2x08 - A Primeira Neve e as Tradições Natalinas
de Milson Dias
Há
muito tempo em uma pequena cidade do Brasil, tinha um senhor chamado John, que
vivia feliz ao lado de sua esposa, um gato, um cachorro e 3 renas, todos da
cidade simpatizavam com aquela família. Certo dia, a esposa dele adoeceu e por
longos anos ficou acamada. Com o passar do tempo, aquele semblante feliz, foi
substituído gradativamente por um amargurado, ele se tornou uma pessoa triste e
rabugenta. Esse novo perfil criou uma barreira, entre aquela família com o
restante do pessoal da cidade. Se não fosse o amor por sua mulher e o carinho pelos
seus animais, daria para pensar, que ele seria um ser desalmado, sem coração.
Certa
ocasião algo fenomenal aconteceu, pela primeira vez, começou a nevar naquela
cidade, o curioso é que a neve era restrita a casa do senhor John e em nenhum
outro lugar daquela região. Esse ocorrido, deixou muitas pessoas intrigadas, curiosos
perguntavam entre si: porque somente na casa daquele homem rabugento, acontece
tal fenômeno? Sem respostas, eles faziam questão de ir perguntar pessoalmente.
Dia
após outro, várias pessoas iam até a casa dele, batiam na porta, na expectativa
de ter uma resposta plausível. O barulho do TOC, TOC, despertavam a atenção dos
seus animais de estimação, o cachorro pulava balançando o rabo, o gato se
esfregava nas pernas dele e miava, a hiena, toda desajeitada atropelava os
demais e emitia um som roco e bem engraçado, a mistura daquelas vozes, virava
um lindo coral. Essa cena fazia aquele homem por alguns segundos dar uma bela
risada, mas esse riso, não durava muito, quando ele abria a porta, juntamente
com os animais que o acompanhava, o seu semblante tosco e sombrio vinha à tona.
- Bom
dia seu John! Posso entrar? Aqui fora está frio!
O silêncio
por resposta,
-
Posso fazer uma pergunta?
- Se
eu responder você vai embora logo? - Ele raivosamente respondeu de forma
afirmativa acenando a cabeça.
-
Senhor! Por que entre todas as casas da cidade somente na sua neva?
Por um
instante, ele ficou curioso, estava tão preso em seu mundo, que não tinha
notado que não nevava em outras casas. Colocou a sua cabeça para o lado de fora,
deu alguns sorrisos, e instantaneamente, bateu aporta sem dar resposta alguma, o
sorriso dele só retornou quando escutou aquele coral cantado pelos animais, o
mais engraçado era o som roco da rena, que se assemelhava a um baixo.
O povo
da cidade não se contentava, estavam cada dia mais curiosos, queriam uma
resposta e acreditava que John as tinha. Todas as tentativas de contatos eram
frustradas, aquele homem tosco e rabugento, ignorava qualquer aproximação.
Depois
de alguns dias, a neve começou acumular na frente da casa impedindo-o de sair
para ir as compras, deixando-os com muita fome. Em uma tarde, algumas crianças
movidas pelo espírito natalino, tirou uma quantidade expressiva de neve que
obstruía a entrada, depois foi até a porta e deu 3 leves batidas.
Seu
John, levantou para ver quem era, e notou algo estranho, seus animais de
estimação, não levantaram, não fizeram barulhos, e não cantarolaram, estavam tristes e com fome, nesse dia o coral
não funcionou, vendo aquela situação, rolou em seus olhos uma lágrima, lacrimejando,
ele levantou foi à porta, ao abri-la
surpreendeu-se com a atitude de algumas crianças que trazia de presente
um bolo e comida para os animais. Foi um
momento mágico, ele as abraçou e as convidou para entrar, comeu um pedaço,
levou o outro para sua esposa, quando retornou do quarto de sua amada, viu os
meninos alimentando seus animais, foi algo maravilhoso de se ver! E porque não
dizer “divertido”, pois mesmo fracos, aqueles bichinhos timidamente emitiam
seus sons, é como eles estivessem agradecendo.
Ao
anoitecer eles se despediram, cada um foi para suas respectivas casas, levando consigo
como presente um copo cheio de neve. No dia seguinte, algo extraordinário
aconteceu! Começou a nevar na casa daqueles que tinham levado um copo de neve
para seus lares.
O povo
entusiasmado queria saber o que aconteceu. As crianças contaram o ocorrido. Imediatamente
os moradores daquela cidade, decidiram fazer uma outra visita ao Senhor John,
só que dessa vez, levariam presentes e um copo nas mãos para pedir um pouco da
neve, ao chegar lá, eles se surpreenderam, pois antes que eles batessem à
porta, o anfitrião abriu, foi até lá
fora, observou silenciosamente aquela
multidão, que traziam presentes e um copo vazio, reparou também, que na casa
daquelas crianças que o tinha visitado nevava. Naquele instante, o silêncio foi
quebrado com um sorriso, na verdade não foi um sorriso, foi uma gostosa
gargalhada, que se misturou, com o latido do cachorro, o miado do gato e os
sons roco das renas, e para enfeitar mais aquela ocasião, ouviu-se uma outra voz
entonada de sorriso e gritos de alegria que dizia: estou curada! Foi tão
mágico, que desciam de todos os olhos uma lágrima de emoção, era a mulher de
John, naquele dia a expressão a “Magia do Natal” ficou sendo conhecida e falada
pelos moradores daquela cidade. Felizes e envolvidos por uma noite histórica,
retornaram para seus lares, levando como presente, um copo cheio de neve.
No dia
seguinte, ao despertar, se maravilharam ao ver que a neve caia em toda a cidade!
Era um espetáculo tão lindo que dava gosto de se ver.
Todos
os anos, eles se reuniam com presentes e canções em frente à casa de seu John,
quando retornavam para seus lares, levavam, um copo cheio de neve e magicamente
começava a nevar também na casa deles.
Com o
decorrer dos anos, a tradição de trocas de presentes e cantos natalinos espalhou
por todos os habitantes da terra. Essa cidade tornou muito conhecida, muitos viam
de longe, para pegar um copinho de neve para poder desfrutar daquela magia que
se repetia todo o natal.
Não
estranhe quando você ouvir dizer que “papai Noel” nasceu naquela cidade. Mas isso é uma história para os próximos
capítulos.
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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Sinopse: Maria tem um presente para José, mas por que ele deveria se interessar? Nenhum presente traria felicidade a alguém consciente de que lhe falta tudo. Ou traria?
Presente de Natal é uma contemplação crua da condição humana e uma história sobre o verdadeiro sentimento natalino.
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