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Cine Virtual: As Flores. Deusas?

Conto de Rossidê Rodrigues Machado
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Sinopse: As Flores. Deusas? É uma inspiração literária em prosa que enaltece as flores nas suas formas, nuanças e seu perfume, que irradiam e exalam nos momentos de alegria e também no de lágrimas. Presentes no campo, nos jardins públicos e privados, nos lares...  Amar, apreciar as flores é o reflexo de que também prezamos e amamos a nós mesmos.


As Flores. Deusas?
de Rossidê Rodrigues Machado


              As flores me encantam! Desde a minha infância tenho atração, fascínio pelas flores. Elas me cativam, prendem a minha atenção. Fico procurando uma resposta para expressão de tanta beleza, delicadeza. Não importa a espécie, seu aspecto, suas nuanças, todas desabrocham evidenciando sua formosura, o seu esplendor. Deusas?

               Nos jardins das praças nas áreas urbanas, suas flores emanam ao ambiente um charme, um aconchego, um magnetismo...  As pessoas de qualquer idade se sentem num espaço especial, incomum! Sentar no banco ali próximo, caminhar lentamente pela calçada, circular admirando e clicando os canteiros; os casais enamorados deslumbrados, inspirados, de mãos dadas e em passos lentos.

               Tudo florido, colorido, perfumado, e traz calma, prazer psíquico energizando o coração. A cidade que prioriza cenários floridos proporcionam à sua população mais alegria e bem-estar. Um povo feliz é sinônimo de menos hospitais, menos farmácias, menos psiquiatras. Contemplar e amar as flores talvez seja o ponto de partida para descobrimos a beleza, o sentido da vida.  

           O campo florido, com suas flores naturais e singelas, faz da natureza uma aquarela, mas a estação das flores vem trazer a magnitude da beleza, da graça, uma poesia multicor, que nos inspira palavras coloridas, mágicas, um arco-íris que enobrece a paisagem; uma festa que tem como um dos convidados o beija-flor, que com carinho contempla as flores com o seu doce beijo de néctar, e com as suas asas um caloroso abraço, júbilo, exultação. É sempre um show das cores, uma harmonia natural, não há quem não admire o momento em que o Criador pincelou o mais sublime da criação: a flor.

                    Uma flor solitária numa jarra, exibindo a sua vivacidade, serena, tranquila! O mundo é seu, e não se abdica de sua majestade, ali só, mas enaltecida, admirada, exercendo o seu papel: deixar o espaço mais natural, poético; sua singeleza exalando vida, sua magia conquistando olhares e aplausos. A flor, a sua beleza é o sorriso da natureza!

                  Quanta admiração! Alguém fitar em um painel e se deparar com uma obra de arte, ali inspirada uma floreira, um ramalhete pulsando glamour, primor; traços que vibram, flores que a arte lhe concretizou a forma mais bela, sublime, parecem esculpidas pelas mãos daquele que traçou com mínimos detalhes a criação, e as flores contemplou com a primazia da natureza, a beleza expressa naquela obra em que retrata um pouquinho a habilidade das mãos de Deus. As flores têm tanto para nos falar, não com palavras, mas pelo seu significado.

                Quando alguém se dirige à casa de Deus para uma visita, uma missa, núpcias, uma data religiosa, ao entrar depara-se com delicados e graciosos arranjos de flores que enobrecem o templo, o altar. As cores são alternadas conforme a alusão da cerimônia, não há como classificá-las de mais ou menos belas, é um conjunto que se harmoniza e dá o tom. São flores cultivadas que recebem um cuidado exclusivo, que as deixa ainda mais atraentes, mais sublimes, e que nos levam a acreditar no zelo que o criador dispensa à terra, o seu carinho para com esse planeta, que o contemplou não apenas com os seres inanimados, mas também o promoveu com o sopro da vida à criação, à flor. As flores são como tesouros escondidos, e somente a sensibilidade consegue descobrir.

           O instante que deixa a adolescente e debutante emocionada, sem fôlego, até em lágrimas, ao revelar o seu sonho e se ver naquele salão todo ornamentado com flores naturais exalando sua fragrância, sua essência, em graciosos e delicados ramalhetes com a cor do momento, jubilando esta que aos 15 anos de idade, exibe um longo vestido rosa, e no cabelo, um botão de flores de ceda, de cetim, ali desfilando, promovendo a sua estreia na sociedade. O seu rostinho, apesar da revolução do sexo feminino, ainda com traço angelical e inocência, pureza no sorriso e no olhar; aos convidados distribuindo mimos, pequenas flores seguras em um suporte e em uma fita que se transforma num deslumbrante laço.

         Já imaginou, assim de repente, nos depararmos com uma vitrine expondo conjuntos, vestidos, saias, blusas... com estampas florais de cores e de tamanhos diversos, que nos hipnotizam, agitam a nossa vaidade, a nossa autoestima indo lá em cima? Quem não se sente atraída por uma peça que traz as formas, as cores da natureza, que lhe dá a excelência, a harmonia da flora, da paisagem natural? É um convite! Adquirir algumas peças se torna obrigatório. Estar orgulhosa, envaidecida não apenas por se ver trajada com uma roupa nova, mas porque se sente na pele a beleza que cativa os olhos e a alma. Amar as flores é como um amor correspondido.

            Há momentos em que as flores colorem e perfumam a nossa dor, as nossas lágrimas. Estão ali, discretas, ornamentando; sua presença busca atenuar a tristeza, o calvário que nos aflige pela perda de um ente querido, rogando-nos calma, resignação, fé. As flores são exemplos de que mesmo belas, proporcionando enlevo, pompa em ocasião solene, sermos também humildes, simples, benevolentes, não importa a hora, expressar amabilidade, acolhimento, o afeto.

             As flores naturais exalam vida: desabrocham, se miram no espelho e se penteiam, se vestem com elegância e esmero, irradia o máximo de vivacidade, meiguice, presença. Estarmos circundados, envoltos pelas flores, nossos olhos se comprazem pela simetria, harmonia, seus matizes com luxo e singeleza. O mundo sem as flores é como uma árvore sem folhas, não faz sentido. A flor é energia, a alma da natureza.

              As flores artificiais nos cativam, nos agradam, a semelhança que apresentam com as flores naturais nos impressiona. Encontradas no comércio, em lojas, bazares de decoração, as suas formas delicadas e a sua coloração nos emocionam e nos traz alegria por nos levar a crer que estamos frente à natureza. Amar, apreciar as flores é o reflexo de que também prezamos, amamos a nós mesmos!

            Não importa se estou em minha casa, na varanda, debruçada na janela, circulando pelas ruas e avenidas ou rodando pelas estradas, o meu olhar será sempre assim: vidrado na paisagem, contemplando as flores em volta de mim!

Conto escrito por
Rossidê Rodrigues Machado

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Eliane Rodrigues
Márcio André Silva Garcia
Ney Doyle
Pedro Panhoca da Silva
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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