Sinopse: Em noite de lua cheia uma antiga lenda espreita os confins de uma fazenda no interior. O Gritador, considerado por muitos um fantasma, vaga pelas matas atrás de vítimas preenchendo os cantos silenciosos com seus horrendos gritos e atormentando a alma das pessoas que ousam cruzar seu caminho. Se a lenda é verdadeira não se sabe dizer, pois nenhum ser humano que cruzou seu caminho foi capaz de retornar com vida para casa. Prepare-se para conhecer o conto que fará os pelos dos seus braços eriçarem e você trancar a porta antes de dormir!
O Gritador
de Raquel Machado
O farol iluminava a estrada de chão batido. Zé Ramalho cantava uma de suas músicas, enquanto o casal acompanhava junto:
Mistérios da meia-noite
Que voam longe
Que você nunca
Não sabe nunca
Se vão se ficam
Quem vai quem foi
A morena pegou o celular na mão tentando conectar na internet sem sucesso, enquanto o rapaz endireitava os óculos de grau no rosto.
— Você tem certeza que esse é o caminho certo? — ela olhou para o vasto campo que se estendia a perder de vista.
— Fica tranquila, Momo. Eu sei o que tô fazendo.
A morena encarou a lua cheia que parecia maior do que o normal.
— Olha só! Que lua linda!
O homem estreitou os olhos para o céu. Nesse instante, o farol do carro apagou e o rádio emitiu sinais de interferência. A garota apontou para frente apavorada.
— Bernardo! Cuidado!
Ele apertou o volante com força ao ver o animal aparecer na frente do carro. O cavalo ergueu-se nas duas patas traseiras, relinchando. O rapaz virou o volante rapidamente enfiando o carro na beira da estrada. Ele endireitou os óculos no rosto e virou preocupado passando a mão pelo rosto da mulher.
— Você está bem?
Ela acenou que sim, então ele desceu do carro. O cavalo continuava no meio da estrada tranquilo. Bernardo se aproximou e notou a figura de um homem mais velho.
— O senhor está bem?
A morena também saiu do carro e foi atrás. O homem levantou os olhos por cima do chapéu e analisou os dois, depois questionou passando a mão pelo seu bigode.
— O que diabos um casal está fazendo por essas bandas?
— Nós estamos indo visitar a chácara do meu tio. — O rapaz explicou prontamente. — Meu nome é Bernardo Moreira, e essa é minha esposa, Monica Moreira.
— Essa estrada é muito perigosa para vocês estarem dirigindo durante a noite. Ainda mais sem luz.
— O senhor tem toda razão. Deve ter acontecido algo com meu carro.
— Bê, vamos. — a mulher agarrou a mão do marido fazendo sinal com a cabeça.
O homem mais velho desceu do cavalo e eles viram que ele era muito grande.
— Escutem, porque vocês não me acompanham até a minha casa e passam a noite lá? Podem continuar essa viagem ao amanhecer. — chegou próximo e os dois olharam-se assustados. — Não precisam ter medo. Meu nome é Josefino Valença. Eu conheço essas estradas como a palma da minha mão, mas não aconselho vocês a seguirem por ela nessas condições.
Os dois se olharam por um instante.
— Está bem. — o rapaz concordou. — Nós agradecemos muito, Sr Valença.
Alguns quilômetros adiante chegarem à entrada da fazenda. O homem com seu cavalo à frente e o casal o seguindo de carro. Ao descerem, viram a casa de madeira.
— Mulher! Temos visita. — o homem gritou entrando na casa.
A casa tinha um aspecto antigo e era iluminada apenas por candeeiros e a luz da lua que ultrapassava as frestas de madeira. No canto da sala, a mulher mais velha mexia uma panela de ferro no fogão a lenha.
— Graças a Deus você chegou, homem. Eu estava morrendo de preocupação. — a mulher virou para o casal de jovens. — Olá, meu nome é Everina Valença. — limpou as mãos no avental se aproximando. — Espero que Seu Josefino não tenha assustado vocês!
Monica sorriu mais tranquila, enquanto Bernardo explicou.
— Não. Aliás, agradecemos a hospitalidade. Seu marido nos recomendou não dirigir assim durante a noite, pois não é seguro.
— Nisso ele tem razão.
— Eu sempre tenho razão, mulher! — o homem esbravejou, pendurando o chapéu atrás da porta.
— Papai! Papai!
Duas crianças se aproximaram do homem mais velho. A menina aparentava ter 5 anos e o menino era dois palmos mais alto que ela.
— Aí estão vocês, meus pequenos. — abraçou os filhos. — Eu trouxe visitantes. Sejam educados.
— Olá. — os dois falaram timidamente.
— Olá. — Monica agachou-se na frente das crianças e percebeu que suas roupas eram muitos simples e que nenhum dos dois vestia calçados. A garotinha segurava uma boneca de pano com apenas um olho.
— A senhora é muito bonita! — a garotinha ergueu-se na ponta dos pés admirada.
— Obrigada.
— Vocês podem ir sentando. O jantar está pronto. — a mãe anunciou carregando uma imensa panela de ferro.
— Nós não queremos incomodar. — Monica argumentou.
— Que incomodar, que nada! Nós adoramos visitas, não é, pequenos? — comentou com os filhos. — Além disso, vocês estão com cara de quem precisa se alimentar.
Todos se dirigiram à mesa de madeira que ficava no meio do recinto. A família toda tinha seu lugar marcado, o nome de cada um estava escrito em cima das cadeiras. O senhor da casa sentou a cabeceira da mesa e todos abaixaram a cabeça em silêncio. O menininho rezou, agradecendo pela comida.
A mulher abriu a tampa da panela fumegante, serviu o caldo quente com pedaços de carne para todos. Monica, que era vegetariana, teve que se segurar para não falar nada, mas sentiu seu estômago embrulhar ao perceber que ela colocou o que parecia um pé de galo no seu prato.
— Então, para onde vocês estavam indo? — perguntou a dona da casa.
— Estamos indo para chácara do meu tio passar nossa lua de mel. — Bernardo acariciou a mão da noiva que sorriu em retribuição.
— Vocês são namorados? — a garotinha sorriu notando o gesto.
— Somos um casal. Como sua mamãe e seu papai. — Monica explicou sorrindo.
— Desculpe eles. — o homem mastigou um pedaço de carne. — Nós não estamos acostumados a ver muita gente por aqui.
— Queríamos um lugar distante e tranquilo para descansar do stress da cidade.
— Pois aqui vão achar muito tranquilidade. — a mãe respondeu. — Você quer mais um pedaço de carne, menina? — perguntou com outro pedaço de pé na concha, enquanto olhava para Monica.
— Não. Eu já estou satisfeita. — a garota levantou com o prato na mão, porém, ao sair do lugar, ouviu um grito horrível vindo de longe que a fez derrubar o prato no chão.
— Oh, me desculpe!
As crianças se olharam assustadas, enquanto a mulher foi ajudar.
— Não se preocupe, não foi nada.
— O que foi isso? — Bernardo levantou curioso.
— É o gritador!!! — respondeu o menino assustado.
— Que gritador? — o rapaz questionou enquanto o velho caminhava e espiava por uma das janelas.
A mãe começou a explicar enquanto secava o chão.
— É um assombro. A vó da minha vó costumava contar que, em noite de lua cheia, o gritador vagava por esses campos assombrando as pessoas. Alguns dizem que é um bicho, outros dizem que é um homem. Mas, a maioria, acredita que é um fantasma. — a dona da casa juntou o pé de galinha do chão. — Se encontrar o gritador nunca mais poderá voltar para sua casa. Por isso, ninguém sai nesse tipo de noite. É perigoso!
Ouviram outro grito ao longe e as crianças correram assustadas para baixo da mesa.
— Mas não se preocupem, vocês estão a salvo. Ele só amaldiçoa as pessoas que cruzarem seu caminho.
— Acho melhor todo mundo se recolher. — o pai afirmou para mulher que fez sinal positivo.
— Vocês podem dormir no quarto das crianças.
— Nós podemos ficar no carro.
— Nem pensar. Já está decidido.
— Muito obrigada, dona Everina.
— Nós que agradecemos.
O casal entrou no quarto com dois colchões de solteiro no chão.
— Estou começando a pensar se foi uma boa ideia ter vindo até aqui, Bê. — Monica se abraça, preocupada.
— Que isso, Momo! Você não está com medo dessa historinha para crianças, né? Amanhã nós saímos cedinho e logo estaremos na chácara do tio. — Monica retirou a bombinha de asma da bolsa e aspirou fundo. — O ar do campo vai te fazer bem.
—Tomara.
O rapaz a abraçou por um momento, mas logo foi interrompido por batidas na porta.
— Vou precisar de você, meu jovem!
— Claro, Sr. Valença.
—Eu já volto, Momo. Amo-te demais.
— Eu amo mais.
O rapaz acompanhou Josefino até o curral do lado da casa, porém Bernardo achou estranho, pois não tinha nenhum bicho. O homem pegou duas espingardas alcançando uma para o jovem.
— O que é isso?
— Eu preciso que você me ajude a exterminar esse problema. Como percebeu esse animal maldito levou tudo que tínhamos. Está na hora da vingança!
No quarto da casa, Monica se revirava no colchão tentando dormir, quando escutou o chão de madeira estalar.
— Tem alguém aí? — segurou o lençol sentando-se na cama. Olhou para a parede e distinguiu um pequeno vulto se esgueirar. — Bê? — procurou o celular na bolsa e ligou a lanterna, levantando-se assustada.
Seu coração batia rápido e ela sentia a poeira do chão de madeira nos pés. Aproximou-se da porta segurando a maçaneta, mas antes de abrir, o grito horroroso preencheu o ambiente. A garota pulou para trás tropeçando em algo.
Apontou a lanterna do celular no rosto da garotinha que a fitava em expectativa.
— Meu Deus! Você quase me matou de susto. — respirou com dificuldade colocando a mão no coração que estava disparado. — O que tá fazendo aqui?
— Medo!
— Ah, querida! — Monica agachou-se abraçando a menininha. — Não precisa ficar com medo, eu estou aqui.
— Você vai ficar pra sempre?
— Para sempre é muito tempo. — respondeu sorrindo — Mas, vou ficar até amanhecer. O que acha? — a garotinha concordou feliz. Monica sentou na cama no chão procurando os chinelos.
— O que é isso? — a menininha sentou do seu lado.
— É meu celular. Eu consigo falar com outras pessoas através dele, não importa onde estejam.
— Que legal!!! — o garotinho surgiu do nada, dando um susto em Monica.
— Vocês nunca viram um assim?
Os dois acenam que não.
— Então, vamos ver o que consigo mostrar para vocês. — Monica começou a remexer mostrando algumas funcionalidades do objeto, enquanto os dois olhavam admirados.
Já no meio do mato, Bernardo seguia o velho ainda sem entender direito. Será que ele era maluco? Ficou assustado com toda aquela história de vingança. Ele nunca gostou de armas de fogo.
Os dois andavam a cavalo quando ele viu uma sombra branca ao longe, aquilo tudo era muito estranho. O próximo grito que surgiu na mata fez com que o cavalo se assustasse. Ele tentou acalmar o bicho, mas acabou caindo. O homem se aproximou.
— O que houve rapaz?
— Tem um bicho lá na frente! — apontou para o amontoado branco.
— Sim. E o que tem isso?
— Como assim o que tem? O cavalo ficou com medo. Ele pode nos atacar.
— Ela não vai fazer é nada.
— Ela?
— Sim. É uma vaca, não vê?
Bernardo estreitou os olhos tentando reconhecer e sentiu-se envergonhado ao ver que o homem tinha razão.
— Agora vamos ter que viajar os dois no meu cavalo. Suba ai atrás.
No quarto, Monica brincava com as crianças.
— Eu preciso ir ao banheiro. — Os dois a olharam sem entender. — Fazer xixi?
— Ah, sim! — exclamaram juntos. — A casinha.
— Mas, acho melhor você esperar amanhecer. — a garotinha comentou assustada.
— Por quê?
— Porque é perigoso sair de noite.
— Não liga pra ela — o menino falou. — Eu te levo.
Bernardo segurava-se como conseguia no cavalo, o vento frio cortava o campo e ele fechou o casaco tentando se proteger. Já estava começando a cansar de toda essa história, só queria voltar para casa e dormir algumas horas antes de pegar a estrada. Ia abrir a boca para argumentar, mas o velho fez sinal para ficar em silêncio.
Os dois desmontaram do cavalo e caminharam agachados até próximo à uma pedra. O grito ecoou pela mata e fez com que o último cavalo fugisse. Que beleza, agora teriam que voltar a pé! O velho homem parecia nem se importar com isso, pois estava olhando concentrando para entrada da floresta à frente. Bernardo acompanhou o olhar do velho e viu o movimento entre as folhas.
— Atire!!! — ordenou.
— Eu não vou atirar! Nem sei do que está falando.
— Não seja burro. Veja!
O animal colocou seu focinho para fora das árvores e Bernardo se assustou. Parecia um lobo. Porém, antes que pudesse fazer qualquer coisa, escutou os passos que se aproximavam pelas suas costas em um bote repentino.
Monica assustou-se com o barulho do tiro.
— Bernardo!!!!
Foi a primeira coisa que passou em sua cabeça. A casinha tinha pouca iluminação e era difícil se locomover. Essas pessoas pareciam estar vivendo no século passado, pois não encontrou nem papel ali. Ficou apreensiva ao perceber que alguém rodeava o pequeno recinto. A asma parecia querer voltar e teve que contar até 3 para não passar mal. Não era nada, repetia para si mesma. Estava apenas impressionada com tudo que ouviu.
Escutou uma batida forte na porta, seguida de arranhões. Agachou-se no canto fechando os olhos e tapando a boca para não gritar. A luz da lua entrava pelas frestas do banheiro. Monica aproximou-se de uma delas e espiou por entre as tábuas. A escuridão envolvia o entorno e ela escutava apenas sua respiração entrecortada e o barulho dos passos no mato. O olho aproximou-se de onde estava e ela pulou para trás apavorada.
Abriu a porta e saiu correndo desesperada até a casa. Sentiu que algo a perseguia velozmente, mas não tinha coragem de virar para trás. O grito que a alcançou fez com que tropeçasse em um amontado de pedras. O terror tomou conta do seu corpo. Seu coração batia rapidamente e lágrimas caiam de seus olhos. O pulmão parecia não obedecer mais. Olhou para cima e viu a grande lua que iluminava a noite sombria.
Bernardo correu em direção à floresta. Sabia que estava sendo perseguido. Aquilo parecia ter se tornado um filme de terror, mas era bem pior, porque ele não tinha preparo físico como os personagens dessas histórias. Logo estava ofegante e com o coração acelerado. Os animais estavam em seu encalço. Aqueles bichos poderiam comer gente? Ele não estava disposto a descobrir!
Parou em frente a um pequeno córrego que cortava a mata fechada. Sem escolhas, pulou tentando alcançar o outro lado, porém acabou escorregando de joelhos no chão. O óculos caiu do rosto e foi levado pelo riacho. Sentiu os machucados no joelho e o pé doer, tinha certeza que tinha torcido, tamanha era a dor que sentia.
O próximo grito fez os pelos do seu braço se eriçarem. Olhou para os lados mas via apenas vultos sem os óculos. Agarrou um pedaço de madeira e começou a bater contra o ar.
— Vai embora! Me deixa em paz!
Os passos se aproximavam como se o estivessem cercando. Tentou aguçar a audição e sentiu a respiração quente próxima à sua orelha. Os braços tremiam e lágrimas caiam de seus olhos. Nunca sentira tanto medo na sua vida. O grito rasgou sua carne e sua alma antes mesmo que ele ousasse revidar.
Monica acordou atordoada de manhã. A cabeça doía muito e a roupa estava suja de barro. A consciência voltava aos pouquinhos. Olhou para o chão batido onde diversos insetos corriam e levantou assustada.
— Bernardo!
Caminhou até a sala.
— Dona Everina! Crianças!
A casa que parecia antiga durante a noite, de dia exibiu-se totalmente abandonada. O cheiro de mofo quase fez Monica passar mal. Em cima da mesa ratos corriam pelos pratos antigos. Teias de aranha cobriam o velho fogão à lenha.
Caminhou até uma das paredes e viu o retrato da família que os recebera na noite anterior. O casal estava sentado em velhas cadeiras de balanço, enquanto os mais jovens estavam de pé. O menino segurava uma espingarda e a garotinha segurava a boneca de pano de um olho só. Monica levou a mão à boca sufocando um grito, horrorizada ao ver a data da fotografia:
Família Valença.
1810.
— Monica!!! — ouviu o grito do lado de fora e saiu correndo desesperada.
Bernardo estava sujo de terra e sangue, o cabelo desgrenhado e feridas pelo corpo inteiro. Ele andava com dificuldade, mancando. Ela correu em sua direção e passou pelo amontoado de pedras que estavam no caminho. À luz do dia, percebeu que eram quatro túmulos.
— Meu Deus, Bê. Você tá bem? — passou a mão pelo rosto do noivo.
— Estou. O que aconteceu com você? — rebateu olhando para a mulher que estava branca.
— Só vamos embora daqui. Pelo amor de Deus! — a morena implorou enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto.
— Sim, vamos, Momo.
Os dois entraram apressados no carro.
A porta da casa se abriu e a mãe passou a mão pela cabeça dos dois filhos.
— Mãe onde eles estão indo? — perguntou o menino.
— Eles não vão morar com a gente? — a garotinha falou alisando o cabelo da boneca de pano.
— Não se preocupem, meus filhos. Eles vão voltar. Eles não podem ir embora. Não mais!
A mãe sorriu para os filhos que retribuíram. Estavam felizes por aumentar a família.
Conto escrito por
Raquel Machado
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
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Proibida a cópia ou a reprodução
Sinopse: Quando mergulhei naquelas sombras, eu vi.
Gelou minha alma: um par de olhos brilhando como fogo. Eram vermelhos e
grandes, pousados totalmente sobre mim. Onça? Num impulso, freei o veículo.
Não poderia ter tomado pior decisão. A coisa saiu de trás das árvores e
avançou. Não era onça. Ladrava, ululava e uivava. Por ser tão negra quanto a
noite que me cercava, não tive ideia de sua aparência, mas, pela altura
daqueles olhos demoníacos, era muito grande. Saltou e caiu com estrondo
sobre o capô da caminhonete. Imediatamente passou a arranhá-lo. O barulho
estridente no metal arrancou-me do torpor. Liguei a caminhonete e disparei.
A criatura prosseguiu, tentando entrar. Agora, sob o luar, percebi que ela
era toda coberta de pelos hirsutos. Assemelhava-se a um cão, porém, muito
maior e deslocava-se sobre as patas traseiras. A palavra veio-me à mente por
mais insana que fosse e àquela situação: "Lobisomem!"
Um final que surpreende. Fez-me pensar naquelas "histórias de medo" que ouvíamos quando crianças, principalmente quando ocorria um blecaute e, a luz de velas, formava-se uma rodinha. Então, sob a proteção da redoma de luz, cochichávamos sobre coisas assombradas ou, enquanto ouvintes, tremíamos de medo e sentíamos a escuridão mais além adensar-se ao nosso redor e afagar-nos com seu toque gelado...
ResponderExcluirGostei muito. Excelente ritmo, prende a atenção e cria expectativa em cada parágrafo (você fica tipo "caramba, e agora?"), além de ter um ótimo final. Parabéns! Continue assim!
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