Conto: Boné Vermelho
Autora: S. Guerra
Sinopse: Uma garota trans do ensino médio se vê em conflito ao se apaixonar pela aluna recém-chegada.
GABO: S. Guerra, qual
foi a inspiração para criar o conto “Boné Vermelho”?
S. GUERRA: Eu nunca fui muito
ligada na questão das pessoas trans, mas isso mudou desde junho pra cá. Fiquei
muito influenciada pelo The Last of Us Part II (vídeo-game, 2020) e toda a
representatividade que a narrativa apresentou. Foi um jogo que me impactou
muito e me inspirou bastante.
De lá pra cá, eu
tenho tentado entender cada vez mais desse mundo, afinal, só porque eu não faço
parte de algo, não significa que eu não possa ou não tenha a obrigação cívica e
moral de defendê-lo. Navegando por esse meio, percebi que havia uma grande
lacuna de representatividade desse meio tão marginalizado, e isso tem me
irritado bastante recentemente, pois também de junho pra cá, me vi cada vez
mais rodeada por esse gente. Isso fez com que essa causa se tornasse cada vez
mais algo pessoal para mim. Meu pensamento foi: Eu tenho amigos trans.
É minha obrigação ajudá-los e defendê-los da maneira que eu puder. E, bom,
eu não sou política nem policial. Eu sou escritora, minhas armas são meus
textos, e foi assim que decidi contribuir. Comecei a criar personagens cada vez
mais representativos.
Pois eu seu muito
bem que algo que todo o LGBT sente muita falta e de representatividade, a ponto
de que choramos toda a vez que algum cartoon coloca um beijo homoafetivo em
tela. É como se devolvessem a infância que nunca tivemos. Os meninos e meninas
cis e heteros sempre tiveram seus príncipes salvando e beijando as princesas. E
nós? Tínhamos o quê?
Enfim, nossa batalha
por representação está longe de acabar, mas algumas siglas da nossa bandeira
ainda estão muito mais atrás do que outras. Eu senti que era a minha obrigação
ajudar.
GABO: O que o
público pode esperar da história?
S. GUERRA: Eu queria algo que
gerasse empatia aos jovens brasileiros. Não é apenas de gays americanos
padronizados que vive o mundo. Boiolas tupiniquins também existem e era isso
que eu queria mostrar. Eu me baseei bastante no meu período do ensino médio na
Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Inclusive, me inspirando muito no próprio
bairro que eu cresci, que era , parafraseando o presidente, terrivelmente
evangélico.
O público pode
esperar a mais pura empatia. Coisas que qualquer jovem brasileiro passou na
vida. Sou capaz de apostar um copão de açaí que não vai ter um único leitor que
não vá se identificar com pelo menos um ponto da narrativa.
Afinal, quem nunca
teve um “gay panic” perto do crush?
GABO: É a primeira
vez que você escreve sobre o gênero abordado no conto?
S. GUERRA: De forma alguma.
Esse é um tipo de conto que eu escrevo com certa frequência. Inclusive,
lembro-me de ter me tornado uma subcelebridade na minha escola (lá pra 2014)
justamente por causa de um texto similar (claro que, na época, os personagens
eram heteros, cis, recatados e do lar).
Mas esse foi o
primeiro conto que publiquei com uma personagem trans, e isso me orgulha muito.
Espero escrever e publicar muitos outros mais.
GABO: Qual foi o maior
desafio ao escrever o conto?
S. GUERRA: Manter o ritmo. Eu
geralmente sou uma escritora de terror e costumo trabalhar com narrativas bem
tensas em complexas, algo que é completamente o contrário do gênero colegial. O
colegial necessita de leveza e calma na narrativa, algo que eu geralmente não
tenho. Me senti uma vitoriosa quando terminei o texto.
GABO: Quais são suas
expectativas para a estreia do conto?
S. GUERRA: Como diria a
presidente Dilma, vamos deixar a meta aberta e depois dobramos a meta.
Mas, falando sério
agora, eu não sei o que esperar. Já sinto que bati todas as minhas expectativas
quando o meu conto foi selecionado, mas ficaria bem feliz se soubesse que
alguém, mesmo que fosse apenas uma pessoa, se emocionou com o meu conto. Gosto
de provocar emoções nas pessoas. Adoro quando meus leitores (de outras
plataformas) escrevem para mim dizendo que choraram enquanto liam. Não espero o
mesmo resultado com esse texto, mas saber que emocionei alguém, realmente me
orgulharia.
GABO: Se fosse para
definir o conto em uma palavra, qual seria?
S. GUERRA: Cafuné.
GABO: Deixe uma mensagem
para o público.
S. GUERRA: Am... Eu não sou
muito boa em falar com pessoas. Eu sou um ser introvertido que vive dentro de
uma caverna. Mas, vamos lá.
Eu, Shö Guerra,
convido a todos os leitores de plantão para ler o meu conto, “Boné Vermelho”, e
toda essa maravilhosa antologia. Aqui, você encontrará histórias de todos os
gostos e jeitos, para que você se sinta representado ao mesmo tempo que derrete
seu coração. Mas independentemente de você ir ler minha obra ou não, se você
chegou até aqui, quero te dizer uma coisa. Não importa o que digam, você é
importante. Você importa. Nós te amamos.
Tenha uma vida
longa e prospera.
Conto: Começar
Outra Vez
Autor: Beto Lima
Sinopse: Em um dia ruim, Bruno perdeu seu emprego de operador de telemarketing e viu seu parceiro Caio indo embora. Nessa situação, o rapaz se vê obrigado a recomeçar sua vida profissional e pessoal. Porém o que ele não esperava era que esse recomeço transformasse seu amigo Henrique, comissário de bordo com quem dividia um apartamento em Copacabana em seu novo amor, após uma linda declaração.
GABO: Beto, qual
foi a inspiração para criar o conto “Começar Outra Vez”?
BETO: Bem, eu acho que o tema “recomeço” é algo bem comum
em nosso cotidiano. Quem nunca teve que
recomeçar na vida? O fim de um casamento, a morte de um ente querido, um novo
emprego, uma nova cidade, enfim, acredito que por se tratar de um tema
contemporâneo, a maioria dos leitores irá se identificar com o texto. Esse conto
na verdade era um projeto para o meu segundo romance que comecei a escrever em
2012. No entanto, acabei transformando o argumento em um texto mais curto, o
que resultou nesse projeto, depois que eu perdi um capítulo inteiro após uma
pane no meu computador.
GABO: O que o
público pode esperar da história?
BETO: Um texto de linguagem simples com uma história
envolvente e sutil.
GABO: É a
primeira vez que você escreve sobre o gênero abordado no conto?
BETO: Não, como disse, esse trabalho era originalmente um
projeto para o meu segundo romance com a temática LGBTQIA+. Em 2009 eu concluí
meu primeiro romance “Amor Igual” com essa temática,
que publiquei em 2012. No ano que vem no pós pandemia pretendo relançar essa
obra novamente.
GABO: Qual foi
o maior desafio ao escrever o conto?
BETO: Então, sempre que eu me proponho a escrever um texto
que pretendo publicar, busco alguma coisa que prenda a minha atenção do início
ao fim, e acho que para qualquer autor, isso é fundamental, você criar um
texto, um universo realista, no meu caso, capaz de prender a atenção do leitor
a partir do momento em que este se propõe a ler o que você escreveu, e pra
isso, o texto tem que me empolgar primeiro. Se eu não acreditar na história que
eu estou me propondo a contar, meu leitor também não vai, então acho que o
maior desafio pra mim é esse, acreditar na minha história.
GABO: Quais são
suas expectativas para a estreia do conto?
BETO: Ah, as expectativas são as melhores possíveis! Eu
espero que meu leitor goste desse conto tanto quanto eu, até porque como já
disse, escrevo sobre o cotidiano, meus textos são ficções bem realistas, logo,
pode ser que muitos se identifiquem com a história por isso.
GABO: Se fosse
para definir o conto em uma palavra, qual seria?
BETO: Envolvente.
GABO: Deixe uma
mensagem para o público.
BETO: Gostaria primeiro de agradecer a WebTV pela
oportunidade de divulgação do meu trabalho, e convidar ao público leitor para
apreciar essa bela história de amor que começou
quando tudo parecia estar dando errado na vida do personagem principal, e aproveito
também para convidar os leitores a fazer uma reflexão sobre o tema: “Recomeçar
é preciso, sempre que for necessário!” Beijo grande e obrigado!
Conto: A Tempestade
Autora: Fabíola Colares
Sinopse: História de amor entre duas mulheres, marcada por uma tragédia.
GABO: Fabíola, qual
foi a inspiração para criar o conto “A Tempestade”?
FABÍOLA: Em um período de quatro anos, desenvolvendo pesquisas sobre
comportamento sexual para uma universidade, entrevistei várias pessoas. Durante
essas conversas, independente do gênero, foram surgindo as histórias. As
pessoas me contavam suas aventuras. Compilei essas conversas, transformei essas
personagens em mim e criei os contos. Não cito nomes, locais, cidades ou
quaisquer coisas que possam identificar a personagem. A inspiração é essa:
transformar a vida das personagens em minha.
GABO: O que o
público pode esperar da história?
FABÍOLA: A Tempestade é um conto muito triste e é baseado, assim como outros
contos meus, em fatos reais. Os leitores e leitoras podem esperar uma emoção
verdadeira.
GABO: É a primeira vez que você escreve sobre o gênero abordado no
conto?
FABÍOLA: Não. Tenho um livro com vários contos eróticos e A
Tempestade faz parte dele. "Diário erótico - Suas histórias pelos meus
contos", lançado em novembro de 2019, pela Editora Maré.
GABO: Qual foi o maior desafio ao escrever o conto?
FABÍOLA: Manter a fidelidade à história contada para mim.
Acho que foi o maior desafio que já enfrentei, pois a pessoa que me contou essa
história, só concordou se eu a escrevesse exatamente como acontecido.
GABO: Quais são suas
expectativas para a estreia do conto?
FABÍOLA: Espero que as pessoas gostem da apresentação do
conto. Embora seja uma história triste, é delicada e espero conseguir passar
isso através do conto.
GABO: Se fosse para
definir o conto em uma palavra, qual seria?
FABÍOLA: Superação.
GABO: Deixe uma mensagem para o público.
FABÍOLA: Olá, será uma grande honra para mim a
audiência da apresentação do meu conto "A Tempestade", na WebTV,
dia 18 de dezembro de 2020. Obrigada e até lá.
Conto: Damas de Ferro
Conto: Uma
Joia Cupido num Tempo Difícil
Autor: Cardoso
Sinopse:
GABO: Cardoso, qual foi a inspiração para criar o conto “Uma Joia Cupido
num Tempo Difícil”?
CARDOSO: Depois de assistir uma entrevista da Miss Biá, que faleceu
vítima do COVID em junho, surgiu a ideia e compreender um pouco o início, ao
menos aqui no Brasil, do movimento drag queen, que na década de 80 eram
denominadas como transformistas.
GABO: O que o público pode esperar da história?
CARDOSO: Acredito que encontrará personagens que ainda estão
se construindo, aprendendo a sair de uma bolha e olhar para o mundo mantendo os
pés no chão. Outros personagens mais sagazes que se impõe e realizam os seus
sonhos, mesmo nadando contra a maré (preconceito/ditadura).
GABO: É
a primeira vez que você escreve sobre o gênero abordado no conto?
CARDOSO: Não. Já havia escrito outros contos LGBTQIA+, porém
foi a primeira vez que incorporei um romance vivido em outra década.
GABO: Qual
foi o maior desafio ao escrever o conto?
CARDOSO: Conhecer um pouco mais sobre a ditadura militar e o
triste impacto na comunidade LGBTQIA+. Foi triste sim, porém culminou num
fortalecimento da causa de maneira gradativa.
GABO: Quais são suas expectativas para a estreia do conto?
CARDOSO: Que o leitor, assim como eu, voltasse um pouco no
tempo e conhecesse mais sobre uma parte da história recente do país, onde ainda
hoje, apesar de tudo, há quem defenda o regime militar.
Que compreendam que discursos como “AIDS é uma doença dos gays” é
totalmente retrogrado e que TODOS precisam se proteger.
Gostaria que a leitura despertasse o interesse em saber mais sobre as pioneiras
no Brasil que abriram caminho para nomes como Pabllo Vittar, GG, etc.
GABO: Se fosse para definir o conto em uma palavra, qual seria?
CARDOSO: Incondicional: no amor, na amizade, na
democracia, na verdade, na ideologia, no sonho.
GABO: Deixe
uma mensagem para o público.
CARDOSO: Vejo uma ótima oportunidade para conhecerem
histórias destes 8 nobres escritores brasileiros que trazem mensagens positivas
para uma sociedade mais respeitosa e allegre!
Conto: A Chuva
Autora: Fabíola Colares
Sinopse: Depois da entrega ao calor do desejo e da paixão, as personagens, no silêncio da satisfação, refrescam seus corpos e suas lembranças ao sentirem a chuva.
GABO: Fabíola, qual foi a inspiração para criar o conto "A Chuva"?
FABÍOLA: A paixão de duas mulheres que se conheceram pela internet. Ambas eram casadas e nunca tinham ficado com mulheres. O romance entre elas foi avassalador.
GABO: O que o público pode esperar da história?
FABÍOLA: Sensualidade, sentimento e delicadeza.
GABO: É a primeira vez que você escreve sobre o gênero abordado no conto?
FABÍOLA: Não. Tenho um livro de contos eróticos "Diário Erótico - Suas histórias pelos meus contos". 2a. Edição - Editora Maré - 2019
GABO: Qual foi o maior desafio ao escrever o conto?
FABÍOLA: Manter em sigilo as identidades das personagens.
GABO: Quais são suas expectativas para a estreia do conto?
FABÍOLA: Que alcance o maior número de leitores e espectadores.
GABO: Se fosse para definir o conto em uma palavra, qual seria?
FABÍOLA: Delicadeza
GABO: Deixe uma mensagem para o público.
FABÍOLA: Convido a todos para a estreia do conto A Chuva e espero que gostem.
Conto: Maria Rosa
Autora: Lauanda Meirielle dos Santos
Sinopse: Maria Rosa é a moça mais estudada e mais bonita da cidade de Goianésia / Goiás. Ela tem o sonho de ser médica. A família apoia o sonho enviando-lhe para a capital, Goiânia. Lá ela conhece a si mesmo e também uma outra moça que participa da guerrilha do Araguaia, Joana.
GABO: Lauanda, Qual foi
a inspiração para criar o conto “Maria Rosa”?
LAUANDA: Eu busquei inspiração nas minhas raízes. Sou da cidade de
Goianésia- Goiás e gostaria que mais pessoas conhecessem um pouco mais da nossa
realidade.
GABO: O que o
público pode esperar da história?
LAUANDA: Uma perspectiva histórica do Brasil e assim como, um amor que
resiste às dificuldades políticas do Regime Militar.
GABO: É a primeira vez
que você escreve sobre o gênero abordado no conto?
LAUANDA: Não. No entanto, é a primeira vez que eu divulgo um escrito
sobre amor LGBTQ+
GABO: Qual foi o maior
desafio ao escrever o conto?
LAUANDA: Usar a narrativa que traga o leitor a conhecer um pouco de
Goiás, inclusive, nosso modo de expressar.
GABO: Quais são suas
expectativas para a estreia do conto?
LAUANDA: Espero que este conto abra portas para outros escritores
goianos.
GABO: Se fosse para
definir o conto em uma palavra, qual seria?
LAUANDA: Simplicidade.
GABO: Deixe uma mensagem para o público.
LAUANDA: Estou muito grata a WebTv por esta oportunidade. Espero que o público possa acompanhar a série Antologia Nosso Amor. Meu conto será exibido no dia 26 de Fevereiro de 2021. Aqueles e Aquelas que queiram entrar em contato, podem me procurar no Instagram @lau.literatura. Estarei a disposição e muito obrigada.
Conto: Noite sem vergonha
Autor: Jojo Campos
Sinopse:
GABO: Jojo, qual
foi a inspiração para criar o conto “Noite sem Vergonha”?
JOJO: Eu não me lembro
exatamente, mas sei que foram vários recortes, como uma tarde na piscina com
algumas amigas, um sonho louco no meio da madrugada, algumas conversas e vários
desejos compartilhados. Não sei juntar mais os pedacinhos e dizer o que
exatamente me inspirou em cada parte.
GABO: O que o
público pode esperar da história?
JOJO: Um pouco de sonhos,
desejos, talvez umas frustrações aqui e ali. Alguns podem ficar cheios de
tesão.
GABO: É a primeira
vez que você escreve sobre o gênero abordado no conto?
JOJO: Não, mas é a
primeira vez que eu envio um texto assim para publicação. No máximo eu
compartilhava com alguns amigos.
GABO: Qual foi o maior
desafio ao escrever o conto?
JOJO: Descrever desejos
que nunca foram realizados. Às vezes, o problema não é saber o que quer, mas
como dizer. Eu tenho essa dificuldade, mas o papel e a caneta facilitam. Eles
não me julgam tanto.
GABO: Quais são suas
expectativas para a estreia do conto?
JOJO: Eu confesso que não
sei responder a essa pergunta. A vida me ensinou a não criar expectativas.
GABO: Se fosse para
definir o conto em uma palavra, qual seria?
JOJO: Momentos
GABO: Deixe uma mensagem
para o público.
JOJO: Desconfie de quem
alega nunca ter tido uma noite sem vergonha, pois é uma noite como outra
qualquer, cheia de recortes marcantes, mesmo que sejam apenas fruto da
imaginação. Os beijos podem ser apenas desejos e os toques se espalham no corpo
feito as gotas de suor. Essas coisas acontecem na sua cama, apesar de os sonhos
nem sempre registrarem tudo. Então, venha protagonizar a sua noite aqui, no
meio de tantas palavras escritas. Deixe a vergonha do lado de fora do quarto e
se entregue aos desejos.
GABO: Obrigado, autores pela participação no Avant Premiere: Antologia Nosso Amor. Galera, anota aí na agenda, a estreia do Nosso Amor será nesta sexta, meia-noite, aqui na WebTV. Boa noite e até a próxima.
apresentação
Gabo Olsen
convidados
Beto Lima
Cardoso
Fabíola Colares
Karinny Gonçalves
Jojo Campos
Lau dos Santos
S. Guerra
entretenimento
contatoredewtv@gmail.com
REALIZAÇÃO
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