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VALE A PENA LER DE NOVO: RELAÇÕES PERIGOSAS |
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CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS": Perceu — Duas pessoas vieram visitar a sua mãe. Heloísa — Eu e o Bernardo, o meu irmão. Perceu — Não. Além de vocês. Heloísa — Você tem os nomes aí? Perceu — Tenho. Perceu pega um papel. Perceu — Anotei aqui: Rogério Maciel o outro eu não consegui anotar o nome, é alguma coisa Duarte. Heloísa — (Pensativa) Rogério Maciel... Esse nome não me é estranho... (Lembra) Ah! Claro! É o padrasto daquela vadia da Milena. (Tom) Mas de onde eles se conhecem? (Lembra) Sim, do tal atropelamento. (Pra Perceu) E esse não sei o que Duarte? Como ele é? Perceu — Branco, alto, cabelos levemente grisalhos. Heloísa — (Irônica) Nossa, você é ótimo em retrato falado, hein? (Pensativa) Por que será que o Rogério tá vindo visitar a mãe? Será que eles viraram amiguinhos? (Sorri) Ou será que tá rolando algo mais? Heloísa dá uma gargalhada. ... Marcelo — Ela é diferente do resto das salas. Ela tem essa mesa especial pra colocar pranchetas dos seus desenhos e etc. Tem mais iluminação também. Heloísa — Ela é ótima. Batidas na porta. Leandro entra. Marcelo — Leandro? Música: Instrumental Suspense. Leandro — Vim dar as boas vindas pra Clara. Leandro se aproxima de Heloísa. Leandro — E desejar sorte no inicio desse novo projeto. (Sorri/Irônico) Tenho certeza que ela vai fazer um ótimo trabalho. Discretamente, Heloísa olha com raiva para Leandro. O celular de Marcelo toca. Ele se afasta um pouco e atende. Marcelo — (Cel) Alô?
Instrumental continua. Milena dirige enquanto fala ao celular. Milena — (Cel) Marcelo, aquele seu amigo, o Jardel, me ligo. Ele conseguiu achar o juiz que arquivou o processo da morte do meu pai. Isso, eu to indo pra lá agora. Acho que agora a gente resolve essa história de uma vez por todas. Em Milena decidida. |
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CAPÍTULO 26 |
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CENA 01. barão do alambique. sala de heloísa. Interior. Dia. Continuação da sequência da última cena do capítulo anterior. Marcelo ao celular, sai da sala. Heloísa e Leandro se olham. Heloísa — Você tá cheio de gracinha, né? Leandro — (Sorri) Que? Não gostou? Heloísa — Não! Eu vou precisar da sua ajuda aqui. CENA 02. barão do alambique. antessala. Interior. Dia. Marcelo sai da sala de Heloísa, falando ao celular. Marcelo — (Cel) O Jardel localizou o juiz?! Me diz o endereço que eu também to indo praí. CENA 03. CARRO DE GIANCARLO. Interior. Dia. Milena dirige, enquanto fala ao celular. Milena — (Cel) Não precisa. Eu peguei o carro do meu avô emprestado e já to indo pra lá. CENA 04. barão do alambique. antessala. Interior. Dia. Marcelo ao celular. Marcelo — (Cel) Tudo bem, mas me mantém informado. Marcelo desliga, preocupado. CENA 05. barão do alambique. sala de heloísa. Interior. Dia. Heloísa e Leandro. Leandro — Eu te ajudar? Mas eu não sei fazer esses desenhos aí. Heloísa — Nem eu. E você sabe muito bem disso. Leandro — Ninguém mandou você inventar mais essa mentira. Heloísa — E bem que você podia ter convencido o Marcelo a contratar outra pessoa pra desenhar a merda dessas embalagens. Leandro — O quê?! E deixar de ter essa diversão gratuita que é ver você toda perdida? Heloísa — Então você fez isso de propósito? Leandro — Claro que não... Clarinha. Até porque não fui eu quem deu a ideia de te chamar. Não gostou, reclama com o seu marido. Heloísa — Já vi que eu não vou poder contar com você. Leandro — Calma, não precisa ser tão radical. Eu vou te ajudar sim. Até porque eu preciso cumprir a minha cota anual de caridade. CENA 06. giacomelli exportações. sala de giancarlo. Interior. Dia. Rosa entra e vai até Giancarlo. Rosa — Pois não, doutor Giancarlo. Giancarlo — Chama a Bianca. Eu preciso falar com ela. Rosa — A dona Bianca não tá na empresa. Giancarlo — Não? Rosa — O senhor deseja mais alguma coisa? Giancarlo — Não, Rosa. Obrigado. Rosa sai da sala. CENA 07. barão do alambique. antessala. Interior. Dia. Marcelo vai até Adelaide. Marcelo — Dona Adelaide. O meu tio não tá na Barão? Adelaide — Não passou por aqui. Tarsila entra, vindo do elevador, mexendo no celular. Marcelo — (Aborda) Tia. Tarsila — (Se assusta) Ui. Tava distraída. Oi Marcelo. Marcelo — Oi tia. O tio veio com você? Tarsila — Não. Ele saiu de casa bem antes de mim. (Pausa) Ele não chegou ainda? Marcelo — Não. Tarsila — (Pensativa) Estranho isso... Muito estranho, como diria Dalto. Marcelo — Quem é Dalto? Tarsila — Um cantor aí. Não conhece a música? (Canta) Hummm, mas seu um dia eu chegar muito estranho... Marcelo — É... Não, mas enfim. Tarsila — Adoro essa música. (Canta) Tantas vezes eu quis ficar solto, como se fosse uma lua a brincar no seu rosto. (Fala) Nesse agudo eu sempre desafino. (Canta/Desafinando no agudo) Cuida bem de miiim! Marcelo — (Meio constrangido) Então... Será que aconteceu alguma coisa? Tarsila — (Séria) Pro próprio bem dele, é melhor que tenha acontecido mesmo. Tarsila caminha em direção à sua sala e entra. Marcelo fica ali, confuso. CENA 08. rio de janeiro. Exterior. Dia. Música: Muito Estranho – Dalto. Stock-shot de pontos turísticos do Rio de Janeiro, indicando passagem de algumas horas. CENA 09. casa de ana carolina. jardim. Exterior. Dia. [Música fade out]. Karina e Samuel caminham pelo jardim. Samuel — Hoje não vai ter a chata da mulher do Marcelo pra incomodar. Karina — A Clara não tá? Samuel — Não. Parece que ela tá trabalhando na Barão ou algo assim. Karina — Ah é. Acho que eu ouvi falarem alguma coisa lá em casa. (Tom) Você não gosta dela, né? Samuel — Não. Aquela mulher é insuportável. É boa só na frente do Marcelo. Com os empregados ela é pior que um carrasco. Karina — Nossa. Ela parecia ser legal. Samuel — Só parecia, mesmo. E agora que ela e o Marcelo tão meio que brigados, ela tá ficando ainda pior. Karina — Ela e o primo brigaram, é? Por quê? Samuel — (Brinca) Você é curiosa, hein? Karina — Qual o problema? Samuel — Nenhum. Não sei por quê. Karina — Arrumou os livros? Samuel — Sim. Já to com eles. Karina — Eu sou uma negação em matemática. Por que você não escolheu outra pessoa pra fazer o trabalho? Música: Coração de Papelão - Jairzinho e Simony Samuel — Por que eu gosto de você. (Pausa/ Pigarreia) Digo, de fazer os trabalhos com você. Karina — (Sorri) Eu também. Samuel — Vou ali pegar as coisa. Já volto. Samuel vai para os fundos da casa. Karina fica ali, caminhando pelo jardim. [Música off]. CENA 10. barão do alambique. antessala. Interior. Dia. Gregório entra, vindo do elevador. Passa por Adelaide. Gregório — Dona Adelaide. Boa tarde. Algum recado pra mim? Adelaide — Não. O Dr. Marcelo tava procurando pelo senhor pela manhã. Gregório — Certo. Então manda ele ir para a minha sala, por favor. Adelaide — Pois não. Tarsila sai da sua sala e barra Gregório. Tarsila — Posso saber onde o senhor se meteu durante toda a manhã? Em Gregório, sem saber o que responder. CENA 11. shopping. praça de alimentação. Interior. Dia. Música: Say You Say Me - Lionel Richie. Giovanna e Jardel se beijam, em um trecho menos movimentado. Jardel — Tava morrendo de saudades de você, da sua boca, de tudo seu. Giovanna — Eu também tava morrendo de saudade de você. Jardel — Aquilo que você falou no telefone é sério? Giovanna — O quê? Do fim de semana na serra? É claro! Jardel — Mas na sua casa com o Otávio? Giovanna — Qual é o problema? Jardel — Sei lá. Acho meio arriscado. Giovanna — Besteira. Ninguém vai naquela casa há anos. Eu mesma nem lembrava da existência dela. Jardel — Estranho você ter uma casa na serra e não lembrar dela. Giovanna — É que eu jurava que o Otávio já tinha vendido ela. Mas há alguns dias ele me disse que não tinha. (Sorri) É a nossa chance de aproveitar ela. Jardel — (Sorri) Já to até imaginado, nós dois juntinhos, abraçadinhos, naquele clima da serra fazendo amor dia e noite. Giovanna — Tá safadinho, hein? Jardel — Eu vou fazer você nunca mais esquecer esse final de semana. Giovanna — Tenho certeza. Jardel — Quando vai ser? Giovanna — Nesse mesmo. Pode ser? Jardel — (Sorri) Pode. Os dois se beijam. [Música off]. CENA 12. barão do alambique. antessala. Interior. Dia. Tarsila diante de Gregório, esperando uma resposta. Gregório — Resolver uns problemas. Tarsila — Posso saber que tipo de problemas? Gregório — De interesse da Barão. Marcelo sai da sua sala. Gregório vê. Gregório — Marcelo! Queria falar comigo? Marcelo — Sim, tio. A gente pode conversar agora? Gregório — Podemos sim. (Para Tarsila) Depois a gente conversa, Tarsila. Gregório e Marcelo entram na sala de Gregório. CENA 13. barão do alambique. sala de gregório. Interior. Dia. Gregório senta em sua cadeira e Marcelo senta diante do tio. Gregório — Sobre o que você queria falar comigo, Marcelo? Marcelo — Sobre a proposta que você me fez. Gregório se inclina para frente, na expectativa. Gregório — Ah é? E aí? O que você decidiu? Marcelo faz uma pausa. Gregório ansioso. Marcelo — Eu aceito. Aceito transformar a Barão do Alambique em uma empresa de capital aberto. Gregório sorri, satisfeito. Gregório — (Feliz) Sábia decisão, meu sobrinho. A Barão vai crescer muito mais com isso. Marcelo — Tomara mesmo. Gregório se levanta. Gregório — Me dá um abraço. Marcelo se levanta e abraço Gregório. Gregório — Fico feliz que você já esteja sabendo o que é melhor pra empresa. Marcelo — Isso também é meu, né? Gregório — Claro! E quanto mais rápido você aprender as coisas, mais rápido você vai saber comandar a Barão. Marcelo — É isso que eu quero, tio. Gregório — Marcelo, no futuro, você pensa em presidir a Barão? Marcelo — Nunca pensei nisso. Acho que não to preparado pra isso... E além do mais, você ta presidindo a empresa muito bem. Gregório — Obrigado, Marcelo. E sem falsa modéstia, comigo no comando, a Barão só tende a prosperar. Marcelo — (Sorri) Tenho certeza que sim. O celular de Marcelo toca e ele atende. Marcelo — (Cel) Alô? CENA 14. carro de giancarlo. Interior. Dia. Carro em movimento. Milena dirige enquanto fala ao celular. Ela tem um semblante preocupado. Milena — (Cel) Marcelo, você tá ocupado? Marcelo — (Off) Um pouco. Por quê? Aconteceu alguma coisa? Milena — (Cel) Aconteceu. CENA 15. barão do alambique. sala de gregório. Interior. Dia. Marcelo ao celular. Gregório o observa. Milena — (Off) Será que a gente pode se encontrar naquela gafieira da Tijuca? Marcelo — (Cel) Acho que pode sim. A gente se encontra lá. Marcelo desliga. Gregório — Tudo certo? Marcelo — Sim, mas eu vou ter que sair. (Tom) O meu recado já foi dado. Pode começar com o processo todo. Gregório — Vou começar sim. Marcelo sai. Em Gregório vitorioso. CENA 16. barão do alambique. sala de leandro. Interior. Dia. Gregório comemora, diante de Leandro. Conversa já iniciada. Leandro — (Incrédulo) Você acha mesmo que e esse seu plano vai dar certo, pai? Gregório — Tem tudo pra dar certo, Leandro! Nós colocamos parte das ações no mercado, eu mesmo compro e fico no comando disso tudo. Aí ninguém vai conseguir me tirar daqui. Leandro — Você já parou pra pensar na possibilidade que o plano pode dar errado? Gregório — Você puxou à quem esse pessimismo todo? À mim é que não foi. Leandro — Mas já pensou? Gregório — Não. Até porque isso não vai acontecer. Meu plano é perfeito. Leandro — Autoconfiança demais também é perigoso. Não era você que vivia me dizendo pra fazer as coisas com cautela. Gregório — Mas eu to fazendo. Esperei tempo demais pra executar esse plano. Pra ficar com a Barão ou era isso ou era matar o Marcelo. Leandro — Eu sou bem mais a segunda opção. Gregório — Mas não é a melhor. Você diz isso porque tá com dor de corno. Leandro — Não é porque você é meu pai que você vai ficar me esculachando. Gregório — Não tá mais aqui quem falou. (Tom/Sorri) Agora só falta o Marcelo decidir voltar pro meio do mato e sumir de uma vez por todas das nossas vidas... Isso seria a glória! Leandro concorda. CENA 17. GAFIEIRA. Interior. Dia. Marcelo conversa com Seu Coisinha. Milena mais afastada num canto, semblante sério. Marcelo — Desculpa avisar em cima da hora, Seu Coisinha. Seu Coisinha — Sem problemas, Marcelo. Hoje não tinha ensaio mesmo. Podem usar tranquilos. Marcelo — Obrigado. Depois eu vou até a sua casa pra gente conversar. Seu Coisinha — Vou tá te esperando. Seu Coisinha sai do salão. Marcelo se aproxima de Milena. Música: Instrumental Suspense. Marcelo — E então Milena? Você encontrou o juiz? Milena — (Serena) Sim. Marcelo — Você falou com ele? Milena — Não. Marcelo — (Surpreso) Como não falou? Você não foi atrás dele? Milena — Fui, mas é que... Marcelo — É que o quê? O quê aconteceu, Milena? Fala. Milena — Quanto eu cheguei na casa desse tal juiz, eu encontrei várias pessoas perto da casa. Marcelo — Algum tipo de festa? Evento? Milena — Não. Milena faz uma pausa, ainda em choque. Milena — Ele tava morto. Marcelo — (Surpreso) Morto? Como? Milena — Ele caiu de uma das janelas do último andar da casa dele. Na surpresa de Marcelo. [Instrumental off]. CENA 18. CASA DE GREGÓRIO. SALA. Interior. Dia. Tarsila no sofá, folheando uma revista. Karina entra da rua, afoita. Karina — Mãe! Mãe! Mãe! Tarsila — Tá chamando três vezes por quê? Quer pedir música no Fantástico? Karina — Não. To querendo falar com o pai. Ele tá em casa? Tarsila — Deve tá chegando da Barão logo logo. Eu vim mais cedo e/ Tarsila para de falar ao ver Gregório entrando da rua. Tarsila — Ó o dito cujo. Karina — (Indo até Gregório) Pai, queria falar com você. Gregório — Quê? Karina — Nossa que seco. Eu venho aqui dizer que descobri uma parada na casa do primo e é assim que você responde? Gregório — Desculpa. Tive um dia cheio na Barão. Tarsila — Metade do dia, né? Porque pela manhã você não apareceu lá. Gregório — Quê que é Tarsila? Eu te coloquei na Barão pra deixar de ser funcionária fantasma e não pra ficar me vigiando. Tarsila — Você não gosta de ser vigiado, é? Tá fazendo alguma coisa errada? Karina — (Interrompe) Ei! Dá pra deixar essa discussão psicodélica pra depois? Eu to tentando falar! Gregório — Isso, Karina. Fala. (Curioso) O que você descobriu. Karina — Há boatos que o primo e a mulher tão brigados. Gregório — (Interessado) Ah é? Sabe por quê? Karina — Não... Não seria mais fácil você mesmo perguntar pra ele? Gregório — E vou dizer o quê? Que mandei você fuçar a vida dele e quero saber por que ele brigou com a mulher? Tarsila — Certo que a culpa é dele. Karina — Você sabe o motivo, mãe? Tarsila — Não. Mas a culpa é sempre do homem, filha. Aprende isso. Gregório — Tarsila. Não se mete. Tarsila — Só to falando a verdade. Gregório passa a mão na cabeça de Karina. Gregório — Bom trabalho. Karina tira a mão de Gregório de sua cabeça. Karina — (Brava) Para com isso. Não sou cachorrinho pra você passar a mão quando faz uma coisa certa. (Tom) Mas fala aí. O que uma briga de casal interessa pra você? Gregório — Por nada... (Pensa) E eu acho que já sei qual é o motivo da briga. Tarsila — (Curiosa) E qual é? Gregório — (Desconversa) Eu vou pro escritório. Gregório vai para o escritório. Tarsila — Mal chegou da Barão e já vai se enfurnar no escritório? Que tara por trabalho que esse homem tem! CENA 19. gafieira. Interior. Dia. Marcelo ainda em choque com o que Milena disse. Marcelo — Caiu de uma janela? Igual ao... Milena — (Completa) Igual ao meu pai. Silêncio. Marcelo — Você acha que isso é uma coincidência? Milena — Eu não sei o que achar, Marcelo. Eu só sei que essa história tá muito estranha. (Tom) Mais alguém sabia que você tinha contratado esse jornalista pra investigar o paradeiro do juiz? Marcelo — Não. Eu não falei pra ninguém. E você? Milena — Eu meio que deixei escapar pra minha irmã, mas tirando isso... Marcelo — Me conta como tudo aconteceu na casa do juiz. Em Milena pensativa. / Fusão para: CENA 20. rua. frente casa do juiz. Exterior. Dia. Início do Flashback. Milena estaciona o carro perto da casa do juiz. Milena desce do carro. Milena — (Off) Eu fui até o endereço que o tal Jardel me passou. Parece que o juiz já tinha se aposentado há alguns anos. Ele tava morando longe, pra lá do Recreio. Milena se aproxima da frente da casa do juiz e vê movimentação de ambulância e vizinhos em torno da casa. Milena — (Off) Cheguei lá. Foi aí que eu vi que tinha algo errado acontecendo. Milena se aproxima de uma mulher (65 anos, cabelos grisalhos e bem vestida) que está próxima da ambulância. A mulher chora. Milena — Desculpa incomodar, mas é aqui que mora Nicolau Cardoso? Mulher — Era sim. Você conhecia ele? Milena — Não. Mas era por quê? Ele se mudou?? Mulher — Ele tá morto. Milena fica chocada. Milena — Quando isso? Mulher — Questão de uma hora. Ele sofreu um acidente, caiu de uma das janelas da casa. Milena desnorteada. Mulher — Depois que ele fez uma cirurgia na perna, ele passou a usar bengala, tava com o equilíbrio meio debilitado, mas eu nunca pensei que uma coisa dessas pudesse acontecer. Milena — (Pensativa) Ele caiu igual meu pai. Mulher — Desculpa, mas quem é a senhora? Milena — Alguém que queria conversar sobre um dos casos que ele trabalhou. Mulher — Foram tantos. Ele foi juiz por mais de 30 anos. Milena — A senhora tava em casa no momento do acidente? Mulher — Não. Eu tinha dado uma saidinha. Só tava ele e a empregada. Milena — E essa empregada não viu nada? Mulher — Nada o quê? Milena — Sei lá. Alguma movimentação estranha. Mulher — Não viu. A casa é muito grande. (Tom) Com licença, eu preciso tomar as providencias pro enterro. A mulher se afasta. Milena fica ali, perplexa. Marcelo — (Off) É muita coincidência ele morrer da mesma forma que o seu pai morreu, você não acha? Milena — (Off) Acho! Fim do Flashback. / Fusão para: CENA 21. gafieira. Interior. Dia. Marcelo e Milena conversando. Milena — Mas quem teria feito isso? Na tensão dos dois. CENA 22. ap de otávio. sala. Interior. Dia. Juliana entra da rua e vê Otávio em pé no meio da sala, como o tablet na mão. Ele a encara. Juliana — Pai? Você em casa uma hora dessas? (Brinca) Pegou fogo no escritório? Otávio — (Sério) Não. Mas quem se queimou aqui foi você. Juliana — (Não entende) Oi? Otávio vira o tablet e mostra o vídeo intimo de Juliana, pausado. Otávio — Você não tem vergonha não? Em Juliana sem chão. CENA 23. casa de gregório. sala. Interior. Dia. Karina sentada no sofá, mexendo no celular. Tarsila desce as escadas. Tarsila — Filha. Você viu o seu pai por aí? Procurei pela casa toda e nada dele. Karina — Não vejo ele faz um tempão. Tarsila — Não é possível! O Gregório sumiu de novo? Mas quem ele tá pensando que é? O Houdini? David Copperfield? O Mr. M pra ficar aparecendo e desaparecendo assim do nada? CENA 24. HOTEL. BAR. Interior. Dia. Bianca e Gregório sentados à mesa. Bebem um drink. Gregório — Você gosta de viver perigosamente, né Bianca? Bianca — (Sorri) Por que você diz isso? Gregório — Você ainda pergunta?! Foi por pouco que a sua filha não se encontra com o Nicolau. Bianca — Mas a gente deu o nosso jeitinho, não deu? Gregório — A gente sempre dá. Mas isso tá ficando arriscado demais. Você tem que dar um jeito de conter a sua filha. Bianca — Ah Gregório! Até parece que a culpa é só dela! Se não fosse o seu sobrinho a reaparecer do nada e resolver dar uma de Sherlock Holmes, nada disso estaria acontecer. (Enfática) Cabia a você afastar ele de tudo e não conseguiu! Gregório — Isso não é tão fácil quanto você pensa. Ele é jogo duro! Quer porque quer saber porque o pai sumiu com ele. Bianca revira os olhos, entediada. Bianca — To me cansando dessa história. Essa que é a verdade. Gregório — Então pode tratar de dar uma injeção de animo porque esse enredo ainda vai render vários capítulos. Bianca — Pelo menos com a morte desse juiz, espero que a Milena sossegue um pouco. Gregório — Duvido muito. Ainda mais com a proximidade que ela tá tendo com o Marcelo. Bianca — Isso é uma coisa que eu não entendo: esses dois tão próximos demais pro meu gosto. Gregório — (Surpreso) Sério que você não sabe? Bianca — Sabe do quê? Gregório — A sua filha e o Marcelo tão tendo um caso. Na surpresa de Bianca. CENA 25. gafieira. Interior. Dia. Milena e Marcelo um diante do outro. Marcelo — Não sei quem pode ter feito uma coisa dessas. Milena — (Desolada) Eu não to acreditando nisso, Marcelo! A gente roda, roda, roda e não sai do lugar! Quando a gente encontra algo, uma pista que pode nos dar algumas respostas, acaba acontecendo isso. Marcelo se aproxima de Milena e a abraça. Música: Pede a Ela – Tim Maia. [Até o Encerramento]. Marcelo — Você precisa ter paciência. Milena — Eu to tendo paciência demais, Marcelo. Mas parece que tudo que a gente faz é inútil. Marcelo — Não é! O que a gente não pode fazer, é desistir. Milena — É o que eu quase to pensando em fazer. Marcelo — Mas eu não vou deixar. Nós vamos juntos descobrir o que aconteceu. Tanto com o seu pai quanto com o meu. Milena sorri. Milena — Obrigada pelo apoio, Marcelo. Marcelo também sorri. Marcelo beija Milena. Ela se deixa levar pelo beijo por um tempo, mas acaba o afastando. Marcelo — Que foi? Milena — Que foi que eu não quero beijar você. Marcelo — Não quer? Milena — Não posso. A gente tá brigado, esqueceu? Marcelo — (Sorri) Esquecei sim. To com amnésia. Marcelo puxa Milena e a beija novamente. Ela o empurra de leve. Milena — Para! Marcelo — Deixa de bobagem, Milena. A gente não tem motivos pra brigar. Milena — (Inconformada) Ah não?! Marcelo — Não! Quantas vezes eu vou ter que te dizer que eu te amo! Milena — Ama, mas ainda tá com a Clara. Marcelo — De novo essa história? Milena — Sim! De novo! E a minha vontade era de continuar com essa história num looping infinito! Repetindo, repetindo e repetindo! (Calma) Mas eu não vou fazer isso, Marcelo. Eu só vou te pedir uma coisa. Marcelo — O quê? Milena — Só volta a me procurar depois que você pedir a separação pra Clara. Marcelo — Milena/ Milena — (Corta/Sutil) E não demora. Eu não vou ficar a vida toda esperando por você. Milena pega a bolsa e vai embora. Em Marcelo abalado. Fade Out. |
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Relações Perigosas - Capítulo 26
Novela de Felipe Porto
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