A Garota que Finalmente Recebeu Amor
de David Saches
Anita
segura na mão do seu filho, Jorge, enquanto espera o elevador chegar. Eles
acabaram de chegar do supermercado. A fila do estabelecimento estava gigante,
assim como sua lista de compras, porém voltaram com a sacola mais vazia do que
o esperado. Com essa crise econômica e pandêmica, Anita acabou perdendo o
emprego que tinha no salão de beleza. Vera, a dona do salão, falou para ela que
assim que as coisas melhorassem, Anita seria contratada, sem falta.
Anita esperava até hoje.
O elevador do prédio é antigo, assim
como toda a estrutura. A escritura datava de mais de 50 anos atrás, muito antes
de Anita nascer, entretanto foi o que sua mãe pôde comprar, após juntar durante
vinte anos o dinheiro que recebia como faxineira. Anita não se importava em
esperar, mas o Jorge estava bem impaciente nesse dia.
— Que demora, pai! — disse, sem
paciência.
Anita sentiu seu peito afundar.
— Já disse para você que sou sua mãe
agora — ela falou, também irritada.
Um jovem rapaz apareceu ao lado
deles. Era um músico do sétimo andar que Anita tanto reclamava para as paredes.
Ele passava horas no domingo tocando seu estrondoso saxofone, o que a irritava
profundamente, pois aquele era o único dia que podia descansar. Hoje era
sábado. Anita suspirou ao lembrar que amanhã o barulho voltaria novamente.
— Minha mãe é a Rebeca, você é o meu
pai! — Resmungou seu filho, fazendo birra.
Anita sabia que ele não entendia o
quanto aquilo lhe magoava profundamente. Toda vez que seu filho relutava em
aceitá-la, seus olhos enchiam de lágrimas. Era algo tão simples, mas tão
complexo ao mesmo tempo. Mas não podia chorar ali, no meio do hall de entrada,
com seu filho nas mãos e outras pessoas ao redor. Engoliu o choro.
O elevador chegou, mas Anita estava
tão perdida em pensamentos que só notou quando a mão do seu filho se soltou.
Desorientada, ela andou até a plataforma de metal. Ao virar-se, olha para
aquele homem lindo sorrindo para ela. Anita não lembrava se alguma vez já havia
visto ele. A barba está diferente, mais cheia, assim como seu estilo. O bonitão
vestia uma blusa regata com estampa lisa, uma jaqueta jeans — apesar do calor
—, e calça rasgada nas pernas.
Ela nem sentiu, mas um sorriso se
abriu em seu rosto. Ele também sorriu para ela. Anita escondeu o rosto olhando
para baixo, com vergonha.
Os três subiram em silêncio. Jorge
fez alguns barulhos com a boca por baixo da máscara. Anita pensava em algo para
fazer com as mãos, mas ficou sem ideias, parecia que qualquer movimento sairia
um tanto idiota. Resolveu enfiá-las no bolso.
Ela sentiu seu interior sorrir
depois de muito tempo pintado de cinza. Ousou até se perguntar: ele está me
paquerando?
O elevador alertou que eles chegaram
ao sexto andar.
Anita caminhou até a saída quando
escutou:
— Boa tarde — disse o homem bonitão,
gentilmente.
Ela sorriu e retribuiu. Deu um
aperto discreto na blusa do filho falando para ele ser educado.
— Boa tarde — disse Jorginho sem
muito interesse.
Anitta fechou a porta do elevador e
o peso da naturalidade caiu sobre os seus ombros.
— Direto para o banho, mocinho —
ordenou quando notou o filho ir correr para o quarto. Jorge resmungou e Anita
fez cara feia. Aquele menino só aprendia na base da firmeza. Reclamando, Jorge
entrou no banheiro.
Anita, entretanto, foi à cozinha.
Pensou naquele homem gentil que falou com ela. Nem se atentou aos alimentos que
está limpando com álcool. Ela estava, na verdade, querendo sentir aquele frio
na barriga de novo.
No
dia seguinte, Anita levou Jorge até a sua ex-esposa, Rebeca. Ela passava uma
semana com ele, assim como Anita. E como já era domingo, Rebeca já havia
telefonado para confirmar.
— Sim, ele está se arrumando. Você
sabe quanto Jorge demora para acordar — brincou Anita, descontraindo o clima.
Rebeca sorriu.
As duas se conhecem há mais de dez
anos, quando se conheceram na faculdade de Sociologia. Hoje Rebeca é professora
da rede municipal de Recife e Anita está começando o doutorado na Universidade
Federal de Pernambuco.
— Como estão o Pedrinho e a Maria
Eduarda? — Anita perguntou. São os filhos do novo casamento de Rebeca.
— Estão bem, sim, na medida do
possível. Estou tentando colocá-los para assistir aulas online enquanto produzo
as minhas. Está uma loucura! — Rebeca falou sorrindo, mas Anita sentiu uma
infelicidade na fala dela.
— Você quer que eu fique com o Jorge
mais uma semana? Sei que pode ser um trabalho a mais para você — Perguntou.
— Não, não. Ele já passou quase três
semanas sem vir, as crianças sentem falta dele. Eu também. E ele também me
ajuda a controlá-los. — Disse ela.
— Tá bom, então. Jorge está pronto.
Estamos indo. — Desligou o telefone.
Durante todo o caminho Jorge
resmungou sobre a gritaria de Maria Eduarda dentro de casa. Falou que não
suportava mais a histeria da menina e só ia por conta de Pedrinho, passavam o
dia assistindo animes na televisão.
Anita estacionou na frente do prédio
luxuoso da ex-mulher. Ajudou o filho a se soltar do cinto e da cadeira
elevatória e Jorge saiu correndo quando viu Pedrinho. Rebeca acenou de longe
para Anita e gritou que sente saudades do abraço dela, porém com a covid-19
isso não era possível. Anita acenou de volta e voltou para seu apartamento.
No elevador, Anita sentiu um déjà-vu
se materializar.
O mesmo deus grego do dia anterior
chega por trás dela e espera o elevador em silêncio. Pode ser coisa da cabeça
dela, mas que o olhar dele estava apontado para as costas delas, estava, ela
sentia! Ficou nervosa só com a presença dele ali.
Reprimindo sua loucura, Anita
revirou os olhos. Convenceu a si mesma que estava delirando à procura de um
homem. Riu de si pelo pensamento. Quem é que iria querer uma mulher igual à
Anita, que não era mulher igual às outras. Ainda sentia o peso do mundo por
compará-la às outras mulheres cis gênero. Mas no fundo admitia a si mesma que
era tão mulher quanto qualquer outra.
— O que foi? — Perguntou uma pessoa.
Anita só ouviu a voz apenas uma vez, mas foi o suficiente para decorar o
timbre.
Anita virou-se para encarar o homem.
— Não disse nada — falou,
envergonhada.
— Mas você riu. Achei que tivesse
sido por minha causa ou algo assim — disse o rapaz.
— Não, não, foi algo que lembrei
mesmo.
— Ah, certo.
Ela voltou a encarar a porta
prateada do elevador mais demorado do mundo. Durante todo o tempo ela desejou
olhar para ele. Desejou mais que tudo fazer seu coração parar de denunciá-la
com aqueles batimentos acelerados e estrondosos.
Após uma súbita injeção de coragem
ela se virou e perguntou:
— Você é o cara que toca saxofone
durante os domingos, não é?
Ele sorriu.
— Sim.
— Ah, legal.
— É mesmo? Porque semana passada o
seu João do apartamento do oitavo andar bateu na minha porta reclamando.
Os dois sorriram.
— Aquele velho é ranzinza mesmo —
comentou Anita.
— Então quer dizer que você gosta? —
Perguntou o rapaz.
Anita sentiu suas bochechas ficarem
rubras.
— Talvez — mentiu. Ele deu uma
olhada para ela como se dissesse “fale a verdade” e ela respondeu — Ok, tem
domingo que eu estou muito cansada e só quero dormir o dia inteiro, mas assim
que me deito aquele saxofone começa a gritar. Parece até que você adivinha.
— Sabia! — Brincou ele, sorrindo. —
Depois dessa eu vou até parar de tocar.
— Não! Você é muito bom, toca muito
bem, me incomoda, mas é só às vezes, não tem problema. É bom que nem preciso
ligar a rádio, arrumo a casa enquanto escuto você tocar.
Anita mordeu o lábio.
Sentia-se como uma adolescente que
sempre desejou ser, mesmo reprimindo o desejo por homens desde pequena. Aquela
coisa demoníaca que era um tabu enorme na sua adolescência foi deixada de lado
por muito tempo. Mas nos dias atuais ela sentia que havia uma liberdade maior,
podia ser quem sempre quis, mesmo com os paus e pedras que a sociedade lhe
atirava.
— O elevador quebrou — avisou o
porteiro assim que acordou do seu cochilo. — Vocês vão ter que subir de escada.
— Agora que ele avisa — resmungou
Anita para si mesma, mas escutou um riso vindo de trás.
Eles vão até a entrada da escada e o
rapaz falou.
— Primeiro as damas.
Anita sentiu-se lisonjeada. Nunca
nenhum homem foi gentil com ela, sempre a buscaram por seu corpo ou para
algumas noites de prazer, mas na intenção de ser amigável, educado, romântico?
Nunca. Por nunca ter sentido esse tipo de amor, Anita se tornou mais frágil e
inocente, o medo seria ficar inocente ao ponto de viver uma ilusão.
Eles subiram em silêncio, apenas o
barulho das pisadas no chão ecoou pelas paredes. A escada estava escura e
úmida. Anita estava nervosa. Não sabia se andava mais rápido ou mais devagar,
se devia falar alguma coisa ou permanecer calada. Aquela situação era tão nova
que ela se tornou um bebê que estava aprendendo a andar.
— Então, é aqui que eu fico — disse
ela assim que chegaram ao sexto andar. — Bom dia para você.
— Para você também. Vou ter cuidado
em deixar o volume mais baixo hoje — brincou e sumiu para o seu andar.
Anita fechou a porta querendo mais,
querendo conhecer quem era aquele homem lindo que — talvez, mas um talvez que
era quase certeza — gostasse dela de uma forma diferente, como os personagens
das novelas gostam uns dos outros.
Ela tomou banho e depois foi
preparar uma comida rápida. Entretanto, quando foi pegar as verduras na
geladeira, escutou sua campainha tocar.
— Tem um pouco de açúcar? —
Perguntou o rapaz.
Anita soube, naquele momento, que o
talvez havia se tornado uma certeza.
— Eu não vou te convidar para entrar
se é o que você está pensando — respondeu ela.
— Por quê?
— Eu nem sei seu nome, como posso
convidar um estranho para a minha casa?
Ele sorriu.
— Bom, me chamo Nathan — disse
levantando as mãos — e pode procurar alguma arma que garanto que não vai
encontrar — brincou.
Anita que sorriu dessa vez.
— Em qual apartamento do sétimo
andar você mora? Posso levar lá daqui a pouco.
— No 702.
— Ok.
Anita fechou a porta e respirou
fundo. Nunca havia levado nenhum homem para sua casa por conta do Jorge, não
gostava de misturar as coisas ou que seu filho a flagrasse com alguém. Antes
essa situação parecia tão idealista que Anita nunca se preocupou, mas agora
podia tocar e todo seu medo veio à tona.
Com medo de parecer mesquinha, pegou
um saco de açúcar que havia comprado a mais e o colocou na sacola. Antes de
sair, olhou seu estado no espelho. Aparentava estar bem, saudável, nem
exagerada nem simples demais, estava como se esperava de uma pessoa que vivia
aquela pandemia em casa.
Subiu.
Bateu três vezes na porta de Nathan
e logo ele gritou alertando que estava a caminho.
— Pelo jeito que falou pensei que
viria mais tarde — respondeu ele enrolado na toalha, mostrando o abdômen
sarado. Ele estava todo molhado, o que piorava mais ainda a situação.
Anita ficou vermelha.
— Mas pode entrar, vou só terminar
meu banho que faço um café para nós. Sinta-se em casa.
Ela maneou a cabeça, ainda sentindo
a língua paralisada assim como todo seu corpo. Nathan voltou ao banho e Anita
não conseguiu se sentir em casa, permaneceu em pé com medo de fazer qualquer
coisa errada na casa daquele estranho conhecido.
Ela reparou nos móveis, na
harmonização do apartamento, feito todo em estilo retrô, a mesa com cadeiras
hiper coloridas, os quadros de famosos saxofonistas em preto e branco nas
paredes, assim como uns que ela nunca havia visto antes, apenas os eletrônicos
que destoavam por seus designs modernos. Havia um enorme instrumento dourado
pendurado nas paredes.
— Pelo visto gostou do saxofone —
comentou Nathan, aparecendo por trás dela de surpresa.
Anita pulou de susto.
— Avise antes! — Disse, colocando a
mão no peito. Sentiu que havia sido pega no flagra! Mas não fazia nada demais,
não tinha com o que se preocupar. — Aqui o açúcar.
— Obrigado. E desculpe pelo susto.
Ele já estava vestido, porém
permanecia molhado, com os cabelos lisos espetados para todos os lugares.
— Aceita um café? — Ofereceu.
— Sim.
Nathan virou-se para a cafeteira
elétrica, colocou uma cápsula rosa e depois apertou um botão. Sem demoras, o
café escorreu para uma xícara preta com letras coloridas na parte da frente.
Colocou o açúcar em um pote delicado de vidro com um enfeite de borboleta em
cima. Quando os cafés ficaram prontos, ele posicionou a bandeja na mesa com
cuidado.
— Tudo pronto, você gosta de quantas
colheres de açúcar? — Perguntou ele tão naturalmente que Anita ficou sem graça.
Não estava acostumada a ser servida.
Anita
respondeu e ele finalizou. Depois pegou alguns pães de queijo e colocou para
esquentar.
— Aqui está muito quente — disse
Nathan abanando a blusa. — Prefere ficar na varanda?
— Tudo bem — respondeu Anita.
Tudo ficou pronto, finalmente, e
eles sentaram-se nas cadeiras da varanda. Na mesinha que separava os dois
ficaram os aperitivos. Começaram a degustar.
— Não vai tocar hoje? — Perguntou
Anita.
— Você quer me ver tocar, pode
admitir.
Ela cai na risada.
— Talvez não — disse enquanto
buscava outro pão de queijo. — Talvez sim.
— Você é uma mulher bastante
difícil, não é? — Brincou ele.
Anita se sentiu tão feminina por ter
se alguém falar com ela como mulher de maneira tão espontânea que seus olhos
marejaram. Principalmente por alguém em que ela estava plantando uma semente de
afeto.
— Eu adoraria te ouvir tocar —
respondeu ela, olhando nos olhos dele.
Como se estivesse esperando ela
pedir, Nathan pulou da cadeira para buscar seu saxofone. Desajeitado, trouxe o
suporte esquelético da partitura, algumas folhas desenhadas e o instrumento
ainda no estojo.
Assim que seus lábios tocaram
suavemente o instrumento, um som gritante saiu de dentro. Anita arregala os
olhos após o choque de ouvir tão de perto aquele som conhecido, mas rapidamente
relaxa e curte a apresentação.
Em alguns momentos, Nathan pisca
para ela sorrindo.
Ela ficou parada, escutando aquele homem
tocar só para ela.
Momentos depois, quando Nathan
precisa recuperar o fôlego, ele pergunta:
— O que achou?
— Lindo! Adorei. Você toca muito
bem. Onde aprendeu?
— Sozinho.
Anita arregalou os olhos.
— Não pode ser. Nunca foi a um
conservatório de música ou escola de artes?
Ele faz que não com a cabeça.
— Nossa, estou impressionada.
— Aprendi durante a quarentena.
Fiquei um bom tempo ocioso até que disse a mim mesmo para aproveitar como posso
esse momento.
Anita terminou seu café.
— Pretende continuar?
— Só se os vizinhos não reclamarem —
gozou.
Como os salgados haviam acabado,
assim como o café, Anita sentiu que aquela breve visita podia ser encerrada
naquele momento. Por isso, levantou-se para colocar a bandeja na pia e lavar a
louça suja.
— Não precisa, pode deixar que eu
lavo — disse Nathan quando viu ligar a torneira.
— Tudo bem por mim, sou eu quem lavo
os pratos em casa mesmo.
— Mas aqui você é minha visita, não
precisa — insistiu ele, aproximando-se dela.
O corpo de Anita foi de 36 a 100
graus no mesmo instante. Seu coração começou a bater freneticamente. Ela queria
aquela aproximação, mas estava tão enferrujada que ficou com vergonha de errar
alguma coisa. Decidiu se afastar.
Porém ele segurou sua mão.
— Ei, não vai agora, não — pediu.
— Eu… eu preciso ir, o Jorge vai
chegar… — começou a criar uma mentira.
— Não pode ficar só mais um pouco?
Anita olhou para o chão.
Por mais que desejasse aquele
momento, precisava deixar o mais claro possível para que não houvesse surpresa
depois, na hora agá. Já aconteceu várias vezes e ela havia sido destruída
demais por uma vida. Era sempre pior deixar para depois.
— Nathan… eu preciso te contar uma
coisa — disse baixinho odiando o fato de o mundo não aceitá-la como é. Tudo que
mais queria era ficar com ele como as mulheres das novelas ficam com seus
pretendentes. Anita engoliu em seco e disse a si mesma para parar de ver tanta
novela.
— Eu já sei, Anita. E tudo bem, não
me importo — revelou ele, o que fez Anita arregalar os olhos.
Como se alguém tirasse o véu pesado
em cima dela, ela sentiu a liberdade de seu corpo para avançar para o dele.
Estava muito mais relaxada. Porém ainda sim precisava seguir sua moral. Vários
homens disseram para ela que gostavam do jeito que ela era, mas só por uma
noite, só pelo fast-foda.
— Eu não sou mulher de ficar uma
noite só. Entendo que existem mulheres assim, mas eu não sou, sabe? — Disse
olhando no fundo dos olhos dele. — Mesmo com um homem como você me dando
chance, eu prefiro ficar sozinha, do que acabar vazia depois.
— Anita, calma — falou Nathan como
se ela fosse louca. — Não estou te pedindo nada. Só queria ficar perto de você.
Só isso.
Anita paralisou. A barreira que
havia criado enrijeceu sua pele, agora ela era um enorme castelo que protegia
uma garotinha miúda, pequena o suficiente para sair por um buraco, mas por medo
ao desconhecido, permanecia no interior.
Nathan a puxou para um abraço, e de
primeira ela permaneceu incrédula, dura, mas amoleceu ao toque quente dele. Ela
também o envolve com seus braços realizando um antigo desejo de se sentir
desejada. A emoção é tamanha que seus olhos ficam marejados.
Anita soltou o abraço para
agradecê-lo, mas ele a interrompe.
— Posso te beijar? — Perguntou com
doçura e verdade.
Por um momento ela fica pensando.
Pensando coisas que nem são estruturalmente pensamentos, mas sua mente
permaneceu em ativa. Imaginou uma câmera filmando os dois, enquadrando os
rostos de cada um naquele momento. Ele é o príncipe lindo e ela a protagonista
que sempre quis ser.
— Pode — respondeu e fechou os
olhos.
CAL - Comissão de Autores Literários
Bruno Olsen
Cristina Ravela
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