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Talismã - Capítulo 41

Novela de Édy Dutra
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No capítulo anterior de Talismã:

HENRI: - Estão lindas!... Vai ficar tão bonito!

A campainha toca. Henri vai até a porta para atender. Ao abrir a porta, ele é empurrado por Marilu e Alexandre, que invadem o apto.

HENRI: - Mas o que está acontecendo aqui?!
ALEXANDRE (aponta a arma): - Não faz nada não, bichinha! (fecha a porta)
MARILU (irônica): - Henri, meu querido.
HENRI: - Marilu! O que você está fazendo?! Você deveria estar presa!

Marilu dá um tapa no rosto de Henri.

MARILU: - Nunca mais diga uma coisa dessas! Verme!

Marilu encara Henri, que está totalmente aflito.

MARILU: - Eu vim aqui porque você vai nos ajudar.
HENRI: - Ajudar?!
ALEXANDRE: - Isso mesmo... E eu não estou afim de ter um não como resposta.

Alexandre aponta a arma para Henri, que está completamente aflito. Marilu o encara, expressão séria.

...

JONAS: - No meio de toda essa felicidade, eu não poderia deixar de expressar a minha. E dizer que, ela, a minha felicidade, só vai estar completa quando eu estiver com ela do meu lado, para sempre.
LÍVIA: - Como assim, Jonas? Não entendi... (risos)
JONAS: - A minha felicidade, é você, Lívia. E eu só vou ser feliz plenamente, com você do meu lado, a cada dia, cada hora, o tempo todo... Sentindo seu perfume, tocando a sua pele, vivendo o encantamento deste teu olhar sedutor.
CARLA: - Gente, mas isso é uma declaração de cinema!
BRENO: - Invejei! (risos)
PLÍNIO: - Esse meu amigo é um poeta!
LÍVIA: - Jonas... Eu nem sei o que dizer.
JONAS: - Diga sim.


 


CAPÍTULO 41 (PENÚLTIMO CAPÍTULO)
 

CENA 01. PENSÃO BEM QUERER. INT. DIA.

Continuação do capítulo anterior. Jonas se ajoelha. Tira do bolso uma caixinha pequena, que ao abrir, revela um par de alianças douradas. Todos ficam maravilhados. No mesmo instante, Rafael chega de surpresa na pensão, acompanhado de Vitória. Lívia o vê.

JONAS: - Lívia, aceita se casar comigo?
Jonas fica a olhar Lívia, ansioso pela resposta dela, que, por sua vez, se mostra surpresa com a chegada de Rafael, que não tira os olhos dela.
JONAS: - E então, meu amor... Casa comigo?

Rafael observa tudo atento, também ansioso pela resposta de Lívia.

ALAÍDE: - Fala logo, Lívia! Quer matar todo mundo de ansiedade?!
CARLA: - Vamos amiga, aceita!

Lívia tira os olhos de Rafael, encara Jonas.

LÍVIA: - Sim. Eu aceito.

Jonas se levanta, abraça Lívia, girando. Todos vibram. Rafael abre um sorriso.

RAFAEL (a Vitória): - Eu vou indo nessa…
VITÓRIA: - Tá bom. Valeu pela carona!

Rafael vai saindo. Antes, dá uma olhada para trás. Vê Lívia e Jonas se beijando, felizes. Rafael vai embora. Jonas e Lívia trocam alianças.

JONAS: - Depois, na cerimônia, a gente renova os votos.
LÍVIA: - Vamos renovar todos os dias... Antes e depois da cerimônia. Sempre.
PEDRO (corre e abraça Lívia): - Mamãe vai casar!
JONAS: - Você deixa, Pedro, sua mãe casar comigo?
PEDRO: - Deixo. Assim você pode brincar comigo todos os dias!

Jonas abraça Pedro, enquanto Lívia recebe os cumprimentos de Alaíde e Oscar.

ALAÍDE: - Você é muito importante na vida do meu filho. Faça ele muito feliz e seja feliz também.
LÍVIA: - Pode ter certeza que farei isso sim, dona Alaíde.
OSCAR: - E eu quero netos!
ALAÍDE (cutuca Oscar): - Por favor, Oscar!
OSCAR: - Ora, vai dizer que você também não quer?

Lívia ri.

ALAÍDE: - Claro que eu quero, mas tudo tem seu tempo…
LÍVIA: - Não se preocupe, seu Oscar. Eu também pretendo ter mais um filho, pelo menos. Mas como disse a dona Alaíde e eu assino embaixo, tudo tem seu tempo.

Enquanto isso, Jonas recebe os cumprimentos de Plínio, Breno e Kléber.

PLÍNIO: - Eu to feliz e um tanto nervoso ao mesmo tempo, parceiro.
JONAS: - Por que, Plínio?
PLÍNIO: - Feliz porque você tá feliz, vai casar com quem você ama... Mas nervoso, porque desse jeito, vocês me colocam na pressão, mano! Primeiro chefinho, agora você. Todo mundo casando! Daqui a pouco a Tati vai querer também e aí...
KLÉBER: - E aí você casa. Simples. (ri)
JONAS: - Ninguém escapa, Plínio. Como você mesmo diz, vai chegar a hora de colocar a coleira.
BRENO: - Acho que sei o que você está sentindo, Plínio. Carla também já anda pensando em subir ao altar.
KLÉBER: - Mulheres... Por mais independentes que sejam, não apagam os sonhos antigos. Casamento, vestido, véu, grinalda.
JONAS: - Já tenho que me preparar pra tudo isso.
PLÍNIO: - Véu e grinalda pra você? (risos)
JONAS: - Claro que não! Mas na festa, em tudo que precisa... KLÉBER: - Não se preocupa, meu caro. Olha lá, a sua organizadora.

Eles riem. Kléber aponta para Louise e Carla, que conversam Lívia.

LOUISE: - Já sabe, né amiga! O que precisar pra organizar a sua festa, pode contar comigo!
LÍVIA: - Claro que eu vou querer a sua ajuda sim, Louise. Quero um festão de arromba!
CARLA: - Ai que tudo! (abraça Lívia) Estou muito feliz por você.
LÍVIA: - Muito obrigada, amiga. Eu também estou feliz por você. E vou ficar ainda mais se você estiver do meu lado no altar, como madrinha do casamento.

Carla se emociona.

CARLA: - Eu?!
LÍVIA: - Quem mais seria? Minha irmã, amiga, companheira, conselheira, tudo!

As duas se abraçam fortemente. Enquanto isso, Vitória e Tatiana conversam.

VITÓRIA: - Cheguei numa hora bem boa!
TATIANA: - Fiquei tão feliz pela Lívia. E achei tudo tão romântico!
VITÓRIA: - Eu também fiquei muito feliz…
TATIANA: - Mas é uma surpresa ver você aqui, Vitória.
VITÓRIA: - Ah sim, eu vim porque eu queria falar justamente com você. Na verdade, fazer uma proposta.
TATIANA: - Proposta?
VITÓRIA: - Sim. Agora que eu já estou trabalhando na nova coleção da Amaro, eu preciso de alguém pra me dar assistência lá no meu setor. Outros projetos de novas coleção estão surgindo na minha cabeça e eu preciso de alguém pra me ajudar a organizar tudo isso. Enfim. Eu quero que você seja minha assistente na Amaro. TATIANA: - Eu? De volta na Amaro?!
VITÓRIA: - É!
TATIANA: - Mas é claro que eu aceito! (abraça Vitória) Eu sempre gostei de trabalhar lá, me sentia em casa!
VITÓRIA: - Então agora você pode voltar pra casa! (ri)
TATIANA: - Antes eu preciso falar com o Roberto. Ele me deu maior força lá no restaurante. Não posso sair assim, do nada.
VITÓRIA: - Claro. Tenha o tempo que precisar para poder voltar. Só não demora muito! O trabalho está batendo à nossa porta! (ri)
 
Todos estão felizes, conversando, confraternizando.

CENA 02. DELEGACIA. INT. DIA.
 
Jorge está reunido com Pereira e Hugo.

JORGE: - E então, alguma notícia da Marilu e do comparsa, Alexandre?
HUGO: - Nada ainda Jorge.
PEREIRA: - A única informação que a gente tem é que, pelo menos nos postos da fronteira do Estado, eles não passaram.
JORGE: - Fez contato com todos?
PEREIRA: - Todos.
HUGO: - É provável que nem tenham saído de São Paulo.
JORGE: - Assim espero... A gente não pode deixar esses dois escaparem!
 
CENA 03. APTO HENRI. INT. DIA.
 
Clima tenso. Marilu e Alexandre pressionam Henri.

MARILU: - Então, vai me ajudar ou não?
HENRI: - O que você quer?
MARILU: - Dinheiro.
HENRI: - Não tenho.
MARILU: - Tem sim.
HENRI: - Não tenho não! Não tenho dinheiro!
MARILU: - Você vai abrir uma espelunca nova e vendeu a Age Aquárious! Deixa de ser mentiroso, Henri!
ALEXANDRE: - Quem sabe a gente dá um fim nessa bixinha e leva tudo de valor daqui do apartamento?
MARILU: - E você acha que tem alguma coisa de valor nessa porcaria? Nem o dono presta!
HENRI: - Olha quem falando. A maior vagabunda da cidade de São Paulo.

Marilu vir-se para Henri e lhe acerta um tapa. Henri revida, dando um tapa no rosto de Marilu, que cai sobre o sofá. Alexandre me mete, acerta um soco em Henri, que cai no chão. Henri se levanta rapidamente, mas Alexandre aponta a arma para ele.
 
ALEXANDRE: - Vem, frutinha.
MARILU: - Canalha!... Nunca levantou a mão pra mim. Agora tá se achando o maioral agora?
HENRI: - Vocês dois vão se dar mal.
MARILU (grita): - Cala a boca!
HENRI: - Eu vou chamar a polícia!

Alexandre acerta outro soco em Henri, que cai no chão, sentindo dor. Marilu pega a arma das mão de Alexandre, mira em Henri. Os dois ficam a se encarar.

HENRI: - Bem que a Sarah sempre me alertou. Você é uma cobra, Marilu.
MARILU: - E você é um idiota, que não acreditou nela. Aquela vadia sempre teve razão sobre mim. Só que eu sou esperta, sei bem o que eu quero. Tenho poder!
HENRI: - Você tem é inveja dos outros. Eu sinto é muita pena de você.
MARILU: - Eu não preciso da sua pena, seu verme. (a Alexandre) Dá um jeito nesse infeliz. Agora.

Alexandre ergue Henri pela gola da camisa e lhe dá outro soco. Henri vai parar na parede. Alexandre lhe dá um soco na barriga, e uma joelhada. Henri cai no chão, dolorido. Alexandre chuta o corpo de Henri, que não consegue se defender. Alexandre pisa em Henri. Marilu observa tudo com sorriso no rosto. Alexandre segue espancando Henri. 

MARILU: - Chega!

Alexandre para, um tanto exausto.
 
MARILU: - Vamos embora.
ALEXANDRE: - E o dinheiro? A gente não veio buscar mais?
MARILU: - Se a gente for levar alguma coisa daqui, vai ser quinquilharia... Nada aqui presta. Vamos embora. Fugir enquanto temos tempo.

Alexandre vai até a estante e pega um vaso de cristal.

ALEXANDRE: - Tem cara de ser valioso. Dá pra vender.
Alexandre e Marilu vão embora. CAM foca Henri, desacordado, muito machucado, caído no chão.

CENA 04. MANSÃO TARCÍSIO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
 
Rafael conversa com Elizabeth.
 
ELIZABETH: - E então, sua irmã vai mesmo chamar a Tatiana pra empresa novamente?
RAFAEL: - Vai sim. Mas eu nem fiquei pra ver o convite. Voltei logo. 
ELIZABETH: - Fiquei sabendo que ela mora numa pensão... Verdade?
RAFAEL: - Um lugar muito aconchegante. E animado também. Chegamos numa hora muito boa.
ELIZABETH: - Aniversário de alguém?
RAFAEL: - Pedido de casamento... A Lívia foi pedida em casamento pelo Jonas.
ELIZABETH: - A Lívia vai casar?!
RAFAEL: - Vai. Ela aceitou.
ELIZABETH: - Eu sei que eu já pedi desculpas pra ela por tudo... Mas uma coisa eu não consigo tirar da cabeça. Essa mulher já se envolveu com tantos homens desde que eu a conheci...
RAFAEL: - Mamãe, não seja maldosa.
ELIZABETH: - Eu não estou sendo maldosa, Rafael. Estou falando algo que eu constatei, só isso. Não quero julgar ninguém.
RAFAEL: - Vai ver ela só está buscando ser feliz com o homem  certo... (fala baixo) acho que ela encontrou.
ELIZABETH: - O que você disse?
RAFAEL: - Eu acho que a Lívia encontrou o homem certo pra ela.
ELIZABETH: - Senti uma pontinha de decepção?
RAFAEL: - Não, decepção não... Mas... É estranho você ter estado com a pessoa e depois ver que não era o cara certo, sabe?
ELIZABETH: - Você se sente rejeitado, meu filho? Por favor, não se sinta assim!
RAFAEL; - Não, mãe... Eu não me sinto rejeitado. Eu me sinto até muito bem em saber que a Lívia está bem agora. Eu sei que o Jonas vai fazê-la feliz. O que aconteceu entre a gente foi bom, mas ficou pra traz. Apenas para buscarmos na lembrança, só isso, sem reviver.
ELIZABETH: - Eu queria tanto ter essa sensatez que você tem. Eu sou tão cabeça dura.
RAFAEL: - Todos nós somos um pouco.
ELIZABETH: - Será que um dia eu aprendo a ser mais esperta no amor?
RAFAEL: - Quando a senhora aprender, me passa a receita.

Os dois riem. Agda entra na sala.

AGDA: - Mãe e filho conversando. Cena bonita.
ELIZABETH: - Bonita e gostosa. Senti falta de momentos assim. RAFAEL: - Eu também... Vovó, está de saída?
AGDA: - Eu? Não...
RAFAEL: - E você mamãe?
ELIZABETH: - Também não. Por que?
RAFAEL: - Está acontecendo uma exposição de Da Vinci no MASP. Querem dar uma olhada?
AGDA: - Um programa em família. Gostei. Eu aceito o convite. ELIZABETH: - Só vou lá em cima escolher uma roupa!

Elizabeth sai apressada.

AGDA: - Não vai demorar uma eternidade, Beth! Senão o garoto muda de ideia! (risos)

CENA 05. APTO HENRI. INT. DIA.

Sarah entra no apto de Henri apressada, animada.
 
SARAH: - Ai Henri! O Fausto vai me levar à loucura! Acredita que ele me convidou pra ir pra Argentina, num congresso de medicina que/ (vê Henri caído no chão) Henri!

Sarah corre para ajudar o amigo.

SARAH (aflita): - Henri, meu Deus! O que aconteceu?! (olha em volta) Está tudo bagunçado!
HENRI (dolorido): - Ela esteve aqui...
SARAH: - Ela quem?!
HENRI: - A Marilu...
SARAH: - Não acredito! Aquela piranha!

Sarah ajuda Henri a se sentar no sofá.

HENRI: - Ela e o comparsa...
SARAH: - Ele bateu em você?! Que monstro! Mas o que ela veio fazer aqui?
HENRI: - Veio pedir dinheiro, oras! Eu até pensei que já tivesse sumido, depois daquela festa, depois desses dias... Mas não, ela veio até aqui.
SARAH: - Você precisa avisar a polícia! Pode ser que consigam pegar ela!
HENRI: - Acho que não dá tempo... Eu quero mais é que ela se ferre... Sarah, me desculpa.
SARAH: - Desculpar você? Mas por quê?
HENRI: - Por não ter acreditado em você sempre que você falava nela. 
SARAH (abraça Henri): - Deixa de bobagem! Não precisa pedir desculpas, por nada!... O que importa é que você está bem. Não vou deixar ninguém fazer mal pra você. Ninguém.
 
Os dois permanecem abraçados, um ao outro.

CENA 06. RODOVIA. EXT. DIA.
 
Alexandre e Marilu trafegam na moto pela rodovia estadual, em direção ao interior do Estado. Andam por entre os carros. CAM foca em Alexandre, seu olhar sério, por entre o visor do capacete.

CENA 07. PASSAGEM DO TEMPO. IMAGENS GERAIS.
 
Sequências de imagens da passagem do tempo. Serão 3 ao todo. MUSIC ON: Samurai - Djavan
 
Sequência 01: Mostra o MASP, o Mercado Municipal, o Estádio do Morumbi. Corta para Marcos e Adriana entrando no apartamento novo. Eles olham o imóvel, se abraçam felizes. / Vitória e Tatiana analisam croquis da nova coleção da Amaro. Tatiana dá dicas, Vitória se admira. / Carla e Breno namoram durante um piquenique no Parque do Ibirapuera.

Sequência 02: Mostra a Avenida Paulista, o Monumento aos Bandeirantes. Corta para um dia chuvoso, Gisa e Almir escapando da chuva ao chegar na clínica. Ele empresta o casaco para ela se proteger. Ao entrar no local, Gisa entrega o casaco e Almir, ao segurar a peça, toca na mão dela. Os dois trocam olhares / Onira toma sol na penitenciária, distante das outras detentas / Nice e Moisés recebem Inês e Alfredo, Elizabeth e Agda, Rafael, Vitória e Fabrício em sua nova casa. / Henri se despede de Sarah e Fausto no aeroporto.

Sequência 03: Mostra a Marginal Tietê, a Rua Vinte e Cinco de Março movimentada, a fachada do Teatro Municipal. Corta para Marcos, Plínio e Jonas discutindo um projeto na agência / Rafael coordenando uma reunião na Amaro, onde Lívia, Alfredo, Vitória, Tatiana e Jorge estão presentes / Kléber e outros integrantes da banda assinam contrato com Zezinho. Louise vibra. Corta para take aéreo da cidade de São Paulo, a grande “Selva de Pedra”.

LEGENDA: MESES DEPOIS...

CENA 08. HOSPITAL. INT. DIA.
 
MUSIC FADE OUT.
Conrado está sentado, apreensivo, na sala de espera do hospital. Se levanta, caminha de um lado a outro. Chama atenção de algumas pessoas. Charlote, Breno, Carla e Demétrio chegam ao local.

CHARLOTE: - E então?!
CONRADO: - Ela já está na sala do parto, mas eu não tive notícias mais!
CARLA: - E por que você não entrou com ela?
BRENO: - É! O pai da criança pode estar presente!
CONRADO: - Eles até disseram isso, mas eu não quis. Tive medo de desmaiar.
DEMÉTRIO: - Desmaiar?
CONRADO: - É, sei lá... Ao invés de dar apoio, seria eu quem deveria receber ajuda. Achei melhor esperar aqui fora, mas tô numa agonia só!

Charlote pega um copo com água, entrega para o genro.

CHARLOTE: - Bebe essa água, pra se acalmar.
CONRADO: - Obrigado...
BRENO: - Será que é menino ou menina?
DEMÉTRIO: - Acho que vamos saber agora. Vem vindo um médico aqui.
 
O Médico entra na sala.

MÉDICO: - Isabela Alcântara de Souza?
CONRADO: - Somos nós! Familiares dela.
CHARLOTE: - E então, doutor, como está a minha filha?
DEMÉTRIO: - E o bebê? É menino ou menina?
CONRADO: - Eu já posso ver eles?
BRENO: - Gente, calma! Deixa o médico falar!... Pode dizer, doutor.
MÉDICO: - Não se preocupem. O parto ocorreu normalmente e a Isabela está bem. Ela e a linda menina que nasceu.
CONRADO (surpreso/feliz): - Uma menina!
CARLA (abraça Conrado): - Parabéns papai!
MÉDICO: - A Isabela já está no quarto com a neném. Se quiserem, já podem ir ver as duas.
DEMÉTRIO: - Muito obrigado, doutor!

O médico se afasta. Charlote e Demétrio cumprimentam Conrado.

BRENO: - Vamos lá ver essas duas!

CENA 09. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.
 
Isabela está na cama do hospital, com a filha nos braços. Seus familiares entram no quarto. Conrado se aproxima delas.
 
CONRADO: - Meus amores! (beija Isabela) Ela é linda! (acaricia o bebê)
ISABELA: - Puxou a você...
CONRADO: - Você acha?

Isabela entrega a neném para Conrado segurar. Ela fica encantado com a filha nos braços.

CHARLOTE: - Como você está, minha filha?
ISABELA: - Melhor mãe... Ver que ela nasceu com saúde...
DEMÉTRIO: - Já tem nome?
CONRADO: - É mesmo! Não pensamos num nome pra ela.
BRENO: - Nicole!
CARLA: - Eu acho Clara lindíssimo!
DEMÉTRIO: - Coloca Maria, nome forte!
CHARLOTE: - Não gente... Ela tem um rostinho de Catarina!
CONRADO: - Pessoal!... Acho melhor a mãe escolher o nome da criança. 
BRENO: - E então, qual vai ser, Isabela?

Conrado entrega o bebê para Isabela, que a encara com ternura.
 
ISABELA: - Sophia. A minha linda Sophia.
BRENO: - Nome de princesa...
CONRADO: - Nada mais justo.
CARLA: - Vou avisar a Lívia... (se afasta com o telefone)
CHARLOTE: - Sophia, lindinha da vovó!
DEMÉTRIO: - Olha aí, já vai ela mimar a criança igual fez com o Breno... Não deixa não, Conrado!
BRENO: - Ei!
CHARLOTE: - Demétrio, eu não mimei o Breno, né bebê da mamãe? DEMÉTRIO: - Não falei?

Todos riem.

CARLA (ao telefone): - Alô? Lívia!

CENA 10. CASA LÍVIA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
 
Lívia fala ao telefone.
 
LÍVIA: - Nasceu? Que ótimo! (T) Uma menina?! E qual o nome? (T) Sophia, que lindo!... Obrigada por ligar, Carla! (T) Sim, venha, estamos aqui te esperando! (T) Beijo! (desliga)

Lívia volta para o centro da sala. Tecidos, croquis, buquês, todos acessórios de casamento espalhados pelo local.

LÍVIA: - Meninas, nasceu! Isabela é mãe da Sophia!

Tatiana, Vitória e Adriana comemoram.

ADRIANA: - Que ótima notícia!
VITÓRIA: - E uma menina ainda! Deve ser lindíssima!
TATIANA: - E a Isabela tem jeito de que vai ser uma mãezona!
LÍVIA: - A Carla disse que a neném é linda e que nasceu saudável, tudo bem.
VITÓRIA: - Ai, vendo minha amiga ganhando neném, me dá uma vontade de ter um!
LÍVIA: - Fabrício já sabe disso? (ri)
VITÓRIA: - Ainda não... (risos)
TATIANA: - Ai, eu não penso em filho agora não...
ADRIANA: - É, ter um filho não basta ser apenas uma vontade. É uma vida que você vai gerar e colocar no mundo.
LÍVIA: - Muita responsabilidade!... Eu é que sei. Educar um filho hoje em dia é um desafio constante.
TATIANA: - Mas o Pedro é uma criança calma, muito querida.
LÍVIA: - Ainda bem... Apesar do pai não valer nada, ele não tem nada a ver, não puxou nada nada. Mas ao mesmo tempo, me dá uma certa pena, porque o Pedro gosta do pai. Ah, se fosse tudo diferente.
ADRIANA: - Às vezes a vida nos coloca em situações delicadas, não é? 
VITÓRIA: - Mas você superou tudo Lívia! Agora tá aí, vai casar de véu e grinalda!
LÍVIA: - To me sentindo uma princesa! (ri)

De repente, Louise e Rosa chegam.

LOUISE: - Com licença! A porta estava aberta e a gente fi entrando! Oi meninas!

As demais cumprimentam Louise e Rosa. Lívia se mostra pouco a vontade ao reencontrar Rosa.

ROSA: - Oi Lívia.
LÍVIA: - Oi.
ROSA: - Será que a gente pode conversar?
LÍVIA: - Olha Rosa, eu/
LOUISE: - Lívia, a Rosa nem queria vir. Eu é que insisti para que ela viesse comigo. E sabe por que? Porque eu não suporto mais ver vocês duas brigadas. Não é esse o exemplo de amizade que eu vi quando cheguei aqui.

Rosa e Lívia ficam a se encarar. As outras, ficam em silêncio, observando.

LOUISE: - E então?
LÍVIA: - Tudo bem. A gente precisa mesmo conversar. Lá fora.

Lívia sai. Rosa a segue.

TATIANA: - Nossa, que clima!
VITÓRIA: - Mas por que elas brigaram?
LOUISE: - Coisa de amigas íntimas... Faz parte né. Espero que elas se entendam de uma vez... (olha um tecido) Ai que lindo!
ADRIANA: - Do meu vestido. Gostou?
LOUISE: - Amei!
TATIANA: - Eu adorei esse aqui (mostra numa revista)
VITÓRIA: - Esse daí combina com uma pulseira que eu criei. Você vai adorar!

Elas seguem conversando animadas.

CENA 11. CASA LÍVIA. JARDIM. EXT. DIA.
 
Lívia e Rosa estão no jardim, frente a frente.
 
LÍVIA: - E então? O que você tem para falar comigo?
ROSA: - Por que esse tom agressivo comigo?
LÍVIA: - Eu não estou agressiva... Estou apenas me defendendo de uma possível mentira que você contar, de novo.
ROSA: - Eu nunca menti pra você!
LÍVIA: - Mas não me disse tudo o que eu precisava saber!
ROSA: - E quem disse que você deveria saber disso?!

Silêncio.

LÍVIA: - Pra você, eu nunca deveria saber do seu romance com o Tarcísio, é isso?
ROSA: - O que eu quero dizer é que não faz diferença nenhuma você saber antes ou depois. No início, eu não contei por medo... Mas depois, pensando bem, eu realmente não deveria ter contado.
LÍVIA: - Não acredito que estou ouvindo isso...
ROSA: - E eu tenho um forte motivo para pensar assim. Só quero que você me responda uma pergunta. Você deixaria de amar menos o Tarcísio se soubesse disso tudo antes?

Silêncio.

ROSA: - Responde, Lívia!
LÍVIA: - Eu não sei!
ROSA: - Mas eu sei a resposta. Você não deixaria. E sabe por que? Porque ele estava com você! Ele gostava de você! E eu tinha uma missão para cumprir. Até hoje eu tenho. Que é estar do seu lado, sempre.
LÍVIA: - Lá vem você novamente com essa história de missão, de destino! Chega! Fala algo com a realidade e não com a fantasia, Rosa!
ROSA: - Eu nunca seria capaz de te prejudicar. Nunca!... Antes mesmo de conhecer você, eu e o Tarcísio voltamos a manter contato, depois da minha volta para o Brasil. Nós ficamos amigos, Lívia. A nossa paixão de juventude, virou uma linda amizade, baseada em confidências, conselhos, confiança... A minha mãe previu o destino de vocês.
LÍVIA: - A Wanda?
ROSA: - Você é a borboleta, Lívia. É você a lagarta que o Tarcísio transformaria numa linda borboleta. De fato ele te transformou. Numa formosa borboleta.
LÍVIA: - Wanda... Eu tive medo disso tudo.
ROSA: - Eu também tive. Tive muito medo de que a infelicidade que eu me atingiu no passado, voltasse e fizesse outra vítima.
LÍVIA: - E a vítima seria o Tarcísio?
ROSA: - Não sei... Talvez até os dois... O que eu passei eu não desejo pra ninguém. Um sofrimento sem fim. Mas quer saber de uma coisa? Depois eu senti que você era mesmo a pessoa certa para ele. Lívia, eu fiquei feliz em saber que o Tarcísio estava feliz estando do seu lado! A troco de quê eu iria destruir essa felicidade tão linda que havia entre vocês dois?! Tirá-lo de você, seria acabar com a amizade entre eu e ele.
LÍVIA: - Mas/
ROSA: - E eu nunca quis ser você. Nunca quis estar no seu lugar. Cada um tem o seu momento na vida para brilhar, para crescer. E eu tive o meu já. Agora, esse é seu momento de crescimento, aprendizado. Não seria justo comigo e muito menos com você, que eu ou qualquer outra pessoa se apoderasse desse momento especial.
 
Rosa se aproxima de Lívia, segura as mãos dela.
 
ROSA: - Tudo o que eu fiz foi pensando no seu bem, Lívia. Na sua felicidade, menina!... Eu te tenho muito mais do que como uma amiga. É uma filha praticamente. Já viu alguma mãe desejar o mal para um filho? Eu quero estar com você sempre, curtindo cada momento da sua vida, compartilhando da sua felicidade.
LÍVIA: - Ai, Rosa... Eu fui uma boba mesmo.
ROSA: - Não diga isso!
LÍVIA: - Eu briguei com a pessoa que mais me fez bem e me ajudou durante todo esse tempo aqui... Me perdoa, por favor!
ROSA: - Oh, Lívia!

As duas se abraçam, emocionadas.

LÍVIA: - Eu nunca mais quero brigar com você! Nunca!
ROSA: - Pode ter certeza que isso não acontecerá mais.

O colar de Lívia brilha.

LÍVIA: - Isso é um sinal?
ROSA: - Talvez seja... Agora vamos lá pra dentro? Pelo o que eu vi, os preparativos para a festa estão a mil!

As duas seguem de mãos dadas para dentro de casa.

CENA 12. CASA LÍVIA. INT. DIA.

Lívia e Rosa retornam para o grupo, felizes. As outras mulheres aplaudem.

LOUISE: - Que bom ter vocês duas juntas! (abraça as duas)
LÍVIA: - Eu também estou feliz, Louise.
ROSA: - E assim vai ser, a partir de agora. Só felicidade!
ADRIANA: - Isso merece um brinde! Lívia, posso pegar lá cozinha?
LÍVIA: - Claro! Tem champanhe na geladeira!

Adriana sai. Vitória se aproxima de Rosa.
 
VITÓRIA: - Eu sei que você e o meu pai tiveram alguma coisa no passado.
ROSA: - Eu e seu pai fomos muito amigos, Vitória. E pode até ser estranho, mas mesmo depois de separados, nós nunca perdemos o contato.
VITÓRIA: - Eu sei que a minha mãe não te suporta, minha avó, enfim... Ai, desculpa até estar te dizendo isso assim... Mas eu só quero que você saiba que eu não tenho nada contra você. Muito pelo contrário.
ROSA: - Vitória, muito obrigada pelo carinho e pelo respeito. Fico feliz em ouvir isso de você. Não nega que tenha herdado a sensatez e o bom senso de seu pai.

Adriana retorna trazendo uma bandeja com taças de champanhe já servidas. Cada uma delas pega uma taça. Carla chega.
 
CARLA: - Cheguei na hora boa!
LÍVIA: - Mas que rápido!
CARLA: - O hospital é aqui perto, Breno me deu uma carona! (pega uma taça) E estamos brindando o que?
LÍVIA: - Bem, primeiro pela Isabela, que deu à luz à Sophia. Que elas tenham muita saúde e felicidades... E também um brinde à amizade. Sem amigos, não vamos a lugar nenhum na nossa vida. Um brinde a amizade!

Todas brindam, felizes, vibrantes.
 
CENA 13. SANTANA DE PARNAÍBA. EXT. DIA.
 
Imagens gerais da cidade de Santana da Parnaíba. Igreja Matriz, o casario do Centro Histórico, os prédios da cidade, as pessoas transitando. Mostra a placa na entrada da cidade "Bem-Vindo à Santana de Parnaíba"

CENA 14. SANTANA DE PARNAÍBA. RUA. EXT. DIA.

Mostra uma banca de jornal, no centro do município. CAM foca na revista Flash Paulista, exposta na banca. Uma mulher se aproxima, de costas, pega a revista. CAM foca na manchete:

"Lívia Ribeiro de casamento marcado com o publicitário Jonas Rocha dos Santos".

A mulher compra a revista. Caminha até a praça, senta-se num banco ao lado de um homem. CAM mostra Marilu e Alexandre. Ele, com óculos de grau, roupa mais formal. Ela, cabelo curto, tonalidade ruiva escura.

MARILU: - Viu só? A vagabunda vai se casar.
ALEXANDRE: - Ela não perde tempo... Sorte do pirralho aí, que vai ficar com os bolsos cheios da grana.
MARILU: - Acho que está na hora da gente voltar, Alexandre. ALEXANDRE: - Voltar pra onde?! Tá ficando louca?
MARILU: - Eu quero acabar de uma vez com essa história. A Lívia acabou com a minha vida... Agora é a minha vez de dar o troco.

CENA 15. SANTANA DE PARNAÍBA. CASEBRE. INT. DIA.
 
Marilu e Alexandre chegam em casa, conversam.
 
MARILU: - A gente precisa de um carro. Essa sua moto não dá mais pra nada.
ALEXANDRE: - Deixa que eu consigo carro.
MARILU: - E consegue como? Roubando? A gente não pode sair fugido de outro lugar!
ALEXANDRE (irônico): - Meu amorzinho, esqueceu que agora eu sou influente por aqui?
MARILU: - Ah sim, o sacerdote do templo divino... Iludindo as pessoas que querem alcançar o paraíso.
ALEXANDRE: - Não será difícil dizer que, quem doar seu carro para o templo, ganhará um vasto terreno no céu.
MARILU: - Acha que isso dá certo? É um golpe pra lá de ultrapassado! 
ALEXANDRE: - Pela fé e pra alcançar a salvação, as pessoas são capazes de tudo. O fanatismo é tão grande que chega a ser ridículo. Tenho que me controlar pra não rir da cara deles. Gente idiota, se deixa iludir por nada...
MARILU: - Então tá... Consegue o carro e pelo menos mais uma arma e munições. Eu quero barbarizar no meu retorno à Terra da Garoa.
 
Em Marilu, confiante.
 
CENA 16. SÃO PAULO. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER
 
Imagens da cidade de São Paulo ao anoitecer. Mostra as luzes dos prédios, a movimentação nas avenidas.
 
CENA 17. MANSÃO TARCÍSIO. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
 
Sentados à mesa, Nice e Moisés, junto com Charlote, Demétrio, Inês, Alfredo e Agda.
 
NICE: - Gente, pra mim é até estranho estar sentada aqui na mesa com vocês. Me sinto um peixe fora d’água.
AGDA: - Normal você se sentir assim, Nice. Não é sempre que empregados sentam junto com patrões. Mas agora, você não é mais funcionária dessa casa. É uma amiga. Vocês dois são.
MOISÉS: - Eu fico muito feliz em ouvir isso da senhora, dona Agda. AGDA: - Falando assim, Moisés, até parece que eu sou um monstro... (ri)
CHARLOTE: - Esse cheirinho está uma delícia!
ALFREDO: - O que será que a Beth está aprontando?
DEMÉTRIO (surpreso): - É ela que está na cozinha?!
AGDA: - É sim... Insistiu para cozinhar hoje.
INES: - Mas isso é um fato histórico!
DEMÉTIRO: - Nem sabia que ela cozinhava!
NICE: - Muitos dos pratos que eu fiz aqui, foi dona Beth quem ensinou.
CHARLOTE: - Estou louca pra provar! Esse cheiro já me deixa com água na boca.
 
Elizabeth entra na sala, trazendo a travessa com o jantar. Coloca sobre a mesa.
 
ELIZABETH: - Espero que gostem!
INÊS: - Amiga, está com aparência ótima esse prato!
DEMÉTIRO: - O que é que você fez aí, Beth?
ELIZABETH: - Lagosta à Newborg, e pra acompanhar, salada verde, tomate e uns temperos especiais... Nice, espero que esteja à altura dos seus pratos!
NICE: - Imagina, dona Beth! Deve estar melhor do que eu na cozinha!
ELIZABETH: - Pessoal, eu também quero agradecer a presença de todos aqui... Eu fico muito feliz de poder contar com os meus amigos sempre que eu preciso.
INÊS: - Nunca vamos abandonar você, Beth.
ELIZABETH: - Vocês também são parte da minha família.
ALFREDO: - E nós dizemos o mesmo pra você. Estaremos sempre juntos, nas horas ruins e principalmente nas boas, como esta aqui.
ELIZABETH: - Nice, Moisés, a presença de vocês aqui hoje é especial. Muito obrigada!
MOISÉS: - Nós que agradecemos, dona Beth. E sempre que precisar, pode contar com a gente.
DEMÉTRIO: - Sem querer cortar o momento alegre, mas vamos deixar a conversa pra lá e começar a comer!
CHARLOTE: - Demétrio! Sempre com fome!
AGDA: - Mas eu também concordo com ele, Charlote. É muita conversa!
ELIZABETH: - Pode deixar que eu sirvo a todos!
 
Elizabeth vai pegando os pratos, servindo o jantar. Todos seguem animados, conversando.
 
CENA 18. PENITENCIÁRIA. SALA DE VISITAS. INT. NOITE.
 
Marcos aguarda na sala de visitas, quando a policial traz Onira. A policial tira as algemas dela e sai da sala, deixando os dois a sós. Eles ficam a se olhar, em silêncio.
 
MARCOS: - Como você está mãe?
ONIRA: - Morrendo aos poucos...
MARCOS: - Não fala isso, mãe, por favor.
ONIRA: - Mas é bem assim que eu estou, Marcos. Estou morrendo, devagar.
 
Marcos segura as mãos dela, sentam-se nas cadeiras.
 
MARCOS: - Não quero que a senhora se sinta assim.
ONIRA: - Impossível se sentir de outra forma. Eu estou presa, Marcos. Estou aqui porque a sua amada esposa me colocou aqui dentro. E você também quis.
MARCOS: - A senhora quis assim, mãe.
ONIRA: - Eu não quis nada! Ninguém deseja vir pra esse inferno!
MARCOS: - Então porque você fez todas aquelas coisas, mãe? Destratando a Adriana, a família dela, colocando fogo na casa! Parecia estar fora de si!
ONIRA: - Eu sei exatamente o que eu fiz, Marcos. Não sou nenhuma louca como você deve estar pensando. Eu só fiz o que fiz pelo seu bem, meu filho. Eu te amo. Você não merece passar o resto da sua vida com essa mancha escura em volta de você!
MARCOS: - Não diz isso!
ONIRA: - Digo! Eu digo porque é verdade! Você sabe! Ninguém abre portas para negros, eles sempre serão base, Marcos. E você é topo! Merece sempre o topo! Acha que vai conseguir quando descobrirem que você é casado com uma negra? Não! Não vão! O Brasil ainda é um país que esconde esse sentimento dentro de si, Marcos. Rejeição. E vão expor isso pra você, quando se apresentar com ela do seu lado.
MARCOS (se afasta): - Mas eu estou do lado daqueles que lutam para que esse sentimento seja extinto dessa terra, mãe. E a senhora não sabe como eu me sinto bem empunhando a arma do respeito e da dignidade.
ONIRA: - Você ainda vai sofrer.
MARCOS: - Eu sofro cada vez uma palavra dessas sai da sua boca. Eu sofro ao saber que você faz parte desse país medíocre, que credita à cor de pele, o caráter e a intelectualidade de alguém. Pena, mãe. Esse país onde você vive, está sucumbindo. Assim como você!
Marcos vai para o outro lado da sala, de costas para Onira.
 
Silêncio na sala novamente. Marcos procura se acalmar.
 
ONIRA: - Você veio aqui pra brigar comigo então.
MARCOS: - Eu vim aqui para saber como você estava. E também pra lhe trazer uma notícia boa.
 
Marcos se aproxima de Onira.
 
MARCOS: - Você vai ser avó.
 
Os dois ficam a se olhar por um instante. Uma lágrima cai no rosto de Onira. Marcos enxuga a lágrima no rosto da mãe com o dedo, mas Onira lhe dá um tapa na mão. Marcos se surpreende. Onira se levanta, empurra o filho.
 
MARCOS: - Mãe!
ONIRA: - Eu não serei avó, Marcos.
MARCOS: - A Adriana está grávida.
ONIRA: - Você veio aqui para me dar a notícia dessa tragédia? (ri, debocha) E você acha que eu iria me comover com isso?! Eu não quero o meu sangue correndo nas veias desse bastardo!
MARCOS: - Não fala assim do meu filho!
ONIRA: - Golpe da barriga. Perfeita bandida a sua esposa.
MARCOS: - Já chega. Eu vou embora. Só vim aqui mesmo pelo pouco de consideração que eu ainda guardava por você.
ONIRA: - Vai. Pode ir, Marcos. E não volte mais. Nem pra me trazer uma foto dessa criança que vai nascer. Não quero saber mais nada! Vai embora daqui! Vai embora!
 
A policial entra na sala, algema Onira.
 
ONIRA: - Me leva daqui, policial! Me leva pra longe desse ingrato! Você é um ingrato, Marcos! Vai embora!
 
A policial leva Onira da sala. Marcos tenta conter as lágrimas, entristecido.
 
CENA 19. CASA DE SHOWS. INT. NOITE.
 
Imagens gerais da casa de show. Espaço está com bom movimento, quase lotado. O palco está sendo organizado para receber um show. Numa mesa, Tatiana e Plínio aguardam.
 
PLÍNIO: - Lugar bacana esse aqui.
TATIANA; - E carinho também né? Ainda bem que a gente ganhou convite... (ri)
PLÍNIO: - Que horas é o show?
TATIANA: - Ah, daqui a pouco... Os caras já estão terminando ali no palco.
 
Louise chega, empolgada, senta-se à mesa.
 
TATIANA: - E então, como ele tá?
LOUISE: - Nervosíssimo! Ai, eu também! Mas acho que estou mais é empolgada do que nervosa. O Kléber toda muito e a banda toda é ótima.
PLÍNIO: - Acho que vai ser um bom show. A casa tá cheia. Sinal de que as pessoas estão confiantes também.
LOUISE: - Assim espero, Plínio!
 
As luzes se apagam por um instante. De repente, a luz do palco se acende e revela Kléber e os outros integrantes da banda, que começam a tocar, animando o pessoal. Do palco, Kléber lança um olhar para Louise, que lhe manda muitos beijos.
 
Zezinho está no canto do palco, analisando o show. Louise faz sinal pra ele, perguntando o que ele acha. Zezinho retribui, afirmando que a banda é boa. Louise vibra, junto com Plínio e Tatiana.
 
CENA 20. SANTANA DE PARNAÍBA. CASEBRE. EXT. NOITE.
 
No pátio do casebre, um grupo de pessoas assiste à fala de Alexandre, que é tido como sacerdote, mensageiro da palavra de Deus. Marilu também está presente no grupo.
 
ALEXANDRE: - Meus amigos... O fim do mundo está aí! Batendo à nossa porta!... É guerra, é terremoto, enchentes! São os sinais de que Ele está zangado com a gente, meus amigos! Nós, estamos sendo ingratos com Ele, com tudo que Ele nos deu! Estamos poluindo o ar, os rios, matando a natureza, matando uns aos outros! Não podemos ficar assim! 
 
As pessoas se manifestam, concordando com Alexandre.
 
ALEXANDRE: - Amigos! Estamos sendo egoístas! Não podemos ser assim! Como vamos querer a salvação só pensando na gente e esquecendo o irmão ao nosso lado?... Por isso, meus amigos, que eu lhes peço essa ajuda... Eu não quero ser egoísta em apenas trazer a palavra do nosso salvador aqui para vocês apenas. Outras pessoas precisam ser confortadas! (T) Mas, meus amigos, eu não tenho como sair daqui e pregar a boa vontade... Eu não tenho transporte. E isso me corta o coração. Me deixa profundamente entristecido não poder expandir o amor, a amizade, os ensinamentos de paz e respeito para outras...
 
Uma das pessoas do grupo se manifesta.
 
SEGUIDOR: - Sacerdote, eu te empresto o meu carro.
 
Alexandre e Marilu trocam olhares.
 
ALEXANDRE: - Mas, eu não quero incomodar também...
SEGUIDOR: - Não será incômodo nenhum!... Sei que o senhor está fazendo isso para o bem de todos nós.
ALEXANDRE: - É pela nossa salvação, amigo!... E você, emprestando seu carro, vai ter garantida a sua casa no céu! Ao lado do Todo Poderoso! E sabe por quê? Porque você está agindo para o bem! Palmar para ele!
 
O seguidor é aplaudido.
 
ALEXANDRE: - Que você seja exemplo para todos nós!
 
O seguidor vai até Alexandre e lhe entrega a chave do carro. Alexandre o abraça, diz algumas palavras em agradecimento. Marilu observa tudo, atenta. Aproxima-se de Alexandre.
 
MARILU: - O teatro, o cinema e a TV estão perdendo o seu talento.
ALEXANDRE: - Eu disse que era fácil enganar essa gente besta? Já temos o carro na mão... Amanhã eu converso com uns camaradas de um beco aqui perto. Consigo as armas e aí a gente volta pra São Paulo.
MARILU: - Ótimo.
ALEXANDRE: - Não vai me dizer o seu plano?
MARILU: - Agora não é hora, sacerdote... Cuide de seus seguidores... (se afasta)
 
Marilu volta para o seu lugar. Alexandre pede a palavra e continua o seu discurso.
 
CENA 21. CASA LÍVIA. QUARTO. INT. NOITE.
 
Jonas deitado na cama de Lívia, assistindo TV. Lívia entra no quarto, deita-se ao lado dele.
 
JONAS: - Pedro já dormiu?
LÍVIA: - Feito um anjo!... Calmo, sereno... Totalmente o oposto de como eu estou agora! (ri)
JONAS: - Muito nervosa?
LÍVIA: - É a primeira vez que eu me caso, né? E agora, cada vez mais faltando poucos dias, é difícil de se controlar. Você não está nervoso?
JONAS: - Não... Até porque já casei outras vezes. (ri)
LÍVIA: - Safado!
JONAS: - Estou brincando. Estou um pouco nervoso sim. Nervoso não, ansioso, pra falar a verdade. Louco para ter você nos meus braços, só que como minha mulher de fato.
LÍVIA: - Eu já sou sua, estando casados ou não.
JONAS: - Eu amo você.
LÍVIA: - Também te amo.
 
Os dois se beijam apaixonados, abraçados um ao outro.
MUSIC ON: Ainda Bem – Vanessa da Matta
 
CENA 22. PASSAGEM DO TEMPO. IMAGENS GERAIS
 
Imagens de passagem do tempo. Mostra a alternância entre dia e noite na cidade de São Paulo com sequência de imagens mostrando os prédios da cidade e o trânsito de pessoas e veículos.
 
LEGENDA: DIAS DEPOIS...
 
CENA 23. CATEDRAL DA SÉ. EXT/INT. DIA.
 
Plano geral da Catedral da Sé. A frente da igreja está muito movimentada para o casamento de Lívia e Jonas. Convidados chegando, imprensa no local.
 
Do lado de dentro da igreja, Fausto e Sarah sentados lado a lado. CAM mostra os dois de mãos dadas, indicando namoro firme. Mayra chega acompanhada por um belo rapaz (cabelos curtos, pretos, 1.90m de altura), senta-se ao lado de Fausto.
 
FAUSTO: - Por que demoraram tanto?
MAYRA: - Ah pai, nem foi tanto assim. E outra, nem perdi nada. Noiva sempre atrasa.
SARAH: - Foi o trânsito?
MAYRA: - Um horror, já de manhã! E eu tive que pegar o Gian no aeroporto. Ele chegou a pouco de Londres, estava fazendo um desfile. 
SARAH: - Ah, ele é modelo? Que legal!
MAYRA: - Essa é a vantagem de ser colunista de moda na Flash Paulista. Você conhece pessoas incríveis.
 
Mayra troca um selinho com Gian. Fausto cumprimenta o rapaz. Enquanto isso, Gisa e Almir chegam juntos à igreja. Ele segura a mão dela, mas ela se solta.
 
GISA: - Sossega Almir!
ALMIR: - Mas por que eu não posso segurar sua mão aqui?
GISA: - Não vê que o chefe tá aí? Não quero que ele fique sabendo que os funcionários dele estão de caso. E nada de mãos dadas! Estamos apenas ficando e não namorando. Pelo menos não agora. Segura a onda e seja discreto, por favor.
ALMIR: - Tá bom... Ali tem lugar pra sentar.
GISA: - Quanta gente né?
 
Enquanto os dois se acomodam, num outro ponto da igreja, Louise, Kléber, Jorge e Rosa estão sentados próximos.
 
ROSA: - Você caprichou nessa decoração, hein Louise!
LOUISE: - A Lívia merece, não merece? E ela tem um ótimo gosto. As cores, ela quem sugeriu.
JORGE: - Não sabia desse seu dom para organização de festas, Louise...
KLÉBER: - Falou em agito, é com ela mesmo.
JORGE: - Vou querer os seus serviços para organizar o meu casamento também. (encara Rosa) o que você acha, amor?
ROSA (surpresa): - Eu acho um máximo!
LOUISE: - E eu adoraria, mas é claro!
 
No altar, Carla e Breno, Plínio e Tatiana são os padrinhos. Jonas está um pouco nervoso/ansioso. Alaíde se aproxima do filho.
 
ALAÍDE: - Procure se acalmar, Jonas!... Está suando até, meu filho!
JONAS: - Eu vou me acalmar, mamãe... Será que ela vem?
ALAÍDE: - Mas é claro! Oras, que pergunta boba, Jonas. Pare de pensar bobagens e lembre-se da felicidade que espera vocês dois. (beija Jonas) Fique calmo.
 
Num ponto da igreja, Alfredo, Inês, Isabela (com a pequena Sophia nos braços), Conrado, Demétrio e Charlote estão sentados.
 
INÊS: - Pelo visto, será uma cerimônia linda.
ISABELA: - A Lívia e o Jonas são pessoas incríveis. Merecem toda felicidade mesmo.
CONRADO: - Espero que os repórteres estejam pegando todos os detalhes dessa festa. É o evento do ano!
DEMÉTIRO: - Eu não vi ninguém dos Magalhães Ferreira por aqui.
CHARLOTE: - É mesmo...
INÊS: - Eu nem consegui falar com a Beth ou com a Agda.
ISABELA: - A Vitória está chegando.
 
Vitória se aproxima, acompanhada por Fabrício.
 
VITÓRIA: - Bom dia pessoal!
FABRÍCIO: - Bom dia!
 
Todos cumprimentam. Os dois se sentam.
 
CHARLOTE: - Vitória, e sua mãe e a Agda, não vêm?
VITÓRIA: - Não, Charlote... Mamãe até pediu desculpas para a Lívia por tudo o que aconteceu entre elas. Mas no fundo, ela ainda não se sente à vontade.
CHARLOTE: - Ah, posso imaginar...
 
De repente, Elizabeth e Agda chegam à igreja.
 
ALFREDO: - Mas elas estão se aproximando!
VITÓRIA (surpresa): - Mamãe! Acabei de dizer que você e a vovó não viriam!
ELIZABETH: - Nós não iríamos vir mesmo. Mas a sua avó insistiu...
AGDA: - Insisti por você, Beth. Se a Lívia, que também esteve com o Tarcísio soube refazer a vida dela, porque você não pode? Ficar em casa não vai ajudar em nada.
INÊS: - Fez muito bem Agda em trazer ela pra cá. É bom participar da alegria das outras pessoas. Vai te fazer bem.
ELIZABETH: - Assim espero.
 
Elizabeth e Agda se sentam. De longe, o olhar de Elizabeth se cruza com o de Roberto, sentado em outro banco, próximo de Marcos e Adriana. Elizabeth disfarça.
 
ELIZABETH: - Alguém viu o Rafael por aí?
FABRÍCIO: - Eu vi ele lá fora, dona Beth.
 
Elizabeth mais uma vez torna a olhar para Roberto, que sorri. Ela vira o rosto, não retribuindo a gentileza dele.
 
CENA 24. RUA. EXT. DIA.
 
Marilu e Alexandre dentro de um carro, do outro lado da rua, observam tudo.
 
MARILU: - A festa vai ser grande...
ALEXANDRE: - Muita gente chique entrando. Você viu?
MARILU: - Que se danem essa gente idiota... Eu quero é o pescoço da vadia loira.
 
Marilu segura firme seu revólver. Alexandre também está armado.
 
ALEXANDRE: - Segura a onda! Vai devagar! Lembra do que a gente combinou!
MARILU: - Eu sei bem o que eu to fazendo. (olha pela janela, vê Rafael do lado de fora) Rafael...
ALEXANDRE: - O que foi?
MARILU: - Rafael, do lado de fora... Parece estar procurando alguém.
 
Rafael caminha pela calçada, seu olhar procura algo ao redor. De repente, um carro de luxo para próximo da igreja. Rafael se aproxima. O vidro baixa. CAM revela Lívia, linda, vestida de noiva. Oscar desce do carro, para abrir a porta para ela. Oscar ajuda Lívia a descer do carro.
 
MARILU: - É a Lívia!
ALEXANDRE: - Detesto admitir, mas ela está linda!
MARILU: - Vagabunda! Com o meu dinheiro! Ela não perde por esperar.
 
OSCAR: - Pronto, Lívia! Preparada?
LÍVIA: - Sim. Estou.
RAFAEL: - Você está linda, Lívia.
LÍVIA: - Obrigada. (sorri, graciosa)
RAFAEL (a Oscar): - Eu gostaria de trocar umas palavras com ela, se o senhor não se importar.
OSCAR: - Claro que não. Vou dar instruções ao motorista por enquanto. Fiquem à vontade. Só por favor, não demorem!
 
Oscar se afasta.
 
RAFAEL: - Os paparazzi estão de plantão na frente da igreja. Sorte que eu consegui sair pela porta lateral sem ser percebido.
LÍVIA: - Eu já esperava por isso... O casamento foi notícia em todos os meios de comunicação. E pelo visto, ainda vai continuar sendo.
RAFAEL: - É difícil não ser repetitivo, mas você está realmente linda.
LÍVIA; - Muito obrigada, Rafael. E eu fico muito feliz de ver você aqui no meu casamento.
RAFAEL: - Eu não poderia deixar de faltar. Você foi, ou melhor, é uma pessoa importante na minha vida. Eu aprendi muito com você.
LÍVIA: - Você falando isso, me deixa até emocionada.
RAFAEL: - Por favor, não chore. Não vai borrar a maquiagem.
 
Os dois riem.
 
LÍVIA: - Obrigada mesmo. De coração.
RAFAEL: - Eu só quero que você seja muito feliz. Se você estiver feliz, eu estarei feliz também.
 
Rafael segura a mão de Lívia. O colar dela brilha novamente.
 
RAFAEL: - Quando ele brilha assim, é bom ou ruim?
LÍVIA: - Não sei... Às vezes nem eu entendo isso. Mas acredito que seja coisa boa. O dia hoje será bom.
RAFAEL: - Vá lá noiva. Não quero mais atrasar você.
 
Oscar se aproxima.
 
OSCAR: - Podemos ir? Acredito que o Jonas deve estar tendo um ataque no altar! (ri)
LÍVIA: - Vamos sim. Eu também estou ansiosa!
 
Rafael sorri e se afasta, enquanto Oscar e Lívia se preparam. De dentro do carro, eles são vistos por Marilu e Alexandre.
 
CENA 25. CATEDRAL DA SÉ. INT. DIA.
 
Rafael entra na igreja, passa por Roberto, Marcos e Adriana, que estão com Pedro. Rafael se aproxima da criança.
 
RAFAEL: - Sua mãe está linda.
PEDRO: - Você viu a minha mãe?!
RAFAEL: - Vi... E você também vai achar ela linda.
 
Pedro sorri, feliz. Rafael se afasta.
 
ROBERTO: - Marcos, por acaso a dona Elizabeth está compromissada?
MARCOS: - Pelo o que eu saiba não, tio. Por que?
 
Os dois trocam olhares.
 
MARCOS: - Não precisa nem dizer... (ri) Vai firme. Eu faço gosto. ADRIANA: - O que vocês estão cochichando aí?
MARCOS: - Acho que em pouco tempo, teremos outro casamento. (ri)
 
Rafael caminha até o altar, ao encontro de Jonas.
 
RAFAEL: - Eu sei que a gente não se conhece muito bem, que não somos amigos... Mas aqui não há lugar para qualquer tipo de ressentimento. 
JONAS: - Eu também concordo.
RAFAEL: - Você está se casando com uma mulher incrível. Desejo que vocês dois sejam muito felizes. De coração.
JONAS: - Muito obrigado, Rafael.
 
Rafael estende a mão em cumprimento a Jonas, que retribui. Rafael se afasta. Alaíde se aproxima.
 
ALAÍDE: - Tá um agito lá na porta. Acho que eles chegaram.
 
Os fotógrafos registram toda a movimentação da chegada de Lívia à igreja, acompanhada por Oscar. Toca a marcha nupcial. Os convidados se colocam todos de pé.
 
Lívia, de braço dado com Oscar, vai adentrando a igreja, linda, elegante. Todos os olhares são para ela. Estão todos admirados com sua beleza. Lívia, porém, só tem olhos para Jonas, no altar, que também está encantado com a noiva.
 
Oscar entrega Lívia a Jonas, cumprimenta o filho e se posiciona ao lado de Alaíde.
 
JONAS: - Você é a noiva mais linda que eu já vi.
LÍVIA: - Isso é pra você, meu amor.
 
Os noivos se posicionam de frente para o padre. As portas da igreja se fecham e o padre começa a cerimônia.
 
CENA 26. RUA. EXT. DIA.
 
Marilu e Alexandre conversam, ainda dentro do carro.
 
MARILU: - Já chega. Eu vou entrar agora!
ALEXANDRE: - Calma! Você tá louca?! Não foi assim que a gente combinou! E tem segurança lá na frente!
MARILU: - Que se dane o que a gente combinou! Eu quero é ferrar com todo mundo, poxa!... A Lívia vai pagar com sangue tudo aquilo que ela me levou. Ordinária, vagabunda!
ALEXANDRE: - E como a gente vai fazer?!
 
Marilu olha pela janela.
 
MARILU: - Pela lateral. Mas tem que ser rápido. É agora ou nunca.
 
Marilu se mostra determinada.
 
CENA 27. CATEDRAL DA SÉ. INT. DIA.
 
A cerimônia continua na igreja. Pedro caminha até o altar, levando o cestinho com as alianças.
 
Lívia e Jonas trocam alianças, fazendo as juras diante do padre.
No banco, Rosa está com mal-estar.
 
JORGE: - O que foi, Rosa?
ROSA: - Não sei, Jorge... Estou com um pressentimento ruim.
JORGE: - Como é?! O quê?!
ROSA: - A gente precisa tomar cuidado.
 
Jorge se mostra um tanto apreensivo. No altar, o padre segue a cerimônia.
 
PADRE: - Se alguém é contra essa união, fale agora ou cale- se para sempre.
 
Silêncio na igreja. O colar de Lívia brilha intensamente. Lívia e Jonas trocam olhares, apaixonados. De repente, ouve-se a voz de Marilu.
 
MARILU (OFF): - Eu sou contra!
LÍVIA: - Essa voz!
 
Todos se surpreendem.
 
MARILU (entrando na igreja): - Essa vagabunda não pode ser feliz!
Marilu e Alexandre entram, cada um por uma lateral da igreja, próximas do altar, empunhando as armas. Jorge se levanta, para atirar, mas Alexandre é mais rápido, fazendo disparo, acertando o policial.
 
Pânico na igreja. Enquanto isso, Marilu dispara contra o altar, ferindo Jonas, que cai no chão.
 
LÍVIA (grita): - Jonas!
 
Lívia se aproxima de Jonas no chão, Rafael também chega junto deles. Carla e Breno pegam Pedro e conseguem sair do altar, junto com Tatiana, Plínio, Alaíde e Oscar.
 
Marilu se aproxima de Lívia, a pega pelos cabelos.
 
MARILU: - Agora você vem comigo, sua vagabunda! (mira a arma na cabeça de Lívia) Vamos Alexandre!
 
Alexandre mira em Rafael.
 
ALEXANDRE: - levanta daí, playboy! Vem junto!
RAFAEL: - Calma! Eu vou com vocês, mas deixem a Lívia em paz!
ALEXANDRE: - Cala a boca e vem com a gente, ou eu estouro a sua cabeça aqui mesmo!
 
Do meio da igreja, Elizabeth grita por Rafael, assustada. Marilu dá tiros para cima.
 
MARILU: - Ninguém se mexe aqui dentro! (a Rafael) Vem logo, ou então a Lívia também morre!
LÍVIA: - Não cai nessa, Rafael!
RAFAEL: - Eu vou!
 
Marilu e Alexandre saem apressados da igreja, levando Rafael e Lívia como reféns. Alaíde e Oscar, junto com Adriana e Marcos, se aproximam de Jonas.
 
ALAÍDE (aos prantos): - Meu filho!
ADRIANA: - Ele precisa de uma ambulância!
 
Rosa acode Jorge.
 
ROSA: - Está bem, Jorge? Muito ferido?
JORGE: - Estou bem. O tiro pegou de raspão. Eu vou avisar o Pereira e o Hugo. (pega o celular)
ROSA (para si): - Que essa história termine bem, meu Deus!
 
CENA 28. RUA. EXT. DIA.
 
Alexandre e Marilu saem por entre os jornalistas, levando Lívia e Rafael como reféns.
 
ALEXANDRE: - Saiam da frente, bando de urubus! Ninguém nos segue!
 
Eles entram no carro de luxo, que estava estacionado próximo. O motorista é obrigado a sair do carro. Alexandre dispara contra os jornalistas, que correm, se dispersando. Rafael está no banco do motorista, ao lado de Alexandre. No banco de trás, Lívia e Marilu.
 
ALEXANDRE (com a arma na cabeça de Rafael): - Arranca logo com a droga desse carro!
 
Rafael liga o carro e eles saem, em disparada.
 
MARILU (mirando em Lívia): - Como é bom te ver novamente, Lívia...
LÍVIA: - Você é louca, Marilu! Louca!
MARILU: - Louca foi você que cruzou o meu caminho. Mas agora tudo isso vai acabar. Você vai pagar por tudo o que fez comigo. Vadia!
 
As duas ficam a se encarar. Encerra com Pra Rua me Levar – Ana Carolina


autor
Édy Dutra

elenco
Christine Fernandes como Lívia
Taís Araújo como Marilu
Zé Carlos Machado como Tarcísio
Fábio Assunção como Rafael
Bruno Ferrari como Jonas
Marcos Caruso como Paulo
Renata Domingues como Carla
Júlio Rocha como Breno
Bianca Castanho como Beatriz
Júlia Feldens como Vitória
André Bankoff como Fabrício
Danton Mello como Marcos
Lavínia Vlasak como Isabela
Caco Ciocler como Conrado
Janaína Lince como Sarah
César Mello como Alfredo
Aída Leiner como Inês
Luíza Curvo como Tatiana
Jonathan Haagensen como Plínio
Marco Ricca como Fausto
Sílvia Pfeifer como Lorena
Thaís Vaz como Mayra
Gisele Policarpo como Gisa
Guilherme Leme como Almir
Mônica Martelli como Louise
Sérgio Menezes como Kléber
Cyria Coentro como Nice
Ernesto Piccolo como Moisés
Natália Guimarães como Rita

Atrizes convidadas
Sônia Braga como Elizabeth
Regina Duarte como Rosa
Valquíria Ribeiro como Adriana
Ângela Leal como Agda
Mila Moreira como Charlote
Denise Del Vecchio como Onira
Beatriz Segall como Wanda
Arlete Salles como Alaíde

Atores convidados
Gracindo Júnior como Demétrio
Rodrigo Santoro como Henri
Juan Alba como Alexandre
Nill Marcondes como Eduardo
Roberto Bonfim como Roberto
Floriano Peixoto como Jorge

Participações especiais
Dudu Azevedo como Romão
Elisa Lucinda como Cidália
Antonio Pitanga como Tenório
Vanessa Lóes como Clair
Alexandre Slaviero como Hugo
Lui Mendes como Pereira
Mônica Martelli como Louise
Dudu Azevedo como Romão

Trilha Sonora
Pra Rua Me Levar – Ana Carolina (abertura)

Samurai - Djavan
Ainda Bem – Vanessa da Matta

Produção

Bruno Olsen
Cristina Ravela
Diogo de Castro


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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