Relações Perigosas - Capítulo 23 - WebTV - Compartilhar leitura está em nosso DNA

O que Procura?

HOT 3!

Relações Perigosas - Capítulo 23

Novela de Felipe Porto
Compartilhe:


     
     
     

VALE A PENA LER DE NOVO: RELAÇÕES PERIGOSAS
 
     
 
 
     
  NO CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS":

Milena — Marcelo, você gosta de mim de verdade?

Marcelo — Que pergunta é essa? É claro que sim!

Milena — Então faz alguma coisa pelo nosso amor. Deixa a Clara.

Marcelo — Milena/

Milena — (Corta/Sutil) Ela te faz feliz?

Marcelo — Faz, mas você também faz!

Milena — E qual felicidade é melhor? A com ela ou a comigo?

Marcelo — Você tá me fazendo ver os sentimentos de uma outra forma, Milena. (Acaricia o rosto dela) Eu te amo.

...
 

Marcelo entra no banheiro da suíte. Heloísa abre uma gaveta e tira de dentro um tablet. Ela senta na cama e começa a mexer no tablet. Close na tela: ela está vendo os e-mails.

Heloísa — (Lê) Você vai adorar esse vídeo.

Música: Instrumental Suspense. [Até o Encerramento].

Heloísa clica no vídeo. Detalhe na tela: É o vídeo das câmeras de segurança do iate de Ana Carolina. Na cena do vídeo, aparecem Clara caída no chão ensanguentada e Heloísa batendo nela com a barra de ferro.

Heloísa dá um grito e atira o tablet sobre a cama. Marcelo vem correndo do banheiro.

Marcelo — (Assustado) Que grito foi esse? Aconteceu alguma coisa?

Heloísa olha para o tablet sobre a cama ainda com o vídeo rodando e em seguida olha para Marcelo. No susto de Heloísa.


...
 

Seu Coisinha — (Direto) Você sabia que o Marcelo tá tendo um caso com a filha da Bianca Giacomelli?

Luísa — Com a Milena? (Pausa) Não. Eu já tinha visto eles juntos, mas nunca desconfiei. Como você ficou sabendo?

Seu Coisinha — O próprio Marcelo me confessou.

Luísa — Bom pra ele. É melhor mesmo o Marcelo se afastar da minha filha.

Seu Coisinha — (Surpreso) Bom?! Luísa, você não percebe o que tá acontecendo? A história tá se repetindo.

Luísa — Eu não conheço a Milena direito, mas ela parece ser diferente.

Seu Coisinha — Será que é?

Luísa — Qual é o seu medo? Me fala.

Seu Coisinha — De que tudo se repita igual aconteceu há vinte anos. E pior: que a gente assista de camarote uma tragédia anunciada e mais uma vez não faça nada pra impedir que ela aconteça.

 
     
 
     
     
     

CAPÍTULO 23
 
     
 

CENA 01. delegacia. sala de visita. Interior. Dia.

Continuação da última cena do capítulo anterior.

Luísa e Seu Coisinha. Breve silêncio.

Seu Coisinha — É incrível como o ser humano tem a capacidade de sempre cometer os mesmos erros.

Luísa — Nada vai se repetir. A situação é outra.

Seu Coisinha — Tomara mesmo que você esteja certa.

Luísa — (Pensa) Você acha mesmo que a gente poderia ter evitado que.../ Como é que a gente ia saber que ia acontecer aquilo?!

Seu Coisinha — No fundo todos nós sempre soubemos. Tava na cara que alguma coisa de ruim ia acontecer.

Luísa — Mas as consequências foram mais graves e dolorosas do que qualquer um de nós pudesse imaginar.

Seu Coisinha concorda. Luísa passa a mão no rosto.

Luísa — Vamos parar de falar disso. Esse assunto me deixa muito mal.

Seu Coisinha — Como você quiser. (Tom) Você vai falar pra sua filha sobre a traição? Eu prometi pro Marcelo que ia guardar segredo.

Luísa — Não vou falar nada. Quero mais é que o Marcelo coloque uma Floresta Amazônica de galhos na cabeça da minha filha. Ela não merece o amor e nem a fidelidade dele. Nem dele e nem de ninguém!

Seu Coisinha — (Curioso) O que ela fez pra você?

Luísa — Longa história. Quando eu achar que deva contar, eu te conto.

CENA 02. casa de ana carolina. quarto de marcelo. Interior. Dia.

Continuação da penúltima cena do capítulo anterior.

Marcelo diante de Heloísa assustada. O vídeo dela espancando Clara roda no tablet. Ela rapidamente vira a tela do tablet para si.

Heloísa — Nada.

Marcelo — Como nada? Você deu um berro.

Heloísa — Sabe esses vídeos de internet que as pessoas mandam? Esses vídeos só pra te dar um susto? Então, uma amiga me mandou um vídeo desses e eu acabei me assustando.

Marcelo — Do jeito que você gritou, eu achei que ia precisar chamar o exorcista.

Marcelo senta na cama.

Marcelo — (Curioso) Deixa eu ver o vídeo.

Heloísa — Não!

Marcelo — Por que não?

Heloísa — (Nervosa) É... Por que... Porque o vídeo é longo e você já tá atrasado pra Barão. Não é porque você é dono que você pode chegar tarde.

Marcelo — (Levanta) Verdade. A gente tem que dar o exemplo.

Heloísa — Isso, vai tomar o seu banho.

Marcelo vai para o banheiro. Heloísa olha para o tablet e desliga-o. Ela levanta da cama e caminha pelo quarto, agitada.

Heloísa — (Nervosa) Isso não pode tá acontecendo. Não pode. Eu preciso descobrir quem foi que mandou esse vídeo. Não pode ter sido a Clara, tenho certeza que eu matei ela. Ninguém sobrevive a aquelas pauladas. Ou sobrevive?!

Em Heloísa muito tensa.

CENA 03. ap de otávio. quarto do casal. Interior. Dia.

Otávio sozinho no quarto, terminando de abotoar a camisa. O celular de Giovanna que está sobre a cômoda, vibra. Otávio olha para o celular, hesita, mas acaba pegando ele.

Otávio — (Olha para o celular) Eu conheço esse número.

Intrigado, Otávio deixa o celular na cômoda. Em seguida pega o seu celular e começa a mexer.

Otávio — Jardel.

Giovanna entra no quarto, enrolada em uma toalha. Otávio olha para ela, desconfiado. Giovanna percebe que Otávio está a olhando.

Giovanna — Que foi? Ta me olhando assim por quê?

Otávio — Nada. Você não deveria já tá na loja?

Giovanna — E você já não deveria tá no escritório?

Otávio — Sim. Já to indo.

Otávio sai do quarto. Giovanna pega o seu celular, vê a mensagem e sorri.

CENA 04. IGREJA. FRENTE. Exterior. Dia.

Um táxi para na frente da igreja e Giovanna sai de dentro dele. Ela entra na igreja. O táxi vai embora. O carro de Otávio se aproxima da porta da igreja.

Otávio — Não sabia que eu tinha uma mulher católica.

Em Otávio.

CENA 05. igreja. ambiente. Interior. Dia.

Música: Say You Say Me - Lionel Richie. [Em volume baixo].

Jardel sentado em uma das fileiras de banco. Giovanna senta ao seu lado.

Giovanna — Achava que esse negócio de encontro em igreja só acontecesse em novela.

Jardel — Foi delas que eu tirei a ideia pra marcar um encontro aqui.

Giovanna ri.

Jardel — Que foi? Não gostou do local?

Giovanna — Não é isso. (Tom) Acho que a gente precisa tomar mais cuidado. Você não pode ficar me mandando mensagem nos horários que eu to fora da loja.

Jardel — Por quê? O Otávio fica espionando o seu histórico de ligações e mensagens?

Giovanna — Não sei. Mas é melhor não arriscar, né?

Jardel — Tá certo. Só te ligo em horário comercial.

Jardel sorri malicioso.

Giovanna — E esse sorriso? No que você tá pensando?

Jardel — Numa outra coisa que também fazem muito nas novelas quando tem encontro em igreja.

Giovanna — O quê?

Jardel — Dar uns amassos no confessionário.

Giovanna dá uma risada.

Giovanna — (Dá um tampinha em Jardel) Tá doido? Nós não somos mais adolescentes pra fazer isso.

Jardel — Ah, mas a adrenalina deixa tudo mais excitante.

Giovanna — Deixa, mas eu não vou fazer isso. Além de que é um desrespeito com a casa de Deus.

Jardel — Tá certo. Mas um beijo pode, né?

Giovanna — (Sorri) Pode.

Giovanna e Jardel se beijam. [Música off].

Giovanna — Preciso ir pra loja. Inventei uma desculpa, mas não posso me atrasar muito.

Jardel — Quer uma carona?

Giovanna — Pode ser.

Os dois se levantam e saem da igreja. Mais escondido, em um dos cantos da igreja, vemos Otávio que estava observando tudo.

Otávio — Ah Giovanna, você vai se arrepender de tá fazendo isso comigo.

Em Otávio.

CENA 06. casa de ana carolina. jardins. Exterior. Dia.

Tomada do jardim frontal da casa de Ana Carolina.

CENA 07. casa de ana carolina. sala de jantar. Interior. Dia.

Mesa do café posta. Heloísa sentada bebe um suco e faz cara feia.

Heloísa — Que horror isso. (Grita) Dolores! Dolores!

Dolores vem da cozinha.

Dolores — Chamou, dona Clara?

Heloísa — Não. Tava aquecendo as minhas cordas vocais. É óbvio que te chamei. (Mostra o suco) Você escolheu as laranjas podres pra fazer esse suco?

Dolores — Não tão boas?

Heloísa — Tão azedas que nem a sua cara. (Impaciente) Tira essa jarra daqui e faz outro, dessa fez um que preste.

Dolores recolhe a jarra de suco e vai para a cozinha.

Heloísa — Quanta incompetência.

Bernardo entra e se senta à mesa.

Heloísa — Ainda aqui, maninho? Achei que você já tivesse ido embora.

Bernardo — To fazendo isso hoje. Vou embora logo em seguida.

Heloísa — Claro, antes veio filar a última refeição.

Bernardo — (Sério) Tipo os condenado do corredor da morte. (Tom) Pode ter certeza que tomar um café da manhã olhando pra sua cara não é um dos momentos mais agradáveis do dia.

Marcelo entra.

Marcelo — Gente, nem vou sentar pra tomar café. To atrasadíssimo.

Bernardo — Marcelo. Eu queria avisar que eu to indo embora.

Marcelo — Como assim, Bernardo?

Bernardo — To voltando pro apê das Laranjeiras. Eu vim pra cá só pra me recuperar da facada que eu levei. Agora não tem mais motivos pra eu ficar aqui.

Marcelo — Que pena que você não vai mais ficar. Se você tá indo embora porque acha que tá incomodando...

Heloísa — Eu falei pra ele ficar, mas ele disse que prefere voltar pro apartamento.

Bernardo — Eu prefiro mesmo, Marcelo.

Marcelo — As portas dessa casa vão estar sempre abertas pra você. Pode vir fazer uma visita quando quiser. (Tom) Dá aqui um abraço.

Bernardo se levanta e dá um abraço em Marcelo.

Bernardo — Você é um cara muito legal.

Marcelo — Obrigado.

Bernardo — É... Eu acho que eu já vou pegar as minhas malas. Aproveitar que hoje eu não tenho aula pela manhã.

Marcelo — Vou pedir pro Rudá te levar com o carro da Clara.

Bernardo — Ótimo. Vou aceitar. Licença.

Bernardo sai.

Marcelo — Eu também já vou indo. Até à noite.

Marcelo vai saindo, mas Heloísa o chama.

Heloísa — Ei! Vai sair sem nem me dar um beijo?

Marcelo volta e dá um beijo na testa de Heloísa. Marcelo sai.

Heloísa — (Inconformada) Na testa?

CENA 08. barão do alambique. frente. Exterior. Dia.

Take da frente da Barão do Alambique.

CENA 09. barão do alambique. antessala. Interior. Dia.

Adelaide trabalhando. As portas do elevador se abrem em Gregório sai de dentro dele.

Adelaide — Dr. Gregório, não é por nada, mas eu tenho observado que tá saindo uma fumaça estranha da sala da dona Tarsila.

Gregório — Ela tá lá dentro.

Adelaide — Sim, senhor.

Gregório — Meu Deus, tenho até medo de entrar lá. (Tom) Dona Adelaide, entra lá e vê o que aquela maluca ta fazendo, por favor.

Adelaide — Pois não.

Gregório entra em sua sala. Adelaide se levanta e vai até a porta da sala de Tarsila. Adelaide bate na porta.

CENA 10. barão do alambique. sala de tarsila. Interior. Dia.

Tarsila em cima da mesa em posição de meditação, de olhos fechados. Vários incensos espalhados pela sala fazem com que o local fica todo enfumaçado. Escuta-se batidas na porta.

Tarsila — (Se mantém na posição) Entra.

Adelaide entra.

Adelaide — (Se assusta) Ai caramba! Dona Tarsila, o que a senhora tá fazendo aí em cima da mesa?

Tarsila — Desbloqueando os chakras, Adelaide. A energia dessa empresa é muito densa.

Adelaide — Mas precisava de tanto incenso? Não sei como a senhora não ativou o alarme de incêndio.

Tarsila — (Abre os olhos) Essa fumaça vai espantar os maus fluidos.

Adelaide — (Indo até a janela) Então eu vou abrir a janela pra evitar que a fumaça se espalhe pelo resto da/

Tarsila — (Corta) Não! Vai atrapalhar todo o meu trabalho pra purificar o ambiente.

Tarsila sai de cima da mesa.

Tarsila — E além do mais eu já acabei. Me ajuda a apagar os incensos.

Tarsila e Adelaide vão apagando os incensos.

CENA 11. tijuca. ambiente. Exterior. Dia.

Música: Me Chama - Babi Hainni.

Stock-shot do bairro da Tijuca. Última imagem é a da frente da Gafieira. [Música fade out].

CENA 12. gafieira. ambiente. Interior. Dia.

Daiane e Seu Coisinha. Conversa já iniciada.

Seu Coisinha — Você quer usar o salão da Gafieira?

Daiane — Isso! Eu preciso de um lugar pra dar as minhas aulas de dança e eu não vou mais poder usar a sala que eu alugo, porque o dono pediu ela. Aí eu pensei: Seu Coisinha tem aquele enorme salão e só usa à noite.

Seu Coisinha — (Pensa) Quantas vezes por semana?

Daiane — Vai depender da quantidade de turmas que eu tiver. (Tom) É claro que eu vou pagar um aluguel pelo uso do espaço... Mas se você puder fazer um precinho amigo...

Seu Coisinha — Tá bem, Dai. Pode usar o salão.

Daiane comemora e dá um beijo no rosto de Seu Coisinha.

Daiane — Obrigada!

Seu Coisinha — (Ressalva) Desde que: não atrapalhe os eventos nem os ensaios pras apresentações noturnas.

Daiane — Você sabe que as minhas aulas nunca atrapalharam as apresentações.

Seu Coisinha — Perfeito. O preço do aluguel vai ser bem barato e você pode me pagar no final dos meses.

Daiane concorda.

CENA 13. giacomelli exportações. frente. ambiente. Exterior. Dia.

Música: Chasing Pirates - Norah Jones.

Take da fachada da empresa.

CENA 14. giacomelli exportações. antessala. Interior. Dia.

Rosa trabalhando. Bianca entra da sua sala. [Música fade out].

Rosa — Dona Bianca. Lembrando que tem reunião com toda a diretoria em duas horas.

Bianca — To sabendo disso, Rosa. (Tom) Você sabe onde tá o Rogério? Procurei ele por toda a empresa e não nem sinal dele.

Rosa — Não faço ideia. Quer que eu tente o celular dele?

Bianca — Faça isso e se conseguir, me avise. To saindo pra almoçar.

Bianca entra em um dos corredores da empresa.

CENA 15. delegacia. sala de visita. Interior. Dia.

Abre em Luísa e Rogério um de frente para o outro.

Luísa — (Surpresa) O que você tá fazendo aqui?

Rogério — Vim te visitar... E saber se é verdade que você tava com drogas.

Na reação de Luísa.

CENA 16. escritório de otávio. sala de otávio. Interior. Dia.

Otávio e Marcelo conversando.

Marcelo — Desculpa vir te incomodar bem no horário de almoço, mas eu não consegui aparecer antes.

Otávio — Tudo bem. Aconteceu alguma coisa?

Marcelo — Isso sou eu quem te pergunto. Aconteceu alguma coisa em relação à Luísa?

Otávio — Ah! A Luísa. Então, Marcelo, as coisas não são simples. Como eu disse: tráfico de drogas é inafiançável. Eu peguei o processo e to analisando tudo com calma pra poder encontrar a melhor solução.

Breve silêncio.

Marcelo — Otávio, você saberia me dizer se é vantajoso pros sócios de uma empresa, torar ela de... (Pensa) Como é mesmo?... (Lembra) Capital aberto.

Otávio — Empresa de capital aberto? Depende, Marcelo. Por que a pergunta?

Marcelo — O meu tio veio com essa proposta. Disse que era seria bom pra contornar a crise nacional e conseguir mais investimento pra Barão.

Otávio fica pensativo.

Otávio — Então quer dizer que o Gregório quer transformar a Barão em empresa de capital aberto? Interessante.

Marcelo — Você acha isso uma boa ideia?

Otávio — Talvez seja sim.

Marcelo — Considero então a hipótese?

Otávio — Mais do que considerar, eu acho que você deveria aceitar.

CENA 17. delegacia. sala de visita. Interior. Dia.

Rogério diante de Luísa, esperando uma resposta.

Luísa — Não é verdade, Rogério. (Corrige-se) Quer dizer, é verdade que me pegaram com drogas, alguns tabletes de cocaína, mas não era minha. Foi tudo armação.

Rogério — Armação de quem?

Luísa — De uma pessoa que quer me ver longe.

Rogério — Você tem inimigos? Não consigo acreditar nisso.

Luísa — Não é inimigo, é... (Muda de assunto) A gente mal se conhece? Por que você tá aqui?

Rogério — A minha visita te incomoda?

Luísa — De jeito algum, mas eu to te falando tudo isso. Quem garante que eu esteja falando a verdade? Como eu já disse: você mal me conhece.

Rogério — Verdade, eu mal te conheço e ninguém pode afirmar que você esteja falando a verdade. Mas conhecer uma pessoa por muito tempo, não significa nada. Quantas vezes na vida a gente não se decepciona com pessoas que a gente pensava conhecer melhor do que nós próprios?

Luísa — (Entristecida) Nisso você tem razão.

Rogério — E além do mais, Luísa. Eu conheço você pouco, mas eu sinto que você é uma pessoa honesta. Você não quer me falar o que tá acontecendo?

Luísa — Eu não quero te meter nessa história.

Rogério — É complicação por causa dessas drogas que colocaram nas suas coisas?

Luísa — Não! Não! Essa história das drogas é só uma ponta de tudo. (Pausa) Você quer me ajudar?

Rogério — No que eu puder.

Luísa — Fica de olho na Milena.

Rogério — (Não entende) Na Milena? Mas por quê?

Luísa — Parece que ela e o Marcelo andaram se encontrando. Fica de olho nela.

Rogério — Eles tão tendo um caso, é isso? Você acha que o Marcelo tá traindo a sua filha?

Luísa — A traição do Marcelo é o que menos importa nesse momento. Hoje de manhã me falaram uma coisa que me deixou um pouco intrigada.

Rogério — O quê?

Luísa — Você não ia entender, mas se puder fazer esse favor, eu ia ficar muito grata.

Rogério — Eu vou ficar de olho nela. E vou também analisar o seu caso. Eu também sou advogado e vou ver se consigo tirar você daqui.

Luísa — (Sorri) Obrigada, Rogério. Você foi um anjo que caiu do céu.

Rogério — (Brinca) Que caiu do céu não! Que te atropelou!

E os dois dão risada.

CENA 18. giacomelli exportações. sala de reuniões. Interior. Dia.

Executivos reunidos: Na ponta da mesa: Giancarlo. Também estão: Bianca, Milena e mais uns seis executivos.

Giancarlo — (Baixo/Para Bianca) Cadê o seu marido? Ele não sabia da reunião?

Bianca — Acho que sabia, mas ele saiu e ninguém sabe pra onde foi.

Milena — (Pra Giancarlo) Posso começar?

Giancarlo vai falar algo, mas é interrompido por Rogério, que entra e vai se sentado em uma cadeira vaga.

Rogério — Desculpem o atraso.

Giancarlo — Chegou à tempo. (Pra Milena) Milena, por favor, pode começar com a apresentação.

Milena se levanta e vai até a ponta oposta da mesa em relação à Giancarlo.

Milena — Boa tarde. Bom, fazendo algumas análises sobre as rotas feitas rumo ao Oriente, eu pude perceber alguns pontos que estão fazendo a empresa ter menos lucro do que poderia ter.

Milena distribui uma pasta com vários papéis dentro para todas as pessoas que a escutam. Milena continua sua explicação em off.

CENA 19. delegacia. corredor. Interior. Dia.

Heloísa diante de Perceu.

Perceu — Não sei se o delegado vai permitir a visita.

Heloísa — EU não vim falar com a minha mãe. Eu vim falar com você.

Perceu — (Surpreso) Comigo?

Heloísa — É. Te espero no boteco que tem na esquina.

Heloísa sai para a rua. Em Perceu intrigado.

CENA 20. boteco. ambiente. Exterior. Dia.

Boteco estilo pé sujo. Mesas e cadeiras de plástico espalhadas na frente do local. Heloísa sentada em uma delas. Um homem coloca dois copos e uma garrafa de cerveja na mesa e vai embora. Heloísa serve o copo dela. Perceu aproxima-se e se senta.

Perceu — O que a senhora quer?

Heloísa — Não precisa de formalidades. Pode me chamar de você.

Heloísa vai colocar cerveja no copo de Perceu, mas ele impede.

Perceu — Não posso. To em serviço.

Heloísa — Nunca te disseram que é falta de educação deixar uma mulher bebendo sozinha?

Perceu — Eu não sou educado.

Heloísa — Tá bem. Eu bebo sozinha.

Perceu — A senh/... Você disse que queria falar comigo. Sobre o que?

Heloísa — Então... Como é o seu nome?

Perceu — Perceu.

Heloísa — O meu é Clara. (Tom) Sabe Perceu, eu sempre achei policial uma profissão muito fascinante. Colocar a vida em risco pra proteger as pessoas... É de muita coragem.

Perceu — Modéstia à parte, polícia não é pra qualquer um mesmo.

Heloísa — Percebi que você não é qualquer um. E percebi também quando você ficou me secando lá na delegacia.

Perceu — Ficou incomodada?

Heloísa — (Toca na mão dele) Pelo contrário. Adorei. (No ouvido dele) Fiquei muito excitada.

Perceu olha para Heloísa com um sorriso malicioso.

Perceu — É mesmo. E o seu marido, namorado, sei lá. O que achou?

Heloísa — Ele não precisa achar nada. Ele não pode me impedir de ter tesão por alguém.

Perceu — E o que você quer?

Heloísa — O que você quer?

Perceu — Você falando assim, eu vou acabar querendo você.

Heloísa sorri maliciosa.

Heloísa — E vai ter, negão. Eu posso ser todinha sua, mas você sabe que não existe almoço grátis e nem cerveja no boteco.

Perceu — O que você quer que eu faça?

Heloísa — Fica de olho na minha mãe.

Perceu — Eu tenho cara de babá?

Heloísa — Não é pra cuidar. É pra me manter informada o que acontece, quem visita ela, essas coisa. (Sensual) Garanto que você não vai se arrepender.

Por baixo na mesa, Perceu passa a mão nas pernas de Heloísa.

Perceu — Espero que não.

Em Heloísa com ar misterioso.

CENA 21. giacomelli exportações. sala de reuniões. Interior. Dia.

Reunião já finalizada. Executivos saem da sala. Giancarlo cumprimenta Milena.

Giancarlo — Parabéns, Milena. A sua apresentação estava ótima.

Milena — Obrigada, vô.

Bianca vai até Rogério, que recolhe alguns papéis.

Bianca — Onde você tava?

Rogério — Resolvendo uns problemas.

Bianca — Que problemas que você tem que resolver bem na hora do expediente?

Rogério — (Encara Bianca) Você é minha chefe por acaso?

Bianca — Não, mas sou sua mulher.

Rogério — Que bom que você ainda lembra disso.

Rogério sai da sala. Bianca bufa e faz o mesmo.

CENA 22. giacomelli exportações. sala de bianca. Interior. Dia.

Bianca entra e fecha a porta. Pega o celular e tecla.

Bianca — (Cel) Gregório. A gente pode se encontra hoje à noite?

Em Bianca.

CENA 23. barão do alambique. sala de gregório. Interior. Dia.

Gregório ao celular.

Gregório — (Cel) Podemos sim. No lugar de sempre. Beijo, gostosa.

Gregório desliga o celular.

CENA 24. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Noite.

Música: Meu Novo Mundo - Charlie Brown Jr.

Stock-shot do Rio de Janeiro ao anoitecer.

CENA 25. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Leandro e Bernardo. Conversa já iniciada. [Música off].

Leandro — Então você foi embora da casa do Marcelo mesmo?

Bernardo — Não dava mais pra ficar olhando toda hora pra cara da Helô. Eu ia acabar metendo a mão na cara dela.

Leandro — Bom, cê que sabe. (Tom) Mas vamos falar de coisa boa?

Bernardo — Da nova câmera digital/

Leandro — (Corta) Bem melhor do que isso. Olha só.

Leandro entrega o seu celular para Bernardo. Bernardo assiste um vídeo no celular.

Bernardo — (Surpreso) Você gravou a transa com aquela garota?

Leandro — Gravei, mas aí só tá a parte que ela faz um strip. E cortei antes dela tirar totalmente a roupa, pra atiçar a sua curiosidade.

Leandro pega o seu celular das mãos de Bernardo.

Leandro — Sua e de quem mais ver.

Bernardo — Você não tá pensando em jogar isso na net, né?

Leandro — To sim

Bernardo — (Reage) Não faz um troço desses cara! Você vai ferrar com a vida da garota!

Leandro — Agora já foi.

Em Bernardo preocupado.

CENA 26. escritório de otávio. sala de otávio. Interior. Noite.

Heloísa senta diante de Otávio.

Heloísa — Que bom que eu consegui pegar o seu escritório aberto.

Otávio — Nesse horário eu já teria fechado o escritório, mas como a senhora ligou, eu resolvi esperar.

Heloísa — Ótimo, porque o que eu tenho que falar com você é urgente. É sobre a prisão da minha mãe.

Otávio — Não se preocupe. Eu já to tomando todas as providências pra tirar ela de lá.

Heloísa — Então para de tomar elas.

Otávio — Como assim?

Heloísa — Isso mesmo. Eu quero que você deixe a minha mãe na cadeia.

Na surpresa de Otávio.

CENA 27. praça. ambiente. Exterior. Noite.

Pessoas circulam sob a luz do luar. Milena sentada em um banco. Ela vê Marcelo se aproximar e se levanta.

Milena — (Sorri) E então, meu amor? Pediu a separação pra Clara?

Marcelo faz uma longa pausa, até que toma coragem.

Marcelo — Não.

Na surpresa de Milena. Fade Out.

Música de Encerramento: More Than I Can Say - Leo Sayer.

 
     

 

     



REALIZAÇÃO


Copyright
© 2016 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução
.aaa.
.aaa.
Compartilhe:

Capítulos de Relações Perigosas

Drama

Novela

Relações Perigosas

Comentários:

0 comentários: