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- Você quer falar a respeito daquele desgraçado?
- Sim, ele pereceu de uma maneira misteriosa.
- E a polícia está investigando?
- Este é o nosso trabalho, Claudia.
- É a verdade que deseja saber?
- Preciso escutar dos seus preciosos lábios.
- Irá manter em absoluto segredo?
- Que nem a identidade. Ainda tem dúvidas?
- Nenhuma, mas preciso saber com quem estou conversando, com o
investigador ou o meu amigo.
O sol das doze horas ilumina a costa baiana e divide a manhã da tarde,
naquela segunda-feira abafada, como uma labareda. Pamela permanece
andando na calçada próxima da praia ao lado do investigador, que mantém
uma feição de poucos amigos, não se sente mais à vontade ao lado daquela
mulher, os desejos parecem ter cessado, finalmente ou, pode ser um
devaneio do coração, eles finalmente pararam, apreciando a vista das
ondas.
- O mar é simplesmente magnífico, um recanto de mistérios, assim como
uma alma humana, ninguém conhece por completo, nem mesmo os maiores
estudiosos do mundo. – A dama começa a explanar, enquanto o homem
observa durante algumas vezes aquele belo corpo no biquíni. – Você não
sente mais nada por mim?
- Você abandonou a nossa relação.
- Você virou a página.
- Você queria que eu ficasse parado te esperando?
Ela se aproxima daquele corpo másculo, só queria encontrar os seus
lábios no dele, mas Tomaz pertence à outra, jamais a abandonaria por uma
mulher daquele nível, ele conhece cada um dos seus pecados, certamente a
atração já não é mais um mantra.
- Viemos aqui por um motivo. – Ele disse. – Conte a sua versão.
- Eu acordei e percebi que estava presa dentro do porta-malas de um
veículo, o que pertencia a minha família, escutando as ameaças daquele
ordinário, enquanto as lágrimas caiam dos meus olhos, ele dizia um
milhão de maldades e me senti como na minha primeira vez, quando ele
retirou a minha inocência, o meu paraíso. Soube que não era um pesadelo,
as chamas eram reais, mas ele não havia fechado aquela parte direito, eu
acabei saindo e...
- O matou?
- Você no meu lugar o deixaria vivo?
Tomaz fica alguns segundos calado, antes de responder.
- Não, pra ele tentar o mesmo futuramente?
- Nisto que pensei.
Ao se despedir de Tomaz Brayton, Pamela simplesmente perdeu
completamente a vontade de dar um mergulho na praia, pensando no irmão,
Levi pode recuperar a memória a qualquer momento e isso significa a sua
sentença de prisão perpétua. Ela retorna para a morada e troca de roupa,
colocando um vestido longo cobrindo todo o seu corpo, calçando um salto
de dez centímetros, estava pronta para fazer compras no shopping em
Porto Seguro. Ela roda a chave ligando o motor do veículo, seguindo para
a balsa, havia recebido algumas mensagens de Fagner Lima, ignorando por
completamente aquelas sujeiras. O carro para no estacionamento coberto
do centro de compras, Pamela salta rapidamente, andando em direção do
elevador, subindo em direção das lojas.
Pamela permanece completamente ansiosa, não tinha nenhuma “Síndrome de
Becky Bloom”, mas neste momento o tempo precisa ser gasto, assim como o
dinheiro que mantém em sua opulenta conta bancária, passou por diversos
estabelecimentos, mas pouco se interessava por vestimentas femininas,
acaba por comprar brinquedos e roupinhas de bebês para o pequeno David,
estava com cinco sacolas nas mãos. Ela avista uma butique especializada
em produtos de Rock, entrando na mesma, avistando um relógio de parede
do Pearl Jam no formato de um disco de vinil, com os cinco integrantes
da banda, um excelente presente para o irmão, que com certeza iria de
pendurar no seu quarto, junto com sua coleção de discos, ela introduziu
o cartão na maquininha, enquanto sentia os olhares do vendedor logo
adiante, a admirando com suas esferas claras, era um belo rapaz com um
porte físico invejável, mas ela ao menos continuou no ambiente para
escutar uma cantada, não estava interessada em transar com uma pessoa
sem nenhum tipo de sentimento envolvido, não anseia em ser apresentada
como um troféu.
Pamela nem sentiu as horas passando naquela tarde, estava pronta para ir
embora, mal consegue apertar o botão no elevador devido às sacolas que
estava segurando, depois de alguns segundos as portas prateadas são
descerradas, Pamela anda em direção do carro de luxo, outro da família
Monteiro. O ambiente permanece desguarnecido e escuro, o que a mulher
estranhou em primeiro instante, um frio começa a surgir em seu estômago
de uma maneira umbrosa, não estava sozinha naquele local, o seu sexto
sentido feminino nunca falha, é o extinto de sobrevivência da selva
humana. Pamela entra no veículo rapidamente, colocando as sacolas no
banco do carona, ela arruma o espelho retrovisor, contemplando um vulto
rapidamente na retaguarda do automóvel, suas dúvidas nunca falham.
Pamela tenta ligar o veículo, no entanto, o escapamento solta uma fumaça
escura que se transforma em uma neblina. Medo é uma coisa que apenas as
pessoas com limitações sentem, ela é capaz de destruir qualquer um
adiante ou seduzir que nem uma abelha rainha. Ela salta lentamente,
denegrindo aquele estágio, o barulho do seu salto pode ser escutado a
milímetros de distância, assim como as batidas de sua respiração, ela
pega o aparelho celular a procura de alguém para poder ligar, mas não se
sentiu capaz de colocar a vida de mais outra pessoa nesta jogada,
certamente quem está envolvido nesta abstração não almeja nenhum
atestante.
Um automóvel entra torrencialmente no estacionamento, um BMW série 3, o
som da buzina a incomoda, mas ela não consegue fitar ninguém graças
aquela vidro fumê, Pamela não quis continuar parada, saberia a sequência
daquela ação, aquela ainda não era sua sentença, não tão facilmente, sem
ao menos lutar. Ela corre em direção do elevador, desesperada, acionando
o botão diversas vezes, o veículo continua a se aproximar, finalmente a
porta do ascensor é aberta, dando-lhe um pingo de alívio no meio desta
areia movediça, a entrada e fechada. A máquina se movimenta bruscamente
para cima, um baque é escutado e a escuridão toma conta do lugar. |
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