2x04 - Estrelinhas
de Lunara
Paulinho sempre acreditara em Papai Noel. Desde pequenino. Isso falando. Nem adiantava desmotivá-lo, fazer crer que Papai Noel era um mito. Paulinho é que não acreditava em palavras bobas! Coisas de adulto. Doidice. Mito? Ia lá saber o que era esse bicho? Pois se não era bicho, era mesmo doidice de gente cheia “de bossa”.
E Paulinho jurava ter visto Papai Noel descendo pela
chaminé da casa de Ritinha! Foi em noite de estrelas. Frio? Que nada! E quem
disse que o nosso Natal vê neve branca? Neve só nos filmes de americano bem
posto e feliz. Neve mesmo Paulinho nunca vira, mas teimava em ter visto Papai
Noel na casa de Ritinha! Mamãe ria um sorriso bondoso. Papai arqueava as
sobrancelhas peludas. Mudo, mas preocupado. Maninho caçoava, fazia alarde, pura
zombaria. Paulinho batia o pé. Não arredava ideia!
E Ritinha era a única que acreditava no amigo. Firmeza no
apoio. Menina doce, porém enxuta nos porquês. Amiga do peito! Desde sempre
confirmara as palavras de Paulinho. Garota sem lisura, olhos postos na estrada,
mesmo com idade verde.
Natal vindo com seus passos manhosos, pregando entusiasmo
na alma da garotada. Paulinho olhando Papai Noel pela chaminé da casa de
Ritinha... Os pais da menina faziam cara de “nada sei” e diziam ser o Paulinho
um moleque cheio de encantos e estrelinhas escondidas. Ritinha muita graça
achava dos comentários deles e ficava a perguntar de que estrelinhas os pais
falavam...
Veja bem: Ritinha também era dada a encantamentos.
Explosões de sorrisos e tranças voando ao vento em dias de sol. Pontuava a casa
e o jardim com novas descobertas; luzinha acesa no dia a dia. Tanta pena sentia dos adultos! ... “Fracos de
sonhos” – dizia ela a Paulinho. Ao que este completava “Ideias cinzentas” –
sinceridade a escorrer pelos dedos melados de doçura. Frases dos nove anos,
cheirando à madureza precoce.
Por isso, Ritinha sabia da verdade de Paulinho. Sangue
sincero, ele. Ritinha acreditava em Papai Noel. Barbas brancas e gênio bom, o
tal velhinho. De pés descalços ou não, criança é uma só, de qualquer jeito.
Segredo. Papai Noel é que conhecia! Apenas o olhar de criança podia ver Papai
Noel. Nem óculos adiantavam. Mistério para gente grande... Ritinha precisava
pedir à papai para alargar a chaminé... e logo!
Paulinho encontrara a touca de Papai Noel jogada no
quintal...
Com passos secretos...
vinha o Natal...
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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Sinopse: Esperando ganhar muitos presentes durante o natal que se aproxima, um garotinho se atrapalha ao confundir a época com o nome da cidade onde mora. Mas a sua lógica parece cativar os adultos.
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