1x06 - A Chuva
de Fabíola Colares
A chuva caía fina naquela noite, depois de um dia de calor intenso,
cheia de novidades e emoções que me deixavam cada vez mais excitada com todo
aquele clima de descobertas. Estávamos deitadas na cama, nuas, depois de
fazermos amor por horas. Entrava pela janela uma brisa suave de chuva, fazendo
com que as cortinas brancas voassem e algumas gotas caíssem sobre nós. Tudo
parecia tão tranquilo, tão mágico, tão surreal. Senti-me invadida por uma paz
enorme e abraçada a ela, acariciava seus cabelos e a beijava com calma e
carinho. Horas e horas fazendo amor, saciando o desejo uma da outra, uma para
outra, não foram suficientes para amenizar a vontade de estarmos entregues aos
carinhos que trocávamos, meio sonolentas, meio extasiadas pela explosão de
sensações que estávamos sentindo. Havia entre nós mais que desejo físico, mais que
tesão ou vontade. Era complemento, entrega, como se fosse amor de almas que
nunca se separaram e precisavam se reencontrar. A intimidade inexplicável em
cada toque, carinho e beijo, traziam sensações as quais jamais tínhamos
experimentado antes, nessa forma de dar e receber prazer.
A ternura do olhar dela, iluminado pelas luzes que vinham
lá de fora, me enterneceu a ponto de querer paralisar aquele momento para
sempre. De muitos momentos que tivemos, esse foi um dos mais doces naqueles dias
que passamos juntas. Como se no mundo não existisse nada que realmente
importasse para nós. Ela nua, abraçada comigo, daquela forma tão delicada, tão
minha, tão linda, me deu ainda mais certeza da entrega que ia além do contato
físico, naquele momento tão nosso que tínhamos.
Depois de tantas horas nos amando naquele calor sufocante,
sentimos sede. Levantei para buscar água, me demorando um pouco na cozinha. Ao
voltar e entrar novamente no quarto, ela estava ajoelhada na cama, nua, de
costas para mim e de frente para a janela aberta, observando a cidade e a chuva
que caía continuamente, com suavidade. O vento que entrava pela janela, trazia
o perfume dela até a mim, misturado com o cheiro que a chuva traz quando cai
depois de dias muito quentes, me deixando enternecida com a beleza daquela cena
tão envolvente.
As luzes lá de fora, a penumbra do quarto, o barulho suave da
chuva, as cortinas voando e o corpo dela nu, compunham um momento único do qual
jamais me esquecerei. Aproximei-me sem que ela percebesse e abraçando-a por
trás, pela cintura, entreguei o copo com água, que ela bebeu devagar, enquanto
eu acariciava seus seios, deslizando as mãos pelos quadris, coxas e virilhas.
Tocava o sexo com delicadeza, pressionando o clitóris suavemente, sentindo-a
reagir a cada toque, fechando os olhos e entreabrindo os lábios com um gemido
de prazer.
Beijava o pescoço e ombros, sentindo o cheiro dela que me
envolvia numa onda gostosa de prazer e volúpia, me beijando a boca de leve,
abraçando de corpo inteiro, me permitindo sentir o toque macio da pele dela na
minha. Afastou-se um pouco, me tocando nos seios e no sexo, me masturbando, sem
parar de me olhar nos olhos e sorrindo o tempo todo para mim. Levando uma das
mãos ao sexo, se masturbava junto comigo nessa carícia mútua, vibrante e
sensual. Virou-se novamente de costas, deitando de bruços, pedindo que a
massageasse. Eu acariciava a bunda linda, as pernas e o sexo por trás, sentindo
o quanto estava quente e excitada por causa das carícias que trocávamos. Nossos
corpos encaixados, sentindo o calor, a pulsação do sexo, gozando e fazendo
gozar, num prazer que parecia infinito, repleto de desejo e sentimento ao mesmo
tempo. E numa sensualidade suave, viramos uma para outra, de frente, nos
entrelaçando de novo, confundindo nosso prazer.
Beijava seu corpo, sugando de leve cada parte, até chegar
ao sexo e penetrá-la com a língua, sem que ela parasse de se masturbar. Minha
língua percorria o sexo por dentro e por fora, de cima para baixo,
intensamente, ao mesmo tempo em que a penetrava com o dedo, alternando os
carinhos, sem parar. Ela, revirando de prazer e sensualidade, gozou na minha
boca, enquanto continuava se tocando, até que eu também gozasse, sentindo e me
fazendo sentir cada vez mais desejo. Meu corpo ardia de tesão e calor por fazer
amor daquela maneira tão intensa, tão plena, em um momento tão inesquecível.
As horas ininterruptas de amor não pareciam suficientes e
não parávamos de nos tocar e beijar, continuando as carícias com os corpos
colados, exaustas, depois de todas as emoções sentidas. Acariciava meus
cabelos, me dando beijinhos no rosto, falando belas poesias, como sempre fazia,
enquanto me esperava dormir.
A chuva continuava caindo lá fora, embalando os meus sentimentos mais íntimos, tornando o momento mágico e meu sono enternecido com a paz inesquecível de adormecer no seu abraço.
Ilustração do Desenho
Attílio Colnago
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
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