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Passos da Paixão - Capítulo 17

Novela de Édy Dutra
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PASSOS DA PAIXÃO - CAPÍTULO 17

 
 
 
 
 
 
NO CAPÍTULO ANTERIOR:
 

SÍLVIA: - Não fala assim, Melissa... Vila Isabel é tão bacana. Você nasceu aqui, cresceu. Tem vizinhos maravilhosos.

MELISSA: - Eu não nasci pra ser pobre, mãe. Não adianta. (se levanta, vai até a janela, olha para a rua)

SÍLVIA (suspira): - Ai filha, você falando assim me lembrou até uma pessoa que eu conheci... Rosana.

MELISSA: - O que você falou?

SÍLVIA: - Nada não... E seu pai hein? Onde se meteu?

MELISSA: - Saiu de tarde, mas não disse pra onde.

SÍLVIA: - Pois é, mas já está ficando tarde. Vou ligar pro celular dele.

...

JÚLIO: - Laerte?

LAERTE (entrando): - Deve estar se perguntando como eu te encontrei aqui. Mas sei que você é esperto e vai chegar rápido na resposta.

JÚLIO: - Pegou o endereço da Silvinha...

LAERTE: - Está mudado, Júlio. Um homem feito, finalmente.

JÚLIO: - Na cadeia, qualquer um vira homem, Laerte. É praticamente uma vida na selva.

LAERTE: - E aí você sai da sua selva e vem invadir o meu território.

JÚLIO: - Do que você está falando?

LAERTE: - Eu vou ser direto, Júlio. (abre a sacola e despeja sobre a mesa. Maços de dinheiro caem)

JÚLIO (surpreso): - O que é isso?! Que dinheiro é esse?

LAERTE: - Durante todos esses anos eu estive ao lado da Sílvia, amando ela como se fosse a única mulher deste mundo. Mas ela nunca te esqueceu. Passou esses anos todos convivendo com a esperança de te reencontrar. E você não sabe o quanto é sofrido para um homem ter uma mulher do lado e saber que ela não te ama... Por isso hoje à tarde, eu fui ao banco, e saquei todo esse dinheiro. Praticamente limpei minhas economias. Agora é tudo seu, Júlio.

JÚLIO: - É meu?!


LAERTE
: - Aceita esse dinheiro aqui, Júlio, e vai embora. Some do Rio de Janeiro, se possível, do país. Só assim eu poderei conquistar a Sílvia de vez.

 

 

 

CENA 01. HOTEL BARATO. QUARTO JÚLIO. INT. NOITE.

Continuação do capítulo anterior. Laerte oferece dinheiro para Júlio se afastar de Sílvia.

JÚLIO: - Eu não posso acreditar que você esteja fazendo isso, Laerte.

LAERTE: - Pois então acredite, pois é sério.

JÚLIO: - Você, apaixonado pela Sílvia...

LAERTE: - No início eu pensei que fosse apenas confusão da minha cabeça. Mas depois eu percebi que não era nada disso. Era amor. E esse amor só crescia, quando eu via que ela precisava de carinho, de afeto. Coisas que não recebia de você.

JÚLIO: - Mas eu sempre vi a Silvinha como amiga, nada mais!

LAERTE: - Mas ela era apaixonada por você. E talvez ainda seja. Mesmo durante todo esse tempo, é você quem permeia os pensamentos dela. E eu não quero mais isso! Eu fiquei do lado dela esses anos todos. Formamos uma família.

JÚLIO: - Vocês tiveram filhos?

Laerte demora um pouco para responder.

LAERTE: - Uma menina. Linda.

JÚLIO: - Nossa... Quanta mudança nesse tempo.

LAERTE: - Eu não quero perder tudo o que eu conquistei, Júlio. Você é uma ameaça à minha felicidade e à felicidade da minha família. Por tanto, aceita logo esse dinheiro e some daqui. Vai embora do Rio de Janeiro. Para o bem de nós todos.

JÚLIO: - Bem de nós todos? Laerte, você quer me privar de viver! Acorda cara!

LAERTE: - Não, não Júlio. Não estou te privando de viver. Estou te dando a opção de recomeçar, só que longe da minha família. Refaça a sua vida fora daqui. Tem dinheiro suficiente aí... Atende esse pedido meu. Pelo seu amigo que te acolheu quando você mais precisou, no passado.

Júlio fica pensativo, olhando o dinheiro espalhado sobre a mesa.

JÚLIO: - Tudo bem. Eu aceito.

LAERTE: - Ótimo...

Laerte se aproxima, estende a mão para Júlio, em cumprimento. Júlio retribui.

LAERTE: - Boa sorte na sua nova vida. Longe daqui.

JÚLIO: - Espero que você consiga fazer a Sílvia feliz.

LAERTE: - Pode ter certeza que eu farei isso.

Laerte vai embora. Júlio se aproxima da mesa, mexe no dinheiro e abre um sorriso.

JÚLIO: - Esse dinheiro era tudo que eu precisava. Já tenho o que investir no meu plano... Ah, Rosana. Sua hora vai chegar.

CENA 02. CASA MAURO. QUARTO LEOCÁDIA / SALA. INT. NOITE.

Mauro questiona Leocádia sobre o que ouviu da conversa.

MAURO: - Então, mamãe, que segredo é esse que a Rosana me esconde?

SELMA: - Leocádia pode ser que não seja nada grave...

MAURO: - Ou talvez seja, Selma, para a minha mãe fazer esse mistério todo.

LEOCÁDIA: - Na verdade, nem eu sei, meu filho. Mas que ela está te escondendo alguma coisa, ela está. Eu ouvi ela falando isso com o Vitinho.

MAURO: - Tem certeza?

LEOCÁDIA: - Claro que tenho. Até disfarçaram quando eu entrei na sala.

MAURO: - A Rosana está lá embaixo agora, vou tirar essa história a limpo. (sai)

SELMA: - Leocádia! Você está colocando o casamento do seu filho em risco!

LEOCÁDIA: - Melhor do que ele viver enganado nessa história. Vem, vamos descer.

Na sala, Rosana está sentada no sofá, folheando uma revista, quando Mauro chega. Em seguida, Leocádia e Selma entram no local.

MAURO: - Rosana, eu preciso te fazer uma pergunta séria.

ROSANA: - Nossa, Mauro, o que foi? Aconteceu alguma coisa?

MAURO: - Não aconteceu, mas pode acontecer.

ROSANA: - Assim você até me assusta, querido.

MAURO: - Que segredo é esse que você está escondendo de mim?

Rosana se mostra apreensiva.

ROSANA: - Segredo? Mas não há segredo nenhum entre nós, meu amor. Você sabe disso. Até me surpreende você me fazendo esse tipo de pergunta.

MAURO: - Eu também fiquei surpreso quando a mamãe falou que ouviu você e o Vitinho falando sobre isso.

ROSANA (encara Leocádia): - Ah, sua mãe ouviu é?

LEOCÁDIA: - Ouvi sim, Rosana. Não há como negar agora.

MAURO: - E então, Rosana. Que segredo é esse?

SELMA: - Vocês estão pressionando a pobre moça...

ROSANA: - Para você ver, Selma, o que uma conversa mal escutada resulta. Primeiramente, eu não falei em segredo com o Vitinho, mas sim, em surpresa.

LEOCÁDIA: - Como é que é?

ROSANA: - Isso mesmo... Eu queria fazer uma surpresa para você, Mauro. Eu mesmo iria contar para você, pessoalmente, na intimidade do nosso quarto. Mas pelo visto, vou ter que antecipar a notícia... Eu convidei a Celeste para trabalhar como auxiliar no setor de comunicação da GF. Como ela começou a faculdade, achei que seria bom para ela ir se familiarizando com a profissão.

MAURO: - Rosana, isso é ótimo!

ROSANA: - Acho que até vai ser bom para ela se preocupar com outras coisas e deixar essas esquisitices de lado.

LEOCÁDIA: - Minha filha não é esquisita, Rosana!

SELMA: - Calma, Leocádia!

ROSANA: - Desculpa, eu não quis ofender... Mas enfim, era isso. Não há segredo nenhum. E agora, nem surpresa.

Mauro abraça Rosana.

MAURO: - Desculpa ter desconfiado de você, meu amor. Eu jamais deveria ter agido dessa forma.

ROSANA: - Tudo bem, meu amor. Só espero que isso não se repita. Eu jamais esconderia alguma coisa de você. Jamais.

MAURO: - Eu sei disso...

SELMA: - Bem, já que está tudo resolvido, eu vou indo para casa.

MAURO: - Vai como, Selma?

SELMA: - Pegarei um táxi.

MAURO: - Não mesmo. Eu te levo. Aproveito e já dou uma palavrinha com o Gilson sobre o evento de amanhã.

SELMA: - Ah sim, o lançamento da nova coleção da GF. Já tenho até meu modelito preparado!

ROSANA (a si mesma): - Espero que não seja o mesmo estilo brega de sempre...

MAURO: - Então vamos.

SELMA (se despede de Leocádia): - Viu, minha amiga, não teve nada demais.

Leocádia esboça um sorriso. Selma se despede de Rosana e sai, acompanhada de Mauro. Rosana e Leocádia a sós na sala.

ROSANA: - Não sabia que agora você fazia fofocas, Leocádia.

LEOCÁDIA: - Eu apenas tentei alertar meu filho.

ROSANA: - Alertar do quê?

LEOCÁDIA: - Do risco enorme que ele está correndo de se decepcionar com você.

ROSANA: - Você nunca foi com a minha cara, não é? O que foi que eu te fiz, hein, Leocádia? Não fiquei te bajulando, é isso?

LEOCÁDIA: - Você não me provou ter uma alma clara, caráter... Rosana, você não era ninguém quando se casou com o Mauro. Pegou o coitado com uma barriga...

ROSANA: - Não fale do meu filho... Ainda é um trauma pra mim.

LEOCÁDIA: - Pobre anjo. Teria uma mãe daquelas...

ROSANA: - Escuta aqui, Leocádia, eu estou cansada dessa sua conversinha mole. Fala de mim, mas fica me envenenando contra o Mauro. Esquece! Eu e o Mauro nunca vamos nos separar. Você não terá esse prazer.

LEOCÁDIA: - Você pensa que me engana... Mas eu sei que você tem um lado escuro aí dentro, Rosana.

ROSANA: - Todos nós temos, Leocádia. A diferença é que uns mostram, e outros não... Mas eu mantenho a minha consciência tranquila.

LEOCÁDIA: - Mantém mesmo?... Que ótimo, porque essa história ainda não acabou.

Leocádia se retira.

ROSANA: - Era só o que me faltava essa velha ficar no meu pé.

CENA 03. CASA SÍLVIA. INT. NOITE.

Laerte chega a sua casa. Sílvia o aguarda.

SÍLVIA: - Laerte! Onde você esteve querido?

LAERTE: - Estive com o Júlio.

Sílvia “gela”.

LAERTE: - Tivemos uma longa conversa...

SÍLVIA: - Mas como? Onde você o encontrou?

LAERTE: - Eu fui até o endereço que ele te deu. Num hotelzinho...

SÍLVIA: - Como você pegou o endereço, Laerte?

LAERTE: - Por que tanta pergunta, Sílvia? Não era para eu encontrar o Júlio? Apenas você pode rever seu amigo?

SÍLVIA: - Não, não é isso... Acontece que você estava tão resistente ao Júlio que, até fiquei surpresa com essa sua notícia...

LAERTE: - Eu também fiquei surpreso em saber que ele te deu um endereço e você escondeu isso de mim. Mas eu fui até lá, nós conversamos e graças a Deus, ficou tudo resolvido.

SÍLVIA: - Tudo o quê?

LAERTE: - Essa volta do Júlio... Ele agora vai embora do Rio de Janeiro, começar uma vida nova.

SÍLVIA: - Embora?! Mas como? Ele não me disse nada...

JÚLIO: - Ele me falou que não queria carregar o passado junto. E convenhamos que é melhor assim. As coisas mudaram nesses vinte e tantos anos... Eu e você estamos juntos agora, felizes. A Rosana fez a vida dela. E agora o Júlio vai seguir o caminho dele. Não é ótimo?

SÍLVIA: - Claro, é sim.

LAERTE: - E Melissa, onde está?

SÍLVIA: - Já está na cama.

LAERTE: - Eu vou pro banho e depois vou me deitar também. Você não vai demorar não é?

SÍLVIA: - Não, não.

Laerte beija Sílvia na testa e sai.

SÍLVIA: - O Júlio não pode ir embora assim...

CENA 04. BOATE GLAMOURIO. INT. NOITE.

Walter faz proposta para Karina.

WALTER: - E então, Karina, aceita ou não trabalhar aqui na GlamouRio?

KARINA: - Eu não sei não...

WALTER: - Meu bem, não há nada de mal nisso. Você não precisa sair do seu emprego no restaurante, pode vir aqui pra boate à noite. Vai ficar famosa, porque aqui só trabalha quem tem talento. Vai ganhar uma boa grana de salário, além das gorjetas. É só dançar, divertir o pessoal. E caso alguém queira forçar a barra com você, só me dar um grito que eu resolvo.

KARINA: - Ok, você me convenceu!

Walter vibra, abraça Karina.

WALTER: - Que ótimo!

KARINA: - Mas tem uma condição...

WALTER: - O que você quiser.

KARINA: - Meus pais não podem saber que eu trabalho aqui... Nada contra, Walter, mas eles não têm a cabeça tão aberta assim. Podem achar que eu faço coisa errada, enfim. Então, pode ser que algumas vezes, eu não possa vir pra trabalhar, ainda mais sendo todas as noites, chegando tarde. Eles podem desconfiar.

WALTER: - Sei... Entendo a sua situação. Mas a gente pode criar uma história, pra facilitar a sua vida... Você vem aqui quando der, mas crie uma rotina. Tenho um amigo que é secretário num cursinho. A gente pode pedir um atestado frio pra ele, comprovando que você estuda lá. Nas noites que você vem trabalhar, diga que vai ao curso e na volta, fica na casa de uma amiga...

KARINA: - Walter, mas isso é legal? Do atestado, essas falsificações?

WALTER: - Você quer ou não ganhar dinheiro fácil?

KARINA: - Quero, mas (pausa)

WALTER: - Eu estou te dando uma oportunidade única, Karina. É pegar ou largar.

KARINA: - Tá certo. Eu aceito.

WALTER: - Fechado. Amanhã mesmo você tem seu atestado de matrícula, frequência, tudo. Só precisa contar a história direitinho para os seus pais.

KARINA: - Eles vão achar um milagre, eu, do nada, começar a estudar. (risos) Nunca fui fã dos cadernos.

WALTER: - Antes tarde, do que nunca, não é? (risos) Bem-vinda ao mundo do glamour!

CENA 05. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / SALÃO DE EVENTOS GF. INT. DIA.

Imagens do Rio de Janeiro ao amanhecer. (sobe trilha “Me Segura” – Eduardo Dussek) Corta para o suntuoso salão de eventos da Gonzales Fashion. Tudo preparado para o lançamento da coleção de Rosana. Local amplo, com decoração que remetem ao mar, praia.

Diversas pessoas estão presentes. Uma passarela está montada no meio do salão, com cadeiras de praia, areia, guarda-sóis, tudo dando um clima praiano ao evento.

Rosana está deslumbrante, num vestido vermelho, esvoaçante, cercada por jornalistas. Vitinho, de terno branco, está ao lado dela, assessorando. (fade out trilha)

JORNALISTA 01: - O que esta nova coleção da GF traz de diferente para o seu público?

ROSANA: - Ela traz um toque a mais da alma carioca. Nada melhor do que trazer esse clima de praia para o nosso dia a dia, sem deixar de lado a qualidade e o padrão de excelência de Rosana Gonzales.

JORNALISTA 02: - Ainda sente o frio na barriga ao lançar uma coleção nova?

ROSANA: - Sempre... Acho que quando a gente não sentir esse frio, é porque perdeu a sensibilidade da criação. E pessoa mais sensível do que eu, não existe.

VITINHO: - Pessoal, depois do desfile, a Rosana fará mais uma entrevista. Agora ela precisa recepcionar os demais convidados.

Vitinho se afasta com Rosana. Enquanto caminham, Vitinho avista Aline, de longe. Eles trocam olhares. Aline está sentada na primeira fila, junto com Sandra, Selma e Maria Helena.

SELMA: - Como a Rosana está linda, não é?

MARIA HELENA: - É uma mulher muito bonita mesmo.

ALINE: - E está bem vestida também.

SANDRA: - Quero ver as maravilhas desta nova coleção. Da coleção anterior, comprei quase todas as peças.

SELMA: - Eu até queria comprar todas, mas aí o Gilson implicou. Ao invés de comprar as roupas, resolvi fazer uma festa lá em casa. Ele nem percebeu, mas gastou o dobro com a festa. (ri)

MARIA HELENA: - Eu gosto do bom gosto das roupas da GF. E vamos combinar que essa Rosana é uma diva da moda. Como a Aline falou, ela está sempre bem vestida e com ideias incríveis... Tomara que Marcinha se inspire nela para sua profissão.

SANDRA: - Marcinha quer ser estilista?

MARIA HELENA: - Na verdade, quer ser designer tal qual Estér. Mas eu quero que ela tenha sucesso e seja referência como a Rosana é para GF.

SELMA: - E como a Estér é para a Áurea.

MARIA HELENA: - Estér não é referência para a Áurea, Selma. Estér não é referência nem como pessoa.

SANDRA: - Você realmente não consegue tecer um elogio sequer para a sua filha, Maria Helena. A Estér é uma pessoa tão agradável.

MARIA HELENA: - Em primeiro lugar, ela não é filha e todas vocês sabem disso. Segundo lugar, ela é agradável não morando na sua casa... Tenho até medo de ver a Marcinha conversando com ela. E o pior é que as duas estão cada vez mais próximas.

SELMA: - Normal, Maria Helena, ainda mais se a Marcinha quiser seguir os passos da tia.

MARIA HELENA: - Espero que esses passos sejam apenas na profissão. (para si) Me arrepio só de pensar na Marcinha com outra mulher.

Em outro ponto, Leocádia, Mauro e Gilson conversam.

MAURO: - Onde está Celeste, mamãe?

LEOCÁDIA: - Está por aí, cobrindo o evento. Ela está tão empolgada com esse trabalho na assessoria de imprensa da GF.

GILSON: - Rosana foi de uma sensibilidade incrível.

LEOCÁDIA: - Eu vou até ali cumprimentar umas amigas que chegaram.

Leocádia se afasta.

GILSON: - Então, falei com o Fernando e logo logo ele estará aqui.

MAURO: - Ótimo. Fiquei feliz por ele ter nos procurado para firmar essa parceria. Áurea Calçados e GF. Tem tudo pra dar certo.

GILSON: - E nós podemos manter essa parceria por muito tempo. A Áurea está expandindo seus negócios. Podemos até entrar nessa onda e ingressar em novos pontos do mercado.

MAURO: - Confesso que há tempos eu planejo esse trabalho. Uma hora ia virar realidade.

GILSON: - Falando nele, chegou.

Fernando se aproxima de Gilson e Mauro.

GILSON: - Acredito que já se conhecem, mesmo assim, faço as devidas apresentações. Fernando, esse é Mauro Gonzales, dono da marca GF. Mauro, Fernando Linhares, presidente da Áurea Calçados.

Fernando e Mauro se cumprimentam, simpáticos.

MAURO: - Estava justamente falando com o Mauro sobre a nossa parceria, que já era um desejo meu, antigo.

FERNANDO: - Eu fico feliz em saber disso, Mauro. A GF é uma marca incrível, reconhecida no país inteiro. E a Áurea precisa desses parceiros de peso para chegar ao seu objetivo.

De longe, Rosana avista Fernando. Demonstra interesse.

ROSANA: - Vitinho, quem é aquele homem lá, conversando com o Mauro?

VITINHO: - Não sei não, madame.

ROSANA: - Parece ser alguém importante. Se veste tão bem e... É bonito.

VITINHO: - Madame, se comporte. É uma mulher casada.

ROSANA: - Elogiar não é trair, Vitinho... Por favor, pega um champanhe pra mim, porque estou com sede.

Vitinho se afasta, Rosana fica a observar Fernando. Enquanto isso, Estér e Marcinha se acomodam para assistir ao desfile.

MARCINHA: - É o primeiro desfile de moda que eu assisto assim, de pertinho.

ESTÉR: - Sabia que você iria gostar, Marcinha. Vai ser bom pra você ver noção de como as coisas funcionam. Logo logo será você a responsável por uma coleção da Áurea.

MARCINHA: - Nem me fala tia que eu já fico com os nervos à flor da pele!

Celeste se aproxima delas.

CELESTE: - Com licença. (a Estér) Estér Linhares?

ESTÉR (simpática): - Sim, eu mesma.

CELESTE: - Oi, eu me chamo Celeste e estou fazendo a cobertura do evento para a assessoria de imprensa da GF. Poderia me dar uma pequena entrevista?

ESTÉR: - Claro, posso sim.

CELESTE (anota num bloquinho): - Você é uma pessoa ligada à moda, seguir tendências?

ESTÉR: - Eu gosto de moda sim, mas não sou de usar tudo o que está por aí. Gosto de me sentir bem, sabe? Não sou escrava da moda.

CELESTE: - Você é a designer de moda da Áurea Calçados. De onde vem a inspiração para criar esses objetos que são tão desejados pela mulheres?

ESTÉR: - Acho que vem da alma mesmo. Nós mulheres queremos usar coisas diferentes, formas... Eu penso na beleza feminina e aí a inspiração vem.

CELESTE: - E qual é a sua aposta para os próximos tempos na moda?

ESTÉR: - Minha aposta? Está aqui. (aponta Marcinha, que sorri) Márcia Linhares, futura designer da Áurea.

CELESTE: - Obrigada pelas palavra, Estér.

ESTÉR: - Eu é que agradeço.

Celeste se afasta, vai caminhando, quando esbarra em Rosana, deixando seu bloco cair no chão.

ROSANA (fala baixo): - Olha por onde anda, sua desastrada.

CELESTE: - Desculpa, eu não tinha te visto.

ROSANA: - É, eu percebi. Agora pega esse bloco e sai da minha frente, Celeste.

CELESTE: - Por que está falando assim comigo, Rosana? Te fiz alguma coisa?

ROSANA: - Não, minha querida. Fiquei um pouco nervosa, só isso.

Rosana vai saindo e chuta o bloco de Celeste para longe, de propósito. Vira-se para a moça.

ROSANA: - Acho que os micróbios tomaram conta do seu bloco, querida. Vai ter que lavar as mãos várias vezes pra tirar esses bichos dali.

Rosana se afasta, contendo o riso. Celeste se aproxima do bloco, pega com as pontas dos dedos e sai, apressada, até a lata de lixo mais próxima e joga fora o material. Em seguida, entra no banheiro feminino.

Enquanto isso, Fernando, Mauro e Gilson conversam, quando Rosana se aproxima.

ROSANA: - Com licença, rapazes... Mauro, vamos começar o desfile daqui a pouco.

MAURO: - Claro... Rosana, deixa eu apresentar você ao Fernando. Ele é presidente da Áurea Calçados. Estamos firmando uma parceria para o evento dele. A Áurea vai lançar uma nova coleção.

ROSANA: - Fernando... Prazer em conhecê-lo. Os sapatos mais bonitos que eu tenho são da Áurea. (risos)

FERNANDO: - Bom saber disso!

ROSANA: - E como vai ser essa parceria?

GILSON: - A GF será responsável pelos figurinos do desfile da Áurea.

MAURO: - Isso mesmo. E você vai elaborar todos, meu amor.

Rosana fica sem reação.

FERNANDO: - Estou curioso para ver a sua forma de criar, Rosana. Uma artista sempre exerce esse fascínio.

ROSANA: - Claro. Mas como toda artista eu tenho meus segredos... Desenhar é um deles.

Rosana fita Fernando.

CENA 06. RESTAURANTE PRATO CHEIO. INT. DIA.

Geórgia e Renato estão sentados em uma das mesas do Prato Cheio.

RENATO: - Ele vem mesmo, Geórgia? Eu preciso ir para o escritório daqui a pouco.

GEÓRGIA: - Claro que vem, Renato. Eu marquei com o Ivan aqui... Lá vem ele!

Ivan se aproxima da mesa dos dois.

IVAN: - Oi pessoal, desculpa a demora, mas peguei um engarrafamento daqueles.

RENATO: - Já à essa hora?

IVAN: - Nem eu acreditei. (risos)

GEÓRGIA: - Ivan, meu querido, esse aqui é o Renato, meu noivo.

IVAN: - Então você é a vítima?

RENATO: - Vítima?

IVAN: - Sim, dessa roubada que é o casamento? (risos)

GEÓRGIA: - Ivan, para! (risos)

IVAN: - Brincadeira, Renato. Prazer em te conhecer. (estende a mão em cumprimento)

Renato sorri e cumprimenta Ivan. Ao toque das mãos, os dois trocam olhares fulminantes.

RENATO: - Prazer.

Os dois soltam as mãos.

GEÓRGIA: - Ai Ivan, a gente não vai poder conversar muito porque o Renato tem que ir pro escritório.

RENATO: - Mas você pode ficar e falar com ele sobre todos os detalhes, meu amor.

GEÓRGIA: - Mas aí você não vai optar por nada?

RENATO: - O que você decidir, eu sei que será maravilhoso, Geórgia. Num outro momento, nós três poderemos sentar com mais calma.

IVAN: - Mil desculpas gente. Se não fosse esse trânsito. Aliás, se você vai de carro, evite algumas vias.

RENATO: - Obrigado pela dica, Ivan. E mais uma vez, prazer em conhecer você.

Renato beija Geórgia e sai.

GEÓRGIA: - Lá se vai o meu amor trabalhar.

IVAN: - Com todo respeito, seu noivo é um belo partido, como diria minha avó.

GEÓRGIA: - Ele é um amor de pessoa. Sou completamente apaixonada.

IVAN: - Vai ser uma alegria enorme registrar todos os momentos de vocês. Dos preparativos para a cerimônia, até a festa.

Geórgia sorri, feliz.

CENA 07. SALÃO DE EVENTOS GF. INT. DIA.

O desfile de moda acontece. As modelos desfilam vestindo: saias, blusas, shorts, calças, diversas peças de roupas (todas femininas) com detalhes que remetem ao mar. Ao final do desfile, Rosana surge na passarela e desfila sob os aplausos da plateia. Rosana acena, agradece, ovacionada.

Após o desfile, Rosana e Estér conversam.

ESTÉR: - Parabéns, Rosana. Ótima sua coleção.

ROSANA: - Muito obrigada... Mas, desculpe minha indelicadeza. Você é?

ESTÉR: - Eu nem me apresentei. Sou Estér Linhares, designer de calçados da Áurea Calçados.

ROSANA: - Linhares... Então você tem algum parentesco com o Fernando Linhares?

ESTÉR: - Sim. Ele é meu irmão.

ROSANA: - Que maravilha! Ele é um homem adorável.

ESTÉR: - É sim. Não há quem não goste dele.

Nesse instante, Fernando se aproxima.

ESTÉR: - Estávamos justamente falando em você, Fernando.

FERNANDO: - Espero que seja de bem.

ROSANA: - Impossível falar mal de você, Fernando. Seria praticamente uma heresia...

Rosana e Fernando trocam olhares. Estér percebe.

ROSANA: - Bem, nós vamos almoçar no Prato Cheio agora. Somente a família, mas se vocês quiserem, sintam-se convidados.

FERNANDO: - Obrigado, Rosana, mas vai ficar para outra hora esse almoço.

ROSANA: - Não tem problema. Mas saibam que eu vou cobrar, hein?

Rosana cumprimenta os dois e se afasta. Enquanto isso, Vitinho caminha apressado pelo salão, quando Aline o interrompe.

ALINE: - Até quando ia ficar me ignorando, hein, brigadeiro?

VITINHO (surpreso): - Aline? O que está fazendo aqui?

ALINE: - Oras! Vim assistir às novidades da GF. Esqueceu que minha mãe é uma das clientes mais fiéis da marca? E não se faça de sonso, porque eu sei que me viu aqui desde o início.

VITINHO: - Claro, claro. Mas Aline, agora eu não vou poder falar com você.

ALINE: - Não vai por quê? Não era hoje que você ia me apresentar para a Rosana e me colocar na equipe de trabalho? Lembra? Passe livre nos eventos de moda, bastidores, gente chique, champanhe? Você é o meu passaporte para a fama.

VITINHO: - Desculpa meu amor, mas eu não sou a porta da esperança...

ALINE: - Deixa de ser palhaço, Vitinho... (faz charme, se insinua) Poxa, eu faço tudo por você, te dou beijinhos, carinhos... E você nem pra me ajudar.

VITINHO (tentando resistir): - Por favor, Aline, aqui não.

Vitinho se afasta, apressado.

VITINHO (saindo): - Podemos falar sobre isso outra hora? Temos um almoço agora, não posso ficar!

ALINE: - Aff... Eu ainda consigo passe livre no mundo da moda. Aí, meu amor, ninguém me segura.

Enquanto isso, Maria Helena conversa com Marcinha.

MARIA HELENA: - O que achou do desfile, Marcinha?

MARCINHA: - Tudo lindo, vó. Cada roupa bonita... A tia Estér me deu várias dicas durante o desfile, sobre os calçados que combinam com as roupas do desfile.

MARIA HELENA: - Marcinha, nem tudo o que sua tia diz é bom. Você precisa de outras influências.

MARCINHA: - Eu gostei, vovó. Achei tudo muito útil.

MARIA HELENA: - A Estér não tem base para falar o que é bom e o que não é, Marcinha... Se você quer ser uma designer de calçados de sucesso, não pode seguir essas dicas, essas ideias sem base da sua tia.

Estér se aproxima das duas.

ESTÉR: - Seu pai está te esperando no carro, Marcinha.

Marcinha sai.

ESTÉR: - Eu não posso acreditar que você estava envenenando a Marcinha contra mim.

MARIA HELENA: - Eu? Está ficando louca, Estér?

ESTÉR: - Louca é você, tentando afastar as pessoas de mim. Para de fazer esse jogo sujo. Não fica influenciando a Marcinha dessa forma negativa, está entendendo?

MARIA HELENA: - Eu ajo com a Marcinha como eu bem entender. E quem influencia a menina de forma negativa é você, aberração.

Maria Helena se afasta. Estér respira fundo e vai atrás dela para ir embora.

CENA 08. CASA TEREZA. EXT / INT. DIA.

(sobe trilha “Talismã” – Paulinho da Viola) Tereza faz uma faxina na casa, cantarolando. De repente, a campainha toca. Ela vai atender. Júlio surge na porta.

TEREZA: - Sim?

JÚLIO: - Com licença... Você é Tereza Sampaio, a estilista da grife CarioLinda?

TEREZA (envaidecida): - Sim, sou eu. Pois não?

JÚLIO: - Eu me chamo Júlio e gostaria de conversar com você, sobre a grife. Podemos?

Corta para os dois sentados à mesa. Tereza com expressão de surpresa, enquanto Júlio a encara.

JÚLIO: - Então, o que me diz?

TEREZA: - Trazer de volta a CarioLinda? Meu Deus, eu sempre quis isso, mas não sei se consigo...

JÚLIO: - Eu já falei que dinheiro não é problema.

TEREZA: - Eu mal conheço você e aí me vem essa proposta... Nem sabia que a CarioLinda tinha fãs homens!

JÚLIO: - Minha mãe, irmã, amigas. Todas elas erma fãs da grife... Pena que acabou. Mas agora pode voltar.

TEREZA: - Eu sei, mas... Eu preciso pensar. Não quero tomar nenhuma atitude precipitada.

JÚLIO: - Tudo bem. Eu tenho aqui meu endereço (anota num papel) pra quando você se decidir. Mas por favor, não demore. Essa oportunidade pode ser única. Pra você e pra mim.

Júlio levanta-se da mesa e sai. Tereza fica pensativa.

CENA 09. RESTAURANTE PRATO CHEIO. INT. DIA.

Mauro, Leocádia, Rosana, Celeste e Vitinho chegam ao restaurante. Guilherme os recepciona.

GUILHERME: - Sejam bem-vindos!

VITINHO: - Temos uma reserva. Mauro Gonzales e família.

LEOCÁDIA: - Não sabia que você era da família, Vitinho. (risos)

ROSANA: - Vitinho anda tanto comigo que é quase um irmão. Portanto faz parte da família.

Celeste e Guilherme trocam olhares por um instante.

VITINHO: - Ei, rapaz, nossa reserva?

Neste instante, Durval se aproxima.

DURVAL (cutuca Guilherme): - Presta atenção no serviço, Guilherme... (aos clientes) Por aqui, por favor.

Todos passam. Celeste esboça um sorriso, correspondido por Guilherme. Karina e Gaby se aproximam dele.

KARINA: - Impressão minha ou eu vi um flerte com a moça ali?

GABY: - Eu também vi, Guilherme. A guria se abriu toda pra ti.

KARINA: - Se abriu? Nossa, que jeito estranho de falar.

GUILHERME: - Vocês não viram nada, meninas...

GABY: - Gui, a Heloísa está se chamando lá na dispensa.

GUILHERME: - Na dispensa?

GABY: - Ela não consegue pegar uma caixa lá, pediu pra te chamar pra ajudar a coitada.

Guilherme sai.

KARINA: - Ah, mas eu vi a moça olhando pra ele.

GABY: - Eu também vi. Guria bonita né?

Enquanto isso, Guilherme chega à dispensa e encontra Heloísa, com um vestido justo, bem decotado.

GUILHERME: - Quer a minha ajuda, Heloísa?

HELOÍSA: - Quero sim, Gui... Pega aquela caixa ali em cima do armário pra mim. Tem uns documentos da contabilidade do restaurante que eu preciso ver para o seu pai.

Guilherme se aproxima do armário. Heloísa o observa com desejo. Guilherme pega a caixa e deixa sobre uma mesa.

GUILHERME: - Pronto.

HELOÍSA (ajusta decote): - Você é demais, Gui. Obrigada.

GUILHERME: - De nada. Precisa de mais uma alguma coisa?

HELOÍSA: - Preciso sim... (sussurra) Vem cá me ajudar!

Heloísa se joga para Guilherme, mas ele desvia e ela acaba esbarrando nas prateleiras da dispensa.

GUILHERME: - Bom, eu vou indo nessa... (saindo)

HELOÍSA: - Mas esse garoto escapa mais que sabonete no banho... Ah, mas eu ainda te pego de jeito! Esse garoto é um pão!

CENA 10. MANSÃO MARÍLIA. SALA. INT. DIA.

Pedro e Duda estão na sala, conversando.

PEDRO: - Valeu Duda. Se não é você me dar uma força nessa matéria, eu nem saberia o que fazer.

DUDA: - Sua sorte é que essas matérias assim são comuns para todos os cursos. Como eu fiz ano passado, consegui juntar um material bacana pra você.

PEDRO: - Vou me jogar de cabeça nisso aqui agora.

DUDA: - Bom, eu já vou indo.

PEDRO: - Eu te acompanho até a porta.

Pedro leva Duda até a porta. Antes de se despedir, Pedro vai dar um beijo no rosto de Duda, mas os dois se atrapalham e quase se beijam na boca. Pinta um clima.

DUDA: - Hoje à noite, a galera vai se reunir no quiosque da praia, onde a gente sempre se encontra. Aparece lá para conhecer a turma.

PEDRO: - Eu vou sim. Mas onde é que fica?

DUDA: - Ipanema. Faz assim, me liga quando estiver chegando, mais à noitinha. A gente se encontra e vai junto, pra você não chegar sozinho.

PEDRO: - Beleza então.

Duda sorri e sai. Pedro suspira. Amália entra na sala.

AMÁLIA: - Sua amiguinha já foi?

PEDRO: - Já sim, mãe.

AMÁLIA: - E de qual família ela pertence?

PEDRO: - Como assim?

AMÁLIA: - Qual a estirpe da moça, Pedro? Quero saber com quem você anda fazendo amizades.

PEDRO: - E o fato dela ser rica ou não influencia?

AMÁLIA: - Óbvio que sim. Não quero essa gente pé rapada aqui dentro da minha casa.

PEDRO: - A casa é da tia Marília e não sua.

AMÁLIA: - Não me interessa, Pedro. Eu não estou pagando a sua faculdade para você ficar convivendo com essa gente que anda de ônibus.

PEDRO: - Você consegue ser patética, mãe. Patética.

Pedro sai.

AMÁLIA: - Pedro! Pedro!... Ele acha que eu vou deixar qualquer um se fazer de amigo pra usufruir do nosso dinheiro. Não vou não.

CENA 11. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / HOTEL BARATO. QUARTO JÚLIO. INT. NOITE.

Imagens do Rio ao anoitecer. Corta para o quarto de Júlio no hotel. Alguém bate à porta. Ele abre. É Tereza.

JÚLIO: - Tereza.

TEREZA (entrando): - Eu pensei muito na sua proposta.

JÚLIO: - E então?

TEREZA: - Eu aceito.

JÚLIO (vibra): - Que maravilha! Sabia que você ia topar.

TEREZA: - Mas tem um problema... Eu não sou boa em desenho não.

JÚLIO: - Como não? E as criações da CarioLinda?

TEREZA: - Ah, eu sei fazer rabiscos. Muita coisa eu fiz direto da minha cabeça. Não tenho intimidade com desenhos. E se a grife vai voltar com tudo o que você disse, a gente precisa ter croquis, até para mostrar, divulgar.

JÚLIO: - Sei... Acho que eu conheço uma pessoa que pode nos ajudar.

TEREZA: - É mesmo? Que bom!

JÚLIO: - Hoje mesmo eu falo com ela.

TEREZA: - E ela é boa?

JÚLIO: - Serão os croquis mais bonitos que a CarioLinda já realizou.

Tereza se mostra empolgada diante da confiança de Júlio.

CENA 12. MANSÃO MARÍLIA. INT. NOITE.

Marília chega a sua casa, expressão cansada. Amália está na sala.

MARÍLIA: - Boa noite!

AMÁLIA: - Já chegou, minha irmã?

MARÍLIA: - Cansadíssima, Amália... Só quero um banho bem quente e minha cama.

AMÁLIA: - Vai fazer igual à mamãe então que deitou cedo. Ficou o dia inteiro mexendo no jardim. Dispensou o jardineiro e tudo. Mamãe agora entrou numa de cuidado com a terra, renovar as energias. Só ela mesmo pra renovar as energias mexendo na areia.

MARÍLIA: - Nada melhor que isso, Amália. Você deveria experimentar.

AMÁLIA: - Renovo minhas energias na banheira, com meus sais de banho europeus, meu amor! (risos)

MARÍLIA: - E Pedro, onde está?

AMÁLIA: - Saiu com uns amigos...

MARÍLIA: - Bom saber que ele está se enturmando.

AMÁLIA: - Só espero que sejam pessoas de boa estirpe. Não quero o meu filho envolvido com qualquer um.

A campainha toca. Marília vai atender e se surpreende ao ver Fernando com um buquê de flores.

MARÍLIA: - Fernando?

FERNANDO: - Olá, Marília, boa noite. (entrega as flores)

MARÍLIA: - Obrigada! Entra... (encantada com as flores)

Fernando entra na sala. Amália olha curiosa.

AMÁLIA: - Visitas inesperadas... Boa noite!

FERNANDO: - Olá, boa noite!... Desculpe vir sem avisar, mas eu queria mesmo fazer uma surpresa.

MARÍLIA: - A que devo a honra de sua presença em minha casa, Fernando?

A campainha toca novamente.

AMÁLIA: - Deixa que eu atendo agora.

Amália abre a porta. É Bruno quem chega, trazendo um buquê de rosas vermelhas.

AMÁLIA (surpresa/feliz): - Bruno!

BRUNO: - Como vai, Amália? Quanto tempo! Que surpresa boa! Entra!

Bruno entra na sala. Marília se surpreende.

MARÍLIA: - Bruno!

BRUNO: - Como vai, Marília... Essas flores são pra você.

Marília recebe o buquê de Bruno um tanto sem graça.

MARÍLIA: - Não sabia que você viria.

AMÁLIA: - Pelo visto ele também quis fazer surpresa. (ri)

BRUNO: - Sim... Eu voltei pro Rio faz pouco tempo e estou a fim de rever os amigos, as pessoas que eu gosto e que nunca esqueci. Por isso resolvi vir aqui te chamar para jantar.

FERNANDO: - Então teremos que resolver essa questão aqui mesmo, pois eu também estou aqui com esse objetivo. Marília, você aceita sair para jantar... Comigo?

Marília se mostra completamente indecisa diante de Fernando e Bruno.

CENA 13. CASA SÍLVIA. INT. NOITE.

Melissa está na sala, arrumando a roupa para sair. Sílvia e Laerte também estão no local. Ela passando roupa, enquanto ele assiste TV.

LAERTE: - E onde é que você vai mesmo, Melissa?

MELISSA: - Na praia, papai. Num quiosque com o pessoal.

A campainha toca. Melissa atende a porta, recepcionando Júlio.

MELISSA: - Pois não?

JÚLIO: - Boa noite... Você deve ser a filha da Sílvia. Ela está?

Sílvia se aproxima e fica em choque ao ver Júlio.

 


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