A MARCA DO PRIMOGÊNITO
FADE IN:
Tela Escura.
LETREIRO:
“E disse Caim a Abel, seu irmão, e sucedeu que, estando eles no campo, levantou-se Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.”
(Gênesis, 4:8)
FADE OUT
INÍCIO DO TEASER.
CENA 01. CAMPO ABERTO. DIA. EXT.
Legenda: 3900 anos a. C.
Vista panorâmica do amplo gramado verde. Em uma visão superior do ambiente, CAM destaca o corpo de dois homens. Um deitado no chão e outro ajoelhado ao lado deste. É possível ouvir em um tom baixo o choro do homem ajoelhado.
CAIM (v.o.)
Talvez vocês já tenham ouvido falar do primeiro assassino da história. Eu o conheço muito bem, porque este assassino sou eu! Após matar meu irmão, Deus pôs em mim uma marca que serviria como proteção. A barbaridade que eu fiz, poderia provocar revolta nas outras pessoas. No entanto, a fúria de uma mulher apaixonada tornou a benção em uma maldição. Foi neste momento onde todo o caos em minha vida e em meus descendentes começou.
CAM destaca o corpo de Abel (53 anos, estatura média, pardo) deitado no chão, ensanguentado. Caim (60 anos, cabelos grisalhos, estatura média, pardo), está ajoelhado ao lado do corpo, com os olhos cheios de lágrimas. Está arrependido. Pega a arma que usou para ceifar a vida do irmão, uma lança, e se levanta.
CAIM (triste)
Esteja ao lado do Senhor agora, meu irmão. (ao céu) E olhe por mim, na triste sina que terei que enfrentar.
Ouve passos vindo em sua direção, vira-se assustado. Segura firme a lança, em modo de ataque.
CAIM (assustado, tom alto)
Quem está aí?
A poucos passos dele, Serafine (50 anos, alta, branca, cabelos ruivos e longos) se aproxima. Seus olhos estão com uma mistura de tristeza e raiva.
SERAFINE (chora, raiva)
Como pode? Como pode tirar a vida do seu irmão dessa maneira? Como pode tirá-lo assim de mim? (tom alto) Eu o amava!
Sua ira aumenta, conforme se aproxima. Caim continua em modo de ataque, sem reconhecer a mulher vindo em sua direção.
CAIM (grita)
Quem é você? O que você quer?
As lágrimas de Serafine cessam. Ela limpa seu rosto e mantém apenas uma expressão de raiva.
SERAFINE (raiva)
O senhor é muito misericordioso por poupar a vida de um ser desprezível como você. (tom alto) Mas eu o amaldiçoo-o, Caim! A você e a toda sua descendência, até o fim dos tempos!
Conforme lança a maldição, Serafine retira de seu vestido um pequeno objeto cortante. Faz um ferimento em sua mão. Fecha o punho, forçando o sangue escorrer. Estende a mão em direção a Caim.
SERAFINE (raiva)
Que todos os seus primogênitos sintam a mesma dor que você está sentindo. Que toda a sua descendência reviva esse momento. Que todos tenham sangue inocente em suas mãos.
Diz algumas palavras em uma língua desconhecida. Caim está apavorado.
SERAFINE
Por meio desse sangue derramado, eu firmo minha maldição.
Em um ato inesperado, Serafine corta sua garganta com o objeto de sua mão. Cai no chão, agoniza até a morte. Caim fica sem reação ao ver aquilo. O céu escurece, ventos fortes sopram. Um poderoso estrondo se ouve vindo do céu. Um ferimento estranho começa a ser desenhado no antebraço esquerdo de Caim, o fazendo ajoelhar no chão. Caim grita de dor, conforme o desenho é feito em seu antebraço.
Ao término, Caim cai desacordado ao lado do corpo do irmão.
FIM DO TEASER
1x01 - PILOTO (SEASON PREMIERE)
CENA 02. RODOVIA. TARDE. EXT.
Legenda: Lawrence, Kansas. Agosto de 2015.
SONOPLASTIA: Bad Wolwes - Zombie
ÂNGULO ALTO em um motoqueiro que ultrapassa alguns veículos. CAM
aproxima-se do rapaz, destacando a sua Harley-Davidson Fat Boy. Ele usa uma
jaqueta preta e calça jeans apertada. O capacete é escuro, com o visor fechado,
dificultando a sua identidade. Ao ver um caminhão indo devagar a sua frente,
troca de marcha e o ultrapassa .
FIM DA SONOPLASTIA.
CENA 03. UNIVERSIDADE. CORREDOR. TARDE. INT.
SONOPLASTIA: Rich Girl - Gwen Stefani
Ayla (20 anos, alta, branca, cabelos pretos e longos) caminha empolgada,
com fones de ouvido e balança a cabeça acompanhando o ritmo da música.
FUSÃO PARA
CENA 04. UNIVERSIDADE. BIBLIOTECA. TARDE. INT.
Caíque (22 anos, pardo, barba por fazer, alto) está sentado em frente ao
computador. Ayla entra no mesmo ritmo dançante da cena anterior. Recebe olhares
de desaprovação de alguns alunos presentes. Ela calmamente, se aproxima de
Caíque e o venda com as mãos.
FIM DA SONOPLASTIA.
AYLA (feliz)
Acho que deu ruim pra alguém!
Caíque sorri ao reconhecer a voz dela. Ayla retira as mãos dos olhos
dele. Puxa a cadeira do computador ao lado, se senta. Tira os fones do ouvido e
olha para o namorado. Caíque continua mantendo sua atenção no monitor do
computador.
AYLA
Tá tão concentrado na internet que nem
olha pra mim. Tá stalkeando alguém?
CAÍQUE (concentrado)
Desculpe, amor. É que o professor
passou esse artigo de última hora e tenho que mandar uma síntese dele até o
final do dia.
AYLA
Aff, então foi por culpa desse trabalho
que você me deixou plantada na loja! Será que eu tenho que fazer um abaixo
assinado, para os teus professores pararem com esses trabalhos surpresas?!
(olha para o monitor) Quer ajuda?
CAÍQUE
Não, não precisa, obrigado. Estou
finalizando já.
AYLA
E seu irmão?
CAÍQUE
O que tem ele?
AYLA
Cay, você não disse que ele volta hoje
de viagem?
CAÍQUE
Disse. Mas você sabe como ele é! Duvido
nada ele pegar uma rota diferente e ficar mais um tempo sumido. Já tá sumido
tanto tempo de casa, que nem dou a mínima mais.
AYLA
Que pena, seria uma boa oportunidade de
finalmente conhecê-lo.
CAÍQUE
Engraçado que vamos completar cinco
meses de namoro e não apresentei você a ninguém da minha família?!
Ayla aproxima mais sua cadeira para perto de Caíque. Coloca seu braço ao
redor do pescoço dele.
AYLA
Também queria saber o motivo desse
mistério todo com a sua família. Você tem vergonha de mim? É isso?
CAÍQUE (ri)
Lógico que não, sua boba. É que minha
família é um pouco complicada. Meu irmão não é o único que gosta de fazer
viagens longas por aí. Meus pais são outros que somem e não avisam nada a
ninguém. Acho que eu sei pra quem o Alexandre puxou.
AYLA
Bem-vindo ao clube. Esqueceu que os
meus pais fazem isso também. (apoia a cabeça no ombro dele) Pelo menos, temos
um ao outro. (faz carinho no cabelo de Caíque) Estarei sempre ao seu lado, pro
que der e vier.
Caíque gosta do cafuné recebido de Ayla, sorri.
CENA 05. RUA. TARDE. EXT.
O motoqueiro da cena 02 estaciona sua moto em frente a um bar. Desce,
retira o capacete, revela seu rosto. Alexandre (29 anos, pardo, alto, barba,
corpo atlético) olha para o retrovisor da moto, verifica como está o cabelo. Na
sequência dá uma olhada ao redor e entra no bar.
CENA 06. BAR DO TALES. TARDE. INT.
Local vazio. Tales (25 anos, negro, estatura média) está no balcão,
passando pano no interior de alguns copos. Um sorriso cresce em seu rosto, ao
ver quem entra no estabelecimento.
TALES (feliz)
Olha só quem chegou. Quem é vivo sempre
aparece, não é meu amigo?
Vai para o outro lado do balcão, abraça Alexandre.
TALES
Então? Como foi a busca? Encontrou a
bruxa?
Volta para trás do balcão. Pega um pequeno copo e uma garrafa de bebida
da prateleira ao fundo. O enche e coloca a frente de Alexandre, que se senta em
um banquinho.
ALEXANDRE (um pouco decepcionado)
Nada. Mais uma pista falsa. Parece que
o demônio não fazia parte do grupo da bruxa. Dá pra acreditar nisso? Ao menos
mergulhei a cara dele em um vaso de banheiro público. (ri)
Vira de uma só vez seu copo, na sequência o empurra em direção do amigo,
para enchê-lo novamente.
TALES
A estaca zero, então?!
ALEXANDRE
O jeito agora é revisar o livro, atrás
de novas pistas. O pior, é que em cada época, essa bruxa assume uma forma
diferente. Em um momento ela é jovem, em outro é velha. Bruxa desgraçada.
Vira de uma só vez outro copo de bebida. Com o copo vazio, o empurra em
direção a Tales, para enchê-lo mais uma vez.
TALES
Pretende ver seu irmão?
A expressão no rosto de Alexandre muda, fica sombria. Não responde à
pergunta, Tales muda de assunto. Alexandre vira novamente seu copo de uma só
vez.
TALES
Sua tia veio aqui hoje.
ALEXANDRE
Possivelmente sentiu que eu estava
chegando.
TALES
Exatamente.
ALEXANDRE
Espero que ela tenha guardado o livro.
TALES
E você acha que sua tia é mulher de não
cuidar das coisas?
ALEXANDRE (sorri)
Acho que vou passar lá. (suaviza o
rosto) A clientela aqui tá boa, hein. (repara o bar vazio)
Tales se apoia sobre o balcão, observa o espaço com um leve sorriso no
rosto.
TALES
Esse bar já viveu os tempos dourados
dele.
ALEXANDRE
Isso quando era a época do seu pai,
né?!
TALES (ri)
Sim. Pensei que iria continuar com o
legado dele, mas tô vendo que não levo jeito pra isso.
Pega o pano em seu ombro, passa sobre o balcão. Dois caras mal-encarados
(aparentemente 30 anos, fortes) entram no bar. Ambos caminham até o balcão,
sentam-se um em cada lado de Alexandre.
TALES
Opa, amigos. O que vão beber?
NERO (a Alexandre)
Pensou que ia fazer aquilo tudo que fez
com o nosso irmão e iria sair ileso?
Alexandre sorri, percebe que a encrenca é com ele. Vira-se para Nero.
ALEXANDRE
Olha... acabei de fazer uma viagem
longa, não quero confusão, está bem?! Se vocês quiserem marcar um outro dia
para eu chutar a bunda de vocês, na Quarta eu estou livre. (sorri)
JAKE
Escuta aqui filho da mãe...
Segura a jaqueta de Alexandre, o puxa para cima, o fazendo ficar em pé.
Alexandre o encara sem expressar medo nenhum.
JAKE
Eu tô nem aí, pra essa maldição entre
você e seu irmão. Por mim, não importa quem vai matar quem. Se você acha que
tem o direito de entrar no nosso território, matar um dos nossos e sair como se
nada tivesse acontecido, você está enganado.
NERO
Estamos fora dessa briguinha de vocês,
entendeu? Não seguimos a bruxa. Não fazemos parte dos cãezinhos de coleira
dela. (fica em pé) É por isso, que não damos a mínima de te deixar vivo ou não.
(seus olhos ficam vermelhos)
ALEXANDRE
Engraçado... foi a mesma conversinha
fiada que o amiguinho de vocês contou pra cima de mim, antes de cortar a
garganta dele, acredita nisso? (ri) Mas sabe como é?! Demônios não são
criaturas confiáveis. Então não podia deixá-lo vivo.
Neste instante, Alexandre dá um soco em Jake, que o leva ao chão. Nero
vai para cima dele e os dois iniciam uma luta corporal. Tales imediatamente
retira uma arma debaixo do balcão e aponta para Jake, que se levanta após o
soco recebido.
TALES
Paradinho aí amigo.
Jake sorri e com um gesto de mãos, joga Tales contra a prateleira de
bebidas ao fundo, que cai no chão, desmaiado. Alexandre joga Nero sobre uma
mesa e lhe dá dois socos na cara. Olha para o bar e vê o que houve com o amigo.
ALEXANDRE (grita)
Tales! Você está bem?
Tales não responde. Alexandre rapidamente retira uma faca de sua cintura
e enfia no peito de Nero. Seus olhos pegam fogo, junto com um grito
demoníaco.
JAKE (furioso)
Seu desgraçado!
Usa seu poder novamente e joga Alexandre contra parede. A faca que
Alexandre segura cai longe dele. Tales continua caído no chão. Desperta
sentindo dores nas costas. Jake caminha até Alexandre, que levanta
devagar.
JAKE
Você matou dois dos meus irmãos. Então
você vai receber o mesmo fim que eles.
Fecha o punho da mão direita em direção a Alexandre, que começa a sentir
seus órgãos sendo esmagados por dentro.
JAKE
Eu não vou te dar o prazer de uma morte
rápida. Você vai sofrer até o último momento.
Pressiona com mais força o punho, provocando mais dor em Alexandre.
ALEXANDRE (agoniza)
Você não vai me matar. Ela não vai
deixar isso acontecer.
JAKE
Não faço parte dos seguidores dela.
Então, sua morte pra mim não faz diferença alguma.
Pressiona mais forte o punho, Alexandre se ajoelha no chão, sente seu
interior sendo moído.
ALEXANDRE (sofrendo)
Se fizer isso, fará uma grande inimiga.
Tales fica de pé rapidamente e dá um tiro no ombro direito de Jake, que
cai no chão. Imediatamente Alexandre é libertado da tortura.
ALEXANDRE (aliviado)
Pensei que fosse meu fim.
Tales corre até o amigo, o ajuda a levantar.
TALES (preocupado)
Tudo bem com você?
ALEXANDRE
Estou sim. Valeu por ter atirado bem na
hora.
TALES
Ainda bem que vi a arma do meu
lado.
Os dois vão até Jake, se contorcendo de dores no ombro.
ALEXANDRE
Tá doendo muito aí, amigo? É uma bala
marcada com a armadilha do demônio. Além de te deixar sem poderes (se agacha)
provoca uma dor imaginável em você.
JAKE (furioso)
Desgraçados! Eu vou matar vocês. Eu vou
matar todos vocês.
TALES
O que você pretende fazer com ele?
ALEXANDRE (se levanta)
Pensei em matá-lo, mas quero entender
essa história dele não estar junto com a bruxa. Vou levá-lo para dar uma
voltinha comigo.
Sorri, enquanto observam Jake sofrendo de dor no chão.
CENA 07. CASA DE AYLA. SALA. TARDE. INT.
Caíque e Ayla trocam beijos ao lado da porta. Ele está com a mão na
maçaneta, com a intenção de girá-la.
AYLA (aos beijos)
Fica mais um pouquinho, por favor?
CAÍQUE (aos beijos)
Eu bem que gostaria. Mas tenho que ir.
Preciso enviar o trabalho para o professor.
Ayla encerra a troca de beijos, se afasta um pouco chateada.
AYLA
Você às vezes é certinho demais,
sabia?!
CAÍQUE (ri)
Eu prometo que à noite, eu faço uma
programação bem bacana pra você.
AYLA (sorri)
Olha que vou ficar esperando, hein. (o
beija)
CAÍQUE (ri)
Pode confiar.
Ele gira a maçaneta, abre a porta. Os dois trocam os últimos beijos,
Caíque sai em seguida. Ayla fecha a porta, se encosta na parede, lança olhares
apaixonados para o teto.
CENA 08. RUA. TARDE. EXT.
Caíque caminha pela calçada, troca mensagens no celular. Na rua, em
direção oposta, vem o carro de Tales que para em frente ao sinal. Alexandre
está no banco do passageiro, ao lado de Jake, que continua perdendo sangue e
sentindo dor. Caíque atravessa a rua junto com algumas pessoas. Alexandre,
mesmo no banco de trás, vê o irmão e sente vontade de chamá-lo ali mesmo.
Tales, pelo retrovisor, vê a reação do amigo. Não decide questionar, o sinal
abre e ele segue o caminho.
CENA 09. CASA DE DOMENI. SALA. TARDE. INT.
Alexandre entra com Jake apoiado em seu ombro. Domeni (49 anos, branca,
alta, cabelos castanhos escuros) se assusta com aquela cena, principalmente por
ver o homem sangrando muito.
DOMENI (assustada)
Alexandre?! O que significa isso?
ALEXANDRE (direto)
Ele é um demônio. Vou levá-lo para o
porão.
Segue o caminho até a cozinha, Domeni vai logo atrás.
CENA 10. CASA DE DOMENI. COZINHA. TARDE. INT.
Domeni e Alexandre estão na cozinha. Mesmo um pouco sujo de sangue,
Alexandre devora um grande pedaço de torta. Sua tia o observa, feliz. Alexandre
está sem sua jaqueta. Com os braços descobertos, revela-se uma marca em seu
antebraço esquerdo. A mesma marca que foi desenhada no antebraço de Caim,
mostrado na cena 01.
DOMENI
Vai com calma, viu. Tem muito mais
torta de onde veio esse pedaço aí.
ALEXANDRE
Foi mal, tia. (de boca cheia) É que
foram longas semanas sem as tortas maravilhosas da senhora. Nenhum hambúrguer
de esquina se compara com isso aqui.
DOMENI (sorri)
Falou com o seu irmão?
ALEXANDRE (desacelera)
Não. E não quero que ele saiba que
estou na cidade.
DOMENI
Já é a quinta vez que você retorna e
não fala com ele. Vocês vão ficar sem se ver pra sempre agora, é?
ALEXANDRE
Se for preciso, sim. Quanto menos a
gente tiver contato, mais chance da maldição não se repetir. A senhora sabe
muito bem disso.
DOMENI
E a bruxa? A pista era falsa?
ALEXANDRE
Era. A maldita consegue esconder bem
seu rastro. Segui a pista que o papai conseguiu, mas foi furada. Por falar no
papai, ele e a mamãe descobriram mais alguma coisa?
DOMENI
Na última vez que conversei com sua
mãe, eles estavam investigando um grupo de bruxas em Midland, Texas.
ALEXANDRE
Como assim na última vez?
DOMENI
Seus pais saíram em uma caçada, tem
algumas semanas já. Recebi um email da sua mãe com algumas informações desse
grupo de bruxas, mas até então, Serafine não estava entre elas.
ALEXANDRE
E porque eles não voltaram pra casa
ainda?
DOMENI
Você conhece seus pais. Desde que
descobriram sobre a marca que surgiu no seu braço, o que eles mais querem é
colocar um ponto final nessa história.
ALEXANDRE
O que não é uma tarefa fácil. Porque já
não bastasse correr atrás de uma bruxa que parece um camaleão, troca de pele a
todo momento, tem esses seres sobrenaturais que aparecem no caminho para
bagunçar tudo.
DOMENI
E esse homem aí que você trouxe? (corta
outro pedaço de torta) É um dos demônios dela?
Coloca o pedaço retirado no prato do sobrinho. Alexandre come com mais
calma dessa vez.
ALEXANDRE
Não, não é. Segundo o que ele me disse,
parece que ele e outros não seguem os mandados de Serafine.
DOMENI
Isso eu esperava. Essa mulher não pode
ter todo o inferno aos pés dela. E o que você pretende fazer com ele?
ALEXANDRE
Interrogá-lo. Saber se tem mais deles
por aí. (brinca) Quem sabe não consigo alguns aliados. (ri)
DOMENI
Um demônio aliado? Difícil, hein.
O celular de Domeni toca. Ela o retira do bolso de sua calça e repara na
notificação que chegou.
DOMENI
É o seu irmão! Ele está perguntando se você chegou!
Alexandre não responde, continua comendo o pedaço de torta.
DOMENI
Você realmente não quer ver ele?
ALEXANDRE (sério)
Não.
DOMENI
Ok. (digita, envia a mensagem e coloca
o celular ao lado) Ver vocês dois assim afastados, me aperta o coração. Não
vejo a hora dessa história toda chegar ao fim.
ALEXANDRE
Deixa Caíque viver a vida dele longe
disso. Alguém da família precisa ter uma vida normal nessa história.
DOMENI
Enquanto você come aí, vou cuidar dos
ferimentos do nosso convidado.
Se levanta, Alexandre ligeiramente segura o braço dela.
ALEXANDRE
Não precisa se preocupar com ele, tia.
Ele é um demônio. Não vai deixar a casca dele morrer assim facilmente.
DOMENI
Mas ele está sangrando muito, se não
estancar.../
ALEXANDRE (sério)
Ele não vai morrer! Daqui a pouco vou
lá bater um papinho com ele.
Domeni senta-se novamente. O corpo de Alexandre se suaviza, volta a
comer.
CENA 11. CASA DE DOMENI. QUARTO DE ALEXANDRE. NOITE. INT.
Após tomar banho e trocar de roupa, Alexandre está sentado na cama, com
um grande livro de capa marrom em suas pernas. Folheia algumas páginas, observa
várias figuras e palavras em uma língua estranha. Se atenta a algumas
traduções.
CENA 12. RUA. NOITE. EXT.
Caíque e Ayla caminham de mãos dadas, bem juntinhos.
AYLA (feliz)
Adorei a nossa programação. (no ouvido
dele) Vamos terminar lá em casa?
CAÍQUE (ri)
Seus pais estão viajando ainda?
AYLA
Sabe que eu só os vejo a cada dois
meses? Aqueles ali, parecem que nem casa tem. Muito menos uma filha.
CAÍQUE
Tudo bem, eu durmo com você hoje.
Os dois trocam beijos. Passam em frente ao bar de Tales. Caíque observa
o lugar, para de andar.
AYLA
O que foi? (solta a mão dele) Por que
parou?
CAÍQUE
Será que o Tales tem alguma informação
sobre o meu irmão?
Olha para os dois lados, atravessa a rua. Ayla o observa, sem entender o
motivo dele ter ido lá. Caíque entra no bar.
CENA 13. CASA DE DOMENI. QUARTO DE HÓSPEDES. NOITE. INT.
Alexandre fecha o livro com força e o joga na parede enfurecido. Chega
uma mensagem em seu celular. Ele o pega ao lado do travesseiro.
TALES (mensagem)
“Preciso da sua ajuda. Dois demônios
entraram em meu bar e querem me matar. Corre!!!”
Alexandre pula rapidamente da cama. Caminha até uma mesa ao fundo do
cômodo. Pega sua arma, a coloca em sua cintura. Saí apressado do quarto.
CENA 14. BAR DO TALES. NOITE. INT.
O bar está todo revirado. Mesas, cadeiras, garrafas, tudo está
bagunçado. O corpo de Tales está jogado sobre o balcão, desacordado. Um rastro
de sangue escorre de onde ele está. Um cara (aproximadamente 30 anos, alto)
está com o braço ao redor do pescoço de Caíque. O sufoca, ao mesmo tempo que o
obriga a ver Ayla ajoelhada no chão. Ela está com uma faca em seu pescoço,
sendo segurada pelos cabelos, por outro cara (aproximadamente 30 anos, alto,
forte).
HOMEM 01
E aí? (aperta o pescoço de Caíque) Já
viu seu amiguinho morrer. Agora vai ver a namoradinha. (ri)
AYLA (chora)
Por favor, moço. Não me mata. Deixa a
gente ir embora.
CAÍQUE (apavorado)
Por favor, libera ela. Se quiserem
podem me matar, mas por favor, não façam nada com ela. Deixem ela ir.
O homem 02 passa lentamente a ponta da faca na bochecha de Ayla, isso só
a deixa cada vez mais apavorada.
HOMEM 02
Dá até uma pena ter que acabar com uma
garota tão bonita assim.
HOMEM 01
Quem mandou vocês entrarem no lugar e
na hora errada? Viram o nosso rosto, temos que acabar com vocês agora.
CAÍQUE (desesperado)
Por favor, cara. A gente não vai dizer
nada. Nunca entramos aqui, a gente nunca viu vocês.
HOMEM 01
Lamento, amigo... agora é tarde pra
vocês. Anda, corta a garganta da bonitinha aí. Quero ver o rapazinho aqui
sofrer.
O homem 02 puxa forte o cabelo de Ayla para trás. Ela ergue a cabeça,
chora desesperada ao sentir a faca em sua garganta.
HOMEM 02
Adeus, bonitinha!
Sorri, se prepara para cortar a garganta dela. Nesse momento, Alexandre
entra no bar e num tiro só, acerta no meio da cabeça do homem 02. Os olhos do
homem brilham em uma coloração vermelha. O homem cai no chão, morto. Ayla grita
e se abaixa desesperada. Se esconde atrás de uma mesa. O homem que segura o
pescoço de Caíque, vira-se rapidamente para a entrada do bar. Sorri ao ver
Alexandre.
HOMEM 01 (sorri)
Olha só quem chegou para a festa.
Seus olhos ficam vermelhos por um momento. Caíque fica surpreso ao ver o
irmão ali.
CAÍQUE (surpreso)
Alex?
ALEXANDRE (sério)
Solta ele, agora!
HOMEM 01
Eu não.
Aperta mais o pescoço de Caíque. Alinha o seu corpo com o dele, o
tornando seu escudo.
HOMEM 01
Se você quiser tirar seu irmãozinho
daqui, você terá que atirar.
Sorri, coloca o rosto de Caíque em frente ao seu.
HOMEM 01
Cuidado apenas para não errar o tiro.
Você não quer matar seu irmãozinho, quer?
Alexandre continua sério. Mantém firme a arma erguida em direção ao
irmão e ao demônio.
HOMEM 01 (sorri)
Então... vai atirar ou perdeu a
coragem?
ALEXANDRE (sério)
Eu sei que você não irá matá-lo. Não é
isso que ela quer.
CAÍQUE
Quando você voltou?
ALEXANDRE
Esse não é o momento para conversarmos,
Caíque.
CAÍQUE
Você iria embora de novo, sem falar
comigo?
ALEXANDRE (tom alto, nervoso)
Depois a gente conversa, agora fica
calado.
HOMEM 01
Hehe, o papinho dos irmãos está ficando
interessante.
CAÍQUE
Você podia ter ligado, mandado
mensagem. Qualquer outra coisa. E não ter sumido por meses, sem mandar notícia
alguma. Tá parecendo o pai e a mãe que viajaram e não dão notícias há semanas.
Não faço ideia de onde estão. Devem ter aprendido contigo, a sumir e não avisar
ninguém.
HOMEM 01 (ironiza)
Seu irmãozinho tem razão. Foi muito
feio o que você fez, Alex.
ALEXANDRE
Foi? Solta meu irmão que você vai ver o
quão feio vou deixar tua cara.
HOMEM 01 (sarcasmo)
Uh, tá irritadinho. Se tivesse coragem
mesmo, já teria atirado.
O demônio não abre brecha para atirar. Alexandre está tenso.
HOMEM 01 (provoca)
Anda, Alex. Atira, vai. (grita) Atira!
Neste instante, Ayla aparece logo atrás com uma garrafa de bebida nas
mãos. Quebra a garrafa na cabeça do homem 01, o fazendo soltar Caíque.
Alexandre aproveita a oportunidade e atira na cabeça do demônio. O corpo do
homem cai na hora, morto. Ayla abraça Caíque, em desespero.
AYLA (chora)
Que bom que você está bem! Estava com
tanto medo.
CAÍQUE
Está tudo bem. (a tranquiliza) Você me
salvou.
Beija a testa dela, olha para o irmão. Alexandre fica curioso com a
relação do irmão com a garota. Mas decide não questionar.
CAÍQUE (tom alto)
Você viu o que fez? Você matou dois
caras. Porque você fez isso? Não tô te reconhecendo, irmão. O que tá
acontecendo?
ALEXANDRE
Foi necessário.
CAÍQUE
Necessário? (tom alto) Você é um
assassino agora?
ALEXANDRE
É uma longa história, Caíque.
CAÍQUE
Acho que precisamos conversar.
ALEXANDRE
Eu não posso ficar aqui.
Alexandre sai do bar apressado. Caíque o segue. Ayla fica parada,
observa os corpos dos homens mortos no chão.
CENA 15. RUA. NOITE. EXT.
SONOPLASTIA: Brothers - Needtobreathe feat Gavin DeGraw.
Alexandre pega seu capacete e rapidamente sobe na moto. Caíque o
alcança, segura o braço dele.
CAÍQUE (preocupado)
O que está acontecendo, irmão? Por que
você fica fugindo assim? Como se quisesse ficar longe da sua família?
Alexandre o observa, pensativo. Ele coloca o capacete, liga a moto.
CAÍQUE
Então é isso? (solta o braço dele)
Chega na cidade, não procura a família. Mata dois homens e vai embora. Esse é
você de verdade, meu irmão?
Alexandre continua em silêncio. Sobe o protetor do capacete.
ALEXANDRE (firme)
Isso tudo é para te proteger! Volte
para a sua garota. Ela deve estar precisando de você.
Abaixa a proteção, acelera em sua moto. Caíque fica parado em meio a
calçada, observa o irmão partir novamente.
CENA 16. BAR DO TALES. NOITE. INT.
SONOPLASTIA: Apocalyptica - Nothing Else Matters.
Caíque volta ao bar e encontra Ayla ajoelhada de costas para ele, ao
lado do corpo do homem 01. Ele se aproxima, ela se levanta e o abraça com
força.
AYLA (aliviada)
Que susto, achei que o pior iria acontecer.
CAÍQUE
Ainda não acredito que meu irmão matou
duas pessoas.
AYLA
Ainda bem que ele chegou na hora, antes
daquele gigante cortar minha garganta.
CAÍQUE
Você não percebeu algo estranho?
AYLA
Estranho? (sem entender) Como o que?
CAÍQUE
Os olhos dele/
AYLA
O que tinha os olhos dele?
CAÍQUE
Estavam queimando. Ao menos eu tive a
sensação de vê-los queimando.
AYLA
Acho que você tá delirando. Eu não vi
nada disso.
Caíque se aproxima do corpo do homem 01 caído no chão. Vê uma bala no chão,
a alcança e observa atentamente.
CAÍQUE
Essa bala/
AYLA
O que tem?
CAÍQUE
Esse símbolo? Porque um símbolo desse
numa bala?
Ayla se aproxima.
AYLA
Deixa de onda, não é nada demais. Vamos
chamar a polícia e deixar que eles resolvam tudo isso.
Caíque guarda a bala no bolso. Tales grita de dor.
AYLA (assustada)
Oh my god, achei que o homem tava
morto!
Caíque se aproxima de Tales, o ajuda.
CAÍQUE (preocupado)
Você está bem, Tales?
TALES (atordoado)
Vou ficar. (olha ao redor) O que aconteceu
aqui? (é ajudado por Caíque a ficar em pé) Onde estão aqueles caras?
AYLA
Um está aqui mortinho. (aponta para o
corpo do homem a poucos metros dela) O outro está morto ali atrás.
TALES
Quem fez isso?
CAÍQUE
Meu irmão. Ele entrou aqui do nada e
atirou neles. Você sabia que ele voltou?
Tales não responde. Se sente melhor, se afasta de Tales indo até o corpo
do homem apontado por Ayla.
CAÍQUE
Não se preocupe, vamos ajudar você a
arrumar tudo isso. (pega o celular do bolso da calça) Primeiro, precisamos
ligar pra polícia e para a ambulância, pra levar esses corpos.
Tales vira-se para Caíque, se aproxima dele.
TALES
Não precisa. Pode deixar que eu mesmo
ligo.
CAÍQUE
Mas eu já estou ligando. (coloca o
celular no ouvido)
Tales pega o celular da mão de Caíque e encerra a ligação.
TALES
Eu cuido disso. Acho melhor vocês irem.
Eu resolvo essa bagunça.
AYLA
Aceita o que ela está dizendo, Cay.
Vamos sair daqui. Estou apavorada com esse local. (se aproxima de Caíque) Só
quero ir pra casa, tomar um banho e esquecer esse momento pavoroso que passei,
com aquela faca perto da minha garganta. (coloca seus braços ao redor de
Caíque) Vamos embora, vai?! O carinha que voltou a vida, não disse que resolve
tudo? Então, pronto! Vamos, quero ir pra casa.
CAÍQUE
Você tem certeza que não quer nossa
ajuda?
TALES
Tenho. (entrega o celular de Caíque) Eu
limpo tudo aqui.
Caíque e Tales se entreolham por alguns segundos. Ayla segura na mão de
Caíque e o puxa em direção a saída. Ambos vão embora. Sozinho, Tales observa o
ambiente com uma expressão séria no rosto.
CENA 18. TERRENO ABANDONADO. NOITE. EXT.
Tales está cavando uma cova. Há dois corpos enrolados por lençóis
brancos ao lado da cova. Após um tempo, Tales sai do buraco que cavou, empurra
os corpos e parece exausto.
TALES (cansado)
Você está me devendo uma, Alex.
Pega um frasco com álcool, joga sobre os corpos, acende um fósforo e
observa os corpos queimarem. CAM vai se afastando, enquanto Tales observa os
corpos queimarem.
CENA 19. CASA DE DOMENI. PORÃO. NOITE. INT.
Alexandre entra enfurecido no porão da casa de sua tia. Um espaço amplo,
iluminado por uma lâmpada localizada no centro do ambiente. No teto, uma
gravura de uma estrela dentro de um círculo, com alguns símbolos estranhos. Nas
paredes mais gravuras e símbolos. Ao redor da sala, prateleiras com livros e
frascos com conteúdos desconhecidos. Jake está com os braços e pés amarrados a
uma cadeira. Ele desperta e repara o estado furioso de Alexandre vindo em sua
direção. Arregala os olhos ao vê-lo segurando uma faca do demônio.
JAKE (apavorado)
Cara, o que você vai fazer? Não faz
isso. Vamos conversar.
ALEXANDRE (sério)
Eu só vou perguntar uma única vez.
(toca no ombro de Jake, no local do tiro, pressiona forte).
JAKE (grita)
Calma, cara.
ALEXANDRE
Como faço para encontrar mais de seus
amiguinhos? (coloca a faca na garganta de Jake).
Jake olha para o teto.
ALEXANDRE
Conhece esse símbolo?
JAKE
Eu já estou preso aqui. Não precisa
dessa agressividade toda.
ALEXANDRE
É a armadilha do demônio. Por mais que
eu te solte, você não vai conseguir escapar. (pressiona a faca contra a
garganta de Jake) E essa faca aqui, ela mata demônios. Então abre logo essa
boca e me fala...
Jake o encara. Alexandre faz um pequeno corte na garganta de Jake,
queima o local ferido.
JAKE
Pode me matar se quiser. Mas não vou
entregar meus irmãos.
Alexandre faz um corte no braço de Jake, que grita de dor.
ALEXANDRE (furioso)
Anda logo, demônio dos infernos. Eu
posso passar a noite inteira brincando de açougueiro com o seu corpo.
Jake permanece em silêncio. Alexandre pega a faca e corta um dedo de
Jake.
JAKE (grita, furioso)
Filho da puta.
Alexandre acerta um soco no rosto de Jake.
ALEXANDRE
Você tem nove chances para abrir a
boca. (coloca a faca no dedo seguinte).
JAKE (desesperado)
Calma, cara. A gente não segue,
Serafine. Somos leais a outra pessoa.
ALEXANDRE (sério)
A quem?
JAKE
Não podemos contar quem é. Mas logo
vocês irão se conhecer.
ALEXANDRE
Como assim? Quero o nome dessa pessoa
agora!
JAKE
Já falei demais.
ALEXANDRE
Então é assim?
JAKE
Sim, se quiser me mate, mas não falo mais nada. A sua tortura não se compara em
nada, com o que ele fará comigo se eu o trair.
ALEXANDRE
Sendo assim!
Furioso, Alexandre enfia a faca no peito de Jake.
ALEXANDRE
Eu vou tirar essa história sozinho.
Como sempre faço.
CORTA PARA
CENA 20. SEQUÊNCIA DE CENAS.
1. Alexandre pega o livro, empurra o criado-mudo, retira um pedaço de
madeira do chão e esconde o livro dentro de um fundo falso.
2. Alexandre coloca roupas dentro de uma mochila e saí do quarto.
3. Domeni entra no quarto e não encontra Alexandre.
4. Alexandre sobe na moto e vai embora.
5. Domeni caminha até a cama e vê uma camisa suja do sobrinho. Ao
pegá-la, tem um breve pressentimento. Seus olhos se fecham e ela vê Caíque
observando a bala.
DOMENI
Por mais que você queira, Alexandre,
Serafine fará questão de juntar vocês dois. (abre os olhos, observa a camisa do
sobrinho)
CENA 21. CASA DA AYLA. QUARTO. NOITE. INT.
Caíque está com o notebook sobre uma almofada em suas pernas. A bala que
ele pegou horas atrás está na escrivaninha ao lado. Ayla entra no quarto,
enxugando os cabelos. Ela repara a bala na escrivaninha.
AYLA
Não acredito que você trouxe a bala?
CAÍQUE
Peguei lá no bar. Olha só o símbolo
nela.
Ayla se aproxima do namorado.
AYLA
É um símbolo estranho, Cay. Mas não
vejo nada demais nisso.
CAÍQUE
Eu dê uma pesquisada na internet, veja
só o que eu encontrei.
Mostra sua pesquisa para Ayla. Uma imagem destacada, com o mesmo desenho
e um título ao lado.
CAÍQUE (lê, sério)
Armadilha do diabo!
CAM foca no rosto de Caíque.
FIM DA SONOPLASTIA.
série escrita por
Anderson Silva
Gabo Olsen
Marcos Vinicius
elenco
Chirs Wood...................................Alexandre
Matt Dallas.....................................Caíque
Danielle Campbell.................................Ayla
Lauren Graham...................................Domeni
Khylin Rhambo....................................Tales
participação especial
Ruth Connell..................................Serafine
Jeffrey Dean Morgan...............................Caim
Ryan Kelley.......................................Nero
Scott Adkint......................................Jake
Alain Chanoine................................Homem 01
Alex Meraz....................................Homem 02
música
BAD WOLWES - ZOMBIE
RICH GIRL - GWEN STEFANI
BROTHERS - NEEDTOBREATHE FEAT GAVIN DEGRAW
APOCALYPTICA - NOTHING ELSE MATTERS
CRISTINA RAVELA
REALIZAÇÃO
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