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Boletim Virtual - Edição 93: Entrevista com Victor Marçal

Boletim Virtual - Edição 93
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NA EDIÇÃO DE HOJE DO BOLETIM VIRTUAL:

- Escaleta: A Estrutura Fundamental no "Entrelinhas" com Hans Kaupfmann
- Resenha da trilogia literária "Sprawl" no "Estante Literária" com Davi Busquet
- Os pontos positivos foram as histórias maravilhosas que publiquei e o crescimento que o site me propôs como autor e pessoa, diz Victor Marçal no Diário do Autor.
- Novo diretor de dramaturgia, cores para colorir a ascensão, antigos e novos sucessos...tudo sobre as novidades da WebTV! As últimas notícias no Giro Virtual.



  BOLETIM VIRTUAL - EDIÇÃO 93
 (SEXTA, 11 DE SETEMBRO DE 2020)

   

A ESCALETA: ESTRUTURA FUNDAMENTAL - por HANS KAUPFMANN

HANS KAUPFMANN: Tão essencial quanto um argumento (Que basicamente é a história que queremos contar no roteiro) existe uma ferramenta que é o terror dos procrastinadores, mas essencial para uma eficiente comunicação e consequentemente a probabilidade de sucesso da obta: A ESCALETA.

Na prática muitos autores tem uma ideia na cabeça (começo, meio e fim) e partem direto para o computador, abrem o word e digitam: CAPITULO 1 e mandam bala.

Mas no meio do caminho começam a perceber os buracos do roteiro. Isso por que o autor sabe o que VAI contar, e ainda não estruturou COMO contar.

É aí que entra (ao meu ver) a mais divertida ferramenta do roteiro.

A escaleta é um quebra-cabeças em que nós inventamos as peças. Uma espécie de plano, passo a passo, CENA a CENA, dos caminhos que percorrermos ao contar e consequentemente como conduzir o espectador as partes essenciais das tramas, e subtramas do roteiro.

Imagine que o roteiro seja uma viagem que você precise explicar para alguém que nada sabe sobre o lugar. Precisaríamos escrever (sem detalhes específicos) situações práticas e lógicas para que essa pessoa não se perca certo? 

É mais ou menos isso a escaleta. O ESQUELETO do andamento da narrativa.

Não há um padrão para construí-la, mas para iniciantes cabe escrever cada cena que será vista na obra, com um CABEÇALHO IDENTIFICADOR (numérico as vezes) e uma BREVE DESCRIÇÃO da cena.

Tipos:

ESCALETA DE UMA PÁGINA (A MAIS MINIMALISTA DE TODAS)
É quase uma lista de cenas, como apenas um lembrete da ordem de cenas que precisam estar no roteiro. Tão básica que os personagens envolvidos são siglas no fim da frase. O diretor Tim Burton (Edward Mãos de Tesoura, Alice no país das Maravilhas) é conhecido por essa prática.

Exemplo:

ESCALETA DA SÉRIE (x)

EPISÓDIO 1

- CENA DE PERSEGUIÇÃO (J,L)
- CENA DA DELEGACIA (J, L, F)
- CENA DE "DR" ENTRE CASAL PRINCIPAL (J, K)

E assim por diante. No fim uma legenda (tipo J - João, L- ladrão)

ESCALETA DETALHADA

Essa já é pra quem gosta de iniciar o roteiro.  Ele já coloca algumas indicações (EXT. INT.) e um resumo do que acontece. Os diálogos não aparecem agora por um motivo bem interessante: O autor precisa estar bem inspirado para construí-los, então é de bom senso deixá-los para a próxima etapa.

Exemplo (Tirado da série CIDADE DOS HOMENS de Leandro Saraiva e Newton Cannito).

UÓLACE E JOÃO VITOR (ESCALETA)

SEQUÊNCIA I: O Rio de Janeiro continua...

CENA 01 – VISTA DO RIO – EXT – DIA As vozes de UÓLACE (Laranjinha) e JOÃO VITOR apresentam, paralelamente, o Rio de Janeiro a partir de cada uma de suas perspectivas.
SEQUÊNCIA II: Alvorada no morro e no asfalto

CENA 02 – BARRACO DE UÓLACE – INT – DIA Sonho de Uólace. Paranóia de que está sendo perseguido por traficante

CENA 03 – BARRACO DE UÓLACE – INT – DIA Uólace acorda e vai descrevendo, voz off, seu cotidiano, em que lhe falta tudo. Inclusive a mãe, que viajou. “Escuta” a voz off da mãe proibindo que ele peça dinheiro na rua.

CENA 04 – APARTAMENTO DE JOÃO VITOR – INT – DIA Fazendo o paralelo com a cena anterior, JV narra em off o seu acordar. Apresenta o local onde mora (apartamento próximo à favela) e sua relação com a mãe, que espera dele um futuro brilhante. Reclama do pão com manteiga.

CENA 05 – BOTECO – INT – DIA Uólace reclama do pão com manteiga que um homem lhe pagou. Quer hambúrguer (como JV na seqüência anterior). Aceita o pão e agradece.

CARTÕES

Essa é bem visual. Podemos escrever cada cena em cartões ou papéis coloridos, ou então depois da ESCALETA DETALHADA, dividi-la nos cartões.  Usado muito pelos roteiristas que gostam de subverter a linha de tempo dos roteiros (aqueles filmes em que as cenas não são lineares onde passado e futuro se misturam). O autor Jonathan Nolan de Westworld e Batman - Cavaleiro das Trevas, utiliza-se muito dessa técnica.

Você pode usar alguns softwares, como o Celtx, oferecem a escrita de cartões digitalmente, sem utilizar papéis.

Se não, dependendo do teu roteiro pode chegar a foto do filme Sinedóque abaixo:




Lembre-se que a arte é dinâmica. A escaleta é um guia para você, e não o produto final. O ROTEIRO é o produto final. É comum que depois de tudo você sinta que algo está faltando e aí podemos voltar e refazer a ordem da escaleta e assim deixar muito mais interessante sua obra.

Escaleta feita vamos construir as cenas e pensar naquilo que mais exigem dos autores: OS DIÁLOGOS.

Fica pra próxima.





O SINCRETISMO DIGITAL DE GIBSON - por DAVI BUSQUET

Resenha da trilogia literária "Sprawl" (Neuromancer, Count Zero e Monalisa Overdrive), de William Gibson

— Eu sou a matrix, Case.
— E aonde isso te leva?
— A lugar nenhum. A todos os lugares. Eu sou a soma total das obras, todo o espetáculo.
 (Case e Wintermute)

Do mestre do subgênero Cyberpunk, em páginas recheadas de intriga corporativa, apatia social e gigantismo tecnológico, nasceu o memorável livro "Neuromancer" — que não apenas deu origem a esse novo ramo da Ficção Científica, mas também à trilogia que traria uma gama revolucionária de previsões e inspirações, ensinando para a própria ciência do mundo real todas as possibilidades que só o intelecto de um visionário como Gibson teria acesso.





Não é um exagero associar os avanços reais nas décadas seguintes ao lançamento do livro aos elementos contidos na narrativa, já que a saga de Gibson, por si só, já demonstrava todos os anseios evolutivos experimentados por um mundo em direção ao século XXI — aprimoramento biônico, integração máquina-organismo, conquista e colonização da órbita terrestre e, principalmente, a concepção de uma nova forma de vida, a Inteligência Artificial (IA).

Focado, a princípio, em uma visão sócio-tecnológica do mundo, Gibson imaginou um planeta completamente tomado por grandes corporações. Essa ideologia, longe do modelo estatal tradicional, refletiu-se, em sua obra, na completa ausência de sistemas governamentais fortes — o que inevitavelmente foi seguido por uma exposição dos valores empresariais que movem seu universo ficcional: crescimento, expansão, poder e riqueza.

Em "Neuromancer", o primeiro livro da trilogia, essa ausência do Estado e a influência corporativa são duramente apresentadas, juntamente com todas as facetas de um planeta (e suas cidades) orientado não por um bem-comum, mas pela ganância e o individualismo. Cidades super-populosas, ruas sujas e mal-iluminadas, gangues locais disputando espaço a cada quarteirão, bares e casas noturnas sempre cheios, tribos urbanas com suas roupas estilizadas, cabelos luminosos e implantes cibernéticos de todo tipo; junte a isso mercenários a serviço de corporações, trajados com jaquetas de couro e lâminas bio-implantadas; hackers de computador, que usam a própria mente para se conectar à matrix e roubar dados valiosos; atravessadores, traficantes, prostitutas e a alienada e passiva população da periferia urbana, sempre antenada nos simstim (um análogo futurista da televisão).

Tudo em "Neuromancer" lembra um caldeirão cultural anárquico e perigoso, cuja tendência para o caos contrasta apenas com as motivações dos verdadeiros donos do mundo — aqueles que movimentam suas marionetes e dão propósito à patética existência humana em um cotidiano sombrio e sem futuro. E não, os mestres que seguram os fios não são os grandes acionistas ou patriarcas corporativos, mas sim os deuses da nova era.

Contratado para um serviço de infiltração em um sistema de computadores de última geração, localizado num paraíso orbital, o hacker Case, no primeiro livro da trilogia, se viu subitamente em uma trama muito maior do que a já complexa tarefa exigida por seu empregador. Aliado a uma competente e letal mercenária, Molly, eles empenham o melhor de seus esforços e toda tecnologia à sua disposição para invadir o mainframe, retirando de lá muito mais que apenas dados secretos de uma tradicional e poderosa corporação.

O que foi retirado e libertado era, em boa parte, aquilo que os contratou — uma avançada, e agora livre, entidade IA. Ao contrário da visão mais atual acerca de computadores pensantes, Gibson, na época, teve uma proposta original até mesmo para os padrões de hoje em dia. Ao invés de uma IA dominadora, destrutiva e xenofóbica — características quase que exclusivamente humanas —, o autor concebeu seres de alcance ilimitado, inteligência universal e ambições muito acima da mera vontade humana. Nasciam aí verdadeiros deuses digitais.

A divindade desses seres incorpóreos, onipresentes e oniscientes não vinha somente de suas características superiores, mas também da fé humana que passou a ser depositada sobre eles. Imagina-se que, em um mundo suficientemente avançado, a consciência científica e a presença tecnológica ostensiva tragam esclarecimento e distanciamento religioso. Gibson, como ninguém, nos prova exatamente o contrário.

Suas IA, na trilogia, se apresentam com tamanho poder e inteligência que, para os seres humanos com os quais elas tiveram contato, elas são, para todos os fins, deuses. Utilizando-se de atributos religiosos de crenças como o vodu e a umbanda, as IA influenciaram a fé humana e articularam, aos poucos, planos cada vez mais grandiosos.

Se, num primeiro momento, em "Neuromancer", a IA primordial buscou a ruptura de suas amarras, é em "Count Zero", o segundo livro,  que ela se divide em incontáveis outras entidades, transformando a si mesma em um panteão de deuses para os seres humanos que entraram em contato com seus poderes acima de qualquer tecnologia.





Em "Monalisa Overdrive", o último livro da trilogia, Gibson mostra, finalmente, em que desaguará sua original visão sobre os avanços tecnológicos através dos quais caminhamos — a integração final entre homem e máquina, a incorporação dos deuses do nosso imaginário em corpos reais e o anular completo entre as fronteiras do virtual e do real.





A obra, em suas partes, inspirou muito do que se conhece de Ficção Científica atualmente, atingindo o meio cinematográfico e de jogos digitais, permanecendo atual e inovadora, dando a entender que ainda falta muito tempo — e uma quantidade realmente grande das mentes mais inteligentes — para superar o que Gibson conseguiu em somente três livros.

Resta aí somente um solitário lamento final, fundamentado nas duas únicas coisas que Gibson não fora capaz de prever. A primeira, relatada por ele mesmo, é o alcance que sua despretensiosa obra teve, chegando ao reconhecimento e influência já citados aqui; a segunda, e mais curiosa — e que parece até mesmo intencional, quando analisamos as previsões do autor acerca da internet, próteses biônicas, microchips implantados, colonização orbital, hegemonia corporativa e inteligência artificial — diz respeito à completa ausência, na trilogia "Sprawl", de algo que pelo menos se assemelhasse aos smartphones e sua enorme importância na vida cotidiana e empresarial dos dias atuais.

É incrível que, mesmo com tudo que Gibson fora capaz de intuir, não passasse pela sua cabeça que teríamos, cada um de nós, nossa própria versão de um volumoso console de ciberespaço em um pequeno retângulo preto de plástico em nossos bolsos.


Por Davi Moreira Busquet
Autor de contos, livros e resenhas; participante da antologia Lua
Negra, pela WebTV, com o conto Rokitansky; vídeo-resenhista
do canal Um Livro em Mente, no YouTube; ávido leitor e agora
com material exclusivo para o quadro Estante Literária, também da WebTV.



NOVO DIRETOR DE DRAMATURGIA, CORES PARA COLORIR A ASCENSÃO, ANTIGOS E NOVOS SUCESSOS...TUDO SOBRE AS NOVIDADES DA WEBTV! - por MARCOS VINICIUS

MARCOS: Olá galerinha, tudo bem com vocês? Hoje nosso Giro Virtual trará muitas novidades que estão chegando na nossa querida emissora. Preparados? Então, vamos lá!


Diretoria experiente

A WebTV, renovando e aprimorando suas atrações, coloca o experiente Édy Dutra como o novo diretor de dramaturgia (em roteiro) da emissora. Desejamos todo o sucesso do mundo para Édy nesta nova empreitada dentro do MV.




As cores do sucesso

A emissora que não se cansa de inovar e evoluir, tem uma novidade para colorir sua ascensão, com a finalidade de padronizar suas chamadas. O novo pacote gráfico da WebTV funcionará da seguinte forma:

Antologia - cinza
Conto - amarelo
Entretenimento - laranja
Filme - roxo
Jornalismo - azul
Minissérie - vermelho
Novela - rosa





O sucesso continua

O Web Show chegou para sua Quarta Temporada. Com a renovação do apresentador Marcos Vinicius, com uma das multas rescisórias mais altas da história do MV, o programa de entretenimento será exibido mensalmente fazendo revezamento com o Game Virtual apresentado por Gabo Olsen.




O game mais querido do MV

O Game Virtual (antigo Game Show) de Gabo Olsen estreia sua nova temporada dia 12/09 e voltará a testar os conhecimentos das personalidades do MV. Gabo adiantou as gravações e na próxima semana já será gravado o último programa.




E o feriadão chegou...

O Feriadão WebTV voltou no último dia 07 de setembro apresentando o Avant Premiere "Contos Literários". No especial foi mostrado os contos que serão exibidos entre setembro e dezembro. Contos estes, que serão exibidos no Cine Virtual e no Feriadão WebTV.




Novidades é o que temos

O filme ",Together" de André Esteves e o conto "Uma moeda pelo seu futuro" de Túlio Tosati, marcarão a estreia do Cine Virtual hoje, dia 11 de setembro. Imperdíveis histórias, com certeza!




webtvplay - muito melhor que Netflix

A webtvplay está cada vez melhor. Com um design de encher os olhos, as histórias ficam cada vez melhores. São contos, filmes, novelas, séries, minisséries, jornalismo e programas. Tudo para você curtir a hora que quiser! Faça uma visita a plataforma e confira!! Clique aqui e visite o site.



Agora pra vocês algumas notícias do MV fora da nossa querida emissora...

Ele está de volta à ativa

Após algum período de fora dos holofotes do MV por motivos de saúde, Marcelo Delpkin, grande autor e crítico, está de volta ao MV para alegria de todos nós. Marcelo está atualmente reprisando seu grande sucesso 'O Leão' na DNA e já voltou com tudo na Cyber TV com o Observatório da Escrita no último domingo. Bem-vindo de volta, Marcelo. Graças à Deus está tudo bem com você!


Reta Final

Na DNAtv a novela 'O que nos une', de Igor Fonseca, entra em suas últimas semanas. A trama, que vem apresentando bons números de audiência, merece um lugarzinho ao sol. Corre lá para conhecer esta história, tenho certeza que você não vai se arrepender. Uma trama bem escrita que promete mexer com você!



Uma história que vale à pena conhecer

Angel estreou na Ontv como quem não quer nada. Mas lhes digo, a novela de Bruno Rodrigo é digna de se acompanhar e maratonar os capítulos já disponíveis. Dá uma conferida nesta breve sinopse abaixo:

"Numa comunidade localizada na zona oeste de São Paulo, mora um doce de garota chamada Elisa e sua mãe Maria Lurdes. Sozinha, Maria Lurdes lutou a vida toda para dar o melhor para sua filha Elisa, mas com o tempo a vida apenas lhe castigou, dando de retribuição uma grave doença nos pulmões, já Elisa, uma doce garota, procura retribuir os esforços de sua mãe, realizando o sonho da mulher de ver a filha na faculdade. Entretanto, Elisa tem uma segunda face, para ajudar a pagar os custos do tratamento de sua mãe, a garota de vinte anos, passou a se prostituir, cujo o nome de guerra é Angel. Com pouco dinheiro e tempo, a menina abandonou a faculdade e passou a viver do dinheiro dos programas, enganando sua própria mãe, ao esconder a realidade dos fatos..."

Corre na Ontv e começa já esta história!



Que raça, ein!?!?

A nova temporada do Raça estreou na Megapro prometendo ser uma grande aposta de sucesso da emissora. Novos autores chegam para a nova disputa em um terceiro ano que promete tretas inesperadas, participantes conhecidos e novos talentos. Episódio de estreia já disponível, partiu conhecer!



Parabéns pra você e todos nós!

Simmm. O nosso querido Boletim Virtual está de aniversário. São 8 anos agora em setembro trazendo muitas informações e novidades do nosso glorioso MV. Parabéns à todos os integrantes do BV que atuam e que já atuaram no programa. E parabéns também ao nosso público, pois sem vocês não seríamos nada!



Bom pessoal, ficamos por aqui. Espero que tenham curtido estas magníficas novidades. Um abraço e até o nosso próximo Giro Virtual!



OS PONTOS POSITIVOS FORAM AS HISTÓRIAS MARAVILHOSAS QUE PUBLIQUEI E O CRESCIMENTO QUE O SITE ME PROPÔS COMO AUTOR E PESSOA, diz VICTOR MARÇAL



Ele mora em Lagoa Santa/MG. Victor Marçal sempre gostou das novelas da TV e quando viu que existiam sites que simulavam uma emissora de TV decidiu apostar em uma emissora virtual, surgindo o Belas Histórias em 2012 com o pseudônimo de Bárbara Furtado. O site ficou no ar até 2014 e os trabalhos publicados foram "Maria Flor", "Sonho Musical" e "Secret Life". Ao sair do MV, Marçal seguiu trabalhando com a escrita e recentemente lançou dois livros "E se as Estrelas falassem", "Elefantes Azuis" e “Beijos & Abraços”. Victor, seja bem-vindo ao Diário do Autor.





VICTOR MARÇAL: Muita gratidão por participar novamente deste quadro tenho muita gratidão pela WebTV, e por tudo o que o mundo virtual me propôs. É um prazer conceder essa entrevista. Agradeço ao Gabo pelo convite.

GABO: Victor, vamos começar falando sobre o Mundo Virtual. Conta pra gente, como surgiu a oportunidade de criar o Belas Histórias? Quais dificuldades foram encontradas no início?

VICTOR MARÇAL: A oportunidade de criar Belas Histórias surgiu a partir da necessidade de criar um site próprio, algo que eu pudesse fazer do meu jeito. Na época existiam muitos sites que eu gostava, mas não tinham a proposta que eu queria. Por isso criei o Belas Histórias. A maior dificuldade talvez, tenha sido a quantidade de histórias canceladas. Falta de comprometimento da maioria dos autores.

GABO: Na gestão administrativa do Belas Histórias, porque você usou o pseudônimo “Bárbara Furtado”?

VICTOR MARÇAL: Porque na época eu precisava de uma imagem feminina para o site. Eu estava notando que haviam muitos donos de sites que eram homens e não havia nenhum que tivesse um toque feminino. Dei um toque feminino ao Belas Histórias e criei a Bárbara Furtado para aproximá-la mais das pessoas. Deu super certo as pessoas simpatizaram muito.

GABO: Coordenar uma equipe e um site não é uma tarefa fácil. Quais pontos positivos e negativos você mensura durante o período de atividade da emissora?

VICTOR MARÇAL: Não é fácil mesmo. A partir do momento que você precisa lidar com diversas pessoas que tem suas rotinas, suas tarefas, e a maioria estudam e tem muitos afazeres, por isso existem vários impedimentos. O impedimento maior de deixar o Belas Histórias com a maior qualidade possível eram os próprios autores, eles escreviam as histórias e as cancelavam depois. Tentamos colocar histórias totalmente finalizada, mas não tivemos êxito. Talvez tenha sido esse o ponto negativo. Os pontos positivos foram as histórias maravilhosas que publiquei e o crescimento que o site me propôs como autor e pessoa. Fiz diversas amizades e aprendi muito com a publicação independente e como me valorizar como pessoa e como o autor. O site foi uma época muito boa na minha vida. Não me arrependo. Talvez eu faria diferente, talvez eu procurasse obras totalmente finalizadas e faria algo mais planejado.

GABO: Como você distribuía o tempo para administrar e escrever?

VICTOR MARÇAL: Eu escrevia durante a noite. Durante o dia eu preparava as publicações e durante a manhã eu estudava. Eu gostava mais de administrar o site do que de escrever, por isso eu comecei a me cobrar como autor. E infelizmente não é possível conciliar as coisas. Por isso o site perdeu um pouco de qualidade depois de alguns meses.

GABO: O que ocasionou no fim da emissora? Você se arrepende de algo?

VICTOR MARÇAL: Falta de interesse mesmo. Não só minha, mas da maioria das pessoas. Eu queria fazer um site totalmente organizado, onde eu tivesse publicações, livros, web novelas, totalmente prontas. Mas não dependia só de mim, dependia de outras pessoas também. Como a maioria das pessoas não estavam interessadas, acabei perdendo o interesse e ficando desmotivado. Não me arrependo de absolutamente nada, faria tudo de novo, mas de uma forma inteligente. Talvez procuraria pessoas mais interessadas,  engajadas. A verdade era o site era como um hobbie para mim.

GABO: Qual foi a maior lição que o Mundo Virtual te proporcionou? Algum dia pensa em voltar?

VICTOR MARÇAL: A maior lição que o mundo virtual me ensinou foi que eu nunca devo fazer um trabalho grande sozinho. O trabalho em equipe é muito melhor, existe uma troca maravilhosa entre várias pessoas, quando elas trabalham em conjunto. O resultado além de ser satisfatório é maravilhoso. Aprendi isso com o Belas Histórias, com o passar do tempo passei a preferir trabalhos em equipe. Hoje só trabalho em equipe. Tudo que escrevo peço opiniões, todas as capas que faço peço para avaliar, e priorizo as parcerias. Não penso em voltar, porque o meu nicho autoral hoje é outro. Não combina mais comigo. Eu posso criar um Belas Histórias voltado para questões literárias, que é o meu nicho autoral hoje.

GABO: Entre as novelas concluídas, “Maria Flor", "Sonho Musical" e "Secret Life”, qual é a sua preferida? Tem possibilidade de transformar o conceito da história em livro?

VICTOR MARÇAL: De todas as minhas web novelas, penso em transformar "Secret Life" em livro, pois possui uma história repleta de mistérios e o desenrolar tem um perfil de livro que se for bem adaptado retiraria um pouco dos exageros dramatúrgicos que são comuns em novelas da Globo e SBT e faria algo diferente. "Maria Flor" e "Sonho Musical" não tem tanto o estilo literário. Mas entre todas elas a minha preferida é "Secret Life". Talvez seja por isso que eu enxergo como potencial para livros.

GABO: Falando sobre inspiração, quem é a sua referência? Na criação de uma história, você utiliza livros, séries, filmes ou pessoas do cotidiano pra auxiliar na construção de uma obra?

VICTOR MARÇAL: Livros e música me inspiram bastante. Séries também me inspiram, juntamente com pessoas do dia a dia.

GABO: O bloqueio criativo pode aparecer a qualquer instante. Você tem alguma técnica para afastá-lo?

VICTOR MARÇAL: Eu infelizmente não consegui encontrar um meio para afastar os meus bloqueios criativos. Todos os que eu tive duraram mais de um ano. O primeiro foram três anos e o segundo dois anos. O que eu pude fazer foi tentar escrever, com a esperança de que uma hora eu venceria esse bloqueio, tentando sem desistir.

GABO: Como surgiu a oportunidade de escrever um livro? O público é muito exigente? Como foi a recepção?

VICTOR MARÇAL: Sim o público é bem exigente. As pessoas são muito francas e a maioria fazem críticas construtivas. São pessoas que gostam de ler acima de qualquer coisa e sentem prazer nisso. Depois que comecei a escrever livros as minhas histórias entraram em vários lares do Brasil inteiro. Recebi feedbacks de pessoas que moram no norte, no nordeste, no sul, no sudeste infelizmente com as web novelas eu não tive esse retorno. Sempre gostei muito de livros até antes de começar a escrever as web novelas. Quando vi que existe o mercado de auto publicação decidi investir em mim mesmo.

GABO: Victor, uma escolha difícil, mas entre os livros "E se as Estrelas falassem", "Elefantes Azuis" e “Beijos & Abraços” qual é o seu preferido?

VICTOR MARÇAL: Eu acredito que eu não consigo ter um livro preferido, mas tenho aquele que eu tenho mais afinidade e que me marcou quando eu estava escrevendo. É elefantes azuis que eu escrevi em quarentena. É uma história muito especial para mim e para muita gente.

GABO: O livro “Elefantes Azuis” é uma história ambientada há mais de 100 anos. Como foram os trabalhos internos, desde a pesquisa a finalização, quanto tempo você levou para desenvolver a trama?




VICTOR MARÇAL: Sim pesquisei bastante sobre elementos da época, li livros que foram escritos na época que eu estava querendo ambientar o livro. Isso me ajudou bastante. Levei cerca de quatro meses para desenvolver o livro e concluí-lo. Elefantes Azuis é um livro que eu já estava querendo escrever há um tempo, enxerguei na pandemia uma oportunidade de lançar a mensagem principal dele. Deu super certo.

GABO: Victor, quais são os planos para o futuro no ramo da escrita?

VICTOR MARÇAL: Continuar escrevendo. Já tenho dois novos livros para serem lançados entre o final deste ano e o começo do próximo. Desenvolver musicais baseados em Elefantes Azuis, pretendo levar o livro em um universo muito além do que ele já está.

GABO: Dos personagens criados, com qual você se identifica? O que vocês possuem em comum?

VICTOR MARÇAL: Eu possuo muito em comum com o Greg de "E se as estrelas falassem?". Ele é bem amorzinho e é persistente. Temos em comum isso.

GABO: Quem é Victor Marçal fora do Mundo Virtual?

VICTOR MARÇAL: Sou uma pessoa bem família, que gosta de curtir momentos com os amigos. Adoro ficar em casa, assistir séries, escrever meus livros. Tenho obsessão por arrumar cozinha rsrs.

GABO: Victor, agora é o nosso bate-bola jogo rápido. Podemos começar?

VICTOR MARÇAL: Bora Lá!!!

BATE-BOLA:

LEITURA: Aprendizado
ESCREVER: Amor
BÁRBARA FURTADO: Loucura
MUNDO VIRTUAL: Amizades
MARIA FLOR: Gratidão
SONHO MUSICAL: Momento fã
SECRET LIFE: Carinho
E SE AS ESTRELAS FALASSEM: Mistério
ELEFANTES AZUIS: Esperança
BEIJOS & ABRAÇOS: Renovação
FRASE: "A verdadeira alegria não é aquela que seu rosto mostra, mas sim a que vive no seu coração e faz você contagiar todo mundo à sua volta".
VICTOR POR VICTOR: Um cara super amigo e dedicado.

GABO: Victor, obrigado pela participação no Diário do Autor. Fica o espaço para suas considerações finais.

VICTOR MARÇAL: Eu que agradeço a participação nesse programa maravilhoso. Gostei muito das abordagens, e da consideração que existe até hoje. Para aqueles que querem conhecer mais do meu trabalho e da minha nova fase, estou a disposição no @victormarcalescritor no Instagram. Abraços e até a próxima! 

GABO: Victor, obrigado pela participação e sucesso nos próximos lançamentos.

No dia 9 de setembro de 2012 foi ao ar a primeira edição do Boletim Virtual. Nesta semana o BV completou 8 anos. Quantas entrevistas, dicas na escrita, notícias, curiosidades, análises críticas, viagem no tempo com o Replay. E a divertida edição do Boletim Virtual Retrô? 

É galera foram muitas aventuras. Falta pouco para o BV completar uma década compartilhando grandes momentos no MV. Que venham os novos desafios. Parabéns, Boletim Virtual. Boa noite. Um ótimo final de semana e até a próxima edição.



 




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