NA EDIÇÃO DE HOJE DO BOLETIM VIRTUAL:
- O Tema como Bússola no quadro "Entrelinhas" com Hans Kaupfmann
- Resenha do livro "Nós", de Ievguêni Zamiátin, no "Estante Literária" com Davi Busquet
- Muita diferença, era a época do ICQ e a gente se reunia muito mais. Havia uma amizade entre os autores, principalmente de mesmas emissoras, diz Vitor Zucolotti no Diário do Autor.
- As últimas notícias no Giro Virtual.
BOLETIM VIRTUAL - EDIÇÃO 97
(TERÇA, 29 DE DEZEMBRO DE 2020)
(TERÇA, 29 DE DEZEMBRO DE 2020)
O TEMA COMO BÚSSOLA - por HANS KAUPFMANN
HANS KAUPFMANN: Você já se perguntou por que ainda filmes, novelas e séries continuam sendo a grande fonte de entretenimento moderno mesmo derivando os mais remotos tempos? A resposta é simples, mas de profunda reflexão: Necessitamos de histórias que nos dê a segurança do sentido frente o caos da vida.
Sim. Não é à toa que o nome da escrita que antecede um projeto narrativo chama-se ROTEIRO. Toda obra é um mapa. Um direcionamento lógico que ensaia respostas para quando a vida nos apresentar tramas paralelos ao que assistimos nas telas.
Para isso, todo enredo deve focar num TEMA. Uma bússola conceitual que foca num assunto específico mesmo que tal assunto tenha inúmeros tentáculos.
Sempre chega em algum momento da narrativa que o espectador vai perguntar a si mesmo: Do que se trata? E essa resposta pode estimular ou anular o interesse. E seria muito interessante que o autor, mais do que nunca saiba responder tal pergunta.
Não quero dizer aqui que toda obra necessite de um tema que permeie todas as cenas. Mas quando se trata de persuasão de público, é muito importante saber que uma boa história tem uma função além do simples entretenimento. Obras funcionam também com instrumentos didáticos para certos conceitos, que se não fossem as histórias a vida humana dependeria de acontecimentos aleatórios para pôr-se em encontro de problemas que mal imaginaria que conhecia.
Nosso cérebro procura significados o tempo todo, e tal significado estabelece conforto quando há uma identidade universal ao que está se apresentando. Estabelecer esse conforto sem subestimar a inteligência do espectador com clichês (que são nada mais que artifícios nada discreto para tentar estabelecer uma conexão de forma mediocre) é talvez o ponto central do tema.
Se a clássica MORAL da história não chegar em algum momento, a sensação de perda de tempo começa a tomar conta de que lê, vê ou ouve sua proposta. Muitos poucos cineastas abdicam do TEMA como forma de trazer uma nova forma de narrativa. Mas até mesmo a sua ausência é uma forma de lembrar a todos o quanto ela é importante.
Enfim, exercite respondendo para si mesmo qual o tema dos filmes e series que você assiste. Encontrar a bússola alheia pode fazer você achar sua própria.
O todo(-)poderoso
Resenha do livro "Nós", de Ievguêni Zamiátin
Estava consciente de mim mesmo. Mas, de fato, apenas são conscientes de si e reconhecem a própria individualidade um olho com um cisco, um dedo machucado, um dente doendo: olhos, dedos e dentes saudáveis — eles parecem não existir. Será que não está claro que uma consciência individual é apenas uma doença?
(22ª anotação)
Escrito em 1920, na União Soviética, mas publicado apenas em 1924, nos EUA, "Nós" foi tida como uma obra subversiva pelo regime daquele país, vindo a ser publicada na pátria-mãe apenas em 1988. O livro trata de uma ficção distópica futurista (provavelmente uma das primeiras do gênero), na qual um regime totalitário conhecido por Estado Único limita as liberdades pessoais, a privacidade, intimidades, imaginação e criatividade, tudo em prol da felicidade maior de seus cidadãos.
Como uma base sólida para obras de mesmo gênero que ainda estavam por vir nas décadas subsequentes, "Nós" introduziu muitos dos conceitos que marcaram definitivamente o teor das narrativas distópicas influenciadas por ela, como "1984", de George Orwell, "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley e "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury.
O tom sombrio, irremediável e eterno do regime — em "Nós" representado pela imagem gigante e de mãos de ferro do Benfeitor —, aproveitado em "1984" na forma do Grande Irmão, transmite a noção de que o indivíduo, ainda que como parte, jamais poderá ser maior e mais poderoso que o todo; que o Estado é indestrutível, infinito e sua lógica imbatível; e que a missão de cada cidadão é engrandecer cada vez mais essa máquina que os governa.
Já do ponto de vista da estrutura social, o condicionamento desde o nascimento — até mesmo antes, quando o Estado Único controla a hora em que cada um terá relações sexuais — e a determinação das funções de cada um no mundo, é possível ver em como tais características moldaram o mundo química e sociologicamente controlado de Huxley, onde a felicidade é provida pelo governo e a exaltação desse governo é parte da felicidade.
Finalmente, no que tange à reviravolta, o elemento desagregador da ordem e fomentador do caos — a mulher —, "Fahrenheit 451", à semelhança de "Nós", também apresenta uma coadjuvante que irá desencaminhar o protagonista e introduzi-lo num mundo de ideias, paixões e desobediência civil.
A obra foi muito mais que uma base para outros best-sellers. Ela, por si só, conta ao leitor em como um mundo espelhado na matemática e na perfeição geométrica — onde lares são feitos de vidro transparente e indivíduos são, na verdade, números —, condena o desvio individual como a causa do caos, abole e isola a natureza atrás de um muro (além do qual encontra-se o primitivo, irreal e, portanto, indesejável), considera a alma uma doença a ser extirpada através de uma cirurgia e dá a seus números (cidadãos) a consciência coletiva de que tudo isso acontece única e exclusivamente em prol da sua felicidade.
Na trama, o protagonista D-503 narra seus feitos em primeira pessoa, apresentando-se como um feliz e satisfeito engenheiro do Estado Único. Responsável pelo que ele chama de Integral — uma obra em fase de conclusão, que levará ao universo a doutrina e o modo de vida do Estado Único —, suas observações acerca do mundo onde vive desenham uma trajetória que, ao longo do livro, mostrarão suas certezas, incertezas, paixões, ascensões e quedas dentro de tudo que antes ele considerava matematicamente imutável.
Não é exagero referenciar tanto a matemática quando se fala de "Nós", visto que, em prol de tornar a narrativa coerente com a noção anti-caótica do Estado Único idealizado naquele mundo, Zamiátin adotou a terminologia dessa ciência em cada passo e raciocínio do protagonista. Em muitas passagens, inclusive (senão no livro inteiro), a leitura torna-se fragmentada e pouco fluida, como se faltasse ao autor a capacidade conectiva entre trechos tão próximos de um mesmo capítulo. Contudo, tal peculiaridade parece proposital, e mostra em como faz falta aos cidadãos de um mundo regulado e equalizado a subjetividade para conduzir uma narrativa abstrata e permeada de sentimentos conflitantes.
D-503, é claro, como todo bom número (cidadão) saudável do Estado, possui uma relação afetiva e de amizade, respectivamente, com a O-90 e R-13, em um triângulo amoroso — diga-se de passagem, autorizado pela autoridade competente — que em breve enfrentará a presença da bela (e incógnita) I-330. Naturalmente, o protagonista, embora atraído para esse mundo novo, violador e sensual, se verá, tal qual um rato condicionado de uma experiência estatal histórica, compelido a trair sua nova amante, abandonar os anseios por liberdade e voltar-se para a única e verdadeira felicidade — aquela provida pelo Estado Único, através de seu maior e mais nobre representante, o Benfeitor.
O livro, ao contrário de "1984", não impressiona pela verossimilhança com o que viria a se tornar o regime soviético nas décadas seguintes — absoluto, repressor e expansionista; nem possui tanta precisão tecnológica e apelo estrutural quanto "Admirável Mundo Novo", com sua regulação genética e comportamental e seu sistema de castas; sem contar o relacionamento com a "Eva desagregadora", como em "Fahrenheit 451", que, em "Nós", é apenas um gatilho casual para tudo que fervilha no interior do coração matematicamente confuso do protagonista D-503.
A obra, de fato, chama atenção pelo conflito entre individualidade e coletividade, unidade e pluralidade, religião tradicional e "estatal". No mundo de D-503, ainda que o passado seja conhecido, sem que os fatos históricos tenham sido distorcidos por algum Ministério da Verdade, estes são entendidos como um meio através do qual se atingiu o fim imutável e eterno do Estado Único, o que se estende, de certa maneira, até a própria religião.
Comparando dentro da própria história, Zamiátin demonstra como o amor incondicional a Deus, o sacrifício pessoal em prol da religião e a adoração plena a uma figura messiânica são tão justificáveis quanto sua contraparte política — o que, ao que parece, expõe como essa "fé estatal" pode ser perigosa e levar a um totalitarismo justificado pelos próprios cidadãos que dele são vítimas.
"Nós" não é o discurso crítico e inflamado, muito menos a aceitação apavorada e submissa, e, ainda que ensaie por esse caminho, não se torna a revolução motivada por uma coadjuvante sedutora e esclarecida. "Nós" é a mente de D-503, tão preso nos mecanismos geometrica e matematicamente engessados que é difícil — para ele e para os demais unimilhões de números — imaginar um mundo onde a felicidade seja possível sem amarras, guardiões e punições. "Nós" é o que seria do mundo se todas as outras distopias já escritas finalmente dessem certo e a individualidade enfim fosse apagada da existência humana — é o fim da alma e de todos os pesadelos, e o começo da racional, fria e precisa unidade estatal.
Por Davi Moreira Busquet
Autor de contos, livros e resenhas; participante da antologia Lua
Negra, pela WebTV, com o conto Rokitansky; vídeo-resenhista
do canal Um Livro em Mente, no YouTube; ávido leitor e agora
com material exclusivo para o quadro Estante Literária, também da WebTV.
RITINHA: Oie, meninas e meninos. Turo bom? Cheguei pro último Giro Virtual do ano. Teve treta, premiações e novidades para 2021. Vem comigoooo.
QUINTUPLO
Na reta final de 2020 foram exibidas cinco premiações no MV: Prêmio Gêneros 2020, com votação popular e organizado pela Felipa, já a OnTV estava preparando a revelação dos vencedores por meio do podcast, a gravação até ocorreu, mas os trabalhos com a edição atrasaram o evento que inicialmente seria exibido em outubro. Neste mês foi liberado o resultado com a votação popular no site da emissora, sem o podcast, somente o texto. O Megapro realizou o Awards Mega Awards na versão técnica e a Ranable promoveu o Trophy Ranable e o Troféu Galáxia, evento realizado pelo misterioso Senhor X e exibido no programa Primeiras Impressões.
E a WebTV leva o troféuzinho, genteee. Na disputa entre WebTV e OnTV com as premiações atrasadas, a OnTV saiu na frente e exibiu o Infinity Awards 2020 deixando com a WebTV o troféuzinho de atrasado, isso porque o Troféu Imprensa Virtual 2020 acabou ficando para 2021. Consultada, a direção afirmou que o adiamento faz parte do corte de gastos e até então não anunciou a data oficial do evento. Será que farão igual 2016, onde o anúncio foi no dia do evento? Anotado.
FICOU PARA 2021 II
BOLETIM VIRTUAL CONQUISTA PRÊMIOS
Carmélia, no Mega Awards o jornalístico Boletim Virtual conquistou um prêmio. No Infinity Awards, o BV levou o troféu com o quadro Giro Virtual (gente, to vibrando aqui, que emoçãooooo 😍👏🎉) e a melhor edição que foi a 83.
.COM.BR
Frida, cê acredita menina que a webtvplay agora também tem um domínio? Há pouco tempo a Rajax também aderiu ao domínio .com.br. É só acessar: webtvplayonline.com.br e rajax.com.br. Ei, diretores, quero uma graninha pelo merchan, viu?
FINAL
Menina, vai ao ar em janeiro a final da segunda temporada do Game Virtual em uma disputa entre Tales Dias e Victor Keller. As gravações da temporada ocorreram entre maio e agosto. Em setembro foi anunciado no Giro Virtual a gravação de um mais um episódio, mas a produção cancelou e a temporada contará com 5 episódios.
TRETA I
Assim que a loira do blog divulgou o resultado do Prêmio Gêneros 2020 no grupo do Facebook do Blog da Zih, a autora Debby Costa comentou sobre o evento ser organizado por um fake, a partir daí a treta começou. Everton Brandão comentou na publicação sobre a Debby já ter ganhado em outra edição do evento. Um tempinho depois, Vitinho Zucolotti, veterano do MV que ficou ausente por alguns anos e voltou esse ano, disse que o nome de Debby figurava entre os autores e disse que ela está entre os TOPs.
TRETA II
Depois do comentário do Vitinho, Everton Brito fez uma nova publicação sobre o uso do termo dos autores TOPs e menina, mais e mais treta. E assim surgiu o termo autor TOP. Depois Caetana, Brito escreveu até um roteirozinho ironizando a treta e o Vitinho e ele se pronunciaram, onde a treta rendeu mais um pouquinho.
VERÃO LITERÁRIO
No dia do Natal chegou ao fim a exibição dos Contos Literários - Primavera e Inverno, correspondentes aos contos exibidos entre setembro a dezembro. A partir de janeiro novos contos entraram na grade da WebTV com a estreia dos Contos Literários - Verão e novos autores chegam à emissora.
FIM DE ANO E HIATUS
A WebTV exibe nesta quarta, dia 30, o Retrospectiva Mundo Virtual. Com apresentação do boss Gabo e Bruno Kaelum, o especial fará uma releitura no ano de 2020. Haverá a participação das emissoras, integrantes do MV e o apoio do jornalismo da emissora. Já to ansiosa, Carmélia. No dia seguinte, quinta, dia 31, será a vez do Show da Virada encerrando a temporada 2020 da WebTV, tá uma gracinha, gente. Muitas músicas e depoimentos lindos. Logo depois, a emissora terá uma pausa para o hiatus. Todo mundo precisa de descanso né non? O retorno está marcado para o dia 15 de janeiro, uma sexta-feira, viu? Anota aí, Neide.
2021
Novidades farão parte da programação 2021 na WebTV, gente. Haverá novas estreias e no domingão uma pesquisa interna começou a ser realizada. Uia, vem coisa boa por aí.
MAIS UMA
Adelina, o MV não para de surpreender viu? 2021 tá chegando e juntinho com ele vem uma nova premiação. Em fevereiro vai ao ar o Troféu Four Elements premiando os melhores do ano, com base na opinião crítica, sabe? Vão ser selecionados quatro jurados, liderado pelo Marquinho Vinicius. Uia, to curiosa, menina.
RITINHA: Por hoje é só. Eu volto em breve. Beijão e 2021 de luz pra gente. Beijão chicas e chicos.
NESSA DISCUSSÃO, EU APROVEITEI PARA PODER VER QUEM É QUEM NESSE MV E, INFELIZMENTE, HÁ MUITA GENTE BAIXA, MAS BAIXA COM FORÇA, diz VITOR ZUCOLOTTI
Ele mora em Vila Velha/Espirito Santo. Começou a trajetória no Mundo Virtual na extinta Tv Antena entre 2002 e 2003 com a novela “Rosa de Amor”, uma releitura de Uma Rosa com Amor, novela de Vicente Sesso da Rede Globo. Em seguida escreveu os últimos capítulos de “Fernando e Fernanda” e lançou a minissérie “O Piano”. Já em 2009, Vitor Zucolotti escreveu a série “Ágata” e participou do Jornal 1, no Canal 1. Com o fim da emissora chegou a negociar uma novela com a Tv Destino, mas a emissora encerrou as atividades. Em 2020 aceitou o convite de retornar ao MV e estreou em outubro a série “O Dom - Vidas do Árido”. Vitor Zucolotti, seja bem-vindo ao Diário do Autor.
VITOR ZUCOLOTTI: Olá meu amigo! A todos que nos acompanham! Um prazer estar com vocês... Brincar com vocês... Quer dizer, isso a gente vai ver agora, né?
GABO: Vitor Zucolotti, fazendo uma comparação geral entre o atual cenário do MV com o MV entre 2002 a 2004, quais diferenças você aponta, entre as dramaturgias, entretenimentos, jornalismo e emissoras?
VITOR ZUCOLOTTI: Muita diferença, era a época do ICQ e a gente se reunia muito mais. Havia uma amizade entre os autores, principalmente de mesmas emissoras. Era muito bacana, saudável... Vamos por partes agora, então:
1 - A dramaturgia era iniciante, tínhamos obras maravilhosas e obras bem ruinzinhas – mas com o tempo o ruim amadureceu. Hoje eu percebo a mesma situação no MV. Há obras muito boas e há coisas ruins, como se estivesse sendo feita nas coxas. Parecem que fazem uma novela só por fazer, para dizer que há mais opções...
2 – O entretenimento era muito bacana. Eu mesmo fiz um programa, um talk show, o “Nós na Madrugada”, era feito através do ICQ e de madrugada, já que a internet ainda era discada. Hoje, eu acho que o entretenimento é melhor. Bem feito, inclusive com toques informativos, mais jornalístico.
3 – O jornalismo era tímido, bem tímido e foi fomentando aos poucos. Hoje é se estabilizou, mas ainda sinto uma dificuldade danada de diferenciar o que é jornalismo e entretenimento no MV, na realidade não enxergo jornalismo hoje no MV, já que sou formado nisso. Há poucos programas com enfoque jornalístico, com pegada de jornalismo, mas jornalismo... Eu não vejo.
4 – As emissoras na minha época eram algumas e mais organizadas. Hoje eu sei que há aos montes, algumas nem conheço, e também se embolam em parcerias e tal etc etc... Até hoje me perco bastante em algumas.
GABO: Ainda falando sobre o antigo MV e o atual cenário, como era o feedback e convivência? O que mudou na sua opinião?
VITOR ZUCOLOTTI: Tínhamos fórum, ali víamos o que os colegas comentavam. Hoje eu não vejo retorno. O que vejo é muita promoção da própria obra e pouco comentário do conteúdo. Parece – EU DISSE PARECE – que só o autor e o chefe leem nossas tramas. Não há o burburinho de antes... Uma obra era bem comentada mesmo.
GABO: Recentemente houveram algumas tretas no grupo do Facebook do “Blog da Zih” envolvendo você e outros autores. Quais foram os motivos das tretas e qual a sua opinião sobre o barraco no MV?
VITOR ZUCOLOTTI: Então, a Débora Costa fez um comentário sobre uma premiação e uma pessoa se doeu e começou o ataque gratuito a ela. Isso me irritou e eu entrei no meio. Acho desnecessário ataques mas, quando não concordo com alguém eu boto a cara a tapa. A Deb até falou para eu não estressar à toa – EU NÃO ME ESTRESSEI – mas eu continuei. Daí, eu falei sobre autores TOP e expus a minha opinião que há sim no MV autores TOP e outros que não são tão assim. Aí a parada virou um “rendez-vous”. Falaram de preconceito, usaram as minhas palavras para dizer que eu estou desmerecendo, segregando... Eu disse agorinha, há obras boas e ruins, que precisam melhorar. Então, ainda há bons autores e os que precisam melhorar, por isso, eu classifiquei os bons em TOP, claro que, para poder dar uma balançada ver o circo pegar fogo também... Daí, nessa discussão, eu aproveitei para poder ver quem é quem nesse MV e, infelizmente, há muita gente baixa, mas baixa com força!
GABO: Vitor, como você descobriu o interesse em escrever histórias em roteiro? Quais são os autores que você usa como referência?
VITOR ZUCOLOTTI: Rapaz, eu busquei na internet modelos de roteiros e aí foi, e também tem a situação do teatro, isso me chamou atenção também. Eu não tenho autores de referências. Eu gosto de séries, novelas, livros, minisséries... Eu me espelho em alguns. Manuela Dias fez um trabalho perfeito de roteiro em “Justiça”. Gosto muito da forma da escrita do Manoel Carlos e também Carlos Lombardi. Aqui no MV gosto da Débora Costa – acho ela mais concisa e direta nos roteiros, gosto do chefe, que é o senhor, né? Mas ainda me falta conhecer mais dos outros, isso quando falo de roteiro.
GABO: Você já escreveu novela, série e minissérie. Os formatos possuem algumas diferenças em relação a número de episódios, personagens e desenvolvimento da história. Você se identifica mais com qual formato e porquê?
VITOR ZUCOLOTTI: São segmentos diferentes, não só pelo formato. Eu gosto muito de minisséries. Histórias curtas e coesas, podemos ir direto ao ponto e, de fato, é mais simples de desenvolver. Mas eu gosto de novela e série também rsrs. Novela eu posso viajar mais, ser mais romântico, mais piegas até... Série eu posso ousar, talvez, como estou fazendo em O Dom...
GABO: Dentre os personagens já criados, qual o seu preferido? Quais características vocês possuem em comum?
VITOR ZUCOLOTTI: Cara, sinceramente... Nenhum. Eu não tenho personagens preferidos porque voltei ao MV agora e to criando a minha volta ainda. Em O Dom, a atual, eu adoro o Emerenciano, o padre. É um personagem intenso, bom de escrever porque ele é um padre filho da puta (pode por isso assim , né?). O Domênico também é legal, porque é debochado e eu também sou. Mas, sinceramente, ainda não fiz o meu personagem preferido nesta minha volta ao MV. Das antigas, eu não lembro de todos. Memória cagada.
GABO: Durante o processo criativo, como é sua organização? Você faz resumo, escaleta? Quanto tempo você leva para escrever um episódio?
VITOR ZUCOLOTTI: Eu sou desorganizado mas, vamos pegar por O Dom. Pego o episódio passado e deixo aberto para criar o novo. Além de já ter uma escaleta que, nem sempre funciona, tá? Tem dia que mudo tudo. E depende muito do dia. Tem dia que levo duas horas para escrever um episódio, tem dia que menos, e tem dia que mais de um dia. Demoro mais para formatar, um saco. Por falar nisso, alguém tem uma ideia para deixar tudo formatadinho já?
GABO: Quando surge o bloqueio criativo, você tem alguma dica para afastá-lo?
VITOR ZUCOLOTTI: Fechar a obra e ir dormir. Ler, ver filme. Não adianta forçar se a parada não vem. Por isso que a escaleta é uma forma de manter a sua criatividade. Você já tem o seu guia para conduzir a história. Por isso, a criatividade não pode sumir na hora da escaleta.
GABO: Na série “O Dom – Vidas do Árido”, o Domênico vive em atrito com o Padre Emerenciano, afinal, ele tem o dom da cura, onde com um toque, o paciente está curado, no entanto, se for do seu interesse, ele usa o dom da maneira que lhe convém. Sem revelar spoilers kkkkk o que o público pode esperar entre os dois personagens marcantes na série?
VITOR ZUCOLOTTI: Então, vem mais coisa por ai. Vem sexo. Talvez entre eles? Tem que ver. Mas garanto que vem ódio, sangue, morte... Pronto! Já dei um mini spoiler: vai morrer gente!
GABO: O Domênico tem um relacionamento trisal com Ritinha e Tonho e a chegada de Alice vai movimentar a história. Para você como autor, como é escrever sobre um relacionamento trisal? Quais são as suas expectativas perante o leitor?
VITOR ZUCOLOTTI: Eu acho normal. Minhas histórias, atualmente, são cruas, mais fortes, impactantes. Eu não espero que o leitor se choque, ou ache isso bacana. Eu espero que ele embarque na história. Não só desse trisal, mas na história toda. Tem muita coisa mais interessante que só o trisal. Tem sexo entre outras pessoas também...
GABO: No Canal 1, você trabalhou no Jornal 1, com o quadro “Palavrão”, onde você comentava sobre vários assuntos ligados ao MV. Como foi a experiência de atuar no jornalismo?
VITOR ZUCOLOTTI: Então, dia desses você me enviou uma coluna e eu curti. Nem sabia que o jornalismo seria uma realidade na minha vida no mundo real. Mas curti o estilo do Palavrão, que era uma coluna de opinião – na minha opinião, nem tanto jornalismo. E, como eu disse: ainda não vejo jornalismo no MV, só traços em alguns produtos.
GABO: Quem é Vitor Zucolotti fora do Mundo Virtual?
VITOR ZUCOLOTTI: Um jornalista de 32 anos, que atua em TV e escreve para viajar. Ainda mais contando histórias reais todos os dias, o que não me falta são histórias, tá... Há coisas que nem o melhor autor de novelas conseguiria pensar.
GABO: Vitor, chegou a hora do nosso bate-bola. Preparado?
VITOR ZUCOLOTTI: Se eu tô preparado? Tô, mas não tô! Manda!!!
BATE-BOLA:
MUNDO VIRTUAL: Felicidade
ROTEIRO: Caixinha de Surpresas
TV ANTENA: Saudade
ROSA DE AMOR: Horrível! rsrsrs
FERNANDO E FERNANDA: Tragédia (ficou ruim demais!)
ÁGATA: Xodó
CANAL 1: Saudade também!
O DOM – VIDAS DO ÁRIDO: Polêmica! (Leiam)
FRASE: Tá nervoso? Rasga o c# com a unha!
VITOR POR VITOR: Autêntico e verdadeiro pra cacete (e adora um palavrão)
GABO: Vitor, agradeço a sua participação no Diário do Autor e fica o espaço para as considerações finais.
VITOR ZUCOLOTTI: Valeu pela oportunidade. É um prazer sempre está aqui com vocês. Bom eu só queria mesmo era convidar ao povo que curte o MV a continuar curtindo, lendo, e comentando sobre as tramas, isso é bom pra gente, esse feedback. E o povo dos contos, bora fazer obras maiores? Literárias mesmo, vamos? Encher essa Web de coisa boa? Em breve novidades. Bom meu tempo com você já deu Gabo. Beijo no coração. Até breve. Por aqui, ou em outro barraco no Face do Blog da Zih! Falei? Falo mesmo!
GABO: Valeu, Vitor. Galera, não percam os episódios da série O Dom - Vidas do Árido disponíveis aqui na WebTV.
O Boletim Virtual encerra agora a 9ª Temporada. Leitores, feliz ano novo e em 2021 voltamos com a nova temporada do Boletim Virtual. Até lá.
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