PRÓLOGO
Escritório Central da Maktub
Enterprises na cidade de Nova York. Uma linda noite de quinta-feira na “grande
maçã”, a cidade que nunca dorme, com vários escritórios ainda iluminados
revelando a ambição de seus proprietários e profissionais. Em meio a estes
existe no 45º andar do Empire State Building o escritório do senhor John
Maktub, que já fechou o expediente dos funcionários e se encontra sozinho
olhando pela vidraça o movimento constante do tráfego de veículos e pessoas lá
embaixo.
John, um homem de cinquenta
e cinco anos, com porte atlético que lhe faz parecer mais jovem, possui grandes
planos. Está vestindo um terno Giorgio Armani grafite com riscos de giz e uma
gravata azul metálica que lembra a cor dos seus olhos.
Da parede oposta à vidraça
abre-se um portal místico de um brilho lilás. John não se assusta, pois já
esperava. Saem do portal sete pessoas de idades e gêneros variados. Liderando o
grupo vem uma bela garota loira de aproximadamente vinte e cinco anos. Olhos
verdes carismáticos e um sotaque britânico entregam sua nacionalidade inglesa.
Ela apresenta uma relíquia metálica num colar. Algo parecido com uma medalha de
camadas circulares e de origem oriental, mais provavelmente tibetana. Ela diz
com reverência:
-
Aqui está, Mestre. Foi divertido tomar a relíquia e pôr um fim a toda ordem dos
“Filhos de Júpiter”, mas foi muito rápido. Por favor, nos dê uma tarefa mais
difícil na próxima vez.
John
fita por um tempo o colar com a relíquia e abre um sorriso intenso.
-
Excelente. Agora tenho o que preciso para completar meu objetivo. Vocês foram
bem em me trazer o olho de Agamotto. E não se preocupem, tenho tarefas bem
mais... interessantes... para cada um de vocês agora.
A mulher a sua frente não
consegue disfarçar a imensa alegria e profundo interesse, então pergunta:
- Imploramos que nos mande
para estas tarefas, mestre. Por favor, precisamos testar nossas habilidades.
Alguns de nós já têm séculos que não utilizam por completo.
Maktub chega a sua
escrivaninha e retira da gaveta uma caixa de madeira antiga com escritos na
língua enoquiana. Guarda o colar dentro da caixa e põe a caixa ao lado de um
exemplar de um livro Maellus Neffandorum. Depois diz calmamente:
- Calma, espectro. Você terá sua chance. Não precisa pressa, pois tempo... é o que mais teremos a partir de agora.
1x01
Talvez você não acredite em
magia, mas a magia existe e está em toda a parte. A magia vem da natureza e da
realidade que conhecemos. Mas também pode ser manipulada para alterar essa
mesma realidade que você conhece. Aqueles que aprendem sobre magia e passam a
manipulá-la por meio de técnicas e rituais são conhecidos como Magos. E é sobre
um grupo valoroso deles de que trata esta história.
Os magos são distintos por
meio de suas tradições mágicas, que seriam as doutrinas e formas de praticar
magia. No entanto, algumas vezes, um grupo de magos de tradições distintas se
reúne em busca de objetivos comuns. A esse grupo misto chamamos de Caballa.
Na manhã de hoje a Caballa
chamada “Ciprestes de Nisaba”, Nisaba era a deusa mesopotâmica do conhecimento,
se reuniu no endereço de número 1602 da Folsom Street, Bairro Mission em San
Francisco, Califórnia. Uma casa de três andares de fachada vermelha e com
arquitetura vitoriana do século XIX, bem comum na região.
O primeiro a chegar foi
Domenico Lorenzo Spadua, italiano de 41 anos que gosta de demonstrar estilo com
sua careca repleta de tatuagens de hieróglifos e símbolos antigos que descem
pelo pescoço e resto do tronco. Ele é alto e usa cavanhaque; sempre veste
camisas de cores sóbrias como cinza ou preto e calças sociais, além de sapatos
lustrosos. Lorenzo, como é chamado pelos companheiros ocultistas, segue a
tradição conhecida como “Ordem de Hermes”, uma tradição que se diz herdeira dos
conhecimentos antigos do deus Tot e de Hermes Trimegistus sobre as forças da
natureza e leis físicas.
O segundo foi o Doutor
William Carter, Biomédico e engenheiro com vários PHD’s. Um jovem gênio
novaiorquino de vinte e cinco anos que faz parte de uma tradição conhecida como
“Filhos do Éter”. Cientistas curiosos que conseguem decifrar magias com
fórmulas científicas e são conhecidos, pejorativamente, como “doutores
frankestein”. Dr. Carter é loiro de olhos verdes penetrantes e gosta de roupa
casual como jeans e camiseta gola polo embaixo do jaleco branco.
Depois chegou um brasileiro
chamado Miguel Albuquerque, mas se apresenta com o nome mágico de Akidaban, o
quarto rei mago que deveria ter visitado a Jesus no nascimento, mas acabou se
atrasando trinta e três anos. Akidaban, o brasileiro, aprendeu as artes espirituais
em terreiros de religiões de matriz afro na Bahia e se desenvolveu com a
doutrina mística pertencente aos “Oradores dos Sonhos”. Negro alto de vinte
oito anos, usa trança longas ao estilo rastafári, veste jeans e sandália, mas
não abre mão de uma camiseta indiana ou de cores africanas.
Por último, mas não menos
exótico, temos Jack Harper, malandro texano vindo de Dallas. Sempre perdendo
dinheiro em casinos, mas ganhando com golpes e falcatruas pela internet. Conta
nos seus trinta e cinco anos algumas prisões por desordem, estelionato e claro,
crimes digitais. Chega à soleira da porta com seu cigarro barato na boca, veste
camisa listrada e calça de brim sob uma jaqueta de couro. É moreno e usa uma
barba rala, além dos óculos escuros. Se acha a porra de um John Constantine.
Aprendeu magia inicialmente com a internet e livros roubados, depois foi
aperfeiçoando até entrar na tradição dos “Adeptos da Virtualidade”.
Quando Jack Harper entra
então Carter diz:
- Finalmente ele chegou,
Brown. Podemos começar.
- E que boas vindas são
essas, galera? – Pergunta Jack, descarado.
- Você se atrasou quase uma
hora, Jack. Você não muda mesmo. – Fala Akidaban.
- Calma aí, Negão. Posso
explicar, tava uma zona esse trânsito do aeroporto até aqui. – Jack mente,
escondendo o fato de se atrasar por ter dado alguns golpes em pessoas no
aeroporto para conseguir uma grana.
Lorenzo avisa: - Vamos
começar, não importa mais. Dr. Brown, per favore comece a explicar do
início o motivo desta reunião.
Lorenzo se refere ao
protetor do centro da Caballa, o cientista Duncan E. Brown, um homem negro
também da tradição de magos conhecidos como cientistas loucos. Dr. Brown se
assemelha ao cientista Neil Degrasse Tyson e está na frente de uma lousa
branca. Perto dele sentado numa poltrona branca está um homem moreno de seus 55
anos que veste um elegante terno da marca tagliatore, sem gravata, parecendo um
executivo de uma grande indústria.
- Bom dia, senhores. Antes
de mais nada permitam que lhes apresente o senhor James Maktub, empresário sócio
da Maktub Entreprises. – Diz Duncan Brown.
- Deveras, uma grande
empresa do mercado financeiro e investimento em pesquisa de novas tecnologias.
Uma das poucas que não se concentra somente na Wall Street. Também soube que
tem uma certa ligação com a “Tecnocracia”. – Relata rapidamente Dr. Carter.
Akidaban reage: - Como assim
você trouxe um tecnocrata para nossa sede, Brown?
- Calma Akidaban, sabemos
que a Tecnocracia quer acabar com a magia. Mas não podemos esquecer que são
muitos os grupos distintos que fazem parte desse tipo de filosofia. E além
disso, o senhor Maktub vai explicar a vocês do que trata sua visita. – Fala
Duncan Brown.
James Maktub se levanta e
toma a palavra.
- Bom dia, senhores.
Desculpe pela reputação da empresa de minha família. Mas vamos as
apresentações, meu nome é James Maktub. Mas podem me chamar de Jim. Tenho um
irmão gêmeo chamado John que possui grandes conhecimentos ocultistas e pelo que
percebi têm planos em modificar a história da humanidade para seu controle e
poder pessoal.
- Haha... que merda é essa
que cê tá falando, playboy? Isso parece coisa de filme. – Tripudia Jack Harper.
- O que ele está falando é
sério, Harper. Já tive acesso às provas e estamos diante de um problema dos
grandes. – Avisa o Dr. Brown.
- Não, não. Peraí. Você está
querendo dizer que um mago conseguiu acesso à viagem no tempo para o passado, é
isso? – Pergunta Akidaban impressionado e gesticulando com as mãos.
- De fato não seria tão
impossível assim... – Observa Carter.
- Puta merda, esse povo
pirou de vez! – Condena Jack.
- Mannagia! Calma,
todos. Deixem o dottore explicar para que possamos entender. – Fala
Lorenzo.
Duncan Brown começa a
desenhar um esquema na lousa e passa a explicar para que o grupo possa
entender.
- O senhor Maktub soube que
tenho interesse pela temática sobre buracos de minhoca e transposição no
multiverso, então resolveu pedir nossa ajuda para ajudá-lo com um problema. Eu
sei que vocês estão curiosos sobre o que deve ser, então vou lhes explicar um
pouco sobre minha pesquisa. Sabemos que a linha do tempo é uma flecha contínua
que sempre vai para frente. Segundo Einstein para conseguir viajar pelo tempo
um corpo deveria alcançar ou superar a velocidade da luz. No entanto, nenhum
corpo como conhecemos pode alcançar essa velocidade sem que venha a se
desintegrar, a não ser que tivesse uma concentração de massa exponencialmente
alta. Pois bem, para viajar no tempo não precisamos alcançar grandes
velocidades próximas a da luz. O que precisamos é de um atalho por dentro do multiverso
também conhecido por alguns físicos como “buraco de minhoca”. Analisei e juntei
2 teorias que são basicamente a teoria dos buracos de minhoca com a teoria da
curvatura do tempo. Desenvolvi uma máquina do tempo em que utiliza partículas
de uma substância chamda b-subs conhecidas como muóns para abrir
um caminho para coordenadas pré-indicadas. Acontece que quando se abre este
pequeno caminho ou buraco negro é necessário que ele seja fechado imediatamente
após a passagem. Daí entra a segunda tecnologia da minha máquina, a utilização
de partículas Bósons W, Z e Y. Estas permitem a curva no tempo por meio
da manipulação de força nuclear fraca e ao mesmo tempo vão fechando o caminho
que foi aberto pela máquina do tempo. – Conclui Dr. Brown.
Jack com a boca aberta deixa
cair o cigarro. Akidaban esfrega os olhos sem acreditar no que está vendo e
ouvindo. Carter tem estampado no rosto um sorriso de curiosidade e satisfação.
Apenas Lorenzo se mantém cético com a mão no queixo enquanto olha para o Dr.
Duncan Brown.
James Maktub apresenta uma
lista codificada numa folha de agenda e diz:
- Temos também esta lista
com códigos estranhos que roubei de meu irmão e deve ser algo importante.
Inclusive já passei para o Dr. Brown decifrar.
- Para a sorte de vocês
comecei a decifrar estes códigos e são coordenadas na linha do tempo que levam
a datas e lugares diferentes. Infelizmente não sei precisar quais são esses
lugares, mas consegui algumas datas e o restante do código o computador de
bordo da Máquina do tempo que construí poderá levar vocês até os devidos locais
e datas. Consegui entender que as datas são 332 AC, 1912 e 1945. Pode haver
mais datas, mas o computador da máquina irá levar vocês. – Informa Brown.
- Espera aí, maluco. Você
inventou a máquina e não sabe exatamente onde e quando nós iremos? Podemos
parar na lua ou no fundo do mar é isso!? – Pergunta Jack Harper assustado com a
ideia.
- Não, Jack. Vocês vão
seguir pontos na história humana que foram escolhidas pelo irmão de James,
tentar descobrir seu plano e impedir. Todos são locais e datas com
civilizações. Não poderei lhe dar a informação precisa de locais porque os
dados são semelhantes a análises combinatórias. Somente quando se chega em um
lugar que os dados se tornam estáveis para o cálculo do próximo local. Como eu
não fui a nenhum local, só pude fazer estimativas. – Acalma Brown.
- Acho que já entendemos a
essência da missão, Doutor. Agora nos mostre onde está essa máquina do tempo? –
Indaga Lorenzo.
Duncan Brown ansioso diz: -
Pois bem, venham comigo para o espaço por trás da casa, vou lhes mostrar.
Chegam a uma espécie de
quinta e oficina, onde veem um veículo coberto por uma capa. Brown com um
sorriso infantil fala:
- Muito bem está na hora de
apresentar a vocês, não pude pensar de outra forma, afinal sou fã de cinema.
Então qual a melhor forma de viajar no tempo do que numa referência pop? Cada
um de vocês será um Martir Macfly da história, meus amigos. Eu lhes apresento
o... DeLorean...
O cientista retira um pano
que cobre um carro sendo réplica idêntica do veículo usado na trilogia de
filmes “De volta para o futuro”.
- Por isso mudei meu nome
para Duncan Emmet Brown, adicionei o “Emmet Brown”. Mas vamos a outros
detalhes. Diferente ao do filme este DeLorean tem dois espaços para passageiros
atrás, totalizando quatro assentos. Como vocês irão viajar para datas antigas
de nossa história e não sabemos exatamente quais serão, vocês vão precisar de
vestimenta de cada época. Portanto, eu preparei para cada um de vocês um traje
especial.
Duncan E. Brown entrega para
cada um dos jogadores um traje preto parecendo com couro sintético que se adere
ao corpo, sendo que algumas partes do traje contêm bottons. Este traje se assemelha
ao usado no anime “Gantz”.
- Cada um dos trajes tem
codificadores de modelagem de comprimento e textura de tecido. Ou seja, ele se
modifica para simular tecidos antigos e se torna folgado ou apertado de acordo
com o tipo de indumentária que a cultura apresenta. Olhem agora os três botões
no ombro esquerdo de cada traje. O botão amarelo é o botão de escaneamento das
roupas da época, ele vai compreender o tipo de vestimenta e vai programar o
tipo de roupa que você vai usar de acordo com o tamanho, cor e idade de cada um
de vocês. O botão verde é o botão que modifica o tecido e adapta o traje de
acordo com as informações da programação do primeiro botão. Já o botão
vermelho... bem... é melhor vocês não o acionarem... – Avisa Brown com certo
suspense.
- Ih, ferrou. Já sei que não
vou gostar disso. – Prevê Jack.
- O que este botão faz
exatamente? – Indaga Carter.
Duncan Brown fala
seriamente: - O botão vermelho é o botão de autodestruição do traje. Estes
trajes também se autodestruirão caso vocês morram no passado. Pois este tipo de
tecnologia não pertence a datas anteriores, seria um desequilíbrio enorme no continuum
do espaço tempo, modificando livros de história e a compreensão da ciência por
centenas ou milhares de anos. Então, caso vocês sejam capturados e não consigam
voltar utilizando a máquina do tempo... terão que usar o botão vermelho.
James Maktub se aproxima da
equipe de Magos e informa ainda:
- Meu irmão está pesquisando
rituais de magia negra com algo chamado de “Horcruxes”. Deve ter algo a ver com
isso, não sei bem. Mas tentem descobrir o que seja.
Duncan E. Brown então diz:
- Muito bem, senhores, está
na hora de nos despedirmos. Vou pedir para que após os destinos das coordenadas
programem a máquina para regressar daqui a uma hora. Gostaria de ir, mas não
irei com vocês, preciso pesquisar mais sobre isso e o veículo só tem capacidade
para quatro pessoas. Espero que tenham um especialista em línguas antigas e
história, bem como tecnologia, pois provavelmente também irão para o futuro.
Desejo sorte para vocês. Ah, mais uma coisa: Não mudem a história, façam o
possível, ou melhor, o impossível para não mudar os fatos. Várias pessoas
morreram e tragédias aconteceram. Não é dever de vocês mudarem esses fatos.
Entendido?
Ah, e mais uma coisa, essa é
a última: se vão encontrar outros viajantes do tempo inimigos, preciso que
levem essas bombas de gás. Elas vão liberar gás que modificam a compreensão dos
adormecidos sobre a intervenção da mágika nos acontecimentos, eles praticamente
vão esquecer das mágikas vistas e vão buscar explicações diferentes. Percebam o
quanto é perigoso viajar no tempo, pode haver choque de matéria, espírito ou
outra anomalia. O choque de matéria irá modificar a estrutura de vocês ou da
máquina se vocês chegarem num local já ocupado por outra matéria, então viajem
com os skyjets do deLorean a uma altura de 20 metros, e torçam para não
chegarem num local que tenha um pássaro ou flecha voando. O choque de espírito
também poderá ser desastroso se algum de vocês encontrar seu avatar no passado.
Ainda não tenho certeza do que poderá acontecer, mas boa sorte para todos.
- Eu acho que vou ficar
ajudando o Dr. Brown, gente. Nunca se sabe as dificuldades de uma pesquisa, não
é? – Fala Jack tentando disfarçar o receio de viajar no tempo.
- Entra logo aí, palhaço! –
Ordena Akidaban empurrando Jack pelo pescoço.
O grupo de magos entra no DeLorean, e Duncan E. Brown ensina a Carter e Lorenzo sobre os controles do computador de bordo e sobre os comandos para o planador do veículo, bem como do sistema de invisibilidade. Eles então levantam voo no modo invisibilidade e partem para o passado, seu primeiro destino.
autor
Jonnathan Freitas
elenco
Tom Hardy como Domenico Lorenzo
Lucas Till como William Carter
Rodrigo Santoro como Jack Harper
Seu Jorge como Akidaban
Neil deGrasse Tyson como Duncan Brown
Paulo Pires como John Maktub
Scarlett Johansson como Réia
Lady Gaga como Kyra
Cristina Ravela
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