O Lobo do Homem
de David Saches
Luís
bufou. Estava sem vontade de ir ao trabalho hoje. Na verdade, estava sentindo
isso há bastante tempo. Era professor de uma turma especial, de jovens e
adultos, no turno da noite, de uma escola que ficava no bairro de Brasília
Teimosa. Apesar dos alunos terem idade avançada em relação às turmas do ensino
fundamental, os alunos do sexto ano pareciam ter mais maturidade do que eles.
Mesmo sem vontade, passou pela porta da escola.
Não estava de noite ainda, o céu
estava pintado de tons azuis, vermelhos e lilases com toque angelical por conta
do dourado e das nuvens. Era um céu preguiçoso, querendo dormir. Todavia, o que
Luís estava esperando mesmo era a Lua.
Hoje acontece um fenômeno bastante
intrigante para a população: a Lua Negra. Muitos não sabiam muito bem o que
era, dentre eles, estavam seus alunos. Notavam o céu ficar um pouco menos claro
e só.
Luís respirou fundo e colocou um sorriso no
rosto falando a si mesmo que estava tentando ser um bom professor, havia
trazido até um telescópio! Qual professor leva um telescópio para aula? Isso,
sim, era de se admirar. Seu interior estava murcho só de pensar que teria que
passar metade da aula pedindo silêncio, mas seu exterior aparentava alegria,
felicidade, vontade de dar aula.
Passou pelo porteiro e seguiu até a
sala de aula.
Sua testa estava suada pela pequena
corridinha que deu. A escola era muito precária e não tinha estacionamento.
Como Luís morava em um bairro afastado, sempre vinha de carro. Porém, ele sabia
que o motivo maior era a violência do bairro. Além do seu turno ser noturno,
seus alunos relataram coisas horríveis como ver uma pessoa morta na porta de
casa, tiroteio no meio da noite, e eles falavam isso de forma natural, como se
fizesse parte do cotidiano. Então, Luís estacionava bem em frente à uma casa
próxima da escola, para disfarçar que o carro pertencia a um morador da casa e
dava uma corridinha. A rua sempre estava deserta, o que piorava sua situação.
Todo dia ele rezava para que fosse
chamado ao outro processo seletivo que passou.
Colocou suas coisas no birô.
Virou-se para falar com a turma e viu que só havia duas pessoas na sala, e uma
delas estava com a cabeça abaixada dormindo em cima da banca. A outra era
Mariana, a crente.
— Boa noite, professor — disse ela,
ajeitando seus óculos fundo de garrafa.
— Boa noite, Mari. Tudo bem?
Luís foi se organizando enquanto
esperava a resposta. Tirou do seu estojo o piloto e o apagador de quadro
branco. Tinha os seus porquês
a escola ofertava apenas um lápis por ano, e ele utilizava bastante, rapidamente
acabava a tinta. Além de ganhar pouco, precisava tirar do seu próprio bolso
para conseguir dar uma aula decente.
— Tô meio assim, né — respondeu
Mariana. — Ontem teve um tiroteio perto de casa, fiquei muito preocupada. Não
aconteceu nada comigo nem com meu filho, mas de manhã eu vi as marcas dos tiros
pelas paredes. Um quase perfurou a parede e entrou em casa.
— Nossa, Mariana! Sinto muito.
— Tudo bem. Gostaria só de poder
largar mais cedo, tô com medo de sair tarde e acontecer de novo.
— Claro, claro! Sem problemas. Vou
liberar a turma mais cedo.
Aos poucos os outros alunos
chegaram. Imediatamente Luís foi reconhecendo cada um, como cada estudante se
comportava em sala de aula. Arlene era meiga e sempre voltava para casa com
Mariana. André era o pestinha da sala. Luís tinha um ódio interno — que tentava
esconder — pelo aluno. André já estava chegando aos cinquenta anos, era um
homem viril, que não baixava a bola, muito respeitado no meio que estava. Ele
tirava onda com tudo, porém ninguém podia fazer o mesmo com ele, senão a pessoa
sairia toda roxa ou morta. Educadamente, Luís falou um oi sem nem olhar nos
olhos dele. Patrícia, Cecília e Sara fizeram-se presentes também. O trio da
conversa.
O máximo de alunos que dava as caras
era esse mesmo, às vezes outros apareciam, entretanto, não era sempre porque
muitos trabalhavam o dia todo e chegavam cansados em casa. Luís tinha que se
virar com o que tinha. Afinal, estava ganhando por isso. Mesmo que pouco.
— Boa noite, pessoal — começou sua
oratória.
Alguns responderam — na verdade, só
Mariana que respondia às perguntas de Luís —, enquanto outros reviraram os
olhos, claramente sem vontade de participar da aula.
— A aula hoje será diferente.
Finalmente iremos entender esse tal fenômeno místico da Lua Negra. Venham
comigo porque a aula será lá fora, onde o céu é visível.
Luís pegou seu telescópio e seu
telefone. Chamou os alunos novamente, tentando passar alguma fagulha de
entusiasmo, mas foi tudo em vão.
— Não tem como mostrar daqui? —
Bufou Sara. — Tô com preguiça de me levantar.
— É, professor. Coloca alguma imagem
na televisão, fica melhor — reforçou Cecília.
Patrícia fez que sim com a cabeça em
apoio às amigas.
— Não acredito, a aula apenas
começou! Deixem de preguiça — Luís falou, mas nem ele mesmo acreditou em suas
palavras.
Depois de um tempo, sem nenhum aluno
falar nada, um som de ronco soou alto vindo do fundo da sala. André sem perder
tempo soltou uma gracinha:
— A aula começou agora e o Zé já tá
dormindo.
Luís sabia que aquilo era uma piada,
porém conhecia seu aluno, por isso aquilo doeu muito no interior do seu ego.
Por um milésimo de segundo, Luís pensou em arremessar o telescópio em André.
Felizmente, foi rápido o suficiente para que seu cérebro bloqueasse o
pensamento e evitasse um processo. Entretanto, Luís se assustou com o que
acabara de pensar.
Seria
eu capaz de fazer isso?
Respirou fundo.
Como todo professor, ele tinha que
ter uma carta na manga. Algo que seus alunos gostassem bastante, algo que faria
com que eles se levantassem das poltronas e o seguisse até o pátio da escola.
— Quem for comigo ganha um ponto na
prova.
A preguiça de Sara sumiu no mesmo
instante. Rapidamente ela convenceu as amigas, o que não demandou nenhum esforço
visto que elas também queriam — e precisavam — daquele ponto. Todos se
levantaram, até o André, mas não antes de olhar ao redor e perceber que ficaria
sozinho.
Mesmo não sendo saudável, Luís ficou
feliz. Talvez os alunos ficassem mal-acostumados com aquele ato, porém de nada adiantaria todo
material que havia preparado para eles. O foco era ensinar, não era?
Todos foram lá para fora. Em
silêncio, fora os cochichos das meninas, andaram devagar até o centro do pátio.
Luís posicionou o telescópio em um local sem nuvens. Como não havia muita luz
vinda da Lua, ficou agradável ver o contorno dela.
Ela possuía uma luz avermelhada. Era
negra com uma aura em tom de vinho. Algo muito bonito de se ver. Entretanto, só
era possível ver essa beleza com o dispositivo. A olho nu, a Lua só estava um
pouco escura mesmo.
Luís também conseguiu ver a delícia
que seria machucar André com suas próprias mãos. Quem ele pensa que é para falar assim? Eu sou seu professor! Mereço
respeito. Ele imaginou a cena anterior se tornando realidade. O telescópio
voando até atingir a cara do André.
Luís sorriu.
— Hã… professor? — Chamou uma voz.
Luís voltou a si e percebeu que era
a vez dos meninos terem suas oportunidades também.
Por um instante, a vergonha pelos
seus pensamentos anteriores o invadiu. Não estava reconhecendo de onde vinha
aquele desejo. Era algo que ele nunca pensou na vida! Não gostar é uma coisa,
mas querer que aquela pessoa sofra é outra totalmente diferente.
— Certo. O que vocês verão é algo inédito.
Não dá para enxergar a Lua Negra sem ter um telescópio que permita aproximar
sua imagem. Então, aproveitem!
Ele fez um gesto para que os alunos
se aproximassem. Um por um até todos darem uma rápida olhadela. Vários “Os” e
“As” surgiram ao olhar o fenômeno. Luís sentiu aquele pequeno prazer que todo
professor sente quando seu estudante finalmente se interessa por sua matéria,
achando-a intrigante.
— O que você vê, André? — Pergunta
Luís.
— Nada — respondeu, simplesmente.
Luís franze o cenho.
— Como assim “nada”? Deixe-me ver,
talvez tenha saído do eixo.
Nesse momento, enquanto Luís está
colocando a lente perto do olho, André dá um empurrão em sua cabeça, fazendo o
telescópio machucar o professor. André começa a rir da situação. Sara até dá
uma risadinha, mas logo para. Mariana pergunta como o professor está e ele
ergue a mão.
— Seu velho imbecil. Tem mais de
cinquenta anos e está agindo feito um moleque de dez. Meus antigos alunos do
maternal eram mais maduros que você. Seu merda.
Assim que as palavras saíram da boca
de Luís ele arregalou os olhos de susto. Entretanto, mesmo sendo totalmente antiprofissional,
ele não sentiu nenhum pingo de remorso dessa vez. O empurrão que André inferiu
sobre ele autorizou qualquer ato que Luís pudesse realizar. E ele estava com
vontade de fazer várias coisas más nessa noite.
Na verdade, ele se sentia fortalecido, como se
pudesse fazer tudo que quisesse. Tinha algo superior sobre eles. Sentiu que a
Lua falava algo que apenas seu corpo conseguia traduzir. Suas palavras possuíam
forças. Uma
energia muito forte. Luís sentiu a Lua o libertar de suas amarras humanas. A
Lua Negra tinha esse tipo de poder. Possui energia suficiente para despertar o
animal que vivia dentro de cada ser humano.
Patrícia e Cecília começaram a
gritar “briga, briga”, enquanto Sara falava para Luís bater em André, isso tudo
como se todos fossem amigos que brigam depois da aula. Até Arlene estava
incentivando o ódio.
André, ao ouvir as palavras, fez uma
cara feia e partiu para cima do professor. De prontidão, Luís se protegeu com o
telescópio, atingindo André no braço, que logo conseguiu segurar o objeto e
jogá-lo longe.
Luís lembrou do que seu pai sempre falava sobre
os locais que ele trabalhava, mostrava sempre as reportagens de jornal e todas
falavam de assassinatos. Obviamente, Luís ficou com medo, mas tinha que
trabalhar, não podia deixar de juntar seu dinheiro para voar para outro país.
Não sabia qual ainda, apenas sabia que precisava ser tranquilo e bom de se
morar.
Por saber que o filho trabalhava na
terceira periferia mais perigosa da Região Metropolitana do Recife, o pai de
Luís, Marcelo, policial aposentado, lhe emprestou sua arma como proteção. Falou
um pouco que para aquele lado tinha uma facção criminosa muito forte, Bala na
Cara. Disse para ele não se meter na briga de ninguém e ficar na sua. Sabia,
depois de quarenta anos na polícia, como se comportar no meio das comunidades
perigosas. Ensinou também ao filho a atirar e tudo mais. Marcelo sempre alertou
o filho para ficar de olho e só sacar a arma em momento de emergência, pois
podia ser preso por porte ilegal de arma.
Mas do jeito que André estava
atacando, esse parecia um belo momento para sacá-la.
Porém, ela estava na bolsa.
— Quem é o merda agora, hein? —
Gritou André dando um murro na mandíbula de Luís.
Luís cai no chão um pouco
desorientado. Respira fundo e logo está de volta ao jogo. Mas dessa vez André
tinha algo mais pontudo em suas mãos. Um objeto afilado em tom de cinza e
vermelho vinho vindos da Lua. Uma faca.
As garotas pareciam não ligar para o
objeto. Continuaram a torcer como ótimas animadoras de torcidas.
Quanto mais tempo eles ficavam sob a
luz do luar, mais forte era o efeito da Lua Negra. Efeito de tornar o ser
humano um animal irracional novamente. Todos agora eram reféns dos seus
próprios desejos primitivos.
A raiva domina o corpo de Luís. Não
iria fugir só porque aquele homem apareceu com uma faquinha na sua frente. Não
era a vez de Luís morrer — ele pensava — porque a Europa o esperava. Paris o
esperava. Grandes sonhos e grandes conquistas o esperavam.
Ele tinha que deter André.
André pulou para cima de Luís, que
se esquivou com sucesso, e aproveitou para empurrar seu adversário para o lado,
levando-o ao chão. Enquanto André tentava se levantar, Luís correu para dentro
da sala de aula e procurou a arma do seu pai. Abriu o zíper da bolsa em um
segundo, mexeu pra lá e para cá, porém nada achou. Com um susto, André aparece
logo atrás dele com a faca em punho estendida. O objeto cortante entra com
dificuldade nas costas do professor, causando uma tremenda dor em seu corpo.
Luís tosse sangue.
Ele olha diretamente para o olhar de
André, percebe fúria, raiva descontrolada. Raiva de um animal em temporada de
caça. Uma faísca de medo pulsou em seu corpo por um segundo porque viu o sangue
sair de sua boca e cair na mesa, mas logo foi colocada em uma caixa fechada bem
distante da sua consciência. Luís queria se vingar, da pior forma possível.
A energia que a Lua emanava sobre os
corpos daqueles presentes era forte o suficiente para cegá-los moralmente. Nem
de perto eles pareciam seres humanos normais. Eram monstros, seres animalescos
com voracidade de um leão.
André afundou mais ainda a faca até
quase sair do outro lado do ombro de Luís. Mesmo com a profundidade do
ferimento, Luís não sentia dor nenhuma. Seu corpo estava quente. Quente e
vermelho. Possuía uma suave aura em tom avermelhado, assim como a lua. Quase
como se a Lua o estivesse abençoando.
Luís tateou até encontrar a arma.
Seu sorriso se abriu assim que sentiu o cabo dela. Olhou de lado, percebeu que
André havia achado que tinha vencido, e aproveitou o vacilo do seu aluno para
golpeá-lo com a cabeça. André recebe o choque no teste e toda sua visão fica
escura por um momento.
Patrícia, Cecília e Sara continuaram
a gritar para que os dois machos alfa briguem até a morte. Lutem para defender
sua honra. Luís gostou da torcida. Sente tesão por ser o rei da selva e ter
suas leoas ao seu lado. Aquele espaço era dele.
Mirou o cano da arma em direção a cabeça de André.
— E agora, o que você vai fazer? Seu
merda.
André, que estava com as mãos nos
olhos e com a cabeça abaixada, levanta-se tão rápido que Luís não percebe,
empurra o braço do professor que segura a arma para o lado, e um tiro escapa
atingindo Arlene.
Mariana começa a chorar. Grita
desesperadamente. De primeira parece que é pela morte da amiga, mas depois o
grito parece de tortura, de dor. Luís tenta se livrar do braço de André e
percebe que o tiro atravessou Arlene e atingiu Mariana no braço esquerdo.
Mas isso não importa.
Não agora.
André aproveita que está longe da
mira para poder morder o braço de Luís. Seus dentes cravaram com força a pele
macia, rasgando-a facilmente. E com o braço livre ele puxa a faca das costas do
professor.
A luta continua intensa. Luís está
ofegante por conta de toda a ação. Seu sangue pulsa quente em suas veias. Ele
sente que tem o poder dentro de si. Entretanto, sente também que esse poder
está vindo de outro lugar. Mesmo com a pele triturada, ele não sente dor, está
em um nível suportável. A raiva prevalece sobre a dor.
Algo atrapalha a briga dos dois.
— Você está torcendo para o André? —
Perguntou uma voz aguda-irritante que só podia ser da Sara.
— Eu não! O professor que vai ganhar
— respondeu outra voz feminina, um pouco mais grave.
Luís escuta as garotas levantarem
sua voz até que outra briga se forma dentro da sala. E se a briga dos leões é
violenta, a das leoas parece uma carnificina. Sara puxa o cabelo de Cecília com
força, forçando seu rosto a quase cheirar o chão, enquanto Patrícia chuta a barriga
dela chamando-a de vários nomes.
Ninguém nota, mas o garoto que
estava dormindo no canto acordou. Ele está olhando para os colegas de classe
sem entender nada. Mas aos poucos o efeito da Lua Negra penetra seus poros,
corre pela sua corrente sanguínea e infiltra seu cérebro. Até que Cecília
empurra Sara e ela cai em cima do menino.
Ele se descontrola.
Do outro lado da sala, André tenta
puxar a arma de Luís, que se esquiva dos golpes de faca. André tenta acertar o
rosto do seu adversário, mas não tem êxito. Luís se move rapidamente. Toda vez
que André dá uma investida, Luís se abaixa. Porém, depois de duas tentativas,
André consegue desferir outro golpe no professor.
Luís vira a arma um pouco para o lado, o
suficiente para o cano mirar o corpo do aluno e apertar o gatilho.
Uma coisa que é comum na turma da
noite é um dos alunos ser filiado a alguma gangue local. Não são todos, mas
sempre tem um. Principalmente na comunidade de Brasília Teimosa. Esse local dá
medo até para os moradores.
A gangue Bala na Cara era perversa.
Dizem que começou com um dos moradores após ser assaltado em frente à sua casa e decidiu se
vingar. Por isso ele resolveu criar sua própria máfia em conjunto com mais dois
amigos. Conseguir armas era fácil, munição também. Faltava apenas encontrar o
sujeito que fez aquilo com o líder.
Muitos meses se passaram. Bala na
Cara começou a abordar algumas pessoas na moto, depois pessoas que voltavam
para casa tarde da noite até que a abordagem passou a acontecer de manhã.
Depois tudo desandou. A cada mês que se passavam, o líder via sua moral
diminuir. Ele queria olhar bem nos olhos do sujeito que lhe roubou e tirar sua
vida lentamente.
E conseguiu.
Após aproximadamente dois anos e
três meses eles encontraram o sujeito. Ele já havia saído do crime, construiu
uma família com três filhos, vivia em uma casa humilde no bairro vizinho, no
Pina, frequentava a igreja evangélica e rezava, pedindo a Deus perdão pelos
seus pecados.
Entretanto, o líder o matou mesmo
assim.
Do jeito que planejou.
Depois sua gangue ficou responsável
por realizar pequenos furtos na comunidade para que ninguém perdesse o costume.
Para que todos soubessem quem estava no comando. O líder resolveu dar um rumo
em sua vida. Decidiu voltar a estudar.
Infelizmente, ele estudava nessa
turma.
Assim que Sara caiu em cima dele,
ele pegou o rosto dela com as mãos e o esmurrou. Várias vezes. Quando a garota
caiu inconsciente no chão ele se virou para atacar os outros. Estava vermelho
de raiva.
Luís não sentiu, mas o corte que
André fizera em seu pescoço estava ficando maior a cada respiração, o que fazia
mais sangue escorrer. Já André jazia no chão com uma marca vermelha no peito.
O professor, em seus últimos
suspiros de vida, olhou para a sala de aula toda destruída. Havia sangue para
todo lado. Cheiro de violência. Um calafrio percorreu seu corpo. Percebeu que o
menino que vivia dormindo estava em pé apontando uma arma automática para as
meninas. Escutou alguns tiros e corpos batendo no chão. Logo em seguida o
garoto se virou para ele e o matou.
A Lua Negra ficava mais brilhante a
cada morte. Sua aura vermelha aumentou com o derramamento de sangue ocorrido
naquela escola. E seu brilho desperta o pior do ser humano, o que é a melhor
coisa para ela. Porque a cada gota de sangue derramado dos homens fracos, ela
ficava maior, mais poderosa, mais impiedosa.
CAL - Comissão de Autores Literários
Bruno Olsen
Cristina Ravela
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