalagens, a gente pensou em você pra desenhar elas. Heloísa — (Surpresa) Eu?! Mas eu não sei fazer isso! Marcelo — Como assim não sabe? Quando a gente se conheceu você disse que tinha se formado em design de produtos. Como é que agora você me diz que não sabe? Na tensão de Heloísa. CENA 28. CASA DE GIANCARLO. QUARTO DE YASMIN. Interior. Noite. Yasmin sentada na cama, pensativa. Tempo e Milena entra e fecha a porta. Milena — (Sentando) Que carinha é essa? Yasmin — (hesitante) Não é nada. Milena — (Insiste) Tem certeza? Há alguns dias você me encheu o saco dizendo que eu tava estranha. Agora quem tá estranha é você... Não quer mesmo me contar? Yasmin — Quero, mas... Milena — (Carinhosa) Então, gatinha. Fala pra mim o que tá preocupando esse coração. O que aconteceu com você? Yasmin fica um tempo em silêncio, receosa. Yasmin — Comigo não aconteceu nada. Na verdade tem a ver com você. Milena — Como assim comigo? Yasmin — É sobre o Leandro. Eu não queria ter que te falar isso, mas ele tá te traindo. Em Milena surpresa. Fade Out. Música de Encerramento: That I Would Be Good - Alanis Morissette. |
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Relações Perigosas - Capítulo 16
Novela de Felipe Porto
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