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Perfume - Capítulo 53

Novela de Luiz Gustavo
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CAPÍTULO 53 - IMAGINE
 
     
   
 

O corolla preto estaciona na frente de um restaurante renomado na Rua Mucugê. A dama trajando um vestido decotado com renda coral até o joelho coloca o salto agulha vermelho para fora do veículo, a noite estava perfeitamente gelada para um encontro, que não era o caso. O encanto inegável chama atenção de todos no ambiente, principalmente dos homens. Pamela caminha em direção de uma das mesas no canto do estabelecimento de gastronomia italiana, próxima da janela e com grande concentração de ar. Ela se acomoda para observar o cardápio, escolhendo primeiro a bebida, um vinho seco e posteriormente, a comida, ossobuco allá milanese. 

Seus pensamentos não estavam presentes neste local, tudo permanece um verdadeiro devaneio de ideia, quando deu por si mesma, uma mulher havia acomodado a cadeira adiante, sem ao menos ser convidada, trata-se de Evelyn, com aquela face de superioridade que sempre incomodava Pamela, ela não era de confiança, trata-se apenas de uma bisca falsa, que sempre fez de tudo para assumir o primeiro lugar, mas o que não lhe faltava de beleza, padecia em caráter.  

- A ilustríssima Pamela Monteiro está de volta. – Ela disse. 
- Do que você está falando, querida? – Pamela mostrou-se atenta. 
- Pensou mesmo que iria de me enganar? – Evelyn retruca. 
- Acho que deveria parar de beber, Evelyn. 
- O Hugo Rafael me contou toda a farsa antes de virar presunto. 
- O que você quer? – Pamela pergunta. 
- O que eu quero? – Ela começa a sorrir de uma maneira irônica por alguns segundos, parando um instante depois. – Apenas o seu dinheiro, que não é pouco. 

Pamela amarra o seu cabelo em um coque e permanece a fitar Evelyn, esta não é uma luta de poder, apenas de egos. O plano começa a surgir no cérebro da mulher, a intenção é exclusiva neste momento, eliminar aquela verme da face da terra, não iria fazer diferença nenhuma para ninguém. 

- Você está de carro? – Interpela Pamela. 
- Não. 
- E como soube que eu estaria exatamente aqui? 
- Te conheço. 
- Sabes como sou louca por uma culinária italiana e melhor ainda, pelos italianos, são tão conquistadores, mas voltando ao assunto, quanto é que você deseja? 
- Um milhão de reais. 
- Um milhão de reais? 
- É muito para você? 
- Não, inclusive tenho este dinheiro guardado no meu apartamento, só me prometa uma única coisa Evelyn. 
- Continue. 
- Você irá receber este dinheiro, mas não quero ver a sua cara nunca mais na minha vida e se eu imaginar que alguém está tocando neste assunto sabe muito bem o que irá de acontecer, tenho grandes amigos espalhados em qualquer lugar, sua cabeça pode aparecer em qualquer lata de lixo. 

Pamela paga a conta do estabelecimento antes de sair, mal havia tocado na comida graças aquela detestável companhia. Os seus olhos castanhos estavam diferentes agora, ela que está no comando, ela travou a porta do carro, para Evelyn não tentar fugir em nenhuma hora. Evelyn está sentada no banco de corona, enquanto Pamela permanece com as mãos no volante, prosseguindo a uma rota que parece não ter um epilogo e naquele momento, a dama ao lado já deve estar imaginando o que irá de prosseguir. 

- Você é uma tola sabia? Chega a ser patético tudo isto, éramos grandes amigas, não se lembra? Mas Evelyn, você sempre foi à segunda voz, ninguém nunca se interessou em você, pois tu és uma simples vagabunda metida à rica, mas nunca segurou homem nenhum, lembra do seu primeiro namorado? – Pamela começa a revirar as lembranças do passado. – Ele não estava interessado em você, quando ele transava contigo, estava pensando na primeira, única e inigualável, Pamela Monteiro. 

O automóvel estaciona no centro do aglomeramento de arvores, Evelyn mal teve tempo de pegar o seu aparelho celular, sua oponente estava segurando uma arma, desativando as travas do carro, ela tinha que descer. Pamela salta posteriormente, apontando o revolver em direção da vítima. 

- Qual era mesmo o seu maior sonho? 
- Você não faria isto, Pamela. 
- Ainda tem dúvidas? 

O batom vermelho combina estritamente com o sarcasmo de Pamela nesses segundos. 

- Antes de morrer, não quer me falar a verdade? 
- Do que você está falando? 
- Quem está por trás desta conspiração? 
- Não consigo compreender. – Disse assustada.
 

A bala encrava na cabeça de Evelyn, Pamela não havia dado tempo para suplicas, se não entendia as perguntas, não conhecia a verdade, o que é melhor. O corpo da mulher desaba no chão, restando apenas o sangue perante o seu corpo. A dama usando luvas de sintético, pega a bolsa da vítima do carro e joga próximo da constituição física. 

O corolla some na escuridão, o plano estava concluído. 

Pamela deixa o automóvel na garagem, antes de entrar na morada, a dama limpa o salto na lavanderia para ninguém notar aqueles vestígios de lama. O irmão estava acomodando na sala de estar, segurando uma caneta e pensando em alguma coisa séria, pois estava completamente desligado do mundo, mal notava a sua presença no mesmo cômodo, ela estrala os dedos algumas vezes diante da vista de Levi, finalmente ele se desconecta dos sonhos. 

- Dormindo acordado? 
- Não, só que não consigo parar de pensar. 
- Pensar no quê? 
- Em tudo, Claudia. 
- Consigo imaginar, é ruim confiar nas pessoas na escuridão. 
- É. 
- Mas devemos prosseguir na rota e não abaixar a cabeça. 
- Tenho uma pergunta a te fazer. 
- Fique à vontade. 
- Onde esteve durante esses anos? 
- Estudando e trabalhando, felizmente. 
- O Tony me disse que desconfiou de você anteriormente, mas acabou por se arrepender. 
- Ele assumiu o papel de líder da família, uma estranha aparece e entra na família assim do nada, no lugar dele, também faria o mesmo. Estou um pouco cansada, só preciso de um longo banho de banheira. 

Pamela deixa o irmão sozinho, seguindo para os aposentos através da escadaria segurando o corrimão de madeira. Ela tranca a porta de entrada, de dentro do guarda roupa consegue observa uma caixa embalada para presente se trata do perfume que comprou para entregar a Tomaz Brayton na comemoração de seu aniversário de 30 anos. 

- Antes de morrer, eu queria ser somente sua, Tomaz. 
 
     

 

     

Inspirada na música Perfume de Britney Spears

autor:
Luiz Gustavo

personagens:
Levi Monteiro
Pamela Monteiro

Barbara Novak
Tomaz Brayton

Tony Federline
Amália Monteiro

Jonathan Sampaio
Miguel Xavier
Alice Jones

Olga Novak
Neide Alencar
Marcos Ribeiro

Evelyn
Hugo Rafael
Fagner Lima

Valentim

participações especiais:
Jake Fremont
Tyler
Claúdia Alencar

as crianças:
David Novak
Kevin Jones
Douglas

trilha sonora:
Summertime Sadness - Lana Del Rey (abertura)

colaboração:
Thiago Machado
Márcio Gabriel

agradecimentos:
Juliana Cordeiro
Victor Marçal
William Araújo
Rodrigo Ferreira

produção
Bruno Olsen
Cristin Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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