Tempo da Colheita
de Carmen Villas Bôas
Ao entrar naquela estrada que
conhecia tão bem, ladeada pelos campos dourados de milho sob o sol do cerrado,
Pedro pensava que não devia ter retornado, depois de tanto tempo longe, pelo
menos, a metade dos seus trinta anos, tentando viver ao seu modo, sem disfarces
ou subterfúgios, mas como negar o pedido de ajuda da sua mãe, por causa do estado
de saúde cada vez mais debilitado do seu pai, devido ao câncer. De repente, o rapaz se deparou com um pequeno trator,
que puxava uma carretinha, em marcha lenta, bloqueando a via, então buzinou
várias vezes, impaciente. O veículo saiu de lado para lhe dar passagem, Pedro
aproveitou e emparelhou para agradecer ao condutor, um homem da sua idade, com o
corpo torneado e bronzeado pelo trabalho duro do campo e o rosto, parcialmente,
escondido pelo chapéu de palha.
— Está perdido, moço? — o
rapaz perguntou, com o sotaque tão familiar, que Pedro havia feito questão de perder.
— Não, estou indo para casa
dos meus pais — respondeu, de modo amigável.
— Seu Pedro? Está todo mundo
esperando a sua chegada. — O rapaz descobriu a cabeça, em saudação, revelando o
rosto de traços fortes. — Sou Alceu, o capataz.
— O que houve com Moisés?
— Se aposentou. Disse que
estava muito velho para esse trabalho.
— Prazer em conhecê-lo, Alceu.
Nos vemos depois.
— Até! — Com um sorriso, o
rapaz inclinou a cabeça e recolocou o chapéu.
Pedro prosseguiu o seu
caminho, observando Alceu diminuir no espelho retrovisor, pensando que não
podia se deixar levar por essa sensação.
A casa paterna, que sempre
tinha as portas abertas, pouco mudou durante todo aquele tempo, cheia de memórias
opressivas e medos. Lá, era um estranho. Parou no meio da sala, colocou a mala
no chão, olhou ao redor, os móveis de madeira pesados e escuros, a poltrona de
couro do pai destacando-se como um trono, o chão de lajotas vermelhas encerado,
as grandes janelas, com telas, por onde a tênue luz róseo do entardecer era filtrada
pelas finas cortinas, só o número de porta-retratos aumentou. Sua mãe, Judite,
surgiu pela porta do corredor, magra, alta,
com seus cabelos escuros entremeados por fios grisalhos, sua postura
rígida e o seu semblante duro demonstravam toda a força daquela mulher. Ele se parecia
com ela, pelo menos, fisicamente.
— Pedro, que bom que chegou —
disse, sem emoção na voz, nem um gesto de carinho, suas mãos continuaram juntas
ao corpo, como se ele tivesse saído naquela manhã e não anos atrás.
— Mãe! Como ele está? —
perguntou no mesmo tom.
— Nada bem. — Ela sacudiu a
cabeça e uma sombra de tristeza passou na sua face.
— Posso vê-lo?
— Depois, ele está dormindo
agora.
— Pedro! Você chegou! — Os
dois se voltaram para a porta da frente e encontraram a moça bonita, de longos cabelos
castanhos e pele bronzeada, as pernas compridas pouco cobertas pelos shorts curtos.
Ela correu e se pendurou no pescoço do irmão mais velho. — Eu sabia, quando vi
aquele carro estranho estacionado, aí em frente!
— Eu o aluguei no aeroporto.
Nossa, Leila, como você mudou! — exclamou, surpreso, se afastando para vê-la
melhor.
— Se viesse mais aqui não
ficaria tão espantado — acusou, erguendo o queixo, petulante.
— Sabe como é? Muito trabalho...
— Pedro se desculpou, desviando o olhar.
— Leila, deixa o seu irmão em
paz! — a mãe ralhou, em tom brando, sempre paciente com a sua caçula. — Pedro,
leve sua mala para o quarto. Comemos daqui a pouco — avisou.
O rapaz havia se esquecido
daquele modo de vida, depois de tantos anos morando em uma grande cidade, por
isso só assentiu, pegou a mala e foi em direção ao quarto. Passou pela porta
entreaberta do quarto do pai, parou e avistou a figura esquálida sobre a grande
cama, envolta em cobertas, seu coração apertou ao se lembrar do homem forte do
passado. Relutante, seguiu em frente e entrou no refúgio da sua juventude, que
estava exatamente como sempre foi. Respirou fundo e jogou a mala em cima da
cama, observando em volta, os móveis, os livros, os quadros, as fotografias, resquícios
de outra vida, uma vida de mentiras e angústia.
Uma hora depois, a família
estava reunida em volta da mesa posta para o jantar, com exceção da cadeira vazia
na cabeceira. A velha cabocla Mércia, empregada de longa data, entrou
arrastando os pés, trazendo uma travessa fumegante e depositou sobre a mesa.
Pedro se ergueu para abraçar a sua antiga babá, que retribuiu o carinho.
— Ai, que saudades de você e
da sua comida, Mércia!
— Fiz tudo que você gosta,
Pedrinho! Empadão, panelinha e, para sobremesa, pamonha. Tudo que você não tem
naquela tal de São Paulo.
— Você é um anjo, Mércia! —
Pedro se inclinou, sobre a mesa, para sentir melhor o aroma.
— Ela só fez isso tudo porque
você está aqui! — Leila reclamou, fazendo beicinho.
— Deixa de ser ciumenta,
menina! Sempre faço tudo que você gosta! — Mércia rebateu, colocando as mãos
nos quadris.
Mas, todos ficaram em
silêncio, quando Alceu entrou e parou diante deles, sem jeito.
— Boa noite.
Leila deu um pulo da cadeira,
ficando de pé e indo até o recém-chegado.
— Que bom que veio, Alceu! —
exclamou, puxando o homem até a mesa e indicando o lugar ao seu lado. —
Convidei Alceu para jantar conosco e conhecer Pedro — comunicou.
— Claro — Judite concordou,
mas sua expressão demonstrava o contrário. — Alceu, esse é meu filho Pedro. Ele
veio nos ajudar com a colheita.
— Já nos conhecemos na
estrada. É bom ter mais dois braços para o trabalho. — Alceu lhe estendeu a
mão, que Pedro demorou alguns instantes para aceitar. Por fim, cumprimentaram-se,
com firmeza.
— Eu sou um homem da cidade,
meu lugar é em um escritório — Pedro respondeu, tentando manter um sorriso
congelado, para disfarçar o seu incômodo. Recolheu
a mão depressa para não perceberem o leve tremor, se esforçou para desviar os
olhos em direção ao prato à sua frente.
— Pedro trabalha
no mercado financeiro, em São Paulo — Leila completou e continuou a falar, na
nítida intenção de chamar atenção de Alceu, que mal conseguia abrir a boca.
Ao fim da refeição, Judite se levantou e convidou o filho para uma
rápida visita ao pai, que ele aceitou prontamente, precisava se afastar.
No quarto, mergulhado na penumbra e nos cheiros da doença e de remédios,
Pedro se postou ao lado da cama, escutando a respiração ruidosa do pai.
— José, Pedro está aqui — Judite anunciou, em tom suave.
— Pedro? — o pai murmurou, abrindo os olhos confusos e os fechando, em
seguida.
— Ele não se lembra de muitas coisas, talvez, seja melhor assim — a
mãe concluiu.
Abatido, o rapaz voltou para o quarto e se deitou, mas o sono não veio,
de imediato. Sua mente repassava os acontecimentos do dia, era um ciclo que se
fechava. Assim, rolou na cama escutando o silêncio da noite, até adormecer.
Pela manhã, acordou assustado, sem saber onde estava, quando sua irmã
entrou no quarto, animada.
— Vamos, preguiçoso! Você não veio aqui para dormir!
— Que horas são? — Pedro se sentou e coçou a cabeça.
— Seis. Vamos tomar café e ir para a plantação, trabalhar, se é que
lembra como se faz isso. Eu lhe dou uma carona, porque aquele seu carrinho não é
páreo para as estradas daqui.
— Por que essa gentileza?
— Porque eu ajudo no armazém, aproveito e, também, vejo Alceu.
— Você está mesma interessada nele? — Pedro questionou, com dissimulada
casualidade.
— Ele é a melhor coisa que apareceu por aqui, pena que seja tão difícil,
mas ainda vai ser meu. Ouça o que estou dizendo!
— Mas, ele não é muito velho para você?
— Já não sou mais um bebê, tenho dezenove anos! E se apresse, mano,
senão vai acabar a pé!
Pouco depois, na estrada de terra cercada pela plantação, ouvindo os
sons das máquinas trabalhando à distância, logo puderam ver os silos e o armazém,
os caminhões e os homens circulando ao seu redor. Ao se aproximarem, Pedro
conseguiu distinguir Alceu entre os outros, seu coração acelerou, quando Leila
estacionou, bem ao lado dele.
— Chegamos! — a moça anunciou,
ao sair da caminhonete.
— Que bom! — Alceu sorriu,
seus olhos pararam nos de Pedro, por um breve instante.
Durante o resto do dia, Pedro
evitou ficar perto de Alceu, mas por coincidência ou não, estavam sempre
juntos. No término da jornada, os trabalhadores começaram a dispersar.
— O que achou do seu primeiro
dia? — na porta do escritório, Alceu quis saber, de um jeito simpático,
enquanto Pedro fazia algumas anotações.
— Já perdi o costume do trabalho
no campo — Pedro respondeu no mesmo tom, sem erguer a cabeça.
— Eu já estou indo, Pedro!
Você vem? — Leila se aproximou e perguntou, o irmão vacilou, fingindo-se
ocupado.
— Se quiser ficar mais um
pouco, eu lhe dou uma carona para casa — Alceu ofereceu, Pedro assentiu, Leila
deu de ombros e se foi, porém, antes os lembrou que eram esperados para o
jantar.
Aos poucos, o lugar foi
ficando vazio e quando perceberam os dois estavam sozinhos, envoltos no
silêncio. Alceu sorriu e perguntou:
— Quer uma cerveja?
Pedro sabia que era melhor
dizer não, que queria voltar para casa, mas...
— Quero, obrigado.
Alceu foi até a geladeira do
escritório e pegou duas pequenas garrafas, entregou uma a ele.
— Não conte para os meus
patrões — brincou, enquanto, abria e tomava um gole.
— Pode deixar, o seu segredo
está seguro comigo — respondeu no mesmo tom.
Sentaram-se, lado a lado, em um
muro baixo próximo ao armazém, observando o horizonte, onde os tons vermelhos e
dourados tornavam-se púrpura, anunciando o anoitecer.
— Havia me esquecido como isso
aqui é bonito — Pedro confessou. — Dá uma paz.
— Então, por que você foi
embora? — Alceu se voltou para ele.
— Precisava partir, não havia mais
nada para mim, aqui.
— Você tem toda essa terra. —
Alceu ergueu o braço, mostrando em torno.
— Mas, não era o bastante, precisava de algo
que esse lugar não pode me dar — respondeu e, em seguida, tomou um longo gole
da sua garrafa.
— Eu entendo você. Às vezes, sinto
que tem algo errado comigo, alguma coisa quebrada, que não compreendo — o rapaz
revelou, olhando o infinito, Pedro encarou o seu perfil, em um longo silêncio.
— Acho melhor irmos. Leila
está esperando e ficará furiosa se demorarmos demais — enfim, falou.
Os dois entraram na velha
caminhonete do capataz, que balançava na estrada de terra.
— Minha irmã está interessada
em você — Pedro comentou, maquiavélico, e Alceu deu um sorriso maroto.
— Leila é uma boa menina e, um
dia, será uma boa mulher para alguém.
Ao trocar a marcha a mão de
Alceu roçou na lateral da coxa do outro rapaz que, apesar do jeans, sentiu o
toque queimar, se retesou e se calou até chegarem à casa.
E como havia previsto, Leila
estava furiosa com a demora. Judite os recebeu de modo frio e o olhar afiado. No
final, a própria moça amenizou o clima, pois queria causar uma boa impressão ao
seu cobiçado.
No meio da noite, sozinho no
quarto, Pedro relembrava daquela tarde, sua proximidade com Alceu, considerando
se ele queria apenas um amigo ou havia percebido seu interesse e correspondia,
no entanto, seria melhor não se aventurar, deixar como estava.
No segundo dia de trabalho,
Pedro evitou ficar próximo do outro rapaz, mas seus olhos eram sempre atraídos
para ele, era impossível controlar, se perdia nos seus movimentos, nos seus
músculos rígidos, nas suas mãos, no seu sorriso. Estava acontecendo outra vez,
estava se apaixonando e sabia o que isso poderia significar. E como no dia anterior, ao cair da tarde,
Pedro se deixou ficar no escritório até só restarem ele e Alceu.
— Leila já foi, quer uma
carona para casa? — o capataz surgiu na porta e se encostou no batente,
displicente. Pedro não levantou a cabeça, forçando a atenção no documento nas
suas mãos.
— Eu preciso acabar com isso —
respondeu, apontando o papel.
— Você vai a pé para casa? É
um estirão e tanto.
Ele tinha razão, então não
restava outra saída se não concordar.
Dentro da caminhonete, Alceu
ligou o rádio, ficaram em silêncio, escutando a música que falava de um amor
perdido.
— Quer mesmo ir para casa? — de repente, Alceu perguntou, de modo casual, e
Pedro o interrogou com o olhar. — Tem um lugar aqui perto, podemos beber e
comer alguma coisa.
— Estão nos esperando para o
jantar.
— É só ligar. Eu gosto demais
da comida da Mércia, mas não me sinto muito à vontade na sua casa.
— Sabe de uma coisa? Eu também
não — Pedro admitiu.
Exibindo um sorriso vitorioso,
Alceu virou o volante para a esquerda em vez da direita, enquanto, Pedro ligava
para o telefone da casa, felizmente, foi uma empregada que atendeu, deixou seu
recado e desligou o aparelho para não ser encontrado.
O lugar escolhido era novo e
simples e, para alívio de Pedro, cheio de rostos desconhecidos. Escolheram uma
mesa no canto, pediram cerveja, linguiça e pão. Precisavam falar alto para
superar as músicas, que contavam histórias de traições, desilusões e amores não
correspondidos, enquanto relatavam as suas infâncias e confessavam alguns
segredos. Alceu lhe contou que era um nômade, sem família, trabalhou em muitos
lugares, sem pouso certo desde que a mãe morreu, seu lar era sua caminhonete, enquanto,
os joelhos se tocavam sob a pequena mesa, com cada vez mais frequência.
— Já está tarde. É melhor a
gente ir — Pedro pediu, Alceu concordou.
Brigaram pela conta, mas Pedro
ganhou com a desculpa da paga das caronas.
De volta à cabine da
caminhonete, no silêncio da noite, os insetos dançavam nas luzes dos faróis, as
janelas abertas deixavam a brisa fresca entrar, e Pedro, envolto na
nebulosidade do álcool, olhava para as sombras do milharal ladeando a estrada.
Alceu trocou a marcha, tocando a coxa do outro, mas em vez de se afastarem,
continuaram ali, sentindo aquele leve contato. Pedro passou a língua nos lábios
secos, com o coração tentando fugir do peito. Sem aviso, Alceu jogou o carro
para o lado da estrada, parou e apagou as luzes, se voltou para Pedro e se beijaram,
os corpos se buscaram e se encontraram, com intensidade.
Depois, relaxados, ficaram
olhando a escuridão pelo para-brisa, esperando os corações se acalmarem.
Pedro engoliu em seco e olhou
para Alceu.
— Não devíamos... — disse em
tom suave.
— Por que não? — Alceu perguntou,
com sorriso brando.
— Foi por isso que fui embora
daqui, há quinze anos. Eu me apaixonei por um garoto da minha idade, chamado
João. Éramos amigos desde criança. E com o tempo, a amizade se transformou em
amor. Nós costumávamos nos encontrar no mesmo lugar onde brincávamos quando
meninos, no milharal ainda verde, mas tínhamos muito medo de sermos descobertos.
Um dia, como receávamos, alguém nos viu juntos, acho que foi Moisés, e contou
para os meus pais, que ficaram decepcionados e me mandaram para estudar longe
daqui. Só voltava de vez em quando, em datas especiais, mas jamais me sentia
bem-vindo.
— E o que aconteceu com o seu
amigo?
— A família de João não tinha
dinheiro para mandá-lo para longe. Então, ele ficou por aqui, carregando todo o
preconceito e maledicência, e um dia quando não aguentava mais, roubou uma arma
e se matou, no mesmo lugar em que nos encontrávamos — Pedro concluiu e passou a
mão no rosto, para limpar as lágrimas. Alceu o puxou para si e o abraçou, com
ternura.
As primeiras luzes do dia já
apagavam as estrelas quando Alceu o deixou
na porta de casa. Pedro torcia para que todos ainda estivessem dormindo,
mas ao entrar, paralisou ao encontrar a mãe sentada, rígida e com seu olhar
frio, na poltrona do pai, usando um penhoar.
— Bom dia, mãe — murmurou,
pronto para fugir, no entanto, Judite se levantou, interrompendo o seu caminho
e o olhou nos olhos.
— Não demorou muito, para você
mostrar a sua personalidade sórdida, não é, Pedro? Pensei que tivesse se
regenerado, depois de tanto tempo, mas nada mudou. Você continua um pervertido
— falou, entredentes.
— Eu sou o que sou, mãe. Não
posso, nem quero mudar, por isso construí a minha vida longe daqui — Pedro
rebateu, sustentando o olhar.
— Você é uma aberração!
— Um aberração? Por que eu
gosto de homens? — Pedro franziu a testa.
— Isso não basta? — Judite
ergueu o queixo. — Sua irmã gosta daquele moço.
— Mas, ele gosta de mim — respondeu
com sarcasmo.
Judite o esbofeteou com força,
Pedro levou a mão ao rosto, impassível.
— Você não merece usar o nome
dessa família! Quero que arrume a sua mala e deixe essa casa, agora! — ordenou,
Pedro concordou com a cabeça, foi para o
quarto e enfiou as roupas na mala, sem cuidado.
Quando deixou a casa, não olhou
para trás. Não havia ninguém lá para se despedir.
Entrou no carro, ficou sentado
atrás do volante, por um tempo, ponderando e tomou uma decisão, pegou a estrada
em direção ao armazém, precisava falar com Alceu, como para redimir um erro de
15 anos atrás, quando partiu sem dizer adeus a João.
Mesmo tendo passado a noite em
claro, Alceu já estava lá e sorriu ao vê-lo tão cedo.
— Eu vou embora — Pedro
avisou, antes que ele falasse algo. O sorriso de Alceu desabou, enquanto o olhava,
confuso. — Eu não quero passar pelo que já passei, não mereço isso, nem você. Merecemos
ser felizes. Venha comigo.
— Eu não posso —
murmurou, olhando para baixo e sacudiu a
cabeça.
— Você mesmo disse que nada
lhe prendia a um lugar, que sua casa é a sua caminhonete. A não ser que queira
tentar a sorte com a minha irmã, e toda essas terras serão suas, pois, com
certeza, serei deserdado — concluiu, com um sorriso triste, Alceu lhe devolveu
um olhar firme.
Dentro do carro, na estrada a caminho
do aeroporto, Pedro ajeitou o espelho retrovisor e sorriu, ao ver a caminhonete
de Alceu o seguindo.
Bruno Olsen
Cristina Ravela
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