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Boletim Virtual - 10x02: Entrevista com Jonnathan Freitas

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NA EDIÇÃO DE HOJE DO BOLETIM VIRTUAL:

- Tive que pesquisar bastante sobre pontos históricos e geografia, diz Jonnathan Freitas no Diário do Autor
- As últimas notícias no Giro Virtual com Ritinha
- Marcelo Delpkin desbrava as primeiras identidades de nova novela no Visão Crítica
Resenha do livro "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury  no Estante Literária com Davi Busquet
- O Peso da Autoralidade - Análise dos Roteiros Originais Indicados ao Oscar com Hans Kaupfmann no Entrelinhas.



  BOLETIM VIRTUAL - 10x02
 (DOMINGO, 09 DE MAIO DE 2021)

   


NOVAS ANTOLOGIAS, ATRAÇÕES EXIBIDAS ENTRE 2010 A 2020 SÃO DESTAQUES EM NOVA PREMIAÇÃO, MINISSÉRIE INÉDITA CHEGA NA WEBTV - por RITINHA

RITINHA: Oieeeee, meninas e meninos. Turo bom? Começo o Giro Virtual de hoje mandando um beiãooo pra todas as mamães. No Giro de hoje, tem cada babadoooo. Vem comigo, Gigi. Vai começar.


Vem Aí I

Matilda, menina, a CAL - Comissão de Autores Literários não brinca em serviço, viu? Depois de concluir os trabalhos nas Antologias Lua Negra, Romance à Vista e Contos Literários - Inverno, já foram definidas as próximas Antologias da emissora. As inscrições serão abertas esse mês. Ansiosos?


Vem Aí II

Aninha, a dramaturgia da WebTV não para. Depois de publicar "Crônicas do Despertar - Viagem no Tempo", Jonnathan Freitas vai publicar "Crônicas do Despertar - Pesadelo Raro", série que vai reunir novamente os magos bafônicos, sabe? Eles vão resolver um fenômeno de pessoas com problemas de sono. Até aí, tudo bem, Cleidinha, o problema se complica a partir do momento em que eles encontram um homem misterioso preso numa redoma mágica. Ficaram curiosos? A série chega em breve, aqui na WebTV.


Vem aí III

O  sinal verde foi liberado. O time de criação de arte já trabalha na identidade visual da nova minissérie da WebTV. O "Crime no Subúrbio Carioca: O Pulo da Gata" é escrita por Marcelo Oliveira. O autor participou da 1ª Temporada da Antologia Lua Negra em 2020.


Vem Aí IV

Em junho, substituindo a 3ª Temporada da Antologia "Contos Contemporâneos da Violência Urbana", a WebTV apresenta ao público a 2ª Temporada da Antologia "Lua Negra". Com 10 episódios garantidos, vem aí histórias que vão prender o leitor do começo ao fim. Gigi, além do suspense, o romance vai invadir a telinha da galera com a chegada da 1ª Temporada da Antologia "Romance à Vista", substituindo a 1ª Temporada da Antologia "Poemas da Terra". Serão 17 episódios de muitoo love, meninas e meninos.


Pisa menoooos

Claudinhaaaaa, menina, tô passada. O vídeo que a webtvplay lançou foi um estoooouro. Eu mostrei os bastidores do vídeo no último episódio do Misturama. Ainda não leu? É só clicar aqui. Bruninho Kaelum foi o responsável pela edição e o boss o auxiliou com algumas informações e frases de efeito. Cê viu o resultado final?



Premiação I

Depois de três meses de inscrições e votações populares e técnicas, o Destaques Backstage 2021 chegou a quase 400 votos. Tô passada, Betinha. Sucesso que fala, viu? No corpo de jurados o evento trouxe Anderson Silva, a loira do blog Cristina Ravela, Failon Teixeira, Leo Cardz e Marina Kilikiki. Organizado por Marcelo Delpkin na Widcyber, o evento premiou as séries "Vale Dicere" e "Os Pecados de Cada Um" e novelas como "Amada Família", "E Vamos à Luta!" e "Heroína", no jornalismo o "Blog da Zizi" foi destaque.


Premiação II

Paty, cê ta sabendo, fia? O blog Troféu Universo Virtual vai lançar uma premiação com atrações exibidas entre 2010 a 2020. As inscrições seguem até o final do mês e terá categorias separadas para obras estrangeiras do fórum Glook. Genteee, que lussshooooo.


Casa nova

O  blog Universo Virtual, sob o comando do Marcelinho Delpkin agora integra o site da Widcyber. Com novo layout, o blog reúne, notícias, resenhas e muito mais. Ainda não conheceu? Vem gente, tá muitoooo bonito. É só clicar aqui.


Inédito

Marcinha, a WebTV fechou um acordo inédito na emissora. Depois do alto investimento nas antologias, vem aí uma novidade que contempla a WebTV, webtvplay e o site parceiro. O acordo inédito é avaliado como um saldo positivo. O acordo foi assinado na última semana e agora os trabalhos ganharão novos rumos. Logo logo eu trago mais novidades.


Play

Juju, menina, cê viu a novidade que chegou na rede online? A ArcadeFlix é uma plataforma de jogos online gratuitos. Fia, cê você é fá de jogos retrô, a Arcadeflix é o lugar certo. Lá tem jogos do Nintendo, do Mega Drive, e até do antigo Arcade.

Cê acredita que o site possui mais de 100 jogos? O melhor de tudooo Erminia, é que os jogos são responsivos, podendo ser jogado também pela telinha do celular, que  maravilhaaa, gente 🤗

A ArcadeFlix é uma plataforma criada pela loira doo blog Cristina Ravela e do boss Gabo Olsen. O site tá uma gracinha, genteeee.



RITINHA: Bete, por hoje é só. E o BV, segue com o divo do Hans Kaupfmann no quadro Entrelinhas.




O PESO DA AUTORALIDADE - ANÁLISE DOS ROTEIROS ORIGINAIS INDICADOS AO OSCAR - por HANS KAUPFMANN

HANS KAUPFMANN: O OSCAR passou e MEU PAI faturou o prêmio, onde a notória adaptação Teatro-Cinema e o peso do texto sustentado por imagens e uma interpretação icônica de Anthony Hopkins acabaram por fazer a diferença

Mas, continuando nosso olhar para os roteiros oscarizáveis desse ano, temos agora como objeto de estudo aqueles que partem de uma ideia original, nunca antes escrita, apesar de que ainda esse conceito é subjetivo.

Muitos filmes independentes acabam ganhando espaço nessa categoria, visto que uma grande ideia pode sim ter lucratividade em Hollywood, mesmo com baixo orçamento.  O enredo por muitas vezes tem que ser imaginativo com um toque de surpresa, já que o novo sempre dá um vigor as próximas produções.

É uma categoria que aprecio muito, porque de alguma forma torço pra que a inteligência predomine e muitas vezes torne-se aqui um divisor de aguas no entretenimento. Filmes como Cidadão Kane, Pulp Fiction, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança e Ela, são por si só lembrados justamente por conta de seu elaborado texto.


Entretanto não vejo esse ano daqueles onde temos enredos sensacionais, mas não menos interessantes. Entre os indicados ao OSCAR 2021 temos dois filmes que apesar de terem sua própria personalidade são temas que já conferimos em outras produções, e um foi justamente o vencedor.

Começando pelos, vamos dizer, mais conservadores temos MINARI, que relatando a tentativa de uma família asiática de se estabelecer nos EUA passa a ternura do ponto de vista do menino caçula e apela ao realismo ao se basear na história real do Diretor. Cativante e eficiente, entrega tudo que uma história como essa precisa ter:  uma paleta de emoções universais e familiares.

OS 7 de CHICAGO é um filme de julgamento. Ponto. Daqueles em que a torcida é para que a injustiça é a grande vilã, personificada por tratamentos desumanos a favor da manutenção de mentiras referentes a poderosos. Entrega também tudo que um filme como esse deve entregar, sob a batuta do AARON SORKIN que escreveu para que ele mesmo pudesse pela primeira vez dirigir. O que parece que acabou por não conseguir segurar o BO tanto assim. Muito mais econômico nas grandes cenas que poderia definir o filme, preferiu a elegância e a solenidade, do que sujar as mãos.

E desse risco os outros filmes não foram econômicos.  

JUDAS E O MESSIAS NEGRO tem a construção ambiental a favor da história da saga de um traidor (infiltrado no Grupo Pantera Negras) que vive no fio da navalha moral, e ao mesmo tempo é testemunha da ascensão e queda de um líder revolucionário. Todas as cenas têm a importância de um filme inteiro. É o típico filme que foi escrito de forma generosa para tornar-se robusto aos olhos e não deixar que a luta dos protagonistas seja menor que o filme. Coincidência ou não há uma cena minúscula citando o julgamento de os 7 de CHICAGO, quase que metaforizando o grau de importância dos temas.

E assim chegamos aos que trouxeram um frescor a forma de contar histórias:

O SOM DO SILÊNCIO é uma incrível experiência sensorial sob um tema dificílimo de tratar sem entrar em melindres, caso você não esteja imerso a esse universo: Como escrever cenas onde os diálogos são em Libras sem parecer uma caricatura?  Pois o filme trata da perda de audição de um baterista com um timing absurdo, e os saltos temporais tem uma sensibilidade didática magistral. Os atores brilham com tanta tridimensionalidade que passa por marginalização, transformação, perda do chão e resiliência.

Outra sacada genial é fazer com que nós passássemos um pouco do sufoco do protagonista, tirando o som ou abafando-o cirurgicamente para passarmos a mesma sensação de angustia de quem esta privando-se não só de uma das portas de comunicação do mundo mas da sua ferramenta de auto estima e ganha pão.

Por tanta sensibilidade, o Oscar parar nas mãos dessa obra seria não só merecido como um convite a experiência tão incrível (acabou ganhando melhor SOM e MONTAGEM).

Finalmente o que eu achava ser provável vencedor (por todo  hype que vinha se estabelecendo)  é BELA VINGANÇA (que parece muito com os nomes que a gente encontra nas OBRAS VIRTUAIS não é mesmo?)

Uma pena esse nome, porque PROMISSING YOUNG WOMAN é muito mais significativo e irônico ao tema central, que explora o machismo toxico e suas graves consequências que em todas as épocas da humanidade barbarizam e anulam as chances de uma séria e definitiva igualdade entre homens e mulheres.

Como o nome dá o SPOILER: uma história de vingança. Sim. Mas muito mais do que isso é uma tese sobre o assunto e a protagonista representa um nicho social que vem lutando para que a história de milhares de mulheres que tiveram a vida mutilada por conta de uma sociedade que ainda não desconstruiu o velho arquetipo do homem macho alfa. 

Especificamente escrito com uma estética popular (aliás é o primeiro roteiro de longa de Emerald Fennel, que até então escreve e dirige séries) tem o recado direcionado sem meias palavras, com signos gigantes e mix de gêneros que passam do TERROR PSICOLOGICO a COMÈDIA ROMÂNTICA que estabelece também uma mistura de reações (enamorando o tratamento de roteiros como de PARASITA, mas com menor intensidade) onde o espectador as vezes se pega rindo de nervoso.

Apesar de ter sido tratado como humor negro, é quase uma piada que foi feita propositalmente para ser de mau gosto. Como são as piadas machistas. Alias, só machismo ainda   Hollywood e a falta de sororidade poderiam tirar um dos Oscars esperados pra esse filme e acabou sendo o de Melhor Atriz. Final feliz para a mensagem que acabou levando o careca dourado de Melhor Roteiro.

Como podemos ver, não só a urgência dos temas parecem ser sempre o maior critério para despontar na frente dessa corrida ao reconhecimento maior mundial de uma história visualmente contada. A estética parece, nos últimos anos, a conquistar um peso muito importante, cercando o COMO CONTAR  sendo um pouco maior do O QUE CONTAR. 

Mas é bom saber dosar. Por que a estética pode causar o ESTRANHISMO.

E quais são os FILMES que exageram tanto nesse quesito que acabam sendo mais esnobados do que apreciados?  Esse é o assunto da nossa próxima conversa. 



RESENHA DO LIVRO "FAHRENHEIT 451" DE RAY BRADBURY - por DAVI BUSQUET

Apagando incêndios com gasolina

Resenha do livro "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury 

 

 

(...) O sentido é óbvio. Existe mais de uma maneira de queimar um livro. E o mundo está cheio de pessoas carregando fósforos acesos. Cada minoria, seja ela batista, unitarista; irlandesa, italiana, octogenária, zen-budista; sionista, adventista-do-sétimo-dia; feminista, republicana; homossexual, do evangelho-quadrangular, acha que tem a vontade, o direito e o dever de esparramar o querosene e acender o pavio. Cada editor estúpido que se considera fonte de toda literatura insossa, como um mingau sem gosto, lustra sua guilhotina e mira a nuca de qualquer autor que ouse falar mais alto que um sussurro ou escrever mais que uma rima de jardim de infância.

(Coda, o autor)

 


Quando entramos em contato pela primeira vez com uma obra de grande repercussão e bem-sucedida — o que se deve não a um grande número de vendas ou admiradores, mas sim ao valor cultural agregado no momento em que suas ideias se concretizam na forma de um livro —, há sempre uma certa quantidade de expectativas em cada leitor que se aventura naquele texto.

O mistério que muitas vezes cerca aquela proposta literária inevitavelmente cria no novo leitor uma sensação de “pré-vislumbre”, que se expressa em perguntas que surgem mesmo antes do livro ser adquirido. O que propõe esse autor? Por que sua investida repercutiu desse jeito com o público leitor? Da onde ele tirou essa ideia?

Fahrenheit 451, apesar de ter sido escrito numa época na qual nem sequer se sonhava com os avanços da internet, o armazenamento digital em massa e a versatilidade e alcance dos eBooks, revela uma distopia das ideias, a abominação e perversão do conhecimento.




O governo totalitário nesse mundo não tão improvável assim — pelo menos não como muitos na nossa própria e verdadeira história se mostraram —, vê o conhecimento como algo perigoso, tóxico e subversivo. Até aí não é algo tão difícil de se imaginar, visto que os exemplos “reais” são incontáveis, e, portanto, o livro se deixaria passar como mais um escrito sem qualquer originalidade ou identidade literária.

Contudo, muito mais que controlar a difusão do conhecimento, impedir a disseminação de livros e queimá-los, as autoridades nesse universo de Ray Bradbury se valem de um recurso evidentemente mais cruel e definitivo (e já apresentado em obras como “1984”, de George Orwell): a alteração do passado.

Gênios como H. G. Wells, eras antes de Bradbury e Orwell, já ensaiava futuros absurdos em suas reflexões acerca de viagens no tempo engendradas por solitários aventureiros. Tais loucos e fictícios cientistas, porém, nunca imaginariam ser possível conceber uma máquina do tempo que alterasse o passado com tamanha facilidade quanto a opressão é capaz de fazê-lo.

Na medida que um povo tem consciência de suas origens, seus êxitos e fracassos, e as armadilhas que o cercou enquanto civilização, ele se vê perfeitamente capaz de se armar contra tiranos, se levantar contra a opressão e evitar a hipocrisia entre seus pares.




O mal, no entanto, como nos mostraram Orwell e, no caso de Fahrenheit 451, Bradbury, está sempre vigilante. Os poderosos cercaram as ideias, puniram as opiniões e, quando tudo se tornou linear e inquestionável, reescreveram a história em parágrafos que não constavam mais em livro nenhum, pois todos foram queimados ou alterados ao ponto de se tornarem irreconhecíveis.

Todos foram incinerados pelos agentes vigilantes do conhecimento proibido: os bombeiros. Tidos historicamente como os responsáveis pela manutenção da ordem, punição dos culpados e obliteração dos livros, os bombeiros da distopia de Bradbury em muito divergem da imagem heroica e salvadora que ostentam para nós, membros da realidade inquestionável.

Não é difícil imaginar escolha tão boa quanto essa, quando Bradbury teve que “eleger” uma categoria para essa atividade demoníaca em sua obra, afinal, nada chocaria mais o intelecto do leitor do que enxergar um grupo tradicionalmente a favor de um bem maior empenhado na destruição irreversível do conhecimento.

E que força seria necessária para uma civilização inteira esquecer, em poucas décadas, a própria história e o que ela conta sobre seus heróis do fogo? Como uma nação subitamente se vê odiando algo tão inocente como um livro, adorando homens armados com lança-chamas e esquecendo tudo que representa o aprendizado e progresso?

A resposta para isso automaticamente se alinha com o motivo que levou à grande repercussão positiva do livro. Esse motivo é o mesmo que fundamenta a existência de doutrinas, governos e correntes intelectuais que punem as diferenças, proíbem as divergências e queimam livros em praça pública: a amnésia.




A ideia recorrente de Orwell e Bradbury — o apagamento do passado — não é tão somente um sistema ativo adotado pelos opressores, mas uma analogia a essa amnésia, que a população, de uma maneira geral, se deixa cometer, passiva ou ativamente.

O povo esquece, ignora, deturpa e mente, tudo em prol de diminuir as diferenças que os incomodam, de esquecer os conhecimentos que conflitam com suas crenças e queimar tudo que não conseguem normalizar através desses meios.

Já queimávamos “livros” e mentíamos sobre o passado com nossos achismos muito antes de Hitler, Stalin ou o Grande Irmão. Demonizamos nossas instituições e transformamos heróis em incendiários desde sempre, e sempre pelo mesmo motivo: somos incapazes de aceitar que o mundo é plural, pois tememos que isso um dia vá subverter o que cuidadosamente elegemos como supremo e inevitável.

É por isso que a leitura de Fahrenheit 451 encontrou tanta simpatia e admiração. Ou, num sentido mais direto, polêmica e reserva — o que, ainda assim, seria uma forma de repercussão. Foi como se Bradbury contasse uma piada real, da qual todos participam como atores, mas cujas práticas inseridas nela ninguém tem coragem de admitir; e, após a plateia rir, esta viu que acabar de ser vítima de um escárnio sutil e intelectual.

E a origem dessa história, apesar de ser creditada ao conto “Bright Phoenix”, teve grande visibilidade — única e exclusivamente na minha ridícula opinião — num livro aparentemente alheio ao tema distópico de Fahrenheit 451, que foi “As Crônicas Marcianas”.

O livro de ficção científica, do mesmo autor relatado aqui, traz um conjunto de contos que mostram, ao longo do tempo, os efeitos da colonização do planeta Marte, feita de modo análogo à conquista do oeste americano (e a da américa de uma maneira geral). Em muitos dos contos do livro são feitas citações da situação em que a Terra se encontrava após a partida dos colonos para o planeta vermelho.

A Terra, de um planeta produtivo que viabilizou tais viagens espaciais exploratórias e colonizadoras, passou a uma sucessão de ditaduras opressoras e desgastantes, até terminar imersa em disputas e guerras sem sentido — tudo graças à ânsia de poderosos pelo controle das ideias e suas investidas contra livros e pensadores. Ou seja, o exato cenário descrito em Fahrenheit 451.

De muitas maneiras diferentes parece que Bradbury tenta avisar a humanidade das consequências do cerceamento da liberdade e do conhecimento, que culmina não só na revolta do próprio conhecimento, mas na autodestruição daqueles que acham que estão acima da evolução natural. Segundo sua narrativa e as palavras pessoais que a acompanham, tão impossível quanto tosar o impulso criativo de um escritor é a blasfêmia de achar que livros um dia serão extintos tão somente para agradar esse ou aquele grupo revoltoso.


Por Davi Moreira Busquet
Autor de contos, livros e resenhas; participante da antologia Lua
Negra, pela WebTV, com o conto Rokitansky; vídeo-resenhista
do canal Um Livro em Mente, no YouTube; ávido leitor e agora
com material exclusivo para o quadro Estante Literária, também da WebTV.



VISÃO CRÍTICA: DELPKIN DESBRAVA AS PRIMEIRAS IDENTIDADES DA NOVA NOVELA DA WEBTV - por MARCELO DELPKIN

MARCELO: Olá, pessoal! Sou Marcelo Delpkin e estou de volta com mais uma resenha. A obra que escolhi é uma novela que acabou de estrear em grande estilo: O Desbravador de Identidades, de Carlos Mota. Ela tem uma proposta bem diferente da tragédia familiar mesclada à suavidade poética contada pelo próprio Mota em Flor-de-Cera. A premissa: um jovem rico e charmoso, porém arrogante, vê sua vida sair completamente dos eixos ao ser confrontado por um estranho perfil em um chat. Como assim? Vamos aos acontecimentos do primeiro capítulo e daí deixo minhas impressões.

 


Clique aqui e acesse o site da série

São Paulo, 2003, em pleno inverno rigoroso. Um casal de moradores de rua se vê na situação infeliz comum a muitos brasileiros: após vir do Nordeste em busca de uma vida melhor, passa fome e lida com a dificuldade de alimentar o filho que carrega nos braços. Enquanto isso, no extremo oposto, Ricardo esbanja luxo e se diverte na festa de aniversário da filha de um grande empresário. Sem qualquer pudor ou senso de responsabilidade, beija uma garota; depois, transa com outra. Tudo isso com a garantia de poder fazer o que quiser por pertencer a uma das famílias mais poderosas da capital.

 


 

Após a festa, sai bêbado pelas ruas. Quase caindo em um lugar qualquer, recebe ajuda do morador de rua da primeira cena, a quem trata como um ser inferior, abjeto. Depois disso, volta para casa dirigindo o carro — mais um péssimo exemplo! O pai e a empregada, Leonardo e Jacira, tentam chamá-lo à razão em vão. Ricardo não tem forças sequer para estudar para a prova da faculdade que ocorrerá no dia seguinte. Ele perdeu o interesse nas coisas da vida desde que a mãe, Nathalia, faleceu. Apenas a tia Márcia consegue animá-lo um pouco, e assim ele decide estudar quando já está um pouco recuperado da bebedeira. 

Liga o computador, mas acaba se desviando das atividades para um chat. De repente, surge a figura do “Desbravador de Identidades”, um ser que passa a instigar Ricardo com informações íntimas e exclusivas sobre a vida dele e com ideias inusitadas sobre transar com pessoas do mesmo sexo. Quanto mais o jovem se revolta com as afirmações, mais preso fica à teia do interlocutor. E isso é tema para os próximos capítulos, então corra lá para a WebTV e acompanhe a novela, tá?

 


Como disse acima, Carlos Mota segue um estilo totalmente diferente do que apresentou em Flor-de-Cera. Agora, o texto se mostra mais realista, urbano, menos poético e até mais cruel em alguns trechos. O personagem central, Ricardo Médici, tem destaque em todo o capítulo e tem o caráter moldado e exibido aos poucos, até atingir o clímax da neurose na última cena. Os conflitos, os motivos, as expectativas, está tudo ali. O perfil fake, por sua vez, gera curiosidade a cada fala. Faz os leitores imaginarem quem estaria por trás de sua identidade: Leonardo? Jacira? Márcia? Alguma das garotas com quem ele se envolveu na festa? Quem se passaria por um homem interessado em uma relação homossexual com o protagonista ou em desmascará-lo de alguma forma e com que intenção? Falando em Jacira, o bordão é uma atração à parte: “É mesmo, Suzicreide????”, com as mãos na cintura e uma reboladinha. Imagino a atriz Solange Couto, “escalada” para a personagem, nessa hora (risos).

 


A cena em que Ricardo humilha aquele que lhe oferece ajuda por ser “socialmente inferior” é de cortar o coração de tanta raiva, e a forma com que ele se entrega ao fake do chat acaba servindo de catarse, de certa forma. São essas as melhores sequências do capítulo e deixam os leitores eletrizados e ávidos pelo que vem a seguir. 

O autor representa muito bem as falas dos personagens nordestinos, considerando a variação linguística, mas peca nos diálogos envolvendo os mais jovens. O despreocupado Ricardo parece falar de forma muito literária, formal, com raríssimas gírias, como se fosse um intelectual. Nem o elenco de Flor-de-Cera falava tão sofisticadamente. Já as descrições estão na medida certa e praticamente sem inadequações gramaticais. No geral, um trabalho que promete fazer sucesso como a novela anterior. Parabéns a Carlos Mota!

 

 

Espero que tenham gostado desta análise, queridos leitores. Aproveitem para ler O Desbravador de Identidades. No próximo mês, uma nova trama estará aqui no quadro Visão Crítica. Até a próxima!



TIVE QUE PESQUISAR BASTANTE SOBRE PONTOS HISTÓRICOS E GEOGRAFIA, diz JONNATHAN FREITAS

Ele é cearense, mora em Fortaleza, é advogado, podcaster, e se identifica como nerd antes mesmo de entender o que era. Jonnathan Freitas, sempre gostou de leitura, filmes, animes, séries, RPG, e conhecer mais da cultura pop. Decidiu voltar a narrar RPG por volta de 2015, o que desenvolveu o roteiro inicial para algumas aventuras do jogo de RPG "Mago a Ascenção" onde jogou com amigos e viu que poderia se tornar em uma série escrita. Assim, em 2020 escreveu a adaptação da aventura inicialmente chamada Tempus Edax Rerum (Tempo devorador de tudo) para a série CRÔNICAS DO DESPERTAR – Viagem no Tempo. Jonnathan, seja bem-vindo ao Diário do Autor.




JONNATHAN FREITAS: Obrigado, Gabo. É uma honra estar dando essa entrevista.

GABO: Jonnathan, a sua relação com a leitura e escrita tem ligação direta com o RPG? Como surgiu o interesse pela leitura e posteriormente a escrita?

JONNATHAN FREITAS: Tem uma grande ligação nessas séries que estou escrevendo. Mas o interesse da leitura começou a bastante tempo, desde o ensino fundamental quando a professorinha nos levava para a biblioteca.

Já a escrita começou na faculdade e com o curso de artes cênicas, onde escrevia  esquetes e peças teatrais.

Hoje escrevo contos e séries, além de resenhas e críticas de filmes para o site: EagoraCast.com.

GABO: Como surgiu a ideia de transformar a aventura do jogo de RPG na série Crônicas do Despertar - Viagem no Tempo?

JONNATHAN: Achei interessante e divertida a aventura quando jogamos. Os participantes me deram a dica dizendo: "Puxa, parece um filme. Deveria escrever isso."

E quando se passaram dois anos decidi postar em capítulos para o site. Depois postamos em grupo de Facebook e agora para a incrível WebTV.

GABO: Jonnathan, conta pra gente, como foi o processo de transformar o jogo numa obra virtual? Quais pontos positivos e negativos você destaca?

JONNATHAN: Foi bem animador. Já tinha o esqueleto do roteiro que tinha usado na aventura que joguei em grupo, então foi usar esse roteiro básico e ampliar com falas de personagens, descrever cenários e ampliar a construção de um ou outro personagem.

Acho que o ponto negativo foi a pressão do tempo, pois achei o intervalo de uma semana um pouco curto a princípio, pois ficava querendo escrever com o máximo de detalhes possível e ter que decidir entre algumas ideias de situações ou cenas de ação. Mas acabou dando certo, e o resto foram pontos positivos.

Escrever o que gosto, de algo que experienciei com amigos e que tem sido bem recebido por leitores e jogadores de RPG.

GABO: Na construção dos personagens, além dos jogos, você teve inspiração em você ou algum amigo para criar um personagem?

JONNATHAN: Os protagonistas da série são praticamente os mesmos personagens que foram criados pelos meus amigos que jogaram a aventura. Como um ou outro não são bons em interpretar ou criar personagens, acabavam por passar seus próprios valores, qualidades e defeitos para os personagens. Eles foram Boa parte da minha inspiração.

Sobre mim, não teve nenhum personagem inspirado em mim...rsrs.


Clique aqui e acesse o site

GABO: Crônicas do Despertar - Viagem no Tempo aborda o passado, presente e futuro, onde quatro magos conseguem viajar no tempo num automóvel do modelo DeLorean para impedir os planos do misterioso John Maktub. Partindo deste principio a série se desenvolve. Jonnathan, como foi explorar o passado, presente e futuro em busca de impedir os planos de John? A obra contou com muita pesquisa? Como foram os trabalhos internos?

JONNATHAN: Tive que pesquisar bastante sobre pontos históricos e geografia de regiões como Tiro, Normandia e outros locais. Além disso, o momento de cada personagem se fazer presente mostrando seus poderes e enfrentando vilões específicos requereu um certo esforço na descrição de eventos que até então não tinha me proposto a fazer.

Mas gostei bastante e compensou no final.

GABO: Fazendo uma análise geral da trama, qual foi o personagem que você mais gostou de escrever? 

JONNATHAN: Acho que gosto de escrever sobre todos, mas o mais divertido é escrever sobre Jack Harper, pois ele é o ponto fora da curva. É desbocado, usa gírias, maneirismos e faz as piadas do grupo. Acho bem divertido quebrar a tensão de uma cena com uma fala debochada do Jack...rsrs.

GABO: Agora vamos falar sobre trilha sonora e escolha dos artistas para interpretar os personagens. Quais foram os critérios para a seleção?

JONNATHAN: Acho que os atores foram escolhidos pela ligação deles com trabalhos anteriores de ficção e pelo talento deles.

Adoro os trabalho de Rodrigo Santoro, Seu Jorge e Lady Gaga.

Quanto a trilha sonora, gostei desde o primeiro momento que ouvi e depois quando vi que a WebTV tinha feito um trailer massa com ela, fiquei mais animado.

GABO: Com os trabalhos concluídos em Crônicas do Despertar - Viagem no Tempo, vem aí uma nova aventura: "Crônicas do Despertar - Pesadelo Raro". Os magos voltam a se reunir para resolver um fenômeno de pessoas com problemas de sono e acabam encontrando um homem misterioso preso numa redoma mágica. O que o público pode esperar da nova trama? Sem spoiler, conte algumas curiosidades para o público kkkkk?

JONNATHAN: Haha, fica difícil sem soltar spoiler, mas posso dizer que o público pode esperar novos personagens intrigantes e cenas de ação épicas em locais fantásticos.
Será uma série com mais que o dobro de capítulos e muita coisa vai rolar.

GABO: Em breve vamos descobrir o que vem por aí, aqui na tela da WebTV hehehe.

GABO: Jonnathan, como você descobriu o mundo das emissoras virtuais? Quais foram as suas primeiras impressões?

JONNATHAN: Conheci por meio de um post da WebTV no Facebook, então entrei no site e li o edital. Gostei muito da organização e trabalho de divulgação. A WebTV está de parabéns pelo bom trabalho.

GABO: Jonnathan, como é a experiência de narrar podcasts? Como surgiu a oportunidade, e qual foi o podcast que você mais gostou até o momento?

JONNATHAN: A mídia podcast é uma oportunidade de se expressar e propagar ideias.  Nos ajuda a aprender coisas novas e discutir com pessoas de pontos de vistas diferentes.

Amo ser host de podcast. Mas a oportunidade não surgiu, foi criada. Sempre com trabalho duro e muita cara de pau em pesquisar temas novos, mesmo sem ser especialista, e convidar pessoas.

Sobre o que mais gostei, não lembro. Foram muitos que amei gravar e espero continuar gravando por muitos anos.

Inclusive quero convidar você Gabo e a Zi para gravar um com a gente em breve.

GABO: Opaaa, convite aceito kkkkk

GABO: Quem é Jonnathan Freitas fora do Mundo Virtual?

JONNATHAN: Um cara comum, que ama sua família, Seu trabalho, e está sempre criando alguma coisa. Não gosto de ficar parado por muito tempo.

GABO: Jonnathan, agora vamos para o bate-bola. Preparado?

JONNATHAN: Vamos.

BATE-BOLA:

MUNDO VIRTUAL: POSSIBILIDADES 
LITERÁRIO: NOVOS HORIZONTES
ESCREVER: PAIXÃO
RPG: DIVERSÃO
PODCAST: CRESCIMENTO
CRÔNICAS DO DESPERTAR - VIAGEM NO TEMPO: AVENTURA E AMIZADE
JACK HARPER: ZUEIRA
DELOREAN: NOSTALGIA
FRASE: TUDO VALE A PENA QUANDO A ALMA NAO É PEQUENA
JONNATHAN POR JONNATHAN: SEMPRE EM BUSCA DE ALGO

GABO: Jonnathan, obrigado por participar do Diário do Autor. Fica o espaço para as considerações finais.

JONNATHAN: Queria agradecer pela oportunidade e calorosidade por ser recebido pela WebTV. É sempre bom estar juntando nosso trabalho com outros escritores e pessoas que amam divulgar literatura. Vida longa a WebTV.

GABO: Valeu, Jonnathan Freitas. O Boletim Virtual fica por aqui. Um beijo para todas as mães, neste dia especial. Uma ótima semana pra você e até o próximo episódioBoa noite, Mundo Virtual.




 editor-chefe
 
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Gabo
Hans Kaupfmann
Marcelo Delpkin
Ritinha

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Jonnathan Freitas

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