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O corolla preto estaciona na frente de um restaurante
renomado na Rua Mucugê. A dama trajando um vestido
decotado com renda coral até o joelho coloca o salto
agulha vermelho para fora do veículo, a noite estava
perfeitamente gelada para um encontro, que não era o
caso. O encanto inegável chama atenção de todos no
ambiente, principalmente dos homens. Pamela caminha em
direção de uma das mesas no canto do estabelecimento de
gastronomia italiana, próxima da janela e com grande
concentração de ar. Ela se acomoda para observar o
cardápio, escolhendo primeiro a bebida, um vinho seco e
posteriormente, a comida, ossobuco allá milanese.
Seus pensamentos não estavam presentes neste local, tudo
permanece um verdadeiro devaneio de ideia, quando deu
por si mesma, uma mulher havia acomodado a cadeira
adiante, sem ao menos ser convidada, trata-se de Evelyn,
com aquela face de superioridade que sempre incomodava
Pamela, ela não era de confiança, trata-se apenas de uma
bisca falsa, que sempre fez de tudo para assumir o
primeiro lugar, mas o que não lhe faltava de beleza,
padecia em caráter.
- A ilustríssima Pamela Monteiro está de volta. – Ela
disse.
- Do que você está falando, querida? – Pamela mostrou-se
atenta.
- Pensou mesmo que iria de me enganar? – Evelyn
retruca.
- Acho que deveria parar de beber, Evelyn.
- O Hugo Rafael me contou toda a farsa antes de virar
presunto.
- O que você quer? – Pamela pergunta.
- O que eu quero? – Ela começa a sorrir de uma maneira
irônica por alguns segundos, parando um instante depois.
– Apenas o seu dinheiro, que não é pouco.
Pamela amarra o seu cabelo em um coque e permanece a
fitar Evelyn, esta não é uma luta de poder, apenas de
egos. O plano começa a surgir no cérebro da mulher, a
intenção é exclusiva neste momento, eliminar aquela
verme da face da terra, não iria fazer diferença nenhuma
para ninguém.
- Você está de carro? – Interpela Pamela.
- Não.
- E como soube que eu estaria exatamente aqui?
- Te conheço.
- Sabes como sou louca por uma culinária italiana e
melhor ainda, pelos italianos, são tão conquistadores,
mas voltando ao assunto, quanto é que você deseja?
- Um milhão de reais.
- Um milhão de reais?
- É muito para você?
- Não, inclusive tenho este dinheiro guardado no meu
apartamento, só me prometa uma única coisa Evelyn.
- Continue.
- Você irá receber este dinheiro, mas não quero ver a
sua cara nunca mais na minha vida e se eu imaginar que
alguém está tocando neste assunto sabe muito bem o que
irá de acontecer, tenho grandes amigos espalhados em
qualquer lugar, sua cabeça pode aparecer em qualquer
lata de lixo.
Pamela paga a conta do estabelecimento antes de sair,
mal havia tocado na comida graças aquela detestável
companhia. Os seus olhos castanhos estavam diferentes
agora, ela que está no comando, ela travou a porta do
carro, para Evelyn não tentar fugir em nenhuma hora.
Evelyn está sentada no banco de corona, enquanto Pamela
permanece com as mãos no volante, prosseguindo a uma
rota que parece não ter um epilogo e naquele momento, a
dama ao lado já deve estar imaginando o que irá de
prosseguir.
- Você é uma tola sabia? Chega a ser patético tudo isto,
éramos grandes amigas, não se lembra? Mas Evelyn, você
sempre foi à segunda voz, ninguém nunca se interessou em
você, pois tu és uma simples vagabunda metida à rica,
mas nunca segurou homem nenhum, lembra do seu primeiro
namorado? – Pamela começa a revirar as lembranças do
passado. – Ele não estava interessado em você, quando
ele transava contigo, estava pensando na primeira, única
e inigualável, Pamela Monteiro.
O automóvel estaciona no centro do aglomeramento de
arvores, Evelyn mal teve tempo de pegar o seu aparelho
celular, sua oponente estava segurando uma arma,
desativando as travas do carro, ela tinha que descer.
Pamela salta posteriormente, apontando o revolver em
direção da vítima.
- Qual era mesmo o seu maior sonho?
- Você não faria isto, Pamela.
- Ainda tem dúvidas?
O batom vermelho combina estritamente com o sarcasmo de
Pamela nesses segundos.
- Antes de morrer, não quer me falar a verdade?
- Do que você está falando?
- Quem está por trás desta conspiração?
- Não consigo compreender. – Disse assustada.
A bala encrava na cabeça de Evelyn, Pamela não havia
dado tempo para suplicas, se não entendia as perguntas,
não conhecia a verdade, o que é melhor. O corpo da
mulher desaba no chão, restando apenas o sangue perante
o seu corpo. A dama usando luvas de sintético, pega a
bolsa da vítima do carro e joga próximo da constituição
física.
O corolla some na escuridão, o plano estava concluído.
Pamela deixa o automóvel na garagem, antes de entrar na
morada, a dama limpa o salto na lavanderia para ninguém
notar aqueles vestígios de lama. O irmão estava
acomodando na sala de estar, segurando uma caneta e
pensando em alguma coisa séria, pois estava
completamente desligado do mundo, mal notava a sua
presença no mesmo cômodo, ela estrala os dedos algumas
vezes diante da vista de Levi, finalmente ele se
desconecta dos sonhos.
- Dormindo acordado?
- Não, só que não consigo parar de pensar.
- Pensar no quê?
- Em tudo, Claudia.
- Consigo imaginar, é ruim confiar nas pessoas na
escuridão.
- É.
- Mas devemos prosseguir na rota e não abaixar a
cabeça.
- Tenho uma pergunta a te fazer.
- Fique à vontade.
- Onde esteve durante esses anos?
- Estudando e trabalhando, felizmente.
- O Tony me disse que desconfiou de você anteriormente,
mas acabou por se arrepender.
- Ele assumiu o papel de líder da família, uma estranha
aparece e entra na família assim do nada, no lugar dele,
também faria o mesmo. Estou um pouco cansada, só preciso
de um longo banho de banheira.
Pamela deixa o irmão sozinho, seguindo para os aposentos
através da escadaria segurando o corrimão de madeira.
Ela tranca a porta de entrada, de dentro do guarda roupa
consegue observa uma caixa embalada para presente se
trata do perfume que comprou para entregar a Tomaz
Brayton na comemoração de seu aniversário de 30 anos.
- Antes de morrer, eu queria ser somente sua, Tomaz. |
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