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Antologia Nosso Amor: 1x02 - Começar Outra Vez

Conto escrito por Beto Lima
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Sinopse: Em um dia ruim, Bruno perdeu seu emprego de operador de telemarketing e viu seu parceiro Caio indo embora. Nessa situação, o rapaz se vê obrigado a recomeçar sua vida profissional e pessoal. Porém o que ele não esperava era que esse recomeço transformasse seu amigo Henrique, comissário de bordo com quem dividia um apartamento em Copacabana em seu novo amor, após uma linda declaração.


1x02 - Começar Outra Vez
de Beto Lima

Aquela quarta-feira 28 de junho estava bastante chuvosa, quando exatamente as vinte uma e vinte, a equipe de Call Center ativo do Supervisor Bruno foi dispensada para ir embora após um dia não muito bom de vendas de cartões de crédito por meio da empresa de telemarketing onde o mesmo trabalhava. Logo que se despediu de todos os operadores que trabalhavam com ele, Bruno, que estava em sua mesa naquele momento, recebeu uma chamada interna, era o gerente do produto solicitando sua presença na sala da gerência.

                - Com licença Nelson! Você quer falar comigo?

                - Quero sim Bruno, por favor, entre e feche a porta. – Respondeu o gerente de meia idade e cabelos grisalhos sendo de imediato atendido pelo seu subordinado, que após fechar a porta sentou-se na cadeira à frente de sua mesa.

                - E então, algum problema?

                - Olha Bruno, na verdade a notícia que eu tenho pra você não é uma das melhores. – O rapaz nada respondeu continuando sério a escutar atentamente seu superior – Bem, o fato é que já fazem três meses que sua equipe de operadores não cumpre a meta de vendas estipulada pelo gerente de operações, e com isso, estou sendo obrigado a te desligar da empresa nesse momento.

                - Mas vem cá, como é que vocês querem me cobrar meta, com uma equipe de operadores completamente inexperientes onde a maioria acabou de conseguir o primeiro emprego? E esse mailing de vendas então que está péssimo somente com clientes classe A e B de São Paulo. Você há de convir comigo que uma pessoa que tem renda acima de 10 salários mínimos, não vai se interessar por um cartão de crédito nacional que acumula pontos para aquisição de mercadorias em uma loja de departamento, certo?

                - Eu entendo perfeitamente suas reclamações Bruno, mas o mailing é o mesmo para todas as equipes, por tanto, como os demais supervisores conseguem atingir o mínimo de vendas diárias para cumprir a meta e você não? Agora é você que há de convir comigo que tem alguma coisa errada, ou na sua equipe ou com você, certo?

                - Tá bom então Nelson, essa é a última posição da empresa? – Perguntou ele já se levantando da cadeira.

                - Infelizmente sim Bruno. Toma, aqui está o seu comunicado de dispensa, você não vai precisar cumprir aviso prévio, e de hoje a sete dias sua rescisão contratual já estará depositada. Você deverá comparecer ao sindicato na data ai do papel para assinar sua rescisão e dar baixa na sua carteira de trabalho.

                - Ok. – Ainda em choque com a notícia, Bruno rapidamente assinou a papelada referente à sua demissão deixando seu crachá sobre a mesa e em seguida saiu da sala de Nelson, o qual desejou-lhe boa sorte, obtendo o silêncio como resposta.

Bruno Elias de Sena era assim, um jovem de 29 anos de idade, de pele branca corpo magro com 1,78 m de altura e 89 quilos, de cabelos e olhos castanhos escuros. Homossexual assumido para sua família desde os 18 anos, resolveu sair da casa de sua mãe para morar sozinho e aos poucos conquistar seu espaço na vida. Como seus pais eram separados, ele foi criado por sua mãe no bairro de Marechal Hermes onde cresceu, no entanto nunca deixou de ter o apoio de seu pai, que embora hoje morasse em Barbacena no interior de Minas Gerais, sempre lhe deu todo apoio e amor necessário inclusive nos momentos mais difíceis de sua vida. Hoje ainda conquistando aos poucos seu espaço, ele morava em um apartamento de dois quartos, alugado no bairro de Copacabana zona sul da capital carioca onde dividia suas despesas com Henrique Miranda, seu melhor amigo desde os tempos não muito longínquos de Ensino Médio de uma escola pública lá de Marechal Hermes de onde ambos vieram. Henrique atualmente era Comissário de Bordo internacional de uma renomada companhia aérea estrangeira, e quase nunca parava em casa, haja vista que estava sempre viajando mundo a fora, no entanto ele também chegava junto com as despesas da casa, as quais eram divididas ainda com Caio Toledo, companheiro de Bruno há cinco anos, o qual trabalhava na recepção de um hospital particular no bairro de São Cristóvão, próximo a Quinta da Boa Vista. A relação de Bruno e Caio de certa forma já havia caído no comodismo de quem estava “casado” há algum tempo, no entanto como até o presente momento ambos não se incomodaram com aquela situação, iam levando aquele relacionamento sem saber até quando ia durar, mas Bruno de fato gostava de Caio, talvez até mais do que Caio gostasse dele, e na atual circunstância não conseguia se imaginar vivendo sem o mesmo.

Assim que terminou de pegar todos os seus pertences, o rapaz se dirigiu até a saída da empresa a caminho de seu carro. Naquele dia, estava vestindo uma calça jeans azul escuro, um sapato preto de fivela com meias brancas e camisa de gola polo na mesma cor da meia, além de um cinto preto no mesmo tom dos sapatos. Ao entrar em seu Corsa prata ligou o rádio onde tocava “Sometimes a Love Goes Wrong” com Carrie Lucas e seguiu pra casa.

As vinte duas e trinta em ponto ele estacionou em frente ao prédio onde morava na Rua Hilário de Gouveia, saindo logo em seguida. Por sorte a chuva forte que caía na cidade desde o início da tarde havia dado uma trégua e naquele momento caia apenas uma leve garoa a qual não fez com que ele tivesse a necessidade de abrir seu guarda-chuva para atravessar a rua, chegando assim ao seu condomínio. Já na portaria, cumprimentou o porteiro noturno e enquanto aguardava o elevador que estava no 5º andar, pegou sua correspondência do dia. Ao embarcar no elevador acionou o botão do 8º andar onde morava. No momento em que destrancou a porta do apartamento 802, e entrou pela sala, notou as luzes acesas e próximo ao sofá que ficava de frente para a TV, duas malas de viagem, prontas para partida. Sem muito entender, acabou de entrar trancando a porta na sequência.

                - Caio? Está em casa gatinho? – Disse ele em um tom de brincadeira, referindo-se ao seu companheiro, até que este apontou no fim do corredor aparentemente bem arrumado, o que deixou Bruno um pouco confuso.

                - E aí Bruno, tudo bem?

                - Sim, e com você? Tá todo arrumado, vai viajar? – Perguntou ele referindo-se as malas.

                - Não é bem uma viagem...

                - Não? Então o que é? – Permaneceu imóvel e de pé próximo a porta.

                - Olha Bruno, pra mim não dá mais, eu estou indo embora.

                - Embora? Mas... como assim? O que tá pegando?

                - Não está pegando nada, mas eu quero dar um tempo, essa nossa relação está me sufocando, eu ando me sentindo estagnado ultimamente sabe, e acho que isso não está sendo bom pra mim.

                - Ah, muito bem, então você espera eu sair pra trabalhar e decide que vai embora assim sem mais nem menos? Por que não me procurou para conversarmos antes que chegasse a esse ponto Caio?

                - Sem cobranças Bruno! Por favor, não dificulte mais a situação, o problema não é você e sim eu. – Nesse momento, o rapaz que vestia uma camisa branca de algodão e uma calça jeans desbotada acompanhada de uma sandália masculina, retirou do bolso um par de chaves, colocando-o sobre a mesinha de centro que ficava a frente do sofá. – Toma, a chave que ficava comigo está aí. Não quero nada desse apartamento a não ser minhas roupas que já coloquei nas malas, o restante é tudo seu. – Finalizou ele referindo-se a alguns eletrodomésticos os quais ajudou a comprar, mas que naquele momento não fazia questão levar. Bruno ainda estava em choque com tudo que inesperadamente tinha acabado de ouvir, até que em um acesso de raiva ele abriu novamente a porta da sala voltando-se para Caio.

                - Quer ir vai! Só tem um detalhe, se sair por essa porta você não volta mais, ouviu bem? Essa história de tempo pra mim não existe. – Disse ele com um misto de raiva e tristeza em seu olhar que já apontava algumas lágrimas pelo canto dos olhos, quando então serenamente Caio parou a frente dele antes de cruzar a saída.

                - Me desculpe se te magoei Bruno. Espero que você seja muito feliz de agora em diante! – E assim saiu do apartamento levando suas malas e entrando no elevador que ainda estava estacionado no 8º andar rumo ao térreo. Depois que Caio saiu, Bruno bateu violentamente a porta da sala e sentou-se no sofá tentando digerir aquele fim de relacionamento após cinco anos de convivência e que até o presente momento ele não tinha entendido o porquê do fim. Horas antes de tudo isso quando saiu para trabalhar, Caio não havia falado nada a respeito de terminar, fator esse que deixou ele ainda mais chateado e finalmente entregando-se as lágrimas, afinal de contas ele ainda gostava de Caio.

Em meio ao seu pranto e jogado no sofá, ele sentiu seu celular vibrar no bolso, e rapidamente pegou para atender na esperança de ser Caio arrependido do que tinha feito e pedindo pra voltar, no entanto, estranhou ao se deparar com um número confidencial, mas mesmo assim resolveu atender.

                - Alô?

                - Fala Bruno! Beleza?

                - Quem tá falando? – perguntou ainda sem reconhecer aquela voz masculina que o cumprimentava.

                - É o Henrique pô! Esqueceu de mim?

                - Ah! Oi Henrique, sua voz tá meio rouca e com esse número confidencial fica difícil de saber que é você. Mas e ai tudo bem?

                - Tirando um resfriado que peguei aqui em Frankfurt e a minha garganta que está arranhando um pouco, sim. Estou te ligando pois preciso de um favor seu.

                - Diga.

                - Então, eu chego no Rio amanhã no início da tarde, e como minha moto está na revisão, tem como você me pegar lá no Galeão antes de ir para o trabalho?

                - Tem sim, que horas seu voo vai chegar? – Perguntou ele sem dizer ao amigo que estava desempregado.

                - Está previsto para o meio-dia, mas como ainda tem uma escala em Londres, pode ser que atrase. Caso haja algum imprevisto eu te aviso antes, pode ser?

                - Sem problemas, te espero lá então.

                - Valeu meu querido, brigadão! No mais tá tudo bem ai com você e o Caio?

                - Está... tudo em paz! – Respondeu ele não querendo preocupar o amigo com seus problemas particulares.

                - Tem certeza? Sua voz tá meio estranha... – Desconfiou Henrique.

                - Tenho sim, amanhã a gente conversa melhor.

                - Beleza então Bruno, eu vou desligar pois os passageiros do voo estão começando a embarcar.

                - Vai lá meu amigo, bom trabalho e uma boa viagem pra você, até amanhã!

                - Até. – Assim que desligou o telefone, Henrique posicionou-se na entrada do Airbus A340 em que iria viajar para então recepcionar os passageiros que calmamente começavam a embarcar. Logo que todos entraram ele iniciou os procedimentos de rotina da tripulação previstos no checklist da companhia aérea.

Bem longe dali Bruno foi até o banheiro onde se despiu para tomar um banho e assim se recompor depois daquela crise de choro. Ainda com os olhos vermelhos ele entrou no boxe e ligou á ducha quente sobre suas costas, enquanto lentamente deixava a água escorrer pelo seu corpo, ensaboando os instantes depois. De fato, aquele dia não foi um dos melhores de sua vida. Desempregado e vendo seu relacionamento ter um ponto final sem mais nem menos, era hora de começar a pensar o que fazer no dia seguinte, pois com emprego ou sem emprego, casado ou não casado, as contas iriam chegar no início do mês, daí o momento de recomeçar.

Depois de uma meia hora embaixo do chuveiro, Bruno finalmente saiu do banho e após pentear seu cabelo no quarto foi até a cozinha preparar alguma coisa para comer. Fez um misto quente e um achocolatado que comeu e bebeu ainda pensando em tudo que tinha passado naquela noite. Assim que terminou e escovou os dentes foi para o seu quarto dormir. 

No dia seguinte por volta do meio-dia ele já aguardava seu amigo no saguão do aeroporto. Usava uma calça jeans desbotada, uma blusa de manga curta branca e um Mocassim cinza com detalhes brancos além de um óculos escuro que disfarçava seus olhos vermelhos de tanto chorar e da olheira por conta da insônia da noite anterior. Assim que viu Bruno, Henrique estendeu um sorriso largo, e caminhou a passos largos até o seu encontro. Ainda com o uniforme de comissário de bordo da companhia aérea que caia muito bem sobre ele. Com 28 anos Henrique era um magro definido com 1,88m de altura 80 quilos, de cabelos e olhos castanho escuro e pele branca.

                - Fala brother!

             - E ai Henrique. – Respondeu Bruno em um tom cabisbaixo. Assim que se abraçaram ele novamente se entregou as lágrimas, causando certo espanto ao comissário.

                - O que é que houve Bruno?

                - Tudo de ruim aconteceu de ontem pra hoje!

                - Como assim? Vem comigo tomar um café daí a gente conversa.

                - Tá bom. – Nisso, os dois seguiram até uma cafeteria no saguão do aeroporto, onde pediram um expresso cada um. Ao sentarem-se em uma das mesas do local, Bruno então desabou novamente a chorar sob os olhos atentos de seu amigo que o ouviu calmamente. Para Henrique ouvir o desabafo do amigo lhe dava alguma esperança pois o fato é que desde os tempos de adolescência ele gostava de Bruno, isso quando ainda moravam no subúrbio do Rio, no entanto, o rapaz nunca percebeu as investidas do amigo, talvez por considerá-lo muito como amigo. Fato é que agora livre e desimpedido, Henrique tinha toda a chance do mundo de falar o que sentia, mas não naquela hora. Assim que terminou de ouvir seu amigo, o comissário olhou para o lado e se virou com um lindo sorriso no rosto.

                - Ei, a nuvem se foi! Seja bem-vindo sol! Lembra que a sua vó dizia isso pra gente quando éramos adolescentes? – Indagou Henrique, fazendo brotar um sorriso em meio às lágrimas de Bruno ao lembrar-se de sua juventude na casa da avó em Marechal Hermes.

                - É verdade, vovó sempre dizia isso!

                - E ela estava coberta de razão! Agora chega de chorar por quem não te merece cara! Quanto ao emprego, rapidamente você arruma outro, tu é um cara competente, determinado e faz com garra tudo aquilo que se dispõe a fazer então pra que estresse?

                - É, nisso você tem razão. Mas o que mais dói agora é essa partida do Caio, sem explicação, sem conversa, sem nada. Me sinto um idiota!

                - Quanto a isso tenho certeza que em breve você também arrumará alguém, tudo é uma questão de tempo, às vezes o grande amor da nossa vida está bem próximo e não percebemos.

                - É, pode ser.

                - Então se anima, hoje à noite vou fazer o jantar e comprar umas cervejas. A gente escuta uma música, come alguma coisa, bebe umas e assim você se distrai combinado?

                -Tá, pode ser!

                - Então vamos embora? – Nisso, os dois rapazes se levantaram e assim que Henrique pagou a conta, seguiram até o estacionamento do aeroporto onde estava o carro de Bruno, e de lá foram para Copacabana onde moravam. 

A noite já estava tudo pronto. Henrique comprou umas cervejas mais cedo e tinha colocado para gelar, enquanto fazia um frango à parmegiana com uma salada de rúcula e tomates cereja que acompanharia a carne. Bruno estava na sala e usando uma bermuda cinza de tactel e uma camisa branca, enquanto ouvia o rádio deitado no sofá entre um gole e outro de cerveja. Henrique usava o short azul de jogador de futebol e uma camisa regata verde enquanto preparava o jantar na cozinha. Assim que terminou e pôs à mesa, ambos se sentaram e comeram.

                - Nossa, está uma delícia esse prato! Como sempre você é um cozinheiro nota 1000! – Elogiou Bruno.

                - Ah, que nada, isso aqui é o trivial! – Bora tomar mais uma cerveja?

                - Você não trabalha amanhã não?

                - Minha próxima escala agora é só no domingo. Vou pra Bruxelas dessa vez.

                - Muito chique você. – Nisso, ambos já estavam um pouco alterados por conta da cerveja, até que finalmente Henrique criou coragem quando os dois foram até a cozinha pegar mais bebida no freezer.

                - Mas antes de viajar você vai me dar uma coisa... 

                - O que? - Perguntou Bruno, quando então rapidamente Henrique virou-se pra ele beijando-lhe a boca com um beijo caloroso, que a princípio não foi correspondido, mas que depois acabou cedendo. Minutos depois bastante excitados um com o outro, eles pararam de se beijar em um encontro de olhares.

                - Nossa Henrique, por que você fez isso?

                - Porque eu te amo Bruno! Só que você nunca me deu abertura pra chegar até você.

                - Eu nem sabia que você era gay! – Nisso ambos riram.

                - Sem rótulos! Eu gosto de gente, mas você sempre foi especial pra mim. Nesse tempo todo que você viveu com o Caio aqui em casa e eu viajando toda semana, quase nunca tivemos tempo de conversar sobre isso, mas agora que você tá livre e eu também, porque não?

                - É, bem, eu não sei. Deixar de te ver como amigo para ser meu namorado é uma coisa meio estranha para mim. Você acha que vale a pena tentar?

                - E por que não tentar? – Nisso ambos se olharam e sorrindo novamente um para o outro se beijaram calorosamente mais uma vez ficando completamente excitados. Assim que se recomporão, voltaram para a sala onde ficaram a beber e conversar por mais algum tempo agora com Henrique deitado no colo de Bruno, e mais tarde finalmente foram para o quarto onde tiveram uma noite de amor e sexo inesquecível para ambos...


Conto escrito por
Beto Lima

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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Sinopse: História de amor entre duas mulheres, marcada por uma tragédia.


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