NO
CAPÍTULO ANTERIOR DE "ESTAÇÕES DA VIDA":
PATO:
Eu to apaixonado pela Nanda.
AMANDA:
Você não pode terminar comigo justo agora.
PATO:
Como assim?
AMANDA:
Eu to grávida.
PATO (surpreso):
O que?
...
PAULINHA: Ai,
amiga. Foi horrível. Nunca pensei que o Diego fosse capaz de fazer isso
comigo.
NANDA: Nem
consigo imaginar como você se sente. Mas o Diego deve tá muito encrencado
pra ter feito o que fez. Ele não devia estar em seu estado normal.
Paulinha senta na cama.
PAULINHA: Isso
me deixa tão culpada, Nanda. Mesmo depois de tudo que ele e o Pato
aprontaram esse ano, me sinto culpada por ter me afastado.
NANDA: Você
não tem culpa de nada, Paulinha. Tira isso da sua cabeça. Ninguém tem culpa
numa hora dessas, sabe. Relaxa. Descansa um pouco. To aqui com você tá?!
...
JULIANA: Diego!
Não dificulte as coisas.
Silêncio. Juliana faz sinal para Naná esperar e sai. Naná fica ali sem
entender. Tempo e Juliana reaparece com um molho de chaves na mão.
JULIANA: Chave
reserva. Não queria que fosse necessário, mas com o Diego não tem
negociação.
Juliana coloca a chave na fechadura. Gira. Abre a porta e se choca.
JULIANA: Diego!!!
CAM mostra Diego desacordado, no chão.
CAPÍTULO 1x32
CENA 01. APARTAMENTO JULIANA. QUARTO. INT.
NOITE.
Continuação
da última cena do capítulo anterior. Diego caído no chão.
NANÁ (chorando): Diego, meu filho, fala comigo.
Juliana
pega o celular e disca um número.
JULIANA: Alô. (T) Preciso de uma ambulância, com urgência.
CORTA
PARA
CENA 02. HOSPITAL. RECEPÇÃO. INT. NOITE.
Naná
anda de um lado para o outro. Juliana sentada.
JULIANA: Amiga, você precisa se acalmar.
NANÁ:
Eu to tão preocupada com o meu menino. Como ele foi se meter nessa?
Juliana
se levanta, entrega um copo a Naná.
JULIANA: Pegue. Você vai se sentir melhor.
NANÁ:
Obrigada.
JULIANA: Quanto ao Diego, acredito que o melhor seja a internação.
NANÁ (preocupada): Internação?
JULIANA: Você sabe. Em uma clínica de reabilitação.
Naná
chora. Juliana a abraça.
JULIANA: Não chora. Eu vou te ajudar, faremos o que for melhor para o
Diego.
NANÁ:
Eu falhei com meu neto, Juliana. As coisas aconteceram debaixo do meu nariz e
eu não pude fazer nada.
JULIANA: Não se culpe, querida. O importante agora é aceitarmos o fato
de que o Diego precisa de tratamento, antes que seja tarde demais.
O
médico se aproxima delas que se afastam.
NANÁ:
E então doutor, como está o meu menino?
No
médico.
CENA 03. MANSÃO LAMBERTINI. QUARTO KÁTIA
E LEONARDO. INT. NOITE.
Leonardo
e Kátia deitados na cama.
KÁTIA (séria): Como assim ameaçado?
LEONARDO: Você sabe. Se eu não me casar com a Amanda, ela vai contar tudo
ao Patrício.
KÁTIA: Eu vou acabar com a raça daquela vagabunda.
LEONARDO: Preciso afastá-la do Patrício, da nossa família.
KÁTIA:
Eu posso ajudar.
LEONARDO: Como?
Kátia
abre a gaveta e joga na cama as fotos da Amanda.
LEONARDO (pegando uma foto): Mas o que é isso?
KÁTIA:
A vadia é garota de programa.
LEONARDO: Como você conseguiu essas fotos?
KÁTIA:
Isso não importa, Leonardo. Agora essa vadia vai sumir do mapa. Aposto que esse
filho não é seu, nem do Patrício, e sabe o que é pior? Olha essa foto.
Kátia
mostra uma foto de Amanda e Diego deitados na cama.
LEONARDO: Esse não é o.../
KÁTIA:
Exatamente, o Diego, MELHOR amigo do Patrício, pelo visto, não foi só você que
traiu a confiança dele.
Leonardo
pega a foto e ameaça sair.
KÁTIA: Está indo aonde?
LEONARDO: Mostrar essa foto ao Patrício.
KÁTIA:
Você enlouqueceu? Temos que esperar o momento certo.
Em
Leonardo.
CENA 04. MANSÃO PAULINHA. SALA DE ESTAR.
INT. NOITE.
Mirtes
liga para Paulinha que não atende o celular.
RUBENS: Ela não atendeu?
MIRTES: Caixa postal.
RUBENS: Tá vendo? A Paula faz o que quer, não liga, some, aparece na
hora que bem entender. Eu vou dar uma basta nisso.
MIRTES: O celular deve ter descarregado.
RUBENS: Isso não é desculpa. Em plena era digital, nenhum jovem fica
sem bateria. Existe carregador portátil e eu sei que ela tem.
MIRTES: Rubens, se acalme. Daqui a pouco ela chega.
RUBENS: Esse é o problema, você sempre tranquila, acha normal esse tipo
de atitude.
MIRTES: Rubens, não tô afim de discutir.
Mirtes
ameaça se levantar. Rubens a segura pelo braço.
RUBENS: Estamos jantando. É seu dever me acompanhar.
MIRTES: Perdi a fome.
RUBENS: Você não vai levantar da porra dessa mesa.
Rubens
bate na mesa com força. Mirtes se assusta.
RUBENS: Você entendeu?
Mirtes
não responde.
RUBENS: Eu to falando contigo, quando eu perguntar você responde.
Lágrimas
escorrem do rosto de Mirtes, que permanece em silêncio.
RUBENS: Vai me deixar falando sozinho?
Rubens
acerta um tapa na mão dela.
MIRTES: Você é um monstro.
Nervoso,
Rubens se levanta e puxa a esposa.
RUBENS: Olha como você fala comigo.
Ele
a sacode.
RUBENS: Eu vou te ensinar a me respeitar.
Rubens
acerta um tapa no rosto de Mirtes, que cai no chão.
Paulinha
na porta presencia a cena.
Em
Rubens nervoso.
CENA 05. HOSPITAL. SALA. INT. NOITE.
Naná
e Juliana diante do médico.
MÉDICO: O paciente Diego teve uma overdose.
NANÁ (surpresa): Minha nossa senhora.
JULIANA: E como ele está, doutor?
MÉDICO: Por muito pouco ele não entrou em coma.
NANÁ: Doutor,
eu to muito preocupada. O que será do meu Diego?
MÉDICO: Ele vai ficar internado por mais alguns dias pra ver se o estado
de saúde se mantém instável.
NANÁ: Ele
precisa melhorar logo.
MÉDICO: Faz tempo que ele faz o uso de drogas?
NANÁ:
Nos últimos dias ele estava estranho, mas eu achei que poderia ser efeito da
bebida alcoólica.
MÉDICO:
Vocês não sabiam que ele faz uso de cocaína?
Elas
se entreolham. O médico desconfia.
MÉDICO:
Aconselho que procurem ajuda, rápido. O Diego é muito novo, tem uma vida toda
pela frente e não pode jogar isso fora por conta de um vício como esse. Falo
isso pois não é o primeiro paciente que recebemos aqui no hospital apresentando
essas características. Com licença.
O
médico se afasta. Juliana e Naná se entreolham.
CENA 05. MANSÃO LAMBERTINI. SALA DE
ESTAR. INT. NOITE.
Leonardo,
Kátia, Lua e Pato jantando.
LEONARDO: Patrício, amanhã mesmo você poderá voltar ao colégio.
KÁTIA:
Esperamos que desta vez você aproveite a oportunidade.
PATO: Que
eu saiba, eu fui expulso para proteger um amigo.
KÁTIA:
O Diego, não é mesmo?
PATO:
Sim, e se precisar farei novamente.
KÁTIA (sorri): Tão bom quando podemos contar com os amigos.
Kátia
olha para Leonardo.
PATO:
Aproveitando o momento “família” preciso compartilhar uma notícia sobre a
Amanda.
KÁTIA: Terminaram?
PATO:
Ela tá grávida.
LUA:
Sério?
Leonardo
e Kátia se olham, cúmplices.
PATO:
Sim, baixinha. Vou ser pai.
LUA: Pato,
você sabe que não sou muito fã da Amanda, mas fico feliz por você.
KÁTIA: Será que esse filho é mesmo seu?
PATO:
O que você está insinuando? A Amanda não é igual você que dá em cima de homem
casado.
LUA (chora): Pato, não fala assim.
KÁTIA:
Olha lá como você fala comigo, seu moleque.
LEONARDO: Não vamos começar com discussões agora, ok?! Patrício, havíamos
combinado uma trégua, esqueceu?
PATO: Foi
mal. Passei do ponto.
LEONARDO: E...?
Pato
hesita.
PATO:
Desculpa.
LEONARDO: Eu espero que você saiba que a partir de agora sua vida vai
mudar completamente. Ter um filho implica assumir responsabilidades que você
nem imagina.
LUA:
Você já sabe que nome vai dar?
PATO:
Ainda não pensei em nada.
LEONARDO: Pois é bom começar a pensar. A vida de um homem se transforma
com a paternidade.
PATO:
Perdi a fome.
Pato
se retira da mesa.
LUA:
Eu vou lá falar com ele.
KÁTIA: Chega a ser impressionante a ingenuidade do Patrício.
LEONARDO: Não começa, Kátia. Já estou com muita coisa na cabeça.
Eles
continuam comendo.
CORTA
PARA
CENA 06. MANSÃO LAMBERTINI. QUARTO PATO.
INT. NOITE.
Pato
está deitado na cama, Lua entra.
LUA: Pelo
visto você não tá muito animado com essa história de ter um filho.
Ele
se ajeita na cama, Lua senta ao seu lado.
PATO: É.
Não foi assim que eu imaginei que seria. É claro que um dia eu gostaria ter um
filho, mas não agora. Eu tenho 16 anos. Muita coisa pra viver ainda.
LUA: Veja
pelo lado bom, eu terei um sobrinho.
Eles
riem.
PATO: Obrigado
por tentar me animar.
LUA: Acho
que não deu muito certo.
PATO: É
que logo agora que eu tava quase me acertando com a Nanda, acontece isso. A
gente nunca vai poder ficar junto.
LUA: Também
não é assim né, Pato. Não é porque a Amanda está esperando um filho seu que
vocês tem que se casar.
PATO: Não
quero que meu filho cresça sem a presença do pai. Eu acho que já fiz muita
merda na vida, Lua. Chegou a hora de provar que eu amadureci.
LUA: Bom,
eu to aqui do seu lado, para o que você precisar tá?
Eles
se abraçam. O celular de Pato apita. Ele lê a mensagem.
PATO (preocupação): Caramba.
LUA:
Aconteceu alguma coisa?
PATO:
O Diego está no hospital. Preciso ir lá.
Pato
sai apressado.
CORTA PARA
CENA 07. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT.
NOITE.
Pato
entra. Nanda está sentada numa das inúmeras cadeiras encostadas à parede.
PATO:
Oi, Nanda. Valeu por avisar.
NANDA: As notícias correm.
NANDA: As notícias correm.
PATO:
Não deve tá sendo fácil pra você tá aqui, depois de tudo o que rolou entre você
e o Diego.
NANDA: Aham, o Diego precisa de ajuda. Cê acredita que ele assaltou a
Paulinha?
PATO: Quando
foi isso?
Eles
conversam. Em outro ponto, Juliana entrega um copo de café a Naná.
JULIANA: Você ouviu o que o médico falou. Não podemos mais fingir que o
Diego está bem.
NANÁ: Eu
sei, Juliana. E eu me sinto tão culpada por tudo isso.
JULIANA: Você não tem culpa, minha amiga. Nós sabemos que a vida do Diego
não foi fácil desde que os pais sumiram do mapa e se não fosse por você, o
Diego não teria ninguém.
NANÁ: Sinto
que poderia ter feito mais.
JULIANA: Então, a hora é essa. Preciso da sua permissão para levar o
Diego a clínica de reabilitação. O que me diz?
Em
Naná, indecisa.
CENA 08. MANSÃO PAULINHA. SALA DE ESTAR.
INT. NOITE.
Mirtes
no chão. Paulinha corre para perto da mãe.
PAULINHA: Seu cretino, o que você fez?! Você está bem?
MIRTES: Sim, Paulinha.
RUBENS: E você fica fora disso! Vai pro seu quarto!
PAULINHA: Eu vou é te denunciar pra polícia seu agressor de mulheres!
Paulinha
faz que vai pegar o celular.
RUBENS: Do que você está falando, garota? Está tudo bem, não é Mirtes?
Fala pra ela!
PAULINHA: Não está nada bem. Eu vi o que você fez. Como você teve coragem
de bater na minha mãe?
MIRTES: Filha, está tudo bem. A gente só discutiu e as coisas saíram do
controle. Tá tudo bem.
PAULINHA: Mas, mãe!
RUBENS:
Você está surda? Não ouviu o que ela disse? Agora vai pro seu quarto. Eu não
vou falar de novo.
Paulinha
hesita, mas sai. Rubens se aproxima de Mirtes levantando-a com grosseria.
RUBENS:
Tá vendo o que você me fez fazer?!
Ele
a solta com força.
RUBENS:
To te esperando no nosso quarto.
E
sai. Mirtes, chorando, tenta se recompor.
CENA 09. HOSPITAL. QUARTO DIEGO. INT.
NOITE.
Diego
inconsciente, Pato e Nanda o observando. Pato deixa uma lágrima escorrer.
NANDA: Você tá chorando?!
Pato
tenta disfarçar.
NANDA:
Que fofo, Pato.
PATO: É
difícil ver o Diego nessa situação.
NANDA: Vocês sempre foram muito apegados. Tipo Timão e Pumba.
PATO (ri): Tá mais pra Dom e Brian de Velozes e furiosos.
Eles
riem.
NANDA: Realmente. Vocês aprontaram muito esse ano.
PATO: Eu
já sabia que o Diego tava usando droga.
NANDA: Por que não falou pra ninguém?
PATO: As
coisas mudaram muito entre a galera. Todo mundo se afastou. Mas eu deveria ter
contato. Se agora ele tá nessa eu tenho uma parcela de culpa.
NANDA: O importante é que ele vai sair dessa.
Nanda
abraça Pato e dá um selinho nele.
PATO: Eu
preciso te contar uma coisa.
Naná
entra.
NANÁ:
Ah me desculpem, eu não sabia que estavam aí.
NANDA:
Não, tudo bem, dona Naná. Já estávamos indo né, Pato?
PATO:
Sim. Boa noite pra senhora.
NANÁ:
Boa noite pra vocês.
Nanda
e Pato se retiram. Naná fica observando Diego.
CENA 10. CASA CAIO. SALA. INT. NOITE.
Caio
entra. Selma no sofá.
CAIO:
Mãe?
SELMA:
Oi filho.
CAIO:
O que faz aqui na sala, com a luz apagada? Cadê o pai?
SELMA:
Já foi dormir.
CAIO:
E por que ainda tá acordada?
SELMA:
Filho, senta aqui comigo.
Caio
se aproxima, estranha.
CAIO:
Você está me assustando.
SELMA:
Fique tranquilo. (T) Tem algo que você queira me contar?
CAIO (sem graça): Te contar?
SELMA:
É. Depois que você terminou com a Paulinha, percebi que você superou rápido.
Está gostando de alguém?
CAIO (nervoso): Na...ão.
SELMA: Saiba que você pode sempre contar comigo, viu, meu filho?
CAIO:
Obrigado, mãe, mas não to entendendo o motivo da conversa.
SELMA:
Não se esqueça que além de mãe e filho, eu também sou sua amiga, e estou aqui
para o que você precisar.
CAIO:
Tudo bem, mãe.
Caio
dá um beijo no rosto da mãe e sai. Selma o observa.
CORTA PARA
MUSIC ON: (DEPOIS DA MEIA-NOITE -
CAPITAL INICIAL)
CENA 11. CASA CAIO. QUARTO. INT. NOITE.
Caio
abre a janela e observa o movimento na rua. Crianças correndo. Jovens
conversando.
CAIO (off): Que papo mais estranho da minha mãe. Parece até que ela sabe de
alguma coisa. Será que... ? Não, não... Ela jamais mexeria nas minhas coisas.
Deve ser sexto sentido. Dizem que as mães tem disso né. Sei lá... às vezes eu
penso em me abrir com ela. Confio nela. Mas, ao mesmo tempo, contar pra ela
significa contar pro meu pai. Então acho melhor não. Isso não deveria ser tão
difícil. Eles são a minha família, me amam... Mas tenho medo que as coisas
mudem quando isso acontecer. Será que um dia vou conseguir me libertar desse
segredo?
Enquanto
Caio fala é mostrado a sequência de cenas:
1. Paulinha
deitada na cama chorando.
PAULINHA: Como ele foi capaz de bater na minha mãe? Eu não posso ficar
parada. Isso não pode ficar assim!
2. Lua
escrevendo no caderno, para por um instante.
LUA:
O Pato nunca vai se dar bem com a minha mãe. Por mais que eu pense positivo,
esse lance entre os dois nunca vai melhorar.
3. Kátia
sentada na cama ao lado de Leonardo.
KÁTIA:
Quer dizer que o Pato foi visitar o coleguinha? É um paspalho mesmo esse seu
filho.
CAIO (off): Eu já me perguntei, me questionei, tentei lutar contra esse
sentimento, eu não quero ser assim. Tudo seria tão mais fácil se eu fosse como
a maioria.
4. Grego
tomando banho.
GREGO: Caio, não consigo parar de pensar em você.
Grego
esboça um sorriso.
5. Diego
dormindo. Naná ao seu lado acariciando seus cabelos.
6.
Juliana digitando no notebook.
JULIANA: Desculpa delicinha. Aconteceu um problemão e eu não pude ir ao
encontro.
Juliana
se surpreende com uma mensagem.
JULIANA (surpresa): Minha nossa, o que é isso.
CAIO (off): A sociedade é um lugar muito permissivo para pessoas tidas como
“normal”, mas muito perigoso para pessoas como eu. Não sei se tenho forças para
lutar contra a homofobia.
7. Rubens
deitado, dormindo, sem camisa. Ao seu lado, Mirtes de camisola, chorando. Ela
se levanta. Caminha em direção ao banheiro. CORTA PARA Mirtes embaixo do
chuveiro, lavando o corpo como se sentisse nojo. Não para de chorar.
8. Nanda
e Pato na frente do hospital.
NANDA:
O que queria me contar lá em cima?
PATO:
É que... Aconteceu algo que fugiu do meu controle, na real, eu nem sei como te
contar isso. Logo agora que a gente tava começando a se acertar.
NANDA (preocupada): Você está me assustando.
PATO:
A Amanda tá grávida.
Nanda
encara Pato, triste. Uma lágrima escorre dos seus olhos. Nanda ameaça sair, mas
Pato a segura pelo braço.
PATO:
Nanda, fala comigo.
NANDA:
Eu preciso ficar só.
Nanda
vai embora.
8.
Amanda rolando na cama.
AMANDA: Falta pouco pra sair dessa fossa. (risos) Eu não sei quem é o
pai. Pode ser o Pato, Diego, Leonardo, ou até um cliente. (ela ri) Que
vagabunda!
Amanda
morde os lábios.
9. Transição
de tempo. Sol e Lua intercalam, mostrando que vários dias se passaram.
LEGENDA: DIAS DEPOIS
MUSIC OFF.
CENA 12. APARTAMENTO JULIANA. QUARTO. INT.
NOITE.
Diego
deitado. Paulinha sentada na cadeira.
DIEGO:
Na boa, Paulinha, depois de tudo o que eu fiz, nem sei como tu consegue olhar
na minha cara.
PAULINHA: Aquele dia, você estava fora de si. Não era você.
DIEGO: Geral deve me odiar, eu sempre vacilo.
PAULINHA: Você pisou bastante na bola, e na maioria das vezes estava
consciente de seus atos, o que deixa em descrédito, mas nada impede que as
coisas voltem ao normal, se tiver a fim.
DIEGO: Demorou. Esses dias no hospital me fizeram reconhecer as
mancadas que tenho dado. Além disso a Juliana e minha vó estão me dando a maior
força, vou começar um acompanhamento psicológico. Quero ser uma pessoa melhor,
Paulinha.
PAULINHA: Passada com a sensatez.
Eles
riem.
DIEGO:
Vai rindo, vai. Mas e aí, quais são as novas? Como tão as coisas no colégio?
PAULINHA: Tudo na mesma, as provas logo chegam e o semestre vai acabar.
Não vejo a hora das férias.
DIEGO:
Eu já devo ter reprovado.
PAULINHA: Podemos te ajudar a recuperar o tempo perdido.
Diego
fica em silêncio.
PAULINHA: Posso te fazer uma pergunta?
DIEGO:
Manda.
PAULINHA: Sei que é uma pergunta muito delicada, mas me conta, como você
entrou no mundo das drogas?
DIEGO:
Você realmente quer saber?
Paulinha
balança a cabeça confirmando.
DIEGO:
Lembra daquela festa que a galera foi parar na delegacia?
PAULINHA: Claro que lembro.
DIEGO: Eu e o Pato voltamos pra casa dele. A Lua não tava legal, eu o
Pato acabamos nos desentendendo.
FLASHBACK,
CAPÍTULO
1x13
DIEGO:
Você
bebeu muito?
LUA:
Não,
foi só uma garrafa. Mas também nunca tinha bebido né. Enquanto você dançava com
a Lari eu peguei uma das garrafas na bandeja e tomei. Acho que você nem
percebeu que tava faltando.
DIEGO:
Tá
vendo, Pato? Eu posso ser irresponsável, mas eu sei admitir minhas falhas.
PATO:
Foi
mal.
DIEGO:
Da
próxima vez, me escuta e acredita em mim.
Diego sai.
LUA:
Acho
que alguém ficou chateado.
FIM
DO FLASHBACK,
DIEGO: Depois que eu fui embora da casa do Pato, eu encontrei dois
caras no ponto de ônibus.
FLASHBACK,
JOVEM
1: Ei,
doido, chega ai.
Diego encara o jovem 1.
JOVEM
2:
Cola aqui mano.
DIEGO: O que
vocês querem?
JOVEM
1 (mostrando a droga): Pega.
DIEGO: Melhor
não.
JOVEM
2:
Cê vai gostar, truta. Experimenta, se não curtir, é só me devolver.
Diego os encara.
JOVEM
1:
Pega truta, faz assim.
O jovem 1 despeja um pouco de pó na mão
e cheira.
FIM
DO FLASHBACK,
DIEGO: Eu tentei recusar, mas não consegui, o álcool da noitada ainda
tava no sangue. Eu deixei o momento rolar.
FLASHBACK,
O jovem 1 despeja pó na mão de Diego.
JOVEM
2:
Agora você fecha um lado do nariz e suga com o outro, faz pressão, sem medo,
truta.
Diego segue as orientações.
FIM
DO FLASHBACK,
DIEGO: Eles me levaram pra outro lugar. Passei o dia curtindo. Depois
pediram grana. Eu não tinha nada, foi aí que eu peguei umas paradas em casa,
coloquei dentro da mochila, sem que minha avó visse e fui comprar as paradas.
FLASHBACK,
JOVEM
2: Muito
bem, truta. Sempre que precisar pode entrar em contato.
DIEGO:
Isso
já é o suficiente.
Diego guarda o pacote dentro da mochila.
JOVEM
1:
Tu vai curtir. Tu vai ficar relaxadão.
FIM
DO FLASHBACK,
DIEGO: Depois de perambular pelas ruas, voltei pra casa.
FLASHBACK,
CAPÍTULO
1x13
Diego chega. Naná sentada vendo tv.
NANÁ: Aonde
você estava, filho?
DIEGO: Por aí.
NANÁ: Saiu de
tarde e só voltou agora. E essa mochila?
DIEGO: Sem
interrogatórios, ok?
Diego sai.
NANÁ: Esse
menino está aprontando.
FIM
DO FLASHBACK,
DIEGO: E não demorou muito pra começar o vício.
CAPÍTULO
1x13
Diego despeja em cima da cama várias
trouxas de droga.
DIEGO: Eu vou
sair da pobreza, custe o que custar.
Em Diego observando as drogas, meio
tenso.
FIM
DO FLASHBACK,
DIEGO:
Nas drogas eu esqueci todos os problemas. O fato dos meus pais sumirem, a
pobreza. Pelo menos enquanto eu estava sob o efeito, a vida era boa, sabe.
Quando me dei conta, já tava viciado. Acho que a gota d’água foi aquele dia que
te roubei.
PAULINHA: Você vai superar essa fase. Pode contar comigo, viu?
DIEGO: Esse lance que te contei, fica só entre a gente, ok?
MUSIC ON: (AMORES IMPERFEITOS -
ANAVITORIA)
PAULINHA: Sim, entre a gente.
DIEGO:
Eu sou muito idiota viu.
PAULINHA: Por que diz isso?
DIEGO:
Por todas as vezes em que te decepcionei. É incrível que mesmo assim, você tá
aqui.
Paulinha
acaricia a mão de Diego. Ele fecha os olhos. CAM aproxima da porta encostada.
Do outro lado está Naná, que limpa as lágrimas. Ao seu lado está Juliana.
CENA 13. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.
Pessoas
circulam pela rua. O trânsito movimentado com carros, ônibus e motos. A lua sai
de cena, surgindo um novo dia.
MUSIC OFF.
CENA 14. COLÉGIO FRAN VICENTINI. INT.
DIA.
Nanda
com fone no ouvido, distraída mexendo no celular. Paulinha se aproxima e dá um
tapa de leve no ombro.
NANDA: Ei, Paulinha. Como vão as coisas?
PAULINHA: O clima lá em casa continua pesado. Meus pais falam que tá tudo
bem, mas eu tô preocupada com a minha mãe. Aquele casamento não existe mais,
mas ela prefere permanecer. Não consigo entender.
NANDA:
Amiga, fica de olho tá? Se precisar de ajuda, me pede socorro.
PAULINHA: Aham, ficarei bem atenta.
NANDA:
E o Diego?
PAULINHA: Eu sei que a gente cancelou ele. O Diego não merece nossa
consideração, mas acima de tudo, ele entrou numa pior e se não ajudarmos, as
consequências podem ser pior. Eu tive na casa dele.
NANDA:
E...?
PAULINHA: Acho que ele nunca foi tão sincero comigo na vida. Foi tipo,
surpreendente.
NANDA:
Sério, miga?
PAULINHA: Sério. Acho que talvez o Diego esteja tomando jeito.
NANDA: Tomara. Tudo o que aconteceu esse ano, serviu como aprendizado
pra gente. Inclusive acho que já deu o que tinha que dar, já pode acabar tá,
2020?!
PAULINHA: Nem me fale. Mas ainda tem uma coisas pra rolar né.
NANDA:
O que, por exemplo?
PAULINHA: Hoje o Diego volta pro colégio.
NANDA: Não me diga que vai rolar um flashback.
PAULINHA: Eu não consegui esquecê-lo, tentei lutar, no entanto, não
conseguimos mandar no coração. Você sabe que por mim rolaria, só que não
depende só de mim.
Diego
entra no colégio.
NANDA:
Falando nele.
Paulinha
acena. Diego se aproxima.
DIEGO:
Nanda, Paulinha.
NANDA:
Oi.
Paulinha
sorri.
DIEGO:
Nanda, tava precisando falar contigo. Fiquei sabendo que você foi lá no
hospital. Obrigado.
NANDA:
Não precisa agradecer.
DIEGO:
Eu sei que eu só dei mancada, e nem mereço uma nova chance. Tudo que tem rolado
ultimamente me fez perceber o quanto foi grave o que eu e o Pato fizemos
contigo.
NANDA: Diego, você está mesmo arrependido?
DIEGO: Pode até parecer surreal, eu sei, mas eu to arrependido, Nanda.
Foi mal.
NANDA:
Eu fiquei muito chateada, mas eu consegui superar. Espero que você realmente
tenha mudado. Vamos deixar essa história no passado, ok?
Nanda
estende a mão.
DIEGO: Valeu, Nanda.
PAULINHA: Acho que as coisas estão começando a voltar a ser como antes.
Pato
se aproxima.
PATO:
Ae, brother. Muito bom ter você de volta.
Pato
e Diego se abraçam.
PATO: Nanda,
podemos conversar?
NANDA:
Pode falar.
PATO:
Seria em particular.
NANDA:
Não tenho nada que esconder deles.
DIEGO:
O que tá pegando?
NANDA (irônica): Como assim nem o seu melhor amigo sabia da novidade, gente? Fui
privilegiada, então?! Que honra!
PAULINHA: Amada...?! Conta logo.
NANDA:
O Pato vai ser papai, galera. A Amanda tá grávida. É isso.
Paulinha
põe a mão na boca, chocada. Em Pato nervoso.
DIEGO:
Deu ruim hein, moleque.
PATO:
A gente pode falar a sós, Nanda?
PAULINHA: Claro. A gente se fala mais tarde, miga.
Paulinha
puxa Diego e os dois se afastam rapidamente.
PATO:
Aquele dia no hospital você não me deixou falar mais nada.
NANDA:
Não tem muito o que falar, Pato.
MUSIC ON: (NAKED - JAMES ARTHUR)
PATO:
Eu entendo como você tá se sentindo. Logo agora que a gente tava começando a se
entender... Eu não queria que isso tivesse acontecido, ok? Eu sou muito novo
pra uma responsabilidade como essa. Mas, aconteceu. E se teve algo que aprendi
esse ano é que não posso passar a vida toda fugindo das minhas
responsabilidades.
NANDA:
Eu concordo plenamente. Seria muito covarde da sua parte deixar a Amanda
sozinha com esse filho na barriga.
PATO:
Isso quer dizer que/
NANDA:
Quer dizer que eu não vou ficar entre vocês. O filho que vocês estão esperando
não merece isso.
PATO:
Mas eu quero ficar com você.
NANDA:
Eu também quero ficar com você. Aliás, caso não tenha percebido, eu sempre quis
ficar com você! Mas cada um faz sua própria história, Pato. Eu demorei pra
perceber, mas agora entendo, eu não faço parte da sua.
Nanda
sai correndo.
PATO:
Nanda, espera...
Mais
na frente, Nanda se esbarra com Ismael.
ISMAEL: Ei!
Ela
se abraça nele.
NANDA: Me tira daqui.
ISMAEL (preocupado): Aconteceu alguma coisa?
NANDA: Só me tira daqui. Rápido!
ISMAEL: Vem comigo.
Eles
vão em direção à saída do colégio. Pato observa os dois. Toca a sirene
sinalizando o início do primeiro tempo.
MUSIC OFF.
CENA 15. COLÉGIO FRAN VICENTINI. SALA
DOS PROFESSORES. INT. DIA.
Os
professores organizam seus materiais. Arnaldo mexe no celular, entretido.
Emílio cutuca o colega.
EMÍLIO: Ce não ouviu o sinal não? A aula já vai começar.
ARNALDO: Já tocou? Juro que não ouvi. Tava aqui distraído.
RAMIRO:
Distraído é? O professor parece que viu passarinho verde.
ARNALDO: Mais do que isso, Ramiro. Encontrei minha alma gêmea no Tinder.
Os
professores riem dele.
ARNALDO: Ué... Do que estão rindo? Contei alguma piada?
ALFREDO: Ce não acha que tá um pouco velho demais pra isso não,
Arnaldo?
VANICE (alfineta): Algumas pessoas não tem senso do ridículo.
ARNALDO: Velha é essa mentalidade de vocês. Tenho certeza que essa é a
mulher da minha vida.
LÚCIA:
Fico feliz por você. Mas tenha cuidado, esses aplicativos de relacionamento
podem ser muito perigosos.
EMÍLIO:
É, de repente essa sua pretende aí pode ser uma mulher de tromba!
Os
professores homens riem da piada.
MILENA:
Nem vou comentar essa sua piada machista de vocês tá?!
LÚCIA:
De extremo mau gosto, meninos.
EMÍLIO:
Foi mal.
ARNALDO: Obrigado pela preocupação de todos vocês. Mas não é
necessário. Sou bem grandinho e sei o que estou fazendo.
Juliana
entra na sala.
JULIANA: Mas o que está acontecendo aqui? Ninguém trabalha mais nessa
escola?! Vamos professores! O sinal tocou faz tempo. E você, Ramiro, faça seu
trabalho, homem!
RAMIRO:
Claro. Claro, diretora! Vamos professores, agilizem!
Eles
vão saindo da sala até ficar apenas Ramiro.
RAMIRO:
Como é mesmo o nome que ele falou? (coça a cabeça tentando lembrar) TINDER!!!
Vou baixar e é agora!
Ramiro
senta e fica mexendo no celular.
CENA 16. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
Imagem
panorâmica da orla de Copacabana. CAM se aproxima da pista onde vários carros
trafegam.
CORTA
PARA
CENA 17. CARRO ISMAEL. INT. DIA.
Ismael
dirige. Nanda está no banco do carona.
ISMAEL: Você não disse nada desde que saímos da escola.
NANDA: Obrigada.
ISMAEL: Pelo que?
NANDA: Por me tirar de lá. Era do que eu precisava.
ISMAEL: Mas, tá tudo bem?
NANDA: Não.
ISMAEL: Quer falar?
NANDA: Não.
ISMAEL: Ok. Já sei o que podemos fazer.
Ele
pára o carro.
NANDA: O que tá fazendo?
ISMAEL: Nada melhor do que um banho de mar pra esquecer dos problemas.
CORTA
PARA
CENA 18. PRAIA. EXT. DIA.
Ismael
e Nanda sozinhos no lugar.
NANDA: Mas eu nem trouxe roupa de banho.
ISMAEL: Como você pode ver. Essa é uma área mais deserta.
Ele
tira a blusa do uniforme escolar, em seguida, a calça, fica apenas de cueca.
ISMAEL: Vai ficar aí olhando?
Ele
corre para o mar. Nanda também tira a roupa ficando apenas de sutiã e calcinha
e corre atrás dele.
MUSIC ON: (FIQUE NA MINHA VIDA - ROBERTA
CAMPOS FEAT. VITOR KLEY)
Cortes
descontínuos dois dois se banhando na praia, divertindo-se. As ondas quebrando,
eles mergulhando. Jogam água um no outro. Uma onda quebra e eles se trombam, se
abraçam. Ensaiam um beijo, outra onda quebram afastando-os. Eles riem.
MUSIC OFF.
CENA 19. COLÉGIO FRAN VICENTINI. QUADRA
DE ESPORTES. INT. DIA.
Partida
de futebol rolando. Emílio observa o desempenho dos alunos, atento. Pato e
Diego estão em um time. Caio e Grego estão no outro. Na arquibancada, Paulinha
mexe no celular.
PAULINHA: Que droga, Nanda! Onde você se meteu? Nem pra me chamar pra ir
junto! Agora tenho que ficar aqui vendo esse jogo chatíssimo.
Ela
bufa, impaciente.
CAM
vai buscar Caio e Grego fazendo uma jogada. Grego toca para Caio que devolve
para Grego. Diego vem na marcação e acaba fazendo falta em Grego. Emílio apita,
levanta o cartão amarelo. Caio vai pra cima de Diego.
CAIO:
Será que você não pode jogar limpo?
Diego
ajuda Grego a levantar. Pato ali perto.
DIEGO:
Foi mal, cara. Não tive a intenção.
GREGO:
Tá tudo bem. To legal.
EMÍLIO:
Pega leve nessa marcação, Diego. Mais uma dessas, é cartão vermelho.
DIEGO:
Desculpa, fessor.
EMÍLIO (A todos): Ok. Não foi nada. Voltem pras suas posições.
Emílio
sai da quadra. Apita. Grego bate a falta tocando para Caio que toca para um
colega de time que faz o gol. Eles comemoram. Emílio apita e faz sinal de
término de partida.
EMÍLIO:
Valeu, valeu. A rapaziada pro chuveiro e as meninas pra quadra, agora!
Os
meninos protestam.
EMÍLIO: Sem reclamações, galera. Pro chuveiro, agora!
Os
meninos vão saindo da quadra enquanto as meninas descem das arquibancadas.
GREGO:
Que estranha a atitude do Diego.
CAIO:
Você já deveria ter acostumado com esse jeito agressivo dele.
GREGO:
Não, Caio. Ele me ajudou. Até se desculpou, você viu.
CAIO:
É. Isso foi estranho mesmo.
CENA 20. FLAT DE ALTO LUXO. INT. DIA.
A
porta se abre e Ismael entra, faz gesto para Nanda entrar.
ISMAEL:
Bem-vinda ao meu esconderijo.
Nanda
caminha pelo espaço, impressionada.
NANDA:
To chocada com isso aqui, menino. É seu?
ISMAEL:
Na verdade é do meu pai. Bom, essa é uma das vantagens de ser filho de
diplomata.
NANDA:
Olha essa vista!!! Incrível!!!
ISMAEL:
Que bom que gostou. Quer tomar uma ducha pra tirar o sal da praia? Tirar essa
roupa molhada.
NANDA:
Quero sim. Mas antes quero te agradecer.
ISMAEL:
Não precisa, Nanda.
NANDA: Você tá sendo muito legal comigo. Tá transformando meu dia que
tinha tudo pra ser uma merda em algo especial.
ISMAEL: Acredite. O meu dia ficou muito melhor agora.
NANDA: Obrigada.
ISMAEL: Sabe, Nanda... Depois de tudo que rolou esse ano, a última coisa
que eu poderia imaginar era que estaríamos aqui juntos, agora. Isso pra mim
significa muito. É meio que um sonho. Pra ser sincero, em vários momentos eu
sonhei com isso. Nós dois. Aqui. Sozinhos. Eu sei que te dei todos os motivos
para não confiar em mim, fui um babaca o tempo todo. Mas a partir de agora eu
quero te dar todos os motivos pra ficar comigo.
MUSIC ON: (FIQUE NA MINHA VIDA - ROBERTA
CAMPOS FEAT. VITOR KLEY)
NANDA: Ismael, eu...
ISMAEL: Desde o primeiro momento em que bati o olho em você, não sei
explicar o que aconteceu. Eu só consigo pensar em você. É como se não tivesse
espaço pra mais nada no meu pensamento.
NANDA: Que lindo isso, Ismael.
ISMAEL: E na real, eu quero muito te fazer feliz. Você deixa?
Nanda
sorri, emocionada. Ele se aproxima lentamente dela, que se deixa envolver. Em
SLOW MOTION eles se beijam com paixão, tiram a blusa um do outro, envolvidos.
Caem no sofá-cama.
CORTA
PARA
CENA 21. COSMÉTICOS LAMBERTINI. DIREÇÃO.
INT. DIA.
MUSIC OFF.
Leonardo
assina uns papéis enquanto Amanda espera, em pé.
LEONARDO: Pronto. Entrega ao Rubens que ele precisa analisar antes de dar
continuidade a essa negociação.
Ele
entrega os papéis a ela, que segura. Permanece parada.
LEONARDO: Precisa de algo?
AMANDA:
Tava aqui pensando. Não sei se terei paciência pra esperar o tempo que você me
pediu.
LEONARDO: Não me pressione. Eu vou fazer tudo o que você quer, mas agora
não.
AMANDA:
É que eu ando meio entediada sabe.
LEONARDO: Não brinca comigo, garota.
AMANDA: Não brinca comigo você! Se eu souber que você está me
enrolando, Leonardo, não vai ser nada bom pro seu relacionamento com o Pato.
LEONARDO: Você não perde por esperar.
AMANDA: Assim espero.
Amanda
se retira da sala. Leonardo abre uma gaveta. CAM se aproxima mostrando uma
arma.
LEONARDO: Preciso resolver esse problema.
CORTA
PARA
CENA 22. COSMÉTICOS LAMBERTINI.
SALA RUBENS. INT. DIA.
Amanda
entrega o documento.
AMANDA:
O documento que o Leonardo mandou.
Ela
joga na mesa dele e vai saindo. Ele se apressa em levantar.
RUBENS: Mas já vai assim, tão rápido?
AMANDA: Tenho muito o que fazer.
Ele
segura o braço dela.
AMANDA: Me solta ou eu grito.
RUBENS: Por que tá me tratando assim? Eu sei o que você quer.
Rubens
tenta beijá-la. Ela consegue se soltar.
AMANDA: Fica longe de mim.
RUBENS: Por que tá se fazendo de difícil, garota? Eu conheço o seu
tipo, sei das suas intenções com o Leonardo. Eu vi vocês se beijando. Comigo
não precisa fazer joguinho.
AMANDA: Exatamente. As minhas intenções são com o Leonardo, não com o
empregado dele.
RUBENS: Nós somos sócios. Comigo você pode ter tudo.
Amanda
ri.
AMANDA: Que seja. Você não me desperta nenhum interesse, se é que me
entende.
RUBENS: Acho bom você não me rejeitar.
AMANDA (provoca): O que você vai fazer? Me pegar a força? Você não me conhece.
Nada do que fizer vai me surpreender ou me fazer desistir dos meus planos. O
máximo que vai conseguir é me fazer sentir mais nojo de você.
RUBENS: Você vai se arrepender por cada palavra que disse.
Amanda
se retira da sala.
RUBENS: Cadela maldita! Vai ter o que merece.
CENA 23. COLÉGIO FRAN VICENTINI.
VESTIÁRIO MASCULINO. INT. DIA.
Movimentação
dos alunos no espaço, alguns no chuveiro, outros se trocando. Diego veste a
camisa enquanto Pato veste a calça. Caio e Grego entram e são zoados por um
colega alto, forte, loiro do olho claro.
COLEGA:
Olha só quem chegou, o casal do ano!!!
Outros
alunos zoam os dois. Diego se mete.
DIEGO:
Qual é o seu problema, Raul? Se mete com a tua vida, rapá!
RAUL:
E qual foi, Dieguinho. Tá estressadinho, moleque?!
CAIO:
Deixa quieto, Diego. Não vale a pena.
PATO (a
Raul): Vai dá um rolê lá fora, mano, vai. Tá precisando esfriar essa cabeça.
Os
alunos se dispersam.
GREGO (a
Diego): Obrigado.
CAIO:
É. Por essa eu não esperava.
PATO (brinca):
É que vocês não sabem, mas aqui na nossa frente está um novo homem.
CAIO:
Que parada é essa?
DIEGO:
Brincadeira do Pato. Quer dizer, ele tá exagerando. O que ele quis dizer é que
to tentando melhorar.
CAIO:
Isso sim parece uma brincadeira.
DIEGO:
É sério, Caio. Inclusive acho que devo um pedido de desculpas a vocês. Eu fui
um babaca. Mas eu quero que o lance entre a gente fique de boa, entendeu?
GREGO: Isso realmente me surpreende.
DIEGO: É, moleque, esses dias no hospital me fizeram refletir. A partir
de agora é vida que segue.
CAIO: Isso
quer dizer que/
DIEGO: Que eu quero me desculpar e receber um voto de confiança. E aí,
ces topam?!
Diego
estende a mão. Caio e Grego se entreolham. Caio aperta a mão de Diego.
CAIO:
Beleza.
GREGO:
Por mim.
Diego
e Grego apertam as mãos.
PATO:
E a paz volta a reinar entre a galera. Adoraria ficar pra comemorar mas tenho
que dá uma passada na biblioteca.
GREGO:
Que?
CAIO:
Tá tudo bem, Pato?
PATO:
Ué, gente, me deixa. Eu hein.
Pato
vai saindo.
DIEGO:
Depois a gente se fala.
Diego
vai atrás de Pato. Caio e Grego se entreolham.
GREGO:
Que que deu neles?
CAIO:
Sei lá. Parece que do nada outras pessoas se apossaram dos corpos deles.
Eles
riem enquanto tiram a roupa. Ficam apenas de cueca.
GREGO: Espero que isso não seja passageiro né.
CAIO:
É. Mas acho que não, pelo que a Nanda contou o tempo no hospital fez o Diego
repensar a vida.
Caio
pega toalha no armário e enrola na cintura.
GREGO:
Que bom. Mas é bem estranho.
Grego
também pega uma toalha e coloca envolta no pescoço.
CAIO:
Estranho por estranho a gente também é vai.
GREGO:
Palhaço.
Grego
pega o desodorante e aponta para Caio.
CAIO:
O que vai fazer com isso?
GREGO:
Adivinha?
Grego
aperta e Caio tenta se defender.
CAIO:
Tá maluco?
GREGO:
Aham. Por você.
Grego
se aproxima de Caio na intenção de beijá-lo.
MUSIC ON: (FLASHLIGHT - JESSIE J)
CAIO:
Pirou de vez, alguém pode nos ver.
GREGO:
Não tem ninguém aqui, Caio. Relaxa. Ce fica irresistível com essa toalha
enrolada na cintura. Quero ver o que tem por baixo.
Grego
puxa Caio para o box e o beija. Os dois ficam dando uns amassos. Grego puxa a
toalha de Caio e começa a masturbá-lo. O clima vai esquentando até que Emílio
ENTRA.
EMÍLIO (chocado): Caio! Grego! Mas o que é que tá acontecendo aqui?
Close
em neles, assustados com o flagra.
autores
GABO OLSEN
DIOGO DE CASTRO
colaboração
IGOR FEIJÃO
elenco
NICOLAS PRATTES como PATO
ALICE WEGMANN como NANDA
JOSÉ VICTOR PIRES como DIEGO
LETÍCIA NAVAS como PAULINHA
JOÃO VITHOR OLIVEIRA como CAIO
LARISSA MANOELA como LUA
ERIBERTO LEÃO como LEONARDO
TALITA CASTRO como KÁTIA
JUAN ALBA como HEITOR
CAROLINA FERRAZ como SELMA
ÂNGELA LEAL como NANÁ
JANDIR FERRARI como MARCELO
ÂNGELA DIP como ESTELA
DALTON VIGH como RUBENS
LUCIANA VENDRAMINI como MIRTES
FILIPE BRAGANÇA como GREGO
LUCAS COTRIM como DJ
RAISSA CHADDAD como LARISSA
HALL MENDES como BETO
NICHOLAS TORRES como RICARDO
HESLAINE VIEIRA como ANDRÉIA
GABRIEL SANTANA como ISMAEL
CARLA FIORONI como JULIANA
MARCELLO AIROLDI como ARNALDO
VERA ZIMMERMANN como LÚCIA
SANDRA PÊRA como VANICE
WAGNER SANTISTEBAN como ALFREDO
MARISOL RIBEIRO como MILENA
JIDDÚ PINHEIRO como RAMIRO
FERNANDO PAVÃO como EMÍLIO
MARIANNA ARMELLINI como LULU
trilha sonora
NEVER LET ME GO - ALOK, BRUNO MARTINI, ZEEBA (abertura)
DEPOIS DA MEIA-NOITE - CAPITAL INICIAL
AMORES IMPERFEITOS - ANAVITORIA
NAKED - JAMES ARTHUR
FIQUE NA MINHA VIDA - ROBERTA CAMPOS FEAT. VITOR KLEY
FLASHLIGHT - JESSIE J
produção
BRUNO OLSEN
CRISTINA RAVELA
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
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Proibida a cópia ou a reprodução
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